Direito Constitucional
Direito Constitucional
Direito Constitucional
Inglaterra
-Magna Carta inaugura essa experiência constitucional onde se consagra um conjunto de
princípios como o direito a uma justiça, pagamento de impostos referendado pelo
Parlamento, direito de não pagar impostos.
- Sistema inglês vai evoluindo ao longo do tempo por meio de sucessivas reformas.
- Não têm um código constitucional à nossa semelhança. Mas têm leis constitucionais.
- A compilação é um conjunto de documentos que compõem a lei fundamental do país –
ex: Magna Carta ou Bill of Rights.
EUA
- Têm o código constitucional mais antigo do mundo.
- Surge como expressão da supremacia.
- 1776 Declaração dos Direitos do Povo de Virgínia. Isto serve de modelo às demais
colónias. Estes direitos estão próximos dos ordenamentos inglês (igualdade entre
homens), ninguém pode ser preso sem culpa formada, liberdade religiosa. Chamavam a
isto regras de direito natural.
- Têm uma constituição desde 1787, em vigor até hoje.
- Quase todos os Estados atuais têm um código constitucional. O Código é uma forma de
sistemazão das leis fundamentais.
-Ingleses distinguem a constituição pela matéria. Para eles são as normas constitucionais
aquelas que regulam as matérias na origem do direito constitucional, ou seja, modelo de
organização política e direitos dos cidadãos.
Franceses
- Revolução Francesa inaugura o modelo constitucional francês.
- Altera o regime político de um estado já existente. Põe fim ao regime absolutista.
Tomada da Bastilha em 1779 inaugura a revolução.
- Rei convoca os 3 estados e a partir daí forma-se a Assembleia Nacional. As cortes são
convocadas para reformas, mas sem resultado.
- Essa Assembleia aprova direitos do homem e do cidadão, num documento sob a forma
de declaração, que está em vigor até hoje.
- Nos últimos 240 anos houve em França 15 constituições, todas elas começam com um
artigo que declara o vigor dessa declaração.
- A constituição francesa, apesar de ter mudado, cinge-se à alteração do sistema político
mantendo os direitos políticos, sociais e económicos dos cidadãos.
- Declaração tinha a ambição de declarar uma nova era e se estender a todo o planeta.
- Atual constituição francesa é de 1998.
- Experiência francesa influenciou a evolução constitucional portuguesa, desde o século
XIX – 1820.
- Modelo francês está bastante presente nos países do sul da Europa, mantendo algumas
caraterísticas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Alemanha
- Nunca tiveram uma Revolução Liberal.
- Foi Bismark, chanceler de Guilherme I que evitou a revolução e instituiu o liberalismo
por meio de legislação.
- Sistema democratiza-se, mantem-se a monarquia e evita-se a revolução.
- Influencia constitucional francesa de 1814 e depois a carta constitucional portuguesa.
- Defende um governo forte, é o principal objetivo desta carta.
Portugal
- Vigoraram desde 1822 cerca de 6 constituições.
- 1º Código Civil é de 1867. Desde lá tivemos 3 códigos.
- Constituição garante a estabilidade do sistema jurídico (em princípio). Sofre mais com
as alterações políticas. Já o código civil vigora com diferentes regimes, apesar de sofrer
alterações.
- Constituições monárquicas com vigências descontinuas, a primeira em 1822, aprovada
pelas cortes extraordinárias e convocadas pela Junta Extraordinária. Consagrava
bastantes direitos, estabelecia o poder centrado no Parlamento.
- Vigorou 6 meses até ao Golpe de Vila Francada.
- 1826 marca o estabelecimento de uma nova constituição ou melhor um Carta
Constitucional. D. Pedro abdica na filha e concede uma Carta Constitucional, com grande
influência da Const. Francesa de 1824.
- A diferença entre Constituição e Carta, é que a primeira é aprovada por Assembleia e a
segunda é outorgada pelo monarca.
- A Carta de 1826 introduz um poder forte chamado de – poder moderador – um quarto
poder que se junta ao executivo, legislativo e judicial. Este poder surge da teoria de
Benjamim Constant. Este afirmava que a separação de poderes poderia levar à
aniquilação dos próprios, sendo por isso necessário um poder que arbitrasse as relações
entre os demais poderes.
- No entanto, na Carta, o Rei mantinha subjugado o poder executivo que lhe estava sujeito.
Rei era chefe do poder executivo e titular do poder moderador.
- Foi a que teve uma vigência mais longa de 1826-1828 – 1834-1836 – 1842-1910.
- Primeira vigência foi interrompida pelo Absolutismo com D. Miguel, até à paz de Évora
Monte.
