Apostila Direito Urbanístico
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URBANÍSTICO
Constituição Federal. Direito Urbanístico
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO URBANÍSTICO
Constituição Federal. Direito Urbanístico
Renato Coelho Borelli
Sumário
Direito Urbanístico..........................................................................................................4
Apresentação..................................................................................................................4
1. Introdução e Conceitos Básicos....................................................................................5
1.1. O que é Cidade?.........................................................................................................5
1.2. Definições de Urbanização e Urbanismo...................................................................5
2. Os Princípios do Direito Urbanístico.. ........................................................................... 7
2.1. Sobre o Direito de Construir.................................................................................... 13
2.2. A Justa Distribuição dos Ônus e os Benefícios Decorrentes do Processo de
Urbanização.................................................................................................................. 15
3. O Direito Urbanístico na Constituição Federal. . .......................................................... 16
3.1. Introdução.............................................................................................................. 16
3.2. Plano Diretor. ..........................................................................................................17
3.3. Função social da propriedade urbana..................................................................... 18
3.4. Usucapião urbano.................................................................................................. 21
3.5. Normas Constitucionais e o Direito Urbanístico......................................................23
4. Regiões Metropolitanas. ............................................................................................26
4.1. Estatuto da Metrópole............................................................................................29
5 Política fundiária e política agrícola........................................................................... 40
5.1 Função social da propriedade rural.. ........................................................................ 41
5.2. Usucapião rural. .....................................................................................................42
6. Relação do Direito Urbanístico com o Direito à Cidade..............................................42
6.1. Autonomia científica...............................................................................................42
6.2. Princípios...............................................................................................................44
6.3. O Direito de Construir e a Função Social da Propriedade........................................ 47
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DIREITO URBANÍSTICO
Apresentação
Olá!
Com enorme satisfação recebi o convite do Gran Cursos Jurídico para ministrar o presen-
te curso de Direito Urbanístico.
Meu nome é Renato Borelli, e atualmente ocupo o cargo de Juiz Federal em Brasília (TRF1).
Antes da magistratura (também fui Juiz Federal no TRF5), tive experiências como servidor de
Tribunais (TRF1 e STJ), bem como na advocacia pública e privada.
Iniciamos o nosso Curso Jurídico voltado para englobar absolutamente todo o conteúdo
para você ser aprovado nos certames mais difíceis do Brasil. O presente curso tem por objeti-
vo ser o material mais completo, abarcando a essência dos manuais do mercado, compilando
as informações necessárias e suficientes para a sua aprovação.
O nosso curso será no formato de teoria e exercícios comentados.
A metodologia contempla a exposição dos assuntos e, na sequência, a resolução de cen-
tenas de questões de provas.
Teremos também videoaulas! Tais aulas destinam-se a complementar a preparação. Vo-
cês vão observar que alguns pontos do Direito Urbanístico podem ser cansativos e sem a cor-
respondente abordagem nas videoaulas! Por vezes, teremos aulas com vários vídeos; outras,
que terão videoaulas apenas em parte do conteúdo. Para facilitar a revisão da matéria, todas
as aulas serão finalizadas com um resumo, além de uma lista de questões comentadas, com
o gabarito.
Caso reste alguma dúvida, não hesite em postá-la no fórum de dúvidas. Essa interação
com o professor é um dos diferenciais do nosso curso!
Espero que você aproveite bastante o curso.
Boa leitura e sucesso nos estudos!
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Desse modo, é importante notarmos que o conceito de cidade no Brasil está ligado dire-
tamente à ideia de sede do governo municipal.
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A partir desse contexto, o Poder Público é chamado a intervir com o escopo de transfor-
mar o ambiente urbano e os adequar às demandas, a partir da modificação do meio urbano
por meio de novos modelos.
O direito urbanístico, de maneira costumeira, era tido como o ramo que estuda a sistema-
tização das cidades tanto sobre o ponto de vista do ordenamento territorial quanto sobre os
aspectos relacionados aos seus limites.
No entanto, Maria Bernadete Miranda traz à tona a concepção moderna do direito urba-
nístico e considera que esse direito deixa de ser mera disciplina da cidade e passa a abrange
projetos de estruturação regional e nacionais de um país.
Tal concepção moderna deve-se ao reconhecimento de que a cidade não é entidade com vida au-
tônoma, destacada e isolada no território. Em verdade, o urbanismo ultrapassa os limites da cidade
para englobar um território inteiro, que se influencia mutuamente, devendo, ser estudado de forma
sistêmica e conjugada (MIRANDA, 2009. p. 2).
Nessa toada, para além do viés do território das cidades, para o grande constitucionalis-
ta José Afonso da Silva, os preceitos do direito urbanístico também incidem sobre as áreas
rurais, a proteção ao meio ambiente e ao campo da ecologia, aspectos intimamente ligados
às condições da vida humana de forma abrangente, seja à população do campo ou da cidade
(SILVA, 2015, p. 38).
Ademais, todas as normas que tenham por objeto disciplinar o planejamento urbano, o
uso e a ocupação do solo urbano, as áreas de interesse especial, a ordenação urbanística da
atividade edilícia e a utilização dos instrumentos de intervenção urbanística estão inseridas
no campo do Direito Público, não se podendo falar, por tal motivo, em autonomia do Direito
Urbanístico no Brasil (SILVA, 2015, p. 38).
Em resumo, podemos sintetizar da seguinte forma os conceitos abordados:
Urbanização Urbanismo
É a disciplina que se relaciona com o estudo e a
É o fenômeno decorrente do aumento proporcional regulação do planejamento urbano, como o uso, a
da população urbana em relação à população rural. ocupação e o parcelamento do solo urbano, dentre
outras áreas de interesse especial.
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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;
Quanto ao cumprimento da função social devemos nos atentar a respeito da forma com
que o tema é abordado no texto legal, bem como nas provas de concursos públicos.
De início, temos que observar que o art. 182, §2º, da CRFB nos indica que:
Art. 182.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
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Dessa forma, a propriedade urbana terá cumprido sua função social desde que atendidas
às exigências fundamentais expressas no plano diretor, assunto que será tratado com mais
profundidade em aulas próximas.
Dando continuidade aos princípios aplicáveis à matéria cabe destacar que todos os prin-
cípios que abordaremos abaixo estão contemplados, seja de forma expressa ou de modo
implícito, no art. 2º, do Estatuto das Cidades1.
O referido diploma legal, ao dispor acerca das diretrizes do Direito Urbanístico, assim pre-
vê:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no pro-
cesso de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das
atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e
corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraes-
trutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres.
1
Lei n. 10.257/2001.
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VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o de-
senvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compa-
tíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território
sob sua área de influência;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públi-
cos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de
bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de im-
plantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio
ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda me-
diante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica-
ção, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edi-
lícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades
habitacionais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimen-
tos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.
XVII – estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas
operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos
ambientais e a economia de recursos naturais.
XVIII – tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunica-
ções, abastecimento de água e saneamento
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
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I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
Isso significa que todas as normas urbanísticas que venham a ser definidas ou alteradas pelos mu-
nicípios, bem como seu acompanhamento, devem ser objeto de participação popular. Qualquer lei
urbanística municipal, que crie ou modifique o Plano Diretor, e que não tenha passado pela gestão
democrática envolvendo a participação popular, é ilegal e passível de nulidade (RECH; UBALDO;
2010, p. 76).
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
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É o princípio que permite ao Poder Público através da edição de normas de direito urbanístico, atuar
no meio social e no domínio privado, regulamentar a função social da propriedade a ser ocupada,
o interesse e bem-estar coletivo, como forma de assegurar a cidadania e a dignidade da pessoa
humana (UBALDO, 2010, p. 69).
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c) Caso o dano por falta de investimento em infraestrutura, como a falta de água frequente
ou defeitos na rede de esgoto, atinja apenas alguns bairros de determinado município, estará
configurada violação a direito difuso.
d) A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, é matéria afeta ao direito
de propriedade e, como tal, não diz respeito ao direito urbanístico.
e) A lei reconhece como direito coletivo em sentido amplo a ordem urbanística, sendo um dos
objetivos da política urbana o pleno desenvolvimento da propriedade urbana, razão pela qual
a construção de condomínios em região arborizada deve ser precedida de estudo de impacto
ambiental.
Letra e.
a) Errada. O planejamento urbano e a justa distribuição dos benefícios decorrentes do pro-
cesso de urbanização são princípios do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa em
comento está errada.
b) Errada. O planejamento urbano e a justa distribuição dos benefícios decorrentes do pro-
cesso de urbanização são princípios do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa em
comento está errada.
c) Errada. Consoante disposto no art. 81, inciso I, parágrafo único do CDC, interesses difusos
são aqueles transindividuais de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeter-
minadas e ligadas por uma determinada circunstância de fato. Desse modo, a população de
um determinado bairro é composta de pessoas determinadas, motivo esse que tal interesse
não se enquadra como difuso.
d) Errada. A regularização fundiária e da urbanização de áreas ocupadas por populações de
baixa renda também são preocupações do direito urbanístico, razão pela qual a alternativa é
falsa.
