Direito Sagrado e Profano
Direito Sagrado e Profano
Direito Sagrado e Profano
PARTE I FUNDAMENTOS
João de Paris........................................................................................93
Raul Salvador Blasi Veyl, Vinicius Batelli de Sousa Balestra
PARTE II PERSPECTIVAS
Vaz......................................................................................................148
Gabriel Afonso Campos, Renan Victor Boy Bacelar
PARTE III DESAFIOS
secularización......................................................................................191
José de Jesús Legorreta, Universidad Iberoamericana, CdMx
Vaz......................................................................................................203
Mariah Brochado
Karine Salgado
4 STEIN, Edith. Ser finito e ser eterno. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2018.
P. 157.
5 FEUERBACH, Ludwig. A essência do cristianismo. Trad. José da Silva Brandão.
Petrópolis: Vozes, 2007. p. 44
8 WHALEY, Joachim. Germany and the Holy Roman Empire. Vol. II. Oxford: Oxford
University Press, 2012. p.198. Ao comentar os direitos advindos dos acordos que
ficaram conhecidos como Paz de Westfália, o autor explica que: “in 1648, these rights
were articulated as safeguards following the final reaffirmation of the princes’ right to
determine the religion of their lands (ius reformandi). Yet the notion that all Germans enjoyed
freedom of movement and legally protected property rights soon became more generalized.”
STEIN, Edith. Ser finito e ser eterno. Rio de Janeiro: Forense Uni-
versitária, 2018.
INTRODUÇÃO
9 Ver SANTO AGOSTINHO. De libero arbitrio I, 6, 15. Cf. O livre-arbítrio. Trad. Nair de
Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995, p. 41. Ambas ecoam CICERO. De legibus I, 18-
19.
10 Não se pode afirmar o Cristianismo como um único movimento, uma vez que
haviam correntes distintas. Utiliza-se assim, o termo como forma que englobar o
movimento geral de continuação e estruturação levado a efeito pelos Padres da Igreja.
“Sabe-se que há uma luta entre aqueles que pretendem mantê-lo vinculado à tradição
oriental, não dualista, mas monista, como era a cultura semita - e os fundadores da
Escola do Pórtico, Zendo e Crisipo, têm formação semita - e os que procuram, talvez
com o objetivo de divulgar mais rápida e eficazmente a “encarná-la”, revesti-la com a
linguagem greco-romana. [...] Podemos sustentar, de forma geral, que é com Paulo
16 CÍCERO. De legibus I, 7, 22-23. Cf. Las Leyes. Trad. Álvaro D’Ors. Madrid: Instituto de
Estudios Políticos, 1953, p. 70-71.
17 CICERO. Tusculanae disputationes. V, 7. Cf. Disputaciones tusculanas. Trad. Alberto
Medina González. Madrid: Gredos, 2005, p. 390.
18 D. I, 1, 10, 2.
22 CÍCERO. De finibus bonorum et malorum III, 75-76. Cf. Textos filosóficos. Trad. J. A.
Segurado e Campos. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2012, p. 409-411.
25 Ver NICOLET, Claude. Le métier du citoyen dans la république romaine. 2. ed. Paris:
Gallimard, 1976; NICOLET, Claude. O cidadão e o político. In: GIARDINA, Andrea
(dir.). O homem romano. Trad. Maris Jorge Vilar de Figueiredo. Lisboa: Presença, 1991,
p. 19-48.
26 CÍCERO. De re publica I, 35-37. Cf. Sobre la república. Trad. Álvaro D’Ors. Madrid:
Gredos, 1984, p. 61-62.
27 CÍCERO. De re publica III, 7. Cf. Sobre la república, op. cit., p. 126-127.
46 CÍCERO. Tusculanae disputationes IV, 12. Cf. Disputaciones tusculanas, op. cit., p. 333-
334.
47 LÉVY, Carlos. Histoire de la philosophie: Cicéron. Chasseneuil-du-Poitou: CNED,
[s.d], p. 98-100; 107; CÍCERO. De re publica I, 47. Cf. Sobre la república, op. cit., p. 67.
Assim também em Tusculanae disputationes III, 71. Cf. Disputaciones tusculanas, op. cit.,
p. 314-315.
48 ANNAS. The sage in ancient philosophy, op. cit., p. 12.
49 CÍCERO. Ad Quintum fratrem I, 1, 3-5. Cf. Epistole al fratelo Quinto e altri epistolari
minori, op. cit., p. 52-55.
50 CÍCERO. Ad familiares I, 9, 21. Cf. Cartas III: Cartas a los familiares, op. cit., p. 208-
209.
51 CÍCERO. De fato 31; 38; 40. Cf. Sobre lo destino, op. cit., p. 318; 324-326.
52 CÍCERO. De officiis II, 19-20. Cf. Dos deveres, op. cit., p. 84.
53 CÍCERO. De fato 11. Cf. Sobre lo destino, op. cit., p. 299.
54 TAVARES, Júlia Meyer Fernandes. A Filosofia da Justiça na obra de Marco Túlio Cícero.
Dissertação (Mestrado em Filosofia do Direito). 64f. Faculdade de Direito, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012, p. 89. Sobre a beleza moral e
a distinção em relação à apresentação tradicional de quatro virtudes cardeais no De
officiis, LÉVY. Histoire de la philosophie: Cicéron, op. cit., p. 104.
63 Ibid., p. 16.
64 Ibid., p. 17: “Para que a alma, sabendo o que ela é, viva de acordo com sua verdadeira
natureza, ou seja, para se colocar no lugar que lhe convém: abaixo d’Aquele a quem
ela deve se submeter, acima do que deve dominar; acima do corpo e abaixo de Deus.”
65 SANGALLI, Idalgo José. O fim último do homem: eudaimonia aristotélica para à
beatitude agostiniana. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998 p. 158: “A prioridade do homem
como alma que, unida a um corpo, dele se apodera, usa e governa. Não é a simples
unidade de duas partes, formando uma terceira. O corpo também terá o seu lugar
futuro, segundo o plano divino, na ressurreição. Mas o essencial e a verdade estão na
alma, como o próprio processo de interiorização vai revelar. Assim, a alma, além de
ser a porta para a felicidade, o caminho pelo qual nós nos reencontramos mediante
os sinais estabelecidos para a nossa peregrinatio, como a encarnação de Cristo, ela
também é um dos pilares de sustentação da Filosofia Cristã.”.
71 Ibid.., p. 19-20
72 Ibid., p. 21.
73 Idem.
74 SANTO AGOSTINHO. De beata vita 4,33. Cf. A vida feliz. Tradução de Adaury
Fiorotti. 5.ed. São Paulo: Paulus, 2014, p. 154: “Cuja análise e aprofundamento a nossa
razão tem-se consagrado até o presente quanto pode – dir-vos-ei que a sabedoria é
simplesmente a moderação do espírito (modus animi). Isto é, aquilo pelo que a alma
se conserva em equilíbrio, de modo a não se dispersar em excessos ou encolher-se
abaixo de sua plenitude. Sem essa medida, a alma atira-se em excesso na direção dos
prazeres, da ambição, do orgulho e de todas as outras paixões do mesmo gênero.”