- Segunda por uma revolução da ala liberal com uma vertente mais parlamentar do
regime, à semelhança de 1822. Chamados Vintistas que se opunham aos Cartistas –
Revolução de Setembro.
- Nova Const. 1838-1842 é o resultado de um compromisso entre vintistas e cartistas,
depois confirmado pela rainha. É uma constituição mais aberta em matéria de direitos
fundamentais, aboliu o poder moderador e estabeleceu duas Câmaras eleitas.
- Cabralismo põe fim a este acordo e repõe a Carta que vigora até 1910 +/- 68 anos.
- Ato Constitucional de 1852 – Diploma apenso ao texto original da constituição (é uma
forma de revisão da Carta). Aprovado em cortes e ratificado pelo Rei. Este foi o mais
importante e introduz 3 alterações. Mudança na eleição, passando os deputados a ser
eleitos pelos cidadãos. Cortes passam a ter comissões de fiscalização e terceiro a abolição
da pena de morte por crimes políticos.
- Há um rotativismo parlamentar entre o partido Regenerador e o partido Progressista. O
primeiro mais conservador e o segundo mais liberal.
- Este acordo de cavalheiros permite a estabilidade constitucional.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Legislativo composto por uma Câmara Alta (pares do reino) composta por titulares de
títulos de nobreza, mais uma Câmara Baixa, composta por deputados eleitos pelos
cidadãos. A aprovação das leis tinha que ser feita pelas duas câmaras.
- Ato Constitucional de 1885 – com Fontes Pereira de Melo que em mais um ato procura
abrir o regime. Alargamento do sufrágio, reforma das câmaras dos pares – limitação da
nomeação de pares pelo rei. Consagram-se novos direitos, o de petição e de reunião.
Consagra-se o direito de ingresso na escola primaria, tendo o estado que providenciar as
escolas.
- Ato Constitucional de 1896 – Hintze Ribeiro – mais centralizador.
- Ato Constitucional de 1907 – João Franco – não entra em vigor por causa do regicídio
e da implantação da República
Constituição de 1933
- Vigorou 41 anos até 1974, tendo a vigência maior da nossa história.
- Militares do Golpe de 1926 chamam ao governo pessoas para governar onde se incluía
o prof. Oliveira Salazar. Chega como Ministro das Finanças, mas depois o âmbito das
suas funções é alargado.
- Projeto da nova constituição chefiado por Salazar, onde também participou Marcelo
Caetano – chamado Conselho Político Nacional.
- Constituição foi aprovada por consulta popular – referendo – tendo antes disso sido
publicada nos jornais. Era um voto obrigatório, só existia um espaço para votar sim.
Podia-se votar sim ou abster-se, sendo que esta constava a favor dos sim.
- Rompe com a tradição portuguesa no que toca à organização do poder do Estado. Até
aqui as constituições estavam escritas evitando a intervenção do estado no contexto
social, estabelecendo a organização do poder político.
- Constituição de 1919 Alemã inaugura essa intervenção do Estado na sociedade.
Consagram-se direitos como à Educação ou à Saúde.
- Constituição de 1933 consagra organização política, mas também social e legitimava o
estado a tomar medidas como seja: o estabelecimento dos preços ou o salário mínimo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Corporativismo é também uma expressão desta organização social por parte do estado.
- Previa direitos como o de liberdade de expressão, liberdade de reunião, mas só poderiam
ser consoante autorização legislativa. Foi ao abrigo dessa lei que foi criada a censura.
Havia liberdade de imprensa, mas nos termos da lei.
- Condicionamentos na vida das pessoas suportados pela constituição.
- Organização Política - consagravam-se 4 órgãos de soberania. Chefe de Estado e não
Presidente da República; Assembleia Nacional auxiliada por uma Câmara Corporativa;
Governo; Tribunais.
- Assembleia e Câmara formam um bicameralismo mitigado. A segunda dava pareceres
sobre as leis em apreciação da A.N. mas não tinha peso vinculativo.
- Governo era chefiado pelo Presidente do Conselho.
- Chefe de Estado seria a sede do poder. Devia ser eleito pela Nação, por mandato de 7
anos, respondendo apenas perante a nação. Poderia dissolver a A.N.; nomeava e demitia
o Presidente do Conselho; mas as decisões do chefe de estado careciam de referenda
ministerial.
- Presidente do Conselho vai dominar as instituições e aprovar o candidato a Chefe de
Estado, o que permitiu que o Prof. Salazar se mantivesse no poder consecutivamente.