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e) Certa. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo Prévio de Impacto de Vizi-
nhança (EIV) são instrumentos do direito urbanístico dispostos no artigo 4º, do Estatuto das
Cidades:
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
Ressaltamos que tal assunto será aprofundado em aula específica, quando falarmos acerca
do Estatuto das Cidades.
A função social introduziu na esfera interna do direito de propriedade, um interesse que pode não
coincidir com o do proprietário e que, em todo caso, é estranho ao mesmo, constitui um princípio
ordenador da propriedade privada e fundamento da atribuição desse direito, de seu reconhecimen-
to e da sua garantia mesma, incidindo sobre o próprio conteúdo (SILVA, 2015, p. 74).
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
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[...] é algo que surge com a ordenação urbanística do solo. É algo novo, acrescido, criado pelos
planos e normas urbanísticos, por mais elementares que sejam. Edificabilidade é qualificação legal
que se atribui a algum terreno urbano. Essa qualificação é que possibilita ao proprietário exercer
a faculdade de construir em terreno urbano. Sem ela a faculdade não existe. (SILVA, 2015, p. 81)
Portanto, a edificabilidade não é qualidade do solo por natureza, mas sim utilidades acres-
cidas a partir da criação pelos planos e normas urbanísticas. Apenas a produção de riquezas
naturais pode ser considerada elemento natural ao solo.
O Código Civil prevê, em seu artigo 1.299, o direito de construir. Vejamos, “Art. 1.299. O
proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos
vizinhos e os regulamentos administrativos”.
Na perspectiva civilista tradicional, o direito de construir emana diretamente do direito de
propriedade, conforme disposto no artigo 1.228, do Código Civil: “Art. 1.228. O proprietário
tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha”.
Todavia, pela ótica do direito administrativo e do paradigma urbanístico contemporâneo,
que reconhece a aplicação dos diversos instrumentos constitucionais relativos à função
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social da propriedade, o direito de construir opera-se tanto como limitação externa ao direito
de propriedade, mas também como conformação ao seu próprio núcleo essencial, de modo a
proporcionar o desenvolvimento urbano e a priorizar a melhoria das condições das cidades.
Nos dizeres de José Afonso da Silva (2015, p. 84), a influência do direito urbanístico sobre o
direito de propriedade é tanta que a atividade urbanística do Poder Público deve ter efeito cons-
titutivo sobre o direito de construir, sendo este uma verdadeira concessão do Poder Público.
Por oportuno, cabe dizer que a doutrina elenca alguns aspectos que revelam esse condi-
cionamento do direito de construir:
• Ocupação do solo: possibilidade de se construir uma edificação em determinado ter-
reno, desde que respeitada a estética urbana, a ventilação e a circulação de pessoas;
• Limitações urbanísticas: uso do terreno de acordo com a área de zoneamento da cida-
de (zona residencial, comercial, industrial, gráfica, etc.);
• Circulação: fixação de nivelamento e alinhamento dos imóveis de determinada área
urbana;
• Índices urbanísticos: taxa de ocupação, recuos, coeficiente de aproveitamento do solo
e área de edificação admitida;
• Modelos de assentamento urbano através do zoneamento arquitetônico.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
O referido princípio estabelece, ainda, que a urbanização deve ser um processo solidário,
eis que:
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Os benefícios devem resultar em bem-estar de toda a coletividade, devendo o ônus ser dividido
entre todos. Não há como realizar obras urbanísticas que não tenham benefícios para todos, mas
sejam apenas para beneficiar alguns com o intuito de melhorar e valorizar o patrimônio de particu-
lares (RECH, 2010, p. 71).
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tribu-
tos:
[...]
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
3.1. Introdução
O Direito Urbanístico, segundo o saudoso mestre Hely Lopes Meirelles (2007, p. 513), é “o
ramo do direito público destinado ao estudo e formulação dos princípios e normas que devem
reger os espaços habitáveis, no seu conjunto cidade-campo”.
A Constituição Federal, em seu artigo 21, inciso IX prevê como competência da União a
elaboração e execução de planos nacionais e regionais de ordenação de território e desenvol-
vimento econômico e social.
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O solo urbano é ser qualificado, para José Afonso da Silva (2015, p.57), quando:
Nesse sentido, vale destacar a previsão contida na Lei n. 6.766/1979, que dispõe acerca
do parcelamento do solo para fins urbanos e dos requisitos Urbanísticos para Loteamento.
Assim, enquanto compete à União definir o ordenamento territorial em termos nacional e
regional, ao Município compete promover o ordenamento territorial urbano nos seus limites,
por intermédio do seu Plano Diretor.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
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§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
[...]
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Conforme introduzido em tópico anterior, a Constituição Federal previu, em seu art. 182,
§4º, sanções que podem ser aplicadas em face do descumprimento da função social da pro-
priedade pelo dono do imóvel.
[...]
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
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Um é a desapropriação comum, que pode ser por utilidade ou necessidade pública ou por in-
teresse social, nos termos dos arts. 5º, XXIV, e 182, §3º, mediante prévia e justa indenização
em dinheiro. O outro é a desapropriação-sanção, que é aquela destinada a punir o não cum-
primento de obrigação ou ônus urbanístico imposto ao proprietário de terrenos urbanos, nos
termos do comentado art. 182, § 4º (SILVA, 2015, p. 57).
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Nesse caso, o Poder Público poderá desapropriar ainda que a propriedade esteja cumprin-
do a sua função social, em caso de necessidade/utilidade pública ou, ainda, em situações de
interesse social devidamente comprovados. Ao proprietário caberá o recebimento de prévia e
justa indenização em dinheiro.
Para fins de exemplificação, podemos considerar a situação de uma casa construída de
maneira a atender às exigências definidas no plano diretor e, portanto, cumprindo a sua fun-
ção social, mas a área em que se encontra localizada interessa ao Município para a constru-
ção de um hospital que atenderá a necessidade da população de determinado bairro.
A segunda hipótese de desapropriação que trataremos agora é a prevista no parágrafo
4º, inciso III do artigo 182 da CF. Trata-se de uma desapropriação extraordinária, constituindo
verdadeira sanção ao proprietário, uma vez que por não cumprir a função social poderá ter
seu imóvel desapropriado. O pagamento será feito em títulos da dívida pública, com prazo de
resgate de até 10 anos, conforme previsão constitucional:
[...]
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: [...]
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
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c) por utilidade pública somente pode ser implementada mediante justa e prévia indenização
em dinheiro.
d) por interesse social dispensa o requisito da prévia indenização, porque se presta a fazer
cumprir a função social da propriedade.
e) de imóvel urbano onde resida o proprietário é inconstitucional, em razão da inviolabilidade
do domicílio.
Letra c.
A desapropriação por necessidade/utilidade pública, também chamada de desapropriação
ordinária, é implementada mediante prévia e justa indenização em dinheiro, conforme previ-
são do inciso XXIV, do artigo 5º, da Constituição Federal:
Artigo 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Cabe ressaltar que a desapropriação de imóveis por descumprimento da função social da
propriedade não dispensa o pagamento de justa indenização, conforme abordado na alterna-
tiva b.
No entanto, esta indenização será paga em títulos da dívida pública resgatáveis no prazo de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeniza-
ção e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
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Portanto, é reconhecido o direito em favor daquele que possuir como sua por cinco anos
ininterruptos e sem oposição, área urbana de até 250m², utilizando-a para sua moradia ou de
sua família.
Trata-se de forma de aquisição originária de propriedade e:
[...] uma vez satisfeitos os requisitos previstos, a propriedade é adquirida com o decurso do tempo
referido, podendo o interessado requerer ao juiz que assim o declare por sentença, que servirá de
título para a matrícula no Registro Imobiliário (SILVA, 2015, p. 58).
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III – O direito à usucapião para fins de moradia não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
IV – Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) III e IV.
c) I e IV.
d) I e II.
e) II e III.
Letra b.
ITEM I: a parte final do referido item contraria o disposto no art. 183, caput da CRFB, uma vez
que a usucapião especial urbana apenas será deferida àqueles que não sejam proprietários
de outro imóvel urbano ou rural.
ITEM II: o parágrafo 1º, do artigo 183 da CRFB afirma expressamente que o título de domínio
será conferido independentemente do estado civil.
ITENS III e IV: os itens em comento reproduzem com exatidão a redação dos parágrafos 2º e
3º, do artigo 183, da Constituição Federal.
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
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VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Convém destacar, ainda, a competência comum definida para diversos setores do direito
urbanístico, em que caberá a atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, como, por exemplo, a proteção ao meio ambiente.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]
II – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os mo-
numentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
III – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
[...]
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
-estar em âmbito nacional.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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Contudo, segundo José Afonso da Silva (2015), nesses setores, a Constituição Federal
reservou à União a competência para legislar sobre normas gerais e aos Estados e Distrito
Federal a competência suplementar.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artís-
tico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Por consequência, aqui a posição dos municípios é diversa daquela apontada em relação
às normas urbanísticas em geral, pois nesses setores a atuação legislativa municipal é suple-
mentar da legislação federal e estadual (SILVA, 2015, p. 63).