93 Ibid., p. 250-251.
94 COPLESTON, Frederick. Historia de la filosofía. Barcelona: Ariel, 1983, t. II, p. 67:
“La ética de san Agustín es, pues, primordialmente una ética del amor; es la voluntad
lo que lleva al hombre hacia Dios, y por ella toma el hombre finalmente posesión de
Dios y goza de Él.”
95 GILSON. Introdução ao estudo de Santo Agostinho, op. cit., p. 252.
3. APROXIMAÇÕES
ordem da lei eterna impressa por Deus em sua alma. [...] A causa do mal moral neste
mundo vem, pois, do pecado e de suas consequências.”
104 GILSON. Introdução ao estudo de Santo Agostinho, op. cit., p. 258.
105 SANTO AGOSTINHO. De libero arbítrio I,20,10. Cf. O livre-arbítrio, op. cit., p. 51.
106 GILSON. Introdução ao estudo de Santo Agostinho, op. cit., p. 258.
107 É provável que Santo Agostinho, além das escolas do seu tempo, tenha tido como
uma das principais fontes de conhecimento sobre a filosofia em geral, além dos
autores neoplatônicos, Cícero. Cf. ANGUS, Samuel. The sources of the first ten books of
Augustine’s De civitate Dei. Tese (Doutorado em Filosofia). 278f. Princeton University,
Faculty of Philosophy, Princeton, 1906, p. 17; 21. Por exemplo: SANTO AGOSTINHO.
De doctrina Christiana IV,12,27. Cf. A doutrina cristã. op. cit., p. 232.
117 SANTO AGOSTINHO. De Trinitate XIV, 19, 26. Cf. A Trindade. Trad. Agustino
Belmonte. São Paulo: Paulus, 1994, p. 477-478.
118 COSTA, Marcos Roberto Nunes. Philosophiae portus e Arx philosophiae: apropriação
e superação agostiniana da tradição grego-romana em relação à felicidade. Trans/
Form/Ação, Marília, v. 37, n. 3, p. 131-142, set./dez. 2014, p. 134-135.
119 SANTO AGOSTINHO. Epist. 118. Cf. Letters. Volume II (83-130). Trad. Sister Wilfrid
Parsons. Washington: The Catholic University of America Press, 1953, p. 262-294;
Epistulae. Pars II (Ep. XXXI-CXXIII); Pragae; Vindonbonae: F. Tempsky; Lipsiae: G.
Freytag, 1898, p. 665-698.
120 Ibid., p. 135.
121 SANTO AGOSTINHO. Confessiones VII, 21, 27. Cf. Confissões, op. cit., p. 146-147.
122 João I, 13; SANTO AGOSTINHO. Confessiones VII, 9, 14.
123 COSTA. Philosophiae portus e Arx philosophiae: apropriação e superação agostiniana
da tradição grego-romana em relação à felicidade, op. cit., p. 139-140.
129 LIMA VAZ, Henrique Cláudio de. Antropologia Filosófica I. 4. ed. São Paulo: Loyola,
1998, p. 59.
130 SANTO AGOSTINHO. Contra Iulianum 4.14.72; 5.8.33; 5.10.42. Cf. Against Julian.
Trad. Matthew A. Schumacher. Washington: The Catholic University of America Press,
1957, p. 228-230; 277; 284. Também ao expor a verdadeira concepção de felicidade,
reproduz amplamente as Tusculanae disputationes (V, 110-117 e I, 75), quando defende
a possibilidade de o homem sábio ser feliz apesar de restrições nos sentidos, ou seja,
independe do corpo, encontrando-se na alma, em SANTO AGOSTINHO. Epist. 155. Cf.
Letters. Volume III (131-164). Trad. Sister Wilfrid Parsons. Washington: The Catholic
University of America Press, 1953, p. 305-308. Nesse sentido, OROZ RETA. San Agustín
y la cultura clásica, op. cit., p. 134.
131 PLATÃO. Fédon 67d. Cf. Diálogos. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade
Federal do Pará, 1980, p. 299.
132 Não somente da Filosofia, mas de toda produção cultural que possa auxiliar na
compreensão das escrituras ou elevação do homem, vide SANTO AGOSTINHO. De
doctrina Christiana II,39,57. Cf. A doutrina cristã, op. cit., p. 141.
133 GILSON. Introdução ao estudo de Santo Agostinho, op. cit., p. 462-463.
134 SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça no mundo contemporâneo:
fundamentação e aplicação do direito como maximum ético. Belo Horizonte: Del Rey,
2006, p. 162-163.
135 Sobre a humanitas, ver SANTOS, Igor Moraes. A humanitas de Cícero: ensaio
sobre cultura, formação humana e tolerância na República romana. In: SALGADO,
Karine; ALMEIDA, Philippe Oliveira de; SANTOS, Igor Moraes et al (org.). Dignidade e
tolerância. Belo Horizonte: Initia Via, 2019, p. 58-75.
136 GILSON, Étienne. Evolução da cidade de Deus. Trad. João Camilo de Oliveira Torres.
São Paulo: Herder, 1965, p. 68: “A noção de história universal acha-se claramente
implicada na obra de Santo Agostinho, mesmo faltando a fórmula.”.
137 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 21. Cf. A Cidade de Deus. Trad. J. Dias
Pereira Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996, v. I, p. 249-251; CORNISH, Paul
J. Augustine’s contribution to the Republican tradition. European Journal of Political
Theory, v. 9, n. 2, p. 133–148, 2010; GILSON. Evolução da cidade de Deus, op. cit., p. 44
138 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 18. Cf..A Cidade de Deus. op. cit., p. 239.
139 GILSON. Evolução da cidade de Deus. op. cit., p. 39.
140 SALÚSTIO. Bellum Catilinae V, 9, citado por SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II,
19. Cf..A Cidade de Deus. op. cit., p. 243.
141 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 21. Cf..A Cidade de Deus. op. cit., p. 253.
142 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 21. Cf..A Cidade de Deus. op. cit., p. 254.
143 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 19. Cf..A Cidade de Deus. op. cit., p. 244.
144 GILSON. Evolução da cidade de Deus. op. cit., p. 40.
145 CORNISH. Augustine’s contribution to the Republican tradition, op. cit., p. 144.
146 ASSMANN. Estoicismo e helenização do cristianismo, op. cit.: “O ser humano já
não é o ser da cidade (o ateniense já não é de Atenas...), mas um cidadão do mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E, como tal, eis um novo dogma que se anuncia: todos os homens são iguais, irmãos,
pois todos estão sob o mesmo logos, e isso - insista-se - nasce antes do cristianismo,
embora depois se fortaleça com ele, com outra fundamentação. Esta é a matriz -
helenista e cristã - da igualdade moderna.”
147 UNGER PARRA, Biviana. Agustín y Cicerón: la búsqueda de la verdad. Universitas
Philosophica, Bogotá, v. 33, n. 67, p. 201-215, 2016, p. 204.
