Estudo de Proteção SE 69kV

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

A691e Araújo, Renato Guerreiro.


Estudo de proteção e seletividade atualizado da subestação de 69-13,8kV do Campus do Pici da
Universidade Federal do Ceará / Renato Guerreiro Araújo. – 2013.
138 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia,


Curso de Engenharia Elétrica, Fortaleza, 2013.
Orientação: Prof. Me. Carlos Gustavo Castelo Branco.

1. Subestação 69kV. 2. Proteção. 3. Coordenação. 4. Seletividade. 5. Ajustes dos relés. I. Título.


CDD 621.3
Primeiramente, a Deus.
Aos meus pais, Gilfarnes e Mara.
Ao meu irmão, Danilo.
Ao meu padrasto, Marcos.
A minha amada, Cíntia.
A todos os meus familiares e amigos.
A todos os professores da graduação.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me guiado e iluminado nessa conquista.


A minha mãe Mara Rosane, minha luz, que sempre me apoiou nessa caminhada e
me deu suporte para superar todas as dificuldades.
Ao meu pai José Gilfarnes, meu anjo, que não pode participar desse momento, mas
sei que deve estar muito orgulhoso de mim ao ver que não terei uma banca de bombons.
Ao meu irmão Danilo, que a minha conquista se reflita em forças para você
continuar sua caminhada.
Ao meu padrasto Marcos, pelos ensinamentos que me proporcionou e pelo apoio
para que eu pudesse chegar até aqui.
A minha grande amada, amiga e companheira Cíntia, por ter suportado todos os
momentos de ausência causados pelas noites viradas na UFC. Espero que você continue na
minha caminhada me dando forças e sendo um exemplo para eu seguir.
Aos professores do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Ceará, especialmente ao professor Gustavo Castelo Branco, meu orientador, pessoa a qual
tenho grande admiração, pelas orientações e conselhos profissionais. Obrigado a todos.
A todos os meus amigos da graduação - Hocélio, Higor, Lucas Barbosa, Jéssica,
Antônio José, e aos já graduados Rondinele, Wiglla, Erasmo, Gabriel, Ricardo, André Wagner,
André Freitas, Aloísio, por todas as noites viradas, fins de semana de estudo e momentos
inesquecíveis de convivência e amizade.
Aos professores que me ensinaram o verdadeiro significado de aprender e me
incentivaram no começo da minha jornada: Alísio, Beatriz, Robson, Laécio, Júlio, Rogério,
Socorro e Francisco Filho.
Aos meus amigos Gabriel Monte, Renato Souza, Jorge Luiz, Isabel Souza e
Venícios Gonçalves pela grande amizade proporcionada por todos esses anos.
A todos que não constam aqui, mas que certamente foram lembrados.
"Milagres acontecem quando a gente vai à
luta."
Fernando Anitelli

“Se foi um erro, eu quero errar sempre


assim.”
Dinho Ouro Preto
RESUMO

As principais características pertencentes a um projeto de proteção de uma


subestação de 69kV são a coordenação e seletividade. Este trabalho tem como objetivo
principal apresentar o estudo de proteção e seletividade da subestação de 69-13,8kV do
Campus do Pici na Universidade Federal do Ceará. Primeiramente são apresentados os
principais equipamentos de proteção utilizados na proteção de sistemas elétricos. Além disso,
serão abordados os principais itens necessários para realização do projeto de uma subestação
de 69kV dando-se ênfase as principais funções de proteção. Para o sistema de proteção serão
implementadas (através dos relés SEL 751, SEL 751 A e SEL 787) os ajustes das funções de
proteção de sobrecorrente de fase, neutro e terra, sobrecorrente de sequência negativa e
proteção diferencial do transformador. Serão apresentados os resultados e simulações do
sistema proposto no software PTW. Como resultado do estudo e ajustes da proteção, foram
asseguradas seletividade e coordenação da proteção, bem como a apresentação dos
coordenogramas de fase, neutro e sequencia negativa da subestação, apresentação do diagrama
unifilar da proteção e dos ajustes dos parâmetros dos relés.

Palavras Chave: Subestação 69kV, Proteção, Coordenação, Seletividade, Ajustes dos relés.
ABSTRACT

The main characteristics belonging to a project of protection of a 69kV substation


are coordination and selectivity. This work has as main objective to present the study of
protection and selectivity of 69-13.8 kV substation of Campus do Pici at the Universidade
Federal do Ceará. First, presents the main protective equipment applied in the protection
electrical systems. In addition, will discuss the main items required for realization of the project
of a 69kV substation with emphasis on the main protection functions. For the protection system
will be implemented (through relay SEL 751, SEL 751 A and SEL 787) function settings of
overcurrent protection phase, neutral and ground, negative sequence overcurrent and
differential protection of transformer. Will present the results and simulations of the proposed
system in PTW software. As a result of the study and protection settings, was assured selectivity
and coordination of protection as well as the presentation of coordenogramas phase, neutral and
negative sequence of the substation, line diagram protection presentation and parameter settings
of the relays.

Key words: 69kV Substation, Protection, Coordination, Selectivity, Relay adjustments.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1- Exemplo de seletividade .......................................................................................... 6


Figura 2.2- Religamento para falha temporária .......................................................................... 8
Figura 2.3- Religamento para falha permanente ........................................................................ 9
Figura 2.4- TC tipo barra .......................................................................................................... 11
Figura 2.5- Relé de proteção eletromecânico ........................................................................... 18
Figura 2.6- Relé estático ........................................................................................................... 19
Figura 2.7- Subsistemas do relé microprocessado.................................................................... 21
Figura 2.8- Relé microprocessado ............................................................................................ 22
Figura 2.9- Curva de atuação por tempo definido .................................................................... 23
Figura 2.10- Curva de atuação instantânea ............................................................................... 23
Figura 2.11- Curva de atuação temporizada ............................................................................. 24
Figura 2.12- Disjuntor de alta tensão a SF6 ............................................................................. 29
Figura 2.13- Detalhe dos componentes da chave fusível ......................................................... 32
Figura 2.14- Exemplo de seccionador ...................................................................................... 34
Figura 3.1- Diagrama básico relé diferencial ........................................................................... 43
Figura 3.2- Sistema detalhado de ligação relé diferencial ........................................................ 44
Figura 3.3- Curva de operação do relé diferencial ................................................................... 45
Figura 4.1- Diagrama unifilar de alimentação da subestação ................................................... 47
Figura 4.2- Diagrama unifilar da subestação ............................................................................ 49
Figura 4.3- Local de construção da subestação ........................................................................ 50
Figura 4.4- Diagrama de impedância ....................................................................................... 51
Figura 4.5- Coordenograma de fase ......................................................................................... 93
Figura 4.6- Coordenograma de neutro...................................................................................... 94
Figura 4.7- Coordenograma de sequência negativa.................................................................. 95
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1- Fatores de sobretensão........................................................................................... 16


Tabela 2.2- Curvas de temporização padrão IEC ..................................................................... 25
Tabela 3.1- Dimensão dos barramentos e condutores .............................................................. 40
Tabela 4.1- Ajustes relé 69kV .................................................................................................. 71
Tabela 4.2- Ajuste relé 13,8kV................................................................................................. 74
Tabela 4.3- Ajuste relé alimentador 1 ...................................................................................... 77
Tabela 4.4- Ajuste relé alimentador 2 ...................................................................................... 80
Tabela 4.5- Ajuste relé alimentador 3 ...................................................................................... 82
Tabela 4.6- Ajuste da unidade de sobrecorrente de terra ......................................................... 84
Tabela 4.7- Resumo dos ajustes da função diferencial ............................................................. 86
Tabela 4.8- Parametros relé SEL 751 da barra de 69kV .......................................................... 87
Tabela 4.9- Parametros relé SEL 751A da barra de 13,8kV .................................................... 88
Tabela 4.10- Parametros relés SEL 751A dos alimentadores .................................................. 89
Tabela 4.11- Parametros relé SEL 787 do transformador ........................................................ 90
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ................................................................................................................ 2
1.2 Objetivos .................................................................................................................... 3
1.3 Metodologia aplicada ................................................................................................. 3
1.4 Estrutura do trabalho .................................................................................................. 3
2 ASPECTOS DA PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS ....................................... 5
2.1 Introdução .................................................................................................................. 5
2.2 Conceitos e requisitos básicos de um sistema de proteção ........................................ 5
2.3 Equipamentos de proteção ......................................................................................... 7
2.3.1 Religadores .......................................................................................................... 7
2.3.2 Transformadores de Instrumento ........................................................................ 9
Transformadores de Corrente (TC) ............................................................. 10
Transformadores de Potencial (TP)............................................................. 14
2.3.3 Relés .................................................................................................................. 17
Relés Eletromecânicos ................................................................................ 18
Relés Estáticos............................................................................................. 19
Relés Microprocessados (IEDs) .................................................................. 20
Características de atuação e temporização .................................................. 22
Relé SEL 751 .............................................................................................. 25
Relé SEL 751 A........................................................................................... 26
Relé SEL 787 .............................................................................................. 26
2.3.4 Disjuntores ........................................................................................................ 27
Características construtivas ......................................................................... 27
Características elétricas ............................................................................... 30
2.3.5 Chave Fusível .................................................................................................... 31
2.3.6 Seccionadores .................................................................................................... 33
2.4 Conclusões do capítulo ............................................................................................ 35
3 CRITÉRIOS DE PROJETO E PROTEÇÃO DA SUBESTAÇÃO DE 69kV .............. 36
3.1 Introdução ................................................................................................................ 36
3.2 Projeto de Subestação .............................................................................................. 36
3.2.1 Projeto Civil ...................................................................................................... 37
Instalações provisórias ................................................................................ 37
Movimento de terra ..................................................................................... 37
Drenagem e pavimentação .......................................................................... 38
Edificação .................................................................................................... 38
Bases e fundações para postes ..................................................................... 39
Caixas, eletrodutos e canaletas .................................................................... 39
3.2.2 Projeto Eletromecânico ..................................................................................... 39
Malha de aterramento .................................................................................. 39
Condutores e barramentos ........................................................................... 40
Equipamentos a instalar na subestação ....................................................... 40
3.2.3 Projeto de Proteção............................................................................................ 40
Proteção de sobrecorrente ........................................................................... 41
Proteção de sobrecorrente de sequência negativa ....................................... 42
Proteção diferencial ..................................................................................... 43
3.3 Conclusões do capítulo ............................................................................................ 45
4 AJUSTES DA PROTEÇÃO DA SUBESTAÇÃO DE 69kV DO CAMPUS DO PICI 47
4.1 Introdução ................................................................................................................ 47
4.2 Subestação Campus do Pici ..................................................................................... 47
4.3 Diagrama de impedâncias e estudo de curto-circuito .............................................. 51
4.3.1 Impedância reduzida do sistema ....................................................................... 52
4.3.2 Impedância do transformador............................................................................ 52
4.3.3 Impedância na barra de 69kV............................................................................ 52
4.3.4 Impedância na barra de 13,8kV......................................................................... 52
4.3.5 Curto-Circuito na barra de 69kV....................................................................... 53
4.3.6 Curto-Circuito na barra de 13,8kV.................................................................... 53
4.4 Metodologia e dimensionamento dos TC’s de proteção .......................................... 53
4.4.1 Metodologia ...................................................................................................... 53
Curto-Circuito ............................................................................................. 53
Carga Imposta ao TC................................................................................... 54
4.4.2 Dimensionamento dos TC’s da subestação ....................................................... 55
TC 69 kV- TC de Proteção da Barra de 69 kV ........................................... 55
TC 13,8 kV- TC de Proteção da Barra de 13,8 kV ..................................... 57
TC Alimentadores- TC de Proteção dos Alimentadores 1, 2 e 3 ................ 59
4.5 Metodologia e ajustes das funções de proteção ....................................................... 61
4.5.1 Metodologia ...................................................................................................... 61
4.5.1.1 Ajuste da função 51 e 51N ............................................................................. 62
Ajuste da função 50 e 50N .......................................................................... 64
Ajuste da função 51Q .................................................................................. 65
Ajuste da função 51G .................................................................................. 65
Ajuste da função 87 ..................................................................................... 66
4.5.2 Ajustes das funções de proteção........................................................................ 68
Ajuste do relé de 69kV ................................................................................ 68
Ajuste do relé de 13,8kV ............................................................................. 72
Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 1 (1500kVA) ............................. 74
Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 2 (1150kVA) ............................. 77
Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 3 (1010kVA) ............................. 80
Ajuste da unidade sobrecorrente de terra (51G – Lado de 13,8kV) ............ 83
Ajuste da proteção diferencial transformador 5 MVA (relé SEL 787) ....... 84
4.6 Diagramas unifilar geral e diagramas de tempo da subestação ............................... 86
4.7 Ajustes paramétricos dos relés ................................................................................. 87
4.7.1 Ajuste do relé SEL 751 do barramento de 69kV .............................................. 87
4.7.2 Ajuste do relé SEL 751A do barramento de 13,8kV......................................... 88
4.7.3 Ajuste do relé SEL 751A dos alimentadores 1, 2 e 3........................................ 89
4.7.4 Ajuste do relé SEL 787 do transformador de potência ..................................... 90
4.8 Software PTW (Power Tools for Windows)............................................................ 92
4.8.1 Coordenogramas................................................................................................ 93
Coordenograma de fase ............................................................................... 93
Coordenograma de Neutro .......................................................................... 94
Coordenograma de sequência negativa ....................................................... 95
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 97
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 99
1

1 INTRODUÇÃO

A energia elétrica se tornou fundamental para o desenvolvimento do país. É quase


impossível imaginar qualquer atividade sem a sua presença, pois ela é a principal fonte de luz,
calor e força motriz utilizada no mundo moderno. Setores como fábricas, hospitais lojas,
supermercados, entre outros, dependem dela para seu funcionamento (COSTA H. S., 2013).
Obtida a partir de fontes primárias, a eletricidade é gerada em grandes usinas,
transportadas por fios e cabos condutores e chega aos consumidores por meio de sistemas
elétricos complexos. Desta maneira, o Sistema Elétrico de Potência (SEP) tem que ser
planejado, operado e regulado de forma disponibilizar energia com qualidade, confiabilidade e
continuidade (COSTA H. S., 2013).
Mas nem sempre o sistema está operando devidamente, o SEP está constantemente
exposto a diversas contingências, dentre as quais se destacam: descargas atmosféricas,
catástrofes naturais, falhas na operação, falhas em seus dispositivos (cabos, transformadores,
disjuntores, chaves de manobra, entre outros) e o curto-circuito. Esses eventos provocam
condições anormais de funcionamento do sistema, que podem ocasionar danos na rede ou, até
mesmo, as pessoas. Para evitar que ocasiões como essa ocorram, muitas vezes é necessário a
interrupção do fornecimento pelo sistema (COSTA, 2007).
É exatamente nesse ponto que entram os elementos de proteção do sistema. Eles
são necessários para assegurar a confiabilidade do sistema. Os sistemas elétricos de proteção
devem proporcionar a interrupção da alimentação do sistema de forma a garantir a proteção dos
barramentos, linhas e equipamentos elétricos. Além disso, em equipamentos como o relé de
proteção, é necessário que haja o registro das informações do relé a fim de identificar o elemento
que ocasionou sua atuação (COTOSCK, 2007).
A proteção não deve ser mais tratada como um aspecto secundário já que as causas
das anomalias crescem a medida que a complexidade do sistema aumenta. Destacando,
também, que os usuários se tornaram mais exigentes. Devido a isso, ocorre o surgimento de
soluções mais eficazes e, até mesmo, a modernização de componentes responsáveis pela
proteção do sistema. Como é o caso da substituição dos relés eletromecânicos pelos digitais.
Com esse fato, fica evidente a importância da proteção do sistema elétrico. Que com um bom
projeto minimiza as interrupções permanentes e melhora a continuidade de fornecimento
(NOBRE, 2013).
2

1.1 Justificativa

O suprimento da atual da rede de distribuição elétrica do Campus do Pici da


Universidade Federal do Ceará é feito através de um alimentador da Subestação (SE) Pici da
Companhia Energética do estado do Ceará (COELCE) em nível de tensão primário de 13,8kV.
A rede de distribuição elétrica possui topologia radial com uma proteção geral, apenas. Essa
proteção é a do relé associado ao disjuntor de média tensão. Devido a esse fator, que implica
nas condições precárias dos recursos de proteção, a proteção do Campus é pouco confiável.
Pois, na condição atual, caso ocorra uma falta fica difícil determinar qual dispositivo de
proteção irá atuar (BARROS, 2010).
A partir desse cenário foi a proposta mudança de fornecimento através da alteração
do nível de tensão de suprimento. Passando de 13,8kV para 69kV. Para isso, é necessário que
seja construída uma subestação de 69-13,8kV no Campus do Pici da Universidade Federal do
Ceará visando a melhoria da confiabilidade, disponibilidade, segurança e da qualidade de
energia fornecida ao sistema de energia elétrica do campus.
Com a construção da SE é necessário a implantação de um sistema de proteção
visando a proteção tanto da rede como dos equipamentos pertencentes a esta SE. Apesar do
tema de proteção da subestação do Campus do Pici ter sido trabalhado em outras referências,
faz-se necessária a atualização do projeto.
O funcionamento adequado do SEP necessita do desenvolvimento de determinadas
atividades, dentre as quais se destaca o planejamento da expansão. Com a expansão sistema
elétrico de potência, altera-se os níveis de curto-circuito (necessários para o projeto de
proteção), já que estes dependem da potência de curto-circuito no ponto de falta. Fazendo com
que a proteção tenha que ser projetada de acordo com esses níveis de curto-circuito
(SANT'ANA, 2009).
Outro fator que pode ser citado é a constante ampliação de carga do campus, que
devido a investimentos vem aumentando a cada ano. Isso faz com que o projeto de proteção
tenha que ser refeito para suprir a necessidade do sistema atual.
Devido ao fato da concessionária local (COELCE) solicitar um novo projeto de
proteção, levando em consideração os dados atualizados do SEP, este trabalho propõe o projeto
completo de coordenação e seletividade da SE que será implantada no Campus do Pici a partir
dos dados atuais de curto-circuito, além da simulação da proteção, através de níveis de curto-
circuito e coordenograma, utilizando um software de simulação. O software utilizado neste
3

trabalho é o PTW (Power Tools for Windows), que auxilia na elaboração de estudos do sistema
elétrico de potência, como por exemplo o estudo de curto-circuito e de coordenação da proteção.

1.2 Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar o estudo de proteção e


seletividade da subestação de 69-13,8kV do campus do Pici na Universidade Federal do Ceará.
Em diferentes pontos do sistema elétrico da subestação serão calculados os valores de curto-
circuito a afim de ajustar as proteções de sobrecorrente para garantir a coordenação e
seletividade da proteção da subestação.

1.3 Metodologia aplicada

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho abrange:


a) Apresentação da configuração da subestação;
b) Apresentação do software PTW;
c) Cálculo das correntes de curto-circuito através do software PTW;
d) Cálculo da saturação dos transformadores de corrente (TC);
e) Cálculo dos ajustes das funções de sobrecorrente temporizada e instantânea de fase e de
neutro com base nos valores de curto-circuito calculados;
f) Cálculo dos ajustes de proteção diferencial e de sobrecorrente de terra do transformador;
g) Apresentação dos ajustes a serem realizados no relé escolhido;
h) Análise dos coordenogramas utilizando o software PTW.