Professor Lucas Cardoso afirma na sua sebenta que este regime pode ser classificado
como um sistema de governo representativo simples de chanceler.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição de 1974
Constituição aprovada a 2 de abril de 1976 entrando em vigor a 25 de abril de 1976.
-Sofre 7 revisões. 3 grandes e 4 pequenas
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Primeira vocação são as pessoas e por isso consagram direitos. Direitos subjetivos,
ligados diretamente à dignidade humana.
Direitos Fundamentais – são aqueles que estão diretamente ligados à dignidade humana
(direito à vida, direito à integridade física). Há outros direitos subjetivos, mas não
fundamentais.
- Estudos de Direito estão mais focados no Estado – formas de organização diferentes, ao
longo dos séculos.
-Estado é uma forma de centralização dentro da sociedade – poder do rei em relação aos
poderes feudais. Também se formou pela libertação da tutela do Papa e do Imperador.
- Estado define-se como comunidade composta por um povo, que se apropria de um
território e impõem por autoridade própria os mecanismos necessários à vida em
sociedade. – Definição de Freitas do Amaral.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Político
-Titular do poder é o povo e permite a organização da vida em sociedade.
- É Bodin que forma o conceito de Soberania. Define-a como um poder que não conhece
igual na ordem interna, que tem os outros poderes subordinados e tem relação de
igualdade com outros poderes soberanos na ordem externa.
- Poder de organização significa, manter a ordem, fazer uma constituição, fazer leis,
regular a utilização dos recursos naturais.
Lei da Nacionalidade
Artg. 1º e) – reconhece o ius sanguine, basta um dos progenitores ser português para ter
nacionalidade, a única imposição é o registo civil.
f) – consagra-se também o ius soli, a residência dos progenitores por mais de 2 anos e não
estarem ao serviço dos respetivos estados.
- Lei portuguesa é mais favorável ao ius sanguine. O que é tradicionalmente o que se faz
nos estados europeus.
- Cada Estado define os critérios da sua lei da nacionalidade
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O que é a constituição?
- Tem um sentido documental que se refere ao documento, mas também material, que se
refere à matéria contida nesse documento.
- Consagra sobretudo os Direitos Fundamentais da Pessoa Humana e a Organização do
Poder Político.
- Dentro de um ordenamento jurídico, a Constituição inclui as normas dos direitos
fundamentais e as de organização do poder político.
- Constitucionalismo tardio, ou seja, alargamento das funções do Estado, movimento
constitucional alemão, que vem a ser integrado na constituição.
Constituição formal – corresponde à forma e força jurídica. Todas as leis têm que estar
conforme as normas que estão na constituição (artg. 3º, nº3 da CRP).
Debate sobre a consagração de todas as normas da constituição – clausula aberta - uns
dizem que estão todas lá, outros olham para o artg. 16º, nº2 da CRP, em que se prevê a
articulação com os direitos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Faz parte da forma formal, sendo que na opinião do Professor tem um valor reforçado
pois em caso de dúvida os direitos da constituição são os da Declaração que vigoram.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição Portuguesa:
Existem princípios:
• Referentes à pessoa Humana
- Dignidade Humana – artg.1º CRP
- Liberdade – artg.1º CRP
- Solidariedade – artg.1º CRP
- Estado realiza a dignidade humana quando transforma os sujeitos em razão da sua ação.
Quando serve os cidadãos.
- Liberdade é a capacidade de cada um se autodeterminar, decidir de sua própria vontade
e interesse (consistindo em fazer tudo o que a lei permite).
- Solidariedade é a interdependência de interesses em sociedade.
- Montesquieu entendia que a soberania estava na Nação. Por outro lado, Rosseau
considerava a Nação uma ficção e entendia que a soberania era popular.
Exercício do Poder:
- Poder Democrático – relação de conduta entre quem elege e quem é eleito. Pode ser
exercido em Democracia Direta ou em Democracia Representativa. - artigo 10º da CRP
- Democracia Representativa prevê a Democracia Participativa, onde os cidadãos, por
meio do referendo, tomam uma decisão no caso de uma questão importante para a Nação.
- Princípio Republicano – impõe que ninguém possa apropriar-se da coisa publica,
recusando a apropriação do cargo do Chefe de Estado, ou outro cargo, mesmo com
consentimento dos cidadãos.
- Povo exerce o poder através dos seus representantes de acordo com o estipulado na
Constituição (artg.3º nº1 e artg.10º da CRP).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres
Fundamentais
Direitos, Direitos
Liberdades e Económicos,
Garantias Sociais e Culturais
Participação
Pessoais Trabalhador
Política
Os primeiro são exercidos contra o Estado; Os segundos são exercidos com a colaboração
do Estado.