148 ANGUS. The sources of the first ten books of Augustine’s De civitate Dei, op. cit., p. 17.
149 SANTO AGOSTINHO. De civitate Dei II, 27. Cf. A cidade de Deus, op. cit., p. 275.
150 OROZ RETA. San Agustín y la cultura clásica, op. cit., p. 139.
151 Por exemplo, SANTO AGOSTINHO. Contra Academicos II, 1, 1. Cf. Contra os
Acadêmicos. A ordem. A grandeza da alma. O mestre, op. cit.
152 OROZ RETA. San Agustín y la cultura clásica, op. cit., p. 140-141.
153 SANTO AGOSTINHO. De Trinitate XIII, 5, 8. Cf. A Trindade, op. cit., p. 404-405.
154 SANTO AGOSTINHO. Epist. 130, 5, 10. Cf. Letters. Volume II (83-130). Trad. Sister
Wilfrid Parsons. Washington: The Catholic University of America Press, 1953, p. 383-
384; Epistulae. Pars III (Ep. CXXIV-CLXXXIV); Vindonbonae: F. Tempsky; Lipsiae: G.
Freytag, 1904, p. 51-52.
155 MORFORD, Mark. The Roman philosophers: from the time of Cato the Censor to the
death of Marcus Aurelius. London, New York: Routledge, 2002, p. 5.
156 OROZ RETA, Jose. San Agustín y la cultura clásica. Helmántica, v. 14, n. 43-45, p.
79-166, 1963, p. 124 et seq.; DOLBY MÚGICA, Ma. Carmen. La influencia del diálogo
Hortensio de Cicerón en san Agustín. Anuario Filosófico, n. 34, 555-564, 2001, p. 558.
157 OROZ RETA. San Agustín y la cultura clásica, op. cit., p. 125. Por isso talvez
conclua Taylor que “o efeito imediato da leitura da obra filosófica de Cícero não foi um
desejo de estudar os filósofos, como poderíamos esperar, mas um estudo da Sagrada
Escritura”. Cf. TAYLOR. St. Augustine and the “Hortensius” of Cicero, op. cit., p. 494.
158 DOLBY MÚGICA. La influencia del diálogo Hortensio de Cicerón en san Agustín,
op. cit., p. 560-561: “Agustín ha asimilado el carácter moral de la filosofía antigua, la
conjunción de sus dos aspectos, teórico y práctico. Ha recogido el bagaje cultural de
múltiples sistemas filosóficos y por último ha centrado la búsqueda de la Sabiduría
en los bienes espirituales. En definitiva, ha entendido que la Sabiduría podría ser la
solución total al problema de su existencia.”
159 CATAPANO, Giovanni. Quale scetticismo viene criticato da Agostino nel Contra
Academicos? Quaestio, n. 6, p. 1-13, 2006, p. 9; OROZ RETA. San Agustín y la cultura
clásica, op. cit., p. 127; SANTO AGOSTINHO. Contra Academicos III, 18, 41. Cf. Contra os
Acadêmicos. A ordem. A grandeza da alma. O mestre, op. cit. O respeito de Agostinho por
Cícero pode ser observado mesmo no Contra os Acadêmicos, onde ataca o ceticismo.
Taylor aponta que Agostinho compreendia que por trás da máscara do ceticismo,
Cícero era na realidade um platônico, cf. TAYLOR. St. Augustine and the “Hortensius”
of Cicero, op. cit., p. 497. Afirma ainda Unger Parra: “El probabilismo ciceroniano no
es, según como sostenemos que lo lee Agustín, un escepticismo radical que niegue
al sabio la posibilidad de alcanzar la verdad, sino que, en cambio, funciona como
I. FONTES CLÁSSICAS
RESUMO
O artigo busca relatar de forma sucinta resultados de pesquisa164
que se propôs a analisar os delineamentos jurídico-políticos do breve
período de presença de holandeses reformados no Nordeste brasileiro,
de 1630 a 1654. Para tanto, inicia situando o tema no contexto de
uma dinâmica de disputas territoriais e religiosas, sobretudo ante o
embate de forças da Reforma com forças da Contrarreforma, para
identificar de que modo a expedição holandesa conformou novas
estruturas políticas e jurídicas no território brasileiro. O projeto de
conquista e ocupação do território colonial brasileiro por parte dos
holandeses, embora de curta duração, acabou por tomar medidas
que viabilizassem os seus interesses comerciais e políticos, inserindo
e acomodando novas estruturas políticas, jurídicas e religiosas no
contexto social. Tais posturas ocasionaram tensões e conflitos entre
os invasores de fé reformada (com seus novos padrões teológicos e
1. O CONTEXTO HISTÓRICO
165 Evaldo Cabral de Mello, O negócio do Brasil: Portugal, os Países Baixos e o Nordeste
(1641-1669), São Paulo, Companhia das Letras, 2011, p. 54.
166 Cabral de Mello, op. cit., p. 60.
167 Frans Leonard Schalkwijk, Igreja e Estado no Brasil Holandês (1630-1654), São
Paulo, Cultura Cristã, 2004, p. 37
168 Schalkwijk, op. cit., p. 67.
1
As Câmaras da privilegiada Companhia das Índias
Ocidentais – cada uma na razão da parte que lhe
cabe na administração – escolherão nove pessoas
honradas, que sejam naturais, ou que tenham
residido nestas Províncias Unidas pelo tempo de
sete anos, devotadas à religião reformada, e versadas
nas matérias de polícia, justiça e comércio, ou pelo
menos em algumas de ditas matérias, tanto quanto
seja possível obter-se. Assim, a Câmara de Amsterdam
escolherá quatro delegados, a da Zelândia dois, e um
cada uma das Três Câmaras do Mosa, de Groninga
e da Holanda do Norte. As pessoas eleitas, depois
de haverem sido apresentadas à Assembleia dos
Dezenove169 e aprovadas por ela, serão também
apresentadas aos Senhores Estados Gerais, para
que aprovem e nomeiem para formarem a Junta ou
Conselho dos lugares que forem conquistados, sob a
169 “Os Dezenove Senhores (os Heeren XIX) era a junta de dezenove diretores, que
compunham a diretoria central da Companhia das Índias Ocidentais. Desses dezenove
diretores, dezoito eram escolhidos entre os diretores regionais, nas seguintes
proporções: Amsterdã: oito; Zelândia: quatro; O Mosa, a Região Setentrional, Frísia
e Groninga: dois cada um. O décimo nono era nomeado pelos Estados Gerais, como
seu representante pessoal. A Câmara mais forte, portanto, era a de Amsterdã seguida
pela da Zelândia. Amsterdã, então como a detentora de maior poder na Companhia
sediou por seis anos consecutivos as reuniões da Companhia, passando na seqüência
para a Middelburg, durante dois anos, retornando as reuniões a Amsterdã. Portanto,
Amsterdã dominou a Companhia do início ao fim. Como havia uma deliberação de
que os assuntos eclesiásticos do Brasil holandês seriam tratados pelos presbitérios
localizados onde houvesse câmaras da Companhia, o Presbitério de Amsterdã tornou-
se a Igreja-mãe da Igreja Reformada no Brasil, seguida pelo presbitério de Walcheren”.
