Apostila Direito Urbanístico

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DIREITO

URBANÍSTICO
Constituição Federal. Direito Urbanístico

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO URBANÍSTICO
Constituição Federal. Direito Urbanístico
Renato Coelho Borelli

Sumário
Direito Urbanístico..........................................................................................................4
Apresentação..................................................................................................................4
1. Introdução e Conceitos Básicos....................................................................................5
1.1. O que é Cidade?.........................................................................................................5
1.2. Definições de Urbanização e Urbanismo...................................................................5
2. Os Princípios do Direito Urbanístico.. ........................................................................... 7
2.1. Sobre o Direito de Construir.................................................................................... 13
2.2. A Justa Distribuição dos Ônus e os Benefícios Decorrentes do Processo de
Urbanização.................................................................................................................. 15
3. O Direito Urbanístico na Constituição Federal. . .......................................................... 16
3.1. Introdução.............................................................................................................. 16
3.2. Plano Diretor. ..........................................................................................................17
3.3. Função social da propriedade urbana..................................................................... 18
3.4. Usucapião urbano.................................................................................................. 21
3.5. Normas Constitucionais e o Direito Urbanístico......................................................23
4. Regiões Metropolitanas. ............................................................................................26
4.1. Estatuto da Metrópole............................................................................................29
5 Política fundiária e política agrícola........................................................................... 40
5.1 Função social da propriedade rural.. ........................................................................ 41
5.2. Usucapião rural. .....................................................................................................42
6. Relação do Direito Urbanístico com o Direito à Cidade..............................................42
6.1. Autonomia científica...............................................................................................42
6.2. Princípios...............................................................................................................44
6.3. O Direito de Construir e a Função Social da Propriedade........................................ 47

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6.4. Poder de Polícia Urbanístico. ..................................................................................49


6.5. Ocupação e Parcelamento do Solo Urbano.. ...........................................................52
6.6. Licenças Urbanísticas............................................................................................ 61
6.7. Responsabilidade Administrativa, Civil e Penal.......................................................64
7. Legislação................................................................................................................ 66
7.1. Constituição Federal............................................................................................... 66
7.2. Estatuto Da Cidade – Lei n. 10.257/2001............................................................... 68
7.3. Código Civil.............................................................................................................70
7.4. Código Tributário Nacional. .....................................................................................70
7.5. Lei n. 6.766/1979 – Parcelamento do Solo Urbano. . ................................................71
Questões de Concurso................................................................................................... 75
Gabarito........................................................................................................................94
Gabarito Comentado. .....................................................................................................95
Referências................................................................................................................. 129

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Renato Coelho Borelli

DIREITO URBANÍSTICO
Apresentação

Olá!
Com enorme satisfação recebi o convite do Gran Cursos Jurídico para ministrar o presen-
te curso de Direito Urbanístico.
Meu nome é Renato Borelli, e atualmente ocupo o cargo de Juiz Federal em Brasília (TRF1).
Antes da magistratura (também fui Juiz Federal no TRF5), tive experiências como servidor de
Tribunais (TRF1 e STJ), bem como na advocacia pública e privada.
Iniciamos o nosso Curso Jurídico voltado para englobar absolutamente todo o conteúdo
para você ser aprovado nos certames mais difíceis do Brasil. O presente curso tem por objeti-
vo ser o material mais completo, abarcando a essência dos manuais do mercado, compilando
as informações necessárias e suficientes para a sua aprovação.
O nosso curso será no formato de teoria e exercícios comentados.
A metodologia contempla a exposição dos assuntos e, na sequência, a resolução de cen-
tenas de questões de provas.
Teremos também videoaulas! Tais aulas destinam-se a complementar a preparação. Vo-
cês vão observar que alguns pontos do Direito Urbanístico podem ser cansativos e sem a cor-
respondente abordagem nas videoaulas! Por vezes, teremos aulas com vários vídeos; outras,
que terão videoaulas apenas em parte do conteúdo. Para facilitar a revisão da matéria, todas
as aulas serão finalizadas com um resumo, além de uma lista de questões comentadas, com
o gabarito.
Caso reste alguma dúvida, não hesite em postá-la no fórum de dúvidas. Essa interação
com o professor é um dos diferenciais do nosso curso!
Espero que você aproveite bastante o curso.
Boa leitura e sucesso nos estudos!

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1. Introdução e Conceitos Básicos


Os principais assuntos que analisaremos estão contidos na Constituição Federal e diplo-
mas legais diversos, tais como as normas referentes ao Estatuto da Cidade, ao Parcelamento
do solo urbano e às Área de Preservação Permanente (APP) urbana, dentre outros.
Abordaremos, também, os aspectos doutrinários e jurisprudenciais mais importantes
para a compreensão da matéria.
Porém, antes de iniciarmos propriamente a nossa primeira aula, necessário tratarmos de
alguns conceitos básicos.

1.1. O que é Cidade?


Delimitar o conceito de cidade não é tarefa simples, na medida em que nem toda concen-
tração urbana pode ser considerada como tal.
A doutrina sobre o assunto não é vasta e, no nosso entender, o autor que melhor definiu o
significado de cidade no Brasil foi José Afonso da Silva, a saber:

Cidade, no Brasil, é um núcleo urbano qualificado por um conjunto de sistemas político-adminis-


trativo, econômico não agrícola, familiar e simbólico como sede do governo municipal, qualquer
que seja sua população. A característica marcante da cidade no Brasil consiste no fato de ser um
núcleo urbano, sede do governo municipal. (SILVA, 2015, p. 26, grifo nosso).

Desse modo, é importante notarmos que o conceito de cidade no Brasil está ligado dire-
tamente à ideia de sede do governo municipal.

1.2. Definições de Urbanização e Urbanismo


Urbanização foi um termo que surgiu a partir da concentração de pessoas, fruto do de-
senvolvimento dos países em decorrência da Revolução Industrial. Nesse sentido, é de fácil
percepção o fato de que, há muitos anos, as populações urbanas crescem em ritmo mais
acelerado do que a do campo.
Vários problemas sociais e ambientais estão associados a tal processo, como, por exem-
plo, a poluição do meio ambiente, a desorganização social, além de questões de ordem social
relacionadas ao saneamento básico, aspectos habitacionais e de higiene da população.

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A partir desse contexto, o Poder Público é chamado a intervir com o escopo de transfor-
mar o ambiente urbano e os adequar às demandas, a partir da modificação do meio urbano
por meio de novos modelos.
O direito urbanístico, de maneira costumeira, era tido como o ramo que estuda a sistema-
tização das cidades tanto sobre o ponto de vista do ordenamento territorial quanto sobre os
aspectos relacionados aos seus limites.
No entanto, Maria Bernadete Miranda traz à tona a concepção moderna do direito urba-
nístico e considera que esse direito deixa de ser mera disciplina da cidade e passa a abrange
projetos de estruturação regional e nacionais de um país.

Tal concepção moderna deve-se ao reconhecimento de que a cidade não é entidade com vida au-
tônoma, destacada e isolada no território. Em verdade, o urbanismo ultrapassa os limites da cidade
para englobar um território inteiro, que se influencia mutuamente, devendo, ser estudado de forma
sistêmica e conjugada (MIRANDA, 2009. p. 2).

Nessa toada, para além do viés do território das cidades, para o grande constitucionalis-
ta José Afonso da Silva, os preceitos do direito urbanístico também incidem sobre as áreas
rurais, a proteção ao meio ambiente e ao campo da ecologia, aspectos intimamente ligados
às condições da vida humana de forma abrangente, seja à população do campo ou da cidade
(SILVA, 2015, p. 38).
Ademais, todas as normas que tenham por objeto disciplinar o planejamento urbano, o
uso e a ocupação do solo urbano, as áreas de interesse especial, a ordenação urbanística da
atividade edilícia e a utilização dos instrumentos de intervenção urbanística estão inseridas
no campo do Direito Público, não se podendo falar, por tal motivo, em autonomia do Direito
Urbanístico no Brasil (SILVA, 2015, p. 38).
Em resumo, podemos sintetizar da seguinte forma os conceitos abordados:

Urbanização Urbanismo
É a disciplina que se relaciona com o estudo e a
É o fenômeno decorrente do aumento proporcional regulação do planejamento urbano, como o uso, a
da população urbana em relação à população rural. ocupação e o parcelamento do solo urbano, dentre
outras áreas de interesse especial.

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2. Os Princípios do Direito Urbanístico


Apesar de no texto constitucional encontrarmos alguns fundamentos genéricos relacio-
nados ao tema do Direito Urbanístico, como, por exemplo, o princípio da igualdade e o princí-
pio da dignidade da pessoa humana é no art. 182, da CRFB que estão contidos os fundamen-
tos essenciais ao estudo em questão.
A Constituição Federal, no Título VII, referente à Ordem Econômica e Financeira, Capítulo
II, ao tratar da Política Urbana prevê:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Destaca-se, nesse sentido, os princípios da função social da propriedade e da função so-


cial das cidades. A função social da propriedade está prevista, também, nos artigos 5º, inciso
XXIII e 170, inciso III:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;

Quanto ao cumprimento da função social devemos nos atentar a respeito da forma com
que o tema é abordado no texto legal, bem como nas provas de concursos públicos.
De início, temos que observar que o art. 182, §2º, da CRFB nos indica que:

Art. 182.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

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Dessa forma, a propriedade urbana terá cumprido sua função social desde que atendidas
às exigências fundamentais expressas no plano diretor, assunto que será tratado com mais
profundidade em aulas próximas.
Dando continuidade aos princípios aplicáveis à matéria cabe destacar que todos os prin-
cípios que abordaremos abaixo estão contemplados, seja de forma expressa ou de modo
implícito, no art. 2º, do Estatuto das Cidades1.
O referido diploma legal, ao dispor acerca das diretrizes do Direito Urbanístico, assim pre-
vê:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no pro-
cesso de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das
atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e
corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraes-
trutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres.

1
Lei n. 10.257/2001.

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VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o de-
senvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compa-
tíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território
sob sua área de influência;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públi-
cos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de
bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de im-
plantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio
ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda me-
diante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica-
ção, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edi-
lícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades
habitacionais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimen-
tos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.
XVII – estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas
operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos
ambientais e a economia de recursos naturais.
XVIII – tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunica-
ções, abastecimento de água e saneamento

Passamos, agora, à análise detida de cada um dos princípios relevantes ao estudo:


1) Princípio da sustentabilidade, contido no artigo 225 da Carta Magna, bem como no in-
ciso I, do artigo 2º, do Estatuto das Cidades (Lei n. 10.257/2001):

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

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I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

2) Princípio da participação popular na definição e na alteração da política urbana, previs-


to no inciso II, do artigo 2º, da Lei n. 10.257/2001:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;

A garantia da ampla participação dos diversos seguimentos sociais no debate e na cons-


trução do planejamento das cidades é tema que ganha força nos dias atuais e está diretamen-
te relacionada à gestão democrática nos processos políticos de expansão do espaço urbano,
de modo a viabilizar que a população reivindique os seus direitos e exponha seus anseios.
Segundo as lições doutrinárias de Adir Ubaldo e Adivandro Rech:

Isso significa que todas as normas urbanísticas que venham a ser definidas ou alteradas pelos mu-
nicípios, bem como seu acompanhamento, devem ser objeto de participação popular. Qualquer lei
urbanística municipal, que crie ou modifique o Plano Diretor, e que não tenha passado pela gestão
democrática envolvendo a participação popular, é ilegal e passível de nulidade (RECH; UBALDO;
2010, p. 76).

3) Princípio da afetação das mais-valias ao custo da urbanização, consubstanciado no


art. 2º, inciso XI, do Estatuto das Cidades.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;

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Conforme os ensinamentos de José Afonso da Silva, os proprietários, em atenção a este


princípio, devem arcar com os gastos da urbanização, uma vez que o benefício decorrente
dela é específico, pois irá melhorar as condições da sua propriedade.
4) Princípio da justa distribuição dos benefícios e ônus derivados da atuação urbanística,
atrelado ao princípio da igualdade e que vermos mais detalhadamente a seguir.
5) Princípio do urbanismo como uma função pública e, por isso, necessário para a confor-
mação da propriedade urbana por intermédio das normas de direito urbanística.
Segundo leciona Adir Ubaldo:

É o princípio que permite ao Poder Público através da edição de normas de direito urbanístico, atuar
no meio social e no domínio privado, regulamentar a função social da propriedade a ser ocupada,
o interesse e bem-estar coletivo, como forma de assegurar a cidadania e a dignidade da pessoa
humana (UBALDO, 2010, p. 69).

6) Princípio da conformação da propriedade urbana e rural, segundo o qual o direito urba-


nístico é tido como um instrumento que visa dar formato ao uso da propriedade urbana e rural
a partir das regras de ocupação, limitações do direito de propriedade, formas de parcelamento
do solo e formas que venham a assegurar o interesse público e a função social da proprieda-
de (RECH, 2010, p.70).
Para finalizarmos esse tópico, vejamos a seguir como o assunto já foi abordado em con-
curso público!

Questão 1 (CEBRASPE/DP-AC/DEFENSOR/2012) Assinale a opção correta em relação à


defesa da ordem urbanística.
a) O planejamento de construção de ruas e de prédios de forma a garantir fluxo tranquilo, tanto
do transporte terrestre quanto do aéreo, não se enquadra como diretriz da ordem urbanística.
b) A justa distribuição dos benefícios advindos do processo de urbanização bem como dos
ônus dele decorrentes não se inclui entre as preocupações relacionadas à ordem urbanística.

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c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao direito
de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual
a construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto
ambiental.

Letra e.
a) Errada. O planejamento urbano e a justa distribuição dos benefícios decorrentes do pro-
cesso de urbanização são princípios do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa em
comento está errada.
b) Errada. O planejamento urbano e a justa distribuição dos benefícios decorrentes do pro-
cesso de urbanização são princípios do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa em
comento está errada.
c) Errada. Consoante disposto no art. 81, inciso I, parágrafo único do CDC, interesses difusos
são aqueles transindividuais de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeter-
minadas e ligadas por uma determinada circunstância de fato. Desse modo, a população de
um determinado bairro é composta de pessoas determinadas, motivo esse que tal interesse
não se enquadra como difuso.
d) Errada. A regularização fundiária e da urbanização de áreas ocupadas por populações de
baixa renda também são preocupações do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa é
falsa.

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e) Certa. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo Prévio de Impacto de Vizi-
nhança (EIV) são instrumentos do direito urbanístico dispostos no artigo 4º, do Estatuto das
Cidades:
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
Ressaltamos que tal assunto será aprofundado em aula específica, quando falarmos acerca
do Estatuto das Cidades.

2.1. Sobre o Direito de Construir


Conforme abordamos no item anterior, o exercício do direito de propriedade está condicio-
nado ao cumprimento da sua função social, consubstanciada no art. 5º, inciso XXIII e no art.
170, ambos da Constituição Federal.
Portanto, nos afastamos da concepção tradicionalista do direito de propriedade atrelado
ao direito natural para reconhecer a existência de limitações e sujeições quem encontram
guarida na ordem constitucional vigente, desde que observado o conteúdo existencial mínimo
do direito fundamental em questão.
Nesse sentido, José Afonso da Silva afirma:

A função social introduziu na esfera interna do direito de propriedade, um interesse que pode não
coincidir com o do proprietário e que, em todo caso, é estranho ao mesmo, constitui um princípio
ordenador da propriedade privada e fundamento da atribuição desse direito, de seu reconhecimen-
to e da sua garantia mesma, incidindo sobre o próprio conteúdo (SILVA, 2015, p. 74).

A Constituição Federal ao estabelecer as diretrizes atinentes à política de desenvolvimen-


to urbano, em seu art. 182, § 2º, estabelece que:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

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Desse modo, o direito de construir e a utilização do solo urbano se revelam assuntos de


grande relevância no estudo do direito de propriedade, uma vez que ficam sujeitos às exigências
legais urbanísticas e às diretrizes fixadas no plano diretor, aprovado por determinado município.
Assim, o interesse individual do proprietário não pode ser exercido de forma irrestrita, pois
existem restrições ao mencionado direito que perpassam a própria noção de função social e
os interesses de toda a coletividade em prol do desenvolvimento urbano bem ordenado.

O direito do proprietário está submetido a um pressuposto de fato, à qualificação urbanística dos


terrenos, cuja fixação é da competência da Administração, de natureza variável, de acordo com as
necessidades do desenvolvimento urbanístico das cidades, cuja apreciação corresponde também
à Administração (SILVA, 2015, p. 77).

O uso do solo urbano pelos proprietários está condicionado à observância da legislação


e dos planos urbanísticos. Só assim o solo passará a ter uma função urbanística definida, ou
seja, surgirá a sua edificabilidade, que segundo José Afonso da Silva

[...] é algo que surge com a ordenação urbanística do solo. É algo novo, acrescido, criado pelos
planos e normas urbanísticos, por mais elementares que sejam. Edificabilidade é qualificação legal
que se atribui a algum terreno urbano. Essa qualificação é que possibilita ao proprietário exercer
a faculdade de construir em terreno urbano. Sem ela a faculdade não existe. (SILVA, 2015, p. 81)

Portanto, a edificabilidade não é qualidade do solo por natureza, mas sim utilidades acres-
cidas a partir da criação pelos planos e normas urbanísticas. Apenas a produção de riquezas
naturais pode ser considerada elemento natural ao solo.
O Código Civil prevê, em seu artigo 1.299, o direito de construir. Vejamos, “Art. 1.299. O
proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos
vizinhos e os regulamentos administrativos”.
Na perspectiva civilista tradicional, o direito de construir emana diretamente do direito de
propriedade, conforme disposto no artigo 1.228, do Código Civil: “Art. 1.228. O proprietário
tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha”.
Todavia, pela ótica do direito administrativo e do paradigma urbanístico contemporâneo,
que reconhece a aplicação dos diversos instrumentos constitucionais relativos à função

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social da propriedade, o direito de construir opera-se tanto como limitação externa ao direito
de propriedade, mas também como conformação ao seu próprio núcleo essencial, de modo a
proporcionar o desenvolvimento urbano e a priorizar a melhoria das condições das cidades.
Nos dizeres de José Afonso da Silva (2015, p. 84), a influência do direito urbanístico sobre o
direito de propriedade é tanta que a atividade urbanística do Poder Público deve ter efeito cons-
titutivo sobre o direito de construir, sendo este uma verdadeira concessão do Poder Público.
Por oportuno, cabe dizer que a doutrina elenca alguns aspectos que revelam esse condi-
cionamento do direito de construir:
• Ocupação do solo: possibilidade de se construir uma edificação em determinado ter-
reno, desde que respeitada a estética urbana, a ventilação e a circulação de pessoas;
• Limitações urbanísticas: uso do terreno de acordo com a área de zoneamento da cida-
de (zona residencial, comercial, industrial, gráfica, etc.);
• Circulação: fixação de nivelamento e alinhamento dos imóveis de determinada área
urbana;
• Índices urbanísticos: taxa de ocupação, recuos, coeficiente de aproveitamento do solo
e área de edificação admitida;
• Modelos de assentamento urbano através do zoneamento arquitetônico.

2.2. A Justa Distribuição dos Ônus e os Benefícios Decorrentes do


Processo de Urbanização

Decorrente do princípio da isonomia, temos o princípio da justa distribuição dos benefí-


cios e ônus decorrentes do processo de urbanização, previsto no Estatuto das Cidades como
diretriz da política urbana:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

O referido princípio estabelece, ainda, que a urbanização deve ser um processo solidário,
eis que:

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Os benefícios devem resultar em bem-estar de toda a coletividade, devendo o ônus ser dividido
entre todos. Não há como realizar obras urbanísticas que não tenham benefícios para todos, mas
sejam apenas para beneficiar alguns com o intuito de melhorar e valorizar o patrimônio de particu-
lares (RECH, 2010, p. 71).

A previsão constitucional acerca da instituição de Contribuição de Melhoria, decorrente


de obras públicas cabível ante à valorização de imóveis (art. 145, III), pode ser considerada,
para Paulo Carmona (2010, p. 45) uma aplicação prática do princípio da justa distribuição dos
ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tribu-
tos:
[...]
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Antes de encerramos mais um tópico, cabe ressaltar a presença do princípio em análise


também no âmbito da Lei n. 10.257/2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

3. O Direito Urbanístico na Constituição Federal

3.1. Introdução
O Direito Urbanístico, segundo o saudoso mestre Hely Lopes Meirelles (2007, p. 513), é “o
ramo do direito público destinado ao estudo e formulação dos princípios e normas que devem
reger os espaços habitáveis, no seu conjunto cidade-campo”.
A Constituição Federal, em seu artigo 21, inciso IX prevê como competência da União a
elaboração e execução de planos nacionais e regionais de ordenação de território e desenvol-
vimento econômico e social.

Art. 21. Compete à União:

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IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvi-


mento econômico e social;

Ao Município caberá a competência de promover, no que couber, o adequado ordenamen-


to territorial, a partir do planejamento e controle do uso do solo urbano, conforme disposto no
artigo 30, inciso VIII, da CF.

Art. 30. Compete aos Municípios:


VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

O solo urbano é ser qualificado, para José Afonso da Silva (2015, p.57), quando:

[...] ordenado para cumprir destino urbanístico, especialmente a edificabilidade e o assentamento


de sistema viário. Esse ordenamento é função do plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
que a Constituição elevou à condição de instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana (art. 182, parágrafo 1º).

