Capacidades Coordinativas. Greco y Benda
Capacidades Coordinativas. Greco y Benda
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CAPACIDADES COORDENATIVAS
AUTORES: GRECO Y BENDA19
um todo, que abrange todos os processos de regulação - intelectual, emocional, automático - que
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Inicacion Deportiva Universal, (1998) Greco, Pablo J.
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A leitura dos componentes básicos das capacidades coordenativas vai nos permitir
relacionar com maior facilidade os pontos em comum entre estas e as capacidades técnicas e
táticas. Pois para todo movimento é necessária a percepção do próprio corpo, dos objetos e da
situação como um todo, é importante inter-relacionar essas percepções com as experiências
retidas na memória o que implica em processos de cognição na ação, e a necessidade de
de operações efetoras.
As capacidades coordenativas devem ser interpretadas como um conjunto de processos
que estão sendo determinados pela função parcial que eles desempenham, as quais servem de
base para o processo coordenativo. Entre estas funções temos os processos de percepção,
programação, antecipação, comparação dos parâmetros ideais e reais do movimento, e os
im
motivos importante não classificar as capacidades coordenativas dentro de somente um desses
processos parciais. A relação das capacidades psíquicas e coordenativas é muito forte, sendo
assim difícil de estabelecer uma clara separação teórica das mesmas.
O desenvolvimento das capacidades coordenativas é tema central na fase universal (IEU).
Uma adequada sistematização dos conteúdos inerentes a estas capacidades no decorrer
evolutivo do planejamento vai permitir ao docente variar sua ação pedagógica, o que lhe
1) Capacidade de diferenciação:
Esta capacidade se refere à qualidade do movimento. Executa-se o movimento de forma
perfeita, com economia de esforço tal qual o programa arquivado na memória. Um grande
domínio do movimento capacita o executante variar algumas de suas etapas, fazendo uma
distinção bastante refinada.
2) Capacidade de acoplamento:
Este termo acoplar, traz a idéia de unir e refere-se justamente a esta característica de unir
movimentos parciais diferentes do corpo, tornando-os uma só seqüência, acoplados entre si,
coordenados.
3) Capacidade de reação:
Refere-se à velocidade com que um sinal é detectado e ocorre uma resposta a este
estímulo. Quanto mais rápida e melhor for a resposta a um sinal, melhor a capacidade de reação.
4) Capacidade de orientação:
É a capacidade de determinar o espaço disponível e atuar nele, utilizando todas as suas
possibilidades. É também saber se relacionar adequadamente com companheiros, adversários e
o objeto central do jogo, na maioria dos esportes coletivos, a bola.
5) Capacidade de equilíbrio:
Relaciona-se à capacidade de manter ou recuperar a estabilidade. Manter, se for o caso de
uma posição estática ou movimentos lentos e recuperar quando realizar movimentos rápidos ou
saltos. Nas duas situações adquirir uma posição estável pode ser fundamental para a qualidade
do movimento.
6) Capacidade de mudança:
Esta capacidade pode ser observada quando há uma adaptação a novas situações,
posições, direções. Tem como característica básica a variação sem que se perca a continuidade
do gesto.
7) Capacidade de ritmo:
Ocorre quando o indivíduo se adapta a um ritmo externo. Segue e executa os movimentos
dentro deste ritmo. Porém, é muito importante a realização do movimento seguindo um ritmo
interno, interior, de acordo com seus interesses e motivações.
Apesar destas capacidades estarem integradas entre si, existem algumas características
específicas. Estas capacidades coordenativas estão relacionadas a três outros campos de
capacidades: Capacidade de Aprendizagem Motora, Capacidade de Condução e Capacidade de
Adaptação.