Em Barreto Ribas, O leme espiritual do navio mercante: a missionação calvinista no Brasil
holandês, Rio de Janeiro, UFF, 2007, p. 17.
9.
O conselho cuidará primeiramente do estabelecimento
e exercício do culto público por meio de ministros,
segundo a ordem seguida na igreja cristã reformada
destas Províncias Unidas, a palavra Santa de Deus e
o ritual de união aceito pelas mesmas Províncias.
10.
Será respeitada a liberdade dos espanhóis,
portugueses e naturais da terra, quer seja católicos
romanos, quer judeus, não podendo ser molestados
ou sujeitos a indagações em suas consciências ou
em suas casas particulares; e ninguém se atreverá
a perturbá-los ou causar-lhes estorvo, sob penas
arbitrárias ou, conforme as circunstâncias, exemplar
e rigoroso castigo.
11.
Todos os jesuítas, tanto padres como frades, quaisquer
que sejam e a denominação que tenham, serão e
ficarão banidos de todos os lugares que se acharem
sob a obediência dos Senhores Estados gerais, e
não poderão ir a tais lugares, sob pena de serem
transportados presos para estas províncias.
170 Regimento do Govêrno das Praças Conquistadas ou que Forem Conquistadas nas
Índias Ocidentais, Em Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, 31
(V), Recife, 1886, p. 289.
173 Ronaldo Vainfas, O Plano para o Bom Governo dos Índios: um jesuíta a serviço da
evangelização calvinista no Brasil holandês, São Paulo, Companhia das Letras, 2008, p.
160
174 Vainfas, op. cit., p. 160.
175 Barreto Ribas, op. cit., p. 87.
179 Osvaldo Henrique Hack, Sementes do Calvinismo no Brasil Colonial, São Paulo,
Cultura Cristã, 2007, p. 101.
180 Antonio Vieira, Relação da Missão da Serra de Ibiapaba, Em: Escritos instrumentais
sobre os índios. São Paulo, EDUC/Loyola/Giordano, 1992, pp. 131-132
INTRODUÇÃO
Sua relação de proximidade com o Papa Bonifácio VIII, o faz redigir, entre 1301 e 1302,
a sua mais famosa obra, De ecclesiastica potestatei, defendendo as ideias do Papa na
disputa com Filipe, o Belo.
185 A obra trata do problema da transubstanciação e apresenta uma terceira via à
correlação forma-matéria elaborada entre os aristotélico-tomistas e os franciscanos-
agostinianos, o que fez com que fosse interpretada como herética. O presente trabalho
não tem como enfoque enfrentar a temática da transubstanciação no pensamento de
João de Paris. Para tanto, sugerimos a leitura de BRIGUGLIA, Gianluca. Theology,
Sacramental Debates and Political Thought in John of Paris: the case of Eucharist. In:
Chris Jones (Ed.). John of Paris: beyond the Royal and Papal power. Turnhout: Brepols,
2015, pp. 401-421.
186 Cf. SOUZA, José Antônio de C. R.; BARBOSA, João Morais. O Reino de Deus e o Reino
dos homens: as relações entre os poderes espiritual e temporal na Baixa Idade Média
(da Reforma Gregoriana a João Quidort). Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997. pp. 145-46.
187 Ainda que não se saiba exatamente a quem se deve creditar a autoria do Opúsculo,
há indícios de que João de Paris poderia tê-lo escrito. Não só pelas questões de fundo
que enfrenta nas duas obras — a disputa entre Bonifácio VIII e Filipe o Belo —, mas
também pelas defesas e argumentações, que, a despeito de não serem idênticas,
trazem, inúmeras aproximações. Acerca das questões de autoria do Rex Pacificus, Cf:
ROSA, José Maria Silva. O Rex Pacificus. In: SOUZA, José Antônio de C.R.; AZNAR,
Bernardo Bayona. Igreja e Estado: Teorias Políticas e Relações de Poder no tempo de
Bonifácio VIII (1294-1303) e João XXII (1316-1334). Braga: Axioma — Publicações da
Faculdade de Filosofia, 2016. pp. 83-130.
parum valentibus aliqua parva, de causa licita, interdum aliis elargiri.” Forma vitae
Inocencio. 1247. Disponível em: http://centrofranciscano.capuchinhossp.org.br/
fontes-leitura?id=1605&parent_id=1233. Acesso em: 20/08/2019. A Bula Solet annuere,
promulgada pelo Papa Honório III, em 1245, quanto aos bens e à possibilidade de
receber pecúnia pelos franciscanos, também é mais restritiva que a Regra não Bulada
(1221), como é possível observar em: “Mando firmemente a todos os frades que de
nenhum modo recebam dinheiro ou pecúnia por si ou por intermediário; mas, para
as necessidades dos enfermos e para vestir os outros frades, os ministros apenas e os
custódios, por meio de amigos espirituais, tenham solícito cuidado, segundo os lugares
e tempos e frias regiões, como lhes parecer servir à necessidade; sempre salvo, como
foi dito, que não recebam dinheiro ou pecúnia. // “Praecipio firmiter fratribus universis,
ut nullo modo denarios vel pecuniam recipiant per se vel per interpositam personam. Tamen
pro necessitatibus infirmorum et aliis fratribus induendis, per amicos spirituales, ministri
tantum et custodes sollicitam curam gerant secundum loca et tempora et frigidas regiones,
sicut necessitati viderint expedire; eo semper salvo, ut, sicut dictum est, denarios vel pecuniam
recipiant” Disponível em: https://www.capuchinhos.org.br/cboeste/franciscanismo/
escritos-de-sao-francisco/proposta-de-vida/regra-bulada/regra-bulada-4. Acesso em
20/08/2019.
199 But for Thomas Aquinas, even if self-sufficiency is important to define the
perfectio multitudinis, which is to live according to the natural virtue in order to reach
the good life (bene vivere), the achievement of this goal is not possible without one last
and supernatural end: the fruitio Dei, the heavenly beatitude, eternal salvation.“Yet
through virtuous living man is further ordained to a higher end, which consists in the
enjoyment of God (in fruitione divina), as we have said above. Consequently, since
multitude must have the same end as the individual man, it is not the ultimate end of
an assembled multitude to live virtuously, but through virtuous living to attain to the
possession of God (ad fruitionem divinam)”. ROSA, José Maria Silva. From Aquina1s
Civitas Perfecta to Quidort’s Perfecta Multitudo: a slight shift in meaning. Revista
Española de Filosofía Medieval, n. 23, 2016. pp. 27-28.
200 Ilustrativa é a seguinte passagem: “Concluamos dizendo que não há nenhum
domínio, nem útil (como por exemplo o domínio frutífero), nem potestativo (como é,
por exemplo, o domínio que tem jurisdição), que se possua com justiça, se o possuidor
não estiver sujeito a Deus e que ninguém pode estar sujeito a Deus, se não o for pelos
sacramentos da Igreja. Segue-se que, como dizíamos, és mais senhor de tua posse e de
tudo que tens, por seres filho espiritual da Igreja, do que por seres filho carnal de teu
pai. A tua herança e todo teu domínio e toda tua posse deves reconhecer como vindos
antes da Igreja e através dela e por seres seu filho, do que vindos de teu pai carnal e
através dele, e por seres seu filho. Também segue-se que, se o pai, enquanto viver, é
mais dono da herança do que tu, a Igreja, que não morre, é mais dona das tuas coisas
do que tu.” EGÍDIO ROMANO. Sobre o Poder Eclesiástico. Trad. de. Luis. A. De Boni.
