Psicologia Da Religião Unidade 2

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09/06/2021 Ead.

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PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
PSICOLOGIA, MITO E RELIGIÃO
Autor: Me. Jhonatan Diógenes de Oliveira Alves
Revisor: Luis Zaghi

INICIAR

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introdução
Introdução
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a esta unidade, na qual estudaremos sobre a relação entre
Psicologia e Religião. Inicialmente trataremos sobre o surgimento da religiosidade na Pré-história e o
modo como o homem compreendia e significava algo como sagrado. Em seguida discutiremos a
respeito do mito e a sua prática como um aprimoramento da primeira manifestação de fé trazida
pelo homem pré-histórico, bem como a sua função social e política em determinados contextos.
Esse cenário nos levará ao debate acerca da ideia de religião, espiritualidade e religiosidade,
palavras tão utilizadas contemporaneamente, mas que nem sempre são diferenciadas em seus
significados. Suas definições nos darão espaço para a identificação da importância e influência dos
símbolos religiosos na expressão de fé do homem e o modo como ele vivencia cada uma delas. Por
fim, abordaremos o tema da experiência religiosa e a sua crescente procura, ao mesmo tempo em
que determinados valores morais caem em desuso, cabendo à psicologia uma interpretação sobre
esses fatos. Desejo a você uma ótima leitura!

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Surgimento da
Religiosidade

Quando se fala em religião, qual é a primeira ideia que nos vem à mente? Podemos até mesmo
perguntar qual o sentimento que esta palavra gera em você! Se sente desconfortável? Ou então
realizado? Quem sabe, sinta medo?!

Você, talvez, entenda religião como a prática de uma comunidade religiosa, igreja, templo, local de
orações e rezas, ambiente com velas, silêncio monástico ou então de sonoros pedidos, ou até

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mesmo um grupo separado em busca de algo superior a nós e a nossa humanidade, pertencente a
outro mundo etc.

Pois bem, a ideia e o sentimento que você tem ao falar sobre religião ocorre devido ao peso
histórico que essa questão alcançou durante vários séculos e que você enquanto produto deste
momento histórico herdou! No entanto, nem sempre religião foi compreendida como é hoje.

E você percebeu que eu chamei a religião de “ciência”? Isso não é um erro, é proposital, pois, nossa
reflexão sobre esse tema deverá ser à luz da razão, ou seja, por hora falaremos da religião sem usar
de fé. Ou seja, o que quero dizer é que neste momento iremos analisá-la enquanto história, como
manifestação de uma cultura de determinado grupo, com olhar de pesquisadores, atribuindo valor
científico aos resultados encontrados. Assim nos fala Andrade (2016, p. 11):

[...] a Ciência da religião é uma ciência social/cultural que interpreta e explica produções
humanas entendidas como religiosas. Trata-se, portanto, de interpretar o discurso
religioso por uma via acadêmica, de natureza e método não religioso. Sendo assim, a
Ciência da religião figura no cenário acadêmico com um estatuto e identidade própria,
deflagrada como área do conhecimento.

Assim, vemos que o estudo da religião e de seu surgimento é enriquecedor, pois permite
adentrarmos as diversas manifestações religiosas sem nos comprometermos com nenhuma delas,
mas somente analisá-las enquanto pesquisadores investigativos.

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Podemos afirmar que as primeiras manifestações que temos do ideal sagrado se dão por volta de
40.000 a 10.000 a.C., período que compreende o surgimento do homem Paleolítico Superior. Esse
contexto é muito próximo da última era glacial, que obrigou os homens daquela época a
construírem ferramentas com materiais diferentes da pedra, uma vez que essa se tornava difícil de
encontrar devido ao grande volume de gelo.

É nesse momento que o homem passa maior parte de seus dias em cavernas no intuito de fugir do
frio e, ao mesmo tempo, inicia o seu processo de criação artística, através de pinturas na pedra, ou
seja, a famosa arte rupestre.

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Figura 2.1 - Pintura rupestre encontrada no Parque Nacional de Canyonlands em Utah, nos Estados
Unidos
Fonte: Galyna Andrushko / 123RF.

Porém, essa arte tinha um significado mais abrangente para aqueles que a desenhavam. Mais que
mera ilustração, o autor e seus companheiros enxergavam as imagens como sinal de boa sorte e
sucesso nas caçadas, crendo que elas tinham o poder de gerar proteção durante a difícil empreitada
que era lutar contra animais extremamente selvagens.

O homem pré-histórico expressava sua crença de uma caçada vitoriosa através da gravura de
qualquer símbolo da natureza, fosse homem ou animal, mas que lhe permitisse segurança e

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conforto frente à séria tarefa da caça, que era feita em bando, composto por todos os membros da
comunidade. Aqui estava em jogo a sua capacidade de sobrevivência.

Sobre essa necessidade de segurança e conforto, vemos ainda que os locais de confecção dessas
imagens, apesar de terem início nas cavernas que os protegiam do clima frio, se desenvolvem com o
tempo e são encontradas em lugares altos como montanhas e colinas, que se tornavam ambientes
sagrados e de forte representatividade para aqueles homens.

Nesses lugares se contempla o ideal, o objetivo que se pretendia, a fome que se queria matar e o
desejo de preservar a vida. Podemos aqui interpretar que, desde o início, a busca desse homem
religioso se dá pela necessidade imediata de viver bem, ou seja, o fato do homem confiar em algo
além de si e de suas próprias forças é pelo desejo de garantir o sustento do corpo, a necessidade de
comida e principalmente de sobrevivência. A partir daqui, notemos que o senso religioso humano se
expande e no decorrer da história vai se aprimorando e criando mais detalhes, pormenorizando a
relação entre humano e divindade, aproximando estes dois pela necessidade que um tem do outro,
e ao mesmo tempo os distanciando, uma vez que no ser divino se encontra a plenitude e poder e no
homem acentua-se sua fraqueza e imperfeição.

