Defesa em Impugnação de Candidatura-Desaprovação de Contas

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Defesa em ação de impugnação de candidatura por desaprovação de contas

Elaborado em 07.2000.

Veja uma contestação em ação de impugnação de registro de candidatura a


cargo eletivo, que se baseia na desaprovação das contas do candidato quando
exerceu cargo eletivo, em função de desobediência aos patamares máximos de
despesas com servidores e mínimos de gastos com educação. A contestação
alega que a votação das contas está sendo alvo de ação judicial, e que, de
acordo com a súmula nº 1 do TSE, se a desaprovação das contas pelo Tribunal
de Contas for contestada judicialmente, a inelegibilidade fica suspensa até
decisão judicial transitada em julgado.

Elaborado por Josedeo Saraiva de Sousa, advogado em Campina Grande


(PB).

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIRETO DA 24a ZONA


ELEITORAL DESTA COMARCA DE PARELHAS – RIO GRANDE DO NORTE.

Processo n.º

F. G. D., já devidamente qualificado nos autos do processo supra, por


seus advogados no final assinado, ut instrumento de mandato junto (doc. 01),
Bel. JOSEDEO SARAIVA DE SOUZA, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na
OAB/RN sob n.º 30006-A, ambos com escritório na Rua José Francisco, n.º
572, Bairro Dinarte Mariz, E. (RN), CEP: 5000.355-000, onde recebem as
comunicações de estilo, vem respeitosamente perante V. Exa., apresentar
CONTESTAÇÃO, nos autos da AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE
CANDIDATURA A CARGO ELETIVO, que lhe é promovido pela COLIGAÇÃO
"X", integrada pelos partidos A/B, no Município de E. (RN), representados neste
ato pela Sra. C. A., também devidamente qualificada, o que o faz pelos pelos
fatos e fundamentos a seguir arrazoados:

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1. DOS FATOS

Alega a Coligação "X", em seu arrazoado, que "A Coligação Y, formada pelo
Partido C e pelo Partido D, requereu perante este Juízo, o Registro da
Candidatura do Senhor F. G. para o cargo de Prefeito do Município de E. – Rn,
cujo pedido foi publicado no dia 06 de Julho de 2000, no fórum local. "

A autora insurge-se por meio da presente ação de impugnação de registro de


candidatura, alegando inicialmente que: " o impugnado exerceu o cargo de
Prefeito Constitucional do Município de E.-RN, durante o período de 10000003
à 10000006, desenvolvendo à época um trabalho nocivo aos interesses do
Município. "
Aduz ainda que o Colendo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do
Norte, conforme parecer anexado a inicial, "recomendou ao Poder Legislativo
Municipal a não aprovação da prestação de contas do impugnado referente ao
exercício de 10000003 ", tudo conforme processo anexado a presente ação.

Diz a autora que dentre as irregularidades apontadas, o Egrégio TCE-RN,


detectou que o impugnado na qualidade de Ex-Prefeito, não havia gasto com a
manutenção e desenvolvimento do ensino o percentual mínimo estipulado pela
Constituição, que é de 25 % (vinte e cinco Por cento), tendo o impugnado gasto
apenas 23,1000 % (vinte e três vírgula dezenove Por cento).

Assevera ainda a coligação adversa que o impugnado quando no exercício do


cargo, ainda no exercício financeiro de 10000003, teria desobedecido ao limite
máximo com gastos com pessoal, que era na ordem de 65 % (Sessenta e cinco
por cento), violando assim, outro preceito constitucional.

Que diante de tais irregularidades o Poder Legislativo local ratificou o parecer


do TCE-RN, rejeitando as contas do impugnado referente ao exercício de
10000003.

Ainda que o requerido durante a sua gestão no Município de E. não cometeu


só as condutas acima estipuladas, pois, responde ainda a ação promovida pelo
Ministério Público e uma ação de reparação de danos., promovida pelo
Município de E..

Diante de tais fatos pede a esta Justiça Especializada que declare inelegível o
impugnado e assim, recuse o pedido de registro de candidatura do mesmo.