4. Regiões Metropolitanas
O fenômeno das aglomerações urbanas e das regiões metropolitanas, originado pela ex-
pansão urbana, constitui-se em uma realidade fática.
A descentralização e os novos formatos de organização territorial do Estado, frutos do
federalismo centrífugo, tem lugar no texto constitucional, na medida em que a Carta Magna
prevê a institucionalização das regiões metropolitanas.
Podemos conceituar região metropolitana como aglomerados urbanos distribuídos pelo
território de diversos municípios, resultado da intensa urbanização.
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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
[...]
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
A instituição das regiões metropolitanas pelos Estados, mediante Lei Complementar, tra-
duz a ideia de que o Estado, como agente executor de políticas públicas, deve atuar de forma
ampla, de modo a superar o interesse local do município, contemplando uma dimensão regio-
nal de atuação.
Desse modo, o Estado impõe compulsoriamente a agregação do Município a uma Região
Metropolitana, como parte do planejamento de políticas públicas regionais.
Cabe destacar que o texto constitucional em análise foi reproduzido pelo Estatuto da Me-
trópole, em seu art. 3º:
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Art. 3º Os Estados, mediante lei complementar, poderão instituir regiões metropolitanas e aglome-
rações urbanas, constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para integrar a organiza-
ção, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
§ 1º O Estado e os Municípios inclusos em região metropolitana ou em aglomeração urbana forma-
lizada e delimitada na forma do caput deste artigo deverão promover a governança interfederativa,
sem prejuízo de outras determinações desta Lei.
§ 2º A criação de uma região metropolitana, de aglomeração urbana ou de microrregião deve ser
precedida de estudos técnicos e audiências públicas que envolvam todos os Municípios perten-
centes à unidade territorial.
Errado.
A lei não pode ser ordinária, como afirma a questão. A competência para edição da lei que
institui a região metropolitana é do Estado, por meio de Lei Complementar.
Certo.
Conforme vimos, será Lei Complementar Estadual que definirá a região metropolitana. A lei
complementar estadual poderá, inclusive, ser editada independentemente da existência de
prévia lei complementar federal.
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• Metrópole: espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população
e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região
que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os
critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
• Plano de desenvolvimento urbano integrado: instrumento que estabelece, com base em
processo permanente de planejamento, viabilização econômico-financeira e gestão, as
diretrizes para o desenvolvimento territorial estratégico e os projetos estruturantes da
região metropolitana e aglomeração urbana;
• Região metropolitana: unidade regional instituída pelos Estados e integrada, conforme
o caso, pelo Distrito Federal, por meio de lei complementar, constituída por agrupamen-
to de Municípios limítrofes para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum;
• Área metropolitana: representação da expansão contínua da malha urbana da metró-
pole, conurbada pela integração dos sistemas viários, abrangendo, especialmente, áre-
as habitacionais, de serviços e industriais com a presença de deslocamentos pendula-
res no território;
• Governança interfederativa das funções públicas de interesse comum: compartilha-
mento de responsabilidades e ações entre entes da Federação em termos de organi-
zação, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum, mediante a
execução de um sistema integrado e articulado de planejamento, de projetos, de estru-
turação financeira, de implantação, de operação e de gestão.
Art. 6º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas res-
peitará os seguintes princípios:
I – prevalência do interesse comum sobre o local;
II – compartilhamento de responsabilidades e de gestão para a promoção do desenvolvimento
urbano integrado;
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Art. 8º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas com-
preenderá em sua estrutura básica:
I – instância executiva composta pelos representantes do Poder Executivo dos entes federativos
integrantes das unidades territoriais urbanas;
II – instância colegiada deliberativa com representação da sociedade civil;
III – organização pública com funções técnico-consultivas; e
IV – sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas.
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Letra b.
ITEM I: Falso! A instituição de região metropolitana se dá por meio de lei complementar e não
de lei ordinária, conforme visto no art. 25, § 3º, da CRFB.
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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, obser-
vados os princípios desta Constituição. (...)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglo-
merações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes,
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.
ITEM II: Verdadeiro! O item reproduz com exatidão o artigo 2º, inciso I, da Lei n. 13.089/2015.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:
I – aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de 2 (dois)
ou mais Municípios limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional e integração
das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas;
ITEM III: Falso! Nos termos do artigo 11, da Lei n. 13.089/2015, a lei estadual que instituir o
plano de desenvolvimento urbano integrado de região metropolitana ou de aglomeração ur-
bana deverá ser revista a cada 10 anos, pelo menos.
Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de região
metropolitana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez)
anos.
ITEM IV: Verdadeiro! O item reproduz com exatidão o artigo 8º, inciso IV, do Estatuto da
Metrópole.
Art. 8º A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas
compreenderá em sua estrutura básica:
I – instância executiva composta pelos representantes do Poder Executivo dos entes federa-
tivos integrantes das unidades territoriais urbanas;
II – instância colegiada deliberativa com representação da sociedade civil;
III – organização pública com funções técnico-consultivas; e
IV – sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas.
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JURISPRUDÊNCIA
Ação direta de inconstitucionalidade. Instituição de região metropolitana e competência
para saneamento básico. Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei Complemen-
tar n. 87/1997, Lei n. 2.869/1997 e Decreto n. 24.631/1998, todos do Estado do Rio de
Janeiro, que instituem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos
Lagos e transferem a titularidade do poder concedente para prestação de serviços públi-
cos de interesse metropolitano ao Estado do Rio de Janeiro.
2 - Preliminares de inépcia da inicial e prejuízo. Rejeitada a preliminar de inépcia da ini-
cial e acolhido parcialmente o prejuízo em relação aos arts. 1º, caput e § 1º; 2º, caput;
4º, caput e incisos I a VII; 11, caput e incisos I a VI; e 12 da LC 87/1997/RJ, porquanto
alterados substancialmente.
3 - Autonomia municipal e integração metropolitana. A Constituição Federal conferiu ênfase
à autonomia municipal ao mencionar os municípios como integrantes do sistema federa-
tivo (art. 1º da CRFB) e ao fixá-la junto com os estados e o Distrito Federal (art. 18 da CRFB).
A essência da autonomia municipal contém primordialmente (i) autoadministração, que
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implica capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou aprova-
ção hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a eleição do chefe do Poder Executivo
e dos representantes no Legislativo. O interesse comum e a compulsoriedade da inte-
gração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal. O mencio-
nado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado
e aos municípios do agrupamento urbano. O caráter compulsório da participação deles
em regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas já foi acolhido pelo
Pleno do STF (ADI 1841/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.2002; ADI 796/ES, Rel. Min.
Néri da Silveira, DJ 17.12.1999). O interesse comum inclui funções públicas e serviços
que atendam a mais de um município, assim como os que, restritos ao território de um
deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados de
funções públicas, bem como serviços supramunicipais.
4 - Aglomerações urbanas e saneamento básico. O art. 23, IX, da Constituição Federal
conferiu competência comum à União, aos estados e aos municípios para promover a
melhoria das condições de saneamento básico. Nada obstante a competência muni-
cipal do poder concedente do serviço público de saneamento básico, o alto custo e o
monopólio natural do serviço, além da existência de várias etapas – como captação, tra-
tamento, adução, reserva, distribuição de água e o recolhimento, condução e disposição
final de esgoto – que comumente ultrapassam os limites territoriais de um município,
indicam a existência de interesse comum do serviço de saneamento básico. A função
pública do saneamento básico frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter
natureza de interesse comum no caso de instituição de regiões metropolitanas, aglo-
merações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3º, da Constituição Federal.
Para o adequado atendimento do interesse comum, a integração municipal do serviço
de saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão asso-
ciada, empregando convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante o arts.
3º, II, e 24 da Lei Federal 11.445/2007 e o art. 241 da Constituição Federal, como com-
pulsoriamente, nos termos em que prevista na lei complementar estadual que institui as
aglomerações urbanas. A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
ou microrregiões pode vincular a participação de municípios limítrofes, com o objetivo de
executar e planejar a função pública do saneamento básico, seja para atender adequa-
damente às exigências de higiene e saúde pública, seja para dar viabilidade econômica e
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técnica aos municípios menos favorecidos. Repita-se que este caráter compulsório da
integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal
5 - Inconstitucionalidade da transferência ao estado-membro do poder concedente de
funções e serviços públicos de interesse comum. O estabelecimento de região metro-
politana não significa simples transferência de competências para o estado. O interesse
comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má condução
da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo
o esforço do conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda a região.
O parâmetro para aferição da constitucionalidade reside no respeito à divisão de res-
ponsabilidades entre municípios e estado. É necessário evitar que o poder decisório e o
poder concedente se concentrem nas mãos de um único ente para preservação do auto-
governo e da autoadministração dos municípios. Reconhecimento do poder concedente
e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos municípios e pelo estado fede-
rado. A participação dos entes nesse colegiado não necessita de ser paritária, desde que
apta a prevenir a concentração do poder decisório no âmbito de um único ente. A partici-
pação de cada Município e do Estado deve ser estipulada em cada região metropolitana
de acordo com suas particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio
absoluto. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade
da expressão “a ser submetido à Assembleia Legislativa” constante do art. 5º, I; e do §
2º do art. 4º; do parágrafo único do art. 5º; dos incisos I, II, IV e V do art. 6º; do art. 7º; do
art. 10; e do § 2º do art. 11 da Lei Complementar n. 87/1997 do Estado do Rio de Janeiro,
bem como dos arts. 11 a 21 da Lei n. 2.869/1997 do Estado do Rio de Janeiro.