A Institucionalização do Sagrado - Expressões


da Religiosidade

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Perceba que a maioria dos empreendimentos começam pequenos, modestos, com um ou dois
colaboradores, geralmente membros da família, o que reforça ainda mais o seu caráter artesanal.
Com a fé e o sentido de sagrado foi a mesma coisa. Partindo da experiência informal, da intuição do
homem natural, a fé foi paulatinamente institucionalizada, atendendo a ritos, símbolos, criando
hierarquia e assumindo um formato próprio de linguagem, pensamento, vestimenta etc. O resultado
disso foi a formalização da religiosidade. Antes de adentrarmos essa questão, devemos lembrar qual
a diferença entre religião, religiosidade e espiritualidade, em poucas palavras.

De acordo com Gomes, Farina e Dal Forno (2014), a Espiritualidade é algo intrínseco, que move o
ser humano na busca por aquilo que lhe dá sentido à vida. Sem qualquer obrigação com a religião, a
espiritualidade se define no jeito de ser, de enxergar e viver a sua realidade. É por ela que buscamos
o sagrado. Já Religião é o conceito institucional, no qual se adere a uma crença por ser ela, segundo
o fiel, o caminho para a salvação e encontro com o ser divino. Nela há um espaço formal de
encontro, hierarquia e ritos. Por último, a Religiosidade seria a expressão da religião do crente, ou
seja, é a prática daquilo que ele considera como verdadeiro e digno de fé. Religião e religiosidade
são indissociáveis, pois, toda prática de religiosidade está ligada a uma verdade de fé professada por
uma instituição.

Contudo, há outras interpretações a respeito dessa afirmativa. Autores como o professor Ivan
Aparecido Manoel, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, afirmam que a
religiosidade é, na verdade, uma característica intrinsecamente humana que foge aos dogmas
religiosos na busca pela liberdade de expressão e fé. Sem qualquer compromisso com as
instituições religiosas, em especial, as de crença monoteísta, a religiosidade se fez historicamente a

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partir do impulso humano de responder aos anseios de seu íntimo no que tange à sua identidade
(MANOEL, 2007). O autor apresenta tal pensamento da seguinte forma:

Por essa razão, as práticas da religiosidade, muitas vezes entendidas como bruxaria,
feitiçaria, “espiritismo”, nada mais são do que manifestações não institucionalizadas da
religiosidade e exatamente por isso são sincréticas, livres e além de qualquer ortodoxia
dominante (MANOEL, 2007, p. 107).

Se levarmos em consideração as definições de espiritualidade, religião e religiosidade trazidas por


Gomes, Farina e Dal Forno (2014), bem como a que é apresentada por Manoel (2007),
encontraremos nelas certa relação, ou então instrumentos suficientes para uma leitura crítica acerca
desse assunto. Mas antes, para complementar a nossa reflexão, temos que registrar a atualidade
dessa temática, tendo em vista que o estudo sobre o significado da religiosidade é estudado ainda
hoje, bem como apresentado em artigos que dissertam sobre esse assunto. É o caso de um
experimento realizado por Zinnbauer e apresentado por Alminhana (2015) nos seguintes termos
que certamente merecem ser lidos na íntegra:

O estudo desenvolvido por Zinnbauer et al. é um dos poucos que compararam


empiricamente religião e espiritualidade a partir de autorrelatos. Os autores investigaram
uma amostra de 346 participantes, divididos em 11 grupos de diversos contextos
religiosos. Os resultados do estudo mostraram que os termos religiosidade e
espiritualidade parecem constituir, em parte, diferentes conceitos. Como esperado,
‘espiritualidade’ foi descrita com mais frequência em termos pessoais ou experienciais. Por

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outro lado, as definições de ‘religiosidade’ incluíram tanto as crenças pessoais (Deus,


‘Poder Maior’) como também as crenças e práticas ligadas à organização ou à instituição.
Além disso, embora religiosidade e espiritualidade pareçam descrever conceitos diferentes
eles não são completamente independentes. Houve uma correlação modesta, mas
significativa, entre religiosidade e espiritualidade, sendo que 74% dos participantes se
consideraram ao mesmo tempo religiosos e espirituais. Apenas 19% dos participantes
descreveram a si mesmos como “espirituais, mas não religiosos” (ALMINHANA, 2015, p.
30).

A religiosidade pode e deve ser a expressão dos preceitos de fé apresentados pela religião. Digamos
que o princípio de toda crença e devoção advém de uma perspectiva religiosa. Na fé católica, por
exemplo, a devoção aos santos e santas surge pela ênfase que a história da Igreja deu a estes
personagens, apresentando-os como modelos de vida, serviço, dedicação e abnegação de suas
vontades para cumprirem a vontade de Deus. Em outras palavras, os santos católicos são, na
história dessa instituição, os guardiões que afirmam e validam a fé, dão a ela o valor necessário para
que seja algo que saia da teoria e vá para uma prática efetiva.

Contudo, o poder conservado pela Igreja Católica ao longo dos séculos lhe rendeu mais que
autoridade espiritual, mas também política. Isso fez com que o seu modelo de fé se tornasse o
modelo de vida social, de comportamento público, sendo toda e qualquer expressão diferente
daquela que fora validada por seus dogmas, indignas de crença, bem como de respeito. O resultado
foi o uso da força como estratégia para banir as demais expressões religiosas, porém, sem êxito,
tendo em vista que, como trabalhado até aqui, o que se buscava não era a competição com a

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instituição religiosa, mas o encontro com o transcendente de maneira autônoma, sem qualquer
princípio a ser seguido a não ser a expressão autônoma dos sujeitos.