Nesse sentido, vale destacar a previsão contida na Lei n. 6.766/1979, que dispõe acerca
do parcelamento do solo para fins urbanos e dos requisitos Urbanísticos para Loteamento.
Assim, enquanto compete à União definir o ordenamento territorial em termos nacional e
regional, ao Município compete promover o ordenamento territorial urbano nos seus limites,
por intermédio do seu Plano Diretor.

3.2. Plano Diretor

Trata-se de instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.


É tratado como plano, pois é a partir dele que o Município traça os objetivos a serem al-
cançados. E é chamado de diretor porque fixa as diretrizes de desenvolvimento urbano de
determinada área (SILVA, 2015).
A Constituição Federal, ainda tratando da Política Urbana (art. 182), reconhece o Plano
Diretor como sendo obrigatório para cidades com população superior a vinte mil habitantes.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

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§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.

A elaboração do referido Plano é de competência do poder executivo local e a sua apro-


vação se dá pela Câmara Municipal, que estabelece regras, incentivos e parâmetros para o
desenvolvimento da cidade.
Por fim, é facultado ao Poder Público municipal exigir do proprietário do solo urbano não
edificado, ou seja, àquele que não esteja cumprindo sua função social, que promova o ade-
quado aproveitamento, sob pena de imposição de sanções (art. 182, §4º da CF).

3.3. Função social da propriedade urbana

A função social da propriedade urbana também se relaciona com as exigências do plano


diretor, uma vez que, nos termos do art. 182, parágrafo 2º da CF, a propriedade urbana cumpre
sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade conti-
das no plano diretor, relacionada à infraestrutura, saneamento, zoneamento, etc.

[...]
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Conforme introduzido em tópico anterior, a Constituição Federal previu, em seu art. 182,
§4º, sanções que podem ser aplicadas em face do descumprimento da função social da pro-
priedade pelo dono do imóvel.

[...]
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

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O Estatuto das Cidades (Lei n. 10.257/2001) também aborda as hipóteses de sanções


aplicáveis ao proprietário do imóvel urbano subutilizado, temas que serão aprofundados em
momento próximo.
Nesse sentido, é facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica, exigir do
proprietário do imóvel que promova o adequado aproveitamento do solo urbano, sob pena de:
1) Sofrer determinação de edificação ou parcelamento compulsórios: nesse caso, o poder
público municipal poderá exigir que os proprietários de imóveis edifiquem ou parcelem o solo
com vistas à adequá-lo ao ordenamento territorial de determinada área, evitando, assim, a
existência de solo desocupado e sem qualquer destinação útil.
2) Utilização do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) pro-
gressivo no tempo: aqui, o tributo poderá ser utilizado com efeito confiscatório, cons-
tituindo uma das exceções abarcadas pela Constituição Federal quanto aos limites ao
poder de tributar.
Portanto, a aplicação de alíquotas progressivas do IPTU ao proprietário do bem sem
destinação visa compeli-lo a edificar o seu terreno, sob pena de ter que arcar com valo-
res acima dos demais imóveis que atendam à função social.
3) Desapropriação mediante pagamento em títulos da dívida pública: a Constituição
Federal prevê dois tipos de desapropriação da propriedade urbana, conforme veremos a
seguir.
Segundo José Afonso da Silva:

Um é a desapropriação comum, que pode ser por utilidade ou necessidade pública ou por in-
teresse social, nos termos dos arts. 5º, XXIV, e 182, §3º, mediante prévia e justa indenização
em dinheiro. O outro é a desapropriação-sanção, que é aquela destinada a punir o não cum-
primento de obrigação ou ônus urbanístico imposto ao proprietário de terrenos urbanos, nos
termos do comentado art. 182, § 4º (SILVA, 2015, p. 57).

O artigo 182 da Constituição Federal dispõe sobre a hipótese de desapropriação ordi-


nária, consubstanciada no parágrafo 3º, que se dá por utilidade ou necessidade pública
ou por interesse social: “§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro”.

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Nesse caso, o Poder Público poderá desapropriar ainda que a propriedade esteja cumprin-
do a sua função social, em caso de necessidade/utilidade pública ou, ainda, em situações de
interesse social devidamente comprovados. Ao proprietário caberá o recebimento de prévia e
justa indenização em dinheiro.
Para fins de exemplificação, podemos considerar a situação de uma casa construída de
maneira a atender às exigências definidas no plano diretor e, portanto, cumprindo a sua fun-
ção social, mas a área em que se encontra localizada interessa ao Município para a constru-
ção de um hospital que atenderá a necessidade da população de determinado bairro.
A segunda hipótese de desapropriação que trataremos agora é a prevista no parágrafo
4º, inciso III do artigo 182 da CF. Trata-se de uma desapropriação extraordinária, constituindo
verdadeira sanção ao proprietário, uma vez que por não cumprir a função social poderá ter
seu imóvel desapropriado. O pagamento será feito em títulos da dívida pública, com prazo de
resgate de até 10 anos, conforme previsão constitucional:

[...]
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: [...]
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Vejamos como esse assunto já foi objeto de cobrança!

Questão 2 (FCC /DPE-SP/AGENTE DE DEFENSORIA/ 2010) De acordo com a Constituição


Federal, em relação ao direito de propriedade e a desapropriação, é correto afirmar que a de-
sapropriação
a) somente poderá se dar no caso de propriedade rural que desatenda sua função social.
b) decorrente do descumprimento da função social dispensa o pagamento de indenização
justa e prévia.

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c) por utilidade pública somente pode ser implementada mediante justa e prévia indenização
em dinheiro.
d) por interesse social dispensa o requisito da prévia indenização, porque se presta a fazer
cumprir a função social da propriedade.
e) de imóvel urbano onde resida o proprietário é inconstitucional, em razão da inviolabilidade
do domicílio.

Letra c.
A desapropriação por necessidade/utilidade pública, também chamada de desapropriação
ordinária, é implementada mediante prévia e justa indenização em dinheiro, conforme previ-
são do inciso XXIV, do artigo 5º, da Constituição Federal:
Artigo 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Cabe ressaltar que a desapropriação de imóveis por descumprimento da função social da
propriedade não dispensa o pagamento de justa indenização, conforme abordado na alterna-
tiva b.
No entanto, esta indenização será paga em títulos da dívida pública resgatáveis no prazo de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeniza-
ção e os juros legais.

3.4. Usucapião urbano

A espécie de usucapião de imóvel urbano, também denominado pela doutrina de usuca-


pião pró-moradia, encontra previsão expressa no artigo 183 da Constituição Federal.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

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§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,


independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Portanto, é reconhecido o direito em favor daquele que possuir como sua por cinco anos
ininterruptos e sem oposição, área urbana de até 250m², utilizando-a para sua moradia ou de
sua família.
Trata-se de forma de aquisição originária de propriedade e:

[...] uma vez satisfeitos os requisitos previstos, a propriedade é adquirida com o decurso do tempo
referido, podendo o interessado requerer ao juiz que assim o declare por sentença, que servirá de
título para a matrícula no Registro Imobiliário (SILVA, 2015, p. 58).

O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a


ambos, independentemente do estado civil.
Por derradeiro, cabe ressaltar que o tal direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez e não se aplica aos imóveis públicos.
A seguir, veremos como esse tema já foi abordado em prova!

Questão 3 (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) No tocante ao instituto da usucapião


constitucional, ou para fins de moradia, consagrado no capítulo da Política Urbana da Consti-
tuição Federal de 1988, conforme dispõe de forma expressa a norma constitucional:
I – Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, mesmo que seja proprietário de outro imóvel urbano ou ru-
ral.
II – O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a
ambos, desde que comprovado o estado civil de casados.

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III – O direito à usucapião para fins de moradia não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
IV – Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) III e IV.
c) I e IV.
d) I e II.
e) II e III.

Letra b.
ITEM I: a parte final do referido item contraria o disposto no art. 183, caput da CRFB, uma vez
que a usucapião especial urbana apenas será deferida àqueles que não sejam proprietários
de outro imóvel urbano ou rural.
ITEM II: o parágrafo 1º, do artigo 183 da CRFB afirma expressamente que o título de domínio
será conferido independentemente do estado civil.
ITENS III e IV: os itens em comento reproduzem com exatidão a redação dos parágrafos 2º e
3º, do artigo 183, da Constituição Federal.

3.5. Normas Constitucionais e o Direito Urbanístico

As normas constitucionais de direito urbanístico podem ser divididas em normas gerais e


normas suplementares.
Nesse contexto de normas gerais, surge o Estatuto das Cidades (Lei n. 10.257/2001), que
regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da
política urbana e, em seu artigo 2º, delimita o âmbito de aplicação dessas normas.

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De acordo com o artigo 21 da Constituição Federal, compete à União instituir diretrizes


para o desenvolvimento urbano e estabelecer normas gerais de urbanismo a partir de um
plano urbanístico nacional e macrorregionais:

Art. 21. Compete à União:


XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.

Aos Estados e ao Distrito Federal, conforme previsão no artigo 24 da Constituição, com-


pete dispor sobre as normas urbanísticas referentes à região, bem como suplementar as nor-
mas estabelecidas pela União.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.

No caso dos Municípios, caberá a promoção do adequado ordenamento territorial, a partir


do estabelecimento de uma política de desenvolvimento urbano local, com o escopo de orde-
nar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes, mediante a elaboração do seu plano diretor.
Essa competência atribuída ao ente municipal, nos dizeres de José Afonso da Silva (2015),
não seria meramente suplementar de normas gerais definidas pela União, pelos Estados e
pelo Distrito Federal, uma vez que foram criadas com fulcro no artigo 30, inciso II da Consti-
tuição, tratando-se, portanto, de competência própria.

Art. 30. Compete aos Municípios:


[...]
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
[...]

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VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Assim, para o referido doutrinador:

[...] as competências da União e do Estado esbarram na competência própria que a Constituição


reservou aos Municípios, embora estes tenham, por outro lado, que conformar sua atuação urba-
nística aos ditames, diretrizes e objetivos gerais do desenvolvimento urbano estabelecidos pela
União e às regras genéricas de coordenação expedidas pelo Estado (SILVA, 2015, p. 63).

Convém destacar, ainda, a competência comum definida para diversos setores do direito
urbanístico, em que caberá a atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, como, por exemplo, a proteção ao meio ambiente.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]
II – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os mo-
numentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
III – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
[...]
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
-estar em âmbito nacional.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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Contudo, segundo José Afonso da Silva (2015), nesses setores, a Constituição Federal
reservou à União a competência para legislar sobre normas gerais e aos Estados e Distrito
Federal a competência suplementar.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artís-
tico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.

Por consequência, aqui a posição dos municípios é diversa daquela apontada em relação
às normas urbanísticas em geral, pois nesses setores a atuação legislativa municipal é suple-
mentar da legislação federal e estadual (SILVA, 2015, p. 63).

4. Regiões Metropolitanas

O fenômeno das aglomerações urbanas e das regiões metropolitanas, originado pela ex-
pansão urbana, constitui-se em uma realidade fática.
A descentralização e os novos formatos de organização territorial do Estado, frutos do
federalismo centrífugo, tem lugar no texto constitucional, na medida em que a Carta Magna
prevê a institucionalização das regiões metropolitanas.
Podemos conceituar região metropolitana como aglomerados urbanos distribuídos pelo
território de diversos municípios, resultado da intensa urbanização.

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Trata-se, portanto, de agrupamentos de municípios limítrofes com o objetivo de integrar


o planejamento, organização e execução das funções públicas comuns, instituídas mediante
Lei Complementar pelos Estados.
A Lei n. 13.089/2015, conhecida como Estatuto da Metrópole, define, em seu art. 2º, inciso
I, aglomeração urbana como unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de 2 ou
mais Municípios limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional e integração das
dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas.
Em resumo:

Regiões metropolitanas Aglomeração urbana


É a unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento
São aglomerados urbanos distribuídos
de 2 ou mais Municípios limítrofes, caracterizada por comple-
pelo território de diversos municípios,
mentaridade funcional e integração das dinâmicas geográfi-
resultado da intensa urbanização.
cas, ambientais, políticas e socioeconômicas.

A Constituição Federal, em seu art. 25 dispõe:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
[...]
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

A instituição das regiões metropolitanas pelos Estados, mediante Lei Complementar, tra-
duz a ideia de que o Estado, como agente executor de políticas públicas, deve atuar de forma
ampla, de modo a superar o interesse local do município, contemplando uma dimensão regio-
nal de atuação.
Desse modo, o Estado impõe compulsoriamente a agregação do Município a uma Região
Metropolitana, como parte do planejamento de políticas públicas regionais.
Cabe destacar que o texto constitucional em análise foi reproduzido pelo Estatuto da Me-
trópole, em seu art. 3º:

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Art. 3º Os Estados, mediante lei complementar, poderão instituir regiões metropolitanas e aglome-
rações urbanas, constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para integrar a organiza-
ção, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
§ 1º O Estado e os Municípios inclusos em região metropolitana ou em aglomeração urbana forma-
lizada e delimitada na forma do caput deste artigo deverão promover a governança interfederativa,
sem prejuízo de outras determinações desta Lei.
§ 2º A criação de uma região metropolitana, de aglomeração urbana ou de microrregião deve ser
precedida de estudos técnicos e audiências públicas que envolvam todos os Municípios perten-
centes à unidade territorial.

Como esse tema já foi cobrado em provas?

Questão 4 (CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Os estados-membros, mediante lei ordi-


nária específica, podem instituir regiões metropolitanas, constituídas por agrupamentos de
municípios, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum.

Errado.
A lei não pode ser ordinária, como afirma a questão. A competência para edição da lei que
institui a região metropolitana é do Estado, por meio de Lei Complementar.

Questão 5 (CEBRASPE/TRE-BA/ANALISTA/2010) A instituição de regiões metropolitanas


pelos estados federados dispensa a edição prévia de lei complementar federal, diante da au-
tonomia que lhes foi conferida pela CF.

Certo.
Conforme vimos, será Lei Complementar Estadual que definirá a região metropolitana. A lei
complementar estadual poderá, inclusive, ser editada independentemente da existência de
prévia lei complementar federal.

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4.1. Estatuto da Metrópole

A Lei n. 13.089/2015, denominada Estatuto da Metrópole, estabelece diretrizes gerais para


o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões
metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados, com base nos incisos
XX do art. 21, IX do art. 23 e I do art. 24, no §3º do art. 25 e no art. 182 da Constituição Federal.
Além das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas, as disposições desta Lei
aplicam-se, no que couber às microrregiões instituídas pelos Estados com fundamento em
funções públicas de interesse comum com características predominantemente urbanas, des-
de que obedecidas às normas gerais de direito urbanísticos contempladas no Estatuto das
Cidades.
O Estatuto da Metrópole traz em seu texto diversos conceitos importantes para a compre-
ensão do tema e, nesse ponto, o domínio da letra da lei é de grande relevância para as provas.
Nesse sentido, vejamos a redação do art. 2º e seus incisos:
• Aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de 2
(dois) ou mais Municípios limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional e
integração das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas;
• Função pública de interesse comum: política pública ou ação nela inserida cuja rea-
lização por parte de um Município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto em
Municípios limítrofes;
• Gestão plena: condição de região metropolitana ou de aglomeração urbana que possui:
a) formalização e delimitação mediante lei complementar estadual; b) estrutura de go-
vernança interfederativa própria, nos termos do art. 8º desta Lei; e c) plano de desen-
volvimento urbano integrado aprovado mediante lei estadual;
• Governança interfederativa: compartilhamento de responsabilidades e ações entre en-
tes da Federação em termos de organização, planejamento e execução de funções pú-
blicas de interesse comum;

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• Metrópole: espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população
e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região
que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os
critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
• Plano de desenvolvimento urbano integrado: instrumento que estabelece, com base em
processo permanente de planejamento, viabilização econômico-financeira e gestão, as
diretrizes para o desenvolvimento territorial estratégico e os projetos estruturantes da
região metropolitana e aglomeração urbana;
• Região metropolitana: unidade regional instituída pelos Estados e integrada, conforme
o caso, pelo Distrito Federal, por meio de lei complementar, constituída por agrupamen-
to de Municípios limítrofes para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum;
• Área metropolitana: representação da expansão contínua da malha urbana da metró-
pole, conurbada pela integração dos sistemas viários, abrangendo, especialmente, áre-
as habitacionais, de serviços e industriais com a presença de deslocamentos pendula-
res no território;
• Governança interfederativa das funções públicas de interesse comum: compartilha-
mento de responsabilidades e ações entre entes da Federação em termos de organi-
zação, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum, mediante a
execução de um sistema integrado e articulado de planejamento, de projetos, de estru-
turação financeira, de implantação, de operação e de gestão.

A respeito da área metropolitana e da governança interfederativa, os artigos 6º e 7º da Lei


n. 13.089/2015 estabelecem os princípios e diretrizes a serem seguidas pelas regiões metro-
politanas e aglomerações urbanas.

Art. 6º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas res-
peitará os seguintes princípios:
I – prevalência do interesse comum sobre o local;
II – compartilhamento de responsabilidades e de gestão para a promoção do desenvolvimento
urbano integrado;

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III – autonomia dos entes da Federação;


IV – observância das peculiaridades regionais e locais;
V – gestão democrática da cidade, consoante os arts. 43 a 45 da Lei no 10.257, de 10 de julho de
2001;
VI – efetividade no uso dos recursos públicos; VII – busca do desenvolvimento sustentável.
Art. 7º Além das diretrizes gerais estabelecidas no art. 2º da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001,
a governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas observará
as seguintes diretrizes específicas:
I – implantação de processo permanente e compartilhado de planejamento e de tomada de decisão
quanto ao desenvolvimento urbano e às políticas setoriais afetas às funções públicas de interesse
comum;
II – estabelecimento de meios compartilhados de organização administrativa das funções públicas
de interesse comum;
III – estabelecimento de sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas;
IV – execução compartilhada das funções públicas de interesse comum, mediante rateio de custos
previamente pactuado no âmbito da estrutura de governança interfederativa;
V – participação de representantes da sociedade civil nos processos de planejamento e de tomada
de decisão;
VI – compatibilização dos planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais
dos entes envolvidos na governança interfederativa;
VII – compensação por serviços ambientais ou outros serviços prestados pelo Município à unidade
territorial urbana, na forma da lei e dos acordos firmados no âmbito da estrutura de governança
interfederativa.
Parágrafo único. Na aplicação das diretrizes estabelecidas neste artigo, devem ser consideradas
as especificidades dos Municípios integrantes da unidade territorial urbana quanto à população, à
renda, ao território e às características ambientais.

Ademais, o artigo 8º estabelece que a governança interfederativa conterá em sua estru-


tura básica:

Art. 8º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas com-
preenderá em sua estrutura básica:
I – instância executiva composta pelos representantes do Poder Executivo dos entes federativos
integrantes das unidades territoriais urbanas;
II – instância colegiada deliberativa com representação da sociedade civil;
III – organização pública com funções técnico-consultivas; e
IV – sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas.

Vamos treinar o assunto!!

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Questão 6 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Assinale com V (verdadeiro)


ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o conteúdo do Estatuto da Metrópole (Lei n.
13.089, de 12 de janeiro de 2015).
( ) Os Estados, mediante lei ordinária, poderão instituir regiões metropolitanas e aglome-
rações urbanas, constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para integrar
a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
( ) Para os efeitos da Lei n. 13.089/2015, considera-se aglomeração urbana a unidade ter-
ritorial urbana constituída pelo agrupamento de 2 (dois) ou mais Municípios limítrofes,
caracterizada por complementaridade funcional e integração das dinâmicas geográfi-
cas, ambientais, políticas e socioeconômicas.
( ) A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de região
metropolitana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada 5
(cinco) anos.
( ) A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas
compreenderá em sua estrutura básica, entre outros elementos, um sistema integrado
de alocação de recursos e de prestação de contas.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é:
a) V-V-F-F
b) F-V-F-V
c) V-V-V-F
d) F-F-V-V
e) V-F-V-V

Letra b.
ITEM I: Falso! A instituição de região metropolitana se dá por meio de lei complementar e não
de lei ordinária, conforme visto no art. 25, § 3º, da CRFB.

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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, obser-
vados os princípios desta Constituição. (...)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglo-
merações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes,
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.
ITEM II: Verdadeiro! O item reproduz com exatidão o artigo 2º, inciso I, da Lei n. 13.089/2015.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:
I – aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de 2 (dois)
ou mais Municípios limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional e integração
das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas;
ITEM III: Falso! Nos termos do artigo 11, da Lei n. 13.089/2015, a lei estadual que instituir o
plano de desenvolvimento urbano integrado de região metropolitana ou de aglomeração ur-
bana deverá ser revista a cada 10 anos, pelo menos.
Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de região
metropolitana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez)
anos.
ITEM IV: Verdadeiro! O item reproduz com exatidão o artigo 8º, inciso IV, do Estatuto da
Metrópole.
Art. 8º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas
compreenderá em sua estrutura básica:
I – instância executiva composta pelos representantes do Poder Executivo dos entes federa-
tivos integrantes das unidades territoriais urbanas;
II – instância colegiada deliberativa com representação da sociedade civil;
III – organização pública com funções técnico-consultivas; e
IV – sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas.