1.4 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está dividido em cinco capítulos, estruturado da seguinte


maneira:
No Capítulo 1, é feita uma introdução ao tema proposto, mostrando o conceito e a
importância da proteção de sistemas elétricos no senário atual do SEP. Além disso, também são
apresentados a justificativa, o objetivo e a metodologia do presente trabalho de conclusão de
curso.
4

No Capítulo 2, são abordados os aspectos gerais da proteção de sistemas elétricos,


bem como seus conceitos e requisitos básicos. Além de falar sobres os principais equipamentos
que compõem o sistema de proteção.
No Capítulo 3, são abordados os itens necessários para realização do projeto de uma
subestação de 69kV dando-se ênfase as principais funções que devem constar em um projeto
de proteção de uma subestação de 69kV, bem como suas características.
No Capítulo 4, são apresentados os estudos de proteção e seletividade da subestação
e os ajustes a serem realizados nos relés.
No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões e considerações finais do trabalho.
5

2 ASPECTOS DA PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

2.1 Introdução

Neste capítulo será apresentado uma visão geral do sistema de proteção e alguns
conceitos vinculados ao estudo de proteção de sistemas elétricos. Dentre estes conceitos se
destacam as propriedades fundamentais pertencentes ao projeto de proteção para que este
obtenha um bom desempenho de atuação. Serão apresentados os principais equipamentos
destinados a proteção de sistemas bem como uma descrição sobre os mesmos, incluindo os relés
que serão utilizados no projeto de proteção e seletividade da subestação.

2.2 Conceitos e requisitos básicos de um sistema de proteção

A proteção de um sistema de potência é projetada tomando como base os fusíveis


e os relés incorporados necessariamente a um disjuntor, que é, na essência, a parte mecânica
responsável pela desconexão do circuito afetado pela fonte supridora (MAMEDE FILHO &
MAMEDE, 2011).
A principal função do sistema de proteção é assegurar que o sistema de potência
seja desconectado caso seja submetido a qualquer anormalidade que o faça operar fora dos
limites previstos ou de parte dele. Além disso o sistema de proteção tem a função de fornecer
as informações necessárias para que o operador do sistema identifique os defeitos e sua
consequente recuperação. Para que um projeto de proteção obtenha um bom desempenho deve-
se considerar algumas propriedades fundamentais: seletividade e coordenação, zonas de
atuação, velocidade, sensibilidade, confiabilidade e automação (MAMEDE FILHO &
MAMEDE, 2011).
Seletividade de proteção é uma técnica utilizada no estudo de proteção e
coordenação, na qual só é desconectada a parte do sistema que se encontra mais próxima do
ponto de defeito. Ou seja, o sistema é capaz de reconhecer e selecionar as condições que deve
operar, evitando operações inadequadas (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).
Um exemplo de seletividade pode ser observado na Figura 2.1. Quando ocorre uma
falta no ponto 1, o equipamento de proteção C1 atua, desconectando o respectivo ramal e
evitando a atuação do dispositivo de retaguarda R1.
6

Figura 2.1- Exemplo de seletividade

Fonte: (BARROS, 2010).

Dentro do conceito de seletividade existe a seletividade amperimétrica, a


cronológica, a lógica e a convencional. A seletividade amperimétrica é aquela que é utilizada
quando existe uma impedância muito grande entre os pontos os quais se deseja fazer a
seletividade. Neste caso a falta vista pelo dispositivo a montante é muito maior que a vista pelo
dispositivo a jusante. A seletividade cronológica é aquela que ocorre quando há a aplicação de
intervalos de tempo de atuação entre o dispositivo a montante e a jusante de forma que garante
que o sistema de proteção opere com coordenação e seletividade. A seletividade lógica é aquela
que é aplicada através de relés digitais de forma que permita a atuação das unidades mais
próximas da falta em um período muito pequeno. A seletividade convencional consiste na
aplicação da seletividade cronológica e/ou amperimérica (MADERGAN, 2012).
Coordenação do dispositivo de proteção é o intervalo de tempo que garante que
a área que estiver mais próxima da falta operará primeiro e que a proteção exatamente a
montante não operará, a não ser que a proteção mais próxima falhe (MADERGAN, 2012).
Zona de atuação do elemento de proteção define a zona que é protegida pelo
elemento de proteção ou não. Ou seja, o elemento é capaz de diferenciar se a ocorrência é
interna ou externa a zona protegida. Quando a ocorrência é interna à zona protegida o elemento
de proteção deve atuar acionando a bobina do disjuntor associado. Quando a ocorrência é
externa a zona protegida o relé não deve ser sensibilizado pela grandeza elétrica do defeito
(MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).
Para que o sistema seja eficiente, possuindo as propriedades requeridas, ele deve
ser dividido em zonas de proteção. Estas zonas devem se sobrepostas a fim de evitar as zonas
mortas (zonas que não podem ser detectadas) (NOBRE, 2013).
O conceito de zona de proteção vem interligado com o de níveis de proteção.
Geralmente a atuação da proteção se dá em três níveis: principal, de retaguarda e auxiliar. O
principal é quem deve atuar primeiro quando ocorre uma falta dentro da zona protegida. O de
7

retaguarda é aquele que atua quando ocorre falha na proteção principal. E o auxiliar é
constituído de funções auxiliares de proteção, cujo objetivo é a sinalização, alarme,
temporização, intertravamento, etc (ALMEIDA, 2000).
Velocidade de proteção é a capacidade do dispositivo efetuar o desligamento no
menor tempo possível. Propiciando as seguintes condições: reduz ou elimina os danos causado
ao sistema e reduz o tempo de afundamento das tensões durante as ocorrências (MAMEDE
FILHO & MAMEDE, 2011).
Sensibilidade do sistema de proteção é a habilidade que um sistema tem de
detectar o limiar em que a proteção deve atuar. Possuindo a menor margem possível entre a
atuação e não atuação do dispositivo (COTOSCK, 2007).
Confiabilidade do sistema de proteção é a probabilidade que o sistema de
proteção possui de funcionar corretamente e com segurança quando houver a necessidade de
sua atuação (COTOSCK, 2007).
Automação do dispositivo de proteção é a capacidade do dispositivo de atuar
automaticamente quando é solicitado e de retornar, se for conveniente, a operação normal após
o fim da ocorrência (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).

2.3 Equipamentos de proteção

Os equipamentos e dispositivos de proteção são os elementos responsáveis pela


proteção do sistema. Os principais equipamentos de proteção são os religadores,
transformadores de instrumento, relés de proteção, disjuntores, chaves fusíveis e seccionadores
(ALMEIDA, 2000).
Neste tópicos serão abordados as principais características de cada elemento citado
anteriormente, sendo que será dado ênfase aos transformadores de instrumento, os relés de
proteção e aos disjuntores.

2.3.1 Religadores

Os religadores são dispositivos de proteção que possuem capacidade de interrupção


que depende da quantidade de vezes que ele atua abrindo e fechando o circuito quando ocorre
uma falta. Os religadores são bastante úteis quando a falta é do tipo temporária. Devido a essa
características são geralmente utilizados em ramais de alimentadores.
8

O princípio de funcionamento de um religador consiste em identificar uma condição


de sobrecorrente e a partir desta condição ele interrompe o circuito, religando-o
automaticamente após um tempo predeterminado. Caso a falta ainda persista no sistema, ele
repete a mesma sequência de desligamento e religamento em até três vezes consecutivas. Após
o quarto disparo o circuito é desligado e permanece nesse estado. Esse comando pode ser dado
por relés com função de proteção 50 e 51 e por um relé de religamento (função 79). Geralmente
o meio de interrupção mais utilizado é o gás SF6 possui excelência na extinção de arco devido
a suas propriedades físicas e químicas (ALMEIDA, 2000).
Para melhor compreensão do princípio de funcionamento de um religador observa-
se o estudo de dois casos de falta. Considera-se que o sistema está operando em condições
normais com uma corrente nominal In e, em determinado instante de tempo, ocorre uma falta
no sistema.
No primeiro caso, tem-se uma falta temporária, como mostra a Figura 2.2.

Figura 2.2- Religamento para falha temporária

Fonte: (BARROS, 2010).

Considerando que o religador foi programado com quatro ciclos de religamento


observa-se que o religador não bloqueou o circuito, pois antes do último desligamento a falta
desapareceu. Após o evento ocorrido o religador irá se reestabelecer e estará preparado para
realizar outro ciclo de religamento caso haja outra falta no sistema.
Na Figura 2.3, tem-se o caso de uma falta permanente.
9

Figura 2.3- Religamento para falha permanente

Fonte: (BARROS, 2010).

Neste segundo caso observa-se que o religador desenvolve um sequência completa


de religamento. Ou seja, executa quatro disparos e 3 religamentos. Como a falta que está
ocorrendo no sistema não sessou, após o quarto disparo o religador abre o circuito e fica nesse
estado até que receba o comando de fechamento.

2.3.2 Transformadores de Instrumento

Devido ao nível de tensão e corrente de sistemas de potência serem muito elevados,


a medição dessas grandezas se torna técnica e economicamente inviável. Para que se possa
monitorar valores de tensão e corrente cada vez maiores é necessário reduzir os valores de
tensão e corrente medidos. Necessariamente desse ponto que entram os transformadores de
instrumento (SOUZA, 2010).
Os transformadores de instrumento são responsáveis por reduzir os níveis das
grandezas do sistema de potência para níveis que são aceitos pelos instrumentos de proteção,
medição e controle. Além dessa função os transformadores de instrumento possuem isolação
entre o enrolamento primário (ligado ao sistema de potência) e o enrolamento secundário
(ligado aos instrumentos), proporcionando a proteção tanto dos instrumentos como dos
operadores.
Os transformadores de instrumento existentes no mercado são os transformadores
de potencial (regidos pela norma NBR 6855) e os transformadores de corrente (regidos pela
norma NBR 6856).
10

Transformadores de Corrente (TC)

Os transformadores de corrente são os elementos responsáveis por reproduzir


proporcionalmente o nível de corrente que passa no seu enrolamento primário em seu circuito
secundário mantendo a sua posição fasorial. Ou seja, ele possui dois enrolamento, o primário e
o secundário, que são acoplados magneticamente e são utilizados pra reduzir os valores de
corrente a valor baixos. Geralmente esses valores são de 1 ou 5A, sendo o valor de 1A é a
corrente normalizada utilizada na Europa. Neste trabalho será utilizada uma corrente
padronizada de 5A compatível com o nível de corrente aceitável pelos equipamentos de
proteção (KINDERMANN, Proteção de Sistemas Elétricos de Potência: Volume 1, 2005).
As finalidades básicas dos transformadores de corrente são (MADERGAN, 2012):
Promover a segurança do pessoal;
Isolar eletricamente o circuito de potência dos instrumentos;
Padronizar os valores de corrente dos relés e medidores;

2.3.2.1.1 Características Construtivas

Os transformadores de corrente podem ser construídos de diferentes maneias e para


diferentes usos. Eles podem ser de diferentes tipos: TC tipo barra, enrolado, janela, núcleo
dividido, vários enrolamentos primário, vários núcleos secundários, vários enrolamentos
secundários e derivação no secundário.
O TC do tipo barra são geralmente utilizados e painéis de comando de elevadas
correntes, tanto para medição quanto para proteção. Além de serem empregados em subestações
de média e de alta tensão. Ele é definido como sendo aquele cujo o enrolamento primário é
constituído por uma barra fixada através do núcleo do transformador (como pode ser observado
na Figura 2.4) (FILHO J. M., 2005).
11

Figura 2.4- TC tipo barra

Fonte: (FILHO J. M., 2005).

O TC tipo enrolado é constituído de uma ou mais espiras envolvendo o núcleo do


transformador. Geralmente é utilizado quando são requeridas relações de transformação 200/5.
Devido ao fato de possuírem isolação limitada são utilizados em circuitos com tensões de até
15kV (ALMEIDA, 2000).
O TC tipo janela não possui o enrolamento primário fixo. O enrolamento primário
é constituído pelo próprio condutor do circuito. Esse condutor passa pela janela do
transformador, que é uma abertura que o núcleo possui para a passagem do condutor. Fazendo
com que o meio isolante de transformação seja o ar (ALMEIDA, 2000).
O TC tipo bucha é semelhante ao tipo barra sendo sua instalação sendo feita na
bucha dos equipamentos, com transformadores, disjuntores, etc. Ele possui um núcleo em
forma de anel com enrolamentos secundários (ALMEIDA, 2000).
O TC do tipo núcleo dividido é parecido com o tipo janela sendo que o núcleo
pode ser separado para que o condutor possa ser envolvido. Permitem obter resultados
adequados sem que seja necessária o seccionamento do condutor ou barra no qual esteja se
fazendo a medição (FILHO J. M., 2005).
O TC tipo com vários enrolamentos primários é aquele que possui diversos
enrolamento primários montados isoladamente e um único enrolamento secundário.
12

Semelhante a ele existe o TC tipo vários enrolamentos secundários, que possui vários
enrolamentos secundários e um único núcleo envolvido pelo enrolamento primário (FILHO J.
M., 2005).
O TC do tipo com vários núcleos secundários é aquele que é constituído de dois
ou mais enrolamentos secundários montados isoladamente. Cada enrolamento possui seu
núcleo individualmente, formando um só conjunto juntamente com o enrolamento primário.
Vale destacar que a seção do condutor primário, para este caso, deve ser dimensionada levando
em consideração a maior relação de transformação dos núcleos considerados (FILHO J. M.,
2005).
Por último, tem-se o TC tipo derivação no secundário. Este tipo possui um núcleo
que é envolvido pelos enrolamentos primários e secundários. Mas, diferente dos outros, o
enrolamento secundário pode ser provido de uma ou mais derivações (FILHO J. M., 2005).

2.3.2.1.2 Características Elétricas

Embora o funcionamento dos transformadores de corrente sejam semelhantes, vale


destacar que existem diferenças entre os transformadores de corrente destinados a medição e os
destinados a proteção. As diferenças básicas entre o TC’s são (ALMEIDA, 2000):
Os TC’s de medição possuem classe de exatidão 0,3; 0,6 e 1,2% (sendo a 0,3%
obrigatória em medição de energia para faturamento), enquanto os de proteção possuem
uma classe de exatidão de 10%. Sendo que é considerado que um TC está dentro de sua
classe de exatidão quando seu erro é mantido em 10% (no caso de TC de proteção) para
valores de corrente até 20 vezes maior que o valor da corrente nominal do TC (NBR6856,
1992).
Os TC’s de medição são feitos com núcleo de alta permeabilidade magnética, ou
seja, eles entram em saturação para correntes bem mais baixas que os TCs de proteção. Isso
ocorre quando a corrente no enrolamento primário atinge o valor de 4 vezes a corrente
nominal do TC. Já os TC’s de proteção são feitos com material diferente dos de medição,
possuindo uma permeabilidade magnética inferior ao de medição. Isso faz com que o TC
de proteção entre em saturação para valores de corrente primária maiores que 20 vezes a
corrente nominal do TC.
Estudada a diferença entre os TC’s de medição e de proteção, pode-se verificar as
características que a norma NBR 6856 determina como principais para especificações dos TC’s:
13

a) Corrente nominal e relação nominal


As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com os valores da corrente
de carga do circuito primário. Já o valor da corrente secundária é geralmente 5 A, salvo alguns
casos especiais como o do relé de proteção ser instalado distante do transformador de corrente.
Segundo a NBR 6856, as corrente nominais primárias são de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50, 60,
75, 100, 125, 150, 200, 250, 300, 400, 500, 600, 800, 1200, 1500, 2000, 3000, 4000, 5000, 6000
e 8000 A. Considerando as correntes nominais citadas a relação nominal do TC pode ser
expressa da seguinte forma, se o TC é de 300-5 A: 60:1. Esse valor de relação é conhecido
como RTC. Caso haja diferentes enrolamentos primários o TC é indicado da seguinte maneira
150x300x600/5 A.
b) Classe de tensão de isolamento
É a tensão máxima de serviço do TC. Ela deve ser superior a tensão do circuito no
qual o TC está conectado. Como exemplo pode-se citar uma rede de 13,8kV, para esse nível de
tensão é necessário que o TC tenha uma classe de 15kV.
c) Frequência nominal
É a frequência de operação do transformador de corrente. Geralmente é 50 e/ou
60Hz.
d) Carga nominal e saturação
Os transformadores de corrente devem ser especificados de acordo com a carga que
será ligada no seu secundário. A norma NBR 6856 padroniza algumas cargas que podem ser
ligadas no secundário do TC. As classes são as seguintes: C2,5, C5, C12,5, C25, C50, C100 e
C200. Onde a letra C se refere a transformador de corrente e o número se refere a potência
aparente da carga que pode ser ligada. Levando em consideração que a corrente secundária do
TC é de 5 A, para um TC classe C200 pode-se ligar uma carga no secundário com uma
impedância de 8 ohms.
Além da carga deve-se levar em consideração a tensão nos terminais do secundário
do TC, pois quando o valor de tensão excede o valor da especificação do TC este entra em
saturação. Para que isto não ocorra evite ligar cargas no secundário do TC de forma que supere
o valor de carga especificado.
e) Classe de exatidão
A exatidão de TC’s para fins de proteção, segundo a norma NBR 6856 é expressa
da seguinte forma:
14

Em um TC especificado do tipo 10B100, a número 10 representa o erro máximo


em porcentagem que o TC pode apresentar quando uma corrente 20 vezes maior que a nominal
percorre o enrolamento primário do TC. A letra B significa que o TC é de baixa impedância, se
a letra fosse A ele seria de alta impedância. Já o número 100 significa que o TC consegue
entregar até 100 V para carga na condição de 20 vezes a corrente nominal e carga nominal. Essa
carga nominal é a carga imposta ao TC.
f) Fator térmico
É definido como sendo a relação entre a corrente primária admissível em regime
permanente e sua corrente nominal. Os valores mais usuais para os transformadores de corrente
são: 1,0, 1,2, 1,3, 1,5, e 2. O TC pode operar carregado plenamente e permanentemente até seu
limite térmico sem que haja prejuízo no desempenho, vida útil e nível de isolação. Além disso
o fator térmico é importante pois comtempla o crescimento de carga do alimentador de deixa
possíveis folgas em caso de emergência no setor elétrico (KINDERMANN, Proteção de
Sistemas Elétricos de Potência: Volume 1, 2005).
g) Corrente suportável de curta duração, efeito térmico e dinâmico
A corrente suportável de curta duração para efeito térmico é a corrente primária que
o TC pode suportar durante um intervalo de tempo com os enrolamentos do secundário curto-
circuitados sem que haja a ultrapassagem do limite térmico de isolação do equipamento. Já a
corrente suportável de efeito dinâmico é a corrente assimétrica primária que o TC deve suportar
com o enrolamento secundário curto circuitado sem que haja prejuízo mecânico no
equipamento (ALMEIDA, 2000).

Transformadores de Potencial (TP)

Os transformadores de potencial são sensores que fazem a transformação da tensão


primária de fornecimento em uma tensão de nível compatível com os equipamento de proteção,
medição e supervisão. Eles podem ser do tipo indutivo e capacitivo, sendo o do tipo indutivo
mais utilizado em projetos de sistemas com tensões de 69kV (SOUZA, 2010).
As finalidades básicas dos transformadores de potencial são (MADERGAN, 2012):
Promover a segurança do pessoal;
Isolar eletricamente o circuito de potência dos instrumentos;
Padronizar os valores de corrente dos relés e medidores;
15

2.3.2.2.1 Características Construtivas

O transformador de potencial são fabricado levando em consideração as tensões


primária e secundária que serão aplicadas sobre ele, o tipo de instalação e o grupo de ligação
requerido. Os TPs podem ser do tipo indutivo ou do tipo capacitivo.
O TP do tipo indutivo é constituído por um enrolamento primário envolvendo um
núcleo de silício, sendo este comum ao enrolamento secundário. Estes transformadores
funcionam com base no princípio da conversão eletromecânica entre os enrolamentos primários
e secundário.
O TP do tipo capacitivo é construído basicamente para tensões superiores a 138kV
e são construído com a utilização de capacitores que servem para fornecer um divisor de tensão.
Ou seja, ele é constituído por um divisor capacitivo.

