Hidrogeografia
Hidrogeografia
Hidrogeografia
Tema do trabalho:
Código։ 708220323
Disciplina: Hidrogeografia
Turma: E
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Conteúdos
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
1.1. Justificativas................................................................................................................. 3
3. Metodologia ...................................................................................................................... 12
5. Conclusão ......................................................................................................................... 15
Bibliografia ............................................................................................................................... 16
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1. Introdução
O presente trabalho tem como objectivo o estudo das Mudanças Climáticas e os seus efeitos
no desenvolvimento, perspectivas globais e locais. As mudanças climáticas são, sem dúvidas,
um dos maiores desafios da sociedade actual. Apesar de sempre usarmos o urso-polar como
símbolo dessas mudanças, as alterações no clima estão longe de atingir apenas esses animais.
Os impactos das mudanças climáticas são significativos e afectam desde a nossa saúde até a
produção de alimentos. A seguir, você entenderá melhor o que são as mudanças climáticas e
como elas afectam a nossa vida e a dos outros seres vivos do planeta.
Diversos desastres naturais têm ocorrido no mundo devido as mudanças climáticas. Assim,
torna-se necessário que os países criem mecanismos, adotem estratégias para minimizar os seus
impactos e proteger-se dos mesmos. No entanto, os países situados na região costeira em
particular as cidades ao longo da costa ou atravessadas por grandes rios são susceptíveis a
desastres naturais como erosão costeira, maremotos, cheias e inundações.
1.1. Justificativas
Este trabalho justifica se pelo facto de as mudanças climáticas globais podem gerar acentuados
impactos para o sector de recursos hídricos, pois estas podem modificar os padrões da
precipitação, vazão e evapotranspiração, alterando a variabilidade natural destes sistemas.
Quando a variabilidade natural dos sistemas é alterada, pode ocorrer a maior probabilidade e
severidades de extremos climáticos, como secas e cheias.
1.2. Relevância
Devido ao facto de que as mudanças climáticas geram acentuados impactos para o sector de
recursos hídricos modificando os padrões da precipitação, vazão e evapotranspiração; a melhor
compreensão entre a variação do padrão das variáveis hidrológicas e a correlação destas com
as mudanças climáticas, torna-se de grande relevância em estudos a nível de Moçambique.
Quando se trata do aquecimento global, sabe-se que cada indivíduo tem a sua percepção do
assunto. Muito embora o respeito às diferentes opiniões seja inquestionável e o debate acerca
do tema seja saudável, é preciso que se diferencie achismo de ciência. As mudanças climáticas
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infelizmente são reais e a ciência tem progressivamente trazido estudos e aplicações que
corroboram este facto.
1.3. Problematização
O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 20201
relaciona as mudanças climáticas, cada vez mais frequentes actualmente, com seus impactos
observados e previstos nos recursos hídricos.
Nos últimos anos, inúmeros estudos têm sido desenvolvidos com relação à vulnerabilidade
hidrológica devido às alterações climáticas. Pois, é sabido que as alterações climáticas se
reflectem na modificação de variáveis, como precipitação, temperatura, vento, radiação,
humidade, ou seja, variáveis representativas do clima (Amaral, et all.,2007).
✓ Até que ponto os recursos hídricos estão sendo afectados pela mudança climática e
quais as perspectivas futuras nesse sentido?
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral:
• Analisar o impacto das mudanças climáticas, seus efeitos aos Recursos Hídricos
1.4.2. Específicos
• Definir o conceito de mudanças climáticas;
• Identificar as principais causas das mudanças climáticas;
• Descrever os impactos das mudanças climáticas aos recursos hídricos.
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Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Relatório Mundial das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2020. Água e Mudança Climática: Fatos e Dados. Paris,
2020.
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2. Marco teórico
As mudanças climáticas são alterações nos padrões de temperatura do planeta, causadas por
processos naturais e pela acção humana. Essas alterações causam o aumento da temperatura e
trazem impactos para o ecossistema terrestre (Amaral, et all.,2007).
Com a rápida elevação das temperaturas devido à ação do homem, os fenômenos climáticos, a
biodiversidade e os ecossistemas são afetados, causando desequilíbrios.
Se não forem adotadas medidas para conter o aquecimento global em nível planetário, as
consequências para a vida na Terra podem ser catastróficas. O aumento das temperaturas pode
afectar a produção de alimentos e o acesso à água e os desastres ambientais se tornarão mais
frequentes
Dissemos no número anterior que Mudanças climáticas são alterações provocadas nos padrões
climáticos a longo prazo com base nas alternâncias meteorológicas, ou seja, nas condições do
tempo observadas por um período. Elas podem ser causadas por processos naturais e também
pela acção do homem.
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Para Schaeffer, et al., (2008), o aquecimento global está na origem das mudanças climáticas e
ele acontece devido à intensificação do efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural
que permite que parte da energia solar permaneça na atmosfera, mantendo a temperatura do
planeta adequada para a vida.