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Capacidade de Acoplamento
Capacidade de Rítmo
Capacidade de Reação
Capacidade de Equilíbrio
Capacidade de Diferenciação
Capacidade de Orientação
Capacidade de Câmbio
concretização de uma ação, e que como se verá, é muito conveniente para sua aplicação nos
jogos esportivos coletivos. Esta estruturação considera a capacidade de coordenar movimentos
(ou que significa conduzir e adaptar ou mudar o movimento tanto em forma veloz quanto precisa)
em situações:
Variação da execução do movimento: executar um movimento de diversas formas faz com que
o indivíduo tenha um maior domínio sobre o próprio gesto. Variando, por exemplo, a
velocidade, a amplitude, as forças atuantes, o tempo de execução, haverá uma coordenação
diferenciada para cada situação. Assim, há a possibilidade de trabalhar a coordenação de uma
forma mais generalizada. Não existe a repetição do mesmo gesto, ampliando a utilização das
capacidades coordenativas, em especial o acoplamento e diferenciação, o ritmo e a agilidade.
pode
Modificação das condições externas: esta modificação irá influenciar na forma como o
executante solucionará o seu problema. Principalmente, se esta variação de condições
aumentar o grau de complexidade da tarefa. Neste caso, o movimento deverá ser de boa
qualidade e, para isso, as capacidades coordenativas precisariam ter um bom
desenvolvimento. Pode-se variar as condições externas através de variação de objetos que
acompanham a atividade, executar o movimento em terrenos diferentes, ou até mesmo, atuar
ao lado de outros companheiros. Como veremos mais adiante, na fase do treinamento técnico,
ROTH (1990) define a importância da modificação dos parâmetros externos como princípio de
apoio aos elementos variáveis do programa.
Combinação de diferentes habilidades motoras e técnicas: durante a aprendizagem de uma
técnica, somente a repetição desta técnica pode ser insuficiente para que o movimento tenha
uma boa coordenação. Para um bom desenvolvimento da coordenação pode-se trabalhar
diversos movimentos dentro de uma seqüência, somando-se nesta seqüência, várias
habilidades motoras que podem ser realizadas agrupadas em série. Na fase do treinamento
técnico, combinar implica em aumentar os elementos que constituem o programa motor.
pode auxiliar a coordenação. Com menos informações sobre o seu movimento, o executante
dependerá de algumas capacidades coordenativas para que o movimento tenha boa
qualidade, principalmente o equilíbrio e a diferenciação.
Execução de movimento após ter realizado outra atividade física: para que haja precisão e
harmonia no movimento após ter realizado atividade física, é necessário uma boa evolução da
coordenação. É importante ressaltar que o objetivo é realizar o movimento de forma correta,
treinando as capacidades coordenativas para uma situação de fatiga. Deste modo, não há
perigo de ocorrer um erro no movimento devido ao cansaço, pois treinando a coordenação
nestas condições, haverá um melhor aproveitamento. As capacidades coordenativas com
maior utilização são: orientação, diferenciação, reação e agilidade.
Utilização do treinamento mental em forma de imaginação de movimentos: o treinamento
mental, a imaginação do movimento é uma forma de fixar o programa motor. Assim,
capacidades como diferenciação, orientação e equilíbrio podem ser desenvolvidas. Com a
imaginação, o executante consegue determinar melhor o movimento realizado, podendo variar
algumas características ou até mesmo, aperfeiçoá-lo. O praticante ainda tem a possibilidade
de perceber, com mais detalhes, seu corpo, orientando-se em relação espaço disponível e
realizando o movimento mais equilibrado.
inerentes à coordenação.
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IDADE 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CAPACIDADE DE
APRENDIZAGEM MOTORA
CAPACIDADE DE
DIFERENCIAÇÃO
REAÇÃO ÓTICA-ACÚSTICA
ORIENTAÇÃO ESPACIAL
RITMO
EQUILÍBRIO
CAPACIDADES COGNITIVAS
MOTIVAÇÃO DE APRENDIZAGEM
De acordo com este modelo, existem fases sensíveis para o desenvolvimento das
capacidades coordenativas. Na figura é apresentado uma fase propícia e outra fase ótima para o
treinamento dos elementos constitutivos das capacidades coordenativas. Percebe-se, então, que
o período entre 6 e 14 anos se destaca como estágio de desenvolvimento da coordenação,
principalmente entre entre 9 e 13 anos. Mesmo durante a adolescência, há a possibilidade de
evoluir em relaçäo às capacidades coordenativas. Porém é no período final da infância e na
puberdade que estas capacidades podem ser estimuladas e aperfeiçoadas com aproveitamento
máximo. Assim, nas aulas de educação física e nas atividades de iniciação esportiva desta faixa
etária, o desenvolvimento da coordenação torna-se um conteúdo imprescindível.
