Trabalhando As Consequencias
Trabalhando As Consequencias
Trabalhando As Consequencias
Este trabalho tem como objetivo sistematizar informações disponíveis na literatura sobre
organização e condução do processo psicoterapêutico de crianças, segundo os
pressupostos da Análise do Comportamento. O trabalho apresenta uma conceituação de
processo psicoterápico, incluindo etapas e organização das tarefas. Discutem-se também
as características da terapia da criança que requerem organização e sistematização
diferenciada. Finalmente, apresenta-se uma proposta de sistematização seqüencial de
diretrizes para condução do processo psicoterapêutico comportamental com crianças. A
proposta é apresentada sumariamente de forma diagramática seguida de uma descrição
passo-a-passo da condução do processo, incluindo desde o primeiro contato com a
criança, até os procedimentos para o desligamento da terapia. Espera-se que o modelo
proposto auxilie na compreensão do processo de condução e tomada de decisão em
psicoterapia infantil.
ABSTRACT
Compreender o que acontece quando uma criança entra em terapia não é uma tarefa
fácil. O que o terapeuta faz com uma criança dentro do contexto clínico? Como promove
mudanças? Há passos mais ou menos sistemáticos para a condução do processo? Como
opta por intervir dadas as características da criança? Como lida com uma queixa que a
criança pode não reconhecer ou concordar? Refletir sobre o processo clínico de tomada
de decisão pode trazer alguma luz às questões que se colocam no dia-a-dia do terapeuta
que trabalha com crianças.
Este trabalho propõe uma sistematização seqüencial de etapas para condução do
processo psicoterapêutico comportamental com crianças. Espera-se que o modelo
proposto auxilie na compreensão do processo de condução e tomada de decisão em
psicoterapia infantil, trazendo contribuições importantes para a prática diária do
terapeuta que trabalha com crianças.
Assim, no nosso entendimento, processo terapêutico pode ser compreendido como uma
seqüência lógica e organizada de procedimentos psicológicos que produzem mudanças
comportamentais graduais no cliente, as quais ao longo do curso da terapia vão se
alterando e subsidiando a implementação de novos procedimentos por parte do
terapeuta, sempre com vistas à meta final de melhora do cliente. Se quem organiza e
programa a aplicação de procedimentos clínicos é o terapeuta, então o processo
terapêutico pode ser entendido a partir da descrição das ações do terapeuta frente às
mudanças de seu cliente.
Neri (1987) define o termo de forma similar ao afirmar que processo implica na tentativa
pelo terapeuta, de controle de variáveis que favorecem, por um lado, a extinção de
respostas inapropriadas do indivíduo e, por outro, a aquisição de outras que o levem a
uma atuação adequada em seu ambiente, reduzindo ao mínimo sua exposição às
conseqüências negativas, e aumentando ao máximo a probabilidade de expor-se a
situações agradáveis. Essa autora deixa implícito em sua definição que, ao longo do
processo, são as tentativas do terapeuta que vão se ajustando ao cliente, conforme as
mudanças vão ocorrendo.
Sistematizar o processo terapêutico parece ser importante para o sucesso da
psicoterapia, pois possibilita ao terapeuta saber com maior grau de certeza, como e
quando avançar em sua intervenção dadas as respostas obtidas, e assim otimizar sua
eficácia terapêutica. Ao se tratar do trabalho com crianças, a estruturação e
sistematização de estratégias ao longo do processo ganha status especial, pois as
crianças requerem dos terapeutas habilidades diferenciadas de manejo e condução
clínica, tanto no que diz respeito a lidar com o relato metafórico dos problemas, quanto
em relação ao uso de estratégias lúdicas para o treino indireto de novos
comportamentos (Knell, 1998).
Como já dito, quando o cliente é uma criança deve-se considerar que a condução do
processo exigirá do terapeuta, habilidades específicas, as quais envolvem lidar com um
cliente cuja queixa pode não ter sido autoformulada (Digiuseppe, Linscott e Jilton, 1996)
e cuja compreensão do problema e do ambiente pode sofrer ampla variação, dada a
idade e características de seu desenvolvimento.