Na verdade dos fatos a coligação autora, sente-se imbuída de um poder


judicante, alegando fatos controversos que estão inclusive sob a batuta da
Justiça Comum, onde o impugnado provará a inverdade e a sua absolvição
virá, diante das acusações levianas e apócrifas que contra si são levantadas,
fruto do desespero de seus adversários.

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2. PRELIMINARMENTE,

Cumpre-nos revelar que a inicial de fls., falseia a verdade inderrogável dos


fatos.

2.1. DA INÉPCIA DA INICIAL

De plano, apenas numa análise perfunctória vê-se que a Coligação X não está
devida e legalmente representada nos moldes consubstanciados pelo art. 12,
Inciso IV do Código Processual Civil, devendo ser a presente ação extinta sem
julgamento do mérito acolhendo o que determina o art. 267, VI do Código de
Processo Civil Brasileiro.
Com efeito dispõe o art. 12, VI do CPC:

"Art. 12. Serão representados em juízo ativa e passivamente:

I. As pessoa jurídicas Por quem os respectivos estatutos designarem, ou


não designando, Por seus diretores. "

Compulsando os autos nota-se claramente que a autora não trouxe os


documentos indispensáveis à propositura do feito, ou seja a representante da
coligação não juntou aos autos a ata constitutiva da coligação que assina a
inicial, o edital de convocação e a ata que homologou a aludida convenção,
bem como inexiste documento que comprove a indicação da Sra. C. A., pelos
partidos coligados como representante da coligação, existindo aí a preliminar
de defeito de representação (art. 301, VIII do CPC).

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3. DA VERDADE DOS FATOS E DOS ASPECTOS JURÍDICOS


ANALISADOS NO MÉRITO.

A coligação impugnante estriba-se em desaprovação das contas do


demandado pela Augusta Casa Legislativa, em consonância com parecer do
Egrégio Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte.

Diante de tal condenação, imputa ao impugnado a qualidade de inelegível,


sendo este o pedido Por qual se funda a inicial de fls..

Desconhece por ignorância ou simplesmente omite-se quanto ao fato que a


aludida prestação de contas que foi desaprovada pelos órgãos fiscalizadores
(Câmara Municipal e Tribunal de Contas) já está sob a apreciação do Poder
Judiciário, na Justiça comum, que é o órgão legal e que possui competência
para dirimir qualquer controvérsia acerca da matéria em questão.

Assim, é de se dizer que a Câmara Municipal de E. (RN), por meio de sua


Presidente Constitucional – Sra. E. G. C. D., ingressou com uma
Representação junto ao Ministério Público desta Comarca (processo de
registro cronológico n.º 1.40000/000000), contra o ora defendente, cujo objetivo
e causa da inicial é a reprovação da prestação de contas que originou a
presente ação de impugnação.

E, se dita questão está sob a apreciação do Poder Judiciário, não cabe mais
falar ou pedir a inelegibilidade do ora impugnado.

Ainda que, sabendo-se o impugnado que é vítima de uma sórdida perseguição


política, e que a Câmara Municipal não aprovou suas contas por mera
oposição, uma vez que foi detectado que o Egrégio Tribunal de Contas,
cometeu algumas irregularidades na apreciação das contas do demandado, o
que gerou a desaprovação das mesmas, notadamente na conversão das
moedas, que inclusive é matéria controversa que está sendo questionada na
Justiça Comum desta Comarca, por meio da Ação Declaratória de Nulidade,
que foi ingressada em juízo, antes da ação ora contestada.

É de notar-se que no Estado Democrático de Direito a Capacidade passiva


eleitoral, qual seja, o sagrado direito de ser votado é a regra, sendo a
inelegibilidade sua exceção, desde que não se comprove pela via judicial a
injustiça causada na apreciação de supostas irregularidades.