análise da situação, fixa o objetivo e planeja os movimentos baseados na sua experiência motora,
assim como controla os processos de regulação motora. O desenvolvimento das capacidades
coordenativas leva a uma melhoria da percepção, aumenta a memória (e o repertório) dos
movimentos e refina todos estes processos. Um bom desenvolvimento coordenativo melhora a
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a pressáo de tempo - tarefas nas que procura, tanto a diminuiçáo do tempo quando,
também de maximizaqáo da velocidade;
pressáo de precisáo - tarefas nas quais é necessário o máximo de exatidáo/precisáo nas
execuçóes;
pressao de organizaçáo - tarefas nas quais é necessaria a superaçáo de uma série de
exigencias simultáneas;
pressao de complexidade - tarefas nas quais existe uma superaçáo de muitas e
sucessivas exigéncias;
pressáo de carga - tarefas em que, para sua execuçáo, existe sobrecarga de ordem física
condicional ou psíquica, ou ainda, psicofisica;
pressáo de variabilidade - situaçóes o tarefas nas quais se deve superar exigéncia em
condiçóes de meio ambiente modificadas.
Como foi dito, as seis variáveis que exercem pressáo sobre o indivíduo no momento de se
reorganizar uma açáo, coordenada sáo: pressáo de tempo. precission, de com complexidade, de
organizaçáo, de carga e de variabilidade. Todas estas variáveis podem apresenta.- pouca ou
muita exigéncia para a realizaçáo do movimento. Isto vai depender como seja realizado pelo
indivíduo o procesamento de informaçáo aferente via os diferentes sentidos e canais - ótico,
acústico, tátil, cinestésico, vestibular - nas suas formas de sinergia e integraçáo e como se
elabora a informaçáo eferente, no sentido de representar uma exigéncia motora grossa ou fina.
Conforme JACOB (1981), "o sistema nervoso centra ordena os movimentos, realiza a
análise da situaçáo, fixa um objetivo e planeja os movimentos, baseado na sua experiéncia
motora, assim como controla os processos de regulacáo motora. 0 desenvolvimento das
capacidades coordenarivas leva a uma melhoria da percepçáo, aumenta a memória motora e o
repertório dos movimentos e refina todos estes processos. Um bom desenvolvimento
coordenativo melhora a base de assimilaçáo de movimentos novos.
Para o treinamento das capacidades coordenativas, podemos entáo recorrer a uma fórmula
básica apresentada pot ROTH (1997), a qual pode ser resumida da seguinte forma:
uma das alternativas de uso dos analisadores em situaiçóes variadas de pressáo para, em um
segundo momento, se da énfase ás características da açáo técnica numa coordenaçao
específica, que implica em economia e qualidade de execuçáo. Assim sendo, sabemos que nas
modalidades de tipo fechadas (ginástica olímpica, saltos ornamentais, disciplinas atléticas,
nata~áo etc.), em que o atleta está sempre respondendo a exigencias previstas, com técnicas
básicas, o treinamento da coordenaçáo deverá ser mais dirigido ás aiçóes ou situaçóes cm que se
apresenta processo de precísáo, complexidade e organizaçáo, carga física e psíquica.
Nos espones ou modalidades abertas (jogos esportivos coletivos, esportes de combate), o
atleta deve responder a situaçóes em que é difícil predizer o que Irá acontecer. Deve-se dominar
as técnicas básicas. Porem deve-se adaptá-las á situaçáo. Aquí, as capacidades coordenativas
necessárias estáo caracterizadas pelas situaçoes em que a coordenaçáo do movimento se realiza
em situaçóes de pressáo de tempo, complexidade. variabilidade, carga física e psíquica, e
organizaçáo.
Através dos conceitos discutidos percebe-se a importáncia de conhecer o tema e aplicá-lo
nas aulas tentaremos resumir, em um quadro, os princípios básico, que podem orientar o
desenvolvimento da coordenaçáo. A seqüéncia metodológica que propomos, para sistematizar o
processo de desenvolvimento das capacidade coordenativas gerais, pode ser observada no
quadro 1.
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