Essa tendência pela busca de uma religiosidade feita na liberdade e muitas vezes na individualidade
não ficou estagnada na história da Idade Média. Ainda hoje o que se constata é um crescente
número de religiões e, consequentemente, os modos de se viver a fé faz com que cresça o número
de expressões de religiosidade, porém, nem sempre ligadas a algum tipo de instituição.

Deste modo, o que se registra na atualidade é que as religiões e as religiosidades estão,


cada vez mais, disseminadas, diversificadas, nutridas e alimentadas, apesar de também
questionadas, investigadas, ou mesmo deslocadas para outras modalidades de cunho
extraeclesiástico (FREITAS; PIASSON, 2016, p. 104).

Nesse fenômeno, vemos que o ato religioso pode ser lido pela ótica da cultura. O homem em cada
época se comunica consigo, com os demais e com o transcendente de maneiras inusitadas e únicas.
A liberdade de ser homem e mulher, fortemente influenciada pelo momento histórico em que
vivemos (conquista de direitos, o politicamente correto, a valorização dos estudos), faz com que,
semelhante a um produto, as pessoas não queiram mais encontrar algo na fé, mas a sua busca se
constitui na procura por si mesmos e na sua autocompreensão. Tal comportamento não é atual,
mas remonta a períodos anteriores, como, por exemplo, o surgimento da mitologia.

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praticar
Vamos Praticar
A pintura rupestre, arte exercida pelo homem pré-histórico, é compreendida pelas pesquisas arqueológicas
e históricas como uma expressão religiosa. De que modo essa pintura representa um sinal de fé do homem
já nos primórdios da história da humanidade?

a) Elas retratavam a caça e a crença do homem pré-histórico de que, ao pintá-las nas paredes conseguiria capturá-las com
mais facilidade.
b) A fé do homem pré-histórico estava na certeza de que sua presa era um presente divino, por isso o ato de pintá-lo nas
paredes das cavernas.
c) As pinturas rupestres eram feitas para demonstrar o temor que o homem primitivo possuía das caças e de seus inimigos.
Elas serviam de apoio emocional para encorajar o caçador.
d) O homem utilizava da pintura como uma forma de registrar sua história para seus descendentes compreenderem o modo
como eram realizadas as caçadas.
e) Todas as pinturas cumpriam com um papel afetivo. Ou seja, os homens as pintavam na busca de sentirem-se motivados
pela vitória alcançada nas caçadas.

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O Mito como Expressão


de Fé?

Quando você ouve a palavra ”mito”, o que vem à sua mente? Qual a relação que ela tem com o seu
conhecimento e com a rede de informações que você possui? Talvez esta palavra faça você pensar
em algum tipo de história, ou para aqueles que gostam de mitologias nórdicas, gregas etc. se
lembrem dos seus personagens. Contudo, o dicionário Aurélio online, dentre as nove definições
trazidas sobre mito, apresenta uma que nos auxilia a compreender o sentido histórico e cultural que
ele possui.

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Narrativa de teor fantástico e simbólico, normalmente com personagens ou seres que


incorporam as forças da natureza e as características humanas.
Algo ou alguém cuja existência não é real ou não pode ser comprovada.
Crença construída sobre algo ou alguém; mitologia: o mito da Fênix.
Ocorrência ou ação extraordinária, fora do comum, normalmente excessiva e deturpada
pela imaginação ou pela imprensa.
[Pejorativo] Conhecimento inverídico e sem fundamento: o mito de que o povo não
aprecia música clássica.
Relato sobre fatos e tempos heróicos que, normalmente, carregam certo teor de verdade.
Forma representativa de fatos ou ícones históricos, idealizados pela literatura oral e
escrita: o mito de Joana D'arc.
Expressão figurada, não real, de qualquer outra coisa; alegoria.
Modo idealizado de representar um momento, passado ou futuro, da humanidade (MITO,
2019, on-line).

De acordo com Aranha e Martins (2018), a primeira definição de mito traz consigo um caráter
histórico, no qual as narrativas não são falsas, apenas dão a personagens divinos e/ou humanos
poderes sobre a natureza, o tempo, as coisas. Podemos citar o exemplo da mitologia grega. Ela,
permeada pelos saberes populares, se tornou com o passar do tempo a maneira de validar a vida
social; até mesmo as regras da Pólis (cidade-estado) se baseavam nas verdades fixadas pelos contos
trazidos pela literatura de Homero e Hesíodo, dois poetas gregos famosos por registrarem e
difundirem histórias sobre a origem do mundo, dos deuses, da natureza, sempre tributando às
divindades a origem dos fatos e a causa de suas alegrias, preces, sofrimentos, conquistas e derrotas.

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Na verdade o que podemos afirmar é que as manifestações religiosas são características de


praticamente todos os povos, pois todo grupo no seu processo de estruturação social e política
acaba se encontrando com o dilema de interpretar e dar significado àquilo que é o sagrado. Todavia,
desejamos nos atentar neste momento à cultura e religião gregas e à seguinte pergunta: o mito
grego deve ser considerado como uma religião?

Talvez você pergunte o porquê de nos concentrarmos exatamente na mitologia grega, sendo que
existem outros povos como os egípcios, persas e os da mesopotâmia, por exemplo, que também
possuíam uma vasta estrutura mitológica do mesmo período, ou até mesmo mais antigas que os
gregos!