Com efeito prescreve a Lei Maior, em seu art. 1.º, Parágrafo Único:

" Todo o Poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos diretamente ou nos termos desta Constituição. "

Ora, o que bem pretende a coligação que ilegalmente assina a inicial é retirar
do crivo do voto popular, a candidatura do demandado, pois sente na mesma a
representação dos anseios populares de então. Tendo em vista que o
candidato a Prefeito para o pleito que se avizinha é o atual Prefeito Municipal,
que desobedece a Carta Magna, pois, não paga o salário mínimo aos
servidores municipais, limita o número de pessoas doentes que podem ser
atendidas, deixa as ruas públicas entregues ao lixo, e mesmo assim, ainda tem
a coragem de submeter-se ao sufrágio popular.

Na verdade as contas do exercício de 10000003, só receberam parecer


desfavorável, diante do erro cometido pela equipe de inspeção do E. TCE/RN,
que converteram errado a moeda da época de 10000003, para a moeda atual
que é o real, conforme está comprovada nos autos da Ação Declaratória que
está sendo processada em juízo, cuja cópia anexamos, juntamente com cópia
da representação formulada pela Câmara Municipal junto ao Ministério Público
desta Comarca.

É de bom alvitre informar que ditas contas desaprovadas são do tempo do


advento do plano real, e com o questionamento judicial, torna ofuscado o
pedido de inelegibilidade da autora.

A ação declaratória que se processa tem o condão de tornar nulos os atos até
então praticados pelos órgãos fiscalizdores, cuja verdade será devidamente
apurada com a realização de perícia técnico-contábil conforme requerido nos
autos ora mencionados.

É de sabença geral que com a entrada em vigor do plano real, verdadeira


confusão proliferou nos órgãos governamentais com erros inaceitáveis na
conversão da moeda (Cruzeiro – cruzeiro real – real ).

A autora mediante os fatos acima narrados pede em juízo a inelegibilidade


constante no art. 1.º, I, " g " da Lei Complementar n.º 64/0000, pugnando
assim, pela inelegibilidade do impugnado nos termos iniciais.

Data Máxima Vênia, a interpretação apócrifa que a coligação autora faz da


aludida lei, é no mínimo de quem desconhece a lei.
Ora, é desconhecer os efeitos da Súmula n.º 01 do Colendo Tribunal Superior
Eleitoral que é aplicado na espécie, ante o questionamento judicial anterior a
ação impugnatória.

Ditas acusações constantes na inicial, muitas fruto dos arroubos de quem ainda
não aprendeu a viver num Estado Democrático de Direito, denota a forma
arbitrária e irresponsável que é usada pelo Candidato da Coligação X, pois,
inexiste qualquer SENTENÇA CONDENATÓRIA COM TRÂNSITO EM
JULGADO, que milite em desfavor do demandado.

Veja-se ainda a forma cruel e arbitrária de que se utilizam os adversários do


ora impugnado, pois, suas contas foram para apreciação do plenário da casa
legislativa municipal, e lá submetidas a votação pelo plenário, mas mesmo
assim, o demandado sequer foi intimado para comparecer a dita sessão, e nela
saber que provas militam em seu desfavor, para assim, poder usar do sagrado
direito constitucional de defender-se, pois, prevê o art. 5.º, VIII e LX, que
passamos a transcrever ipsi litteris:

" Art. 5.º VIII. Ninguém será privado de seus direitos por motivo de crença
religiosa ou e convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa
fixada em lei. "

" Art. 5.º LV. Aos litigantes , em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório, a ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes, "

Pois, bem o impugnado não pôde exercer o sagrado direito de defender-se,


existindo um sumário julgamento contra o demandado, onde agora novamente
procuram retira-lhe o mesmo e necessário, imperioso direito de provar-se
inocente.

Pode V. Exa., bem observar que nos autos da ata que deliberou pela
desaprovação das contas do impugnado, inexiste qualquer ato da mesa
diretora que importe no cumprimento da necessária intimação do demandado
para comparecer e defender-se das provas contra si produzidas.