Como o próprio nome diz, esse fenômeno funciona como uma estufa, que retém parte
dos raios solares que entram na atmosfera, aquecendo a superfície terrestre. Caso toda
a energia fosse refletida de volta para fora da atmosfera, o planeta seria muito frio,
impossibilitando a vida. Esse efeito estufa é possível graças a uma camada de gases do
efeito estufa que impedem a reflexão de todos os raios solares. Esses gases estão
presentes naturalmente na atmosfera, mas sua concentração está sendo intensificada
pela ação do homem, especialmente pela queima de combustíveis fósseis (Schaeffer, et
al., 2008, p.98).
Além da queima dos combustíveis fósseis, o gás do efeito estufa (GEE) são emitidos também
pelas queimadas e pela decomposição do lixo. O desmatamento e a degradação das florestas é
outra causa agravante do aquecimento global, já que as plantas são responsáveis pela absorção
do CO2.2
• Ozônio (O3)
Incidência solar: A radiação solar que chega até a superfície pode variar, podendo ser mais
elevada ou reduzida em alguns períodos. Queima de combustíveis fósseis, o que emite à
atmosfera gases de efeito estufa.
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Dióxido de carbono
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Órbita da Terra: O planeta sofre variação em sua órbita segundo os movimentos que realiza, o
que faz ele receber mais ou menos radiação solar. Aumento do desmatamento, ou seja, da
retirada da cobertura vegetal (Mouchet, J. et al.,2004).
As mudanças climáticas não aconteceram de uma hora para outra. A nossa história evolutiva
está intrinsecamente ligada às alterações provocadas no clima, as quais são observadas desde a
formação do planeta Terra. Ao longo dos 4,6 bilhões de anos do planeta, o clima modificou-se.
Houve, nos últimos 400 mil anos, quatro ciclos diferentes, glaciais e interglaciais.
Nos últimos 150 anos, no entanto, o planeta teve sua temperatura aumentada de maneira
considerável. Estudos indicam que a Terra se aquece cerca de 0,2°C por década.
Estudos feitos pela Nasa e pela Noaa (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional)
mostram que a temperatura registada na Terra em 2018 foi a quarta mais alta nos
últimos 140 anos. Em 2017, a temperatura aumentou cerca de 0,83ºC com base na
temperatura média registada entre os anos de 1951 e 1980. A temperatura média anual
mais alta foi registada no ano de 2016 (Mouchet, et al.,2004, p.123).
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2.1.2. Aquecimento global e a extinção de espécies: Consequências das mudanças
climáticas
A posição mais aceita pela comunidade científica é que o aquecimento global é um fenômeno
é natural, porém é intensificado pela acção do homem. Essa intensificação acontece de uma
maneira muito rápida, o que causa graves desequilíbrios para o meio ambiente.
Essa variação parece pequena, mas traz consequências graves para a sustentabilidade, já que
naturalmente essa elevação da temperatura aconteceria muito mais lentamente.
E a projeção para o futuro é preocupante: se a emissão de gases do efeito estufa não for
reduzida, dentro de 100 anos, a temperatura média global pode elevar-se em cerca de 4º C.
• Extinção de espécies;
• Alteração da biodiversidade;
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Os gases presentes na atmosfera terrestre, como o dióxido de carbono, evitam que toda radiação
solar seja devolvida ao espaço, aprisionando calor.
Quando se fala em efeito estufa, muitas pessoas associam a algo ruim, mas ele é essencial à
manutenção da vida na Terra. O problema é que esse processo natural que mantém a
temperatura média da Terra tem sido agravado principalmente pela acção humana. As
actividades industriais e o aumento de veículos que emitem à atmosfera gases poluentes são
responsáveis pela maior concentração de gases.
Como esses gases atuam na absorção de calor, esse tem sido impedido de ser devolvido ao
espaço, ficando então aprisionado na atmosfera terrestre. Esse aprisionamento tem provocado
o aumento considerável das temperaturas da Terra, que, associado ao aumento dos níveis de
desmatamento e da poluição, provoca o que chamamos de aquecimento global.
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internacional, o aumento dos preços dos produtos agrícolas, a deterioração da saúde humana, a
degradação ambiental e perda de ecossistemas.
Queface (2009) diz que nas últimas três décadas, Moçambique teve uma subida tanto na
frequência como na intensidade dos desastres naturais, sendo os mais frequentes as secas,
inundações e ciclones tropicais. Já Batone (2021) aponta que Moçambique no período de 1980
a 2019, foi atingido por um total de 87 desastres naturais discriminados em 27 cheias, 12 secas,
28 epidemias e 20 ciclones tropicais. De acordo com Caomba (2018) as secas severas ocorrem
no país em intervalos de 7 a 11 anos, ao passo que as secas de menor intensidade ocorrem
regularmente, mais, cerca de 60% do país apresenta uma probabilidade maior que 30% de
ocorrência de seca. O principal factor da predisposição destas regiões é a variabilidade
climática que é caraterizada por precipitações irregulares e imprevisíveis, na qual o início das
chuvas não coincide com o início da estação.