No entanto, é preciso entender que as culturas grega e romana foram fortemente influentes para a
constituição do nosso pensamento contemporâneo. A racionalidade grega, por exemplo, foi quem
nos deu os primeiros filósofos do ocidente, como Tales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro,
Hipócrates de Cós (considerado o pai da medicina antiga), bem como os clássicos Sócrates, Platão
e Aristóteles que serviram de base para toda a construção do intelecto moderno.

Em se tratando da religião grega – a qual denominamos de mitologia - essa teve sua origem
provavelmente por volta do século VII a. C. e fora fortemente difundida por toda a Grécia e
posteriormente por todo o mundo após o período Helenístico no século IV a. C. Ou seja, as crenças e
o intelecto grego se difundiram mundo afora, exatamente por despertarem fascínio em todos que a
conheciam, dando explicações inteligentes e engenhosas sobre o funcionamento da natureza e seus
comportamentos até então enigmáticos.

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Emoções, sentimentos, comportamentos da natureza e do homem eram interpretados como


manifestações ou seres divinos, muitos desses considerados como filhos de deuses e que
carregavam no nome aquilo que era próprio de sua natureza.

Apesar da mitologia grega ser considerada morta, as suas narrativas ainda são lidas e preenchem as
telas do cinema e televisão. Outro fator importante acerca da mitologia grega é que desse período
encontramos documentos e relatos manuscritos das práticas religiosas dos povos, nos dando assim
maior propriedade ao tratar sobre seus costumes e crenças.

Sobre a criação humana, por exemplo, a explicação é realizada a partir da crença nos deuses. O
homem é esculpido com matérias da natureza, a terra, a água, que dão a forma do ser à semelhança
dos deuses. E que deuses são estes? Vários! Na mitologia grega, segundo Bulfinch (2002), o número
de deuses se estende e passa por gerações, começando com os titãs até chegar aos mais
conhecidos da cultura grega, os deuses do Olimpo.

Podemos afirmar que são vários os deuses, pois, apesar dos deuses olímpicos serem um número
limitado, em cada comunidade ou vilarejo o povo fazia suas preces e rendia suas devoções a seres
particulares, deuses, ninfas, profetas etc., todos estes vindos da tradição familiar ou local. Alguns
exemplos: Pã, o deus dos bosques e dos campos; Nereu, que possuía dom da profecia, Leucoteia e
Palêmon que foram feitos deuses e eram protetores dos marinheiros; e outros pequenos que eram
cultuados naquela época.

Diferente das manifestações sagradas do homem Paleolítico Superior, agora vemos que as
divindades possuem nomes, características próprias e personalidade única. Sobre os deuses do

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Olimpo, vejamos quem eram e suas principais características.

01 - Zeus: Considerado o deus do tempo e das chuvas. Possuía grande poder e comando de todo o
Olimpo, pois fora ele quem destronara seu pai, Cronos, pertencente à linhagem dos titãs. Cronos
devorava tudo que lhe rodeava, inclusive seus próprios filhos. Zeus possuía em suas mãos um raio,
de grande força e estrondoso som durante as tempestades. Casado com sua irmã, Hera.

02 – Poseidon: deus dos mares e oceanos, irmão de Zeus, Hera e Hades, possuía um tridente
(espécie de grande garfo) em suas mãos e movimentava as águas e até afundava cidades para se
vingar de seus inimigos.

03 – Hera: era deusa do matrimônio e do parto. Popularmente conhecida por seu ciúme e vaidade.
Orgulhosa, sofria com as traições de seu marido, Zeus, e sempre tentava se vingar de suas amantes.
Seus símbolos eram seus animais e frutas preferidas, como o pavão e a romã.

04 – Afrodite: deusa do sexo e do amor, possuía vários amantes apesar de ser casada com Hefesto.
Sua beleza superior às demais deusas lhe fazia ser vítima de inveja. De suas relações extraconjugais
tivera vários filhos. O mais conhecido é Eros, também chamado de Cupido, o deus da paixão.

05 – Ares: este é o deus da guerra, que a praticava por puro prazer. Adotado como patrono da
cidade de Esparta, era temido pelos povos por sua frieza e crueldade frente à dor humana em
batalha. Filho de Hera e Zeus, também principal amante de Afrodite.

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06 – Dionísio: um dos deuses mais cultuados na antiguidade grega por ser o deus do vinho, das
festas e do sexo livre. Sua festa era celebrada anualmente, regada a bebidas e orgias e seus
participantes ao se verem inebriados acreditavam estarem possuídos por Dionísio.

07 – Atena: era a deusa da sabedoria e da estratégia, famosa por sua inteligência e aptidão ao
organizar emboscadas para o inimigo de guerra. Atena era patrona da cidade de Atenas, filha de
Zeus surgida da cabeça de seu pai. Mantivera a sua virgindade e se recusara a casar.

08 – Apolo: outro deus extremamente conhecido e cultuado pelos gregos. Apolo é filho de Zeus e
possuía grande beleza e vaidade. Considerado patrono dos músicos, compunha músicas para os
demais deuses ouvirem. Sempre carregava consigo seu arco e flecha.

09 – Ártemis: virgem, deusa da caça e dos animais, era irmã gêmea de Apolo e vivia em meio às
florestas e aos animais. Renunciara ao matrimônio.

10 – Hermes: o deus mensageiro que tinha acesso livre ao mundo subterrâneo para levar e trazer as
mensagens de Zeus. Possuía um par de sandálias com asas e com elas voava ligeiramente de um
lado para o outro. Em uma de suas mãos levava um caduceu (vara entrelaçada por duas serpentes),
símbolo atual da medicina.