Conte (1993), Conte e Regra (2000), e Souza e Baptista (2001) apontam que as
especificidades da terapia infantil se iniciam já na avaliação diagnóstica. As autoras
concordam quanto à necessidade de variar as fontes e os métodos de coleta informações
quando se trabalha com crianças, os quais devem abranger entrevista com os pais,
observação da criança em casa e na escola, coleta de dados nas sessões através de
desenhos, redações, inventários e, quando necessário, obtenção de dados com outros
profissionais que acompanham a criança (pediatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, etc).
Os passos iniciais do processo terapêutico infantil, para Conte e Regra (2000), incluem a
entrevista inicial com os pais ou família, o estabelecimento do contrato com os pais e a
criança e a entrevista inicial com a criança. Segundo Souza e Baptista (2001), o
terapeuta deve, logo na primeira sessão, apresentar-se à criança, explicar sobre sua
profissão, buscar entender qual a representação que ela tem da terapia, deixar claro
quem a contratou e qual a queixa apresentada pelos pais ou responsáveis. Deve ainda
esclarecer sobre o sigilo profissional, expondo seus direitos quanto às informações
advindas das sessões com os pais, as quais serão fornecidas pelo terapeuta
imediatamente após tais encontros.
Iniciada a terapia, o terapeuta terá como tarefa principal abordar a criança sobre o seu
problema e promover uma análise conjunta das variáveis que o mantêm.
Posteriormente, realizará com a criança o levantamento de alternativas
comportamentais e treinará com ela novas soluções para o seu problema (Conte e
Regra, 2000). Souza e Baptista (2001) ressaltam a importância de se ter conhecimento
do nível de desenvolvimento cognitivo da criança para que as estratégias empregadas
sejam compatíveis. As mesmas autoras destacam como estratégias terapêuticas com
crianças o treino de solução de problemas, a modelagem direta, a modelação e a
exposição imaginária e ao vivo. Estes e outros procedimentos poderão ser introduzidos
isoladamente ou em conjunto, conforme sua adequação ao alcance dos objetivos
propostos.
Quanto à freqüência das sessões, Conte (1993) esclarece que geralmente as crianças
são atendidas uma vez por semana, em sessões de 50 minutos. Porém, em casos que
envolvem problemas mais sérios ou situações de crise, elas podem iniciar o processo
com freqüência de duas vezes por semana. As sessões eventualmente podem ser
conjuntas. Os pais podem ser atendidos em dupla com os filhos (ex: criança x mãe, pai
x criança) para diagnóstico da interação ou mesmo para ensino de novas habilidades de
convivência (Eyberg e Boggs, 1998; Soares, Moura e Prebianchi, 2003).
No modelo proposto por Kernberg e Chazan (1993) a fase intermediária se inicia quando
a criança começa a responder de forma mais ativa à intervenção do terapeuta, estando
visivelmente empenhada nas ações que levarão à melhora. Nesta fase, o terapeuta irá
trabalhar para que a criança se torne mais consciente de seu comportamento,
sentimentos e pensamentos, facilitando sua capacidade para brincar, expressar-se e
resolver seus problemas. As autoras afirmam que na fase intermediária, é comum que o
foco da terapia se concentre no cotidiano da criança fora das sessões, e que os
problemas e suas conseqüências sejam discutidos de forma direta para que as
alternativas de mudança possam ser implementadas.
Quando a criança vem para sua primeira sessão após avaliação inicial com os pais, o
terapeuta deve começar explicando para ela a respeito do funcionamento da terapia.
Estas explicações geralmente envolvem a apresentação do terapeuta e do ambiente,
esclarecimento dos objetivos (ou para que serve a terapia), etapas do processo,
exemplos de atividades que serão realizadas durante a intervenção, informação sobre a
necessidade da participação de familiares ou professores, sobre a responsabilidade da
criança no processo e também do terapeuta, e sobre o sigilo profissional (Nemiroff e
Annunziata, 1995; Cornejo,2003).
Feito isso, o terapeuta deve buscar conhecer melhor a criança, solicitando informações
sobre as atividades que ela realiza e que gosta de fazer, ou brincando de perguntas e
respostas previamente preparadas em que investiga também autopercepção (ex: dê
um apelido para você mesmo), as relações afetivas com amigos (ex: diga o nome do
seu melhor amigo), com familiares (ex: quem é mais bravo em casa: o pai ou a
mãe?) e percepção do problema (ex: uma coisa que eu mudaria em mim mesmo é...).
O terapeuta também deve responder às questões para dar modelo do estilo de auto-
exposição desejado.
É necessário definir claramente com a criança o problema a ser tratado, pois ela deve
concordar com a necessidade de ajuda para que aceite e colabore com o tratamento
(Digiuseppe, Linscott e Jilton, 1996). Para tal, o terapeuta poderá expor à criança os
objetivos dos pais para com a terapia questionando-a sobre a sua concordância quanto à
ocorrência de tais problemas. O terapeuta deve também auxiliar a criança a definir seus
próprios objetivos, sejam eles condizentes ou não com os dos pais.
Uma estratégia para lidar com este impasse consiste em apresentar as análises
formuladas pelo próprio terapeuta acerca da queixa dos pais, isto é, expor sua opinião
profissional quanto à necessidade de tratamento, mostrando à criança uma comparação
entre os pequenos ganhos atuais e as grandes perdas a longo prazo se não houver
mudança. Mesmo assim, se ocorrer séria oposição e discordância tanto com a
formulação do problema quanto com os objetivos da terapia, o tratamento com a criança
deverá ser interrompido, porque a adesão ficará seriamente comprometida. A opção
passa a ser então trabalhar apenas com os pais, até que a criança aceite retomar o
tratamento.
Caso o cliente aceite o tratamento, seja concordando com o objetivo dos pais, ou
elegendo objetivos próprios, o terapeuta pode avançar no processo, iniciando uma
exploração para entender junto com a criança por que o problema vem ocorrendo. Essa
é uma tentativa de iniciar o passo 4 – análise de conseqüências e levantamento de
alternativas comportamentais. Se a criança não apresentar dificuldades em responder a
abordagem direta ao problema, a etapa quatro poderá ser implementada. Porém, se o
terapeuta identificar na sessão, inabilidades da criança nos repertórios de auto-
exposição (falar sobre si mesmo e seu ambiente) ou auto-expressão (identificação e
expressão de sentimentos), os procedimentos terapêuticos devem ser direcionados para
aumentar e fortalecer tais repertórios como importantes pré-requisitos para a
continuidade da terapia e a modelagem das respostas indicativas de melhora
(geralmente padrões incompatíveis com o repertório atual).
Etapa Intermediária
Nesta fase, duas podem ser as metas terapêuticas: ensinar auto-exposição (falar de si
mesmo) necessária à abordagem direta dos problemas; e treinar expressividade
emocional (identificar e falar sobre emoções e sentimentos), cuja importância já foi
mencionada. Estratégias como a confecção do livrinho de sentimentos (Moura e
Azevedo, 2000) facilitam a modelagem de ambos os repertórios. Outra sugestão é iniciar
uma sensibilização para o contato consigo mesmo através de estratégias sensoriais
como a massa de farinha, argila, pintura a dedo (dos pés ou das mãos). Oaklander
(1980) descreve vários exercícios sensoriais que colocam a criança em contato com seu
corpo e com suas sensações. Conforme a criança vai aprendendo sensorialmente a
identificar e nomear o que sente, então estratégias verbais podem ser gradualmente
introduzidas através de jogos de conteúdo terapêutico como o Trio de Sentimentos
(Cognoscere), e Brincando com as Expressões (Toyster), ou literatura específica.
Neste momento da terapia, serão analisadas com a criança, as condições externas das
quais seu comportamento-problema é função, ou seja, o terapeuta a ensinará a fazer a
análise funcional do seu comportamento, guardadas as limitações de acesso ao conjunto
de variáveis envolvidas no controle do problema.
Uma forma de deixar claro para criança a relação entre seu comportamento e as
conseqüências que produz, consiste em ajudar a criança a elaborar um cartaz que
identifique: seus comportamentos-problema (ações, pensamentos ou sentimentos);
eventos antecedentes (onde ele estava, com quem, fazendo o quê); e eventos
conseqüentes (o que aconteceu depois, o que as pessoas fizeram). O terapeuta propõe a
organização do cartaz e a própria criança o confecciona. O terapeuta apenas deve
traduzir a análise comportamental em termos acessíveis à compreensão da criança.
Nesta etapa, a análise de conseqüências pode não ser assim tão simples, como venha a
parecer, e o terapeuta poderá necessitar de recursos adicionais para mostrar à criança
as conseqüências de suas ações. Evocar o comportamento-problema nas sessões pode
ser uma forma de mostrar à criança as conseqüências que ele produz, através das
reações e do feedback do terapeuta sobre o comportamento emitido (ex.: terapeuta
propõe o término da brincadeira contingente à emissão de um comportamento
inadequado ou sinaliza: assim não é legal jogar, estou quase desistindo de brincar
desse jeito).
O treino direto não precisa necessariamente ser planejado; o terapeuta pode aproveitar
alguma situação ocorrida na sessão ou relatada espontaneamente, para propor o ensaio
de um comportamento alternativo. Se as alternativas foram levantadas de forma
indireta, o treino também poderá ser feito desta maneira. O terapeuta pode propor
histórias para que o final seja alterado, ou propor um tema para desenho-história que
sugira a ocorrência de algum comportamento alternativo que a própria criança vai
relatar através da criação da história.
Segundo Conte e Regra (2000), o terapeuta deve levar a criança a descrever a história
de modo neutro e, ao mesmo tempo, favorecer para que essa história contenha relatos
sobre o contexto, os comportamentos dos personagens, as contingências ambientais.
Isso porque, após o relato das fantasias, pode ocorrer uma discriminação pela criança
das contingências ambientais e identificação de regras inadequadas, favorecendo
mudanças em seu comportamento verbal e não-verbal.
Quando a criança executar com sucesso o treino em sessão, estará apta a avançar no
processo e ser incentivada a desempenhar o comportamento fora da sessão. Caso a
criança não execute adequadamente por dificuldade ou recusa, o terapeuta deverá
verificar se a mesma identifica os obstáculos que a impedem como, por exemplo, o
temor de que conseqüências negativas (como bronca, reprovação dos pais) ocorram
(ex.: pais realmente podem punir respostas assertivas da criança). Se ela identifica seus
impedimentos, isso pode ser claramente discutido e o treino retomado, de forma a
ensaiar uma nova resposta que minimize as conseqüências negativas previstas (ex.:
pai, eu quero te dizer uma coisa, tente não ficar bravo, eu só quero dizer o que estou
pensando, ou como estou me sentindo com esta situação.)
Etapa Final
Neste momento, será posto em prática, fora da sessão, o novo comportamento que foi
modelado e ensaiado em sessão. A duração desta etapa é variável, vai depender do tipo
de problema e da participação do cliente, e das situações imprevisíveis extraterapia que
poderão ocorrer. O terapeuta tentará incentivar a ocorrência dos novos comportamentos
fora da sessão. Poderá, para isso, ensinar a criança a: 1) discriminar as dicas do
ambiente de que é o momento para arriscar-se no novo comportamento; 2) criar um
prompt para recordar estratégias ensaiadas, como forma de controlar o
comportamento e não desistir, como, por exemplo: é só começar; fique calmo e vá
em frente; ou 3) utilizar a linguagem privada como apoio à emissão do comportamento
aberto, isto é, a criança pode fazer um ensaio encoberto enquanto se aproxima da
situação a ser enfrentada (ex.: criança com problemas de retraimento, caminha até a
professora na sala de aula enquanto repete em pensamento: professora, eu poderia ver
minha prova?).
O terapeuta poderá fracionar as tarefas que serão executadas em passos menores. Com
o custo de resposta diminuído, há uma maior probabilidade de que a criança se arrisque
no novo comportamento fora da sessão. Com respostas menores a serem emitidas,
aumenta também a probabilidade de sucesso e a probabilidade de reforço. Assim, a
criança passará a se sentir mais segura, no controle da situação, e as tarefas poderão ir
se tornando mais complexas. As tarefas poderão ter data e tempo de duração,
dependendo do problema.
Para conseguir desenvolver esta habilidade, o terapeuta irá proporcionar reforço positivo
adicional ao reforço natural, como uma estratégia de fortalecimento dos ganhos obtidos.
Ou seja, a cada passo que a criança avançar na sua adaptação ao contexto e observar os
ganhos que obteve (reforço natural), o terapeuta deve promover reforço positivo
adicional, valorizando cada conquista. Uma forma eficaz de incentivar a autonomia, de
acordo com os autores Ervin, Bankert e Dupaul (1999), é implantando procedimentos de
auto-avaliação e auto-registro. A auto-avaliação se refere a ensinar a criança a avaliar
seu comportamento para determinar se uma mudança específica ocorreu. O auto-
registro consiste em contar quantas vezes o comportamento-alvo ocorreu. À medida que
a criança vai aprendendo a se auto-avaliar, o terapeuta pouco a pouco pode ir retirando
o feedback adicional. A intenção é que a criança atribua a melhora do controle de seu
comportamento ao seu próprio esforço.
Caso a opção dos pais seja pelo desligamento, a autora solicita-lhes duas sessões com a
criança para encerrar a terapia e o que está trabalhando. Geralmente, nestas duas
sessões, explica à criança o que os pais disseram e pergunta o que pensa. Não se
preocupa em resolver os problemas que ficaram, pois estes serão responsabilidade dos
pais; apenas se preocupa com as despedidas, trabalha a expressão de sentimentos,
como ambos (criança e terapeuta) se sentem em interromper a terapia.
Quanto ao término da terapia da criança que passou por todas as etapas e agora chega
ao final do processo, Cornejo esclarece que inicia o processo de encerramento dizendo à
criança que não precisa mais vir a todas as sessões e que poderá vir quinzenalmente,
depois mensalmente até que, finalmente, chegará à sessão final. Quando acharem que é
a hora da despedida vêem a pasta e relembram como os problemas foram resolvidos e o
que mudou em sua vida. Incentiva a escolha de algum jogo de que goste muito para
despedida. A criança poderá levar a pasta com suas produções , assim como o telefone e
endereço da terapeuta. Para Cornejo (2003), o importante é garantir que a criança
tenha uma boa experiência com a terapia para que recorra a ela novamente caso seja
necessário.
1. Considerações finais
Uma proposta como aqui apresentada tem um caráter didático, pois o processo da
terapia ocorre num continuum e os limites de transição entre uma etapa e outra de
terapia nem sempre podem ser tão facilmente delineados. A transição de uma fase para
outra é gradativa e depende do alcance das metas para a fase anterior.
Explicar à criança como se dará seu processo e definir com ela os objetivos de sua
terapia, verificando seu grau de concordância em relação aos objetivos dos pais, é
atribuir a ela um papel ativo durante a intervenção, sinalizando, desde o início, que ela
terá seu espaço de decisão respeitado e valorizado. Essa conduta do terapeuta também
introduz, desde o começo, uma mudança ambiental importante que pode produzir
efeitos positivos imediatos e reduzir temporariamente os comportamentos
problemáticos. Assim, ganha-se tempo e melhores condições de implementar os
procedimentos terapêuticos.
A presente proposta não pretende apresentar regras a serem seguidas, mas apontar
diretrizes para que o terapeuta esteja atento e se deixe modelar pelas contingências
especiais de cada caso (Conte, 1993). Por melhores que sejam as propostas para
atendimento de crianças, elas devem considerar quem dirige que tipo de procedimento,
para que tipo de indivíduo ou família, com que tipo de problema, em que contexto.
O ponto forte de uma sistematização como essa parece ser, como afirma Conte (1993),
o fato de que a repetição de processos e procedimentos têm demonstrado a utilidade da
aplicação da Análise do Comportamento à psicoterapia infantil quanto à alteração de
relações complexas em prol do bem estar da criança.
Referências
Catania, A. C.(1999). Aprendizagem: Comportamento, Linguagem e Cognição. (Trad.
Deisy das Graças de Souza). Porto Alegre: Artes Médicas. [ Links ]
Eyberg, S.M. & Boggs, S. R. (1998). Parent-child interaction therapy for oppositional
preschoolers. In: Schaeffer, C.E. & Briesmeister, J. M. (Org). Handbook of parent
training. Parents as co-therapists for childrens behavior problems.New York: John Wiley
& Sons. [ Links ]
Larousse Cultural, Grande Enciclopédia. (1998). São Paulo: Nova Cultural Ltda.
[ Links ]