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Ainda sobre o tema da institucionalização da região metropolitana, o Supremo Tribunal


Federal, em julgamento datado de 2013, tratou a respeito da possibilidade de sua instituição
para gestão e execução da função pública de saneamento básico de município limítrofes.
A região metropolitana não possui personalidade jurídica própria, apenas integra o Estado
às decisões sobre aquelas determinadas políticas públicas adotadas na região. Portanto, a
simples compulsoriedade da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal.
Para o STF, a inconstitucionalidade apenas ocorre acaso o Estado Membro transfira para
si as atribuições de gestão de políticas públicas da região metropolitana em matérias de in-
teresse comum, uma vez que o Estado não pode esvaziar o poder decisório dos Municípios.
O poder decisório, portanto, deve ser atribuído a um colegiado formado pelos municípios
envolvidos e o Estado, não necessariamente com participação paritária no órgão.
Dessa forma, a participação de cada Município e do Estado deve ser estipulada em cada
região metropolitana de acordo com suas peculiaridades, sem predomínio absoluto de qual-
quer ente.
Colacionamos a ementa do julgado em questão:

JURISPRUDÊNCIA
Ação direta de inconstitucionalidade. Instituição de região metropolitana e competência
para saneamento básico. Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei Complemen-
tar n. 87/1997, Lei n. 2.869/1997 e Decreto n. 24.631/1998, todos do Estado do Rio de
Janeiro, que instituem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos
Lagos e transferem a titularidade do poder concedente para prestação de serviços públi-
cos de interesse metropolitano ao Estado do Rio de Janeiro.
2 - Preliminares de inépcia da inicial e prejuízo. Rejeitada a preliminar de inépcia da ini-
cial e acolhido parcialmente o prejuízo em relação aos arts. 1º, caput e § 1º; 2º, caput;
4º, caput e incisos I a VII; 11, caput e incisos I a VI; e 12 da LC 87/1997/RJ, porquanto
alterados substancialmente.
3 - Autonomia municipal e integração metropolitana. A Constituição Federal conferiu ênfase
à autonomia municipal ao mencionar os municípios como integrantes do sistema federa-
tivo (art. 1º da CRFB) e ao fixá-la junto com os estados e o Distrito Federal (art. 18 da CRFB).
A essência da autonomia municipal contém primordialmente (i) autoadministração, que

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implica capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou aprova-
ção hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a eleição do chefe do Poder Executivo
e dos representantes no Legislativo. O interesse comum e a compulsoriedade da inte-
gração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal. O mencio-
nado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado
e aos municípios do agrupamento urbano. O caráter compulsório da participação deles
em regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas já foi acolhido pelo
Pleno do STF (ADI 1841/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.2002; ADI 796/ES, Rel. Min.
Néri da Silveira, DJ 17.12.1999). O interesse comum inclui funções públicas e serviços
que atendam a mais de um município, assim como os que, restritos ao território de um
deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados de
funções públicas, bem como serviços supramunicipais.
4 - Aglomerações urbanas e saneamento básico. O art. 23, IX, da Constituição Federal
conferiu competência comum à União, aos estados e aos municípios para promover a
melhoria das condições de saneamento básico. Nada obstante a competência muni-
cipal do poder concedente do serviço público de saneamento básico, o alto custo e o
monopólio natural do serviço, além da existência de várias etapas – como captação, tra-
tamento, adução, reserva, distribuição de água e o recolhimento, condução e disposição
final de esgoto – que comumente ultrapassam os limites territoriais de um município,
indicam a existência de interesse comum do serviço de saneamento básico. A função
pública do saneamento básico frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter
natureza de interesse comum no caso de instituição de regiões metropolitanas, aglo-
merações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3º, da Constituição Federal.
Para o adequado atendimento do interesse comum, a integração municipal do serviço
de saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão asso-
ciada, empregando convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante o arts.
3º, II, e 24 da Lei Federal 11.445/2007 e o art. 241 da Constituição Federal, como com-
pulsoriamente, nos termos em que prevista na lei complementar estadual que institui as
aglomerações urbanas. A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
ou microrregiões pode vincular a participação de municípios limítrofes, com o objetivo de
executar e planejar a função pública do saneamento básico, seja para atender adequa-
damente às exigências de higiene e saúde pública, seja para dar viabilidade econômica e

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técnica aos municípios menos favorecidos. Repita-se que este caráter compulsório da
integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal
5 - Inconstitucionalidade da transferência ao estado-membro do poder concedente de
funções e serviços públicos de interesse comum. O estabelecimento de região metro-
politana não significa simples transferência de competências para o estado. O interesse
comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má condução
da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo
o esforço do conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda a região.
O parâmetro para aferição da constitucionalidade reside no respeito à divisão de res-
ponsabilidades entre municípios e estado. É necessário evitar que o poder decisório e o
poder concedente se concentrem nas mãos de um único ente para preservação do auto-
governo e da autoadministração dos municípios. Reconhecimento do poder concedente
e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos municípios e pelo estado fede-
rado. A participação dos entes nesse colegiado não necessita de ser paritária, desde que
apta a prevenir a concentração do poder decisório no âmbito de um único ente. A partici-
pação de cada Município e do Estado deve ser estipulada em cada região metropolitana
de acordo com suas particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio
absoluto. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade
da expressão “a ser submetido à Assembleia Legislativa” constante do art. 5º, I; e do §
2º do art. 4º; do parágrafo único do art. 5º; dos incisos I, II, IV e V do art. 6º; do art. 7º; do
art. 10; e do § 2º do art. 11 da Lei Complementar n. 87/1997 do Estado do Rio de Janeiro,
bem como dos arts. 11 a 21 da Lei n. 2.869/1997 do Estado do Rio de Janeiro.
6 - Modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Em razão da neces-
sidade de continuidade da prestação da função de saneamento básico, há excepcional
interesse social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos termos do art. 27
da Lei n. 9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do julga-
mento, lapso temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o
tema, constituindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração
metropolitana, dirigido por órgão colegiado com participação dos municípios pertinen-
tes e do próprio Estado do Rio de Janeiro, sem que haja concentração do poder decisório
nas mãos de qualquer ente.

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(ADI 1842, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tri-
bunal Pleno, julgado em 06/03/2013, DJe-181 DIVULG 13-09-2013 PUBLIC 16-09-2013
EMENT VOL-02701-01 PP00001)

Prosseguindo no estudo do Estatuto da Metrópole, de acordo com o artigo 10, as regiões


metropolitanas e aglomerações urbanas serão instituídas por lei complementar estadual.
O Município deverá, portanto, compatibilizar seu plano diretor com o plano de desenvol-
vimento urbano integrado da unidade territorial respectiva, aprovado mediante lei estadual.
Cabe destacar que a elaboração do plano previsto no caput do artigo em análise não exime
o Município integrante da região metropolitana ou aglomeração urbana de formular seu plano
diretor, nos termos do § 1º do art. 182 da Constituição Federal e da Lei n. 10.257, de 10 de julho
de 2001.

§ 3º Nas regiões metropolitanas e nas aglomerações urbanas instituídas mediante lei complemen-
tar estadual, o Município deverá compatibilizar seu plano diretor com o plano de desenvolvimento
urbano integrado da unidade territorial urbana.
§ 4º O plano previsto no caput deste artigo será elaborado no âmbito da estrutura de governança
interfederativa e aprovado pela instância colegiada deliberativa a que se refere o inciso II do caput
do art. 8º desta Lei, antes do envio à respectiva assembleia legislativa estadual.

A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento integrado da aglomeração urbana


ou da região metropolitana necessita de revisão a cada 10 anos, pelo menos, nos termos do
art. 11.

Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de região metro-
politana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) anos.

Falaremos, agora, com mais detalhe acerca do Plano de Desenvolvimento Urbano Integra-
do, previsto nos artigos 10 a 12 da Lei.
O Estatuto da Metrópole prevê que este plano deverá considerar o conjunto de Municípios
limítrofes que compõem a unidade territorial urbana e abranger as áreas urbanas e rurais.

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Art. 12. O plano de desenvolvimento urbano integrado de região metropolitana ou de aglomeração


urbana deverá considerar o conjunto de Municípios que compõem a unidade territorial urbana e
abranger áreas urbanas e rurais.

A elaboração do plano se dará de forma conjunta e cooperada por representantes do Esta-


do, dos Municípios integrantes da unidade e da sociedade civil organizada. A instância cole-
giada deliberativa com representação da sociedade civil (art. 8º, II) é a competente para apro-
var o referido plano, antes de seu encaminhamento à apreciação da Assembleia Legislativa.
O plano de desenvolvimento urbano integrado de região metropolitana ou de aglomeração
urbana deverá contemplar, no mínimo (art.12, § 1º, da Lei):

I – as diretrizes para as funções públicas de interesse comum, incluindo projetos estratégicos e


ações prioritárias para investimentos;
II – o macrozoneamento da unidade territorial urbana;
III – as diretrizes quanto à articulação dos Municípios no parcelamento, uso e ocupação no solo
urbano;
IV – as diretrizes quanto à articulação intersetorial das políticas públicas afetas à unidade territo-
rial urbana;
V – a delimitação das áreas com restrições à urbanização visando à proteção do patrimônio am-
biental ou cultural, bem como das áreas sujeitas a controle especial pelo risco de desastres natu-
rais, se existirem; e
VI – o sistema de acompanhamento e controle de suas disposições.
VII – as diretrizes mínimas para implementação de efetiva política pública de regularização fundi-
ária urbana, nos termos da Lei n. 13.465, de 11 de julho de 2017.

No processo de elaboração do plano e na fiscalização de sua aplicação, serão assegu-


rados a promoção de audiências públicas e debates com a participação de representantes
da sociedade civil e da população, em todos os Municípios integrantes da unidade territorial
urbana, que serão precedidas de ampla divulgação em todos os Municípios integrantes da
unidade territorial urbana e ocorrerá segundo os critérios estabelecidos pela instância co-
legiada deliberativa; a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos; e o
acompanhamento pelo Ministério Público, nos termos definidos art. 12, § 2º, da Lei.
Na execução de ações atinentes à política nacional de desenvolvimento urbano, o referido
Estatuto, na sequência, passa a tratar do apoio da União ao desenvolvimento integrado.

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A norma prevê o apoio da União nas iniciativas dos Estados e dos Municípios voltadas
à governança interfederativa, observadas as diretrizes e os objetivos do plano plurianual, as
metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e o limite das disponibi-
lidades propiciadas pelas leis orçamentárias anuais (art. 13 da Lei).
No entanto, exige-se, para o apoio da União à governança interfederativa, que a unidade
territorial urbana possua gestão plena.
Retomando os conceitos previstos no art. 2º da Lei, relembramos que:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:


III – gestão plena: condição de região metropolitana ou de aglomeração urbana que possui:
a) formalização e delimitação mediante lei complementar estadual;
b) estrutura de governança interfederativa própria, nos termos do art. 8º desta Lei; e
c) plano de desenvolvimento urbano integrado aprovado mediante lei estadual;

Ademais, o apoio da União à governança interfederativa em região metropolitana requer a


observância do inciso VII do caput do art. 2º da Lei:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:


[...]
VII – região metropolitana: aglomeração urbana que configure uma metrópole.

Nos termos do artigo 15, a região metropolitana instituída mediante lei complementar
estadual que não atenda o disposto no inciso VII do caput do art. 2º desta Lei será enquadra-
da como aglomeração urbana para efeito das políticas públicas a cargo do Governo Federal,
independentemente de as ações nesse sentido envolverem ou não transferência de recursos
financeiros.
A norma prevê, também, a possibilidade de serem estabelecidos requisitos adicionais em
regulamento para o apoio da União à governança interfederativa, bem como para as micror-
regiões, cidades e consórcios públicos constituídos para a atuação em funções públicas de
interesse comum no campo do desenvolvimento urbano.
Ainda, a União manterá ações voltadas à integração entre cidades gêmeas localizadas na
faixa de fronteira com outros países, em relação à mobilidade urbana, como previsto na Lei
n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, e a outras políticas públicas afetas ao desenvolvimento
urbano (artigo 16 da Lei).

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Por derradeiro, trataremos das disposições finais do Estatuto da Metrópole.


A Lei n. 13.683, de 19 de junho de 2018 trouxe alterações importantes ao referido Estatuto.
Aspectos relativos ao tema da improbidade administrativa, previsto anteriormente no artigo
21 do Estatuto, foi objeto de revogação pela lei em comento.
A instituição de unidades territoriais urbanas que envolvam Municípios pertencentes a
mais de um Estado deve ocorrer na forma prevista no art. 4º do Estatuto, sem prejuízo da
possibilidade de constituição de consórcios intermunicipais.
Por fim, destacamos o artigo 23 da norma:

Art. 23. Independentemente das disposições desta Lei, os Municípios podem formalizar convênios
de cooperação e constituir consórcios públicos para atuação em funções públicas de interesse
comum no campo do desenvolvimento urbano, observada a Lei n. 11.107, de 6 de abril de 2005.

5 Política fundiária e política agrícola

A Política Fundiária destina-se à elaboração e à implementação de estratégias de atuação


para garantia de acesso ao solo urbano e rural, mediante efetivação de direitos individuais e
coletivos definidos no texto constitucional.
Para tanto, a Constituição Federal de 1988 (artigos 184 a 191) consolidou as bases de
uma política fundiária centrada na concretização da função social da propriedade.
A política fundiária se baseia na participação e na mobilização social, na realização de
reforma agrária para redistribuição de terras improdutivas, na salvaguarda dos direitos indí-
genas, no reconhecimento do direito de propriedade de áreas ocupadas por remanescentes
de comunidades tradicionais, na gestão das terras devolutas e, ainda, na estruturação de
instrumentos de política de desenvolvimento urbano para ampliação do acesso à terra urba-
nizada (MIRANDA, 20102)
De acordo com o artigo 184 da Constituição Federal, compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula

2
MIRANDA, Luiz Almeida. Política Fundiária no Ordenamento Jurídico Agrário, Câmara dos Deputados, Cadernos Aslegis, n.
39, p. 207-223, Brasília, jan/abr. 2010

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de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano
de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

5.1 Função social da propriedade rural


A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segun-
do critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos dispostos no
artigo 186 da CRFB, a saber:

I – aproveitamento racional e adequado;


II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Apenas os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão


títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos e o título de
domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-
dentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei (artigo 189 da CF).
Cabe ressaltar que nem todos os imóveis podem ser desapropriados.
Segundo o artigo 185 da Constituição Federal, são insuscetíveis de desapropriação para
fins de reforma agrária:
• A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário
não possua outra;
• A propriedade produtiva. Nesse sentido, a lei fixará normas para o cumprimento dos
requisitos relativos à sua função social.

A Política Agrícola no país também é tratada pela Constituição Federal, em seus artigos
187 a 191, garantindo-se a participação efetiva da sociedade, por meio dos setores de produ-
ção e de comercialização no seu planejamento e execução.

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva
do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

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III – o incentivo à pesquisa e à tecnologia;


IV – a assistência técnica e extensão rural;
V – o seguro agrícola;
VI – o cooperativismo;
VII – a eletrificação rural e irrigação;
VIII – a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras
e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

No tocante à destinação de terras públicas e devolutas, as ações serão compatibilizadas


com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
Além disso, a alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta
pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, excetuadas as alienações ou
as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária (artigo 188, § 3º, da CF).

5.2. Usucapião rural


De acordo com o artigo 191 da Constituição, aquele que não sendo proprietário de imóvel
rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra,
em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou
de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Cabe ressaltar que os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Por fim, destacamos a Lei n. 8.171/1991, que fixa os fundamentos objetivos e as com-
petências institucionais, bem como estabelece as ações e instrumentos da política agrícola,
relativamente às atividades agropecuárias, agroindustriais e de planejamento das atividades
pesqueira e florestal.

6. Relação do Direito Urbanístico com o Direito à Cidade

6.1. Autonomia científica

A doutrina não é uníssona quanto à definição do que se entende por Direito Urbanístico.

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Num conceito restrito, o Direito Urbanístico é o sistema das normas jurídicas que, no qua-
dro de um conjunto de orientações em matéria de ordenamento do território, disciplinam a
atuação da Administração Pública e dos particulares com vista a obtenção de uma ordena-
ção racional das cidades e da sua expansão, restringindo, portanto aos limites das cidades
(AMARAL, 1994, p. 113).
No entanto, para a corrente moderna, o Direito Urbanístico deixa de ser mera disciplina da
cidade e passa para projetos de estruturação regional e nacional (MIRANDA, 2009):

Tal concepção moderna deve-se ao reconhecimento de que a cidade não é entidade com vida au-
tônoma, destacada e isolada no território. Em verdade, o urbanismo ultrapassa os limites da cidade
para englobar um território inteiro, que se influencia mutuamente, devendo ser estudado de forma
sistêmica e conjugada (MIRANDA, 2009, p. 2).

Ainda, Hely Lopes Meirelles definiu o Direito Urbanístico como um conjunto de medidas
estatais destinadas a organizar os espaços habitáveis, de modo a propiciar melhores condi-
ções de vida ao homem na comunidade (MEIRELLES, 2007, p. 5114).
Dessa forma, os preceitos do Direito Urbanístico recaem também sobre as áreas rurais,
no campo da ecologia e da proteção do meio ambiente, intimamente relacionadas com as
condições de vida humana em todos os núcleos populacionais, seja do campo ou da cidade
(SILVA, 2015, p. 38).
Há doutrinadores que reconhecem o Direito Urbanístico como ramo do Direito Constitu-
cional, outros como ramo do Direito Administrativo. Portanto, ainda divergência acerca da sua
autonomia científica.
Porém, é cediço que as normas de Direito Urbanístico se inserem no campo das normas
de Direito Público:

[...] todas as que tenham por objeto disciplinar o planejamento urbano, o uso e a ocupação do solo
urbano, as áreas de interesse especial (como a execução das urbanificações, o disciplinamento
dos bens urbanísticos naturais e culturais), a ordenação urbanística da atividade edilícia e a utili-
zação dos instrumentos de intervenção urbanística (SILVA, 2015, p. 38).
3
AMARAL, D. F. do. Ordenamento do território, urbanismo e ambiente. In: Revista Jurídica do Urbanismo e do Ambiente, n.
1. Coimbra: Almedina, 1994, p. 11.
4
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 511.

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No Brasil, a formação do Direito Urbanístico está atrelada ao conjunto de normas, vez que
não dispomos de um código próprio de urbanismo.
São, basicamente, três as leis que disciplinam o Direito Urbanístico no ordenamento pá-
trio: Lei n. 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano; Lei n. 10.257/2001,
conhecida como Estatuto da Cidade; Lei n 11.977/2009, que dispõe sobre a regularização
fundiária de assentamentos urbanos.
Conforme visto em tópico anterior, à União compete estabelecer normas gerais sobre a
matéria, hoje consubstanciadas no Estatuto das Cidades. Aos Estados, compete suplementar
a legislação federal e aos Municípios compete também em caráter suplementar legislar sobre
o tema dentro de seu território (artigo 22 e 23 da CF).
No entanto, apesar de todas as competências previstas quanto ao Direito Urbanístico,
para José Afonso da Silva ainda é prudente considerá-lo como uma disciplina síntese ou
ramo multidisciplinar do Direito, sendo cedo falar-se em autonomia científica (SILVA, 2015, p.
44).

6.2. Princípios

Conforme abordado anteriormente, encontramos alguns fundamentos para o Direto Urba-


nístico na Constituição Federal, como por exemplo o princípio da igualdade, da dignidade da
pessoa humana, da justiça social, proteção e preservação do meio ambiente, dentre outros.
Todavia, é o princípio da função social da propriedade o fundamento de maior relevância
acerca do tema.
O que caracteriza o princípio da função social da propriedade é o seu caráter de direito
fundamental, disposto artigo 5º, incisos XXII e XXIII da Constituição Federal. No que se refere
à ordem econômica, encontramos previsão no artigo 170, inciso II e III.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

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Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;

Ainda, artigo 182 da CF trata do assunto relacionada à questão das cidades, a partir de
uma abordagem específica da funcionalidade da propriedade urbana.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Podemos relembrar, ainda, outros princípios aplicáveis à matéria abordados em tópicos


anteriores do material:
• Princípio da sustentabilidade, disposto no artigo 225, da Constituição Federal e no in-
ciso I, do artigo 2º, do Estatuto das Cidades:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
– garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho
e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

• Princípio de que o urbanismo é uma função pública, que permite que o Poder Público
atue, por meio da edição de normas de direito urbanístico, no meio social e no domínio
privado e regulamente a função social da propriedade, o bem-estar coletivo, como for-
ma de assegurar a cidadania e a dignidade da pessoa humana (RECH, 2010, p. 69)
• Princípio da conformação da propriedade urbana e rural, que reconhece o direito ur-
banístico como instrumento que visa a dar formato ou forma ao uso da propriedade
urbana e rural estabelecendo regras de ocupação, atividades permitidas, limitações

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do direito de propriedade, formas de parcelamento do solo, índices construtivos, for-


mas que venham a assegurar a função social da propriedade e o interesse público
(RECH, 2010, p. 70).
• Princípio da afetação das mais-valias ao custo da urbanificação, consubstanciado
no artigo 2º, inciso XI, do Estatuto das Cidades, segundo o qual cabe aos proprietá-
rios arcarem com os custos da urbanificação, dentro dos limites do benefício dela
decorrente.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;

• Princípio da justa distribuição dos benefícios e ônus derivados da atuação urbanística,


decorre do princípio da isonomia e estabelece que a urbanização deve ser um processo
solidário, eis que os benefícios devem resultar em bem-estar de toda a coletividade,
devendo o ônus ser dividido entre todos (RECH, 2010, p. 71).

O referido princípio encontra-se disposto no Estatuto das Cidades como diretriz da polí-
tica urbana:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

• Princípio da participação popular na definição e na alteração do Plano Diretor ou proje-


to da cidade, estabelecendo a gestão democrática da cidade por meio da efetiva parti-
cipação popular no planejamento urbano.

Para RECH:

Isso significa que todas as normas urbanísticas que venham a ser definidas ou alteradas pelos
municípios, bem como seu acompanhamento, devem ser objeto de participação popular. Qualquer
lei urbanística municipal, que crie ou modifique o Plano Diretor, e que não tenha passado pela

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gestão democrática envolvendo a participação popular, é ilegal e passível de nulidade (RECH,


2010, p. 76).

O princípio em tela encontra-se consubstanciado no inciso II, do artigo 2º, do Estatuto


das Cidades:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;

6.3. O Direito de Construir e a Função Social da Propriedade

A Constituição Federal ao incluir princípios da ordem econômica e social, condicionando


o titular do direito de propriedade ao exercício do bem-estar social, estabelece a possibilida-
de de a lei promover a justa distribuição da propriedade.
Nesse sentido, os preceitos constitucionais acerca do direito de propriedade nos permi-
tem concluir que este não se trata de um direito absoluto, pois há possibilidade de condicio-
namento do seu exercício à noção de bem comum. Isto porque, a função social da proprie-
dade está consubstanciada tanto no artigo 5º, quanto no artigo 170, ambos da Constituição
Federal.
Em resumo, José Afonso da Silva considera que:

A função social introduziu na esfera interna do direito de propriedade, um interesse que pode não
coincidir com o do proprietário e que, em todo caso, é estranho ao mesmo, constitui um princípio
ordenador da propriedade privada e fundamento da atribuição desse direito, de seu reconheci-
mento e da sua garantia mesma, incidindo sobre o próprio conteúdo (SILVA, 2015, p. 74).

Portanto, diante das implicações decorrentes desta faculdade de fruição, o direito de


construir se revela de grande relevância no estudo do direito de propriedade.
Sendo certo que a propriedade precisa cumprir a sua função social, o parágrafo 2º, do
artigo 182, da Constituição Federal estabelece que a propriedade urbana cumpre sua função

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social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no pla-


no diretor.
Ou seja, o interesse individual fica, de certa forma, subordinado aos interesses de toda a
coletividade em prol do bem-estar social e do bom desenvolvimento urbano.

O direito do proprietário está submetido a um pressuposto de fato, à qualificação urbanística dos


terrenos, cuja fixação é da competência da Administração, de natureza variável, de acordo com as
necessidades do desenvolvimento urbanístico das cidades, cuja apreciação corresponde também
à Administração (SILVA, 2015, p. 77).

A utilização do solo urbano pelos proprietários depende da predeterminação dada pela


legislação e pelos planos urbanísticos. Somente assim surgirá a edificabilidade do solo.
A edificabilidade é algo que surge com a ordenação urbanística do solo. É algo novo,
acrescido, criado pelos planos e normas urbanísticos, por mais elementares que sejam. Edi-
ficabilidade é qualificação legal que se atribui a algum terreno urbano. Essa qualificação é
que possibilita ao proprietário exercer a faculdade de construir em terreno urbano. Sem ela a
faculdade não existe (SILVA, p. 81).
O Código Civil dispõe em seu artigo 1228, que ao proprietário são reservadas as facul-
dades de usar, gozar e dispor da coisa e assegurado o direito de reavê-la de quem quer que
injustamente a possua. Por isso, tradicionalmente, a doutrina sustentava que o direito de
construir seria inerente ao direito de propriedade.
No entanto, para exercer tal direito é imprescindível que haja consonância com as finali-
dades sociais e econômicas, sendo-lhe proibido executar atos que gerem prejuízo ao bem-
-comum e à função social da propriedade.
O direito de construir encontra-se previsto no artigo 1299 do Código Civil:

Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o
direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.

Dessa forma podemos notar a direta influência do direito de propriedade sobre o direito de
construir, devendo este ser interpretado consoante as inovações trazidas pela ordem consti-
tucional e infraconstitucional no tratamento do regime jurídico da propriedade.
Nesse contexto, destacamos alguns instrumentos condicionantes do exercício do direito
de construir, citados pela doutrina, a saber:

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1) Limitações urbanísticas: refere-se ao uso do imóvel de acordo com o zoneamento que


determina as áreas da cidade.
2) Ocupação do terreno: dispõe sobre a possibilidade de se poder construir uma casa ou
um prédio em determinado terreno, com o fim de se respeitar a estética urbana, assegurar a
circulação e respeitar a ventilação.
3) Características arquitetônicas: modelos de assentamento urbano, através do zonea-
mento arquitetônico.

6.4. Poder de Polícia Urbanístico


O poder de polícia, para Hely Lopes Meireles (1999, p. 125), pode ser conceituado como
faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo
de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 78, ao dispor sobre o fato gerador das taxas,
conceitua o poder de polícia:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou dis-
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

A competência para exercer a polícia administrativa sobre uma determinada atividade é


dada ao ente federado a que a Constituição Federal atribuiu a competência para legislar sobre
o tema e regular a prática da atividade.
Portanto, no caso do planejamento e controle do uso e ocupação do solo urbano, a com-
petência é dos Municípios.

[...] a estes cabe, por conseguinte, o exercício das atividades de polícia relacionadas à concessão
de licenças para edificação, de licenças para localização e funcionamento dos estabelecimentos
industriais e comerciais, à aplicação de sanções pelo descumprimento de normas edilícias, etc.
(ALEXANDRINO, 2015, p. 264).

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Decorre, portanto, da noção de poder de polícia do Município o controle preventivo que


exerce o mesmo sobre o uso e ocupação do solo urbano, por meio do processo de licencia-
mento, destacadamente no que tange ao parcelamento e à atividade edilícia, consoante dis-
posto no artigo 30, VIII da CF.
Ademais, conforme pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, não poderá o município, no
exercício deste poder de polícia urbanístico, impedir a instalação de estabelecimentos comer-
ciais do mesmo ramo em determinada área, por ferir o princípio da livre concorrência:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 646 STF - Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

De outra banda, é legítimo o estabelecimento pelo Município de distância mínima entre


postos de revenda de combustíveis, por motivos de segurança:

JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: Município: Competência: Lei municipal que fixa distanciamento mínimo entre
postos de revenda de combustíveis, por motivo de segurança: legitimidade, conforme a
jurisprudência do Supremo Tribunal (...) RE 199101, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PER-
TENCE, Primeira Turma, julgado em 14/06/2005, DJ 30-09-2005 PP-00024 EMENT VOL-
02207-02 PP-00270 JC v. 31, n. 107, 2005, p. 252254).

Ainda sobre a abordagem do tema pelos Tribunais Superiores, o STJ considerou legítima
a fiscalização e a proibição de perfuração de poços artesianos pelo Município dentro de seu
território, em determinadas áreas.
Para a Corte Superior, a perfuração indiscriminada e desordenada de poços artesianos
tem impacto direto no meio ambiente e na disponibilidade de recursos hídricos para o res-
tante da população, bem como se feita sem controle pode colocar em risco a saúde pública e
impactar seriamente o desenvolvimento urbano.

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JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO. POÇO ARTESIANO IRREGULAR. FISCALIZAÇÃO. OBJETIVOS E PRIN-
CÍPIOS DA LEI DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (LEI 9.433/97). COM-
PETÊNCIA COMUM DO MUNICÍPIO.
[...]
12 - É evidente que a perfuração indiscriminada e desordenada de poços artesianos tem
impacto direto no meio ambiente e na disponibilidade de recursos hídricos para o res-
tante da população, de hoje e de amanhã. Feita sem controle, também põe em risco a
saúde pública, por ausência de tratamento, quando for de rigor.
13 - Em síntese, o Município tem competência para fiscalizar a exploração de recur-
sos hídricos, superficiais e subterrâneos, em seu território, o que lhe permite, por certo,
também coibir a perfuração e exploração de poços artesianos, no exercício legítimo de
seu poder de polícia urbanístico, ambiental, sanitário e de consumo.
14 - Recurso Especial provido.
(REsp 994.120/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
25/08/2009, DJe 27/04/2011)

Questão 7 (CEBRASPE/PGM-SALVADOR/PROCURADOR/2015) Assinale a opção correta


acerca da política de desenvolvimento urbano e seu perfil constitucional.
Será considerada inconstitucional lei municipal que estabeleça distância mínima entre pos-
tos de revenda de combustíveis por motivo de segurança: essa determinação infringe o prin-
cípio da livre concorrência.

Errado.
Consoante entendimento consolidado do STF, não há ofensa ao princípio da livre concorrên-
cia a atuação do Município para estabelecer distância mínima entre postos de combustível,
por motivos de segurança.

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6.5. Ocupação e Parcelamento do Solo Urbano

Nesse tópico, estudaremos alguns conceitos importantes para a compreensão das dis-
posições contidas no Estatuto da Cidade e na Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei n.
6.766/1979).
O uso e a ocupação do solo constituem mecanismos de planejamento urbano podendo
ser caracterizados como um conjunto de medidas destinadas à realização do plano urbanís-
tico de interesse direito do Município.

6.5.1. Da Zona Urbana e Zona de Expansão

A zona urbana pode ser definida, em termos amplos, como a área ocupada por uma cida-
de, caracterizada pela edificação contínua e pela existência de infraestrutura urbana.
Segundo o Código Tributário Nacional, a zona urbana será definida por lei de competência
municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos contidos em pelo
menos dois equipamentos construídos ou mantidos pelo Poder Público, conforme disposto
no art. 32, § 1º:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana
tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; ob-
servado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos
incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

A zona de expansão urbana está prevista no § 2º do art. 32 do CTN:

§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, cons-
tantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria
ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

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Portanto, são áreas que, segundo a legislação municipal podem ser consideradas urba-
nas, em virtude de definição da lei local, sem preencher os requisitos previstos no § 1º.
Dessa forma, a zona de expansão só pode ser àquela destinada à habitação, ao comércio
e à indústria, localizada fora da zona urbana, ou seja, em áreas onde não estão presentes pelo
menos dois dos requisitos previstos no § 1º do CTN.
Ademais, depreende-se do exame do § 1º, que o CTN adotou o critério geográfico para a
definição de zona urbana.
No entanto, a definição da zona urbana para fins urbanísticos é diversa, uma vez que o
CTN, ao diferenciar zona urbana, de zona de expansão urbana permite que uma área onde já
exista sistema viário, com pessoas ali residindo, não seja considerada como zona urbana,
mas zona de expansão.
Sobre as zonas de expansão urbana, para Hely Lopes Meireles:

[...] ainda que na área rural, devem ser desde logo delimitadas pelo Município e submetidas às
restrições urbanísticas do Plano Diretor e às normas do Código de Obras para as suas edificações
e traçado urbano. Inútil seria aguardar-se a conversão dessas zonas em áreas urbanizadas para,
depois, sujeita-las aos regulamentos edilícios e às regras urbanísticas que condicionam a forma-
ção da cidade (MEIRELES, 2008, p. 80).

Podemos sintetizar os conceitos acima estudados da seguinte forma:

Zona Urbana Zona de Expansão


É a área que, segundo a legislação municipal pode ser conside-
É a área ocupada por uma cidade,
rada urbana, em virtude de definição da lei local.
caracterizada pela edificação contínua e
Só pode ser destinada à habitação, ao comércio e à indústria,
pela existência de infraestrutura urbana.
localizada fora da zona urbana, ou seja, em áreas onde não estão
Será definida por lei de competência
presentes pelo menos dois dos requisitos previstos no § 1º do
municipal.
CTN.

6.5.2. Da Ordenação e Zoneamento do Solo Urbano

É cediço que planejamento das cidades é componente essencial para a proteção do


meio ambiente, para o desenvolvimento econômico e social e preservação do patrimônio
histórico-cultural.

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Nesse sentido, a estruturação de uma política urbana de ordenação do solo é imprescin-


dível para a ordenamento territorial das cidades.
Para Silva, a ordenação do solo urbano:

Preconiza uma estrutura mais orgânica para as cidades, mediante a aplicação de instrumentos
legais de controle do uso e da ocupação do solo – com o que se procura obter uma desejável e ade-
quada densidade populacional e das edificações nos aglomerados urbanos (SILVA, 2015, p. 177).

O zoneamento do solo se insere na lógica da ordenação, visto que se trata de instituto


criado para regular a divisão do município em zonas com o fim de controlar a destinação da
terra, a altura dos prédios construídos em determinadas áreas, o gabarito das construções, a
proporção que estas podem ocupar e a densidade da população.
Para José Afonso da Silva, o zoneamento de uso do solo é um procedimento urbanístico
que se destina a traçar as diretrizes dos usos adequados para as diversas áreas do solo mu-
nicipal a partir das regras estabelecidas no Plano Diretor.

Configura-se como um plano urbanístico especial (plano de zoneamento) destinado a realizar na


prática as diretrizes de uso estabelecidas no plano urbanístico geral (plano diretor).
[...]
Podemos, pois, resumir dizendo que o solo de qualificação urbanística se destina ao uso residen-
cial, ao uso industrial, ao uso comercial, ao uso dos serviços, ao uso institucional, ao uso viário e a
usos especiais (SILVA, 2015, p. 237).

Dessa forma, podemos dividir o zoneamento do solo em:


1) À destinação da terra - Divide-se o município em zonas (urbana, urbanizável, de expan-
são urbana e rural);
2) Às características arquitetônicas – A divisão interessa à proteção histórica segundo as
características arquitetônicas de determinadas regiões do Município;
3) Ao uso do solo – Divide-se o município em zonas de uso do solo, também chamado de
zoneamento funcional ou zoneamento urbano.
Podemos notar que o uso do solo pode ser pode ser sedimentado a partir das zonas a
serem construídas ao longo do território do município, como por exemplo, zona residencial,
áreas institucionais e vazio urbano, de modo a ordenar o crescimento da cidade com vistas à
promoção do desenvolvimento sustentável e a preservação do patrimônio paisagístico, his-
tórico e cultural, dentre outros.

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Vale ressaltar que essas normas e critérios para o zoneamento são de observância obri-
gatória pelos particulares. Inclusive, a depender da zona em que esteja situado um imóvel
particular, o Poder Público dispõe de instrumentos legais para compelir o proprietário a ade-
quar a sua área com vistas a atender ao interesse público.
Tais normas dependem da lei de zoneamento urbano de cada cidade, eis que se trata de
matéria de competência municipal, cuja natureza jurídica será de limitação administrativa.
Trata-se, portanto, de legítima restrição ao direito de propriedade e ao direito de construir,
estabelecida em face do interesse público, não dando direito a indenização dada sua natureza
de restrição geral. (SILVA, 2015, p. 245).
Temos que reconhecer o caráter dinâmico do planejamento do desenvolvimento urbano e
a gestão democrática das cidades.
Nesse sentido, a alteração do zoneamento é medida comum e que se impõe nos Municí-
pios, fruto dos fluxos urbanos e modificações populacionais. Por isso, a revisão periódica do
zoneamento urbano é dever dos gestores municipais com vistas a adequá-lo à realidade da
cidade.
O conceito de zoneamento de transição surge nesse contexto da dinâmica urbana.
Para evitar desigualdades no uso do solo urbano em áreas contíguas, algumas cidades
têm utilizado o zoneamento de transição, consistente na implementação de uma faixa homo-
gênea dentro área limítrofe entre uma zona mais restritiva e outra menos restritiva, ou entre
zonas de uso completamente distintas.
Para José Afonso da Silva:

O zoneamento, quando reúne áreas contíguas com pronunciadas diferenças restritivas, gera situ-
ações de desigualdade entre proprietários, que provocam tratamentos injustos, quer quando a uns
se possibilitam usos mais vantajosos e rentáveis para seus lotes, quer quando a outros se permite
índice de aproveitamento maior para seus terrenos que aos demais (SILVA, 2015, p. 247).

Segundo o citado autor, tal solução pode consistir em um leve abrandamento no rigor das
exigências aplicáveis ao lote da zona mais restrita, situada junto ao limite das duas zonas, ou
em um agravamento às condições impostas ao lote da zona de menores restrições, resultan-
do, assim, uma gradual transição das exigências, de preferência a um brusco salto na linha
divisória (SILVA, 2015, p. 247).

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6.5.3. Do Parcelamento do Solo Urbano – Aspectos Gerais

A Constituição Federal de 1988 trata do tema do Parcelamento do Solo Urbano em seu


artigo 30, no inciso VIII.

Art. 30. Compete aos Municípios:


VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

A atividade de parcelamento do solo urbano é regulada no território nacional pela Lei n.


6.766/1979, também conhecida como Lei Lehmann, cujo nome se deu em razão do seu pro-
ponente, o advogado e senador Otto Lehmann, a qual tinha como objetivo dispor sobre a or-
ganização do uso e do ordenamento do solo urbano.
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complemen-
tares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto na referida Lei às
peculiaridades regionais e locais.
O termo parcelamento de solo urbano é gênero das espécies loteamento e desmembramen-
to.
Nos termos da referida lei, considera-se loteamento, a subdivisão de gleba em lotes des-
tinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
Como desmembramento entende-se a subdivisão de gleba em lotes destinados a edifica-
ção, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de
novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou amplificação dos
já existentes.
Segue a transcrição do artigo em comento:

Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento,
observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aber-
tura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou am-
pliação das vias existentes.

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§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com


aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e
logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou amplificação dos já existentes.

Abordaremos alguns conceitos importantes para as provas:


• Lote: o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices
urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe
(Lei n. 6.766/1979, art. 2º, § 4º).
• Infraestrutura básica dos parcelamentos: constituída pelos equipamentos urbanos de
escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abasteci-
mento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação (Lei n.
6.766/1979, art. 2º, § 4º).
• Ocupação do solo: em sentido amplo, pode-se considerar como o modo de ocupação
do território e, em sentido urbanístico, a relação entre a área do lote e a edificação nele
localizada.

Constitui, pois, a implantação do edifício no lote, que se subordina a normas adequadas, visando
a favorecer a estética urbana e assegurar a insolação, a iluminação e a ventilação, no que se rela-
ciona com a estrutura da edificação (e) realizar o equilíbrio da densidade urbana (...). (SILVA, 2015,
p. 248).

• Índices Urbanísticos: são índices que definem os modelos de assentamento urbano


desejáveis para aquela determinada zona, em função da densidade populacional e em
função da densidade edilícia;
• Taxa de ocupação: define a área do terreno que será ocupada pela edificação, equiva-
lendo à superfície do terreno que será edificável.
• Coeficiente de aproveitamento: fixa o grau de aproveitamento do terreno ou a quanti-
dade de edificação que poderá ser construída naquela superfície edificável do terreno.
• Recuos: distâncias entre o limite externo das edificações e as divisões dos lotes (recu-
os laterais, de frente e de fundos), com o objetivo de garantir maior circulação e ilumi-
nação dos imóveis.

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A exigência de recuos constitui restrição ao direito de construir, impondo a reserva de áreas non
edificandi dentro dos lotes, de modo geral, sem que o proprietário tenha direito a qualquer res-
sarcimento. Possibilita-se, assim, o surgimento de áreas verdes privadas, que complementam as
públicas. (SILVA, 2015, p. 252).

• Gabarito das Edificações: termo utilizado para designar a altura das edificações.

O gabarito das construções como outras limitações de altura constituem restrições legítimas e
gerais ao direito de construir, que o Poder Público está autorizado a estabelecer independente-
mente de indenização. Tornam-se, no entanto, indenizáveis quando tenham caráter individuali-
zado, gerando tratamento desigual, como são as hipóteses de fixação de gabarito em situações
especiais; e tal qual ocorre, por exemplo, nas zonas de proteção dos aeroportos, em certos casos.
(SILVA, 2015, p. 254).

6.5.4. Do Solo Criado

Em termos históricos, a noção de solo criado surgiu no Brasil com a Carta de Embu, de
1976, onde foram apresentados os dispositivos jurídicos necessários para a instituição do
conceito de solo criado e os instrumentos dele decorrentes.
No Direito Urbanístico, esse tema está relacionado diretamente ao direito de construir.
A doutrina alude ao solo criado como o espaço edificado que não esteja em contato
direto com o solo natural, seja acima do nível do solo, seja abaixo (DALEFFE, 1997)5. É
também o solo artificialmente criado pelo homem, dotado de alguma utilidade (moradia,
comércio, lazer, etc.).
Para Eros Grau, a noção de solo criado desenvolveu-se a partir da observação da pos-
sibilidade de criação artificial de área horizontal, mediante a sua construção sobre ou sob
o solo natural.

Não se confunde, no entanto, a noção com a de ocupação do espaço aéreo, visto que pode haver
ocupação de espaço aéreo sem criação de solo; seria o caso de construção (...) da nave de uma
catedral gótica, também de grande altura, mas sem nenhum plano utilizado no intermediário
(GRAU, 1983, p. 57).

5
DALEFFE, Adriano (1997). Solo Criado e a Disciplina Urbanística da Propriedade» (PDF). Revista de Informação Legislativa
- Senado Federal. Consultado em 28 de julho de 2018.

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O solo criado se relaciona, portanto, com o movimento de crescimento vertical das cida-
des. A expansão das áreas ocupadas acaba gerando implicações diretas na infraestrutura
urbana e ordenação do espaço, cabendo ao poder público municipal estabelecer limitações
ao poder de construir.
A Carta de Embu atrelou o solo criado ao estabelecimento do coeficiente de aproveita-
mento único, preferencialmente igual a 1. Nesse sentido, foi reconhecida a constitucionalida-
de de os Municípios instituírem esse coeficiente único de edificação para todos os terrenos
em seu território.
Ademais, com vistas a evitar a valorização de determinadas áreas em detrimento da des-
valorização de outras, a instituição do coeficiente único para todas as zonas da cidade é me-
dida recomendada.
Este coeficiente poderá ser qualquer um, mas o mais razoável é que seja igual a “1,0”, o
que equivale a reconhecer que todo proprietário terá direito de erguer em seu terreno uma
construção correspondente a tantos metros quanto forem os da superfície do lote.

[...] cada metro quadrado do térreo dará o direito de construir 1m² de edificação – coeficiente, esse,
que poderá ser utilizado totalmente ou não, respeitados, evidentemente, os demais índices urba-
nísticos previstos para a zona (SILVA, 2015, p. 256).

A partir da fixação do coeficiente de edificação, o proprietário poderá construir, necessi-


tando, apenas, de uma licença da prefeitura do respectivo município.
No entanto, a depender do zoneamento estabelecido pelo Município, é possível considerar
a capacidade edilícia de cada terreno de maneira diferenciada, de acordo com o interesse da
comunidade e das leis de zoneamento (NETTO, 19776).
Assim, caso o proprietário deseje construir acima do limite do coeficiente definido, tere-
mos que observar as disposições contida na lei de zoneamento da cidade.

6
AZEVEDO NETTO, D. et al. O solo criado. C. J. Arquitetura, Revista de Arquitetura, planejamento e construção, FC Editora,
São Paulo, n. 19, p. 9 – 11, 1977.

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É possível a previsão de se construir em zonas específicas um coeficiente acima do geral,


ou seja, áreas em que o proprietário poderá se valer de outro índice estabelecido em lei. No
entanto, tal direito de construir não será decorrente da simples propriedade do terreno:

O direito de construir acima do coeficiente único estabelecido terá que ser adquirido do Poder Pú-
blico por via de concessão, ou de particular por via de compra ou outra forma de aquisição que a
lei dispuser (SILVA, 2015, p. 257).

A partir dessas considerações, poderemos conceituar o solo criado como toda edificação
construída com coeficiente acima do coeficiente único, seja envolvendo a ocupação acima do
nível do solo, seja abaixo.
Por fim, destacamos alguns trechos da Carta de Embu:

Considerando que, no território de uma cidade, certos locais são mais favoráveis à implantação de
diferentes tipos de atividades urbanas;
Considerando que a competição por esses locais tende a elevar o preço dos terrenos e a aumentar
a densidade das áreas construídas;
Considerando que a moderna tecnologia da construção civil permite intensificar a utilização dos
terrenos, multiplicando o número de pavimentos pela ocupação do espaço aéreo ou do subsolo;
Considerando que esta intensificação sobrecarrega toda a infraestrutura urbana, a saber, a capaci-
dade das vias, das redes de água, esgoto e energia elétrica, bem assim a dos equipamentos sociais,
tais como, escolas, áreas verdes etc.;
Considerando que essa tecnologia vem ao encontro dos desejos de multiplicar a utilização dos
locais de maior demanda, e, por assim dizer, permite a criação de solo novo, ou seja, de áreas adi-
cionais utilizáveis, não apoiadas diretamente sobre solo natural;
Considerando que a legislação de uso do solo procura limitar este adensamento, diferenciadamen-
te para cada zona, no interesse da comunidade;
Considerando que um dos efeitos colaterais dessa legislação é o de valorizar diferentemente os
imóveis, em consequência de sua capacidade legal de comportar área edificada, gerando situações
de injustiça;
Considerando que o direito de propriedade, assegurado na Constituição, é condicionado pelo prin-
cípio da função social da propriedade, não devendo, assim, exceder determinada extensão de uso
e disposição, cujo volume é definido segundo a relevância do interesse social;
Admite-se que, assim como o loteador é obrigado a entregar ao poder público áreas destinadas
ao sistema viário, equipamentos públicos e lazer, igualmente, o criador de solo deverá oferecer à
coletividade as compensações necessárias ao reequilíbrio urbano reclamado pela criação do solo
adicional, e conclui se que:
1 - É constitucional a fixação, pelo município, de um coeficiente único de edificação para todos os
terrenos urbanos.
1.1 - A fixação desse coeficiente não interfere com a competência municipal para estabelecer ín-
dices diversos de utilização dos terrenos, tal como já se faz, mediante legislação de zoneamento.

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1.2 - Toda edificação acima do coeficiente único é considerada solo criado, quer envolva ocupação
de espaço aéreo, quer a de subsolo.
2 - É constitucional exigir, na forma da lei municipal, como condição de criação de solo, que o inte-
ressado entregue ao poder público áreas proporcionais ao solo criado; quando impossível a oferta
destas áreas, por inexistentes ou por não atenderem às condições legais para tanto requeridas, é
admissível sua substituição pelo equivalente econômico.
2.1 - O proprietário de imóvel sujeito a limitações administrativas, que impeçam a plena utilização
do coeficiente único de edificação, poderá alienar a parcela não utilizável do direito de construir.
2.2 - No caso do imóvel tombado, o proprietário poderá alienar o direito de construir corresponden-
te à área edificada ou ao coeficiente único de edificação”.

6.6. Licenças Urbanísticas


O licenciamento urbanístico é considerado uma atribuição do Poder Público Municipal na
consecução do cumprimento das funções sociais da propriedade urbana e da cidade.
Ademais, as licenças são consideradas como instrumentos de tutela preventiva de direi-
tos difusos e individuais indisponíveis, por meio do qual se atesta a observância de regras de
ordenação e ocupação do solo urbano, de modo a atender ao interesse público e o desenvol-
vimento sustentável do Município.
Conforme leciona José Afonso da Silva (2015), o controle do Poder Público sobre a ordem
urbanística ocorrerá em três momentos distintos:
1) Antes da atuação do particular: trata-se do controle prévio consubstanciado na apro-
vação de projetos, por meio de licenças e autorizações. Um pressuposto para a obtenção das
licenças, por exemplo, é a aprovação do projeto de construção, tendo em vista às exigências
definidas na legislação específica.
2) Durante a atuação do particular: refere-se ao controle concomitante, efetivado por fis-
calizações, inspeções, etc.
3) Após a atuação do particular: é o controle sucessivo, efetivado mediante auto de visto-
ria, de conclusão de obra ou “habite-se”.
Segundo Hely Lopes Meirelles, a licença é ato administrativo definitivo e vinculado, ao
passo que a autorização é ato discricionário e precário. No entanto, ambas são materializa-
das por meio de um alvará (alvará de licença e alvará de autorização).
Ainda segundo o referido doutrinador, pela permissão faculta-se a realização de uma ati-
vidade de interesse concorrente do permitente, do permissionário e do público; pela autori-

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zação consente-se numa atividade ou situação de interesse exclusivo ou predominante do


particular.
José Afonso da Silva nos ensina que (2015, pg. 433):

[...] quando a prefeitura aprova o projeto de um edifício em terreno do requerente, adequado a essa
construção, deve expedir alvará de licença para construir; se, porém, no mesmo terreno ela apenas
consente que se construa privsória e precariamente um barracão para estacionamento de carros
ou outra atividade simplesmente tolerada, mas não assegurada por lei, ela expedirá um alvará de
autorização, revogável a qualquer tempo.
[...]
O alvará de autorização é sempre revogável pela Prefeitura, sumariamente e sem qualquer indeni-
zação, ao passo que o alvará de licença nem sempre o é (SILVA, 2015, p. 433).

Desse modo, as licenças urbanísticas além de reconhecerem um direito do requerente,


controlam o exercício do direito de construir, consistindo em um verdadeiro instrumento de
execução do urbanismo.

6.6.1. Princípios Relacionados às Licenças Urbanísticas

Segundo José Afonso da Silva (2015), as licenças urbanísticas possuem alguns princípios
gerais:
• Princípio da Indispensabilidade: o particular que deseje exercer atividade é obrigado
a requerê-la, sendo certo que a Administração Pública não poderá dispensá-las nem
substituí-las por outra exigência ou compensação.
• Princípio do Caráter Vinculado: uma vez presentes os requisitos autorizadores, não po-
derá a Administração Pública negar a licença ao requerente, uma vez que o Poder Pú-
blico fica adstrito às exigências legais.
• Princípio da Transferibilidade: característica presente no momento de eventual transfe-
rência do imóvel. Em caso de alienação do imóvel, a licença transmite-se automatica-
mente aos seus adquirentes ou sucessores, ou seja, a licença segue o principal.
• Princípio da Autonomia: as licenças urbanísticas não analisam os aspectos relativos à
propriedade do imóvel, não influindo nas questões de domínio ou de eventual prejuízo
de terceiros.

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• Princípio da Definitividade: exercida a atividade nos prazos da licença, o ato não poderá
ser discricionariamente revogado.

6.6.2. Espécies de Licenças Urbanísticas

Em decorrência das normas disciplinadoras do direito urbanístico, surgem as espécies de


licença urbanística.
As licenças mais comuns são:
1. Licença para lotear: disciplinada pela Lei n. 6.766/1979.
2. Licença para edificar: constitui-se na remoção de limites, obstáculos e da cessação da
proibição genérica de fazer, no caso concreto.
3. Licença para funcionar;
4. Licença para habitar;
As licenças edilícias mais características são as licenças para edificar, para reformar e
para demolir.
A licença para edificar constitui técnica de intervenção nas faculdades de edificar, com o
objetivo de controlar e condicionar o seu exercício no cumprimento de determinadas normas
edilícias.
Em relação à licença para reformas pode haver ou não alteração da área construída. Cabe
ressaltar que os reparos não implicam modificações na estrutura da construção, podendo ser
feitos independentemente de licença.
No tocante à licença para reconstrução, é cabível sempre que se execute de novo a cons-
trução, com as mesmas disposições, dimensões e posições da construção existente. Já a
licença para demolição implica em uma forma pontual de renovação da paisagem urbana,
principalmente se seguidas de nova construção e dependem de uma licença da Prefeitura.
(SILVA, 2015, p. 445).
Veremos, por fim, as fases do procedimento para obtenção da licença edilícia:
1) Fase Introdutória: momento em que o particular faz um requerimento junto à Adminis-
tração Pública.

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José Afonso da Silva (2015, p. 439) considera que não cabe à entidade indagar da regula-
ridade dominial, mas certamente lhe incumbe exigir a apresentação de um título que habilite
o requerente a construir no terreno.
2) Fase de apreciação do pedido: refere-se ao trâmite do processo pelo órgão público para
exame do projeto de construção, podendo a Administração requerer complementação dos
projetos ou realizar diligências.
3) Fase decisória: é a etapa de conclusão do procedimento, onde a licença será deferida
ou indeferida. Cabe ressaltar que se o interessado atender às exigências, terá seu pedido de-
ferido, outorgando-se a licença solicitada (SILVA, 2015, p. 441).

6.7. Responsabilidade Administrativa, Civil e Penal

O poder público, no exercício do controle repressivo da atividade urbanística, dispõe de


instrumentos administrativos e judiciais aplicáveis em face do particular que comete infra-
ção urbanística ou edilícia, reconhecendo-se a regra da independência e autonomia entre as
instâncias.
Nesse sentido, a atuação na esfera administrativa opera-se por meio da:

• Aplicação de multas;
• Interdição da atividade desenvolvida em desconformidade;
• Embargos de obras em execução: consiste, para José Afonso da Silva (2015, p. 452), na
determinação de paralisação da obra expedida pela autoridade competente para exer-
cer a polícia das construções.
• Demolição compulsória: é considerada a mais gravosa medida administrativa, aplicá-
vel a casos extremos de infração e desde que outros meios não possam ser utilizados.
Nesse sentido, a doutrina leciona que se a obra possui uma licença prévia, a ordem de
demolição não pode ser expedida sumariamente, sendo imprescindível a instauração
de procedimento administrativo com a oitiva do interessado, de modo a assegurar o
exercício do contraditório e ampla defesa.

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Vimos que a proteção da ordem urbanística também se dá na via judicial, por meio da
esfera cível e penal.
Na esfera cível temos as ações civis para defesa da ordem urbanística, que podem ser
propostas tanto pela Administração, a exemplo da Ação Civil Pública, como pelos particu-
lares, a exemplo da Ação Popular (art. 5º, inciso LXXIII da CRFB) e da Ação de Nunciação de
Obra Nova, que visa a proteção dos direitos materiais previstos nos arts. 1301 a 1312 do Có-
digo Civil, fundamentada nos direitos de vizinhança e de construção.
Na seara penal, a Lei n. 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano,
prevê uma série de agressões à ordem urbanísticas configuradas criminosas e passíveis, por-
tanto, de responsabilização penal.
Segue a transcrição dos artigos 50 a 52 da referida Lei:

Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.


I – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins ur-
banos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta
Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;
II – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de licença;
III – fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a interes-
sados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.
Pena – Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único. O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.
I – por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que
manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Re-
gistro de Imóveis competente.
II – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado, ressal-
vado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo,
se o fato não constituir crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salário
mínimo vigente no País.
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo anterior
desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na
qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)

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Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, re-
gistrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar
registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes o maior
salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.

7. Legislação

Para fins de memorização e fixação da matéria estudada, transcreve-se abaixo os trechos


mais importantes da legislação relacionada ao tema.

7.1. Constituição Federal

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo compro-
vada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os se-
guintes tributos:
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre ini-
ciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências funda-
mentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, suces-
sivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão pre-
viamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou
a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à cole-
tividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

7.2. Estatuto Da Cidade – Lei n. 10.257/2001

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços pú-
blicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações repre-
sentativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanha-
mento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da socieda-
de no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da popula-
ção e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de
modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre
o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI –
ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação
à infraestrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos
geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;

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e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não


utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres.
VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em
vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influ-
ência;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão
urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do
Município e do território sob sua área de influência;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gas-
tos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimen-
tos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valoriza-
ção de imóveis urbanos;
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do pa-
trimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de
implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre
o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do
solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas am-
bientais;

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XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas


edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unida-
des habitacionais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de em-
preendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.
XVII – estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de
sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução
de impactos ambientais e a economia de recursos naturais.
XVIII – tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, teleco-
municações, abastecimento de água e saneamento
XIX – garantia de condições condignas de acessibilidade, utilização e conforto nas de-
pendências internas das edificações urbanas, inclusive nas destinadas à moradia e ao serviço
dos trabalhadores domésticos, observados requisitos mínimos de dimensionamento, venti-
lação, iluminação, ergonomia, privacidade e qualidade dos materiais empregados. (Incluído
pela Lei n. 13.699, de 2018)

7.3. Código Civil

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver,
salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.

7.4. Código Tributário Nacional

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e terri-
torial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.

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§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei mu-
nicipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão ur-
bana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habita-
ção, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos
do parágrafo anterior.

7.5. Lei n. 6.766/1979 – Parcelamento do Solo Urbano

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmem-
bramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais
pertinentes.
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,
com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modi-
ficação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi-
cação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura
de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos
já existentes.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)

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§ 4º Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões aten-


dam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que
se situe. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 5º A infraestrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urba-
nos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abaste-
cimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. (Redação
dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 6º A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais decla-
radas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: (Incluído pela Lei n.
9.785, de 1999)
I – vias de circulação; (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
II – escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
III – rede para o abastecimento de água potável; e (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
IV – soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. (Incluído
pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 7º O lote poderá ser constituído sob a forma de imóvel autônomo ou de unidade imobi-
liária integrante de condomínio de lotes. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 8º Constitui loteamento de acesso controlado a modalidade de loteamento, definida
nos termos do § 1º deste artigo, cujo controle de acesso será regulamentado por ato do po-
der público Municipal, sendo vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores
de veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados. (Incluído pela Lei n.
13.465, de 2017)
Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urba-
nas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou
aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo:
I – em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências
para assegurar o escoamento das águas;

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II – em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
III – em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se aten-
didas exigências específicas das autoridades competentes;
IV – em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V – em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.
I – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para
fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as dispo-
sições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;
II – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo
para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de
licença;
III – fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a
interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo
para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.
Pena – Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes
o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único. O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.
I – por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instru-
mentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não
registrado no Registro de Imóveis competente.
II – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado,
ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave.
III – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembra-
do, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato
a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de
1999)

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Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo
anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos
praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.
Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competen-
tes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos,
ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CEBRASPE/TJ-RR/ANALISTA PROCESSUAL/2012) Compete à União, mediante
lei complementar, instituir microrregiões, com a finalidade de promover a redução das desi-
gualdades regionais.

Questão 2 (CEBRASPE/TCE-ES/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Com o objetivo


de integrar a organização, o planejamento e a execução das funções públicas de interesse co-
mum, os estados-membros podem instituir, mediante a edição de lei complementar estadual,
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamen-
tos de municípios limítrofes.

Questão 3 (FGV/DETRAN-MA/ASSISTENTE DE TRÂNSITO/2013) Paulo é Deputado Esta-


dual eleito pelo voto popular para ocupar vaga na Assembleia Legislativa do Estado K. É um
estudioso das normas constitucionais estaduais, sendo professor universitário. Nesse sen-
tido, em obediência às normas constitucionais federais aplicáveis aos Estados federados,
resolve proceder a negociações para estabelecer arcabouço normativo sobre a reunião de
municípios para execução de funções públicas de interesse comum. Nesse caso, obediente
ao regramento imposto pela Constituição Federal, deverá apresentar
a) Lei Complementar, para instituir região metropolitana.
b) Lei Ordinária, para instituir aglomeração urbana.
c) Lei Delegada, para instituir microrregião.
d) Emenda Constitucional estadual, para instituir a união de municípios.
e) Lei Orgânica, para instituir regiões, aglomerados e microrregiões.

Questão 4 (CEBRASPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CINEMA-


TOGRÁFICA/2013) A CF dispõe que os estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamen-
tos de municípios limítrofes, os quais terão personalidade jurídica própria, cujas decisões
passam a se tornar obrigatórias, o que implica uma limitação da autonomia municipal.

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Questão 5 (FCC/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO/PROCURADOR LEGISLATIVO/2014)


Ao disciplinar a instituição de regiões metropolitanas, determinou a Constituição Federal
que
a) a integração do município à região metropolitana não é compulsória
b) cabe à União editar normas gerais a respeito da instituição das regiões metropolita-
nas.
c) poderão ser instituídas apenas por lei complementar estadual.
d) poderão ser constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes ou não.
e) tem como objetivo a transferência de competências municipais para o âmbito exclu-
sivo do Estado-membro.

Questão 6 (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Em 9 de janeiro de 2012, foi pro-


mulgada, no Estado de São Paulo, a Lei complementar no 1.166, criando a Região Metro-
politana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, integrada por 39 Municípios paulistas. Den-
tre outras previsões, estabelece a referida lei complementar que a instituição da Região
Metropolitana em questão tem por objetivo promover a integração do planejamento e
da execução das funções públicas de interesse comum aos entes públicos atuantes na
região. Considerada a disciplina da matéria na Constituição da
República, é correto afirmar que
a) o Estado não poderia ter criado uma Região Metropolitana, pois a Constituição somen-
te o autoriza a instituir aglomerações urbanas e microrregiões.
b) a Região Metropolitana poderia ter sido criada por lei ordinária, não sendo necessária
lei complementar para esse fim.
c) a criação da Região Metropolitana por lei estadual somente será válida se houver sido
realizada consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
d) a instituição da Região Metropolitana não autoriza a execução de funções públicas de
interesse comum aos Municípios envolvidos, mas tão somente sua organização e plane-
jamento.

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e) a forma de instituição da Região Metropolitana e o objetivo mencionado são compatí-


veis com as disposições constitucionais a esse respeito.

Questão 7 (CEBRASPE/DPE-AC/DEFENSOR/2012) Assinale a opção correta em relação à


defesa da ordem urbanística.
a) O planejamento de construção de ruas e de prédios de forma a garantir fluxo tranquilo, tanto
do transporte terrestre quanto do aéreo, não se enquadra como diretriz da ordem urbanística.
b) A justa distribuição dos benefícios advindos do processo de urbanização bem como dos
ônus dele decorrentes não se inclui entre as preocupações relacionadas à ordem urbanística.
c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao direito
de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual
a construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto
ambiental.

Questão 8 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) A discussão acerca de


cidades sustentáveis só tomou vulto, no Brasil, nos últimos dez anos. A relevância do tema
está caracterizada no seguinte trecho, elaborado pelo MMA. Contrastando com os 37,73% da
população mundial que, em 1975, habitavam em assentamentos humanos urbanos, em torno
do ano de 2005, com o salto estatístico da urbanização, esse percentual ultrapassará os 50%
e, em 2025, será de 61,07%. Esses números e a tendência à urbanização revelada em Habitat
II indicam: o surgimento e o eventual agravamento de grandes problemas sociais, resultantes
de elevadas densidades e de altas taxas anuais de crescimento de futuras metrópoles; a cria-
ção de uma nova configuração de metrópoles globais, fortemente vinculadas, constituindo
uma rede global; a internacionalização de interesses e de políticas locais das grandes cida-
des; a ampliação de serviços fornecidos por essas cidades a usuários que nelas não habitam;

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o risco de não sustentabilidade da qualidade de vida em muitas cidades, seja pela destruição
de recursos naturais e do patrimônio cultural que possuíam, seja pela gestão e operação pou-
co cautelosas e não planejadas de seus serviços.
Maria do Carmo de Lima Bezerra e Marlene Allan Fernandes. Cidades sustentáveis: subsídios
à elaboração da Agenda 21 brasileira. MMA, Brasília, 2000, p. 39-40 (com adaptações).
Com referência à problemática da sustentabilidade das cidades, julgue o item a seguir.
Um dos instrumentos de busca da sustentabilidade das cidades, previsto em lei federal, é a
gestão orçamentária participativa, a ser realizada independentemente da filiação política da
administração municipal.

Questão 9 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições.
A respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o
item abaixo.
A oferta de transporte inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas do referido
estatuto.

Questão 10 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições. A
respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o item
abaixo.

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Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado estatuto da ci-
dade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar, entre outros aspectos, a ins-
talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente.

Questão 11 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Sobre o regime cons-


titucional da política urbana, analise as seguintes assertivas e assinale V, se verdadeiras, ou
F, se falsas.
( ) A função social da propriedade urbana é atendida quando esta cumpre as exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
( ) A Constituição Federal de 1988 estabelece uma lista exemplificativa de sanções a se-
rem aplicadas, conforme previsão em lei municipal específica, para o proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado.
( ) O usucapião-urbano para fins de moradia própria ou da família aplica-se àquele que pos-
suir como sua uma área urbana de até 250 metros quadrados, pelo prazo mínimo de 5
anos ininterruptos e sem oposição, desde que não seja proprietário de outro imóvel rural
ou urbano.
( ) O plano diretor deve indicar as áreas onde poderão ser utilizadas as medidas de exigên-
cia do parcelamento, da edificação e da utilização compulsórios.
( ) O plano diretor, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes e instrumento
básico da política e do desenvolvimento e de expansão urbana, pode ser alterado por
meio de decreto.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V – F – F – V – F.
b) V – F – V – V – F
c) F – V – F – F – V
d) F – V – V – F – F
e) V – V – F – V – V

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Questão 12 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Em relação à compe-


tência legislativa municipal e ao conteúdo das normas urbanísticas municipais, analise as
seguintes assertivas:
I – É inconstitucional a lei municipal que permita a implantação de loteamento habitacional
em área rural, por se tratar de matéria de competência legislativa concorrente entre União
e Estado, devendo o Município respeitar as limitações previstas em legislação federal geral
sobre direito urbanístico.
II – O Município pode, em seu Plano Diretor, instituir áreas especiais de interesse cultural, com
o objetivo de assegurar a proteção de ambiências dotadas de valor ambiental e paisagístico.
III – É condição de validade do processo legislativo de elaboração de leis que alteram o Plano
Diretor a observância da efetiva participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Questão 13 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Um grupo formado por


pessoas de baixa renda, há 10 anos, implantou um loteamento clandestino em imóvel urba-
no, de domínio privado, no qual há, aproximadamente, 200 famílias vivendo em condições
precárias em termos de saneamento básico. Na área, há nascentes e um córrego que cruza o
imóvel, no qual são lançados esgotos in natura e resíduos sólidos. Essa comunidade consti-
tui uma Associação de Moradores e deseja a regularização fundiária do loteamento como de
interesse social. Dentre as providências a serem adotadas pela Associação e/ou pelo Municí-
pio, assinale a INCORRETA.

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a) Como requisito para a regularização fundiária de interesse social, a Associação deverá


demonstrar que a ocupação é consolidada, o que se caracteriza por densidade demográfica
superior a 50 habitantes por hectare e pela presença de pelo menos dois dos seguintes equi-
pamentos de infraestrutura urbana implantados: a) drenagem de águas pluviais urbanas; b)
esgotamento sanitário; c) abastecimento de água potável; d) distribuição de energia elétrica
ou e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos.
b) O Município deverá instituir, por lei, uma Zona Especial de Interesse Social – ZEIS, a fim de
que o regime urbanístico contemple a utilização da gleba por população de baixa renda.
c) Por se tratar de regularização fundiária de interesse social consolidada, o Município pode-
rá admitir a regularização em área de preservação permanente, desde que o estudo técnico
comprove que essa intervenção implica a melhoria das condições ambientais em relação à
situação de ocupação irregular anterior.
d) A Associação de moradores poderá promover ação de usucapião especial urbano diante da
impossibilidade da identificação dos terrenos ocupados por cada possuidor.
e) A Associação de moradores poderá promover a alienação de lotes ainda não ocupados no
loteamento a fim de custear os estudos técnicos necessários à regularização fundiária e à re-
alização das obras de infraestrutura básica e à implantação dos equipamentos comunitários.

Questão 14 (VUNESP/PGM-SÃO PAULO/PROCURADOR/2014) As diretrizes gerais da políti-


ca urbana são, nos termos do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01), dentre outras:
a) Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra rural, à moradia
e ao saneamento básico.
b) Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no
processo de urbanização, em atendimento ao interesse social.
c) Ordenação e controle do uso do solo, de forma a minimizar a proximidade de usos incom-
patíveis ou inoportunos.
d) Integração entre as atividades urbanas e semiurbanas, objetivando o desenvolvimento ma-
croeconômico do município.

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e) Regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por pessoas hipossuficientes


mediante o estabelecimento de normas gerais de urbanização e uso do solo.

Questão 15 (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO/2012) Determinado município deferiu a um em-


preendedor alvará para a construção de um hotel de vinte andares. Entretanto, antes do início
da obra, sobrevieram normas de caráter geral, limitando a apenas quinze andares as constru-
ções no local. Foi solicitado, então, parecer jurídico sobre a legalidade de se revogar o primei-
ro alvará, para o devido cumprimento das novas regras urbanísticas.
Com base nessa situação hipotética e na jurisprudência do STF acerca do tema, julgue o
item que se segue.
As normas de ordem pública que impõem altura máxima aos prédios podem gerar obriga-
ções e direitos subjetivos entre os vizinhos, interessados na sua fiel observância por parte de
todos os proprietários sujeitos às suas exigências.

Questão 16 (CEBRASPE/DPE-AC/DEFENSOR/2012) Assinale a opção correta em relação à


defesa da ordem urbanística.
a) O planejamento de construção de ruas e de prédios de forma a garantir fluxo tranquilo,
tanto do transporte terrestre quanto do aéreo, não se enquadra como diretriz da ordem ur-
banística.
b) A justa distribuição dos benefícios advindos do processo de urbanização bem como dos
ônus dele decorrentes não se inclui entre as preocupações relacionadas à ordem urbanística.
c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda, mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao
direito de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual

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a construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto


ambiental.

Questão 17 (CEBRASPE/PREF. FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Tendo como referência


as normas do direito urbanístico, com destaque para as aplicáveis ao plano diretor, julgue o
item que se segue.
O cumprimento da função social de propriedade urbana é verificado pelo atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade, as quais são expressas no plano diretor,
quando existir.

Questão 18 (CEBRASPE/PREF. BELO HORIZONTE/PROCURADOR/2017) Tendo como refe-


rência as disposições constitucionais relativas ao direito urbanístico, assinale a opção cor-
reta.
a) A usucapião pró-moradia não será reconhecida ao mesmo possuidor mais de uma vez nem
é admissível em relação a imóvel público.
b) O plano diretor é obrigatório para todas as cidades brasileiras, uma vez que a propriedade
urbana cumpre sua função social somente quando atende às regras nele estabelecidas.
c) Compete concorrentemente ao município, ao estado e à União a promoção do adequado
ordenamento territorial.
d) Proprietário de solo urbano que, descumprindo o planejamento urbanístico, não promover
seu adequado aproveitamento, poderá ser penalizado, sucessivamente, com: IPTU progressi-
vo, parcelamento ou edificação em caráter compulsório e desapropriação-sanção.

Questão 19 (CEBRASPE/PGE-BA/PROCURADOR/2014) Pedro é proprietário de um imóvel


situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua propriedade é próxima da
zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas limitações administrativas municipais im-
postas pelo município no que tange à proteção ambiental da zona costeira.
Considerando essa situação hipotética, as normas aplicáveis e a jurisprudência, julgue o item
a seguir em relação à política urbana.

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Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as áreas susce-
tíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de inundações bruscas. Certo

Questão 20 (CEBRASPE/CEF/ENGENHEIRO CIVIL/2014) No Brasil, legislação federal regula


o parcelamento do solo urbano desde os anos 70 do século passado, com definição das devi-
das restrições em relação à ocupação de áreas frágeis e insalubres, além das obrigações do
poder público, dos loteadores e dos compradores. Acerca desse assunto, julgue o item que
se segue.
Novos empreendimentos destinados à construção de habitações de interesse social com pe-
queno potencial de impacto ambiental em área urbana ou de expansão urbana estão dispen-
sados de licenciamento ambiental.

Questão 21 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2013) Com fundamento nos diplomas legais


que regulamentam o direito de moradia, julgue o item subsecutivo.
Nos programas habitacionais de interesse social desenvolvidos por órgãos da administração
pública com atuação nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos não
pode ser contratada coletivamente.

Questão 22 (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR/2013) Acerca da intervenção do estado no do-


mínio econômico e às parcerias público-privadas, julgue o seguinte item.
De acordo com dispositivo constitucional, pode o ente municipal, mediante lei específica para
área incluída no plano diretor, passar a exigir, dos proprietários de solo não edificado, edifica-
ções ou parcelamentos compulsórios ou, sucessivamente, impor imposto sobre a proprieda-
de predial e territorial urbana progressivo no tempo.

Questão 23 (CEBRASPE/ANTT/ENGENHARIA AMBIENTAL E ENGENHARIA FLORESTAL/


2013) A respeito de planejamento territorial, julgue o item subsequente.
Nas grandes cidades do Brasil, ocupação de várzeas, encostas de morros, beira de córregos,
áreas de proteção de mananciais, e as zonas protegidas por leis são as áreas mais agredidas
por falta de alternativas de moradia no mercado legal para a população mais pobre.

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Questão 24 (CEBRASPE/MPOG)/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA-ÁREA II/2012) No que se


refere aos sistemas de infraestrutura e planejamento urbano, julgue o item subsequente.
A complexidade estrutural ocasionada pela gestão de subsistemas urbanos gera condições
de interdependência entre equipamentos e serviços. O plantio de espécies vegetais, por exem-
plo, obedece a critérios de dimensionamento diretamente relacionados à distância entre as
fachadas marginais de determinada rua, altura das edificações e intensidade de tráfego.

Questão 25 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime


jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos.
Promover o adequado ordenamento territorial por meio da regularização não é somente dar
legalidade formal a uma situação ilegal, mas, sim, executar saneamento básico, atenuar danos
ecológicos e garantir que os habitantes do local em situação de ilegalidade não sofram qual-
quer tipo de risco a que porventura tenham sido expostos pelo mau loteador. Diante disso, não
é mera faculdade do município ou do DF promover a adequada regularização, mas, sim, poder-
-dever.

Questão 26 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime


jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos.
Considere a seguinte situação hipotética.
Famílias carentes, na ânsia de obterem moradia digna, foram enganadas por idealizadores
de um loteamento, passando a ocupá-lo de forma irregular. A ocupação desse loteamento
tem contaminado o manancial de água que abastece o reservatório da cidade, o que criou
um conflito de interesses entre as referidas famílias e os demais cidadãos, que têm direito à
preservação de sua saúde.
Nessa situação, há de prevalecer o interesse das famílias carentes, dada a sua hipossuficiên-
cia e a dispendiosa e complexa medida que sua remoção implicaria.

Questão 27 (FCC/PREF. SÃO PAULO/AUDITOR MUNICIPAL/2007) Considere as seguintes


afirmações sobre as diretrizes constitucionais da política de desenvolvimento urbano:
I – Todas as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas mediante prévia e justa indeni-
zação em dinheiro, sem ressalvas, por expressa determinação constitucional.

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II – É facultado ao Poder Público municipal, mediante Decreto específico para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos de lei municipal, do proprietário de solo urbano não edificado
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de imposição de penalidades sucessi-
vas.
III – Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não se trate de imóvel público e que o possuidor não seja proprietário de outro
imóvel.
IV – O cumprimento da função social da propriedade urbana dependerá do atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor do Município,
aprovado pela Câmara Municipal e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

Questão 28 (FCC/TCE-PR/ANALISTA/2011) Sobre a política urbana, a Constituição esta-


belece que
a) a política de desenvolvimento urbano, executada pela União, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
b) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
c) as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
títulos da dívida pública.
d) o plano diretor, obrigatório para todas as cidades, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

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e) é vedada a usucapião de imóveis públicos, salvo no caso de imóvel urbano de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, utilizados por famílias de baixa renda como moradia, por cin-
co anos, sem interrupção e sem oposição.

Questão 29 (FCC/PGM-CUIABÁ/PROCURADOR/2014) Integra a disciplina constitucional da


política de desenvolvimento urbano
a) a desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, do imóvel que não es-
teja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão.
b) a obrigatoriedade de todos os Municípios adotarem Plano Diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, no qual estejam expressas as exigências de ordenação da cidade, em conformida-
de com as quais se considera que a propriedade urbana cumpre sua função social.
c) a adoção de parcelamento ou edificação compulsórios, seguidos de instituição de imposto
sobre propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo, mediante lei específica,
como mecanismos de promoção do adequado aproveitamento de solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado.
d) as desapropriações de imóveis urbanos, pelo não cumprimento de sua função social, me-
diante títulos da dívida pública, de emissão previamente aprovada pela Câmara Municipal,
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais.
e) a aquisição, mediante usucapião, do domínio de qualquer área urbana de até 250 metros
quadrados, possuída por cinco anos ininterruptos e utilizada como moradia própria ou da
família, concedendo-se o título respectivo ao homem ou à mulher, ou a ambos, independen-
temente do estado civil.

Questão 30 (FCC/PGM-JOÃO PESSOA/PROCURADOR/2012) A Constituição Federal faculta


ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir,

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nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
a) mediante prévia manifestação do órgão estadual competente, a quem cabe opinar pela
aplicação da penalidade mais apropriada ao proprietário infrator, dentre as sanções previstas
na Constituição Federal.
b) sob pena de aplicação de sanções ao proprietário, dentre as quais a Constituição Federal
não admite a cobrança de imposto sobre propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo, já que esse tributo não tem finalidade extrafiscal.
c) sob pena de, entre outras medidas, parcelamento compulsório do imóvel, estando veda-
da pela Constituição Federal a aplicação da sanção de edificação compulsória pela admi-
nistração pública municipal, já que esta última somente poderá ser determinada por ordem
judicial.
d) sob pena de, entre outras medidas, desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, nos termos previstos
pela Constituição Federal.
e) sob pena de, entre outras medidas, confisco do bem, mediante processo judicial em que
sejam asseguradas ao proprietário a ampla defesa e o contraditório.

Questão 31 (FCC/TRT 6ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) A Constituição da República


prevê, como mecanismo atrelado ao cumprimento da função social da propriedade, a
a) impossibilidade absoluta de desapropriação da pequena e média propriedade rural, para
fins de reforma agrária.
b) desapropriação para fins de reforma agrária, mediante indenização em títulos da dívida
pública, de glebas em que localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
c) instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tem-
po, sucessiva mente a parcelamento ou edificação compulsórios.
d) usucapião de área urbana de até cinquenta hectares, por quem a possua, ininterruptamente
e sem oposição, por cinco anos.

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e) requisição de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se


houver dano.

Questão 32 (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA/2014) A desapropriação com pagamento me-


diante títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de até vinte anos, é
a) obrigatória para o Poder Público municipal, para garantia do cumprimento da função social
da propriedade prevista na Constituição Federal.
b) vedada pela Constituição, que prevê que a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro.
c) de competência da União, com cláusula de preservação do valor real.
d) medida absolutamente prioritária a ser adotada pelo Poder Público municipal para cumpri-
mento da política de desenvolvimento urbano.
e) limitada às áreas onde haja cultivo de substância entorpecente ou capaz de determinar
dependência física ou psíquica.

Questão 33 (FCC/PGM-SÃO LUIZ/PROCURADOR/2016) Constituição estadual que estabe-


leça a obrigatoriedade de Municípios com mais de 10.000 habitantes aprovarem Plano Dire-
tor, como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, no qual
se exija do proprietário de solo urbano não utilizado ou subutilizado que promova o seu ade-
quado aproveitamento, sob pena de, entre outras medidas, desapropriação com pagamento
mediante títulos da dívida pública, será:
a) compatível com a Constituição da República.
b) compatível com a Constituição da República, desde que a desapropriação mediante títulos
da dívida pública seja precedida de parcelamento ou edificação compulsórios e imposto so-
bre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
c) incompatível com a Constituição da República, por violação à autonomia dos Municípios
com até 20.000 habitantes, dos quais não se exige a aprovação de Plano Diretor como instru-
mento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

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d) incompatível com a Constituição da República no que se refere à exigência de Plano Diretor


para Municípios com mais de 10.000 habitantes, mas não em relação à possibilidade de de-
sapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.
e) incompatível com a Constituição da República no que se refere à possibilidade de desapro-
priação com pagamento mediante títulos da dívida pública, mas não em relação à exigência
de Plano Diretor para Municípios com mais de 10.000 habitantes.

Questão 34 (FCC/SEFAZ-MA/TÉCNICO/2016) A política urbana constitucional, regulada no


título da ordem econômica,
a) estabelece, como instrumento de combate à subutilização do solo urbano, a desapropria-
ção com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Congresso Nacional, com prazo de resgate de até quinze anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
b) prevê a possibilidade de cobrança de imposto sobre a propriedade predial e territorial urba-
na progressivo no tempo e em razão do valor do imóvel.
c) determina que a função social da propriedade urbana é definida no plano diretor dos
Municípios.
d) determina a obrigatoriedade do plano diretor para cidades com mais de 25 mil habitantes.
e) institui a usucapião especial urbana para fins de moradia, nas modalidades individual e
coletiva, com intuito de regularização fundiária.

Questão 35 (FCC/TCM-GO/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Em matéria urbanística, com-


pete
a) ao Município promover, privativamente, o adequado ordenamento territorial, mediante pla-
nejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
b) ao Município criar, organizar e suprimir distritos a seu exclusivo critério.
c) à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamen-
to básico e transportes urbanos.
d) à União legislar, privativamente, sobre matéria de mobilidade urbana.

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Questão 36 (FCC/TCM-GO/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Considere:


I – A competência municipal para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano,
por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita a normas federais e estaduais.
II – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
n. 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimen-
to da função social da propriedade urbana.
III – Não viola o princípio da autonomia municipal disposição contida em Constituição Esta-
dual que obrigue os Municípios com mais de cinco mil habitantes a instituir, por lei, o Plano
Diretor.
IV – Pode o Município estabelecer tributo pela chamada parcela do solo criado por represen-
tar remuneração ao Município pela construção praticada em volume superior ao permitido
nos limites de um coeficiente único de aproveitamento do solo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV
b) I e III
c) I e II
d) II e III
e) III e IV.

Questão 37 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regi-
ões. Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do
solo, economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições. A
respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o item
abaixo.

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Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado estatuto da ci-
dade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar, entre outros aspectos, a ins-
talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente.

Questão 38 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) A discussão acerca de


cidades sustentáveis só tomou vulto, no Brasil, nos últimos dez anos. A relevância do tema
está caracterizada no seguinte trecho, elaborado pelo MMA. Contrastando com os 37,73% da
população mundial que, em 1975, habitavam em assentamentos humanos urbanos, em torno
do ano de 2005, com o salto estatístico da urbanização, esse percentual ultrapassará os 50%
e, em 2025, será de 61,07%. Esses números e a tendência à urbanização revelada em Habitat
II indicam: o surgimento e o eventual agravamento de grandes problemas sociais, resultantes
de elevadas densidades e de altas taxas anuais de crescimento de futuras metrópoles; a cria-
ção de uma nova configuração de metrópoles globais, fortemente vinculadas, constituindo
uma rede global; a internacionalização de interesses e de políticas locais das grandes cida-
des; a ampliação de serviços fornecidos por essas cidades a usuários que nelas não habitam;
o risco de não sustentabilidade da qualidade de vida em muitas cidades, seja pela destruição
de recursos naturais e do patrimônio cultural que possuíam, seja pela gestão e operação pou-
co cautelosas e não planejadas de seus serviços.
Maria do Carmo de Lima Bezerra e Marlene Allan Fernandes. Cidades sustentáveis: subsídios à elaboração
da Agenda 21 brasileira. MMA, Brasília, 2000, p. 39-40 (com adaptações).

Com referência à problemática da sustentabilidade das cidades, julgue o item a seguir.


Um dos instrumentos de busca da sustentabilidade das cidades, previsto em lei federal, é a
gestão orçamentária participativa, a ser realizada independentemente da filiação política da
administração municipal.

Questão 39 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos

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transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto


da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições.
A respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o
item abaixo.
A oferta de transporte inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas do referido
estatuto.

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GABARITO

1. E 14. b 27. e
2. C 15. C 28. b
3. a 16. e 29. c
4. E 17. C 30. d
5. c 18. a 31. c
6. e 19. E 32. c
7. e 20. E 33. c
8. C 21. E 34. c
9. C 22. C 35. c
10. C 23. C 36. c
11. b 24. C 37. C
12. e 25. C 38. C
13. e 26. E 39. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CEBRASPE/TJ-RR/ANALISTA PROCESSUAL/2012) Compete à União, mediante
lei complementar, instituir microrregiões, com a finalidade de promover a redução das desi-
gualdades regionais.

Errado.
Nos termos do art.25, § 3º, da CF/88:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Questão 2 (CEBRASPE/TCE-ES/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Com o objetivo


de integrar a organização, o planejamento e a execução das funções públicas de interesse co-
mum, os estados-membros podem instituir, mediante a edição de lei complementar estadual,
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamen-
tos de municípios limítrofes.