6 - Modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Em razão da neces-
sidade de continuidade da prestação da função de saneamento básico, há excepcional
interesse social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos termos do art. 27
da Lei n. 9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do julga-
mento, lapso temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o
tema, constituindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração
metropolitana, dirigido por órgão colegiado com participação dos municípios pertinen-
tes e do próprio Estado do Rio de Janeiro, sem que haja concentração do poder decisório
nas mãos de qualquer ente.
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(ADI 1842, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tri-
bunal Pleno, julgado em 06/03/2013, DJe-181 DIVULG 13-09-2013 PUBLIC 16-09-2013
EMENT VOL-02701-01 PP00001)
§ 3º Nas regiões metropolitanas e nas aglomerações urbanas instituídas mediante lei complemen-
tar estadual, o Município deverá compatibilizar seu plano diretor com o plano de desenvolvimento
urbano integrado da unidade territorial urbana.
§ 4º O plano previsto no caput deste artigo será elaborado no âmbito da estrutura de governança
interfederativa e aprovado pela instância colegiada deliberativa a que se refere o inciso II do caput
do art. 8º desta Lei, antes do envio à respectiva assembleia legislativa estadual.
Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de desenvolvimento urbano integrado de região metro-
politana ou de aglomeração urbana deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) anos.
Falaremos, agora, com mais detalhe acerca do Plano de Desenvolvimento Urbano Integra-
do, previsto nos artigos 10 a 12 da Lei.
O Estatuto da Metrópole prevê que este plano deverá considerar o conjunto de Municípios
limítrofes que compõem a unidade territorial urbana e abranger as áreas urbanas e rurais.
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A norma prevê o apoio da União nas iniciativas dos Estados e dos Municípios voltadas
à governança interfederativa, observadas as diretrizes e os objetivos do plano plurianual, as
metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e o limite das disponibi-
lidades propiciadas pelas leis orçamentárias anuais (art. 13 da Lei).
No entanto, exige-se, para o apoio da União à governança interfederativa, que a unidade
territorial urbana possua gestão plena.
Retomando os conceitos previstos no art. 2º da Lei, relembramos que:
Nos termos do artigo 15, a região metropolitana instituída mediante lei complementar
estadual que não atenda o disposto no inciso VII do caput do art. 2º desta Lei será enquadra-
da como aglomeração urbana para efeito das políticas públicas a cargo do Governo Federal,
independentemente de as ações nesse sentido envolverem ou não transferência de recursos
financeiros.
A norma prevê, também, a possibilidade de serem estabelecidos requisitos adicionais em
regulamento para o apoio da União à governança interfederativa, bem como para as micror-
regiões, cidades e consórcios públicos constituídos para a atuação em funções públicas de
interesse comum no campo do desenvolvimento urbano.
Ainda, a União manterá ações voltadas à integração entre cidades gêmeas localizadas na
faixa de fronteira com outros países, em relação à mobilidade urbana, como previsto na Lei
n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, e a outras políticas públicas afetas ao desenvolvimento
urbano (artigo 16 da Lei).
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Art. 23. Independentemente das disposições desta Lei, os Municípios podem formalizar convênios
de cooperação e constituir consórcios públicos para atuação em funções públicas de interesse
comum no campo do desenvolvimento urbano, observada a Lei n. 11.107, de 6 de abril de 2005.
2
MIRANDA, Luiz Almeida. Política Fundiária no Ordenamento Jurídico Agrário, Câmara dos Deputados, Cadernos Aslegis, n.
39, p. 207-223, Brasília, jan/abr. 2010
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de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano
de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
A Política Agrícola no país também é tratada pela Constituição Federal, em seus artigos
187 a 191, garantindo-se a participação efetiva da sociedade, por meio dos setores de produ-
ção e de comercialização no seu planejamento e execução.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva
do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
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A doutrina não é uníssona quanto à definição do que se entende por Direito Urbanístico.
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Num conceito restrito, o Direito Urbanístico é o sistema das normas jurídicas que, no qua-
dro de um conjunto de orientações em matéria de ordenamento do território, disciplinam a
atuação da Administração Pública e dos particulares com vista a obtenção de uma ordena-
ção racional das cidades e da sua expansão, restringindo, portanto aos limites das cidades
(AMARAL, 1994, p. 113).
No entanto, para a corrente moderna, o Direito Urbanístico deixa de ser mera disciplina da
cidade e passa para projetos de estruturação regional e nacional (MIRANDA, 2009):
Tal concepção moderna deve-se ao reconhecimento de que a cidade não é entidade com vida au-
tônoma, destacada e isolada no território. Em verdade, o urbanismo ultrapassa os limites da cidade
para englobar um território inteiro, que se influencia mutuamente, devendo ser estudado de forma
sistêmica e conjugada (MIRANDA, 2009, p. 2).
Ainda, Hely Lopes Meirelles definiu o Direito Urbanístico como um conjunto de medidas
estatais destinadas a organizar os espaços habitáveis, de modo a propiciar melhores condi-
ções de vida ao homem na comunidade (MEIRELLES, 2007, p. 5114).
Dessa forma, os preceitos do Direito Urbanístico recaem também sobre as áreas rurais,
no campo da ecologia e da proteção do meio ambiente, intimamente relacionadas com as
condições de vida humana em todos os núcleos populacionais, seja do campo ou da cidade
(SILVA, 2015, p. 38).
Há doutrinadores que reconhecem o Direito Urbanístico como ramo do Direito Constitu-
cional, outros como ramo do Direito Administrativo. Portanto, ainda divergência acerca da sua
autonomia científica.
Porém, é cediço que as normas de Direito Urbanístico se inserem no campo das normas
de Direito Público:
[...] todas as que tenham por objeto disciplinar o planejamento urbano, o uso e a ocupação do solo
urbano, as áreas de interesse especial (como a execução das urbanificações, o disciplinamento
dos bens urbanísticos naturais e culturais), a ordenação urbanística da atividade edilícia e a utili-
zação dos instrumentos de intervenção urbanística (SILVA, 2015, p. 38).
3
AMARAL, D. F. do. Ordenamento do território, urbanismo e ambiente. In: Revista Jurídica do Urbanismo e do Ambiente, n.
1. Coimbra: Almedina, 1994, p. 11.
4
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 511.
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No Brasil, a formação do Direito Urbanístico está atrelada ao conjunto de normas, vez que
não dispomos de um código próprio de urbanismo.
São, basicamente, três as leis que disciplinam o Direito Urbanístico no ordenamento pá-
trio: Lei n. 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano; Lei n. 10.257/2001,
conhecida como Estatuto da Cidade; Lei n 11.977/2009, que dispõe sobre a regularização
fundiária de assentamentos urbanos.
Conforme visto em tópico anterior, à União compete estabelecer normas gerais sobre a
matéria, hoje consubstanciadas no Estatuto das Cidades. Aos Estados, compete suplementar
a legislação federal e aos Municípios compete também em caráter suplementar legislar sobre
o tema dentro de seu território (artigo 22 e 23 da CF).
No entanto, apesar de todas as competências previstas quanto ao Direito Urbanístico,
para José Afonso da Silva ainda é prudente considerá-lo como uma disciplina síntese ou
ramo multidisciplinar do Direito, sendo cedo falar-se em autonomia científica (SILVA, 2015, p.
44).
6.2. Princípios
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
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Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;
Ainda, artigo 182 da CF trata do assunto relacionada à questão das cidades, a partir de
uma abordagem específica da funcionalidade da propriedade urbana.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
– garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho
e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
• Princípio de que o urbanismo é uma função pública, que permite que o Poder Público
atue, por meio da edição de normas de direito urbanístico, no meio social e no domínio
privado e regulamente a função social da propriedade, o bem-estar coletivo, como for-
ma de assegurar a cidadania e a dignidade da pessoa humana (RECH, 2010, p. 69)
• Princípio da conformação da propriedade urbana e rural, que reconhece o direito ur-
banístico como instrumento que visa a dar formato ou forma ao uso da propriedade
urbana e rural estabelecendo regras de ocupação, atividades permitidas, limitações
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Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
O referido princípio encontra-se disposto no Estatuto das Cidades como diretriz da polí-
tica urbana:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[...]
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
Para RECH:
Isso significa que todas as normas urbanísticas que venham a ser definidas ou alteradas pelos
municípios, bem como seu acompanhamento, devem ser objeto de participação popular. Qualquer
lei urbanística municipal, que crie ou modifique o Plano Diretor, e que não tenha passado pela
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Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
A função social introduziu na esfera interna do direito de propriedade, um interesse que pode não
coincidir com o do proprietário e que, em todo caso, é estranho ao mesmo, constitui um princípio
ordenador da propriedade privada e fundamento da atribuição desse direito, de seu reconheci-
mento e da sua garantia mesma, incidindo sobre o próprio conteúdo (SILVA, 2015, p. 74).