2.3.2.2.2 Características Elétricas

Basicamente a diferença entre os TPs destinados a medição e os destinados a


proteção se diferenciam entre si somente pela lasse de exatidão.
Segundo a NBR 6855 os principais dados básicos para especificação de um TP são:
a) Tensão nominal primária e secundária
Os transformadores de potencial devem suportar tensões de serviço acima de 10%
da tensão nominal em regime continuo sem que haja prejuízo em sua integridade.
As tensões primárias do TP devem ser compatíveis com a tensão de operação do
sistema ao qual ele está conectado. Essas tensões podem variar de 115 a 460kV. Já a tensão
secundária é padronizada no valor de 115 V para TP do grupo 1 e 115/raiz de 3 V para TP do
grupo 2 e 3. A relação dos grupos de ligação dos TP podem ser vistas no item h deste tópico.
b) Relação nominal do TP (RTP)
Levando-se em consideração os níveis de tensão citados no item anterior, para um
TP do grupo 1 com nível de tensão primária de 4600 V a relação nominal do TP seria de 40:1.
Já que a tensão secundária é padronizada em 115 V.
c) Tensão máxima e classe de isolamento
A classe de isolamento depende da máxima tensão de linha do sistema.
d) Frequência Nominal
16

Frequência nominal é frequência do sistema ao qual o TP está conectado.


Geralmente é 50 ou 60 Hz.
e) Carga nominal
A soma das cargas ligadas a um TP devem ser compatíveis com a carga nominal
para o qual o TP foi especificado. Segundo a NBR 6855 as cargas nominais padronizadas são
de 1,5; 25, 35, 75, 200 e 400 VA.
f) Classe de exatidão
Para TP do tipo indutivo a classe de exatidão enquadra-se dentro destes valores:
0,3; 0,6 e 1,2%. Em um TP do tipo 0,3P200, por exemplo, o número 0,3 indica a classe de
exatidão. Após o primeiro número vem a letra P, indicando o transformador de potencial e após
a leta P segue o número 200 que indica a maior carga nominal que pode ser imposta a ele.
g) Potencia térmica nominal
A potência térmica nominal é a máxima potência que o TP pode suprir sem que seja
excedido o limite de temperatura de operação do mesmo. Ela é expressa em VA e dever ser
igual ao produto do quadrado do fator de sobretensão continuo (que será abordado no item h)
pela maior carga especificada.
h) Grupo de ligação e fator de sobretensão nominal
Segundo a norma, existem três grupos de ligação do TP. O primeiro, denominado
Grupo 1, são TP’s indutivos projetados para serem ligados entre fases. O segundo, denominado
Grupo 2, são TP’s indutivos projetados para ligações entre fase e terra em sistemas aterrados
eficazmente. O terceiro, denominado Grupo 3, são projetados para o mesmo tipo de ligação do
grupo 2 sendo não há garantia da eficácia do sistema de aterramento.
O fator de sobretensão nominal é utilizado para que se possa definir condições de
sobretensões durante uma falta com a terra em sistemas trifásicos não aterrados. Na Tabela 2.1,
pode-se verificar o valor desses fatores para determinados grupos de ligações e um determinado
período de tempo (MADERGAN, 2012).

Tabela 2.1- Fatores de sobretensão


Grupo de ligação Fator de sobretensão
Contínuo 30 segundos
1 1,15 1,15
2 1,15 1,5
3 1,9 1,9
Fonte: (MADERGAN, 2012).
17

2.3.3 Relés

Os relés são dispositivos que monitoram determinadas grandezas (que pode ser
tensão, corrente, frequência, etc) e a partir dos valores monitorados eles determinam se os
equipamentos que eles comandam devem atuar. Geralmente os relés enviam comandos para
acionar equipamentos de disjunção, como religadores e disjuntores.
Os parâmetros mais adequados para detectar a ocorrência de faltas são as tensões e
correntes no circuito o qual se deseja proteger. Com isso o relé deve processar sinais a fim de
determinar a existência de anormalidades e então acionar o dispositivo de disjunção. Além
dessas funções o relés de proteção atuais incorporam funções de identificar o tipo de defeito e
registrar as informações, como grandezas analógicas e registros oscilográficos para que se possa
fazer análises futuras (FILHO, 2010).
A classificação dos relés pode ser feita de acordo com a grandeza de atuação
(corrente, tensão, frequência, entre outros), forma de conexão com o circuito, forma construtiva,
tipo de curva de atuação e função de atuação (MADERGAN, 2012).
Quanto a grandeza de atuação eles podem ser classificados para atuar a partir das
grandezas de tensão, corrente e frequência.
Na forma de conexão do circuito eles podem ser do tipo primário ou secundário. O
do tipo primário é aquele que é conectado ao sistema sem a utilização de transformadores de
instrumento. Isso dificulta a manutenção e a manipulação do equipamento. Geralmente são
utilizados em sistemas com tensão até 13,8kV. O do tipo secundário é utilizado em sistemas
de tensão mais elevada, por exemplo em 69kV, e utilizam transformadores de instrumento para
fazer a conexão. Eles são conectados ao secundário de transformadores de corrente, o que
garante mais segurança e facilita a operação e manutenção do equipamento (SOUZA, 2010).
Quanto a função de atuação, eles são classificados de acordo com a função que
desempenham. A norma ANSI C37.2-2008 fornece códigos para cada função. Por exemplo o
relé diferencial de corrente é a 87, o rele de sobrecorrente temporizada é a 50, o rele de
sobrecorrente instantânea é a 51. No APÊNDICE A estão determinados todos os códigos de
proteção conforme a norma. Os relés de sobrecorrente são os mais utilizados e será o principal
componente da proteção da subestação do Campus do Pici, além dele será utilizado um relé de
proteção diferencial para o transformador de potência da subestação.
Para se estudar a classificação quanto à forma construtiva do relé será feito um
estudo da evolução do relé ao longo do tempo.
18

Relés Eletromecânicos

Atualmente são tidos como verdadeiras peças de relojoaria. Isso ocorre pelas
características de seus mecanismos de operação. São dotados de bobinas, discos de indução,
molas e contatos. São de fácil manutenção e de fácil ajuste dos parâmetros.
São dispositivos de que possuem elevada vida útil e geralmente são substituídos
quando é feita alguma reforma no sistema elétrico. Apesar de estarem ultrapassados
tecnologicamente eles podem ser utilizados de forma didática para explicar as funções de
proteção do sistema (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).
A Figura 2.5 apresenta um relé do tipo de sobrecorrente de indução.

Figura 2.5- Relé de proteção eletromecânico

Fonte: (FILHO J. M., 2005).

O relé é composto por uma bobina, uma parte mecânica, mola de restrição e um
contato normalmente aberto pertencente ao circuito de acionamento do disjuntor. Quando há
uma corrente suficientemente grande no secundário do TC, esta produz um campo magnético
19

que vence a força da mola e faz com que o contato normalmente aberto de acionamento do
disjuntor feche (SOUZA, 2010).

Relés Estáticos

A tecnologia dos relés eletromecânicos foi sucedida pelo relés estáticos. Ele opera
com base em circuitos lógicos eletrônico, por isso também podem ser chamados de relés
eletrônicos. Eles são aplicados da mesma maneira que os reles eletromecânicos, só que as
funções que antes eram representadas por peças mecânicas e tecnologia de indução magnética
foram substituídas por circuitos impressos (MARTINS, 2012).
Eles possuem elevada velocidade de operação permitindo uma melhor atuação dos
sistemas de proteção desenvolvendo-se esquemas de proteção mais avançados e sofisticados.
Na Figura 2.6, pode-se ver um exemplo de relé estático. A sinalização operacional
é do tipo LED e os ajustes são realizados através de diais fixados no painel frontal (FILHO J.
M., 2005).

Figura 2.6- Relé estático

Fonte: (FILHO J. M., 2005).


20

Relés Microprocessados (IEDs)

Esses relés utilizam como base os microprocessadores e foram os sucessores dos


relés estáticos. Devido a tecnologia dos microprocessadores esses reles possuem a capacidade
de exercer várias funções, como por exemplo controle, gravação de dados amostrados,
informação de eventos e diferentes funções de proteção.
Seus ajustes podem ser feitos através de um painel frontal ou até mesmo através de
um computador interligado com relé por meio de uma porta RS232. E eles funcionam através
de programas dedicados que tratam a informação que chega através dos transformadores de
corrente.
Outra grande inovação neste tipo de tecnologia é a capacidade de auto teste. Essa
função permite que o relé faça a verificação do seu hardware e software para detectar qualquer
anormalidade em seu funcionamento. Podendo também, através de dados recolhidos ao longo
do tempo eles serem capazes de auto calibração (MARTINS, 2012).
Ele é formado por subsistemas que realizam funções predeterminadas. A Figura 2.7
apresenta a configuração desses subsistemas, que desenvolvem funções de armazenamento e
processamento de dados, filtragem, conversão analógica/digital, entre outros (NOBRE, 2013).
21

Figura 2.7- Subsistemas do relé microprocessado

Fonte: (COTOSCK, 2007).

A Figura 2.8 apresenta um exemplo de relé microprocessado do fabricante SEL.


22

Figura 2.8- Relé microprocessado

Fonte: (MEMÓRIA DE CÁLCULO PARA AJUSTES DO RELÉ DE PROTEÇÃO DE


ALIMENTAODR SEL-751A).

Características de atuação e temporização

Os relés de sobrecorrente podem atuar seguindo três parâmetros de curvas. Os tipos


de curva são a atuação temporizada, atuação por tempo definido e a atuação instantânea. Na
atuação temporizada o relé atua conforme uma curva de parametrização. Na atuação por tempo
definido o relé irá atuar em um tempo determinado pelo usuário quando a corrente ultrapassar
o valor ajustado no relé. Já na atuação instantânea ele atua em um tempo mínimo de atuação do
relé quando a corrente ultrapassa o valor ajustado para esse tipo de atuação.
Como foi dito anteriormente, quando o relé atua por tempo definido, ele irá atuar
no tempo ajustado pelo usuário para um valor de corrente igual ou superior ao valor ajustado.
23

Para isso, ajusta-se um valor de tempo (ta) de atuação, a corrente mínima de atuação (Iat). Na
Figura 2.9 está mostrado um exemplo de curva de atuação de tempo definido.
Figura 2.9- Curva de atuação por tempo definido

Fonte: (ALMEIDA, 2000).

Na atuação instantânea ajusta-se uma corrente de atuação e o relé irá atuar de acordo
com o seu tempo mínimo de atuação. Pode-se observar isso na Figura 2.10.
Figura 2.10- Curva de atuação instantânea

Fonte: próprio autor.

Já na atuação temporizada o relé segue uma curva na qual quanto maior o valor da
corrente menor é o tempo de atuação do dispositivo. Para correntes maiores que o valor ajustado
de atuação, o relé atua em um intervalo de tempo determinado pela curva de atuação. Um
exemplo de curva pode ser visto na Figura 2.11.
24

Figura 2.11- Curva de atuação temporizada

Fonte: (ALMEIDA, 2000)

Os tipos de curva que serão utilizados para o projeto de proteção da subestação


seguem o padrão da norma IEC. Porem existem outros padrões como o da norma ANSI ou
definidos pelos próprios fabricantes.
A norma IEC trabalha com um tipo de curva que é regido pela equação (2.1):

K
t = (2.1)
M α −1

Onde:
t: é o tempo de atuação.
M: é o múltiplo da corrente de ajuste.
K e α: são valores padronizados pela norma IEC, nesse estudo será utilizado a curva muito
inversa (cuja sigla é M.I. ou V.I.), apresentada na Tabela 2.2.
No padrão IEC existem 3 tipos de curvas principais de temporização: a curva NI
(Normalmente inversa), a curva MI (muito inversa) e a curva extremamente inversa (EI). Estas
curvas são regidas pelos valores de k e α aplicadas na equação 2.1. Na Tabela 2.2 estão
mostrados os valores temporização padrão IEC juntamente com os valores das constantes que
devem ser aplicados em (2.1).
25

Tabela 2.2- Curvas de temporização padrão IEC

Fonte: (Júnior, 2006)

Visto os tipos de relés e suas curvas de atuação, a seguir serão tratados as principais
características dos relés que serão utilizados no projeto de proteção da subestação do Campus
do Pici da Universidade Federal do Ceará, essas características foram baseadas no manual
disponibilizado pelo fabricante.

Relé SEL 751

Essa seção é destinada ao relé 751 do fabricante Schweitzer Engineering


Laboratories, INC. Este foi o relé adquirido para ser utilizado na Subestação da Universidade
Federal do Ceará para proteção do alimentador de 69kV. O relé SEL 751 é do tipo
microprocessado. Esse equipamento possui as funções básicas de sobrecorrente instantânea e
temporizada de fase e de neutro. Além disso apresenta as funções de sobrecorrente de sequência
negativa, sobre e subtensão, sobre e subfrequência, religamento, etc. Os ajuste que serão feitos
neste trabalho será comentado no Capítulo 3.
O TAP de um relé é o valor que multiplicado pela relação de transformação do TC
(RTC) resulta na corrente pick-up se o valor da corrente do circuito for superior a corrente de
pick-up o relé atua através do tempo definido pela sua curva. O dial de tempo é o tempo para o
qual o relé deve iniciar sua atuação temporizada e o ajuste instantâneo é o valor de corrente
para o qual o relé atua seguindo seu tempo de atuação instantâneo.
Em relação aos ajustes das funções 50/50N e 51/51N (sobrecorrente instantânea e
sobrecorrente de fase e de neutro), o relé SEL 751 permite que o TAP seja ajustado de 0,50 a
100,00 com passos de 0,01 para a função instantânea de fase e de neutro. Já para a função
temporizada de fase e de neutro o ajuste do TAP pode ser entre 0,50 e 16,00 também com passos
de 0,01. O dial de tempo pode ser ajustado de 0,05 a 1,5 com passos de 0,01.
Em relação ao ajuste da função 51Q (sobrecorrente de sequência negativa), as faixas de ajuste
são iguais às de sobrecorrente temporizada.
26

Relé SEL 751 A

Essa seção é destinada ao relé 751 A do fabricante Schweitzer Engineering


Laboratories, INC. Este foi o relé adquirido para ser utilizado na Subestação da Universidade
Federal do Ceará para proteção do alimentador de 13,8kV. O relé SEL 751 A é do tipo
microprocessado. Esse equipamento possui as funções básicas de sobrecorrente instantânea e
temporizada de fase e de neutro. Além disso apresenta as funções de sobrecorrente de sequência
negativa, sobre e subtensão, sobre e subfrequência, religamento, etc.
Em relação aos ajustes das funções 50/50N e 51/51N (sobrecorrente instantânea e
sobrecorrente de fase e de neutro), o relé SEL 751 permite que o TAP seja ajustado de 0,50 a
100,00 com passos de 0,01 para a função instantânea de fase e de neutro. Já para a função
temporizada de fase e de neutro o ajuste do TAP pode ser entre 0,50 e 16,00 também com passos
de 0,01. O dial de tempo pode ser ajustado de 0,05 a 1 com passos de 0,01.

Relé SEL 787

Essa seção é destinada ao relé 787 do fabricante Schweitzer Engineering


Laboratories, INC. Este foi o relé adquirido para ser utilizado na Subestação da Universidade
Federal do Ceará para proteção do transformador de potência. O relé SEL 787 é do tipo
microprocessado. Esse equipamento possui as funções básicas de sobrecorrente instantânea e
temporizada de fase e de neutro. Além disso apresenta as funções de sobrecorrente de sequência
negativa, sobre e subtensão, sobre e subfrequência e religamento. Vale destacar que além dessas
funções ele possui a função diferencial.
Em relação aos ajustes das funções 50/50N e 51/51N (sobrecorrente instantânea e
sobrecorrente de fase e de neutro), o relé SEL 751 permite que o TAP seja ajustado de 0,50 a
96,00 com passos de 0,01 para a função instantânea de fase e de neutro. Já para a função
temporizada de fase e de neutro o ajuste do TAP pode ser entre 0,50 e 16,00 também com passos
de 0,01. O dial de tempo pode ser ajustado de 0,05 a 1 com passos de 0,01.
Para a função diferencial o slope pode ser ajustado de 0 a 100% com uma taxa restrição de
harmônico de 5 a 100% da frequência fundamental.
27

2.3.4 Disjuntores

O disjuntor é um dispositivo de manobra e seccionamento capaz de interromper o


circuito elétrico em caso de uma falta sua jusante. Ele deve operar em condições de corrente
normais e anormais de carga do circuito. A principal função do disjuntor é interromper as
correntes de defeito de um determinado circuito no menor espaço de tempo possível. Eles
devem operar juntamente com relés de proteção que são responsáveis por enviar comandos de
abertura e fechamento de sues bobinas. Sem estes relés para enviar a ordem de comando, os
disjuntores transformam-se em chaves de manobra, sem a característica de proteção.
A seguir serão tratadas as principais características construtivas e elétricas
pertencentes aos disjuntores.

Características construtivas

Dentre as características construtivas dos disjuntores destacando-se os meio de


extinção de arco e o sistema de acionamento do disjuntor (SOUZA, 2010).

2.3.4.1.1 Sistema de interrupção de arco

Quando há o desligamento do circuito devido a ação do disjunto, no momento que


é feita a abertura do mesmo, surge um arco elétrico entres os terminais de abertura do disjuntor.
Para extinguir definitivamente o arco e interromper o circuito é necessário um meio isolante.
Os meios isolantes para exigir um arco são: óleo mineral, ar comprimido, SF6 e o vácuo
(SOUZA, 2010).
a) Disjuntores a óleo
São disjuntores que usam o óleo mineral como meio de extinção do arco elétrico.
Eles podem ser classificados como sendo disjuntores a grande volume de óleo (GVO) ou
disjuntores a pequeno volume de óleo (PVO). O princípio de operação se baseia na imersão dos
contatos no volume de óleo, que impede (dentro da capacidade de interrupção do disjuntor) que
se forme o arco elétrico (FILHO J. M., 2005).
b) Disjuntor a ar comprimido
São disjuntores que utilizam ar comprimido em alta pressão como meio de extinção
e interrupção de arco. Geralmente utilizados em subestações com tensão acima de 230kV, eles
28

tem uma característica de rapidez de operação e possui um meio de extinção não inflamável se
comparado com o óleo. Eles necessitam de um sistema de alimentação e compressão de ar.
Porém o sistema de geração de ar comprimido possui um elevado custo aliados com a constante
manutenção (Itajubá, 2013).
O ar utilizado tem que ser puro e com total ausência de umidade. Devido a esse fato
é necessário a instalação de filtros e desumidificadores.
c) Disjuntor a SF6
Esses disjuntores representam a tendência atual na área de alta tensão. Ele utiliza o
gás SF6, que possui excelência na extinção de arco devido a sus propriedades físicas e químicas.
Durante o tempo, foram desenvolvidas várias técnicas de interrupção de corrente
utilizando esse gás.
A primeira delas, praticamente não são mais fabricados na atualidade, é a dupla
pressão. Essa técnica consiste em utilizar dois vasos de pressão durante o funcionamento do
disjuntor que dirigem o gás sobre a região de contato do disjuntor (FERREIRA, 2013).
Outra técnica é a de auto compressão, ela utiliza um único vazo de pressão que
devido ao deslocamento de um embolo é criada uma diferença de pressão que faz com que o
gás circule e entre em contato com os contatos dos disjuntores (FERREIRA, 2013).
A terceira técnica é a do arco girante. Ela consiste em utilizar o campo magnético
induzido pelo arco para acelerar o resfriamento do arco elétrico dentro da câmara de SF6
(FERREIRA, 2013).
A Figura 2.12 apresenta um disjuntor de alta tensão a SF6 instalado dentro de uma
subestação.
29

Figura 2.12- Disjuntor de alta tensão a SF6

Fonte: (FILHO J. M., 2005).

d) Disjuntor a vácuo
Indicados para utilização em instalações onde a frequência de manobra é intensa,
estes dispositivos possuem uma câmara de vácuo como elemento de extinção de arco. Eles
podem realizar até dez mil manobras em corrente alternada e permanecer dez anos em operação
sem necessidade de inspeção. São constituídos de três polos instalados através de isoladores em
uma caixa de manobra dotada de todos os mecanismos para operação do equipamento (FILHO
J. M., 2005).