Assim, ainda para dirimir qualquer controvérsia acerca da matéria em questão,


passamos a analisar o relatório anual do exercício de 10000003, que encontra-
se explicitamente explicado nos autos da ação declaratória que se processa
perante o juízo comum desta Comarca, cuja peça inicial ora anexamos.

Apontamos na peça inicial que acima comentamos que houve por parte do
corpo técnico do Egrégio Tribunal de Contas, um erro crasso na conversão da
moeda o que levou para menos o percentual aplicado na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nos gastos com pessoal.

Exemplarmente usando números do próprio relatório veja-se o seguinte:


No item 02 que recebe o título de execuções orçamentárias e da receita
aplicada, os valores importam em Cr$ 111.267.257,31, que após a conversão
para a moeda atual (real) chegou-se a importância de R$ 1.776,23 (Hum mil,
setecentos e setenta e seis reais e vinte e três centavos), enquanto que:
No item n.º 03, que recebe o título "Da despesa realizada chegou-se ao
montante de Cr$ 47..757.665,00, que após convertido para o real, importou na
quantia de R$ 6.771,71 (Seis mil, setecentos e setenta e um reais e setenta e
um centavos).
Portanto, no item n.º 01 o valor para conversão é infinitamente superior ao
valor para conversão do item n.º 02, e veja-se o montante apurado, que
chegamos a grande controvérsia, pois, o valor em real apurado no item 01, é
menor do que o valor em real apurado no item n.º 02.

Assim, havendo a correção e conversão correta, chegamos a índices maiores


do que os 25 % (vinte e cinco Por cento ) na aplicação da manutenção e
desenvolvimento do ensino e a percentual inferior ao que é denunciado como
em gasto com pessoal. E neste último item reside a grande controvérsia, como
pode alguém gastas mais de três vezes o valor que se recebe ?

Diante de tais fatos passamos a fazer uma análise jurídica na elegibilidade do


demandado.

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4. DO DIREITO

Inicialmente trazemos à colação o disciplinamento sempre necessário do


saudoso Professor HELY LOPES MEIRELLES, que nos ensina:

" Ao Poder Judiciário é permitido perquirir todos os aspectos da legalidade e


legitimidade para descobrir e pronunciar a nulidade de ato administrativo onde
ela se encontre, e seja, qual for o artifício que o encubra. " ( Curso de Direito
Administrativo, Ed. Malheiros, 10000007, pg. 612).

Também é posicionamento jurisprudencial:

" Para que o judiciário bem possa verificar se houve exata aplicação da lei,
forçoso é que examine o mérito da sindicância ou processo administrativo que
encerra o fundamento legal do ato. " (NDA, 27/214).

E como acima asseveramos, se a questão da irregularidade está sendo


discutida e apreciada pelo Poder Judiciário, e se a desconstituição da suposta
irregularidade foi proposta antes da ação de impugnação, nos termos da
Súmula n.º 1/TSE, está suspensa possível inelegibilidade, e para comprovação
do alegado, citamos integralmente a SÚMULA N.º 1 DO C. TSE, que dispõe o
seguinte:

" O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, usando de suas atribuições que lhe


conferem o art. 23, XV do Código Eleitoral, resolve editar a seguinte súmula:
PROPOSTA A AÇÃO PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO QUE
REJEITOU AS CONTAS ANTERIORMENTE A IMPUGNAÇÃO, FICA
SUSPENSA A INELEGIBILIDADE. " Grifos nosso. (DJ. 23.0000.0002).