Certo.
A questão reproduz com exatidão o disposto no art. 25, § 3º, da CRFB.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Questão 3 (FGV/DETRAN-MA/ASSISTENTE DE TRÂNSITO/2013) Paulo é Deputado Esta-


dual eleito pelo voto popular para ocupar vaga na Assembleia Legislativa do Estado K. É um
estudioso das normas constitucionais estaduais, sendo professor universitário. Nesse sen-
tido, em obediência às normas constitucionais federais aplicáveis aos Estados federados,

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resolve proceder a negociações para estabelecer arcabouço normativo sobre a reunião de


municípios para execução de funções públicas de interesse comum. Nesse caso, obediente
ao regramento imposto pela Constituição Federal, deverá apresentar
a) Lei Complementar, para instituir região metropolitana.
b) Lei Ordinária, para instituir aglomeração urbana.
c) Lei Delegada, para instituir microrregião.
d) Emenda Constitucional estadual, para instituir a união de municípios.
e) Lei Orgânica, para instituir regiões, aglomerados e microrregiões.

Letra a.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões, microrregiões e aglomerações são
matérias de competência da lei complementar estadual.

Questão 4 (CEBRASPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CINEMA-


TOGRÁFICA/2013) A CF dispõe que os estados poderão, mediante lei complementar, insti-
tuir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agru-
pamentos de municípios limítrofes, os quais terão personalidade jurídica própria, cujas
decisões passam a se tornar obrigatórias, o que implica uma limitação da autonomia mu-
nicipal.

Errado.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões metropolitanas, aglomerações urba-
nas e microrregiões, não possuem personalidade jurídica, governo e administração própria.

Questão 5 (FCC/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO/PROCURADOR LEGISLATIVO/ 2014)


Ao disciplinar a instituição de regiões metropolitanas, determinou a Constituição Federal
que
a) a integração do município à região metropolitana não é compulsória

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b) cabe à União editar normas gerais a respeito da instituição das regiões metropolitanas.
c) poderão ser instituídas apenas por lei complementar estadual.
d) poderão ser constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes ou não.
e) tem como objetivo a transferência de competências municipais para o âmbito exclusivo do
Estado-membro.

Letra c.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões, microrregiões e aglomerações são
matérias de competência da lei complementar estadual.

Questão 6 (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Em 9 de janeiro de 2012, foi promul-


gada, no Estado de São Paulo, a Lei complementar no 1.166, criando a Região Metropolitana
do Vale do Paraíba e Litoral Norte, integrada por 39 Municípios paulistas. Dentre outras pre-
visões, estabelece a referida lei complementar que a instituição da Região Metropolitana em
questão tem por objetivo promover a integração do planejamento e da execução das funções
públicas de interesse comum aos entes públicos atuantes na região. Considerada a disciplina
da matéria na Constituição da
República, é correto afirmar que
a) o Estado não poderia ter criado uma Região Metropolitana, pois a Constituição somente o
autoriza a instituir aglomerações urbanas e microrregiões.
b) a Região Metropolitana poderia ter sido criada por lei ordinária, não sendo necessária lei
complementar para esse fim.
c) a criação da Região Metropolitana por lei estadual somente será válida se houver sido rea-
lizada consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
d) a instituição da Região Metropolitana não autoriza a execução de funções públicas de inte-
resse comum aos Municípios envolvidos, mas tão somente sua organização e planejamento.
e) a forma de instituição da Região Metropolitana e o objetivo mencionado são compatíveis
com as disposições constitucionais a esse respeito.

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Letra e.
A instituição da região metropolitana abordada na questão está em consonância com o art.
25, § 3º, da CRFB.

Questão 7 (CEBRASPE/DPE-AC/DEFENSOR/2012) Assinale a opção correta em relação à


defesa da ordem urbanística.
a) O planejamento de construção de ruas e de prédios de forma a garantir fluxo tranquilo, tanto
do transporte terrestre quanto do aéreo, não se enquadra como diretriz da ordem urbanística.
b) A justa distribuição dos benefícios advindos do processo de urbanização bem como dos
ônus dele decorrentes não se inclui entre as preocupações relacionadas à ordem urbanística.
c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao direito
de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual
a construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto
ambiental.

Letra e.
a) Errada. O ordenamento dos prédios e a construção das ruas se enquadram; são temas
atinente ao direito urbanístico, podendo ser considerada como diretriz da ordem urbanística.
b) Errada. Conforme vimos ao longo da aula, a justa distribuição dos benefícios e ônus decor-
rentes do processo de industrialização são preocupações do direito urbanístico.
c) Errada. A falta de infraestrutura em determinado bairro torna identificáveis os titulares do
direito, não podendo falar-se em direito difuso.

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d) Errada. De acordo com o disposto no artigo 2º, inciso XIV do Estatuto das Cidades: XIV
– regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e
edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
e) Certa.

Questão 8 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) A discussão acerca de


cidades sustentáveis só tomou vulto, no Brasil, nos últimos dez anos. A relevância do tema
está caracterizada no seguinte trecho, elaborado pelo MMA. Contrastando com os 37,73% da
população mundial que, em 1975, habitavam em assentamentos humanos urbanos, em torno
do ano de 2005, com o salto estatístico da urbanização, esse percentual ultrapassará os 50%
e, em 2025, será de 61,07%. Esses números e a tendência à urbanização revelada em Habitat
II indicam: o surgimento e o eventual agravamento de grandes problemas sociais, resultantes
de elevadas densidades e de altas taxas anuais de crescimento de futuras metrópoles; a cria-
ção de uma nova configuração de metrópoles globais, fortemente vinculadas, constituindo
uma rede global; a internacionalização de interesses e de políticas locais das grandes cida-
des; a ampliação de serviços fornecidos por essas cidades a usuários que nelas não habitam;
o risco de não sustentabilidade da qualidade de vida em muitas cidades, seja pela destruição
de recursos naturais e do patrimônio cultural que possuíam, seja pela gestão e operação pou-
co cautelosas e não planejadas de seus serviços.
Maria do Carmo de Lima Bezerra e Marlene Allan Fernandes. Cidades sustentáveis: subsídios à elaboração
da Agenda 21 brasileira. MMA, Brasília, 2000, p. 39-40 (com adaptações).

Com referência à problemática da sustentabilidade das cidades, julgue o item a seguir.


Um dos instrumentos de busca da sustentabilidade das cidades, previsto em lei federal, é a
gestão orçamentária participativa, a ser realizada independentemente da filiação política da
administração municipal.

Certo.
Independente de filiação política, deve a administração municipal realizar a gestão orçamen-
tária participativa.

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Questão 9 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições.
A respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o
item abaixo.
A oferta de transporte inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas do referido
estatuto.

Certo.
Nos termos do art. 2º, inciso I do Estatuto das Cidade, o transporte constitui uma diretriz geral
da política urbana, a saber:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

Questão 10 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições. A
respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o item
abaixo.
Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado estatuto da ci-
dade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar, entre outros aspectos, a ins-

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talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de


tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente.

Certo.
O cumprimento do Plano Direto objetiva a ordenação da cidade para viabilizar o desenvolvi-
mento com infraestrutura para o tráfego e outras necessidades da população.

Questão 11 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Sobre o regime cons-


titucional da política urbana, analise as seguintes assertivas e assinale V, se verdadeiras, ou
F, se falsas.
( ) A função social da propriedade urbana é atendida quando esta cumpre as exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
( ) A Constituição Federal de 1988 estabelece uma lista exemplificativa de sanções a se-
rem aplicadas, conforme previsão em lei municipal específica, para o proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado.
( ) O usucapião-urbano para fins de moradia própria ou da família aplica-se àquele que
possuir como sua uma área urbana de até 250 metros quadrados, pelo prazo mínimo de
5 anos ininterruptos e sem oposição, desde que não seja proprietário de outro imóvel
rural ou urbano.
( ) O plano diretor deve indicar as áreas onde poderão ser utilizadas as medidas de exigên-
cia do parcelamento, da edificação e da utilização compulsórios.
( ) O plano diretor, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes e instrumento
básico da política e do desenvolvimento e de expansão urbana, pode ser alterado por
meio de decreto.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V – F – F – V – F.
b) V – F – V – V – F
c) F – V – F – F – V
d) F – V – V – F – F

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e) V – V – F – V – V

Letra b.
Itens II e V são falsos:
Item II: As sanções aplicáveis ao proprietário que estiver com seu lote não edificado, subutili-
zado ou não utilizado é uma lista exaustiva e não exemplificativa.
Item V: O erro do referido item está em afirmar que o Plano Direto poderá ser alterado por meio
de Decreto, quando apenas lei poderá fazê-lo, eis que a Constituição exige aprovação do ins-
trumento pela Câmara Municipal.

Art. 182, § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão ur-
bana.

Questão 12 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Em relação à compe-


tência legislativa municipal e ao conteúdo das normas urbanísticas municipais, analise as
seguintes assertivas:
I – É inconstitucional a lei municipal que permita a implantação de loteamento habitacional
em área rural, por se tratar de matéria de competência legislativa concorrente entre União
e Estado, devendo o Município respeitar as limitações previstas em legislação federal geral
sobre direito urbanístico.
II – O Município pode, em seu Plano Diretor, instituir áreas especiais de interesse cultural, com
o objetivo de assegurar a proteção de ambiências dotadas de valor ambiental e paisagístico.
III – É condição de validade do processo legislativo de elaboração de leis que alteram o Plano
Diretor a observância da efetiva participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

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Letra e.
Todos os itens estão corretos.

Questão 13 (FUNDATEC/PGM-PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2016) Um grupo formado por


pessoas de baixa renda, há 10 anos, implantou um loteamento clandestino em imóvel urba-
no, de domínio privado, no qual há, aproximadamente, 200 famílias vivendo em condições
precárias em termos de saneamento básico. Na área, há nascentes e um córrego que cruza o
imóvel, no qual são lançados esgotos in natura e resíduos sólidos. Essa comunidade consti-
tui uma Associação de Moradores e deseja a regularização fundiária do loteamento como de
interesse social. Dentre as providências a serem adotadas pela Associação e/ou pelo Municí-
pio, assinale a INCORRETA.
a) Como requisito para a regularização fundiária de interesse social, a Associação deverá
demonstrar que a ocupação é consolidada, o que se caracteriza por densidade demográfica
superior a 50 habitantes por hectare e pela presença de pelo menos dois dos seguintes equi-
pamentos de infraestrutura urbana implantados: a) drenagem de águas pluviais urbanas; b)
esgotamento sanitário; c) abastecimento de água potável; d) distribuição de energia elétrica
ou e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos.
b) O Município deverá instituir, por lei, uma Zona Especial de Interesse Social – ZEIS, a fim de
que o regime urbanístico contemple a utilização da gleba por população de baixa renda.
c) Por se tratar de regularização fundiária de interesse social consolidada, o Município pode-
rá admitir a regularização em área de preservação permanente, desde que o estudo técnico
comprove que essa intervenção implica a melhoria das condições ambientais em relação à
situação de ocupação irregular anterior.
d) A Associação de moradores poderá promover ação de usucapião especial urbano diante da
impossibilidade da identificação dos terrenos ocupados por cada possuidor.
e) A Associação de moradores poderá promover a alienação de lotes ainda não ocupados no
loteamento a fim de custear os estudos técnicos necessários à regularização fundiária e à re-
alização das obras de infraestrutura básica e à implantação dos equipamentos comunitários.

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Letra e.
Constitui sanção prevista no artigo 50 da Lei n. 6.766/79 a alienação de lotes não ocupados.

Questão 14 (VUNESP/PGM-SÃO PAULO/PROCURADOR/2014) As diretrizes gerais da políti-


ca urbana são, nos termos do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01), dentre outras:
a) Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra rural, à moradia
e ao saneamento básico.
b) Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no
processo de urbanização, em atendimento ao interesse social.
c) Ordenação e controle do uso do solo, de forma a minimizar a proximidade de usos incom-
patíveis ou inoportunos.
d) Integração entre as atividades urbanas e semiurbanas, objetivando o desenvolvimento ma-
croeconômico do município.
e) Regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por pessoas hipossuficientes
mediante o estabelecimento de normas gerais de urbanização e uso do solo.

Letra b.
a) Errada. A garantia do direito a cidades sustentáveis é entendido como o direito à terra ur-
bana e não rural.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

b) Certa. A letra b reproduz com exatidão o disposto no artigo 2º, inciso III do Estatuto das
Cidade.

III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no pro-
cesso de urbanização, em atendimento ao interesse social;

c) Errada. A diretriz referente à ordenação e controle do uso do solo e traçada como forma de
evitar e não minimizar.

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VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:


b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

d) Errada. A integração e complementariedade se dá entre as atividades urbanas e rurais.

VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o de-
senvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;

e) Errada. A previsão de regularização fundiária se refere à população de baixa renda.

XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda me-
diante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica-
ção, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

Questão 15 (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO/2012) Determinado município deferiu a um em-


preendedor alvará para a construção de um hotel de vinte andares. Entretanto, antes do início
da obra, sobrevieram normas de caráter geral, limitando a apenas quinze andares as constru-
ções no local. Foi solicitado, então, parecer jurídico sobre a legalidade de se revogar o primei-
ro alvará, para o devido cumprimento das novas regras urbanísticas.
Com base nessa situação hipotética e na jurisprudência do STF acerca do tema, julgue o item
que se segue.
As normas de ordem pública que impõem altura máxima aos prédios podem gerar obrigações
e direitos subjetivos entre os vizinhos, interessados na sua fiel observância por parte de todos
os proprietários sujeitos às suas exigências.

Certo.
A questão aborda entendimento da Hely Lopes Meirelles: “as normas de ordem pública são
cogentes, imperativas. Assim, ao imporem altura máxima aos prédios, podem gerar obriga-
ções e direitos subjetivos entre os vizinhos, interessados na sua fiel observância por parte de
todos os proprietários sujeitos às suas exigências”.

Questão 16 (CEBRASPE/DPE-AC/DEFENSOR/2012) Assinale a opção correta em relação à


defesa da ordem urbanística.

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a) O planejamento de construção de ruas e de prédios de forma a garantir fluxo tranquilo, tanto


do transporte terrestre quanto do aéreo, não se enquadra como diretriz da ordem urbanística.
b) A justa distribuição dos benefícios advindos do processo de urbanização bem como dos
ônus dele decorrentes não se inclui entre as preocupações relacionadas à ordem urbanística.
c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao direito
de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual a
construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto am-
biental.

Letra e.
a) Errada. O planejamento de construção de ruas e de prédios e o transporte constituem dire-
trizes da ordem urbanística.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das ati-
vidades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir
as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente.

b) Errada. Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização.

c) Errada. Não seria caso de direito difuso, mas de direito coletivo.


d) Errada. A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda é matéria de interesse do direito urbanístico, exatamente por regulamentar as
ocupações a partir das diretrizes do plano diretor e demais normas gerais.

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e) Errada. Conforme previsto no Estatuto da Cidade, o desenvolvimento equilibrado dos cen-


tros urbanos em relação aos devidos cuidados com o meio ambiente é uma de suas diretrizes
principais. Para a efetivação de sua diretriz, o estudo prévio de impacto ambiental é um dos
instrumentos da política urbana, conforme art. 4º, inciso VI da referida lei.

Questão 17 (CEBRASPE/PREF. FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Tendo como referência as


normas do direito urbanístico, com destaque para as aplicáveis ao plano diretor, julgue o item
que se segue.
O cumprimento da função social de propriedade urbana é verificado pelo atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade, as quais são expressas no plano diretor,
quando existir.

Certo.
De acordo com a Constituição Federal, o Plano Diretor é uma lei a ser aprovada pela Câmara
Municipal obrigatória para cidades com mais de vinte mil habitantes. Constitui, ainda, ins-
trumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, tal qual previsto no
parágrafo 1º, do artigo 182, da CF.
Ainda, a função social da propriedade urbana é cumprida quando esta obedece aos padrões
de saneamento, zoneamento, construção e todas as demais exigências do plano diretor. (ar-
tigo 182, § 2º, da CF).

Questão 18 (CEBRASPE/PREF. BELO HORIZONTE/PROCURADOR/2017) Tendo como refe-


rência as disposições constitucionais relativas ao direito urbanístico, assinale a opção cor-
reta.
a) A usucapião pró-moradia não será reconhecida ao mesmo possuidor mais de uma vez nem
é admissível em relação a imóvel público.
b) O plano diretor é obrigatório para todas as cidades brasileiras, uma vez que a propriedade
urbana cumpre sua função social somente quando atende às regras nele estabelecidas.

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c) Compete concorrentemente ao município, ao estado e à União a promoção do adequado


ordenamento territorial.
d) Proprietário de solo urbano que, descumprindo o planejamento urbanístico, não promover
seu adequado aproveitamento, poderá ser penalizado, sucessivamente, com: IPTU progressi-
vo, parcelamento ou edificação em caráter compulsório e desapropriação-sanção.

Letra a.
a) Certa. Conforme art. 183, §2º da CF, a usucapião pró-moradia não será reconhecida ao
mesmo possuidor mais de uma vez.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

b) Errada. O plano diretor é obrigatório, segundo o art. 41 da Lei n. 10.257/01:

Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:


I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no
§ 4º do art. 182 da Constituição Federal;

IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto

ambiental de âmbito regional ou nacional.

VI – incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de desliza-

mentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos corre-

latos.

c) Errada. Conforme art. 30, VIII da CF, a competência é exclusiva dos Municípios.

Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

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d) Errada. Conforme art.182, § 4º da CF, a ordem das penalidades está invertida.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Questão 19 (CEBRASPE/PGE-BA/PROCURADOR/2014) Pedro é proprietário de um imóvel


situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua propriedade é próxima da
zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas limitações administrativas municipais im-
postas pelo município no que tange à proteção ambiental da zona costeira.
Considerando essa situação hipotética, as normas aplicáveis e a jurisprudência, julgue o item
a seguir em relação à política urbana.
Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as áreas susce-
tíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de inundações bruscas. Certo

Errado.
Conforme art.182, § 1º, da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obriga-
tório para cidades com mais de vinte mil habitantes.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

Questão 20 (CEBRASPE/CEF/ENGENHEIRO CIVIL/2014) No Brasil, legislação federal regula


o parcelamento do solo urbano desde os anos 70 do século passado, com definição das devi-
das restrições em relação à ocupação de áreas frágeis e insalubres, além das obrigações do

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poder público, dos loteadores e dos compradores. Acerca desse assunto, julgue o item que
se segue.
Novos empreendimentos destinados à construção de habitações de interesse social com pe-
queno potencial de impacto ambiental em área urbana ou de expansão urbana estão dispen-
sados de licenciamento ambiental.

Errado.
Conforme art. 64 da Lei n. 12.651/12: “Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais que ocu-
pam Áreas de Preservação Permanente, a regularização fundiária será admitida por meio da
aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei específica de regularização
fundiária urbana”.

Questão 21 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2013) Com fundamento nos diplomas legais


que regulamentam o direito de moradia, julgue o item subsecutivo.
Nos programas habitacionais de interesse social desenvolvidos por órgãos da administração
pública com atuação nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos não
pode ser contratada coletivamente.

Errado.
Conforme art.4º, § 2º, da Lei n. 10.257/2001: “§ 2º Nos casos de programas e projetos habita-
cionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública
com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos
poderá ser contratada coletivamente”.

Questão 22 (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR/2013) Acerca da intervenção do estado no do-


mínio econômico e às parcerias público-privadas, julgue o seguinte item.
De acordo com dispositivo constitucional, pode o ente municipal, mediante lei específica para
área incluída no plano diretor, passar a exigir, dos proprietários de solo não edificado, edifica-

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ções ou parcelamentos compulsórios ou, sucessivamente, impor imposto sobre a proprieda-


de predial e territorial urbana progressivo no tempo.

Certo.
A questão coaduna com o disposto no art. 182, § 4º, da CF/88:

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

Questão 23 (CEBRASPE/ANTT/ENGENHARIA AMBIENTAL E ENGENHARIA FLORESTAL/


2013) A respeito de planejamento territorial, julgue o item subsequente.
Nas grandes cidades do Brasil, ocupação de várzeas, encostas de morros, beira de córregos,
áreas de proteção de mananciais, e as zonas protegidas por leis são as áreas mais agredidas
por falta de alternativas de moradia no mercado legal para a população mais pobre.

Certo.
A questão aborda um problema enfrentado por muitas cidades brasileiras, as ocupações ir-
regulares.

Questão 24 (CEBRASPE/MPOG)/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA-ÁREA II/2012) No que se


refere aos sistemas de infraestrutura e planejamento urbano, julgue o item subsequente.
A complexidade estrutural ocasionada pela gestão de subsistemas urbanos gera condições
de interdependência entre equipamentos e serviços. O plantio de espécies vegetais, por exem-
plo, obedece a critérios de dimensionamento diretamente relacionados à distância entre as
fachadas marginais de determinada rua, altura das edificações e intensidade de tráfego.

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Certo.
A questão aborda a necessidade de harmonização do crescimento dos centros urbanos e
seus serviços, como por exemplo, pavimentação e altura das edificações. O Estatuto da Ci-
dade traz, como diretriz, a observância de limites entre equipamentos e serviços urbanos, de
modo a respeitar o equilíbrio ambiental.

Questão 25 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime


jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos.
Promover o adequado ordenamento territorial por meio da regularização não é somente dar
legalidade formal a uma situação ilegal, mas, sim, executar saneamento básico, atenuar danos
ecológicos e garantir que os habitantes do local em situação de ilegalidade não sofram qual-
quer tipo de risco a que porventura tenham sido expostos pelo mau loteador. Diante disso, não
é mera faculdade do município ou do DF promover a adequada regularização, mas, sim, poder-
-dever.