11 – Deméter: filha de Zeus e deusa da agricultura, teve vários filhos com Perséfone (que foi raptada
por Hades para o submundo), tinha uma vida promíscua e era muito cultuada pelo povo.

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12 – Hefesto: o deus do metal e do fogo, filho de Zeus e Hera, marido de Afrodite. Era muito feio,
porém sábio. Fora traído diversas vezes por sua mulher, no entanto, como vingança lhe prepara
uma armadilha prendendo a ela e seu amante Ares numa rede de fios transparentes. Para mais
humilhá-los chama a todos os deuses para verem a cena.

13 – Hades: deus do submundo, onde habitavam os mortos, irmão de Zeus, Poseidon e Hera. Todos
os gregos o conheciam e lhe temiam, evitando até mesmo dizer seu nome, para que assim não o
atraíssem. Um de seus poderes era a invisibilidade que lhe permitia andar sem ser notado. Apesar
de estar na lista dos deuses olímpicos, Hades passava maior parte do tempo no submundo, onde
era senhor.

Os aspectos da religião grega nos permitem compreender a relação que o homem tem com o divino
e como este incidia diretamente na sua vida. Ou seja, mais que preceitos meramente ilustrativos de
cunho moralizante e dogmático, vemos nesse período histórico que os deuses gregos eram
representados por traços intimamente humanos. É a perfeição que se aproxima do imperfeito e
eleva as relações e ações humanas e faz da traição, ciúmes, inveja, ódio, amor, bondade,
companheirismo e etc. atributos dignos até mesmo dos deuses.

Diferenciando Mito de Religião


Nesse contexto, o mito tem função cultural, é histórico e representa a leitura do homem sobre sua
origem, o que futuramente a filosofia substituirá pela clássica pergunta “de onde viemos?”. O querer

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descobrir sobre si, sua verdade e sua essência, são questionamentos que ainda hoje ocupam a
nossa mente e ações, porém, a contemporaneidade nos privilegiou com o saber científico
aprimorado, capaz de fazer investigações genéticas, mapear dados, espaços geográficos e períodos,
nos tornando senhores da informação a ponto de termos autonomia para a dúvida, para o
questionamento e para a possibilidade de novas ideias e informações. Porém, num período em que
nada disso era possível, o que restava ao povo era criar hipóteses sobre sua origem e responder aos
fenômenos da natureza e do homem a partir de interpretações religiosas.

Em contrapartida, apesar do vínculo natural que se faz do mito com a religião, temos esta segunda
como uma experiência distinta, com seus atributos e condições próprias de existência. A religião
denota uma reflexão inovadora sobre o mundo, isso quando comparada com a mitologia, pois o
foco de suas esperanças está numa perspectiva futura. Ela possui uma história, porém não se limita
a esta, pois, acredita que num determinado momento da história da humanidade o processo de
apresentação do novo aconteceu e deseja acontecer a cada dia. É o que nos apresenta Galimberti:

É preciso distinguir rigorosamente entre mito e religião e evitar a confusão que sempre
surge quando se fala, por exemplo, de “mito judaico-cristão” ou de “religião grega”. Mito é
a busca da origem, sua recuperação e reproposição; religião é anúncio de redenção, suas
figuras são a esperança e a fé no que há de vir (GALIMBERTI, 2003, p. 83, grifo do autor).

A religião aborda os fatos passados, porém com os olhos no futuro. A sua dinâmica privilegia a
história como exemplo de fé e perseverança, insistindo para que todos os que se dizem crentes nas
palavras e ensinamentos trazidos por seus livros sagrados e líderes religiosos sigam o mesmo

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caminho de perseverança e fé. Tal experiência não se distancia de nosso contexto, a ponto de o
vermos reproduzido nas diversas situações de nosso cotidiano. Muito mais que lendas, há mitos que
ainda ocupam nossa imaginação e cultura nos dias de hoje.

praticar
Vamos Praticar
A atividade religiosa é própria do ser humano e cumpre com uma função cultural, social e afetiva, sendo o
homem religioso alguém que se identifica com os preceitos ensinados, a ponto de reproduzi-los livremente
ao mesmo tempo que ensina aos demais os valores aprendidos. A partir dessa afirmativa, é correto dizer
sobre a religião:

I - a expressão religiosa está presente em todas as culturas, porém, de diferentes formas, mas todas
demonstram a crença em algo/alguém superior ao homem;

II - a transmissão dos valores religiosos é feito geralmente pelo medo da punição prometida nos textos
sagrados;

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III - apesar da distinção entre mito e religião, ambos cumprem com uma função histórica e de complemento
do significado da vida em sociedade;

IV - mito e religião são a mesma coisa. O que difere um do outro é o período de existência, sendo o mito
manifestação própria do século VI e VII d. C., enquanto que a religião surge a partir do século IV d. C.

Estão corretas as seguintes afirmativas:

a) I, II e III.

b) II e III, apenas.

c) I e III, apenas.

d) IV, apenas.

e) I, II e IV, apenas.