E nestes termos é imperioso também valemo-nos do que preceitua o art. 5.º,


XXXV da CF/88:

" A lei não excluirá da apreciação do Poder judiciário, lesão ou ameaça a


direito. "

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5. DA DOUTRINA

Farta e remansosa é a nossa Doutrina dobre o assunto em comento,


destacamos pois a lição sempre balizada de JOEL JOSÉ CÂNDIDO em sua
obra " INELEGIBILIDADES NO DIRIETO BRASILEIRO ", Ed. 1a, 2012, pg.
200:

"Ajuizada a ação nos moldes preconizados pela súmula n.º 01 do TSE, o


candidato poderá concorrer naquele pleito e nos pleitos que se sucederem em
quanto estiver em andamento a ação. Assim, durante o tempo, em que a ação
estiver sendo discutida em juízo, estará presente a elegibilidade, ou pelo
menos, não terá eficácia a inelegibilidade que fora aplicada ao candidato. Esta
ficará suspensa no curso da ação. "

No mesmo sentido também comunga o exponente eleitoralista TORQUATO


JARDIM, em sua obra " DIREITO ELEITORAL POSITIVO ", Ed. Brasília
Jurídica, 2a Edição, pg. 76, que afirma:

" O tão só ajuizamento de uma ação anulatória, a qualquer tempo antes da


impugnação do pedido de registro de candidatura desde que ainda no prazo
prescricional de cinco anos, é suficiente para afastar a inelegibilidade. "

Ainda discorrendo sobre a matéria em apreço, afirma JOEL JOSÉ


CÂNDIDO, op. cit. pg. 10004:

" O mérito da ação versará sobre todos os aspectos do julgamento das contas
que implicarem sua rejeição. "

É nesta mesma linha que trilha o Jovem Jurista ADRIANO SOARES DA


COSTA, que em sua obra " INSTITUIÇÕES DE DIREITO ELEITORAL ", Ed.
Del Rey, 3a Edição, pg. 158, cujo ensinamento a seguir esposa o seguinte:

" Se o ordenador de despesas ingressar com alguma ação processual,


atacando todos os pontos da decisão administrativa que lhe negou a aprovação
das contas, a inelegibilidade é interrrompida.
Desse modo, apenas após a decisão final irrecorível, em sede judicial, mantida
a decisão administrativa, é que se anexará o efeito da inelegibilidade, pelos
cinco anos posteriores ao instante em que a decisão administrativa ou
legislativa passou a ter efeito.

Destarte, basta o ajuizamento da ação civil para se afastar a inelegibilidade,


pouco importando seja ela bem fundada. Apenas exigir-se-à dela o ataque a
todos os fundamentos da decisão administrativa (ou legislativa) vergastada,
como único controle possível de sua viabilidade e seriedade."

Segue o Jovem Eleitoralista, na mesma obra, pgs. 15000/160:

" Advirta-se nesse passo que o momento hábil para o ajuizamento da ação
processual a ser intentada visando afastar a anexação da inelegibilidade será
antes do registro da candidatura. É que apenas terá utilidade para fins
eleitorais, a propositura da ação civil, registrada antes da ação de impugnação
de registro de candidatura, vez que a causa de pedir desta ação eleitoral é
justamente a existência da cominação de inelegibilidade potenciada não
podendo mais ser melindrada por posterior ação civil. "

Assim, pelas considerações doutrinárias acima declinadas, está o impugnado


discutindo a matéria que gerou a ação ora contestada, na seara judicial, o que
gera o ofuscamento da pretensão da coligação "X", e assim, lhe permite a
condição de elegibilidade e lhe permite a obtenção do registro de sua
candidatura, porque este também é o desejo dos eleitores de E., dos partidos
que o indicam para postular o pleito majoritário que se avizinha.

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6. DA JURISPRUDÊNCIA.

Sobre a matéria em apreço, é posicionamento corrente de nosso mais


Ilustrados Tribunais Superiores:

" A rejeição legislativa de contas públicas, com fundamento na ausência de


aplicação do percentual compulsório mínimo determinado pelo texto
constitucional em favor do ensino fundamental, não conduz por si só, ao
reconhecimento de uma situação concretizadora de improbidade
administrativa. LC. 64/0000, art. 1.º, inc. I, letra "g". (RG STF, 160.472-8, Rel.
Min. Celso de Mello, Rollo e Braga, Inelegibilidade à Luz da Jurisprudência,
Fiusa, pg. 84).