Petrópolis: Vozes, 1989, p. 110.
201 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal. Tradução e introdução de Luis
A. de Boni. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. 1989. p. 62.
202 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 137.
203 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 60-61.
204 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 56.
205 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 56.
206 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 57.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
207 JOÃO DE PARIS. Sobre o poder régio e o poder papal... Op. Cit. p. 59.
208 KAMPSHALL, Matthew. The Common Good in Late Medieval Political Thought:
Moral Goodness and Political Benefit. Oxford: Oxford University Press, 1999.
1. NOÇÃO DE SECULARIZAÇÃO
210 LUCKMANN, Th.: The Invisible Religion, Macmillan, London, 1967; cf. também
BERGER, P.: The Heretical Imperative, 1979.
2. RAÍZES DA SECULARIZAÇÃO:
SECULARIZAÇÃO E MODERNIDADE
217 Esta precisão é importante, porque o mundo atual não está plenamente
modernizado, de modo que há possibilidades, ainda que escassas, de eximir-se do
espírito secularizante da modernidade numa autêntica relação com o divino.
218 Teilhard de Chardi, Pierre, Le milieu divin, publicado postumamente em 1957.
4. NEGAÇÃO DA SECULARIZAÇÃO
227 Levantamento da CIA em 2012 contava 12% da população mundial sem religião. Já
o Pew Research Center (2009) atribuía a 14,27% a categoria dos sem religião e a 3,97%
a categoria de ateus sendo, portanto, um total de 18,24% estatisticamente irreligiosos.
228 Tal é a posição p.ex. de MARTELLI , Stefabo. La religione nella società post-moderna:
tra secolarizzazione e de-seccolarizzazione, 1990..
229 É o que G. Vattimo propõe p. ex. em Credere di Credere, 1996.
6. CONCLUSÃO
230 O presente artigo integrou, em uma versão preliminar, o painel sobre Conflitos
Religiosos na Era Moderna, durante o VI Simpósio Internacional de Filosofia da
Dignidade Humana: “O Direito entre o sagrado e o profano”, promovido pelo Grupo
Internacional de Pesquisa Direitos Humanos: raízes e asas, da Faculdade de Direitos da
UFMG, em novembro de 2021.
231 Doutora em filosofia (USP-2002) e professora titular da Universidade Federal de
Goiás (UFG), onde trabalha desde 2004. Desenvolve atividades de docência, pesquisa,
orientação e extensão universitária na Faculdade e no Programa de Pós-Graduação
em Filosofia e, também, no Núcleo e no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar
em Direitos Humanos. Realizou Estágio Sênior de Pós-Doutorado na Universidade
de Coimbra, Portugal. É pesquisadora do CNPq. Estudiosa do pensamento de Jean-
Jacques Rousseau e de Alexis de Tocqueville, dedica-se a temas relativos à democracia
e aos direitos humanos; é autora de diversos artigos publicados em revistas e livros
coletivos.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
232 ROUSSEAU, Jean-Jacques. L´Emile. In: ____. Oeuvres Complètes. Vol. IV, Paris:
Gallimard, 1969, p. 572
237 Consciência! Consciência! Instinto divino, imortal e celestial voz, guia seguro de
um ser ignorante e limitado, mas inteligente e livre; juiz infalível do bem e do mal,
que torna o homem semelhante a Deus; és tu que fazes a excelência de sua natureza
e a moralidade de suas ações; sem ti nada sinto em mim que me eleve acima dos
animais, senão o triste privilégio de perder-me de erros em erros com o auxílio de um
entendimento sem regras e uma razão sem princípios. Ibidem. p. 600-601
238 Apesar de a “Reforma Protestante” ter como origem a publicação das 95 teses
por Lutero (monge agostiniano e professor de teologia da Igreja Católica), pode-se
considerar que este momento repercute as querelas já provocadas por reformadores
anteriores, nos séculos XV e XVI, como, por exemplo, Girolamo Savonarola em
Florença, Jan Huss em Praga, John Whycliffe em Oxford. Não sendo um protesto
isolado, o movimento reformista espalhou-se rapidamente pela Europa sob a
liderança de Thomas Müntzer, Philipp Melanchon, Uldrych Zwinglio, Jean Calvino e
muitos outros.
239 Na Profissão de fé do Vigário Saboiano, lê-se: “Existe, pois, no fundo das almas
um princípio de justiça e de virtude, com base no qual, apesar de nossas próprias
máximas, julgamos nossas ações e as dos outros como boas ou más, e é a esse princípio
que damos o nome de consciência. Ibidem. p. 598
240 KNOCH, Michael. Da liberdade cristã: um ensaio sobre a reforma de Lutero. Revista
Interacções. n. 5, 2003. p. 46
241 Ibidem. p. 39
242 Ibidem. p. 41
243 De acordo com a “solução” proposta no artigo III: Se se devem tolerar os
heréticos [Suma Teológica. II. Q.11, art. 3], Tomás de Aquino afirma que “é muito
mais grave perverter a fé, a vida da alma, do que falsificar o dinheiro, ajuda da
vida temporal. Ora, se os príncipes temporais logo condenam justamente à morte
os falsificadores de moedas e outros malfeitores, com maior razão os heréticos,
desde que são convencidos de heresia, podem logo ser, não só excomungados, mas
também justamente condenados à morte”. (disponível em: https://sumateologica.files.
wordpress.com/2017/04/suma-teolc3b3gica.pdf)
250 ROMILLY. Tolerância. In: SANTOS, Antônio Carlos (Org.). O outro como problema: o
surgimento da tolerância na modernidade. São Paulo: Alameda, 2010, p. 180.
251 LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Col. Os
Pensadores), p. 3
252 ROMILLY, ibdem. p. 177
253 Em: HABERMAS, Jürgen. De la tolerance à les droits culturels. Revue Cités (PUF), n 13,
2003, p. 151- 170. Disponível em <http://www.cairn.info/revue-cites-2003-1-page-151.
htm>. Em sentido análogo, Voltaire, no Tratado sobre a Tolerância (capítulo IV: Se a
tolerância é perigosa e em que povos ela é permitida), investiga a tolerância religiosa
em diversos povos, mas chama atenção a narrativa que faz sobre a ação do “grande
imperador Yung-Ching, talvez o mais sábio e magnânimo que houve na China, expulsou
os jesuítas; mas não porque fosse intolerante, e sim porque os jesuítas, ao contrário,
eram. Eles mesmos relatam, em suas Cartas Curiosas, as palavras que lhes disse esse
bom príncipe: ‘Sei que vossa religião é intolerante; sei o que fizestes nas Manilas e no
Japão’ [...] Para ele era suficiente estar informado das querelas indecentes dos jesuítas,
dos dominicanos, capuchinhos, padres seculares, enviados da outra ponta do mundo
aos seus Estados: vinham pregar a verdade e anatematizavam-se uns aos outros. O
imperador, portanto, não fez mais do que mandar de volta perturbadores estrangeiros.