- Artg.16º, nº1 reconhece outros direitos para além dos consagrados na CRP.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Assim:
Direitos Pessoais – protegem bens relacionados com o corpo e o espírito
Direitos de Participação Política – ligados à participação na vida da Nação em sociedade
(votar, ser eleito, etc).
Direitos dos Trabalhadores – protegem e consagram direitos laborais. Têm impacto na
dignidade da pessoa.
- Cidadãos com deficiência gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres de acordo com
a sua incapacidade – artg.71º CRP.
- Há também condicionamento de direitos e deveres quanto à Infância (artg.69º),
Juventude (artg.70º) e Terceira Idade (artg.72º).
Atig.18º CRP estatui que os direitos aplicados aos direitos liberdades e garantias não
precisam de suporte legislativo para se aplicarem (como acontecia na constituição de
1933).
- Podem ser invocados sem lei e contra a lei. Valem apenas por estarem consagrados na
constituição.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Artg.108º - define a quem pertence o poder político – ao povo – e que esse é exercido nos
termos da constituição, reforçando o artig.2º
Art.110º - Define os órgãos de soberania:
• Presidente da República
• Assembleia da República
• Governo
• Tribunais (cada um é um órgão de soberania)
Artg.110º, nº2 – define que a formação, composição, competência e funcionamento
desses órgãos são previstos pela constituição.
-Isto acentua a diferença entre funções constituintes e funções constituídas
Artg.111º, nº2 – não pode haver delegação dos poderes noutros órgãos. Salvo exceções
previstas pela constituição e pela Lei.
Quanto à composição
- É importante distinguir quanto à composição dos órgãos. Distinção entre órgãos
singulares e órgãos colegiais. Primeiros só têm um titular, colegiais têm vários. Colegiais
têm regras de funcionamento interno, os singulares não.
- Artg.116º - define as regras de funcionamento dos órgãos colegiais
- nº1 – publicidade das reuniões dos órgãos colegiais eleitos, dos que são considerados
Assembleias.
- nº2 – deliberações são adotadas com a presença de um número legal dos seus membros
– Quórum. Aplica-se à A.R., ao Governo, ao Tribunal Constitucional e às Assembleias
Municipais.
- nº3 – nos órgãos colegiais as decisões são aprovadas à pluralidade de votos, salvo
exceções previstas na constituição ou na lei. Só se aplica na falta de uma definição
especifica, sendo uma norma supletiva.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Presidente da República
- Artg.120º - define o cargo e o que faz. Diz genericamente que representa a República,
garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das
instituições.
- Artg.121º - P.R. eleito por sufrágio universal e direto
- Artg.122º - define que são elegíveis, portugueses de origem com mais de 35 anos.
- Artg.126º - define o sistema eleitoral, que significa o processo de conversão de votos
em mandatos.
Assembleia da República
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Governo
- Órgão de soberania para a condução da política geral do país ou região (182º)
Composição:
- Primeiro-ministro, ministros, secretários e subsecretários de Estado (183º)
- Pode haver vice-primeiro-ministro, normalmente acontece em governos de coligação
(183º, nº3).
- Governo determina a sua própria organização interna (183º, nº3).
Tribunais
- Cada tribunal é um órgão de soberania.
- Artg.221º define o Tribunal Constitucional como o órgão com competência para
matérias jurídico-constitucionais.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- É composto por 13 juízes, sendo 10 designados pela A.R. e os demais 3 cooptados entre
eles – artg.222º, nº1.
- Votação para a escolha dos juízes, na A.R. são por maioria de 2/3.
- Artg.222º, nº2 diz que quem pode ser escolhido tem que ser jurista e há uma quota
mínima de juízes de carreira. (esta ideia vem da criação em 1982 de que mantendo uma
quota de juízes evitar-se-ia a partidarização do tribunal)
Sistema de Governo
- Modo de relacionamento entre os órgãos de governo.
- Há dois grandes tipos, o Presidencial e o Parlamentar. No primeiro o presidente é chefe
de estado e do executivo. Aqui o presidente não pode dissolver o Parlamento, nem o
contrário também acontece. Ambos dependem do voto popular.
- No sistema Parlamentar o poder está no Parlamento e o chefe de estado não detém o
poder executivo.
Sistema Parlamentar elege um parlamento, tem um chefe de estado e o poder executivo
está no governo. Este é escolhido pelo chefe de estado tendo em conta as eleições
parlamentares. Chefe de estado tem normalmente poderes simbólicos, mas não em todos
os casos.