" A inelegibilidade por improbidade administrativa requer decisão judicial


passada em julgado. Recurso não provido. " (AC. 13.411, 11.11.10000006,
Resp. Rel. Min. Francisco Rezek, ementário das decisões do TSE-Eleições,
10000006, pg. 113).

" Inelegibilidade. Rejeição de Contas. Afasta-se a eficácia desta causa de


inelegibilidade enquanto pender de julgamento ação tendente a anular decisão
da Câmara Municipal. Impossibilidade de exame, na Justiça Eleitoral de
alegação de conluio entre o candidato e o Presidente da Câmara, tendente a
facilitar o êxito daquela ação. " (AC. 13.057., 26.0000.10000006, Resp. Rel.
Min. Eduardo Ribeiro, ementário das decisões do TSE; Eleições 10000006, pg.
135).

" Suspensão de Direitos Políticos. Impossibilidade de Decretação no processo


de registro. Inteligência dos arts. 37, $ 4.º da CF. Recurso não conhecido. "(AC.
14.518, de 27.11.10000006, Resp. EL, Rel. Min. Costa Leite, Ementário das
Decisões do TSE – Eleições 10000006, pg. 114).

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7. DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requer-se à V. Exa., o seguinte:

7.1. O impugnado ajuizou Ação Declaratória de Nulidade de Decisão proferida


pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de E., e pela 1a Câmara de Contas
do Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, antes da
presente ação de impugnação de registro de candidatura formulada pela
Coligação "X" , e nos termos da Súmula n.º 1 do TSE, acima declinada,
suspende possível inelegibilidade.

7.2. Conforme Certidão anexa emitida pelo Cartório Judiciário da Cidade de


E./RN, o impugnado ingressou em juízo (Com a ação declaratória acima
mencionada) na data de 03 de Julho do corrente ano, e a ação impugnatória foi
ingressada em 11 de Julho do corrente ano, portanto, após a ação declaratória
que discute os pontos curiais da desaprovação das contas pelos órgãos
fiscalizadores (Câmara Municipal e Tribunal de Contas), o que por si só, já
afasta possível inelegibilidade do ora impugnado.

7.3. Nestes termos, pede o seguinte:

Que lhe seja aplicado os efeitos permissivos da Súmula n.º 1 do TSE, ante o
ajuizamento da ação civil declaratória de nulidade, interposta tempestivamente
na Justiça Comum desta Comarca de Parelhas, cuja ação foi promovida antes
da ação de impugnação de registro de candidatura ora contestada.
Que seja declarado Por este juízo, A SUSPENSÃO DE POSSÍVEL
INELEGIBILIDADE DO CONTESTANTE, que discute a matéria em apreço na
seara judicial.
Que seja o impugnado declarado em condições de elegibilidade, e assim, seja-
lhe permitido o registro de sua candidatura, conforme pedido feito à esta Douta
Justiça Eleitoral, com preenchimento de todos os requisitos constantes na
Resolução n.º 20.561/2000, art. 17/20, cujo edital foi afixado no local de
costume em 06 de Julho de 2000, inclusive sem que nenhuma impugnação
tenha sido realizada pelo Órgão Ministerial.
Pede ainda que seja transladado para os autos REPRESENTAÇÃO N.º
1.40000/000000, formulada pela Câmara Municipal de E./RN.
Translado da Ação Declaratória de Nulidade, cuja peça inicial integra esta
defesa.
Pede ainda a intimação do Ministério Público para intervir no feito.
Protestando ainda pela produção de todos os meios e provas em direito
admitidos, especialmente por perícia contábil-fiscal, prova testemunhal, vistoria,
depoimento pessoal da representante da coligação, produção de documentos
outros se necessário se fizer, tudo em fiel cumprimento a necessidade
imperiosa da JUSTIÇA.
Pede Deferimento.

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DOCUMENTOS ACOSTADOS;

Instrumento particular de mandato;


Cópia da Representação n.º 1.40000/000000;
Cópia da Ação Declaratória de Nulidade de Decisão Proferida pela Mesa
Diretora da Câmara Municipal de E. (RN).

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