Mas com que bondade os mandou de volta! Que cuidados paternos dispensou-lhes
para a viagem e para impedir que os insultassem no caminho. O próprio banimento
deles foi um exemplo de tolerância e humanidade”. O próprio banimento deles foi um
exemplo de tolerância e humanidade”.
254 BELLO, Eduardo. Tolerancia, verdad y libertad de consciencia en el siglo XVIII. Revista
Isegoria, n. 30, 2004, p. 127-139. p. 139.
255 Em: VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p 121
(grifo meu).
256 Ibidem. p. 33
257 LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, (Col.
Os Pensadores), p. 35.
258 LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Col. Os
Pensadores), p. 27
LAICIDADE E PLURALISMO
259 VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância. São Paulo: Martins Fontes, 2000. P. 124
260 FETSCHER, Iring. La tolerancia. Una pequeña virtud imprescindible para la
democracia. Barcelona: Editorial Gedisa, 1996. p. 48
261 BELLO, Eduardo. Tolerancia, verdad y libertad de consciencia en el siglo XVIII. Revista
Isegoria, n. 30, 2004, p. 127-139. p. 138.
264 Não se trata de negar as particularidades, que são constitutivas das singularidades
humanas e, portanto, advogar um universalismo à priori. Antes, trata-se de assegurar
os direitos a todas as pessoas, mesmo que isso comprometa o Estado com a adoção de
políticas públicas compensatórias.
265 Norberto Bobbio afirma, no verbete “Pluralismo democrático” no Dicionário de
Política que “o sentido predominante e ideologicamente mais completo de ‘Pluralismo’
é ainda o de Tocqueville” em BOBBIO, MATEUCCI, PASQUINO (org.) Dicionário de
Política. Brasília, UnB, 1998.
266 Tocqueville afirma, no capítulo VI: Quais as vantagens reais que a sociedade
americana retira do governo da democracia (Democracia na América, Tomo I, Parte
1), que os anglo-americanos demonstram “uma espécie de interesse pessoal em que
todos obedeçam às leis; pois aquele que hoje não faz parte da maioria talvez amanhã
esteja nesta posição; e o respeito que ele professa agora pelas vontades do legislador,
logo poderá exigir para as suas. Embora a lei possa ser inconveniente, o habitante
dos Estados Unidos facilmente se submete a ela, não somente por ser obra do maior
número, mas ainda como sua própria; ela a considera sob o ponto de vista de um
contrato do qual ele é parte. Em TOCQUEVILLE, Alexis. De la démocratie en Amérique.
Paris, Gallimard, 1992, p. 276.
267 Ibidem. p. 204
268 HABERMAS, Jürgen. De la tolerance à les droits culturels. Revue Cités (PUF), n 13,
2003, p. 151- 170. Disponível em <http://www.cairn.info/revue-cites-2003-1-page-151.
htm> p. 132
273 A carta que Tocqueville escreve ao seu pai (publicada pela Gallimard no volume
XIV das Oeuvres Complètes) repercute as ideias do seu tempo sem questioná-las.
No artigo Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e
etnia, Kabengele Munanga investiga a origem do conceito e do preconceito de raça.
Afirma: “Se os naturalistas dos séculos XVIII-XIX tivessem limitado seu trabalho
somente à classificação dos grupos humanos em função das características físicas,
eles não teriam certamente causado nenhum problema à humanidade. Suas
classificações teriam sido mantidas ou rejeitadas como sempre aconteceu na história
do conhecimento científico. Infelizmente, desde o início, eles se deram o direito de
hierarquizar, isto é, de estabelecer uma escala de valores entre as chamadas raças.
O fizeram erigindo uma relação intrínseca entre o biológico (cor da pele, traços
morfológicos) e as qualidades psicológicas, morais, intelectuais e culturais. Assim, os
indivíduos da raça ‘branca’ foram decretados coletivamente superiores aos da raça ‘negra’ e
‘amarela’, em função de suas características físicas hereditárias, tais como a cor clara da pele,
o formato da crâneo (dolicocefalia), a forma dos lábios, do nariz, do queixo, etc. que segundo
pensavam, os tornam mais bonitos, mais inteligentes, mais honestos, mais inventivos, etc. e
consequentemente mais aptos para dirigir e dominar as outras raças, principalmente a negra
mais escura de todas, e consequentemente considerada a mais estúpida, mais emocional,
menos honesta, menos inteligente e, portanto, mais sujeita à escravidão e a todas as formas
de dominação” ibidem. p. 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
274 WOLFF, Francis. Quem é bárbaro? In: NOVAES, Adauto. (Org.) Civilização e
barbárie. São Paulo: Cia das Letras, 2004. p. 31
275 HABERMAS, Jürgen. De la tolerance à les droits culturels. Revue Cités (PUF), n 13,
2003, p. 151- 170. Disponível em <http://www.cairn.info/revue-cites-2003-1-page-151.
htm>. p. 8
____. L´Emile. In: ____. Oeuvres Complètes. Vol. IV, Paris: Galli-
mard, 1969.
281 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 7.
282 O ambicioso projeto moderno almeja inscrever a totalidade do universo e da vida
humana nos códigos de uma razão estritamente científica, operacional, poiética. Por
um lado, justifica a si mesmo no devir imanente da história. Por outro lado, necessita
construir um Absoluto no interior desse mesmo desenvolvimento histórico, que se
exterioriza simultaneamente à sua própria constituição. Pensar esse Absoluto se torna,
segundo Vaz, o grande problema de toda a Modernidade (VAZ, Henrique Cláudio de
Lima. Escritos de Filosofia VII: raízes da modernidade. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2012, p. 98-99).
283 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
7-8.
284 Nesse sentido, ver também SALGADO, Joaquim Carlos. O Estado ético e o Estado
poiético. Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, n. 2,
1998.
285 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. São Paulo: Edições Loyola, 2015, p. 7-8. A causa disso seria a ausência de um
horizonte normativo – substituído agora por um uso absoluto da liberdade conjugado
com um ceticismo quanto às razões e fins dessa liberdade – ao qual a praxis poderia
se referir. Qual o sentido da vida, quais os valores e fins nessa/dessa civilização que
se universaliza e que se caracteriza cada vez mais pelo uso da tecnologia? São essas
as interrogações postas por Vaz em sua ética. Tais questões podem dar origem a três
tipos de respostas. A primeira diz que essas perguntas são resíduos de uma civilização
agonizante; a segunda tenta recuperar e reafirmar as concepções éticas modernas; e
a última procura respondê-las a partir do paradigma platônico-aristotélico. É nessa
terceira opção que Vaz se enfileira (HERRERO, F. Javier. A ética filosófica de Henrique
Cláudio de Lima Vaz. Síntese, v. 39, n. 125, 2012, p. 395).