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Símbolos Religiosos

A religiosidade pode adquirir diversas expressões. De acordo com Gomes, Farina e Dal Forno (2014),
pesquisas realizadas entre 2009 e 2012 demonstraram que o conceito de religiosidade está
intimamente atrelado à expressão subjetiva da fé. Por vezes, ela pode se dar pelo simples desejo de
busca individual de ligação entre o indivíduo e o divino, em outros casos, ela representa a crença
advinda da tradição cultural. Um exemplo que podemos citar de religiosidade popular é a festa do
Círio de Nazaré, na qual se encontram estes dois fatores. Ou seja, nela está presente tanto a

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devoção dos fiéis à Nossa Senhora de Nazaré, como a tradição cultural de tal evento que ocorre há
anos na mesma cidade, numa procissão que percorre os mesmos locais.

saiba mais
Saiba mais
A celebração do Círio de Nazaré ocorre desde 1973, e é
considerada desde 2013 como patrimônio da humanidade
pela UNESCO. Sempre no mês de outubro os fiéis se
reúnem na cidade de Belém, no Pará, para realizarem tal
evento. Saiba mais sobre a festividade assistindo o curta
intitulado “O legado de Plácido - história do Círio de Nazaré”.

ASSISTIR

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Em situações como estas é que vemos a importância que o símbolo possui para o fiel, como é o caso
do Círio de Nazaré. O esforço realizado pelos peregrinos no intuito de tocar no cordão e, quem sabe,
conseguir levar um pedaço dele para casa no final da procissão indicam o poder e a força presente
naquele objeto que, para muitos, é somente um pedaço de corda.

Aqui, o que está em discussão não é a validade da fé sobre o símbolo, mas o quanto ele significa
para os que dele utilizam para demonstrarem sua fé. Diante desse contexto, é possível definir duas
características/funções do símbolo religioso para os fiéis, conforme nos indica Souza (2015), a partir
de uma leitura de Iuri Lótman, historiador cultural e considerado primeiro estruturalista.

Lótman também distingue entre dois tipos de visão do funcionamento do símbolo. De um


lado, há aquelas que entendem o símbolo como um signo que aponta para outro signo,
que pertence a outra ordem de significação ou a outra ordem ou linguagem. De outro
lado, há as que entendem o símbolo como uma entidade que aponta para uma
dimensão maior e não semiótica da realidade. Nessas visões, o símbolo apontaria para o
transcendente, o numinoso, o inefável (SOUZA, 2015, p. 73).

Em Lótman, o símbolo age como um condensador cultural, unindo elementos do passado e do


futuro e dando uma identidade para determinada sociedade e seus membros. Segundo Souza
(2015), mais que significar algo em si mesmo, o símbolo tem a função de apontar para outro objeto,
isto é, ao olhar para ele, logo somos levados a uma outra coisa, outro objeto.

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Entretanto, para o indivíduo religioso, o símbolo transcende e indica algo ou alguém maior que ele.
Como temos diversas denominações religiosas, não teríamos tempo nem espaço para tratar de cada
uma e de seus símbolos. Porém, mais que destinarmos nossa reflexão para cada uma das religiões,
vale o discurso em si, a ideia de que somos seres simbólicos e aquilo que eles despertam em nós.

O efeito que os símbolos geram em nós afeta diretamente na memória cultural tanto no nível
pessoal quanto no social. Com a capacidade de mover-se nos diversos segmentos sociais, a sua
utilização confere aos indivíduos a sensação e lembrança de pertença a algo ou alguém. O anel de
compromisso é um belo exemplo disso, pois, sua representação cumpre com um papel particular
entre duas pessoas que o utilizam para representar o seu amor e compromisso. Ao mesmo tempo,
todos que o enxergam em um dos dedos da pessoa, já podem deduzir que ele(a) está namorando, é
noivo(a) ou casado(a).

Por essas propriedades, símbolos podem também servir como elementos estabilizadores
que promovem uma unificação social e impedem a desintegração de uma cultura. Por
exemplo, é um subconjunto de símbolos dominantes (a bandeira, o hino, o esquema de
cores) que normalmente promove um senso de unidade cultural ou nacional. O mesmo
ocorre no caso da manutenção de uma identidade de grupo em torno de um time de
futebol, por exemplo (SOUZA, 2015, p. 75).

Portanto, o símbolo indica a necessidade de pertença, de identidade do indivíduo e da sociedade. No


caso do ser religioso, os símbolos dizem um pouco mais que isso e expressam aquilo que não é
possível traduzir, compreender, somente crer. Essa é a explicação trazida por Carl Jung.

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Jung afirma que, no caso do catolicismo, por exemplo, o símbolo significa um substituto de um fato
transcendente em sentido psicológico, que não pode ser explicado racionalmente. O seu maior
exemplo é o caso da trindade, expresso no símbolo apostólico (oração do credo), onde a figura de
um deus uno (uma vez que a fé cristã é monoteísta) é subdividida em mais duas pessoas, a saber, o
filho e o espírito santo. Aqui o símbolo da trindade cristã se configura em três pessoas que não
podem ser esclarecidos racionalmente, sendo sua compreensão mistério da fé (JUNG, 1983).

Sem menosprezar o símbolo religioso, o que o psicólogo suíço quer demonstrar é que tais ideias não
se dão, numa leitura científica, por revelação divina, mas são construções culturais, produções
coletivas que expressam a fantasia. Há nos símbolos uma produção consciente e inconsciente,
sendo o símbolo em si a expressão consciente, enquanto que o inconsciente se dá no próprio
significado que a cultura e humanidade dão para tal objeto (RODRIGUES, 2015). Tal entendimento
reforça a ideia inicial do símbolo como componente cultural, pertencente à tradição e que gera
sentimento de pertença e entendimento dos fatos e sociedade.

praticar
Vamos Praticar
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É possível afirmar que, praticamente todas as religiões possuem símbolos que as identifiquem, ou então
que compõem o quadro de significados sobre sua origem, expressão de fé etc. Dessa forma, o símbolo
cumpre uma função quase que única na vida do religioso e de todo homem. Qual seria esse significado?

a) O símbolo é o responsável pela expressão do que significa aquela fé, ou grupo, ou prática religiosa. Ou seja, sem religião
não há símbolo.
b) Todo símbolo provém de alguma coisa. Por esse motivo, quando olhamos para ele logo devemos identificar a qual grupo
e/ou instituição ele pertence.
c) O símbolo é uma expressão humana, indica algo e tem uma mensagem que vai além de si próprio. Por esse motivo, ele não
se encerra em si mesmo, mas sempre indica algo.
d) No caso do símbolo religioso, ele não deve ser considerado como humano, mas divino. É uma manifestação do sagrado
materializada.
e) Todo símbolo representa algo maior que ele. Portanto, o símbolo é um gesto de fé e, portanto, não deve ser entendido,
apenas admirado em suas características próprias.