2.3.4.1.2 Sistema de acionamento

Dentre os sistemas de acionamento dos disjuntores destacam-se o sistema de mola,


o sistema de solenoide e o de ar comprimido.
O sistema de acionamento por meio de molas apresenta uma certa simplicidade e é
utilizado na maioria dos disjuntores até 230kV. Ele possui uma mola, ou um conjunto de molas,
30

que ao ser destravada libera a energia mecânica armazenada fazendo com que haja o
deslocamento de uma haste ligada ao contato móvel do disjuntor (FILHO J. M., 2005).
O sistema de solenoide é constituído por uma solenoide e é utilizado no
carregamento da mola de abertura do disjuntor. Possui uma utilização limitada por causa da
pouca energia armazenada que consegue transferir para o carregamento da mola de abertura.
O sistema de ar comprimido é utilizado nos disjuntores que possuem o sistema de
extinção de arco como sendo a ar comprimido. Nesse caso o ar comprimido é utilizado tanto
como extintor do arco como acionador do mecanismo de disparo do disjuntor.

Características elétricas

Os principais pontos a serem destacados na especificação elétrica do disjuntor são (BARROS,


2010):
a) Tensão nominal
A tensão nominal do disjuntor deve ser igual a tensão máxima de operação do
sistema para o qual o disjuntor foi designado.
b) Corrente nominal
Deve ser maior que a máxima corrente designada para o circuito, incluindo o
acréscimo de cargas futuras.
c) Tensão Suportável de Impulso
Deve ser compatível com o sistema.
d) Corrente de interrupção
É a corrente que o disjuntor suporta durante a operação de abertura no início do
arco.
e) Corrente de interrupção simétrica nominal
Esse valor determina a capacidade que o disjuntor tem de suportar a corrente de
curto-circuito. No caso, ela tem que ser maior que o valor máximo de curto-circuito no ponto
de instalação do disjuntor.
f) Corrente de fechamento
É a corrente de curto-circuito que o disjuntor suporta quando seus contatos são
fechados sob condições de curto-circuito.
31

2.3.5 Chave Fusível

A chave fusível é um dispositivo eletromecânico que é instalado por fase, cuja a


função é seccionar o circuito, interrompendo a circulação de corrente quando essa corrente
passa de um valor determinado, levando-se em consideração um tempo que é determinado pela
curva de atuação do dispositivo (BARROS, 2010).
A interrupção do circuito se dá através fusão de um elemento que compõe a chave
fusível, este elemento é o elo fusível. No momento que ocorre uma sobrecorrente e esta aquece
o elemento fusível este deve interromper o sistema.
O detalhe construtivo da chave fusível, destacando-se as partes que constituem a chave fusível,
pode ser observado na Figura 2.13.
32

Figura 2.13- Detalhe dos componentes da chave fusível

Fonte: (BARROS, 2010).

Para se especificar um chave fusível devem ser considerados as seguintes


características (FILHO, 2010):
a) Tensão nominal
É a tensão a qual o dispositivo suporta em condições nominais, ela deve ser superior
ou igual a tensão de operação do sistema.
b) Corrente nominal
A corrente nominal deve ser superior a 150% do valor do elo fusível instalado no
ponto de proteção.
c) Nível básico de isolamento
33

Ela determina suportabilidade do dispositivo para condições de sobretensão de


origem externas, como por exemplo uma descarga atmosférica.
d) Capacidade de interrupção
Para que o dispositivo possa interromper uma corrente de curto-circuito, sua
capacidade de interrupção deve ser superior ao maior valor de curto-circuito calculado para o
ponto de instalação da chave fusível.
Além disso deve especificar o elo fusível que compõe a chave. O elo fusível é
dividido em diferentes categorias. Segundo a norma NBR 7282, os elos fusíveis são
classificados de acordo com a sua curva de atuação. Eles podem ser de três tipos, tipo H, tipo
K e tipo T.
O tipo H são considerados elos fusíveis de alto surto e são fabricados para correntes
de até 5 A. O tipo K são elos fusíveis rápidos e o tipo T são elos fusíveis do tipo lentos. Essa
relação entre rápido e lento se dá através da curva de atuação desses dispositivos. As correntes
nominais para os dispositivos do tipo K e T podem variar de 6 a 200 A.

2.3.6 Seccionadores

Seccionadores são elementos utilizados na proteção da circuitos cuja função é


seccionar o trecho em que ocorreu a falta a jusante da sua instalação. Vale ressaltar que a função
do seccionador não é interromper a corrente resultante de algum defeito. A interrupção é
efetuada por um dispositivo de retaguarda. Esse dispositivo de retaguarda é que deve possuir
uma capacidade de interrupção compatível com o nível de corrente de curto-circuito no ponto
de instalação (FILHO J. M., 2005).
Atualmente os sistemas de controle do seccionadores são digitais ou
microprocessados podendo até ser feito o registro de eventos. E mecanicamente se comportam
como chaves de manobras automáticas.
Com um funcionamento relativamente simples, ele funciona da seguinte maneira:
a cada vez que o dispositivo de retaguarda (geralmente um religador ou disjuntor) efetua um
disparo interrompendo a corrente de falta, o seccionador efetua uma contagem. Após atingir
um número predeterminado de contagens ele efetua a abertura de seus contatos. Essa abertura
é efetuada com o circuito desenergizado pelo dispositivo de retaguarda (ALMEIDA, 2000).
Na Figura 2.14 pode-se observar um exemplo de seccinador.
34

Figura 2.14- Exemplo de seccionador

Fonte: (BARROS, 2010).

Para se especificar um seccionador é necessário destacar os seguintes pontos


(BARROS, 2010):
a) Tensão Nominal
A tensão nominal deve ser compatível com a tensão do sistema em que ele será
instalado, podendo ser igual ou superior a tensão do sistema.
b) Corrente Nominal
A corrente nominal deverá ser superior a corrente máxima de operação do sistema
em que o seccionador será instalado.
c) NBI
A tensão suportável de impulso deve ser compatível com a do sistema no qual ele
será instalado.
d) Capacidade Instantânea
O dispositivo deve suportar o valor máximo de corrente de curto-circuito no ponto
de instalação.
e) Sensibilidade dos ajustes
É importante verificar os valores de ajustes programados, verificando os valores
máximos e mínimos que o seccionador pode operar.
f) Número máximo de contagem
Deve-se determinar o número de contagem máxima que o seccionador irá fazer
antes de efetuar o desligamento.
35

g) Tempo de reinicialização
O tempo necessário para que a contagem retorne a zero deve ser uma das
especificações do dispositivo.

2.4 Conclusões do capítulo

A proteção de sistemas elétricos é de grande importância e não pode ser


menosprezada. A principal função da proteção é assegurar que as pessoas e os equipamentos
não sofrem avarias devido a falhas que possam ocorrer no sistema. Para que isso ocorra o
sistema tem que ser desconectado o mais rápido possível. Em bons projetos de proteção, caso
o equipamento falhe, há uma proteção de retaguarda que assegura o desligamento do circuito.
Para que o sistema de proteção desempenhe suas funções correta e adequadamente
ele deve possuir as propriedades fundamentais do sistema de proteção e seletividade e
coordenação, zonas de atuação, velocidade, sensibilidade, confiabilidade e automação
Os principais equipamentos pertencentes a um sistema de proteção são os
religadores, transformadores de instrumento, relés de proteção, disjuntores, chaves fusíveis e
seccionadores. Cada elemento de proteção possui suas características especificas e que deve-se
determinar corretamente essas características para se ter um sistema de proteção adequado.
Com o tempo a tecnologia implementada para o funcionamento dos relés de
proteção evoluíram e saíram da tecnologia dos reles eletromecânicos para os IEDs, os quais são
microprocessados e ainda é permitida a comunicação entre os elementos de proteção.
36

3 CRITÉRIOS DE PROJETO E PROTEÇÃO DA SUBESTAÇÃO DE 69kV

3.1 Introdução

Neste capítulo será apresentado os principais critérios definidos pela COELCE que
deve conter um projeto de subestação de 69kV dando-se ênfase ao projeto de proteção que é o
foco de estudo desse trabalho. Com relação aos projetos, em geral, serão abordados os itens que
compõem os projetos civil, eletromecânico e de proteção. Já em relação ao projeto de proteção,
especificamente, serão abordado as principais funções de proteção que devem constituir a
proteção da entrada da subestação, do transformador de potência e a dos alimentadores de média
tensão. Todo o capítulo, quando não mencionado, será baseado na norma NT 004/2011
COELCE e no critério de projeto CP 011/2003 COELCE da distribuidora de energia local.

3.2 Projeto de Subestação

Para que seja feito o projeto de uma subestação de 69kV é necessário, primeiro, que
haja um planejamento adequado. Esse planejamento deve ser feito de forma a permitir um
desenvolvimento progressivo da demanda dentro da expectativa de crescimento do local que
será atendido pela subestação.
Após o planejamento adequado é necessário determinar a classificação e realizar o
projeto da subestação. As subestações se classificam em dois tipo: as de grande porte e as de
pequeno porte. As subestações de grande porte apresentam valores de demanda atendendo as
seguintes potencias: 10/12,5/15 MVA; 2x10/12,5/15 MVA; 20/26,66/33,2 MVA. As
subestações de pequeno porte apresentam valores de demanda atendendo as seguintes
potencias: 5/6,25 MVA; 5/6,25/7,5 MVA; 2x5/6,25/7,5 MVA. No caso em estudo a subestação
é classificada como de pequeno porte pois apresenta uma potência de 5/6,26 MVA.
Para realizar o projeto é necessário alguns dados preliminares:
a) Escolha do terreno
Deve-se escolher um local adequando para a SE.
b) Levantamento topográfico
Tem por finalidade determinar a dimensão, o contorno e a posição do terreno da
SE.
c) Estudo da resistividade do solo
37

Deve-se fazer um estudo preliminar do solo para se determinar a viabilidade de


custo do projeto de aterramento.
d) Estudo de alimentação de atua e média tensão
Em função das condições dos terrenos vizinhos e arruamentos, deve-se determinar
as melhores condições físicas de entrada e saídas das linhas da SE.
e) Sondagem
A fim de garantir resistência e estabilidade da obra o projeto deve conter o número
de sondagens e a sua localização na planta para que seja selecionado o ensaio e as investigações
a serem realizadas.
Após a obtenção dos dados preliminares estuda-se a etapa de elaboração do projeto.
O projeto se divide em três partes: projeto civil, eletromecânico e de proteção.

3.2.1 Projeto Civil

O projeto civil de uma SE desenvolve-se seguindo seis etapas. A primeira etapa é a


de instalações provisórias, a segunda é a movimento de terra, a terceira é a drenagem e
pavimentação, a quarta é a edificação, a quinta é a definição de bases e fundações para postes
e a sexta é a determinação de caixas, eletrodutos e canaletas.

Instalações provisórias

O projeto de instalações provisória deve conter toda a estrutura necessária para a


execução da obra. Como contemplar a instalação de escritórios, instalações provisórias de agua,
esgoto, luz e força. Além disso deve conter vias de acesso e circulação interna.

Movimento de terra

O projeto deverá indicar a área de raspagem e limpeza do terreno. Além disso o


projeto deve conter as plantas de terraplanagem. Nas plantas deve constar cortes, projeto de
estrutura de arrimos, indicação de volumes geométricos e aterros, etc. Caso haja necessidade
de aterro, o projeto deve conter o método de compactação e a caracterização do material a ser
empregado indicando a espessura e o número de camadas.
38

Quando houver escavação e reaterro, o projeto deve indicar as dimensões das cavas
e valas e como serão feitas as escavações (de forma manual ou mecânica).

Drenagem e pavimentação

O projeto de drenagem deve abranger toda a área do terreno da subestação,


atendendo as características do local. Para isso deve-se observar os índices pluviométricos da
região evitando-se o escoamento de agua para estas localidades. Sempre que possível, a
drenagem deve ser superficial. Para que seja feita a execução do projeto é necessário que seja
verificado o destino das aguas captadas, apresentado soluções, junto ao órgão públicos.
O projeto de pavimentação deve conter um tratamento superficial das pistas de
rolamento para que não haja corrosão ou erosão quando esta for submetida a cargas. Antes da
elaboração deve-se consultar órgão responsáveis pelas vias de acesso da região para verificar
as exigências dos mesmos. No projeto de acesso a subestação deve-se empregar
paralelepípedos.

Edificação

O projeto das edificações da subestação é composto pelos projetos arquitetônicos,


projeto de instalações elétricas e projetos das instalações hidráulicas e sanitárias.
No projeto arquitetônico deve-se contemplar os projetos das casas de comando a
serem utilizados na subestação e do pátio da subestação. Esse projeto deve conter elementos
vazados de concreto para ventilação, deve-se detalhar os procedimentos utilizados para união
da paredes com os elementos de concreto, o projeto da cobertura deve-se utilizar telhas de fibro
cimento do tipo canalete 49, entre outros.
O projeto elétrico deve estar de acordo com a norma NBR 5410 e estudos
lumintécnicos, de acordo com as características da edificação a dos equipamentos que serão
ligados nela. Deve-se utilizar instalações do tipo embutida, exceto na sala de baterias que deve
ser utilizada instalação aparente a prova de explosão. Na sala de comando e na sala de baterias
deve-se utilizar luminárias de emergência.
O projeto hidro sanitário deve conter a ligação das instalações da subestação com a
rede de água e esgoto atendendo as exigências da concessionária local. Deve-se projetar um
39

registro geral para cada ambiente atendido pelo projeto. E deve-se evitar a proximidade das
tubulações com os eletrodutos de cabos de controle.

Bases e fundações para postes

Para as bases e fundações da subestação deve-se considerar as recomendações dos


fabricantes dos equipamentos e cargas a serem instaladas. As bases dos equipamentos devem
ficar a 10cm acima do nível da brita.

Caixas, eletrodutos e canaletas

Deve ser projetada uma rede de eletrodutos para os circuitos de controle, devendo-
se definir a profundidade (depois da terraplanagem) a qual os eletrodutos serão instalado,
adotando-se uma proteção compatível com as sobrecargas em trechos onde houver circulação
de veículos. Todas as caixas e canaletas devem ser drenadas e ligas a rede de drenagem da
subestação. O nível superior das tampas das caixas de passagem e canaletas devem estar 10cm
acima do nível da brita.

3.2.2 Projeto Eletromecânico

No projeto eletromecânico são projetados a malha de aterramento, condutores,


barramentos e equipamentos que serão instalados na subestação.

Malha de aterramento

Para medição da resistividade do solo deve-se utilizar o método de Wenner


conforme a NBR 7117 e esta deve ser feita depois da terraplanagem do terreno.
A malha deve ser projetada a partir da área definida para a malha de aterramento e
da resistividade do solo levando-se em consideração a máxima corrente de curto-circuito fase
terra do sistema com uma duração de 3 segundos. Todos os equipamentos da subestação
deverão estar sobre a área ocupada pela malha de aterramento e o valor da resistência da malha
não deve ser superior a 5 ohms.
40

A haste da malha de aterramento deve possuir um diâmetro mínimo de 17,3mm e


deve ser de aço cobreado. A interligação das hastes deve ser feita com cabo de cobre nu com
seção mínima de 7x7 AWG e a distância entres as hastes deve ser no mínimo 3m.
Devem ser ligados ao sistema de aterramento através de condutor de aço cobreado
com bitola mínima de 7x7 AWG:
Todos os equipamentos, todas as ferragens para suporte de chaves, isoladores, etc;
Portas e telas metálicas de proteção e ventilação;
Blindagem dos cabos isolados e condutores de proteção da instalação.
Todos os cubículos em invólucros metálicos mesmo que estejam acoplados;
Neutro do transformador de potência e gerador;

Condutores e barramentos

Segundo a norma os barramentos e condutores devem possuir as dimensões


determinadas na Tabela 3.1.

Tabela 3.1- Dimensão dos barramentos e condutores

Fonte: NT 004/2011 COELCE.

Equipamentos a instalar na subestação

Os equipamentos que devem ser contemplados no projeto da subestação são o


transformador de potência, disjuntores, seccionadores, transformadores de instrumento, para
raios, religadores, banco de capacitores e serviços auxiliares.

3.2.3 Projeto de Proteção


41

O projeto de proteção tem como objetivo as especificações dos relés, o


dimensionamento dos transformadores de corrente e o tipo de ligação e localização dos
disjuntores e demais dispositivos.
No projeto devem conter os cálculos de ajustes de proteção dos relés, funções que
serão habilitadas no relés, valores de atuação dos relés, coordenograma, diagrama unifilar da
instalação contendo a localização da medição e nível de curto-circuito simétricos nos terminais
dos dispositivos de proteção.
Para o estudo de proteção da subestação do Campus do Pici da Universidade
Federal do Ceará serão estudados os ajustes dos relés de proteção definidos pela concessionária
local. Para a proteção geral de alta tensão a COELCE define que a proteção terá que ser
constituída das seguintes funções: função de sobrecorrente instantânea e temporizada de fase
(50/51), função de sobrecorrente instantânea e temporizada de neutro (50/51N) e função de
sobrecorrente de sequência negativa (51Q). Para proteção do transformador de potência a
COELCE sugere as seguintes proteções: proteção diferencial (87) e proteção de sobrecorrente
de terra (51G). Para os alimentadores de média tensão a COELCE define que a proteção deverá
ser constituída das seguintes funções: função de sobrecorrente instantânea e temporizada de
fase (50/51), função de sobrecorrente instantânea e temporizada de neutro (50/51N).
A partir disso será feito um estudo detalhado das funções de proteção que serão
implementadas no projeto de proteção da subestação do Campus do Pici.

Proteção de sobrecorrente

As sobrecorrentes são eventos que ocorrem comumente em sistemas elétricos. Elas


podem ser classificadas em dois níveis, sobrecorrentes de sobrecarga e de curto-circuito. A
ocorrência dessas corrente compromete o funcionamento do sistema e a vida útil dos
equipamentos pertencentes a ele.
Devido a este fato é implementado a função de proteção de sobrecorrente em relés
de proteção. Essa função é responsável por detectar níveis de corrente acima dos valores pré
estabelecidos para o funcionamento adequado dos equipamentos e isolar o sistema em caso de
ocorrência de sobrecorrente.
Existem dois tipos de sobrecorrente que podem ser detectadas: as sobrecorrentes de
fase e as sobrecorrentes de terra. As sobrecorrentes de fase ocorrem quando a fase apresenta
42

uma corrente superior a corrente de carga. A sobrecorrente de terra ocorre quando há curto-
circuito entre fase e terra no sistema.
Os relés responsáveis por implementar a função de proteção de sobrecorrente é o
rele de sobrecorrente. Como foi dito anteriormente o relé de sobrecorrente pode ter dois tipos
de atuação, a temporizada (cuja função de atuação é a 51) e a atuação instantânea (cuja função
de atuação é a 50). Na atuação temporizadas eles atuam seguindo uma curva de tempo x
corrente. Na atuação instantânea quando a corrente ultrapassa o valor pré determinado o relé
atua em um tempo definido.
Quando essas funções de proteção de sobrecorrente são implementadas para
proteção do condutor neutro ela recebem a nome de função de sobrecorrente de neutro
(50/51N). Na proteção de sobrecorrente de terra do transformado a função de atuação é a 51G
(MARTINS, 2012).
Os relés em estudo podem operar seguindo algumas condições do sistema. Dentre
essas condições estão a condição de operação normal, a de curto-circuito trifásico e a de curto-
circuito fase-terra.
Quando o sistema está operando normalmente as correntes de fase estão
equilibradas e com isso a corrente de neutro tende a zero. Como o sistema está operando em
condições nominais de carga, a corrente vista pelo relé nessa condição tem que estar abaixo do
valor ajustado para proteção. Com essa condição estabelecida o relé permanece sem atuar para
condições normais do sistema (MARTINS, 2012).
Quando ocorre um curto-circuito trifásico as correntes nas três fases apresentam
valores muito elevados fazendo com que os relés atuem através da função 50 e 51. Como não
há corrente no neutro as funções 50N e 51N não são ativadas.
Quando ocorre um curto-circuito fase terra há um desequilíbrio à terra e com isso o
retorno de corrente se dará através do neutro do sistema, nessa condição há a atuação da função
50 e 51 N.