286 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 8. Com sua obra ética, Vaz pretende justamente lançar algumas luzes
nessa questão: “uma civilização que celebra a Razão, mas abandona a Metafísica e a
Ética é semelhante, para lembrar uma comparação de Hegel, a um templo sem altar;
que outro destino lhe resta senão o de tornar-se uma spelunca latronum (Mt 21, 13)?”
(VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 8).
287 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 26.
288 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Antropologia Filosófica, vol. I. 4. ed. São Paulo:
Loyola, 1998, p. 202.
289 HERRERO, F. Javier. A ética filosófica de Henrique Cláudio de Lima Vaz. Síntese,
v. 39, n. 125, 2012, p. 394. As categorias filosóficas da ética de Vaz encontram-se
293 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Antropologia Filosófica, vol. I. op. cit., p. 177-183.
294 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Antropologia Filosófica, vol. I. 4. op. cit., p. 193.
295 Às categorias relacionais Vaz dedica todo o segundo volume de sua antropologia
filosófica. Cf. VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Antropologia Filosófica, vol. II. São
300 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Experiência mística e filosofia na tradição ocidental.
3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2015, p. 21.
301 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Antropologia Filosófica, vol. I. op. cit., p. 241-277.
302 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 27-28.
303 MAC DOWELL, João A.. Aspectos fundamentais do pensamento ético de padre
Vaz. Veredas do Direito, v.1, n. 2, 2004, 65-66.
311 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
13. Apoiando-se me Aristóteles, Vaz argumenta que physis e ethos são duas formas de
manifestação do ser. Aquela é sua natureza e esta é a reprodução da physis na praxis,
isto é, na ação humana e nas estruturas sociais e históricas que ela gera. A razão
última da physis – o bem – está presente no ethos, porém não de forma necessária, mas
sim no espaço da liberdade da praxis. Entretanto, o ethos, a despeito de ser fundado na
autodeterminação da praxis, é, de alguma forma, também necessário, pois o sujeito
que age adquire a constância do hábito, a hexis (VAZ, Henrique Cláudio de Lima.
Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 11-12).
312 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit.,
p. 14. Em sentido semelhante, Spinelli argumenta que “os dois termos [ethos com
épsilon e com eta] comportavam uns quantos significados: a) o de assento, no sentido
de o lugar (nos termos de um território, de uma ordem e de um destino) onde se
erige a morada do indivíduo com o seu grupo, com suas tradições, dotes culturais,
crenças religiosas, etc. Foi nesse sentido que o ethos, no contexto da cultura grega, se
associou à instituição da pólis e à promulgação da politéia, ou seja, da constituição de
um governo regido pela lei, fundado na ideia da ancestralidade e do direito; b) como
modo de habitar o lugar onde se vive (não propriamente a habitação, mas a vivência
em si mesma), característica que levou muitas vezes o termo ethos a ser traduzido
por cultura, em referência a um conjunto de características humanas instituídas,
preservadas e aprimoradas através da comunicação e cooperação de indivíduos de
uma mesma comunidade ou grupo; c) o de índole ou caráter, no sentido de uma
natureza pessoal ou de um modo subjetivo de ser (sendo um pouco por natureza,
outro pouco cumulativo, em decorrência de opções, decisões, preferências, e,
claro, de algum empenho racional, que, cumulativamente, acabaram talhando ou
forjando um certo modo de ser, etc.); d) enfim, o de uso ou costume, referido a um
comportamento (testado ou experimentado no decurso do tempo) consuetudinário,
319 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 40.
320 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 43.
Nesse sentido, a tradição constitui essencialmente o ethos pois ele é, simultaneamente,
costume e hábito do indivíduo, ambos os polos mediados pela praxis. Ora, “não há
sentido em se falar de um ethos estritamente individual, pois a perenidade do ethos,
efetivada e atestada na tradição, tem em mira exatamente resgatar a existência
efêmera e contingente do indivíduo empírico, tornando-o singular concreto, vem a
ser, indivíduo universal, através da sua suprassunção na universalidade do ethos ou
na continuidade da tradição ética. Entendida nessa sua essencialidade com relação
ao ethos, a tradição é a relação intersubjetiva primeira na esfera ética: é a relação que
se estabelece entre a comunidade educadora e o indivíduo que é educado justamente
para se elevar do nível das exigências do universal ético ou do ethos da comunidade”
(VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 19).
321 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 21.
322 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 22.
323 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 22.
324 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 22.
325 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 23.
326 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit.,
p. 26. A passagem que ocorre, individualmente, da liberdade empírica à liberdade
ética equivale à passagem do indivíduo empírico ao indivíduo cultural, o qual se
particulariza conforme os subconjuntos em que se insere. Em termos históricos, é
através da educação – paideia, na concepção platônica – que essa passagem se efetiva.
“A educação para o ethos ou a função educadora do ethos” não é, portanto, um processo
unilateral de imposição de valores, regras e proibições.
327 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à Ética Filosófica
1. op. cit., p. 41.
328 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 29.
329 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit.3, p.
29.
330 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 30.
331 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
30-31.
332 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
31-32.
333 Sobre a crise grega, ver AMORIM, Lucas Camargos Bizzotto. Ética e razão: ensaio
sobre a emersão e superação da crise ética da Antiguidade. Dissertação (mestrado) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Direito, 2018.
334 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p. 33.
335 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
34-35.
336 VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. op. cit., p.
223-224.
339 MODOOD, Tariq. British Mulslims and the politics of multiculturalism. In:
MODOOD, Tariq; TRIANDAFYLLIDOU, Anna; ZAPATA-BARRERO, Ricard (Ed.).
Multiculturalism, Muslims and Citizenship: A European Aprroach. Abingdon: Routledge,
2006, p. 37.
340 ASAD, Talal. Secular Translations, Nation-State, Modern Self, and Calculative Reason.
Nova York: Columbia University Press, 2018, p. 36.
341 EATWELL, Roger; GOODWIN, Matthew J. The New Extremism in 21st Century
Britain. Londres: Routledge, 2010, p. 27.
342 ICM; POLICY EXCHANGE. ‘What Muslims Want’: A Survey of British Muslims by
ICM on behalf of Policy Exchange. Londres, dez. 2016.
347 GLYNN, Sarah. Bengali Muslims: the new East End radicals? Ethnic and Racial
Studies, v. 25, n. 6, p. 969-988, 2002.
348 KLAUSEN, J. The Islamic Challenge: Politics and Religion in Western Europe.
Oxford: Oxford University Press, 2007.
359 SARNO, Hannah Romã Bellini. “Algo em que acreditar”: trajetórias de seguidores do
Estado Islâmico na Inglaterra. Tese de Doutorado, Programa Multidisciplinar de Pós-
Graduação em Cultura e Sociedade, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.
360 Expresso em BIENKOV, Adam. Boris Johnson said that Islamophobia is a ‘natural
reaction’ to Islam and that ‘Islam is the problem’. Business Insider, Londres, 27 nov.
2019 e em JOHNSON, Boris. Denmark has got it wrong. Yes, the burka is oppressive
and ridiculous but that’s still no reason to ban it. The Telegraph, Londres, 5 ago. 2018.