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A Experiência Religiosa

A experiência religiosa tem se tornado um fenômeno contemporâneo, tendo em vista o aumento


pela sua procura. De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (a partir das pesquisas realizadas em 2010), o número de pessoas que
aderem a uma religião ou praticam exercícios de relaxamento espiritual, como meditação e yoga,
cresce consideravelmente a cada ano. Temos como exemplo, o notável aumento de evangélicos no
país, conforme nos apresenta a pesquisa:

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Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período


intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a
22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3
milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6% (CENSO DEMOGRÁFICO,
2010).

Frente a esta crescente busca pela experiência religiosa, inúmeras são as explicações do ponto de
vista das perspectivas, psicológicas, religiosas, sociais, econômicas etc. Todas possuem seu
fundamento e validade, cabendo a nós nesse estudo discutir acerca daquilo que tais pesquisas nos
trazem. A experiência religiosa contrasta com uma realidade contemporânea, que é o esvaziamento
das relações harmoniosas, do convívio pacífico e da ideia de compaixão. Seja no propósito de fazer a
diferença, ou então na possibilidade de usufruir de tal comportamento escasso, o que movimenta os
homens a buscar o contato com grupos e experiências espirituais é a necessidade e o desejo de
retomar uma dinâmica espiritual (STAUDT; SANTOS; BITARELLO, 2016).

Tal dinâmica se perdera com o passar dos anos, e nós bem sabemos disso, observamos que o
comportamento social, político e econômico tem se alterado. Apesar dos avanços tecnológicos, a
vida em sociedade tem se tornado cada vez mais exigente e, até mesmo perigosa, pois, as garantias
mínimas para a convivência têm se perdido em meio a individualidade que cresce substancialmente.

Isso nos leva à reflexão acerca do processo de repetição pelo qual passa a história. Em outras
épocas, o debate sobre o desordenamento do homem foi o mesmo, pois, frente às mudanças
sociais que surgiam, o que se questionava era a capacidade do homem de se encontrar. Rousseau,

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no século XVIII, se tornou protagonista dessa investigação ao perceber que os valores sociais haviam
corrompido o gênero humano, restando apenas uma reforma nos valores e cultura a partir da
educação.

Rousseau se apresentou como o emissário da verdade humana, rejeitando toda


organização social existente, não se entregando aos mandos que seu status e condição
social lhe impuseram. Por esse motivo, seus escritos se tornaram marcantes ao traduzir os
sentimentos daquela época, pois, certamente, não seria ele o único a se sentir oprimido
pela política e as desigualdades do Ancien Régime francês, que exaltava uns e diminuía
outros (ALVES, 2019, p. 22-23).

Ou seja, o sentimento de desamparo frente ao contexto social não é uma excepcionalidade nossa! O
possível mal-estar diante dos fatos da vida aflige o homem em todas as épocas, e em cada uma
delas, ele busca responder e solucionar os problemas de um jeito específico (STAUDT; SANTOS;
BITARELLO, 2016). A falta de esperança no progresso humano e o sentimento de abandono e
iminente extinção de valores historicamente adquiridos faz com que muitos procurem na religião a
paz de espírito e o bem-estar que tanto lhes falta na relação com demais.

Numa leitura psicológica, a psicanálise freudiana interpretará o ato religioso como semelhante aos
atos obsessivos, oriundos da relação que o religioso possuía com o pai. Isso indicaria o ato religioso
como expressão de carência e dependência do fiel, conforme se sentia quando criança e precisava
do socorro paterno, assim ele se coloca diante da ideia de Deus, na busca por ajuda e atenção.
Martes e Martins (2016) falam que Deus seria um pai grandioso, no qual o homem deposita sua

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confiança e apela diante de determinadas situações. Nisso a religião, segundo Freud, seria a matriz
formadora de determinados valores que, quando se deparam com os desejos do indivíduo, geram
um conflito, uma neurose. [Quando?] Isso ocorre, pois, há o embate das ideias que foram
formuladas por uma educação rígida ou disciplinadora, diante do desejo e a vontade humana.

A vontade consciente do sujeito, que neste caso é o interesse religioso, está satisfeita com a
situação atual dos complexos enraizados de crença na felicidade e salvação e joga a favor
do querer consciente e repressor. Demonstra com esta situação que a religião pode ser
um fator patogênico, atuando como um oponente dos desejos, o que, muitas vezes, é
decisivo para o surgimento das neuroses. É uma luta irreconciliável, o desejo sempre
buscando se libertar [...] (MARTES; MARTINS, 2016, p. 40).