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Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o
direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Dessa forma podemos notar a direta influência do direito de propriedade sobre o direito de
construir, devendo este ser interpretado consoante as inovações trazidas pela ordem consti-
tucional e infraconstitucional no tratamento do regime jurídico da propriedade.
Nesse contexto, destacamos alguns instrumentos condicionantes do exercício do direito
de construir, citados pela doutrina, a saber:
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Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou dis-
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
[...] a estes cabe, por conseguinte, o exercício das atividades de polícia relacionadas à concessão
de licenças para edificação, de licenças para localização e funcionamento dos estabelecimentos
industriais e comerciais, à aplicação de sanções pelo descumprimento de normas edilícias, etc.
(ALEXANDRINO, 2015, p. 264).
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 646 STF - Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: Município: Competência: Lei municipal que fixa distanciamento mínimo entre
postos de revenda de combustíveis, por motivo de segurança: legitimidade, conforme a
jurisprudência do Supremo Tribunal (...) RE 199101, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PER-
TENCE, Primeira Turma, julgado em 14/06/2005, DJ 30-09-2005 PP-00024 EMENT VOL-
02207-02 PP-00270 JC v. 31, n. 107, 2005, p. 252254).
Ainda sobre a abordagem do tema pelos Tribunais Superiores, o STJ considerou legítima
a fiscalização e a proibição de perfuração de poços artesianos pelo Município dentro de seu
território, em determinadas áreas.
Para a Corte Superior, a perfuração indiscriminada e desordenada de poços artesianos
tem impacto direto no meio ambiente e na disponibilidade de recursos hídricos para o res-
tante da população, bem como se feita sem controle pode colocar em risco a saúde pública e
impactar seriamente o desenvolvimento urbano.
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JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO. POÇO ARTESIANO IRREGULAR. FISCALIZAÇÃO. OBJETIVOS E PRIN-
CÍPIOS DA LEI DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (LEI 9.433/97). COM-
PETÊNCIA COMUM DO MUNICÍPIO.
[...]
12 - É evidente que a perfuração indiscriminada e desordenada de poços artesianos tem
impacto direto no meio ambiente e na disponibilidade de recursos hídricos para o res-
tante da população, de hoje e de amanhã. Feita sem controle, também põe em risco a
saúde pública, por ausência de tratamento, quando for de rigor.
13 - Em síntese, o Município tem competência para fiscalizar a exploração de recur-
sos hídricos, superficiais e subterrâneos, em seu território, o que lhe permite, por certo,
também coibir a perfuração e exploração de poços artesianos, no exercício legítimo de
seu poder de polícia urbanístico, ambiental, sanitário e de consumo.
14 - Recurso Especial provido.
(REsp 994.120/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
25/08/2009, DJe 27/04/2011)
Errado.
Consoante entendimento consolidado do STF, não há ofensa ao princípio da livre concorrên-
cia a atuação do Município para estabelecer distância mínima entre postos de combustível,
por motivos de segurança.
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Nesse tópico, estudaremos alguns conceitos importantes para a compreensão das dis-
posições contidas no Estatuto da Cidade e na Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei n.
6.766/1979).
O uso e a ocupação do solo constituem mecanismos de planejamento urbano podendo
ser caracterizados como um conjunto de medidas destinadas à realização do plano urbanís-
tico de interesse direito do Município.
A zona urbana pode ser definida, em termos amplos, como a área ocupada por uma cida-
de, caracterizada pela edificação contínua e pela existência de infraestrutura urbana.
Segundo o Código Tributário Nacional, a zona urbana será definida por lei de competência
municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos contidos em pelo
menos dois equipamentos construídos ou mantidos pelo Poder Público, conforme disposto
no art. 32, § 1º:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana
tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; ob-
servado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos
incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, cons-
tantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria
ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
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Portanto, são áreas que, segundo a legislação municipal podem ser consideradas urba-
nas, em virtude de definição da lei local, sem preencher os requisitos previstos no § 1º.
Dessa forma, a zona de expansão só pode ser àquela destinada à habitação, ao comércio
e à indústria, localizada fora da zona urbana, ou seja, em áreas onde não estão presentes pelo
menos dois dos requisitos previstos no § 1º do CTN.
Ademais, depreende-se do exame do § 1º, que o CTN adotou o critério geográfico para a
definição de zona urbana.
No entanto, a definição da zona urbana para fins urbanísticos é diversa, uma vez que o
CTN, ao diferenciar zona urbana, de zona de expansão urbana permite que uma área onde já
exista sistema viário, com pessoas ali residindo, não seja considerada como zona urbana,
mas zona de expansão.
Sobre as zonas de expansão urbana, para Hely Lopes Meireles:
[...] ainda que na área rural, devem ser desde logo delimitadas pelo Município e submetidas às
restrições urbanísticas do Plano Diretor e às normas do Código de Obras para as suas edificações
e traçado urbano. Inútil seria aguardar-se a conversão dessas zonas em áreas urbanizadas para,
depois, sujeita-las aos regulamentos edilícios e às regras urbanísticas que condicionam a forma-
ção da cidade (MEIRELES, 2008, p. 80).
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Preconiza uma estrutura mais orgânica para as cidades, mediante a aplicação de instrumentos
legais de controle do uso e da ocupação do solo – com o que se procura obter uma desejável e ade-
quada densidade populacional e das edificações nos aglomerados urbanos (SILVA, 2015, p. 177).
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Vale ressaltar que essas normas e critérios para o zoneamento são de observância obri-
gatória pelos particulares. Inclusive, a depender da zona em que esteja situado um imóvel
particular, o Poder Público dispõe de instrumentos legais para compelir o proprietário a ade-
quar a sua área com vistas a atender ao interesse público.
Tais normas dependem da lei de zoneamento urbano de cada cidade, eis que se trata de
matéria de competência municipal, cuja natureza jurídica será de limitação administrativa.
Trata-se, portanto, de legítima restrição ao direito de propriedade e ao direito de construir,
estabelecida em face do interesse público, não dando direito a indenização dada sua natureza
de restrição geral. (SILVA, 2015, p. 245).
Temos que reconhecer o caráter dinâmico do planejamento do desenvolvimento urbano e
a gestão democrática das cidades.
Nesse sentido, a alteração do zoneamento é medida comum e que se impõe nos Municí-
pios, fruto dos fluxos urbanos e modificações populacionais. Por isso, a revisão periódica do
zoneamento urbano é dever dos gestores municipais com vistas a adequá-lo à realidade da
cidade.
O conceito de zoneamento de transição surge nesse contexto da dinâmica urbana.
Para evitar desigualdades no uso do solo urbano em áreas contíguas, algumas cidades
têm utilizado o zoneamento de transição, consistente na implementação de uma faixa homo-
gênea dentro área limítrofe entre uma zona mais restritiva e outra menos restritiva, ou entre
zonas de uso completamente distintas.
Para José Afonso da Silva:
O zoneamento, quando reúne áreas contíguas com pronunciadas diferenças restritivas, gera situ-
ações de desigualdade entre proprietários, que provocam tratamentos injustos, quer quando a uns
se possibilitam usos mais vantajosos e rentáveis para seus lotes, quer quando a outros se permite
índice de aproveitamento maior para seus terrenos que aos demais (SILVA, 2015, p. 247).
Segundo o citado autor, tal solução pode consistir em um leve abrandamento no rigor das
exigências aplicáveis ao lote da zona mais restrita, situada junto ao limite das duas zonas, ou
em um agravamento às condições impostas ao lote da zona de menores restrições, resultan-
do, assim, uma gradual transição das exigências, de preferência a um brusco salto na linha
divisória (SILVA, 2015, p. 247).
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Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento,
observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aber-
tura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou am-
pliação das vias existentes.
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Constitui, pois, a implantação do edifício no lote, que se subordina a normas adequadas, visando
a favorecer a estética urbana e assegurar a insolação, a iluminação e a ventilação, no que se rela-
ciona com a estrutura da edificação (e) realizar o equilíbrio da densidade urbana (...). (SILVA, 2015,
p. 248).
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A exigência de recuos constitui restrição ao direito de construir, impondo a reserva de áreas non
edificandi dentro dos lotes, de modo geral, sem que o proprietário tenha direito a qualquer res-
sarcimento. Possibilita-se, assim, o surgimento de áreas verdes privadas, que complementam as
públicas. (SILVA, 2015, p. 252).
• Gabarito das Edificações: termo utilizado para designar a altura das edificações.
O gabarito das construções como outras limitações de altura constituem restrições legítimas e
gerais ao direito de construir, que o Poder Público está autorizado a estabelecer independente-
mente de indenização. Tornam-se, no entanto, indenizáveis quando tenham caráter individuali-
zado, gerando tratamento desigual, como são as hipóteses de fixação de gabarito em situações
especiais; e tal qual ocorre, por exemplo, nas zonas de proteção dos aeroportos, em certos casos.