Proteção de sobrecorrente de sequência negativa

Essa função de proteção é responsável por detectar desequilíbrio de fase através da


componente de corrente negativa do sistema.
Quando ocorrem faltas fase-fase e fase-terra no secundário de transformadores com
ligação delta no primário e estrela no secundário há a geração de correntes de sequência
43

negativa no primário do transformador. A função de proteção responsável por detectar essas


falta através da detecção da corrente de sequência negativa é a função 51Q (Schweitzer &
Kumm, 1997).
As principais causas de componentes de corrente de sequência negativa no sistema
são:
Uma ou duas fases abertas;
Desequilíbrio de carga;
Curto-circuito fase-terra;
Curto-circuito bifásico ou bifásico a terra;

Proteção diferencial

Os defeitos mais frequentes e que podem provocar grandes avarias em


transformadores são aqueles que afetam somente uma espira do enrolamento. Para restringir
esses dano utiliza-se a proteção diferencial de sobrecorrente. Essa função delimita uma região
de proteção dada pela instalação dos transformadores de corrente no lado de alta e baixa tensão
do transformador.
O diagrama básico da proteção diferencial de transformadores de dois enrolamentos
é apresentado na Figura 3.1.

Figura 3.1- Diagrama básico relé diferencial

Fonte: (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).


44

Para que seja aplicada a proteção diferencial de transformadores é necessário que


se tome alguns cuidados. O primeiro é em relação a polaridade de conexão dos TCs, essa
informação tem que ser inserida no relé. Como o princípio de atuação se baseia na soma das
correntes do primário e secundário, caso a polaridade não seja inserida corretamente isso pode
acarretar um mal funcionamento do relé. O segundo cuidado é conexão interna do
transformador. Em transformadores que possuem a ligação do primário em delta e do
secundário em estrela há um defasamento de 30° na corrente. Isso pode implicar em uma soma
incorreta dos valores de corrente podendo gerar uma atuação indevida. Nesse caso a correção
pode ser feita externamente na conexão dos transformadores de corrente ou matematicamente
dentro do próprio equipamento de proteção (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).
A Figura 3.2 mostra um sistema mais detalhado da ligação do relé ao transformador.
Pode-se observar que a compensação do defasamento do sistema foi feita na ligação dos
transformadores de corrente.

Figura 3.2- Sistema detalhado de ligação relé diferencial

Fonte: (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).


45

No caso da proteção diferencial é feito um ajuste de sensibilidade do relé. Esse


ajuste é feito levando em consideração a classe dos transformadores de corrente e informações
provenientes do sistema ao qual o equipamento foi instalado. Ao se determinar esse ajuste de
sensibilidade do relé, o SLOPE, determina-se as regiões de operação do relé conforme a Figura
3.3.

Figura 3.3- Curva de operação do relé diferencial

Fonte: (MARTINS, 2012).

Quando a corrente vista pelo relé ultrapassa os valores definidos pela curva da
Figura 3.3, o relé atua seccionando o sistema dependendo da operação (se é operação
condicionada ou operação incondicional). Quando o valor está na região de operação
condicionada o relé pode atuar dependendo de outras condições do sistema. Quando o valor
está na região de operação incondicional o relé atua instantaneamente seccionando o sistema.
Quando o valor está abaixo da curva o relé não atua (MARTINS, 2012).

3.3 Conclusões do capítulo

Primeiramente, para que seja feito um projeto de uma subestação de 69kV é


necessário um planejamento adequado. A partir disso é feito um levantamento de dados
preliminares para analisar a viabilidade financeira do projeto.
46

Após esses dados, é necessário a elaboração de três projetos. O primeiro é o projeto


civil, o segundo o eletromecânico e o terceiro o projeto de proteção.
Para ao concessionária de energia local no projeto civil é necessário conter o projeto
de instalações provisórias, o projeto de terraplanagem e aterro, o projeto de drenagem e
pavimentação, projeto de edificação, definição de bases e fundações e a determinação da
localização das caixas, eletrodutos e canaletas.
No projeto eletromecânico é necessário que haja o projeto da malha de aterramento,
dos condutores, barramentos e equipamentos que serão instalados na subestação.
Para o projeto de proteção é necessário que haja os cálculos de ajustes de proteção
dos relés, funções que serão habilitadas no relés, valores de atuação dos relés, o coordenograma,
diagrama unifilar da instalação e nível de curto-circuito no equipamentos de proteção.
47

4 AJUSTES DA PROTEÇÃO DA SUBESTAÇÃO DE 69kV DO CAMPUS DO PICI

4.1 Introdução

Neste capítulo será apresentado a proposta de implantação da subestação do


Campus do Pici. Baseado nessa proposta serão apresentados os diagramas de impedância do
circuito da subestação e os estudos de curto-circuito da mesma.
A partir dos estudos de curto-circuito será abordado o foco do trabalho, que é o
ajuste de proteção e seletividade da subestação. Será adotada uma metodologia para os ajustes
necessários para o sistema de proteção da subestação. A partir da metodologia, os valores de
ajustes dos relés de proteção serão calculados, apresentado no final um resumo dos ajustes
calculados.
Para se fazer o estudo de coordenação do sistema da subestação, apresentando os
coordenogramas dos ajustes, será utilizado um software para simular o sistema em estudo. Este
software é o PTW.

4.2 Subestação Campus do Pici

A SE do Campus do Pici será do tipo desabrigada, possuindo uma potência instalada


de 5/6,25 MVA, ela é do tipo 69-13,8kV.
Ela será alimentada pelo sistema da COELCE através de uma linha de transmissão
com tensão máxima de operação de 72,5kV. A alimentação da subestação será feita de acordo
com a NT 004/2011 COELCE, desenho 004.01, cujo diagrama unifilar pode ser observado na
Figura 4.1.

Figura 4.1- Diagrama unifilar de alimentação da subestação

Fonte: NT 004/2011 COELCE.


48

Onde:
PC: é o ponto de conexão.
A: é a área exclusiva da COELCE.
M: é a medição.
PE: é o ponto de entrega.
Ao chegar na subestação, a tensão de 69kV que alimenta o barramento de 72,5kV
será transformada para 13,8kV através de um transformador de potência de 5/6,25 MVA. A
saída do transformador será ligada em um barramento de 15kV a partir do qual sairão os
alimentadores da rede elétrica do Campus do Pici.
A partir do barramento, com tensão de alimentação de 13,8kV, sairão três
alimentadores para suprir a necessidade do Campus.
O alimentador 1 é composto por cargas de blocos didáticos (iluminação e
climatização), laboratórios, bibliotecas e iluminação das vias de acesso correspondentes aos
departamentos de agronomia e parte do centro de tecnologia. Sua potência será de 1500 kVA.
O alimentador 2 é composto por cargas de blocos didáticos (iluminação e
climatização), laboratórios, bibliotecas e iluminação das vias de acesso correspondentes a parte
do centro de tecnologia, núcleo de processamento de dados, biblioteca central e acesso
principal. Sua potência será de 1150 kVA.
O alimentador 3 é composto por cargas de blocos didáticos (iluminação e
climatização), laboratórios, bibliotecas, restaurantes e iluminação das vias de acesso
correspondentes a parte do centro de ciências, restaurante universitário. Sua potência será de
1010 kVA.
A configuração da subestação pode ser observada na Figura 4.2.
49

Figura 4.2- Diagrama unifilar da subestação


SE PICI-COELCE

BARRA 69kV CAMPUS

RELÉ 69kV

DISJUNTOR BARRA 69kV

TRECHO 0 2

BARRA TRAFO 01

RELÉ DIFERENCIAL 01

TRANSFORMADOR 69/13,8 kV
S

RELÉ DIFERENCIAL 02

BARRA TRAFO 02

TRECHO 0 3

RELÉ 13,8kV

DISJUNTOR BARRA 13,8kV

BARRA 13,8kV CAMPUS

ALIMENTADOR 1 ALIMENTADOR 2 ALIMENTADOR 3

DISJ. ALIM. 1 DISJ. ALIM. 2 DISJ. ALIM. 3

TRECHO ALIM. 01 TRECHO ALIM. 02 TRECHO ALIM. 03

ALIMENTADOR 01 ALIMENTADOR 02 ALIMENTADOR 03

CARGA 01 CARGA 02 CARGA 03

Fonte: próprio autor.


50

Como pode ser observado na Figura 4.2, a subestação é composta por um relé da
barra de 69kV, o relé 69kV. Esse relé será responsável pela proteção no lado de 69kV da
subestação. Nele serão implementados as funções 50/51, 50/51N e 51Q.
Após o relé de 69kV, há a proteção dos relés diferencias do transformador (relé
diferencia 1 e relé diferencial 2). Nele será implementado a função 51G e 87.
Após a proteção diferencial do transformador há a proteção do barramento de
13,8kV da subestação. O relé 13,8kV será o responsável pela proteção do barramento e nele
será implementada a função 50/51 e 50/51N.
Ligados ao barramento de 13,8kV existem os três alimentadores da subestação,
cada alimentador possui um relé de proteção chamado alimentador 1, alimentador 2 e
alimentador 3. Nestes relés serão implementados as funções 50/51 e 50/51N.
A subestação do Campus do Pici será construída no local indicado na Figura 4.3.

Figura 4.3- Local de construção da subestação

SE CHESF 230kV

SE Campus do Pici
1

4 2

Fonte: próprio autor.


51

Coordenadas dos vértices do terreno da subestação são:


Vértice 1: (546676.47 E, 9585644.53 S).
Vértice 2: (546727.70 E, 9585588.54 S).
Vértice 3: (546671.30 E, 9585537.73 S).
Vértice 4: (546620.85 E, 9585594.28 S).

4.3 Diagrama de impedâncias e estudo de curto-circuito

Para que seja feito o projeto de proteção é necessário determinar o nível de curto-
circuito no terminais dos elementos de proteção.
O nível de curto-circuito nos terminais dos dispositivos será calculado baseando-se
na metodologia apresentada em (KINDERMANN, 2007). Para seguir a metodologia
apresentada é necessário determinar a impedância do sistema elétrico em estudo. A Figura 4.4
apresenta o diagrama de impedâncias do sistema em estudo.

Figura 4.4- Diagrama de impedância

Fonte: próprio autor.


52

Como os trechos dos circuitos dentro da subestação são curtos, eles possuem uma
impedância pequena em relação as apresentadas na Figura 4.4. Com isso elas foram
desconsideradas no estudo.
A seguir serão apresentados os valores de impedância do sistema em estudo. Os
valores de impedância estão determinados em p.u. utilizando uma potência de base de 100
MVA e uma tensão de base de 69kV.

4.3.1 Impedância reduzida do sistema

O sistema apresenta as seguintes impedância:


Impedância de sequência positiva: 0,006 + j 0,063 (p.u.).
Impedância de sequência zero: 0,006 + j 0,496 (p.u.).

4.3.2 Impedância do transformador

Impedância de sequência positiva: 0,006 + j 0,063 (p.u.).


Impedância de sequência zero: 0,1112 + j 1,3353 (p.u.).
A partir dos valores determinados anteriormente tem-se a impedância equivalente
nas barras de 69kV e de 13,8kV. Considerou-se uma impedância de contato de 100 ohms (valor
utilizado pela concessionária local: COELCE).

4.3.3 Impedância na barra de 69kV

Impedância equivalente de sequência positiva: 0,006 + j 0,063 (p.u.).


Impedância equivalente de sequência zero: 0,006 + j 0,496 (p.u.).
Impedância de contato: 2,2 (p.u.).

4.3.4 Impedância na barra de 13,8kV

Impedância equivalente de sequência positiva: 0,122 + j 1,458 (p.u.).


Impedância equivalente de sequência zero: 0,111 + j 1,335 (p.u.).
Impedância de contato: 55,13 (p.u.).
53

A partir da definição das impedâncias nos barramentos calculou-se o nível de curto-


circuito nos mesmos. Para o alimentadores considerou-se o mesmo nível de curto-circuito do
barramento de 13,8kV, devido à proximidade dos relés dos alimentadores a este barramento.

4.3.5 Curto-Circuito na barra de 69kV

Curto-Circuito Trifásico: 13249 A.


Curto-Circuito Bifásico: 11473 A.
Curto-Circuito Fase-Terra: 4029,95 A
Curto-Circuito Fase-Terra Mínimo: 347,44 A

4.3.6 Curto-Circuito na barra de 13,8kV

Curto-Circuito Trifásico: 2859,3 A.


Curto-Circuito Bifásico: 2476,3 A.
Curto-Circuito Fase-Terra: 2941,9 A.
Curto-Circuito Fase-Terra Mínimo: 75,7 A.

4.4 Metodologia e dimensionamento dos TC’s de proteção

4.4.1 Metodologia

Para dimensionamento dos TC’s de proteção será adotado a metodologia contida


(MADERGAN, 2012). Nela se determina o TC através do critério de curto-circuito e verifica-
se a carga imposta no secundário deste.

Curto-Circuito

A máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC deve estar dentro


da limitação da classe de exatidão do TC, ou seja, a corrente de curto-circuito no local da
instalação do TC deve ser menor do 20 vezes a corrente primária nominal do TC para que a
precisão de sua classe de exatidão seja mantida. Dessa forma obtém-se a equação (4.1):
54

I CC −max
I Primaria _ TC ≥ (4.1)
FS

Onde:
Iprimaria_TC: é a corrente primária do TC.
Icc-max: é a corrente de curto-circuito máxima no ponto de instalação do TC.
FS: é fator de saturação do TC, igual a 20.

Carga Imposta ao TC

Primeiramente deve-se calcular a carga imposta ao secundário do TC de acordo


com a equação (4.2).

Z CARGA _ TC = Z FIAÇAO + Z RELE + ZTC (4.2)

Onde:
ZCARGA_TC: é a carga imposta no secundário do TC.
ZFIAÇÃO: é a impedância dos cabos de ligação do TC.
ZRELE: é a impedância do relé.
ZTC: é a impedância imposta pelo secundário do TC.
Para se calcular a impedância do relé utiliza-se a equação (4.3):

S
Z RELE = (4.3)
I2

Onde:
S: é a potência consumida pelo relé
I: é a corrente nominal do relé, igual a 5 A.
Para se calcular a impedância imposta pelo secundário do TC adota-se 20% da
impedância de carga do TC (MADERGAN, 2012). A impedância de carga é obtida a partir da
equação (4.4).
55

Vsat
Z CARGA = (4.4)
( 20 × I )
Onde:
ZCARGA: é a impedância de carga.
Vsat: é a tensão de saturação do relé.
I: é a corrente nominal do relé, igual a 5 A.

A partir da carga imposta calcula-se a tensão que irá surgir no secundário do TC


para a maior corrente de curto-circuito no ponto que está instalado o TC. A tensão que surge no
secundário terá que ser menor que a tensão de saturação do TC para que ele seja especificado
corretamente. A tensão é obtida através da equação (4.5).

I 
VSECUNDARIO _ TC = Z CARGA _ TC ×  CC − max  (4.5)
 RTC 
Onde:
VSECUNDARIO_TC: é a tensão que surge no secundário do TC.
ZCARGA_TC: é a carga imposta no secundário do TC.
Icc-max: é a máxima corrente de curto-circuito no ponto de instalação do TC.
RTC: é a relação de transformação do TC.
A partir da metodologia apresentada anteriormente, pode-se fazer o
dimensionamento dos TC’s da subestação.

4.4.2 Dimensionamento dos TC’s da subestação

TC 69 kV- TC de Proteção da Barra de 69 kV

Para dimensionamento dos TC’s de serviço de proteção será adotado a maior


relação de transformação obtida através do critério da saturação mediante o curto-circuito
máximo do sistema no local da instalação do TC e o critério da carga nominal máxima imposta
no secundário do TC.

4.4.2.1.1 Critério do curto-circuito


56

A máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC deve estar dentro


da limitação da sua classe de exatidão (de acordo com o seu FS=20), ou seja, a corrente de
curto-circuito no local da instalação do TC deve ser menor do 20 vezes a corrente primária
nominal do TC para que a precisão de sua classe de exatidão seja mantida. Dessa forma tem-
se:
I CC −max 13249
I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ 662, 45 A (4.6)
FS 20
Portanto, devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, a relação
de transformação de 800/5 é satisfatória para o nível de curto-circuito no local da instalação do
TC.
4.4.2.1.2 Avaliação da carga nominal imposta no secundário do TC’s

Utilizando um TC com relação de transformação de 800/5, classe de exatidão


10B400, em conjunto com condutores de cobre com bitola de 4 mm2 de comprimento de inferior
a 20 metros e um relé eletrônico SEL 751 pode-se calcular a carga total imposta ao TC a partir
da equação (4.2). Para isso é necessário determinar a impedância dos cabos de ligação,
impedância do relé e a impedância imposta pelo secundário do TC.

a) Impedância dos Cabos de Ligação ( Z FIAÇAO )

Cabos Utilizados: 4 mm²


Distância dos cabos: 2 x 10m = 20 metros
Impedância dos cabos = 0,02 km x 4,95 = 0,099 Ω/km
b) Impedância do Relé ( Z RELE )

Com base no manual do fabricante do relé utilizado, a potência consumida pelo relé
para uma corrente nominal de 5 A é igual a 0,1 VA, assim, utilizando a equação (4.3) tem-se:

S 0,1 0,1
Z RELE = = = (4.7)
I 2 52 25

Z RELE = 0, 004 (4.8)

c) Impedância imposta pelo secundário do TC ( ZTC )


57

Para um TC com a tensão de saturação de 400V, fator de sobrecorrente 20, corrente


nominal de 5A, a impedância de carga, a partir da equação (4.4), é 4 ohms.

400
Z CARGA = =4 (4.9)
( 20 × 5)
Considerando que o TC é de baixa impedância, é adotado um valor equivalente a
20% da impedância da carga nominal, assim:

Z TC = 20% × Z CARGA = 0, 20 × 4 = 0, 80 (4.10)


Substituindo os valores calculados na equação (4.2) tem-se:

Z CARGA _ TC = 0, 099 + 0, 004 + 0,8 = 0, 903 (4.11)

Para a classe de exatidão 10B400 e um curto-circuito trifásico de 13,249 kA,


utilizando a equação (4.5) tem-se:

 13249 
VSECUNDARIO _ TC = 0, 903 ×   (4.12)
 160 
VSECUNDARIO _ TC = 74, 77V < 400V (4.13)

Considerando os fatores de segurança utilizados no dimensionamento


estabelecemos que um TC com relação de transformação de 800/5 e classe de exatidão 10B400
como satisfatória para a aplicação.

TC 13,8 kV- TC de Proteção da Barra de 13,8 kV

Para dimensionamento dos TC’s de serviço de proteção será adotado a maior


relação de transformação obtida através do critério da saturação mediante o curto-circuito
máximo do sistema no local da instalação do TC e o critério da carga nominal máxima imposta
no secundário do TC.