Certo.
Segue o entendimento de importante julgado do STJ:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO ANTECI-


PADO DA LIDE. NÃO OCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE AMPLA DEFESA E
AO CONTRADITÓRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTS. 302, III, 331, § 2º, 332, 333,
I E II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA
N. 211 DO STJ. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR. MUNICÍPIO. PODER-
-DEVER. ART. 40 DA LEI 6.766/79. PRECEDENTES DO STJ. 1. Hipótese em que o Minis-
tério Público do Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública contra o Município, a
Associação de Ocupantes e dois sócios, objetivando a regularização do loteamento, que
foi julgada procedente para condenar os requeridos à realização de obras necessárias
à infraestrutura do loteamento irregular, dentre outras cominações. 2. A ausência de
prequestionamento dos dispositivos legais tidos como violados (302, III, 331, § 2º, 332,
333, I e II do Código de Processo Civil) torna inadmissível o recurso especial. Incidência
das Súmulas 282/STF e 211/STJ. 3. É pacífico o entendimento desta Corte Superior de

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que o Município tem o poder dever de agir para fiscalizar e regularizar loteamento irre-
gular, pois é o responsável pelo parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, atividade
essa que é vinculada, e não discricionária. Precedentes: REsp 432.531/SP, 2ª Turma, Rel.
Min. Franciulli Netto, DJ de 25.4.2005; REsp 448.216/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux,
DJ de 17.11.2003; REsp 131.697/SP, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de
13.6.2005. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, não provido.
(REsp 1170929/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em
20/05/2010, DJe 27/05/2010.

Questão 26 (CEBRASPE/DP-DF/DEFENSOR/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime


jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos.
Considere a seguinte situação hipotética.
Famílias carentes, na ânsia de obterem moradia digna, foram enganadas por idealizadores de um
loteamento, passando a ocupá-lo de forma irregular. A ocupação desse loteamento tem conta-
minado o manancial de água que abastece o reservatório da cidade, o que criou um conflito de
interesses entre as referidas famílias e os demais cidadãos, que têm direito à preservação de sua
saúde.
Nessa situação, há de prevalecer o interesse das famílias carentes, dada a sua hipossuficiên-
cia e a dispendiosa e complexa medida que sua remoção implicaria.

Errado.
A questão trata do princípio da supremacia do interesse público. Existindo confronto entre os
interesses, há de prevalecer o coletivo, ou seja, o que beneficiará a maior parte da população.

Questão 27 (FCC/PREF. SÃO PAULO/AUDITOR MUNICIPAL/2007) Considere as seguintes


afirmações sobre as diretrizes constitucionais da política de desenvolvimento urbano:
I – Todas as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas mediante prévia e justa indeni-
zação em dinheiro, sem ressalvas, por expressa determinação constitucional.

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II – É facultado ao Poder Público municipal, mediante Decreto específico para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos de lei municipal, do proprietário de solo urbano não edi-
ficado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de imposição de penalidades
sucessivas.
III – Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não se trate de imóvel público e que o possuidor não seja proprietário de outro
imóvel.
IV – O cumprimento da função social da propriedade urbana dependerá do atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor do Município,
aprovado pela Câmara Municipal e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

Letra e.
Item I: Não são todas as desapropriações que se darão mediante prévia e justa indenização
em dinheiro. Há exceção no art. 182, §4º, inciso III, a saber:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

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Item II: O poder público só poderá ser exigir do proprietário de solo urbano não edificado que
promova seu adequado aproveitamento por meio de lei, conforme no §4º acima transcrito.
Desse modo, o Decreto não é meio hábil para tal exigência.
Item III: O item reproduz a redação do art. 183 da CRFB:

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadra-
dos, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
(Regulamento)
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Item IV: É o que se depreende do art. 182, § 1º e 2º da CRFB.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Questão 28 (FCC/TCE-PR/ANALISTA/2011) Sobre a política urbana, a Constituição esta-


belece que
a) a política de desenvolvimento urbano, executada pela União, tem por objetivo ordenar o ple-
no desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
b) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
c) as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
títulos da dívida pública.
d) o plano diretor, obrigatório para todas as cidades, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

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e) é vedada a usucapião de imóveis públicos, salvo no caso de imóvel urbano de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, utilizados por famílias de baixa renda como moradia, por cin-
co anos, sem interrupção e sem oposição.

Letra b.
a) Errada. A política de desenvolvimento urbano compete ao Poder Público Municipal.
a) Certa. A alternativa reproduz o disposto no art. 182, § 2º, da CRFB.
c) Errada. Nesse caso, a indenização se dá em dinheiro.
d) Errada. O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
e) Errada. Não serão objetos de usucapião os imóveis públicos que estiverem em áreas urba-
nas. Nesse sentido, cita-se a Súmula 340 do STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens
dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

Questão 29 (FCC/PGM-CUIABÁ/PROCURADOR/2014) Integra a disciplina constitucional da


política de desenvolvimento urbano
a) a desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, do imóvel que não es-
teja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão.
b) a obrigatoriedade de todos os Municípios adotarem Plano Diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, no qual estejam expressas as exigências de ordenação da cidade, em conformida-
de com as quais se considera que a propriedade urbana cumpre sua função social.
c) a adoção de parcelamento ou edificação compulsórios, seguidos de instituição de imposto
sobre propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo, mediante lei específica,
como mecanismos de promoção do adequado aproveitamento de solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado.
d) as desapropriações de imóveis urbanos, pelo não cumprimento de sua função social, me-
diante títulos da dívida pública, de emissão previamente aprovada pela Câmara Municipal,

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com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais.
e) a aquisição, mediante usucapião, do domínio de qualquer área urbana de até 250 metros
quadrados, possuída por cinco anos ininterruptos e utilizada como moradia própria ou da
família, concedendo-se o título respectivo ao homem ou à mulher, ou a ambos, independen-
temente do estado civil.

Letra c.
a) Errada. Nos termos do art. 184 da CRFB, o imóvel desapropriado deverá ter sua utilização
definida em lei.
b) Errada. Conforme art.182, § 1º, da CF/88, o plano diretor é obrigatório para municípios com
mais de 20 mil habitantes.
c) Certa. Está em conformidade com o art.182, § 4º, da CF/88.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

d) Errada. Segundo o art. 182, § 4 º da CF, a desapropriação, pelo não cumprimento de sua
função social, se dará com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão pre-
viamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
e) Errada. Não serão objetos de usucapião os imóveis públicos que estiverem em áreas urbanas.

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Questão 30 (FCC/PGM-JOÃO PESSOA/PROCURADOR/2012) A Constituição Federal faculta


ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir,
nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
a) mediante prévia manifestação do órgão estadual competente, a quem cabe opinar pela
aplicação da penalidade mais apropriada ao proprietário infrator, dentre as sanções previstas
na Constituição Federal.
b) sob pena de aplicação de sanções ao proprietário, dentre as quais a Constituição Federal
não admite a cobrança de imposto sobre propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo, já que esse tributo não tem finalidade extrafiscal.
c) sob pena de, entre outras medidas, parcelamento compulsório do imóvel, estando veda-
da pela Constituição Federal a aplicação da sanção de edificação compulsória pela admi-
nistração pública municipal, já que esta última somente poderá ser determinada por ordem
judicial.
d) sob pena de, entre outras medidas, desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, nos termos previs-
tos pela Constituição Federal.
e) sob pena de, entre outras medidas, confisco do bem, mediante processo judicial em que
sejam asseguradas ao proprietário a ampla defesa e o contraditório.

Letra d.
a) Errada.
b) Errada. Segundo o art.182, §4º, II da CF, a cobrança dos impostos sobre a propriedade
predial e territorial urbana tem finalidade extrafiscal.
c) Errada. Conforme art.182, § 4º, I da CF e art. 5º da Lei n. 10.257/2001, a Administração
Pública, com fundamento no Poder de Polícia, pode aplicar a edificação compulsória e o
parcelamento compulsório, sem a necessidade de autorização judicial.
d) Errada. A alternativa reproduz com exatidão o disposto no art. 182, §4º, III da CF:

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§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

e) Errada. O confisco não carece de base legal, à título de penalidade.

Questão 31 (FCC/TRT 6ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) A Constituição da República


prevê, como mecanismo atrelado ao cumprimento da função social da propriedade, a
a) impossibilidade absoluta de desapropriação da pequena e média propriedade rural, para
fins de reforma agrária.
b) desapropriação para fins de reforma agrária, mediante indenização em títulos da dívida
pública, de glebas em que localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
c) instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tem-
po, sucessiva mente a parcelamento ou edificação compulsórios.
d) usucapião de área urbana de até cinquenta hectares, por quem a possua, ininterruptamente
e sem oposição, por cinco anos.
e) requisição de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano.

Letra c.
a) Errada. Não é absoluta a desapropriação da pequena e média propriedade rural, nos termos
do art.185 da CF.
b) Errada. Segundo o disposto no art. 243 da CRFB, a desapropriação de glebas em que localiza-
das culturas ilegais de plantas psicotrópicas se dará sem qualquer indenização ao proprietário.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas cul-
turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.

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c) Certa. A alternativa reproduz o disposto no art. 182, § 4º da CF.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano

diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado

ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;

II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;


III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

d) Errada. Usucapião de área urbana é reconhecido àquele que possuir área urbana de até
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, nos termos do art. 183 da CF.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

e) Errada. Conforme art. 5º, XXV da CF, no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulte-
rior, se houver dano.

Questão 32 (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA/2014) A desapropriação com pagamento me-


diante títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de até vinte anos, é
a) obrigatória para o Poder Público municipal, para garantia do cumprimento da função social
da propriedade prevista na Constituição Federal.
b) vedada pela Constituição, que prevê que a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro.
c) de competência da União, com cláusula de preservação do valor real.
d) medida absolutamente prioritária a ser adotada pelo Poder Público municipal para cumpri-
mento da política de desenvolvimento urbano.
e) limitada às áreas onde haja cultivo de substância entorpecente ou capaz de determinar
dependência física ou psíquica.

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Letra c.
a) Errada. A competência, conforme visto, é da União.
b) Errada. A competência, conforme visto, é da União.
c) Certa. Compete à União desapropriar imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, com pagamento mediante títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, nos termos do art. 184 da CF.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

d) Errada. A competência, conforme visto, é da União.


e) Errada. Nesse caso, não cabe indenização (art. 243 da CF).

Questão 33 (FCC/PGM-SÃO LUIZ/PROCURADOR/2016) Constituição estadual que estabe-


leça a obrigatoriedade de Municípios com mais de 10.000 habitantes aprovarem Plano Dire-
tor, como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, no qual
se exija do proprietário de solo urbano não utilizado ou subutilizado que promova o seu ade-
quado aproveitamento, sob pena de, entre outras medidas, desapropriação com pagamento
mediante títulos da dívida pública, será:
a) compatível com a Constituição da República.
b) compatível com a Constituição da República, desde que a desapropriação mediante títulos
da dívida pública seja precedida de parcelamento ou edificação compulsórios e imposto so-
bre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
c) incompatível com a Constituição da República, por violação à autonomia dos Municípios
com até 20.000 habitantes, dos quais não se exige a aprovação de Plano Diretor como instru-
mento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

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d) incompatível com a Constituição da República no que se refere à exigência de Plano Diretor


para Municípios com mais de 10.000 habitantes, mas não em relação à possibilidade de de-
sapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.
e) incompatível com a Constituição da República no que se refere à possibilidade de desapro-
priação com pagamento mediante títulos da dívida pública, mas não em relação à exigência
de Plano Diretor para Municípios com mais de 10.000 habitantes.

Letra c.
Tal previsão contida na Constituição Estadual é inconstitucional, pois fazer exigência diversa
do disposto na CF é inconstitucional, além de se tratar de competência dos entes municipais.
Ainda, o plano diretor é instrumento obrigatório para municípios com mais de vinte mil habi-
tantes.

Questão 34 (FCC/SEFAZ-MA/TÉCNICO/2016) A política urbana constitucional, regulada no


título da ordem econômica,
a) estabelece, como instrumento de combate à subutilização do solo urbano, a desapropria-
ção com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Congresso Nacional, com prazo de resgate de até quinze anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
b) prevê a possibilidade de cobrança de imposto sobre a propriedade predial e territorial urba-
na progressivo no tempo e em razão do valor do imóvel.
c) determina que a função social da propriedade urbana é definida no plano diretor dos Mu-
nicípios.
d) determina a obrigatoriedade do plano diretor para cidades com mais de 25 mil habitantes.
e) institui a usucapião especial urbana para fins de moradia, nas modalidades individual e
coletiva, com intuito de regularização fundiária.

Letra c.
a) Errada. O prazo para resgate é de 10 anos, conforme § 4º, inciso III do mesmo art. 182.

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b) Errada. A cobrança de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressi-


vo é permitida apenas em razão do tempo pela inutilização ou não adoção de medidas para
aproveitamento do imóvel urbano.
c) Certa. Conforme o disposto no art. 182, § 2º, da CF:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

d) Errada. O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para cidades com
mais de vinte mil habitantes.
e) Errada. A modalidade prevista é a individual, conforme disposto no art. 183 da CF.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Questão 35 (FCC/TCM-GO/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Em matéria urbanística, com-


pete
a) ao Município promover, privativamente, o adequado ordenamento territorial, mediante pla-
nejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
b) ao Município criar, organizar e suprimir distritos a seu exclusivo critério.
c) à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamen-
to básico e transportes urbanos.
d) à União legislar, privativamente, sobre matéria de mobilidade urbana.

Letra c.
a) Errada. Não se trata de competência privativa (art. 30, VIII da CF).
b) Errada. O Município deve observar os critérios definidos na legislação estadual.
c) Certa. Em matéria urbanística, conforme art. 21, inciso XX da CF, compete à União: XX -
instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos. Ainda, o art. 3º, inciso IV do Estatuto da Cidade, prevê:

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Art. 3º Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:


IV – instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, trans-
porte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;

d) Errada. Tal competência também cabe aos Estados, conforme art. 21, inciso I da CF.

Questão 36 (FCC/TCM-GO/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Considere:


I – A competência municipal para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano,
por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita a normas federais e estaduais.
II – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
n. 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimen-
to da função social da propriedade urbana.
III – Não viola o princípio da autonomia municipal disposição contida em Constituição Esta-
dual que obrigue os Municípios com mais de cinco mil habitantes a instituir, por lei, o Plano
Diretor.
IV – Pode o Município estabelecer tributo pela chamada parcela do solo criado por represen-
tar remuneração ao Município pela construção praticada em volume superior ao permitido
nos limites de um coeficiente único de aproveitamento do solo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV
b) I e III
c) I e II
d) II e III
e) III e IV.

Letra c.
Item I - Certo: Conforme aplicação conjunta do art. 24, inciso I c/c art. 30, incisos II e VIII da CF:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Art. 30. Compete aos Municípios:
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

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VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

Item II - Certo: Consoante previsto na Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal
que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional n. 29/2000, alíquotas progressivas
para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana.
Item III - Errado: Viola o princípio da autonomia municipal, pois a quantidade piso é de vinte
mil habitantes.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

Item IV - Errado: Conforme importante julgado:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. LEI N. 3.338/89 DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS/SC.


SOLO CRIADO. NÃO CONFIGURAÇÃO COMO TRIBUTO. OUTORGA ONEROSA DO DIREITO
DE CRIAR SOLO. DISTINÇÃO ENTRE ÔNUS, DEVER E OBRIGAÇÃO. FUNÇÃO SOCIAL DA
PROPRIEDADE. ARTIGOS 182 E 170, III DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. SOLO CRIADO
Solo criado é o solo artificialmente criado pelo homem [sobre ou sob o solo natural],
resultado da construção praticada em volume superior ao permitido nos limites de um
coeficiente único de aproveitamento. 2. OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CRIAR
SOLO. PRESTAÇÃO DE DAR CUJA SATISFAÇÃO AFASTA OBSTÁCULO AO EXERCÍCIO, POR
QUEM A PRESTA, DE DETERMINADA FACULDADE. ATO NECESSÁRIO. ÔNUS. Não há, na
hipótese, obrigação. Não se trata de tributo. Não se trata de imposto. Faculdade atri-
buível ao proprietário de imóvel, mercê da qual se lhe permite o exercício do direito de
construir acima do coeficiente único de aproveitamento adotado em determinada área,
desde que satisfeita prestação de dar que consubstancia ônus. Onde não há obrigação
não pode haver tributo. Distinção entre ônus, dever e obrigação e entre ato devido e
ato necessário. 3. ÔNUS DO PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL URBANO. Instrumento próprio à
política de desenvolvimento urbano, cuja execução incumbe ao Poder Público munici-
pal, nos termos do disposto no artigo 182 da Constituição do Brasil. Instrumento voltado
à correção de distorções que o crescimento urbano desordenado acarreta, à promo-

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ção do pleno desenvolvimento das funções da cidade e a dar concreção ao princípio da


função social da propriedade [art. 170, III da CB]. 4. Recurso extraordinário conhecido,
mas não provido. (STF - RE: 387047 SC, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento:
06/03/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-078 DIVULG 30-04-2008 PUBLIC
02-05-2008 EMENT VOL-02317-04 PP-00799 RTJ VOL-00204-03 PP-01314 LEXSTF v.
30, n. 355, 2008, p. 263-287).

Questão 37 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições. A
respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o item
abaixo.
Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado estatuto da ci-
dade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar, entre outros aspectos, a ins-
talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente.

Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 2º, inciso VI, alínea ‘d’ do Estatuto da Cidade:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;

Questão 38 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) A discussão acerca de


cidades sustentáveis só tomou vulto, no Brasil, nos últimos dez anos. A relevância do tema
está caracterizada no seguinte trecho, elaborado pelo MMA. Contrastando com os 37,73% da

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população mundial que, em 1975, habitavam em assentamentos humanos urbanos, em torno


do ano de 2005, com o salto estatístico da urbanização, esse percentual ultrapassará os 50%
e, em 2025, será de 61,07%. Esses números e a tendência à urbanização revelada em Habitat
II indicam: o surgimento e o eventual agravamento de grandes problemas sociais, resultantes
de elevadas densidades e de altas taxas anuais de crescimento de futuras metrópoles; a cria-
ção de uma nova configuração de metrópoles globais, fortemente vinculadas, constituindo
uma rede global; a internacionalização de interesses e de políticas locais das grandes cida-
des; a ampliação de serviços fornecidos por essas cidades a usuários que nelas não habitam;
o risco de não sustentabilidade da qualidade de vida em muitas cidades, seja pela destruição
de recursos naturais e do patrimônio cultural que possuíam, seja pela gestão e operação pou-
co cautelosas e não planejadas de seus serviços.
Maria do Carmo de Lima Bezerra e Marlene Allan Fernandes. Cidades sustentáveis: subsídios
à elaboração da Agenda 21 brasileira. MMA, Brasília, 2000, p. 39-40 (com adaptações).
Com referência à problemática da sustentabilidade das cidades, julgue o item a seguir.
Um dos instrumentos de busca da sustentabilidade das cidades, previsto em lei federal, é a
gestão orçamentária participativa, a ser realizada independentemente da filiação política da
administração municipal.

Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 4º, inciso III, alínea ‘f’ do Estatuto da Cidade:

Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
III – planejamento municipal, em especial:
f) gestão orçamentária participativa.

Questão 39 (CEBRASPE/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO/2002) O transporte constitui


sabidamente um dos elementos centrais da estruturação espacial das cidades e das regiões.
Vários geógrafos e economistas têm-se dedicado a estudar as relações entre uso do solo,
economia, desenvolvimento das cidades e regiões e o transporte. Igualmente, o papel dos
transportes no desenvolvimento urbano e regional levou a que o recém-promulgado Estatuto
da Cidade - Lei n. 10.257, de 10/7/2001 - tivesse dedicado a esse setor várias disposições.

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A respeito da geografia urbana e regional dos transportes e do Estatuto da Cidade, julgue o


item abaixo.
A oferta de transporte inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas do referido
estatuto.

Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 2º, inciso V do Estatuto da Cidade:

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais;

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REFERÊNCIAS

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Urbanismo e do Ambiente, n. 1. Coimbra: Almedina, 1994, p. 11.

AZEVEDO NETTO, D. et al. O solo criado. C. J. Arquitetura, Revista de Arquitetura, planejamen-


to e construção. FC Editora, São Paulo, n. 19, pp 9 – 11, 1977.

CARMONA, P. A. C. Direito Urbanístico. São Paulo: Saraiva, 2010.

DA SILVA, J. A. Direito Urbanístico Brasileiro. 7ª Edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2015.

DALEFFE, A. (1997). Solo Criado e a Disciplina Urbanística da Propriedade» (PDF). Revista de


Informação Legislativa - Senado Federal. Consultado em 28 de julho de 2018.

GRAU, E. R. Direito Urbano: regiões metropolitanas, solo criado, zoneamento e controle am-
biental. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1983.

MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1999.

______. Direito Municipal Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2008.

MIRANDA, L. A. Política Fundiária no Ordenamento Jurídico Agrário, Câmara dos Deputados,


Cadernos Aslegis, n. 39, p. 207-223, Brasília, jan/abr. 2010.

MIRANDA, M. B. Princípios Constitucionais do Direito Urbanístico. Revista Virtual Direito Bra-


sil, São Paulo, v. 3, n. 1, 2009. Não paginado.

RECH, A. U; RECH, A. Direito Urbanístico: fundamentos para a construção de um plano diretor


sustentável na área urbana e rural. Caixas do Sul/RS: EDUCS, 2010.

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