(SILVA, 2015, p. 254).
Em termos históricos, a noção de solo criado surgiu no Brasil com a Carta de Embu, de
1976, onde foram apresentados os dispositivos jurídicos necessários para a instituição do
conceito de solo criado e os instrumentos dele decorrentes.
No Direito Urbanístico, esse tema está relacionado diretamente ao direito de construir.
A doutrina alude ao solo criado como o espaço edificado que não esteja em contato
direto com o solo natural, seja acima do nível do solo, seja abaixo (DALEFFE, 1997)5. É
também o solo artificialmente criado pelo homem, dotado de alguma utilidade (moradia,
comércio, lazer, etc.).
Para Eros Grau, a noção de solo criado desenvolveu-se a partir da observação da pos-
sibilidade de criação artificial de área horizontal, mediante a sua construção sobre ou sob
o solo natural.
Não se confunde, no entanto, a noção com a de ocupação do espaço aéreo, visto que pode haver
ocupação de espaço aéreo sem criação de solo; seria o caso de construção (...) da nave de uma
catedral gótica, também de grande altura, mas sem nenhum plano utilizado no intermediário
(GRAU, 1983, p. 57).
5
DALEFFE, Adriano (1997). Solo Criado e a Disciplina Urbanística da Propriedade» (PDF). Revista de Informação Legislativa
- Senado Federal. Consultado em 28 de julho de 2018.
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O solo criado se relaciona, portanto, com o movimento de crescimento vertical das cida-
des. A expansão das áreas ocupadas acaba gerando implicações diretas na infraestrutura
urbana e ordenação do espaço, cabendo ao poder público municipal estabelecer limitações
ao poder de construir.
A Carta de Embu atrelou o solo criado ao estabelecimento do coeficiente de aproveita-
mento único, preferencialmente igual a 1. Nesse sentido, foi reconhecida a constitucionalida-
de de os Municípios instituírem esse coeficiente único de edificação para todos os terrenos
em seu território.
Ademais, com vistas a evitar a valorização de determinadas áreas em detrimento da des-
valorização de outras, a instituição do coeficiente único para todas as zonas da cidade é me-
dida recomendada.
Este coeficiente poderá ser qualquer um, mas o mais razoável é que seja igual a “1,0”, o
que equivale a reconhecer que todo proprietário terá direito de erguer em seu terreno uma
construção correspondente a tantos metros quanto forem os da superfície do lote.
[...] cada metro quadrado do térreo dará o direito de construir 1m² de edificação – coeficiente, esse,
que poderá ser utilizado totalmente ou não, respeitados, evidentemente, os demais índices urba-
nísticos previstos para a zona (SILVA, 2015, p. 256).
6
AZEVEDO NETTO, D. et al. O solo criado. C. J. Arquitetura, Revista de Arquitetura, planejamento e construção, FC Editora,
São Paulo, n. 19, p. 9 – 11, 1977.
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O direito de construir acima do coeficiente único estabelecido terá que ser adquirido do Poder Pú-
blico por via de concessão, ou de particular por via de compra ou outra forma de aquisição que a
lei dispuser (SILVA, 2015, p. 257).
A partir dessas considerações, poderemos conceituar o solo criado como toda edificação
construída com coeficiente acima do coeficiente único, seja envolvendo a ocupação acima do
nível do solo, seja abaixo.
Por fim, destacamos alguns trechos da Carta de Embu:
Considerando que, no território de uma cidade, certos locais são mais favoráveis à implantação de
diferentes tipos de atividades urbanas;
Considerando que a competição por esses locais tende a elevar o preço dos terrenos e a aumentar
a densidade das áreas construídas;
Considerando que a moderna tecnologia da construção civil permite intensificar a utilização dos
terrenos, multiplicando o número de pavimentos pela ocupação do espaço aéreo ou do subsolo;
Considerando que esta intensificação sobrecarrega toda a infraestrutura urbana, a saber, a capaci-
dade das vias, das redes de água, esgoto e energia elétrica, bem assim a dos equipamentos sociais,
tais como, escolas, áreas verdes etc.;
Considerando que essa tecnologia vem ao encontro dos desejos de multiplicar a utilização dos
locais de maior demanda, e, por assim dizer, permite a criação de solo novo, ou seja, de áreas adi-
cionais utilizáveis, não apoiadas diretamente sobre solo natural;
Considerando que a legislação de uso do solo procura limitar este adensamento, diferenciadamen-
te para cada zona, no interesse da comunidade;
Considerando que um dos efeitos colaterais dessa legislação é o de valorizar diferentemente os
imóveis, em consequência de sua capacidade legal de comportar área edificada, gerando situações
de injustiça;
Considerando que o direito de propriedade, assegurado na Constituição, é condicionado pelo prin-
cípio da função social da propriedade, não devendo, assim, exceder determinada extensão de uso
e disposição, cujo volume é definido segundo a relevância do interesse social;
Admite-se que, assim como o loteador é obrigado a entregar ao poder público áreas destinadas
ao sistema viário, equipamentos públicos e lazer, igualmente, o criador de solo deverá oferecer à
coletividade as compensações necessárias ao reequilíbrio urbano reclamado pela criação do solo
adicional, e conclui se que:
1 - É constitucional a fixação, pelo município, de um coeficiente único de edificação para todos os
terrenos urbanos.
1.1 - A fixação desse coeficiente não interfere com a competência municipal para estabelecer ín-
dices diversos de utilização dos terrenos, tal como já se faz, mediante legislação de zoneamento.
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1.2 - Toda edificação acima do coeficiente único é considerada solo criado, quer envolva ocupação
de espaço aéreo, quer a de subsolo.
2 - É constitucional exigir, na forma da lei municipal, como condição de criação de solo, que o inte-
ressado entregue ao poder público áreas proporcionais ao solo criado; quando impossível a oferta
destas áreas, por inexistentes ou por não atenderem às condições legais para tanto requeridas, é
admissível sua substituição pelo equivalente econômico.
2.1 - O proprietário de imóvel sujeito a limitações administrativas, que impeçam a plena utilização
do coeficiente único de edificação, poderá alienar a parcela não utilizável do direito de construir.
2.2 - No caso do imóvel tombado, o proprietário poderá alienar o direito de construir corresponden-
te à área edificada ou ao coeficiente único de edificação”.
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[...] quando a prefeitura aprova o projeto de um edifício em terreno do requerente, adequado a essa
construção, deve expedir alvará de licença para construir; se, porém, no mesmo terreno ela apenas
consente que se construa privsória e precariamente um barracão para estacionamento de carros
ou outra atividade simplesmente tolerada, mas não assegurada por lei, ela expedirá um alvará de
autorização, revogável a qualquer tempo.
[...]
O alvará de autorização é sempre revogável pela Prefeitura, sumariamente e sem qualquer indeni-
zação, ao passo que o alvará de licença nem sempre o é (SILVA, 2015, p. 433).
Segundo José Afonso da Silva (2015), as licenças urbanísticas possuem alguns princípios
gerais:
• Princípio da Indispensabilidade: o particular que deseje exercer atividade é obrigado
a requerê-la, sendo certo que a Administração Pública não poderá dispensá-las nem
substituí-las por outra exigência ou compensação.
• Princípio do Caráter Vinculado: uma vez presentes os requisitos autorizadores, não po-
derá a Administração Pública negar a licença ao requerente, uma vez que o Poder Pú-
blico fica adstrito às exigências legais.
• Princípio da Transferibilidade: característica presente no momento de eventual transfe-
rência do imóvel. Em caso de alienação do imóvel, a licença transmite-se automatica-
mente aos seus adquirentes ou sucessores, ou seja, a licença segue o principal.
• Princípio da Autonomia: as licenças urbanísticas não analisam os aspectos relativos à
propriedade do imóvel, não influindo nas questões de domínio ou de eventual prejuízo
de terceiros.
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• Princípio da Definitividade: exercida a atividade nos prazos da licença, o ato não poderá
ser discricionariamente revogado.
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José Afonso da Silva (2015, p. 439) considera que não cabe à entidade indagar da regula-
ridade dominial, mas certamente lhe incumbe exigir a apresentação de um título que habilite
o requerente a construir no terreno.
2) Fase de apreciação do pedido: refere-se ao trâmite do processo pelo órgão público para
exame do projeto de construção, podendo a Administração requerer complementação dos
projetos ou realizar diligências.
3) Fase decisória: é a etapa de conclusão do procedimento, onde a licença será deferida
ou indeferida. Cabe ressaltar que se o interessado atender às exigências, terá seu pedido de-
ferido, outorgando-se a licença solicitada (SILVA, 2015, p. 441).
• Aplicação de multas;
• Interdição da atividade desenvolvida em desconformidade;
• Embargos de obras em execução: consiste, para José Afonso da Silva (2015, p. 452), na
determinação de paralisação da obra expedida pela autoridade competente para exer-
cer a polícia das construções.
• Demolição compulsória: é considerada a mais gravosa medida administrativa, aplicá-
vel a casos extremos de infração e desde que outros meios não possam ser utilizados.