362 La obra de Peter Berger (1971), El dosel sagrado. Para una teoría sociológica de
la religión fue una de las obras sociológicas más influyentes hacia la década de los
sesenta del siglo XX que argumentó el tema del excepcionalismo norteamericano.
363 Berger, Peter (1971), El dosel sagrado. Para una teoría sociológica de la religión.
Barcelona: Kairós, p. 154.
364 Sobre el tema de las dimensiones de la secularización puede consultarse: José
Casanova (2012). “Lo secular, las secularizaciones y los secularismos”, en Sanchez,
y Rodriguez, M. (eds.), Dialécticas de la postsecularidad. Pluralismo y corrientes de la
secularización, Madrid: Anthropos, pp. 93-122. Charles Taylor (2007). La Era Secular.
Tomo I. México: Gedisa. Karel Dobbelaere (1994), Secularización: un concepto multi-
dimensional. México: Universidad Iberoamericana.
368 Cf Grosfoguel, Ramón (2013), Hay que tomarse en serio el pensamiento crítico de
los colonizados en toda su complejidad. Metapolítica, v.17, n. 83: pp. 38-47.
369 Sachot, Maurice (1998), La invención de Cristo. Génesis de una religión. Madrid:
Biblioteca Nueva.
370 Cerutti, Maria V. (2014) Storia delle religioni. Oggetto e metodo, temí eproblemi,
Milano: EDUCatt.
371 Para una visión global sobre los estudios decoloniales véase: Lander, Edgardo
comp. (2000), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Buenos Aires:
CLACSO. Castro-Gomez, Santiago y Grosfoguel, Ramón, eds. (2007), El giro decolonial.
Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo
del Hombre Editores.
372 Aino, Vittoria (2018). Naturalización del concepto “religión” y colonialidad
religiosa. El caso de los nuntajɨykɨwi (popolucas de la Sierra) de Santa Rosa Loma
Larga (Veracruz). Interdisciplina, v. 6, n.16: p. 34, pp. 31-60.
C. SECULARIDAD, POSTSECULARIDAD Y
CREENCIAS DESDE EL SUR GLOBAL
REFLEXIONES FINALES
Mariah Brochado374
376 Ibid. p. 10
378 LIMA VAZ, Henrique Cláudio. Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica 1.
São Paulo: Edições Loyola, 1999. p. 7
379 Ibidem.
380 LIMA VAZ, Henrique Cláudio. Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica 1.
São Paulo: Edições Loyola, 1999. p. 8
381 Ibid p. 8
382 Ibid. p. 7
383 LIMA VAZ, Henrique Cláudio. Escritos de filosofia V: introdução à ética filosófica 2.
São Paulo: Edições Loyola, 2000. p. 240
389 SMITH, Brian Cantwell. The promise of artificial intelligence: reckoning and judgment.
Cambridge: MIT Press, 2019. P.40-42
390 BODEN, Margaret. A. Inteligência artificial: uma brevíssima introdução. Tradução de
Fernando Santos. São Paulo: Editora Unesp, 2020. P. 38, 199.
391 RICH, Elaine; KNIGHT, Kevin. Inteligência artificial. Tradução de Maria Cláudia
Santos Ribeiro Ratto. Revisão técnica de Alvaro Antunes. São Paulo: Makron Books,
1993. P. 514
392 WHITBY, Blay. Inteligência artificial: um guia para iniciantes. Tradução de Claudio
Blanc. São Paulo: Madras, 2004. p. 38
393 Ibid. p.59-60
394 BROCHADO, Mariah. Ética e direito: pelas trilhas de Padre Vaz. Curitiba: CRV, 2021.
p. 6
395 MCCARTHY, John; HAYES, Patrick. Some philosophical problems from the standpoint
of artificial intelligence. Stanford: Stanford University, 1969. Disponível em: http://
www-formal.stanford.edu/jmc/mcchay69.pdf. Acesso: 04 de fevereiro de 2022. p. 6
396 DREYFUS, Hubert L. Che cosa non possono fare i computer: i limiti dell’intelligenza
artificiale. Roma: Armando Editore, 1988. p. 334-335
397 SMITH, Brian Cantwell. The promise of artificial intelligence: reckoning and judgment.
Cambridge: MIT Press, 2019. p. 90
399 BROCHADO, Mariah. Ética e direito: pelas trilhas de Padre Vaz. Curitiba: CRV, 2021.
p.154
400 LIMA VAZ, Henrique Cláudio. Escritos de filosofia II: ética e cultura. São Paulo:
Edições Loyola, 1993. P. 25-26
420 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: http://www.
direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-
Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html. Acessado em
20/01/2022.
421 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: http://www.
direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-
Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html. Acessado em
20/01/2022.
422 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: http://www.
direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-
Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html. Acessado em
20/01/2022.
423 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: http://www.
direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-
Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html. Acessado em
20/01/2022.
424 Comissão Interamericana de Direitos Humanos, 1969. Disponível em: https://
www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm. Acessado em
21/01/2022.
425 CARVALHO, Luiz Gustavo Grandinetti Castanho de. Processo Penal e Constituição.
Princípios Constitucionais. 5 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 25.
426 Idem.
427 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2 ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2001. p. 60.
428 Ver Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: https://
www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf.
Acessado em 24/01/2022.
429 SOUZA, Ana Paula Lemes de. Dignidade humana através do espelho: o novo totem
contemporâneo. In: TRINDADE, André Karam; SOARES, Astreia; TORRES, Carlos
Alberto (orgs.). Diálogo e práxis educativa: Uma leitura crítica de Paulo Freire. Trad.
Mônica Mattar Oliva. São Paulo: Loyola, 2014. p.25.
430 CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.p. 12.
431 Sob a alcunha de pedagogia do(a) oprimido(a) ou pedagogia da(o) oprimida(o) nos
referimos à filosofia da práxis tal como desenvolvida por Paulo Freire em seu corpus
linguístico.
432 Mais uma vez, chamamos a atenção para o grave problema da perspectiva
colonialista que subjaz à ideia da dignidade humana, ou seja, sua identificação quase
imediata e exclusiva à identidade do homem branco e burguês, especialmente, do
europeu. Cf. TRINDADE, José Damião de Lima. História social dos direitos humanos.
3 ed. São Paulo: Peirópolis, 2012. p. 15.
433 FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 36 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz & Terra,
2014a. p. 33.
434 FREIRE. Paulo. Pedagogia do oprimido. 60 ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2016.
p. 151.
435 FREIRE. Paulo. Pedagogia do oprimido. op. cit.. p. 154.
444 FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 38 ed. Rio de Janeiro / São
Paulo: Paz & Terra, 2014b. p. 56.
445 FREIRE apud TORRES, 2014 p. 229
446 FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. op. cit.. p. 12. Ora, quanto
a este excerto, Torres nos diz que: “esta tomada de posição pareceria extraída do
Gênesis 1 e 2; novamente Freire, para expressar seu sentimento de totalidade (do
diálogo com a totalidade), recorre à teologia, à sua própria experiência relacional, à
sua experiência de viver a imanência do cotidiano a partir da transcendência da fé e
do sentido de seu cristianismo” (TORRES, 2014, p. 15).
Documentos: