Resumos - Património Genético
Resumos - Património Genético
Resumos - Património Genético
Assim, surgiu a 1ª Lei de Mendel ou Lei da Segregação Fatorial: Os dois fatores responsáveis
por uma dada característica existem aos pares e segregam-se aleatoriamente para os gâmetas, de
modo que metade dos gâmetas possui um dos fatores, e os restantes gâmetas possuem o outro
fator.
Mendel procurou demonstrar que, tal como os seus princípios previam, entre as ervilheiras
com o fenótipo corola púrpura existiam genótipos diferentes.
Para isso, realizou cruzamentos-teste (ou retrocruzamentos), isto é, cruzamentos, em que se
pretende determinar o genótipo de indivíduos
que manifestam o fenótipo dominante para um
dado carácter cruzando-os com indivíduos
homozigóticos recessivos.
Note-se que, se o número de descendentes for reduzido, pode acontecer que toda a
descendência apresente o fenótipo dominante, sem que isso signifique que o progenitor seja
homozigótico. Assim, para que os resultados de um cruzamento-teste possam ser conclusivos, é
necessário que se produza uma descendência com um número elevado de indivíduos, permitindo
que os resultados observados se aproximem dos valores esperados.
Di-hibridismo
Os resultados obtidos por Mendel nestes cruzamentos aproximam-se dos valores esperados
de acordo com a segunda hipótese, obtendo uma proporção fenotípica muito aproximado da
proporção esperada, 9:3:3:1.
Assim, pode concluir-se que nos cruzamentos de di-hibridismo se verifica a segregação
independente dos alelos.
A descoberta de diversas exceções às leis mendelianas contribui para tornar mais abrangente
e precisa a conceção de transmissão hereditária.
Dominância incompleta
Codominância
Alelos múltlipos
Alelos letais
Existem determinados alelos que, quando se reúnem em homozigotia, podem conduzir à
morte do seu portador, sendo, por isso, designados alelos letais.
Essa combinação torna os indivíduos inviáveis antes do nascimento, conduzindo a abortos
espontâneos. Estes casos contribuem para a diminuição da frequência desses genes na população.
Contudo, o facto de esses genes em heterozigotia não serem letais permite a sua manutenção na
população.
Os cruzamentos que envolvem genes letais podem conduzir a alterações nas proporções
fenotípicas observadas em relação às esperadas de acordo com os princípios de Mendel. Este facto
resulta da morte de indivíduos portadores do gene letal em homozigotia (LL) antes de completarem
o seu desenvolvimento embrionário. Nesta situação, ¼ dos embriões não chega a nascer e, assim,
dos sobreviventes, 2/3 terão o fenótipo (Ll) e 1/3 terá fenótipo (ll).
Uma forma de evitar a ocorrência de embriões mortos devido à presença dos alelos letais em
homozigotia é realizar cruzamentos entre progenitores em que apenas um deles seja portador do
gene L (Ll x ll). Desta forma, irão nascer indivíduos heterozigóticos (Ll) e indivíduos homozigóticos
normais (ll).
Este tipo de resultados levou Morgan a concluir que o gene responsável pela cor dos olhos
estaria localizado num cromossoma para o qual não existia um verdadeiro homólogo (esta situação
verifica-se no par de cromossomas sexuais).
De facto, embora as fêmeas possuam dois cromossomas X (verdadeiros homólogos), os
machos possuem um cromossoma X e um cromossoma Y, que não possuem genes correspondentes
(não são verdadeiros homólogos).
Assim, as características cujos genes responsáveis pela sua manifestação se localizam em
cromossomas sexuais, designam-se características ligadas ao sexo.
Desta forma, Morgan concluiu que o gene responsável pela cor dos olhos estaria localizado
no cromossoma X.
Os machos possuem apenas um cromossoma X e, por isso, são portadores apenas de um
alelo para as características presentes neste cromossoma. Por esta razão, diz-se que os machos são
hemizigóticos para as características determinadas pelos genes localizados no cromossoma X.
Nas situações de hemizigotia há uma correspondência direta entre o fenótipo e o genótipo,
pois existe apenas um alelo para se manifestar.
Genética Humana
A surdez com carácter hereditário contitui uma doença causada por alelos autossómicos
recessivos. Esta anomalia está associada a um fenómeno designado por heterogeneidade genética
que pode ser responsável por um aparente desvio aos princípios de Mendel e que resulta do facto
de diferentes genes produzirem o mesmo fenótipo (neste caso uma anomalia).