O derretimento das geleiras causará o aumento do nível do mar. As altas temperaturas também
poderão causar grandes secas, que afectarão activamente a agricultura, ocasionando diversos
problemas em relação à produção de alimentos. Dados do IPCC de 2019 indicam que o
aquecimento do planeta pode causar uma redução nas safras de milho no Brasil em 5,5% a cada
grau de aquecimento. Com a diminuição da produção de alimentos e o consequente aumento
dos preços, muitas pessoas sofrerão com a questão da segurança alimentar, ou seja, com o
acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e permanente.
Ainda de acordo com o autor no que diz respeito aos ciclones tropicais, a sua maior exposição
a estes eventos deve-se à localização do território ao longo da costa oriental africana, que define
a fronteira ocidental da trajetória dos ciclones tropicais do sudoeste do oceano Índico. Os
ciclones atingem o território moçambicano, em média, uma vez ao ano e as depressões de
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menor intensidade ocorrem cerca de três a quatro vezes ao ano, de Novembro a Abril, com um
pico no mês de janeiro. Os primeiros ciclones que atingem a costa de Moçambique formam-se
a leste de Madagáscar e, regra geral, causam ventos fortes que se intensificam quando atingem
as águas quentes do canal de Moçambique.
Há, no entanto, ciclones que se formam no canal de Moçambique e são acompanhados por
chuvas mais intensas que, por vezes, originam cheias e inundações. Os ciclones atingem com
mais frequência as zonas norte e centro do país. O maior desastre provocado por um ciclone
em termos de vítimas mortais e financeiros ocorreu em 2019 (Idai e Kennet) com cerca de 700
mortos e avultados danos económicos.
Em Fevereiro e Março de 2000 as regiões sul e centro do país foram assoladas pelas cheias que
tiveram como consequências 500.000 pessoas deslocadas, destruição das habitações,
infraestruturas económicas, infra-estruturas sociais como: edifícios públicos, escolas, hospitais,
sistemas de abastecimento de água e energia eléctrica, redes rodoviárias, linhas férreas e
telecomunicações. Estes prejuízos representaram um enorme revés para a economia nacional
moçambicana e para os esforços realizados na área da redução da pobreza (USAID, 2002).
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3. Metodologia
A estratégia escolhida foi a pesquisa bibliográfica, o estudo foi feito através de levantamento
de informações já processados através de pesquisas anteriores. Esta estratégia de pesquisa é
aplicada na academia com a finalidade de aprimorar e atualizar o conhecimento, através de
investigações científica de obras já publicadas (Andrade, 2010). Para Fonseca (2002), a
pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e
publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites.
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4. Analise e interpretação dos dados
4.1. Tendência Climática
Nos últimos anos, inúmeros estudos têm sido desenvolvidos com relação à vulnerabilidade
hidrológica devido às alterações climáticas. Pois, é sabido que as alterações climáticas se
reflectem na modificação de variáveis, como precipitação, temperatura, vento, radiação,
humidade, ou seja, variáveis representativas do clima (Buchir, 2013).
Os impactos ao longo do tempo são notáveis, pois, a alteração climática gera outros ambientes
em função da ocorrência de maior ou menor precipitação, temperatura e humidade. Com a
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alteração destes condicionantes, o escoamento proveniente das bacias também se altera.
Contudo, essas mudanças não alteram somente o escoamento, mas também alteram os
condicionantes naturais que dão sustentabilidade ao meio natural como a fauna e a flora
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5. Conclusão
Podemos dizer que as mudanças climáticas, como o próprio termo indica, referem-se a
mudanças no clima que estão ocorrendo em todo o planeta e que apresentam efeitos que já
podem ser vistos em várias de suas partes. Extinção de várias espécies, derretimento das
geleiras e aumento do nível do mar são apenas algumas das consequências desencadeadas pelo
aumento da temperatura global. A seguir, falaremos mais a respeito das mudanças climáticas e
de como estas podem afectar a vida dos seres humanos e outros organismos do planeta.
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Bibliografia
INGC (2009). Main report: INGC Climate Change Report: Study on the impact of climate
change on disaster risk in Mozambique. [Asante, K., Brito, R., Brundrit, G., Epsstein, P.,
Fernandes, A., Marques,M. R., Mavume, A. Metzger, M., Patt, A., Queface, A., Sanchez del
Valle, R., Tadross, M.,Brito, R.(eds.)]. INGC, Mozambique
Michael, A.J. et al. (2003). Climate change and human health. Risks and responses. Genebra:
WHO,
Mouchet, J. et al. (2004). Biodiversité du paludisme dans le monde. Paris: John Libbey
Eurotext,
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MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS (MEF) (2020). Relatório de Riscos Fiscais
2020. Maputo: MEF/DGR.
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Relatório
Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2020. Água e
Mudança Climática: Fatos e Dados. Paris, 2020.
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