4.4.2.2.1 Critério do curto-circuito


58

A máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC deve estar dentro


da limitação da sua classe de exatidão (de acordo com o seu FS=20), ou seja, a corrente de
curto-circuito no local da instalação do TC deve ser menor do 20 vezes a corrente primária
nominal do TC para que a precisão de sua classe de exatidão seja mantida. Dessa forma tem-
se:

I CC −max 2941,9
I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ 147, 09 A (4.14)
FS 20

Portanto, devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, a relação


de transformação de 400/5 é satisfatória para o nível de curto-circuito no local da instalação do
TC.

4.4.2.2.2 Avaliação da carga nominal imposta no secundário do TC’s

Utilizando um TC com relação de transformação de 400/5, classe de exatidão


10B200, em conjunto com condutores de cobre com bitola de 4 mm2 de comprimento de inferior
a 20 metros e ainda um relé eletrônico SEL 751A pode-se calcular a carga total imposta ao TC
a partir da equação (4.2). Para isso é necessário determinar a impedância dos cabos de ligação,
impedância do relé e a impedância imposta pelo secundário do TC.

a) Impedância dos Cabos de Ligação ( Z FIAÇAO )

Cabos Utilizados: 4 mm²


Distância dos cabos: 2 x 10m = 20 metros
Impedância dos cabos = 0,02 km x 4,95 = 0,099 Ω/km
b) Impedância do Relé ( Z RELE )

Com base no manual do fabricante do relé utilizado, a potência consumida pelo relé
para uma corrente nominal de 5 A é igual a 0,1 VA, assim temos que:

S 0,1 0,1
Z RELE = = = (4.15)
I 2 52 25
Z RELE = 0, 004 (4.16)

c) Impedância imposta pelo secundário do TC ( ZTC )


59

Para um TC com a tensão de saturação de 200V, fator de sobrecorrente 20, corrente


nominal de 5A, a impedância de carga, a partir da equação (4.4), é 2 ohms.

200
Z CARGA = =2 (4.17)
( 20 × 5)
Considerando que o TC é de baixa impedância, é adotado um valor equivalente a
20% da impedância da carga nominal, assim:

Z TC = 20% × Z CARGA = 0, 20 × 2 = 0, 40 (4.18)

Substituindo os valores calculados na equação (4.2) tem-se:

Z CARGA _ TC = 0, 099 + 0, 004 + 0, 4 = 0,503 (4.19)

Para a classe de exatidão 10B200 e um curto-circuito fase-terra de 2,941 kA,


utilizando a equação (4.5) tem-se:

 2941, 9 
VSECUNDARIO _ TC = 0,503 ×   (4.20)
 80 
VSECUNDARIO _ TC = 18, 49V < 200V (4.21)

Considerando os fatores de segurança utilizados no dimensionamento


estabelecemos que um TC com relação de transformação de 400/5 e classe de exatidão 10B200
como satisfatória para a aplicação.

TC Alimentadores- TC de Proteção dos Alimentadores 1, 2 e 3

Para dimensionamento dos TC’s de serviço de proteção será adotado a maior


relação de transformação obtida através do critério da saturação mediante o curto-circuito
máximo do sistema no local da instalação do TC e o critério da carga nominal máxima imposta
no secundário do TC.

4.4.2.3.1 Critério do curto-circuito


60

A máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC deve estar dentro


da limitação da sua classe de exatidão (de acordo com o seu FS=20), ou seja, a corrente de
curto-circuito no local da instalação do TC deve ser menor do 20 vezes a corrente primária
nominal do TC para que a precisão de sua classe de exatidão seja mantida. Dessa forma tem-
se:

I CC −max 2941,9
I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ ∴ I Primaria _ TC ≥ 147, 09 A (4.22)
FS 20
Portanto, devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, a relação
de transformação de 200/5 é satisfatória para o nível de curto-circuito no local da instalação do
TC.

4.4.2.3.2 Avaliação da carga nominal imposta no secundário do TC’s

Utilizando um TC com relação de transformação de 200/5, classe de exatidão


10B200, em conjunto com condutores de cobre com bitola de 4 mm2 de comprimento de inferior
a 20 metros e ainda um relé eletrônico SEL 751A pode-se calcular a carga total imposta ao TC
a partir da equação (4.2). Para isso é necessário determinar a impedância dos cabos de ligação,
impedância do relé e a impedância imposta pelo secundário do TC.

a) Impedância dos Cabos de Ligação ( Z FIAÇAO )

Cabos Utilizados: 4 mm²


Distância dos cabos: 2 x 10m = 20 metros
Impedância dos cabos = 0,02 km x 4,95 = 0,099 Ω/km
b) Impedância do Relé ( Z RELE )

Com base no manual do fabricante do relé utilizado, a potência consumida pelo relé
para uma corrente nominal de 5 A é igual a 0,1 VA, assim temos que:

S 0,1 0,1
Z RELE = = = (4.23)
I 2 52 25

Z RELE = 0, 004 (4.24)

c) Impedância imposta pelo secundário do TC ( ZTC )


61

Para um TC com a tensão de saturação de 200V, fator de sobrecorrente 20, corrente


nominal de 5A, a impedância de carga, a partir da equação (4.4), é 2 ohms.

200
Z CARGA = =2 (4.25)
( 20 × 5)
Considerando que o TC é de baixa impedância, é adotado um valor equivalente a
20% da impedância da carga nominal, assim:

Z TC = 20% × Z CARGA = 0, 20 × 2 = 0, 40 (4.26)

Substituindo os valores calculados na equação (4.2) tem-se:

Z CARGA _ TC = 0, 099 + 0, 004 + 0, 4 = 0,503 (4.27)

Para a classe de exatidão 10B200 e um curto-circuito fase-terra de 2,941 kA,


utilizando a equação (4.5) tem-se:

 2941, 9 
VSECUNDARIO _ TC = 0,503 ×   (4.28)
 40 
VSECUNDARIO _ TC = 37V < 200V (4.29)

Considerando os fatores de segurança utilizados no dimensionamento


estabelecemos que um TC com relação de transformação de 200/5 e classe de exatidão 10B200
como satisfatória para a aplicação.

4.5 Metodologia e ajustes das funções de proteção

4.5.1 Metodologia

As metodologias de ajustes apresentada a seguir, foram baseada na metodologia


adotada em (MAMEDE FILHO & MAMEDE, 2011).
62

4.5.1.1 Ajuste da função 51 e 51N

Primeiramente é necessário calcular o valor dos tapes dos relés. O tape de fase é
calculado seguindo a equação (4.30).

FS × I N
TAPEF ≥ (4.30)
RTC

Onde:
TAPEF: é o tape de fase.
FS: é o fator de segurança, para fase será utilizado 1,1.
IN: é a corrente nominal do circuito.
RTC: é a relação de transformação do TC.
Já o tape de neutro é calculado seguindo a equação (4.31).

FS × I N
TAPEN ≥ (4.31)
RTC

Onde:
TAPEN: é o tape de neutro.
FS: é o fator de segurança, para neutro será utilizado 0,2.
IN: é a corrente nominal do circuito.
RTC: é a relação de transformação do TC.
Após o cálculo do tape é feito o ajuste da corrente de pick-up do relé, que será a
corrente a partir da qual o relé irá atuar. O ajuste da corrente de pick-up de fase e de neutro
segue a equação (4.32).

I PICKUP = TAPE × RTC (4.32)

Onde:
IPICKUP: é a corrente de pick-up de fase ou de neutro, depende de qual se está calculando.
TAPE: é o tape de fase ou de neutro, depende de qual corrente de pick-up está sendo calculada.
RTC: é a relação de transformação do TC.
63

Com o valor da corrente de pick-up definido é necessário definir o tempo de atuação


do relé para uma determinada corrente de curto-circuito. Para isso adota-se um tempo de
atuação desejado para o relé e calcula-se um múltiplo M da corrente de pick-up. Esse múltiplo
é calculado para o ajuste de fase e de neutro.
Para o ajuste do múltiplo de fase segue-se a equação (4.33).

I CC 3ϕ
M= (4.33)
I PICKUP _ FASE

Onde:
M: é o múltiplo da corrente de ajuste.
ICC3ϕ: é a corrente de curto-circuito trifásico no ponto de instalação do relé.
IPICKUP_FASE: é a corrente de pick-up de fase.
Para o ajuste do múltiplo de neutro segue-se a equação (4.34).

I CC1ϕ
M= (4.34)
I PICKUP _ NEUTRO

Onde:
M: é o múltiplo da corrente de ajuste.
ICC1ϕ: é a corrente de curto-circuito fase terra no ponto de instalação do relé.
IPICKUP_NEUTRO: é a corrente de pick-up de neutro.
Com o os dados obtidos calcula-se e adota-se um dial de tempo definido pela
equação (4.35).

α
t × ( M ) − 1
dt =   (4.35)
K

Onde:
dt: é o dial de tempo.
t: é o tempo de atuação.
M: é o múltiplo da corrente de ajuste.
K e α: são valores padronizados pela norma IEC, nesse estudo será utilizado a curva muito
inversa (cuja sigla é M.I. ou V.I.), apresentada na Tabela 2.2.
64

A partir do valor de dial de tempo adotado calcula-se o tempo de atuação do relé


baseado na equação (4.36).

K × dt
t = (4.36)
M α −1

Onde:
dt: é o dial de tempo.
t: é o tempo de atuação.
M: é o múltiplo da corrente de ajuste.
K e α: são valores padronizados pela norma IEC, nesse estudo será utilizado a curva muito
inversa (cuja sigla é M.I. ou V.I.), apresentada na Tabela 2.2.

Ajuste da função 50 e 50N

O ajuste da função de proteção 50 tem que ser feito levando em consideração a


corrente de magnetização do transformador e a corrente de curto-circuito bifásica (pois é
necessário permitir a energização do transformador e se o relé atua para curto-circuito bifásico
ele irá atuar para o trifásico) no ponto de instalação do relé quando o relé está a montante do
transformador. Quando o relé está a jusante do transformador despreza-se a condição de
corrente de magnetização do transformador.
Para que a função 50 funcione corretamente tem-se que ser seguido o critério de
ajuste definido pela equação (4.37).

I MAG I
< I INST _ FASE < CC 2ϕ (4.37)
RTC RTC

Onde:
IMAG: é a corrente de magnetização do transformador.
IINST_FASE: é a corrente de ajuste de fase instantânea do relé.
ICC2ϕ: é a corrente de curto-circuito bifásica no ponto de alocação do relé.
RTC: é a relação de transformação do TC.
Já o ajuste da função 50N, deve levar em consideração a corrente de curto-circuito
fase terra mínima no ponto de alocação do relé, já que se o relé atua para a corrente de curto-
65

circuito fase terra mínima ele irá atuar para o curto-circuito fase terra. Para que o ajuste seja
feito corretamente, o ajuste da função 50N tem que seguir a condição estabelecida pela equação
(4.38).

I CC1ϕ min
I INST _ NEUTRO < (4.38)
RTC

Onde:
ICC1ϕmin: é a corrente de curto-circuito fase terra mínima no ponto de alocação do relé.
IINST_NEUTRO: é a corrente de ajuste de neutro instantânea do relé.
RTC: é a relação de transformação do TC.

Ajuste da função 51Q

Esta unidade é sensível as correntes de curto-circuito fase-fase e fase-fase-terra e


deverá coordenar com as unidades de curto-circuito fase-fase e de terra dos relés do secundário
do transformador.

I ajuste
I PICKUP = (4.39)
RTC

Onde:
IPICKUP: é a corrente de pick-up de ajuste da função 51Q.
Iajuste: é a corrente de ajuste vista pelo primário do TC.
RTC: é a relação de transformação do TC.

Ajuste da função 51G

O ajuste da função 51G segue o mesmo procedimento do ajuste da função 51 de


neutro. A diferença do procedimento é que o valor do tape é calculado seguindo a seguinte
equação (4.40).

TAPE51G = 0,32 × In (4.40)


66

Onde:
TAPE51G: é o tape de ajuste da função 51G.
In: é a corrente do secundário do TC, ou seja, 5 A.

Ajuste da função 87

Para se fazer o ajuste da proteção diferencial do transformador, primeiro deve-se


calcular a corrente nominal do transformador no lado de alta e de baixa tensão. A corrente é
calculada com base na equação (4.41).

Pn
In = (4.41)
3 × Vn
Onde:
In: é a corrente nominal do transformador.
Pn: é a potência nominal do transformador.
Vn: é a tensão nominal do transformador.
Utilizando a equação (4.41) calcula-se as correntes no lado de alta tensão levando-
se em consideração a tensão do tape máximo, médio e mínimo do transformador.
A partir dessas correntes define-se a relação de transformação dos transformadores
de corrente do lado de média e de alta tensão.
Para o lado de alta tensão o RTC é determinado pela equação (4.42).

I ami
RTC = (4.42)
In
Onde:
RTC: é a relação de transformação do relé.
Iami: é a corrente nominal do transformador no tape mínimo.
In: é a corrente nominal do secundário de relé.
Para o lado de média tensão o RTC é determinado pela equação (4.43).

I tcb
RTC = (4.43)
In
Onde:
67

RTC: é a relação de transformação do relé.


Itcb: é a corrente vista pelo transformador de corrente ligado em delta.
In: é a corrente nominal do secundário de relé.
O valor de Itcb pode ser obtido a partir da equação (4.44).

I tcb = 3 × In (4.44)
Onde:
In: é a corrente nominal do secundário de transformador.
Itcb: é a vista pelo transformador de corrente ligado em delta.
Determinada a relação de transformação do TC que serão utilizados na proteção
diferencial calcula-se a corrente vista pelo relé no lado de média tensão e no lado de alta tensão
(neste caso para o tape máximo, mínimo e médio).
Após o cálculo dessas corrente obtêm-se os valores de corrente diferencial máxima
e mínima. A corrente diferencial máxima pode ser obtida pela equação (4.45).

I ma = I tame − I tama (4.45)


Onde:
Ima: é a corrente diferencial máxima.
Itame: é a corrente vista pelo relé para o tape médio do transformador.
Itama: é a corrente vista pelo relé para o tape máximo do transformador.
A corrente diferencial mínima pode ser obtida pela equação (4.46).

I mi = I tami − I tame (4.46)


Onde:
Imi: é a corrente diferencial mínima.
Itame: é a corrente vista pelo relé para o tape médio do transformador.
Itami: é a corrente vista pelo relé para o tape mínimo do transformador.
Calculado esses parâmetro deve determinar o erro total do sistema de proteção
diferencial para que se determine o ajuste de slope da proteção diferencial do transformador. O
ajuste de slope deve ser superior ao erro total do sistema de proteção diferencial e ele é
responsável pela inclinação da curva de atuação do relé de proteção diferencial.
O erro total é obtido através da equação (4.47).
68

Etotal = Emax + Er + Etc (4.47)


Onde:
Etotal: é o erro total do sistema de proteção diferencial.
Emax: é o erro máximo de ajuste.
Er: é o erro percentual na relação de transformação.
Etc: é o erro inserido pelo TC.
O erro máximo de ajuste é obtido através da equação (4.48).

I ma
Emax = × 100 (4.48)
I t max
Onde:
Emax: é o erro máximo.
Ima: é a corrente diferencial máxima calculada anteriormente.
Itmax: é a corrente vista pelo relé para o tape máximo.
O erro percentual na relação de transformação pode ser obtido pela equação (4.49).

I rtcb − I tame
Er = × 100 (4.49)
1
× ( I rtcb + I tame )
2
Onde:
Er: é o erro máximo na relação de transformação.
Irtcb: é a corrente nominal vista pelo relé na média tensão.
Irame: é a corrente nominal vista pelo relé na alta tensão para o tape médio do transformador.
Com a metodologia exposta pode-se ajustar as funções de proteção dos relés da SE
do Campus do Pici.

4.5.2 Ajustes das funções de proteção

Ajuste do relé de 69kV

Fabricante: SEL
Modelo: SEL 751
69

4.5.2.1.1 Ajuste da unidade sobrecorrente (SEL 751 - 51/51N)

a) Cálculo dos tapes do relé do cliente


De acordo com a equação (4.30) calcula-se o tape de fase (considerando FS=1,1):

1,1× 41,83
TAPEF ≥ ∴ TAPEF ≥ 0, 28 (4.50)
160

TAPEF = 0,5 (4.51)

De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_FASE:

I PICKUP _ FASE = 0, 5 × 160 ∴ I PICKUP _ FASE = 80 A (4.52)

De acordo com a equação (4.31) calcula-se o tape de neutro (considerando


FS=0,2):

0, 2 × 41,83
TAPEN ≥ ∴ TAPEN ≥ 0,05 (4.53)
160
TAPEN = 0,5 (4.54)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_NEUTRO:

I PICKUP _ NEUTRO = 0, 5 × 160 ∴ I PICKUP _ NEUTRO = 80 A (4.55)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-
se um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,04 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação
(4.33). Com isso tem-se:

13249 A
M= = 165, 61 (4.56)
160
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:
70

1
0, 043 × (165, 61) − 1
dt FASE =   = 0,52 (4.57)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,53. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 0,53
t FASE = = 0, 043s (4.58)
165, 611 − 1
Para calcular o dial de neutro, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a
equação (4.34). Adotando-se um tempo de atuação de neutro de 0,15s tem-se:

4029,95 A
M= = 50,37 (4.59)
80
Calculando o dial de neutro a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,150 × ( 50,37 ) − 1
dt NEUTRO =   = 0,56 s (4.60)
13,5
Com isso adota-se um dial de neutro igual a 0,6. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):
13,5 × 0, 6
t NEUTRO = = 0,164s (4.61)
50,371 − 1

4.5.2.1.2 Ajuste da unidade de sequência negativa (SEL 751- 51Q)

A unidade será ajustada para partir com 80 A, menor ajuste possível.


Esta unidade é sensível as correntes de curto-circuito fase-fase e fase-fase-terra e
deverá coordenar com as unidades de curto-circuito fase-fase e de terra dos relés do secundário
do transformador.

80
I PICKUP = = 0,5 (4.62)
160
Será adotada a curva muito inversa, com dial de tempo de 0,35s.
71

4.5.2.1.3 Ajuste da unidade instantânea (SEL 751- 50/50N)

a) Unidade instantânea de fase (50)


Para transformadores de até 5000 kVA, a corrente de magnetização (IMAG) é igual
a 12 vezes a corrente nominal para transformadores a óleo com tempo de duração da ordem de
0,1 s. Dessa forma para 1 transformador a óleo de 5000 kVA tem-se:

I MAG = 12 × (41,83) = 502, 04 A (4.63)


De acordo com a equação (4.37) calcula-se o ajuste instantâneo de fase:

502, 04 11473
< I INST _ FASE < ∴ 3,13 < I INST _ FASE < 71, 7 (4.64)
160 160
I INST _ FASE = 10 A (4.65)

b) Unidade instantânea de neutro(50N)


A Unidade Instantânea de Neutro deve ser ajustada em um valor menor que a
corrente de curto-circuito fase-terra mínimo no ponto de entrega do cliente. Assim, o ajuste
dessa função deve respeitar o critério estabelecido pela equação (4.38). Logo:
347, 44
I INST _ NEUTRO < ∴ I INST _ NEUTRO < 2,17 A (4.66)
160
I INST _ NEUTRO = 2 A (4.67)

A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.1 os ajustes para o relé de
69kV.

Tabela 4.1- Ajustes relé 69kV


ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROT. TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA INST(A)
I>3 = 10
69 800-5 80 50/51 FASE SEL 751 I>1 =0,5 0,53 t= 0,01 V.I
DISJUNTOR
seg.
PRINCIPAL
IN1>3 =2
69 kV
69 800-5 80 50/51N NEUTRO SEL 751 IN1>1 = 0,5 0,6 t= 0,0 V.I
seg.

Fonte: próprio autor.