Tanto o religioso quanto o obsessivo utilizam do cerimonial como uma forma de inibir a culpa
recalcada da infância. Nisso, alguns comportamentos são considerados como proibidos, ou então,
poderão ser permitidos somente após o cumprimento de um ritual. O que difere o comportamento
obsessivo do religioso é que, o ato do obsessivo é particular, ou seja, ele se limita a sua ação
individual no cumprimento de certos atos. Em contrapartida, o religioso atesta o ritual a partir da
aceitação e prática comunitária, onde todos participam da mesma sequência cerimonial.

Essa interpretação considerada pessimista pelo viés religioso, possui a sua importância, tendo em
vista o número de psicólogos que interpretam o religioso por essa perspectiva, bem como as
pesquisas que se fundamentam numa leitura psicanalítica. Porém, pesquisas modernas

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demonstram o fenômeno religioso intimamente ligado a outras perspectivas que não se baseiam
em investigações sobre a infância, mas aos benefícios da fé, sobretudo no âmbito da saúde.

Giglio (2014) reafirma o papel da religião e seus efeitos para a humanidade desde os primórdios da
história. Sendo as primeiras manifestações da medicina realizadas por curandeiros e sacerdotes, a
religião ocupava lugar de destaque na vida da sociedade pelo trabalho de cura física e alento
espiritual. Apesar da separação entre medicina e a religião promovida por Hipócrates de Cós (460-
370 a.C.), Giglio acredita que a relação entre ambas se mantém atual, sobretudo quando se
identifica o ofício do médico como vocacional.

Uma separação completa entre medicina e religião, imprescindível para garantir o


progresso da primeira, todavia não permitiria um entendimento mais completo do ser
que sofre ao padecer de uma enfermidade. Por isso, ao longo dos séculos que se
seguiram, haveria sempre um pouco de religião na medicina. Daí derivam, a meu ver, as
percepções da medicina como um sacerdócio e da função apostolar do médico [...]
(GIGLIO, 2014, p. 62).

Mais que isso, o que se afirma em outras pesquisas é o uso da religião como inibidor de
comportamentos de risco e uso de drogas ilícitas e álcool. Além de promover bem-estar, a
experiência religiosa compõe atualmente a identidade e subjetividade dos indivíduos, sendo
instrumento de investigação na busca por um perfil comportamental, psicológico, emocional etc.

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Por fim, o que tal reflexão nos apresenta é, primeiramente, a impossibilidade de um diagnóstico
único sobre o papel da religião no comportamento humano. Ao mesmo tempo, o que se evidencia é
que ela permeia a relação do homem com ele mesmo, com o outro e com o transcendente, o que
interfere diretamente na sua visão de mundo e sociedade.

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reflita
Reflita
Muitos intelectuais buscam compreender o
significado da experiência religiosa a partir de
técnicas, especialistas, leituras teóricas e tantos
outros caminhos. Porém, antes de qualquer
compreensão científica e aprendizado
sistematizado, a experiência religiosa deve ser
sentida, experimentada, saboreada pelo
pesquisador. Saberão o que diz a letra, mas
perderão a alma da espiritualidade, pois, a essência
do religioso nem sempre se compreende, apenas
se vive.

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praticar
Vamos Praticar
A experiência religiosa perpassa uma leitura individualizada do sujeito que, ao observar o fenômeno de fé é
tocado por ele de modo particular, podendo sua experiência se tornar coletiva a partir do momento em que
se deseja transmiti-la. Sobre a experiência religiosa, é correto afirmar que:

I - ocorre a partir da institucionalização religiosa, ou seja, com a criação de templos, imagens e locais
considerados sagrados;

II - o que se diz religioso pode ser diagnosticado por alguns ramos da psicologia como obsessivo, levando
em consideração a semelhança de seu comportamento com tal perfil;

III - a psicologia não encontra espaço sólido para a compreensão da religião como fenômeno saudável e
aconselhável;

IV - a religião faz parte da construção da personalidade humana, portanto, deve ser discutida à luz da razão.

Estão corretas as seguintes afirmativas:

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a) II, III e IV, apenas.

b) I e IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) II e IV, apenas.

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indicações
Material
Complementar

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LIVRO

Psicologia da Religião ocidental e oriental


Jung, C. G.

Editora: Vozes

ISBN: 978-3639751475

Comentário: O texto de Jung apresenta detalhadamente as expressões


religiosas, sobretudo a interpretação dos símbolos cristãos e os da
religião oriental como o budismo. Após descrever os rituais em cada um
deles, o autor tece seus comentários numa interpretação psicológica de
cada tema.

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FILME

O Código da Vinci
Ano: 2006

‍Comentário: O filme retrata a história do professor simbologista Robert


Langdon e sua busca pela compreensão das mensagens ocultas
deixadas após o assassinato do curador Jacques Saunière. Sua
empreitada será decisiva na descoberta de uma sociedade secreta que
esconde um segredo há quase dois mil anos. Este filme mostra bem o
papel dos símbolos e a experiência religiosa obsessiva.

TRAILER

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conclusão
Conclusão

Ao longo desta unidade estudamos sobre a história do surgimento da religiosidade e o modo como
ela se organizou na Grécia Antiga a partir da mitologia. Fizemos a distinção entre religião e mito
como uma ponte para a temática dos símbolos religiosos. Neste último, nossa reflexão se deteve em
compreender como o símbolo agrega na vida do religioso e qual a sua relação com a religiosidade, a
religião e a espiritualidade. Por fim, ao discorrermos sobre a experiência religiosa, nossa abordagem
foi investigativa e buscou apresentar o crescimento de denominações religiosas em nosso país, bem
como o modo que a psicologia interpreta tal expressão, levando em consideração que a experiência
religiosa é atualmente um dos componentes da vivência humana.

f ê i
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referências
Referências
Bibliográficas
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