Nesse sentido, a doutrina leciona que se a obra possui uma licença prévia, a ordem de
demolição não pode ser expedida sumariamente, sendo imprescindível a instauração
de procedimento administrativo com a oitiva do interessado, de modo a assegurar o
exercício do contraditório e ampla defesa.
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Vimos que a proteção da ordem urbanística também se dá na via judicial, por meio da
esfera cível e penal.
Na esfera cível temos as ações civis para defesa da ordem urbanística, que podem ser
propostas tanto pela Administração, a exemplo da Ação Civil Pública, como pelos particu-
lares, a exemplo da Ação Popular (art. 5º, inciso LXXIII da CRFB) e da Ação de Nunciação de
Obra Nova, que visa a proteção dos direitos materiais previstos nos arts. 1301 a 1312 do Có-
digo Civil, fundamentada nos direitos de vizinhança e de construção.
Na seara penal, a Lei n. 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano,
prevê uma série de agressões à ordem urbanísticas configuradas criminosas e passíveis, por-
tanto, de responsabilização penal.
Segue a transcrição dos artigos 50 a 52 da referida Lei:
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Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, re-
gistrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar
registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes o maior
salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
7. Legislação
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo compro-
vada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os se-
guintes tributos:
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre ini-
ciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
[...]
III – função social da propriedade;
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências funda-
mentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, suces-
sivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão pre-
viamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou
a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à cole-
tividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços pú-
blicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações repre-
sentativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanha-
mento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da socieda-
de no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da popula-
ção e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de
modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre
o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI –
ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação
à infraestrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos
geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
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Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver,
salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e terri-
torial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.
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§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei mu-
nicipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão ur-
bana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habita-
ção, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos
do parágrafo anterior.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmem-
bramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais
pertinentes.
§ 1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,
com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modi-
ficação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi-
cação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura
de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos
já existentes.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
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II – em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
III – em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se aten-
didas exigências específicas das autoridades competentes;
IV – em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V – em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.
I – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para
fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as dispo-
sições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;
II – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo
para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de
licença;
III – fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a
interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo
para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.
Pena – Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes
o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único. O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.
I – por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instru-
mentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não
registrado no Registro de Imóveis competente.
II – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado,
ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave.
III – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembra-
do, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato
a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de
1999)
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Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo
anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos
praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.
Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competen-
tes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos,
ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes
o maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CEBRASPE/TJ-RR/ANALISTA PROCESSUAL/2012) Compete à União, mediante
lei complementar, instituir microrregiões, com a finalidade de promover a redução das desi-
gualdades regionais.
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o risco de não sustentabilidade da qualidade de vida em muitas cidades, seja pela destruição
de recursos naturais e do patrimônio cultural que possuíam, seja pela gestão e operação pou-
co cautelosas e não planejadas de seus serviços.
Maria do Carmo de Lima Bezerra e Marlene Allan Fernandes. Cidades sustentáveis: subsídios
à elaboração da Agenda 21 brasileira. MMA, Brasília, 2000, p. 39-40 (com adaptações).
Com referência à problemática da sustentabilidade das cidades, julgue o item a seguir.
Um dos instrumentos de busca da sustentabilidade das cidades, previsto em lei federal, é a
gestão orçamentária participativa, a ser realizada independentemente da filiação política da
administração municipal.
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Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado estatuto da ci-
dade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar, entre outros aspectos, a ins-
talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente.
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Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as áreas susce-
tíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de inundações bruscas. Certo
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II – É facultado ao Poder Público municipal, mediante Decreto específico para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos de lei municipal, do proprietário de solo urbano não edificado
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de imposição de penalidades sucessi-
vas.
III – Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não se trate de imóvel público e que o possuidor não seja proprietário de outro
imóvel.
IV – O cumprimento da função social da propriedade urbana dependerá do atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor do Município,
aprovado pela Câmara Municipal e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
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e) é vedada a usucapião de imóveis públicos, salvo no caso de imóvel urbano de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, utilizados por famílias de baixa renda como moradia, por cin-
co anos, sem interrupção e sem oposição.
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nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
a) mediante prévia manifestação do órgão estadual competente, a quem cabe opinar pela
aplicação da penalidade mais apropriada ao proprietário infrator, dentre as sanções previstas
na Constituição Federal.
b) sob pena de aplicação de sanções ao proprietário, dentre as quais a Constituição Federal
não admite a cobrança de imposto sobre propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo, já que esse tributo não tem finalidade extrafiscal.
c) sob pena de, entre outras medidas, parcelamento compulsório do imóvel, estando veda-
da pela Constituição Federal a aplicação da sanção de edificação compulsória pela admi-
nistração pública municipal, já que esta última somente poderá ser determinada por ordem
judicial.
d) sob pena de, entre outras medidas, desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, nos termos previstos
pela Constituição Federal.
e) sob pena de, entre outras medidas, confisco do bem, mediante processo judicial em que
sejam asseguradas ao proprietário a ampla defesa e o contraditório.
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talação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
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GABARITO
1. E 14. b 27. e
2. C 15. C 28. b
3. a 16. e 29. c
4. E 17. C 30. d
5. c 18. a 31. c
6. e 19. E 32. c
7. e 20. E 33. c
8. C 21. E 34. c
9. C 22. C 35. c
10. C 23. C 36. c
11. b 24. C 37. C
12. e 25. C 38. C
13. e 26. E 39. C
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CEBRASPE/TJ-RR/ANALISTA PROCESSUAL/2012) Compete à União, mediante
lei complementar, instituir microrregiões, com a finalidade de promover a redução das desi-
gualdades regionais.
Errado.
Nos termos do art.25, § 3º, da CF/88:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Certo.
A questão reproduz com exatidão o disposto no art. 25, § 3º, da CRFB.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
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Letra a.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões, microrregiões e aglomerações são
matérias de competência da lei complementar estadual.
Errado.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões metropolitanas, aglomerações urba-
nas e microrregiões, não possuem personalidade jurídica, governo e administração própria.
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b) cabe à União editar normas gerais a respeito da instituição das regiões metropolitanas.
c) poderão ser instituídas apenas por lei complementar estadual.
d) poderão ser constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes ou não.
e) tem como objetivo a transferência de competências municipais para o âmbito exclusivo do
Estado-membro.
Letra c.
Conforme disposto no art. 25, § 3º, da CF/88, as regiões, microrregiões e aglomerações são
matérias de competência da lei complementar estadual.
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Letra e.
A instituição da região metropolitana abordada na questão está em consonância com o art.
25, § 3º, da CRFB.
Letra e.
a) Errada. O ordenamento dos prédios e a construção das ruas se enquadram; são temas
atinente ao direito urbanístico, podendo ser considerada como diretriz da ordem urbanística.
b) Errada. Conforme vimos ao longo da aula, a justa distribuição dos benefícios e ônus decor-
rentes do processo de industrialização são preocupações do direito urbanístico.
c) Errada. A falta de infraestrutura em determinado bairro torna identificáveis os titulares do
direito, não podendo falar-se em direito difuso.
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d) Errada. De acordo com o disposto no artigo 2º, inciso XIV do Estatuto das Cidades: XIV
– regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e
edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
e) Certa.
Certo.
Independente de filiação política, deve a administração municipal realizar a gestão orçamen-
tária participativa.
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Certo.
Nos termos do art. 2º, inciso I do Estatuto das Cidade, o transporte constitui uma diretriz geral
da política urbana, a saber:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
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Certo.
O cumprimento do Plano Direto objetiva a ordenação da cidade para viabilizar o desenvolvi-
mento com infraestrutura para o tráfego e outras necessidades da população.
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e) V – V – F – V – V
Letra b.
Itens II e V são falsos:
Item II: As sanções aplicáveis ao proprietário que estiver com seu lote não edificado, subutili-
zado ou não utilizado é uma lista exaustiva e não exemplificativa.
Item V: O erro do referido item está em afirmar que o Plano Direto poderá ser alterado por meio
de Decreto, quando apenas lei poderá fazê-lo, eis que a Constituição exige aprovação do ins-
trumento pela Câmara Municipal.
Art. 182, § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão ur-
bana.
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Letra e.
Todos os itens estão corretos.
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Letra e.
Constitui sanção prevista no artigo 50 da Lei n. 6.766/79 a alienação de lotes não ocupados.
Letra b.
a) Errada. A garantia do direito a cidades sustentáveis é entendido como o direito à terra ur-
bana e não rural.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao traba-
lho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
b) Certa. A letra b reproduz com exatidão o disposto no artigo 2º, inciso III do Estatuto das
Cidade.
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no pro-
cesso de urbanização, em atendimento ao interesse social;
c) Errada. A diretriz referente à ordenação e controle do uso do solo e traçada como forma de
evitar e não minimizar.
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VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o de-
senvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda me-
diante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica-
ção, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
Certo.
A questão aborda entendimento da Hely Lopes Meirelles: “as normas de ordem pública são
cogentes, imperativas. Assim, ao imporem altura máxima aos prédios, podem gerar obriga-
ções e direitos subjetivos entre os vizinhos, interessados na sua fiel observância por parte de
todos os proprietários sujeitos às suas exigências”.