Hipertricose auricular é uma condição que se caracteriza pelo aparecimento de pêlos longos e
abundantes no bordo das orelhas. O gene responsável pelo distúrbio está localizado no cromossoma
Y e, devido a isso, a condição só se manifesta em indivíduos do sexo masculino. Assim, esta
característica heterossómica não apresenta dominância nem recessividade.
Para se obter indivíduos de pelagem vermelha uniforme, é necessário que o indivíduo possua o
genótipo ppUu ou ppUU. Para tal, este criador de cães de raça Cocker Spaniel cruzou cães com o
fenótipo pretos malhados , heterozigóticos para o gene que determina a cor pelagem, ou seja, com o
genótipo Ppuu (formando os gâmetas Pu e pu), e cães duplos heterozigóticos, ou seja com o
fenótipo preto uniforme e genótipo PpUu (formando os gâmetas Pu, PU, pU e pu).
Assim, através da realização de um xadrez mendeliano, dar-se-á origem a cães com o fenótipo preto
uniforme com probabilidade de 3/8, cães com o fenótipo preto malhado com probabilidade de 3/8,
cães com fenótipo vermelho malhado com probabilidade de 1/8 e cães com fenótipo vermelho
uniforme com probabilidade de 1/8.
Conclui-se então que a probabilidade de se obter a variedade fenotípica pretendida, isto é, de cães
vermelhos uniformes é de 1/8.
Neste cruzamento, observação que a geração parental apresenta um indivíduo com o fenótipo
Vermelho com genótipo VV e outro indivíduo com o fenótipo Branco e genótipo BB.
Na geração F1, origina-se então descendentes híbridos uniformes com os genótipos BV e com o
fenótipo cor de rosa. Repare-se que se deu origem a um fenótipo intermédio dos progenitores.
Assim, conclui-se que este cruzamento, consiste numa extenção às leis de Mendel, designada
dominância incompleta, em que nenhum dos alelos possui uma dominância ou recessividade em
relação ao outro.
Legenda:
L- Alelo normal
l - Alelo determinante da anomalia
O alelo determinante da anomalia é o alelo recessivo pois os indivíduos 8 e 10 são afetado pela
anomalia apesar de serem descendentes de progenitores normais, não afetados. Tal significa que
estes progenitores (portanto, os indivíduos 3, 4, 5 e 6) são portadores do alelo da anomalia contudo
não a expressam no seu fenótipo. Assim, para que tal seja possível, o alelo determinante da
anomalia terá de ser recessivo.
Sendo assim, tem se os seguintes genótipos: Indivíduo 3 - Ll; Indivíduo 4 - Ll; Indivíduo 5 - Ll;
Indivíduo 6 - Ll; Indivíduo 8 - ll; Indivíduo 10 - ll.
Legenda:
D - Alelo normal
d - Alelo determinante da doença
A senhora representada com o número 4 possui o genótipo XDXd pois é filha de um pai afetado pela
doença e, por tanto, com genótipo XdY, e uma mão não afetada homozigótica dominante, ou seja,
com o genótipo XDXD. Assim, esta senhora poderá transmitir os gâmetas XD ou Xd.
Na situação I, a senhora casa-se com um homem saudável e, portanto, com o genótipo XDY
(transmitindo os gâmetas XD ou Y). Sendo assim, através da realização de um xadrez mendeliano,
tem-se os seguintes resultados: 100% de probabilidade de nascerem raparigas saudáveis (XDXD ou
XDXd), 50% de probabilidade de nascerem rapazes saudáveis (XDY) e 50 % de probabilidade de
nascerem rapazes afetados pela doença (XdY).
Na situação II, a senhora casa-se com um homem doente e, portanto, com o genótipo XdY
(transmitindo os gâmetas Xd ou Y). Sendo assim, através da realização de um xadrez mendeliano,
tem-se os seguintes resultados: 50% de probabilidade de nascer uma rapariga saudável (XDXd), 50%
de probabilidade de nascer uma rapariga afetada pela doença (XdXd), 50% de probabilidade de
nascerem rapazes saudáveis (XDY) e 50 % de probabilidade de nascerem rapazes afetados pela
doença (XdY).