72

Ajuste do relé de 13,8kV

Fabricante: SEL
Modelo: SEL 751A

4.5.2.2.1 Ajuste da unidade sobrecorrente (SEL 751A - 51/51N)

a) Cálculo dos tapes do relé do cliente


De acordo com a equação (4.30) calcula-se o tape de fase (considerando FS=1,1):

1,1× 209,18
TAPEF ≥ ∴ TAPEF ≥ 2,87 (4.68)
80
TAPEF = 3 (4.69)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_FASE:

I PICKUP _ FASE = 3 × 80 ∴ I PICKUP _ FASE = 240 A (4.70)

De acordo com a equação (4.31) calcula-se o tape de neutro (considerando FS=0,2):

0, 2 × 209,18
TAPEN ≥ ∴ TAPEN ≥ 0,522 (4.71)
80
TAPEN = 0, 75 (4.72)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_NEUTRO:

I PICKUP _ NEUTRO = 0, 75 × 80 ∴ I PICKUP _ NEUTRO = 60 A (4.73)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-se
um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,4 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação (4.33).
Com isso tem-se:
73

2859,39 A
M= = 11,91 (4.74)
240
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0, 4 × (11,914 ) − 1
dt FASE =   = 0,323 (4.75)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,35s. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 0,35
t FASE = = 0, 432s (4.76)
11,9141 − 1
Para calcular o dial de neutro, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a
equação (4.34). Adotando-se um tempo de atuação de neutro de 0,3s tem-se:

2941, 9 A
M= = 49, 031 (4.77)
60
Calculando o dial de neutro a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,3 × ( 49, 031) − 1
dt NEUTRO =   = 1, 067 s (4.78)
13,5
Com isso adota-se um dial de neutro igual a 1,1s. Com esse dial adotado o tempo
de atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 1,1
t NEUTRO = = 0,309seg (4.79)
49, 031 − 1

4.5.2.2.2 Ajuste da unidade instantânea (SEL 751A- 50/50N)

a) Unidade instantânea de fase (50)


A Unidade Instantânea de Fase deve ser ajustada em um valor menor que a corrente
de curto-circuito bifásica na barra de 13,8 kV. Assim, o ajuste dessa função deve respeitar o
critério estabelecido pela equação (4.37):
74

2476,3
I INST _ FASE < ∴ I INST _ FASE < 30,95 (4.80)
80
I INST _ FASE = 24 A (4.81)

b) Unidade instantânea de neutro(50N)


A Unidade Instantânea de Neutro deve ser ajustada para um valor de corrente de
curto-circuito fase-terra mínimo de 225,54 A na barra de 13,8 kV. Assim, o ajuste dessa função
deve respeitar o critério estabelecido pela equação (4.38):

225,54
I INST _ NEUTRO < ∴ I INST _ NEUTRO < 2,81 (4.82)
80

I INST _ NEUTRO = 2,5 A (4.83)

A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.2 os ajustes para o relé de
13,8kV.

Tabela 4.2- Ajuste relé 13,8kV


ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROT. TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA INST(A)
I>3 = 24
SEL
13,8 400-5 240 50/51 FASE I>1 =3 0,35 t= 0,01 V.I
DISJUNTOR 751A
seg.
PRINCIPAL
IN1>3 =2,5
13,8 kV IN1>1 =
13,8 400-5 60 50/51N NEUTRO SEL 751A 1,1 t= 0,0 V.I
0,75
seg.

Fonte: próprio autor.

Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 1 (1500kVA)

Fabricante: SEL
Modelo: SEL 751A

4.5.2.3.1 Ajuste da unidade sobrecorrente (SEL 751A - 51/51N)


75

a) Cálculo dos tapes do relé do cliente


De acordo com a equação (4.30) calcula-se o tape de fase (considerando FS=1,1):

1,1× 62, 75
TAPEF ≥ ∴ TAPEF ≥ 1, 72 (4.84)
40
TAPEF = 2 (4.85)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_FASE:

I PICKUP _ FASE = 2 × 40 ∴ I PICKUP _ FASE = 80 A (4.86)

De acordo com a equação (4.31) calcula-se o tape de neutro (considerando FS=0,2):

0, 2 × 62, 75
TAPEN ≥ ∴ TAPEN ≥ 0,3137 (4.87)
40
TAPEN = 0,5 (4.88)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_NEUTRO:

I PICKUP _ NEUTRO = 0,5 × 40 ∴ I PICKUP _ NEUTRO = 20 A (4.89)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-se
um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,13 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação (4.33).
Com isso tem-se:

2859,39 A
M= = 35, 74 (4.80)
80
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,13 × ( 35, 74 ) − 1
dt FASE =   = 0,33s (4.81)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,35s. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):
76

13,5 × 0,35
t FASE = = 0,13s (4.82)
35, 741 − 1
Para calcular o dial de neutro, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a
equação (4.34). Adotando-se um tempo de atuação de neutro de 0,3s tem-se:

2941,9 A
M= = 147, 095 (4.83)
20
Calculando o dial de neutro a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,3 × (147, 095 ) − 1
dt NEUTRO =   = 3, 24s (4.84)
13,5
Com isso adota-se um dial de neutro igual a 3,25s. Com esse dial adotado o tempo
de atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 3, 25
t NEUTRO = = 0,3s (4.85)
147, 0951 − 1

4.5.2.3.2 Ajuste da Unidade Instantânea (SEL 751A- 50/50N)

a) Unidade instantânea de fase (50)


A Unidade Instantânea de Fase deve ser ajustada em um valor menor que a corrente
de curto-circuito bifásica no alimentador 1. Assim, o ajuste dessa função deve respeitar o
critério estabelecido pela equação (4.37):

2476,3
I INST _ FASE < ∴ I INST _ FASE < 61,90 (4.86)
40
I INST _ FASE = 12, 26 A (4.87)

b) Unidade Instantânea de Neutro(50N)


A Unidade Instantânea de Neutro deve ser ajustada em um valor menor que a
corrente de curto-circuito fase-terra mínimo no alimentador 1. Assim, o ajuste dessa função
deve respeitar o critério estabelecido pela equação (4.38):
77

75, 7
I INST _ NEUTRO < ∴ I INST _ NEUTRO < 1,89 (4.88)
40
I INST _ NEUTRO = 1,8 A (4.89)

A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.3 os ajustes para o relé do
alimentador 1.

Tabela 4.3- Ajuste relé alimentador 1


ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROT. TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA INST(A)
I>3 = 12,26
SEL
13,8 200-5 80 50/51 FASE I>1 =2 0,35 t= 0,01 V.I
751A
ALIMENTADOR seg.
1 IN1>3 =1,8
13,8 200-5 20 50/51N NEUTRO SEL 751A IN1>1 = 0,5 3,25 t= 0,0 V.I
seg.

Fonte: próprio autor.

Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 2 (1150kVA)

Fabricante: SEL
Modelo: SEL 751A

4.5.2.4.1 Ajuste da unidade sobrecorrente (SEL 751A - 51/51N)


a) Cálculo dos tapes do relé do cliente
De acordo com a equação (4.30) calcula-se o tape de fase (considerando FS=1,1):

1,1× 48,11
TAPEF ≥ ∴ TAPEF ≥ 1,32 (4.90)
40
TAPEF = 2 (4.91)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_FASE:

I PICKUP _ FASE = 2 × 40 ∴ I PICKUP _ FASE = 80 A (4.92)

De acordo com a equação (4.31) calcula-se o tape de neutro (considerando FS=0,2):


78

0, 2 × 62, 75
TAPEN ≥ ∴ TAPEN ≥ 0, 24 (4.93)
40
TAPEN = 0,5 (4.94)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_NEUTRO:

I PICKUP _ NEUTRO = 0,5 × 40 ∴ I PICKUP _ NEUTRO = 20 A (4.95)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-se
um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,13 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação (4.33).
Com isso tem-se:

2859,39 A
M= = 35, 74 (4.96)
80
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,13 × ( 35, 74 ) − 1
dt FASE =   = 0,33s (4.97)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,35s. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 0,35
t FASE = = 0,13s (4.98)
35, 741 − 1
Para calcular o dial de neutro, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a
equação (4.34). Adotando-se um tempo de atuação de neutro de 0,3s tem-se:

2941,9 A
M= = 147, 095 (4.99)
20
Calculando o dial de neutro a partir da equação (4.35) tem-se:
79

1
0,3 × (147, 095 ) − 1
dt NEUTRO =   = 3, 24s (4.100)
13,5
Com isso adota-se um dial de neutro igual a 3,25s. Com esse dial adotado o tempo
de atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 3, 25
t NEUTRO = = 0,3s (4.101)
147, 0951 − 1

4.5.2.4.2 Ajuste da unidade instantânea (SEL 751A- 50/50N)

a) Unidade instantânea de fase (50)


A Unidade Instantânea de Fase deve ser ajustada em um valor menor que a corrente
de curto-circuito bifásica no alimentador 2. Assim, o ajuste dessa função deve respeitar o
critério estabelecido pela equação (4.37):

2476,3
I INST _ FASE < ∴ I INST _ FASE < 61,90 (4.102)
40
I INST _ FASE = 12, 26 A (4.103)

b) Unidade instantânea de neutro(50N)


A Unidade Instantânea de Neutro deve ser ajustada em um valor menor que a
corrente de curto-circuito fase-terra mínimo no alimentador 2. Assim, o ajuste dessa função
deve respeitar o critério estabelecido pela equação (4.38):

75, 7
I INST _ NEUTRO < ∴ I INST _ NEUTRO < 1,89 (4.104)
40
I INST _ NEUTRO = 1,8 A (4.105)

A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.4 os ajustes para o relé do
alimentador 2.
80

Tabela 4.4- Ajuste relé alimentador 2


ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROT. TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA INST(A)
I>3 = 12,26
SEL
13,8 200-5 80 50/51 FASE I>1 =2 0,35 t= 0,01 V.I
751A
ALIMENTADOR seg.
2 IN1>3 =1,8
13,8 200-5 20 50/51N NEUTRO SEL 751A IN1>1 = 0,5 3,25 t= 0,0 V.I
seg.

Fonte: próprio autor.

Ajuste do relé de 13,8kV do alimentador 3 (1010kVA)

Fabricante: SEL
Modelo: SEL 751A

4.5.2.5.1 Ajuste da unidade sobrecorrente (SEL 751A - 51/51N)

a) Cálculo dos tapes do relé do cliente


De acordo com a equação (4.30) calcula-se o tape de fase (considerando FS=1,1):

1,1× 42, 25
TAPEF ≥ ∴ TAPEF ≥ 1,16 (4.106)
40
TAPEF = 2 (4.107)
De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_FASE:

I PICKUP _ FASE = 2 × 40 ∴ I PICKUP _ FASE = 80 A (4.108)

De acordo com a equação (4.31) calcula-se o tape de neutro (considerando FS=0,2):

0, 2 × 42, 25
TAPEN ≥ ∴ TAPEN ≥ 0, 21 (4.109)
40
TAPEN = 0,5 (4.110)
81

De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_NEUTRO:

I PICKUP _ NEUTRO = 0,5 × 40 ∴ I PICKUP _ NEUTRO = 20 A (4.111)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-se
um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,13 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação (4.33).
Com isso tem-se:

2859,39 A
M= = 35, 74 (4.112)
80
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,13 × ( 35, 74 ) − 1
dt FASE =   = 0,33s (4.113)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,35s. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 0,35
t FASE = = 0,13s (4.114)
35, 741 − 1
Para calcular o dial de neutro, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a
equação (4.34). Adotando-se um tempo de atuação de neutro de 0,3s tem-se:

2941,9 A
M= = 147, 095 (4.115)
20
Calculando o dial de neutro a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,3 × (147, 095 ) − 1
dt NEUTRO =   = 3, 24s (4.116)
13,5
Com isso adota-se um dial de neutro igual a 3,25s. Com esse dial adotado o tempo
de atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):
82

13,5 × 3, 25
t NEUTRO = = 0,3s (4.117)
147, 0951 − 1

4.5.2.5.2 Ajuste da unidade instantânea (SEL 751A- 50/50N)

a) Unidade instantânea de fase (50)


A Unidade Instantânea de Fase deve ser ajustada em um valor menor que a corrente
de curto-circuito bifásica no alimentador 3. Assim, o ajuste dessa função deve respeitar o
critério estabelecido pela equação (4.37):

2476,3
I INST _ FASE < ∴ I INST _ FASE < 61,90 (4.118)
40
I INST _ FASE = 12, 26 A (4.119)

b) Unidade Instantânea de Neutro(50N)


A Unidade Instantânea de Neutro deve ser ajustada em um valor menor que a
corrente de curto-circuito fase-terra mínimo no alimentador 3. Assim, o ajuste dessa função
deve respeitar o critério estabelecido pela equação (4.38):

75, 7
I INST _ NEUTRO < ∴ I INST _ NEUTRO < 1,89 (4.120)
40
I INST _ NEUTRO = 1,8 A (4.121)

A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.5 os ajustes para o relé do
alimentador 3.
Tabela 4.5- Ajuste relé alimentador 3
ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROT. TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA INST(A)
I>3 = 12,26
SEL
13,8 200-5 80 50/51 FASE I>1 =2 0,35 t= 0,01 V.I
751A
ALIMENTADOR seg.
3 IN1>3 =1,8
13,8 200-5 20 50/51N NEUTRO SEL 751A IN1>1 = 0,5 3,25 t= 0,0 V.I
seg.

Fonte: próprio autor


83

Ajuste da unidade sobrecorrente de terra (51G – Lado de 13,8kV)

a) Cálculo do Tape do Relé do Cliente


De acordo com a equação (4.40) calcula-se o tape de fase:

TAPE51G = 0,32 × 5 = 1, 6 A (4.122)


De acordo com a equação (4.32) calcula-se o IPICKUP_TERRA:

I PICKUP _ TERRA = 1, 6 × 80 ∴ I PICKUP _ TERRA = 128 A (4.123)

b) Ajuste do dial de tempo


Para o ajuste do dial de tempo calcula-se primeiro o dial de fase. Para isso adota-se
um tempo de atuação do relé do cliente igual a 0,3 segundos para fase.
Para calcular o dial, calcula-se primeiro o múltiplo de acordo com a equação (4.34).
Com isso tem-se:

2941, 9
M= = 22,98 (4.124)
128
Calculando o dial de fase a partir da equação (4.35) tem-se:

1
0,3 × ( 22,98 ) − 1
dt FASE =   = 0, 48 s (4.125)
13,5
Com isso adota-se um dial de fase igual a 0,48s. Com esse dial adotado o tempo de
atuação do relé será dado de acordo com a equação (4.36):

13,5 × 0, 48
t FASE = = 0, 294 s (4.126)
22,981 − 1
A partir dos valores calculados obtém-se na Tabela 4.6 o ajuste da unidade de
sobrecorrente de terra.
84

Tabela 4.6- Ajuste da unidade de sobrecorrente de terra


ORDEM DE AJUSTE DE PROTEÇÃO
EQUIPAMENTO CORRENTE AJUSTES DE PROTEÇÃO
TENSÃO RTC CÓDIGO TEMPORI-
OU LT DE GRADUAÇÃO
(kV) (A) ANSI PROTEÇÃO TIPO ZAÇÃO
PROTEGIDO PICK-UP (A) TAPE CURVA

Iref,N = 0,32 x IN
TRAFO PRINCIPAL 13,8 400-5 128 51G FASE SEL 787 0,48 V.I.
IN = 5

Fonte: próprio autor.

Ajuste da proteção diferencial transformador 5 MVA (relé SEL 787)

Primeiramente calcula-se a corrente nominal do transformador de acordo com a


equação (4.41). Para o lado de alta tensão tem-se:

Pn 5 × 106
In = = = 41,83 A (4.127)
3 × Vn 3 × 69000
Para o lado de média tensão tem-se:

Pn 5 × 106
In = = = 209,18 A (4.128)
3 × Vn 3 × 13800
Utilizando a equação (4.41) calcula-se as correntes no lado de alta tensão levando-
se em consideração a tensão do tape máximo, médio e mínimo do transformador. A corrente do
tape médio é a mesma calculada na equação (4.127).
A corrente do tampe máximo é dada pela equação (4.129).

Pn 5 × 106
I ama = = = 39,81A (4.129)
3 × Vnma 3 × 72500
A corrente do tape mínimo é dado pela equação (4.130).

Pn 5 × 106
I ami = = = 42,95 A (4.130)
3 × Vnmi 3 × 67200
Adotando-se um TC de 50/5 para o lado de alta tensão e 400/5 para o lado de média
tensão (os dois 10B200), calcula-se a relação de transformação.
Para o lado de alta tensão utiliza-se a equação (4.42):
85

50
RTC = = 10 (4.131)
5
Para o lado de média tensão utiliza-se a equação (4.43):

400
RTC = = 80 (4.132)
5

Com a relação de transformação calcula-se a corrente vista pelo relé no lado de alta
tensão dividindo-se a corrente pelo RTC.
Para o tape médio tem-se:

I ame 41,83
I tame = = = 4,183 A (4.133)
RTC 10
Para o tape máximo tem-se:

I ama 39,81
I tama = = = 3,981A (4.134)
RTC 10
Para o tape mínimo tem-se:

I ami 42,95
I tami = = = 4, 295 A (4.135)
RTC 10
Com a relação de transformação calcula-se a corrente vista pelo relé no lado de
média tensão dividindo-se a corrente pelo RTC.

I tcb 362,31
I rtcb = = = 4,52 A (4.136)
RTC 80
A partir do exposto calcula-se a corrente diferencial máxima e mínima de acordo
com a equação (4.45) e (4.46), respectivamente.

I ma = 4,183 − 3,981 = 0, 202 A (4.137)

I mi = 4, 295 − 4,183 = 0,112 A (4.138)


A partir disso, calcula-se o erro total para determinar o ajuste do slope. Para isso
calcula-se o erro de ajuste de acordo com a equação (4.48).
86

0, 202
Emax = ×100 = 5% (4.139)
3,981
Depois, calcula-se o erro percentual de acordo com a equação (4.49)

4,52 − 4,183
Er = × 100 = 7, 7% (4.140)
1
× (4,52 + 4,183)
2
O erro gerado pelo TC é de 10%. Com isso calcula-se o erro total, a partir da
equação (4.47).

Etotal = 5 + 7, 7 + 10 = 22, 7% (4.141)


O ajuste de slope tem que ser maior que 22,7%, para o estudo adota-se um valor de
30%. A Tabela 4.7 apresenta o resumo dos ajustes para a função diferencial.

Tabela 4.7- Resumo dos ajustes da função diferencial


Grandeza Lado de 69kV Lado de 13,8kV
Potência Nominal do Trafo [MVA] 5
RTC 50/5 400/5
Ligação dos TC’s Estrela Delta
Inominal [A] 41,83 271,94
Sensibilidade [A] 1,25
Erro dos TC’s [%] 10 10
Erro de transformação [%] 7,7 7,7
Erro de Ajuste [%] 5 5
Erro Total [%] 22,7 22,7
Ajuste [%] 30 30
Fonte: próprio autor.

4.6 Diagramas unifilar geral e diagramas de tempo da subestação

Os diagramas de tempo da subestação e o diagrama unifilar incluindo a medição


estão apresentados em apêndices. O diagrama de tempo de fase está apresentado no APÊNDICE
B, o diagrama de tempo de neutro APÊNDICE C e o diagrama unifilar está apresentado no
APÊNDICE D.
87

4.7 Ajustes paramétricos dos relés

Nesta seção será apresentado os ajustes paramétricos dos relés de proteção baseado
no manual disponibilizado pelo fabricante.

4.7.1 Ajuste do relé SEL 751 do barramento de 69kV

A Tabela 4.8 apresenta os ajustes do relé SEL 751 do barramento de 69kV.