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Letra e.
a) Errada. O planejamento de construção de ruas e de prédios e o transporte constituem dire-
trizes da ordem urbanística.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das ati-
vidades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir
as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente.
b) Errada. Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
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Certo.
De acordo com a Constituição Federal, o Plano Diretor é uma lei a ser aprovada pela Câmara
Municipal obrigatória para cidades com mais de vinte mil habitantes. Constitui, ainda, ins-
trumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, tal qual previsto no
parágrafo 1º, do artigo 182, da CF.
Ainda, a função social da propriedade urbana é cumprida quando esta obedece aos padrões
de saneamento, zoneamento, construção e todas as demais exigências do plano diretor. (ar-
tigo 182, § 2º, da CF).
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Letra a.
a) Certa. Conforme art. 183, §2º da CF, a usucapião pró-moradia não será reconhecida ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
latos.
c) Errada. Conforme art. 30, VIII da CF, a competência é exclusiva dos Municípios.
Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Errado.
Conforme art.182, § 1º, da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obriga-
tório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
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poder público, dos loteadores e dos compradores. Acerca desse assunto, julgue o item que
se segue.
Novos empreendimentos destinados à construção de habitações de interesse social com pe-
queno potencial de impacto ambiental em área urbana ou de expansão urbana estão dispen-
sados de licenciamento ambiental.
Errado.
Conforme art. 64 da Lei n. 12.651/12: “Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais que ocu-
pam Áreas de Preservação Permanente, a regularização fundiária será admitida por meio da
aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei específica de regularização
fundiária urbana”.
Errado.
Conforme art.4º, § 2º, da Lei n. 10.257/2001: “§ 2º Nos casos de programas e projetos habita-
cionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública
com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos
poderá ser contratada coletivamente”.
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Certo.
A questão coaduna com o disposto no art. 182, § 4º, da CF/88:
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
Certo.
A questão aborda um problema enfrentado por muitas cidades brasileiras, as ocupações ir-
regulares.
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Certo.
A questão aborda a necessidade de harmonização do crescimento dos centros urbanos e
seus serviços, como por exemplo, pavimentação e altura das edificações. O Estatuto da Ci-
dade traz, como diretriz, a observância de limites entre equipamentos e serviços urbanos, de
modo a respeitar o equilíbrio ambiental.
Certo.
Segue o entendimento de importante julgado do STJ:
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que o Município tem o poder dever de agir para fiscalizar e regularizar loteamento irre-
gular, pois é o responsável pelo parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, atividade
essa que é vinculada, e não discricionária. Precedentes: REsp 432.531/SP, 2ª Turma, Rel.
Min. Franciulli Netto, DJ de 25.4.2005; REsp 448.216/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux,
DJ de 17.11.2003; REsp 131.697/SP, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de
13.6.2005. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, não provido.
(REsp 1170929/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em
20/05/2010, DJe 27/05/2010.
Errado.
A questão trata do princípio da supremacia do interesse público. Existindo confronto entre os
interesses, há de prevalecer o coletivo, ou seja, o que beneficiará a maior parte da população.
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II – É facultado ao Poder Público municipal, mediante Decreto específico para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos de lei municipal, do proprietário de solo urbano não edi-
ficado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de imposição de penalidades
sucessivas.
III – Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não se trate de imóvel público e que o possuidor não seja proprietário de outro
imóvel.
IV – O cumprimento da função social da propriedade urbana dependerá do atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor do Município,
aprovado pela Câmara Municipal e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Letra e.
Item I: Não são todas as desapropriações que se darão mediante prévia e justa indenização
em dinheiro. Há exceção no art. 182, §4º, inciso III, a saber:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
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Item II: O poder público só poderá ser exigir do proprietário de solo urbano não edificado que
promova seu adequado aproveitamento por meio de lei, conforme no §4º acima transcrito.
Desse modo, o Decreto não é meio hábil para tal exigência.
Item III: O item reproduz a redação do art. 183 da CRFB:
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadra-
dos, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
(Regulamento)
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
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e) é vedada a usucapião de imóveis públicos, salvo no caso de imóvel urbano de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, utilizados por famílias de baixa renda como moradia, por cin-
co anos, sem interrupção e sem oposição.
Letra b.
a) Errada. A política de desenvolvimento urbano compete ao Poder Público Municipal.
a) Certa. A alternativa reproduz o disposto no art. 182, § 2º, da CRFB.
c) Errada. Nesse caso, a indenização se dá em dinheiro.
d) Errada. O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
e) Errada. Não serão objetos de usucapião os imóveis públicos que estiverem em áreas urba-
nas. Nesse sentido, cita-se a Súmula 340 do STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens
dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
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com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais.
e) a aquisição, mediante usucapião, do domínio de qualquer área urbana de até 250 metros
quadrados, possuída por cinco anos ininterruptos e utilizada como moradia própria ou da
família, concedendo-se o título respectivo ao homem ou à mulher, ou a ambos, independen-
temente do estado civil.
Letra c.
a) Errada. Nos termos do art. 184 da CRFB, o imóvel desapropriado deverá ter sua utilização
definida em lei.
b) Errada. Conforme art.182, § 1º, da CF/88, o plano diretor é obrigatório para municípios com
mais de 20 mil habitantes.
c) Certa. Está em conformidade com o art.182, § 4º, da CF/88.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
d) Errada. Segundo o art. 182, § 4 º da CF, a desapropriação, pelo não cumprimento de sua
função social, se dará com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão pre-
viamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
e) Errada. Não serão objetos de usucapião os imóveis públicos que estiverem em áreas urbanas.
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Letra d.
a) Errada.
b) Errada. Segundo o art.182, §4º, II da CF, a cobrança dos impostos sobre a propriedade
predial e territorial urbana tem finalidade extrafiscal.
c) Errada. Conforme art.182, § 4º, I da CF e art. 5º da Lei n. 10.257/2001, a Administração
Pública, com fundamento no Poder de Polícia, pode aplicar a edificação compulsória e o
parcelamento compulsório, sem a necessidade de autorização judicial.
d) Errada. A alternativa reproduz com exatidão o disposto no art. 182, §4º, III da CF:
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§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Letra c.
a) Errada. Não é absoluta a desapropriação da pequena e média propriedade rural, nos termos
do art.185 da CF.
b) Errada. Segundo o disposto no art. 243 da CRFB, a desapropriação de glebas em que localiza-
das culturas ilegais de plantas psicotrópicas se dará sem qualquer indenização ao proprietário.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas cul-
turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.
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§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
d) Errada. Usucapião de área urbana é reconhecido àquele que possuir área urbana de até
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, nos termos do art. 183 da CF.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
e) Errada. Conforme art. 5º, XXV da CF, no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulte-
rior, se houver dano.
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Letra c.
a) Errada. A competência, conforme visto, é da União.
b) Errada. A competência, conforme visto, é da União.
c) Certa. Compete à União desapropriar imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, com pagamento mediante títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, nos termos do art. 184 da CF.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
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Letra c.
Tal previsão contida na Constituição Estadual é inconstitucional, pois fazer exigência diversa
do disposto na CF é inconstitucional, além de se tratar de competência dos entes municipais.
Ainda, o plano diretor é instrumento obrigatório para municípios com mais de vinte mil habi-
tantes.
Letra c.
a) Errada. O prazo para resgate é de 10 anos, conforme § 4º, inciso III do mesmo art. 182.
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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
d) Errada. O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para cidades com
mais de vinte mil habitantes.
e) Errada. A modalidade prevista é a individual, conforme disposto no art. 183 da CF.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Letra c.
a) Errada. Não se trata de competência privativa (art. 30, VIII da CF).
b) Errada. O Município deve observar os critérios definidos na legislação estadual.
c) Certa. Em matéria urbanística, conforme art. 21, inciso XX da CF, compete à União: XX -
instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos. Ainda, o art. 3º, inciso IV do Estatuto da Cidade, prevê:
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d) Errada. Tal competência também cabe aos Estados, conforme art. 21, inciso I da CF.
Letra c.
Item I - Certo: Conforme aplicação conjunta do art. 24, inciso I c/c art. 30, incisos II e VIII da CF:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Art. 30. Compete aos Municípios:
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
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VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Item II - Certo: Consoante previsto na Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal
que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional n. 29/2000, alíquotas progressivas
para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana.
Item III - Errado: Viola o princípio da autonomia municipal, pois a quantidade piso é de vinte
mil habitantes.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
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Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 2º, inciso VI, alínea ‘d’ do Estatuto da Cidade:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de
tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;
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Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 4º, inciso III, alínea ‘f’ do Estatuto da Cidade:
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
III – planejamento municipal, em especial:
f) gestão orçamentária participativa.
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Certo.
A questão reproduz o disposto no art. 2º, inciso V do Estatuto da Cidade:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais;
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REFERÊNCIAS
DA SILVA, J. A. Direito Urbanístico Brasileiro. 7ª Edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2015.
GRAU, E. R. Direito Urbano: regiões metropolitanas, solo criado, zoneamento e controle am-
biental. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1983.
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