Tabela 4.8- Parametros relé SEL 751 da barra de 69kV


Parâmetro Valor
Phase(IA,IB,IC)Current Transformer Ratio CTR=160
Neutral(IN) Current Transformer Ratio CTRN=160
Phase (VA, VB, VC) Potential Transformer Ratio PTR=600
Phase PT nominal Volt(L-N) VNON=66,4
Fase Overcurrent
Maximum fase overcurrent trip pick-up 50P1P=10
Maximum fase overcurrent trip delay 67P1D=0,0
Neutral Overcurrent
Neutral overcurrent trip pick-up 50N1P=2
Neutral overcurrent trip delay 50N1D=0,0
Maximum Fase TOC
Pickup 51P1P=0,5
Curve 51P1C=C2
Time-Dial 51P1TD=0,53
Neutral GND TOC
Pickup 51N1P=0,5
Curve 51N1C=C2
Time-Dial 51N1TD=0,6
Negative Sequence Overcurrent
Trip Pickup (amps sec.) 50Q1P=OFF
Negative Sequence TOC
Trip Pickup (amps sec.) 51QP=0,5
TOC Curve Selection 51QC=C2
TOC Time Dial 51QTD=0,35
Demand metering EDEM=THM
Minimum trip duration time TDURD=15.00
TRIP TR= 51P1T OR 50P1T OR 51N1T
OR 50N1T OR 51QT
88

Unlatch ULTR= NOT (51P1P OR 51N1P OR


51QP )
Output Contact OUT403=TRIP
Output Contact OUT404=TRIP
Event report ER= /51P+/51N
Setting Group Change Delay TGR=0,3 S
Power System Configuration Frequency NFREQ=60
Power System Configuration Phase Rotation PHROT=ABC
Date Format MDY
Front-Panel Display Operation FP_TO=15
Display Update rate SCROLD=2
Front Panel Neutral/Ground Display IN
Length of even report LER=30
Prefault in even report PRE=4
Sequential event recorder SER1=51P1T,51N1T
Fonte: próprio autor.

4.7.2 Ajuste do relé SEL 751A do barramento de 13,8kV

A Tabela 4.9 apresenta os ajustes do relé SEL 751A do barramento de 13,8kV.

Tabela 4.9- Parametros relé SEL 751A da barra de 13,8kV


Parâmetro Valor
Phase(IA,IB,IC)Current Transformer Ratio CTR=80
Neutral(IN) Current Transformer Ratio CTRN=80
Phase (VA, VB, VC) Potential Transformer Ratio PTR=120
Phase PT nominal Volt(L-N) VNON=66,4
Fase Overcurrent
Maximum fase overcurrent trip pick-up 50P1P=24
Maximum fase overcurrent trip delay 67P1D=0,0
Neutral Overcurrent
Neutral overcurrent trip pick-up 50N1P=2,5
Neutral overcurrent trip delay 50N1D=0,0
Maximum Fase TOC
Pickup 51P1P=3
Curve 51P1C=C2
Time-Dial 51P1TD=0,25
Neutral GND TOC
Pickup 51N1P=0,75
Curve 51N1C=C2
89

Time-Dial 51N1TD=1,1
Negative Sequence Overcurrent
Trip Pickup (amps sec.) 50Q1P=OFF
Negative Sequence TOC
Trip Pickup (amps sec.) 51QP=OFF
Demand metering EDEM=THM
Minimum trip duration time TDURD=15.00
TRIP TR= 51P1T OR 50P1T OR 51N1T
OR 50N1T
Unlatch ULTR= NOT (51P1P OR 51N1P)
Output Contact OUT403=TRIP
Output Contact OUT404=TRIP
Event report ER= /51P+/51N
Setting Group Change Delay TGR=0,3 S
Power System Configuration Frequency NFREQ=60
Power System Configuration Phase Rotation PHROT=ABC
Date Format MDY
Front-Panel Display Operation FP_TO=15
Display Update rate SCROLD=2
Front Panel Neutral/Ground Display IN
Length of even report LER=30
Prefault in even report PRE=4
Sequential event recorder SER1=51P1T,51N1T
Fonte: próprio autor.

4.7.3 Ajuste do relé SEL 751A dos alimentadores 1, 2 e 3

A Tabela 4.10 apresenta os ajustes do relé SEL 751A dos alimentadores 1,2 e 3.

Tabela 4.10- Parametros relés SEL 751A dos alimentadores


Parâmetro Valor
Phase(IA,IB,IC)Current Transformer Ratio CTR=40
Neutral(IN) Current Transformer Ratio CTRN=40
Phase (VA, VB, VC) Potential Transformer Ratio PTR=120
Phase PT nominal Volt(L-N) VNON=66,4
Fase Overcurrent
Maximum fase overcurrent trip pick-up 50P1P=12,26
Maximum fase overcurrent trip delay 67P1D=0,0
Neutral Overcurrent
Neutral overcurrent trip pick-up 50N1P=1,8
90

Neutral overcurrent trip delay 50N1D=0,0


Maximum Fase TOC
Pickup 51P1P=2
Curve 51P1C=C2
Time-Dial 51P1TD=0,35
Neutral GND TOC
Pickup 51N1P=0,5
Curve 51N1C=C2
Time-Dial 51N1TD=3,25
Negative Sequence Overcurrent
Trip Pickup (amps sec.) 50Q1P=OFF
Negative Sequence TOC
Trip Pickup (amps sec.) 51QP=OFF
Demand metering EDEM=THM
Minimum trip duration time TDURD=15.00
TRIP TR= 51P1T OR 50P1T OR 51N1T
OR 50N1T
Unlatch ULTR= NOT (51P1P OR 51N1P)
Output Contact OUT403=TRIP
Output Contact OUT404=TRIP
Event report ER= /51P+/51N
Setting Group Change Delay TGR=0,3 S
Power System Configuration Frequency NFREQ=60
Power System Configuration Phase Rotation PHROT=ABC
Date Format MDY
Front-Panel Display Operation FP_TO=15
Display Update rate SCROLD=2
Front Panel Neutral/Ground Display IN
Length of even report LER=30
Prefault in even report PRE=4
Sequential event recorder SER1=51P1T,51N1T
Fonte: próprio autor.

4.7.4 Ajuste do relé SEL 787 do transformador de potência

A Tabela 4.11 apresenta os ajustes do relé SEL 787 do transformador de potência.

Tabela 4.11- Parametros relé SEL 787 do transformador


Parâmetro Valor
W1CT Winding 1 CT Connection WYE
91

W1CT Winding 2 CT Connection DELTA


ICOM Define Internal CT Conn. Compensation N
W1CTC Winding 1 CT Conn. Compensation 0
W2CTC Winding 2 CT Conn. Compensation 0
CTR1 Winding 1 Phase CT Ratio 10
CTR2 Winding 2 Phase CT Ratio 80
CTRN1 Neutral (IN1) CT Ratio 60
MVA Maximum Transformer Capacity 6,5
ICOM Define Internal Conn. Compensation N
VWDG1 Winding 1 Line-to-Line Voltage 69
VWDG2 Winding 2 Line-to-Line Voltage 13,8
PTR PT Ratio 600
VNOM Protected Winding L-L Voltage 69
DELTA_Y Potential Transformer Connection WYE
VIWDG Voltage- Current Winding 1
SINGLEV Single Voltage Input Y
E87 Enable Transformer Differential Y
Protection
TAP1 Winding 1 Current Tap 4,18
TAP2 Winding 2 Current Tap 4,52
O87P Restrained Elem Operating Current PU 0,8
87AP Differential Current Alarm PU OFF
SLP1 Restraint Slope 1 Percentage 30
SLP2 Restraint Slope 2 Percentage 50
IRS1 Restraint Current Slope 1 limit 3
U87P Unrestraint Element current PU 10
PCT2 Second-Harmonic Blocking Percentage 15
PCT4 Fourth-Harmonic Blocking Percentage 15
PCT5 Fifth-Harmonic Blocking Percentage 35
TH5P Fifth-Harmonic Alarm Threshold OFF
HRSTR Harmonic Restraint Y
HBLK Harmonic Blocking N
REF1POL Polarizing Quantity Frim Winding OFF
50P11P Winding 1 Ph Inst Overc Trip level OFF
51P1P Winding 1 Time Overc Trip Level OFF
50G11P Residual Inst Overcurrent Trip Level OFF
51G1P Neutral Time Overcurrent Trip Level OFF
51P2P Winding 2 Max Phase Time Overcurrent OFF
51G2P Winding 2 Residual Time Overcurrent OFF
Trip Level (amps)
50N11P Neutral Inst Overcurrent Trip Level OFF
(amps)
92

50N11D Neutral Inst Overcurrent Trip Delay OFF


(seconds)
TRXFMR Trip XFMR Equation 87R OR 87U
ULTRXFMR Unlatch Trip XFMR NOT (87R OR 87U)
OUT301 TRIPXFMR
OUT302 TRIPXFMR
SER1 TRIPXFMR OUT301
Fonte: próprio autor.

4.8 Software PTW (Power Tools for Windows)

O PTW é um software bastante utilizado para análise de sistemas de potência. Ele


foi desenvolvido para se fazer modelagens e simulações computacionais de sistemas de
potência.
Este software se caracteriza por ser uma excelente ferramenta de análises e estudos
de curto-circuito. Para isso ele conta com uma interface gráfica onde são inseridos os principais
elementos pertencentes ao sistema de potência. Ele permite representar configurações de barras,
transformadores, geradores, relés de proteção, capacitores, disjuntores, entre outros (PRIMO,
2009).
Como o objetivo desse estudo é a implementação do sistema de proteção da
subestação do Campus do Pici, vale destacar que este software é também utilizado para análise
e sistemas de proteção. Para isso ele conta com modelos de religadores, disjuntores, fusíveis e
relés de sobrecorrente.
Ele possui um biblioteca a partir de qual o usuário pode pesquisar diversos modelos
de relés disponibilizados pelos fabricantes. Caso os modelos disponibilizados não sejam
adequados para o usuário, este pode editar ou até mesmo implementar novas configurações de
relés para atender a sua necessidade.
Além das funções citadas anteriormente, pode-se fazer a coordenação dos relés.
Essa coordenação pode ser monitorada e ela é feita de modo iterativo, ou seja, pode-se fazer o
ajuste simulando falhas em vários pontos da instalação.
Nesse trabalho, utilizou-se este software para fazer o estudo de curto-circuito da
subestação. O diagrama unifilar é o mesmo apresentado na Figura 4.2. O estudo de curto-
circuito gerado pelo software pode ser observado no APÊNDICE E.
Além do estudo de curto-circuito, utilizou-se o software para implementar os
coordenogramas de proteção.
93

4.8.1 Coordenogramas

Nesta seção serão apresentados os coordenogramas da subestação do campus do Pici. Os


valores apresentados estão todos referidos ao lado de 13,8kV. A Figura 4.5 apresenta o
coordenograma de fase, a Figura 4.6 apresenta o coordenograma de neutro e a Figura 4.7
apresenta o coordenograma de sequência negativa.

Coordenograma de fase
Figura 4.5- Coordenograma de fase

Fonte: próprio autor.


94

Coordenograma de Neutro

Figura 4.6- Coordenograma de neutro

Fonte: próprio autor.


95

Coordenograma de sequência negativa

Figura 4.7- Coordenograma de sequência negativa

Fonte: próprio autor.


96

O pick-up do relé de sequência negativa é de 80 A. Na Figura 4.7 está mostrando


46 A porque está representado um relé de fase-fase equivalente (Schweitzer & Kumm, 1997).
Como a relação entre a corrente é igual a 1,73 tem-se Ipickup=80/1,73=46 A.
97

5 CONCLUSÃO

O presente trabalho se propôs definir os ajustes a serem realizados nos relés da


subestação do Campus do Pici devido a necessidade de modernização da rede do campus. Para
ajustar os relé foi proposto um estudo de proteção baseado em livros, normas e manuais
disponibilizados pelos fabricantes, levando-se em consideração a potência nominal da
subestação e o estudo do nível de curto-circuito presente na mesma.
Baseado no diagrama unifilar da subestação foram implementados relés de proteção
em determinados pontos da SE. Os ajustes dos relés foram baseados no estudo de curto-circuito
apresentado neste trabalho e nos valores de potência dos alimentadores. Como proteção geral
de alta tensão foi utilizado o relé SEL 751 e nele foram implementados as funções de proteção
de sobrecorrente de fase e de neutro e sobrecorrente de sequência negativa. Como proteção do
barramento de média tensão e dos 3 alimentadores presentes na SE utilizou-se relé SEL 751A
cujas funções de proteção implementadas foram a de sobrecorrente de fase e de neutro. Como
proteção do transformador foi utilizado o relé SEL 787, nele foram implementados as funções
de proteção diferencial e de sobrecorrente de terra.
Como ferramenta auxiliar de estudo, utilizou-se o software PTW. A partir do estudo
de curto-circuito gerado pelo software observou-se que os valores calculados e os valores
obtidos via software apresentaram valores bastante próximos. E com a implementação dos
parâmetros de ajuste dos relés nos relés do software pode-se obter o coordenograma do sistema
da SE. Pode-se observar nos coordenogramas obtidos que os ajustes foram feitos corretamente
e o sistema apresenta seletividade e coordenação.
Como resultado do estudo e ajustes da proteção, foram asseguradas seletividade e
coordenação da proteção da SE o Campus do Pici. A configuração proposta apresenta melhora
na confiabilidade, disponibilidade e segurança da rede interna da universidade. Isso ocorre pelo
fato da subestação nova possuir três alimentadores. Se houver um curto-circuito somente o
alimentador afetado será desenergizado. Assim, os objetivos propostos foram alcançados. Além
disso, o projeto foi submetido à aprovação da concessionária local (COELCE) e foi aprovado
para implementação.
Porém, esses resultados foram obtidos com algumas dificuldades. Dentre elas se
destaca a coordenação do sistema. Muitas vezes os ajustes calculado não permitem essa
coordenação, com isso é necessário refazer os cálculos para obter os valores desejados. Outra
98

dificuldade foi encontrar a bibliografia necessária para ajustar todos os parâmetros solicitados
pela concessionária, mas com uma pesquisa mais aprofundada foi possível reverter esse quadro.
Como sugestões de trabalhos futuros, podem ser realizados estudos da integração
de um grupo gerador à subestação e estudo de ampliação de potência da subestação. Outro
estudo que pode ser feito é de proteção e seletividade dos disjuntores de média tensão utilizados
na alimentação dos departamentos de ensino do campus, baseado nos ajustes definidos neste
trabalho.
99

BIBLIOGRAFIA

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tensão - 2008.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 6855 – Transformadores de


Potencial Indutivos - 2009.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 6856 – Transformador de Corrente -


1992.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 7117 – Medição de Resistividade e


Determinação da Estratificação do Solo - 2012.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 7282 – Dispositivos Fusíveis de


Alta Tensão - 2011.

ALMEIDA, Marcos A. Dias de. Apostila de Proteção de Sistemas Elétricos. Natal, 2000.
133 p.

Coelce, Critérios de Projetos CP-011 – Substação de Distribuição Aérea e Semiabrigada –


2003.

Coelce, Norma Técnica NT-004 – Fornecimento de Energia Elétrica em Alta Tensão-69kV –


2011.

COLÉGIO DE ITAJUBÁ. Disjuntores. Disponível em:


<http://www.colegiodeitajuba.com.br/download/Disjuntores.pdf>. Acesso em: 27 fev. 2013.

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<http://www.ecodebate.com.br/2013/01/03/problemas-do-setor-eletrico-artigo-de-heitor-
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São Carlos, 2007.

COTOSCK, Kelly Regina. Proteção de Sistemas Elétricos: Uma Abordagem Técnico-


Pedagógica. 2007. 109 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Curso de Programa
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Horizonte, 2007.

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KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, V. 1. Florianópolis:


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100

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MAMEDE FILHO, João. Manual de Equipamentos Elétricos. 3. Ed. Rio de Janeiro: LTC,
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MARTIS, Diego Luz. Estudo de Caso na Automação, Proteção e Supervisão de uma


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Diagrama de Tempo - Fase
UFC

BARRA
ALIMENTADOR 1
13,8 kV Icc3 = 2.859 A
50/51
Barra BARRA BARRA
0,35 VI
69kV TRAFO 1 TRAFO 2 200-5 80 A
Icc3 = 13.249 A Icc3 = 13.249 A Icc3 = 2.859 A 10B200 SEL 751A
52.3
I >= 80A
CURVA VI
t > 0,35
ENTREGA I >> 490
50 51 t>> 0,01 s
50N 51N
ALIM. 1 -> 0,13 segundos.
(I)=490 A t=0,01 s
ALIMENTADOR 2

50/51 50/51
50/51
0,5 VI 5 /6,5 MVA 0,35 VI
Z = 7% 240 A 0,35 VI
800-5 80 A 50-5 400-5 400-5 200-5 80 A
10B400 10B200 10B200 10B200 10B200 SEL 751A
52.1 52.2 52.4
I >= 80A
CURVA VI
t > 0,35
I >> 490
50 51 87 50 51 50 51 t>> 0,01 s
50N 51N 50N 51N 50N 51N
51G ALIM. 1 -> 0,13 segundos.
51Q SEL 787 SEL 751A (I)=490 A t=0,01 s
I >= 240A ALIMENTADOR 3
SEL 751 SLOPE: 30% CURVA VI
I >= 80A SENS. =1,25 t > 0,35
CURVA VI I >> 1920A 50/51
t > 0,5 t>> 0,01 s 0,35 VI
I >> 1600A
t>>0,01 s 200-5 80 A
BARRA 13,8kV -> 0,43 segundos. SEL 751A
10B200 52.5
(I)=1920 A t=0,01 s I >= 80A
BARRA 69kV -> 0,04 segundos.
CURVA VI
(I)=1600A t=0,01 s t > 0,35
I >> 490
50 51 t>> 0,01 s
50N 51N
ALIM. 1 -> 0,13 segundos.
(I)=490 A t=0,01 s
Diagrama de Tempo - Neutro
UFC

BARRA ALIMENTADOR 1
13,8 kV Icc1 = 2.942 A
50/51
Barra BARRA BARRA 3,25 VI
69kV TRAFO 1 TRAFO 2 200-5 20 A
Icc1 = 4.030 A Icc1 = 4.030 A Icc1 = 2.942 A 10B200 52.3 SEL 751A
I >= 20A
CURVA VI
ENTREGA
t > 3,25
50 51
I >> 72
t>> 0,01 s
50N 51N
ALIM. 1 -> 0,3 segundos.
(I)=72 A t=0,01 s
51 G ALIMENTADOR 2
0,48 VI
128 A 50/51
50/51 50/51
5 /6,5 MVA 0,35 VI
0,5 VI 60 A 3,25 VI
800-5 80 A 50-5 Z = 7% 400-5 400-5 200-5 20 A
10B400 10B200 10B200 10B200 10B200
52.1 52.2 52.4 SEL 751A
I >= 20A
CURVA VI
400-5 t > 3,25
10B200 I >> 72
50 51 50 51 50 51
t>> 0,01 s
50N 51N 87 50N 51N 50N 51N
ALIM. 1 -> 0,3 segundos.
51Q 51G SEL751A (I)=72 A t=0,01 s
SEL 787 I >= 60A ALIMENTADOR 3
SEL 751 CURVA VI
SLOPE: 30% t > 0,35
I >= 80A SENS. =1,25 I >>200A
CURVA VI 50/51
t > 0,6 CURVA VI t>> 0,01 s 3,25 VI
t > 0,48
I >> 320A 200-5 20 A
BARRA 13,8kV -> 0,31 segundos.
t>>0,01 s Iref,N = 0,32 x In (In=5A) 10B200 SEL 751A
(I)=200 A t=0,01 s 52.5
TRAFO 51G -> 0,294 segundos. I >= 20A
BARRA 69kV -> 0,16 segundos. CURVA VI
(I)=320A t=0,01 s t > 3,25
50 51
I >> 72
t>> 0,01 s
50N 51N
ALIM. 1 -> 0,3 segundos.
(I)=72 A t=0,01 s
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