- O parlamento pode derrubar o governo por meio de moção de censura, e caso isto ocorra,
o primeiro-ministro pode pedir ao chefe de estado a dissolução do parlamento. Há um
conflito e só o povo o pode resolver, portanto dissolve-se o parlamento e há eleições.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Atividade Legislativa
- Função que o Estado exerce para prosseguir os seus fins. É a função legislativa, que
consiste em determinar o interesse publico, com normas gerais e abstratas.
- No Estado Liberal, a Lei seria todo o diploma aprovado pelo Parlamento. O Governo
aplicava-a, e os tribunais dirimiam os conflitos de acordo com a lei.
- Atualmente há outra interpretação. Artg.112º - considera atos legislativos, as leis,
decretos-lei e decretos regionais. Está num sentido restrito. Há também no sentido lato,
como qualquer ato legislativo – ex: todos têm direito à objeção de consciência, nos termos
da lei. Aqui entende-se lei como ato legislativo.
- Portugal e França, são os países onde os governos têm competência legislativa muito
ampla, por meio de decretos-lei.
- Por força da globalização, lei perde alguma importância enquanto fonte de direito, mas
também por força do reconhecimento das autonomias regionais.
- Constituição é o fundamento da legitimidade da validade das leis, adotadas por órgãos
com competência definidos pela constituição. É também fundamento de validade do
direito convencional interno – Artg.3º, nº3 – confirma-se a Teoria de Kelsen.
- Constituição também reconhece o direito internacional em acordos assinados pelo
Estado – artg. 8º.
- Quanto à União Europeia, Portugal renuncia à sua soberania – artg.8º, nº4 – apenas com
reserva pelo respeito dos princípios fundamentais do Estado de Direito Democrático.
- Define-se uma hierarquia entre estes atos legislativos. No topo está a constituição –
artg.112º, nº6 – define que os atos legislativos prevalecem sempre sobre os regulamentos.
- Entre a lei e o decreto-lei há um princípio de paridade – artg-112º, nº2. Entre a lei e o
decreto-legislativo regional vigora o princípio da supletividade, ou seja, na falta de
legislação regional própria, aplica-se nas regiões as normas gerais em vigor – artg.228º,
nº2.
- Se a matéria é reservada aos órgãos de soberania as Assembleias regionais não podem
legislar. Se não estiver previsto no estatuto da A. Regional não pode legislar. Se estiver
dentro da competência da A. Regional, mas não estiver legislado, aplica-se a lei nacional.
- Paridade é regra geral, mas há exceções a este princípio. Artg.112º, nº2 define que as
leis gozam de supremacia a um decreto-lei.
- Artg.112, nº3 – leis de valor reforçado.
- Lei de autorização legislativa – artg.112º, nº2 – cabe dentro do 111º onde se permite a
delegação de funções. Neste caso a A.R. pode autorizar o governo a legislar. Tem que ser
pedido pelo governo, e é preciso uma lei de autorização legislativa. Sempre que essa
autorização existir, o decreto-lei está subordinado à lei de autorização.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Têm também valor reforçado as leis que fazem cumprir outras leis.
Iniciativa
- Consiste na apresentação de um projeto na A.R. para aprovação de uma lei.
- Quem pode apresentar – artg.167º - A.R., Governo, A. Regionais, Cidadãos – sob vários
requisitos impostos pelo 167º.
- A iniciativa dos deputados, grupos parlamentares e cidadãos é uma iniciativa interna –
projeto de lei, a do governos e respetivas assembleias regionais é uma iniciativa externa
– proposta de lei.
- No caso da A.R, é preciso ter em conta o Regimento. Há dois tipos de procedimento
definidos pelo regimento, o comum e o especial, admitindo-se ainda um processo de
urgência (170ºCRP + Reg.).
No caso dos cidadãos, a lei de iniciativa deles (nº de assinaturas necessárias para
apresentar uma proposta são 35.000 – artg.6º iniciativa dos cidadãos).
Apreciação ou Consulta
- É de seguida apresentado à comissão parlamentar especializada (168º, nº1 CRP +
artig.143º do regimento), (que são atualmente 14) para apreciação. A A.R. é obrigada a
ouvir entidades externas (ex: legislação sobre trabalho, tem que ouvir os sindicatos), mas
apesar disso estas apenas dão um parecer.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Deliberação e votação
- Tem 3 passos – artg.168º, nº2
-Debate na Generalidade – faz-se uma votação na generalidade. Se for aprovado,
desce à especialidade, se for rejeitado morre o projeto.
-Debate na Especialidade – pode ser alterado o conteúdo e depois é feita uma
votação na especialidade.
-Votação Final Global – projeto volta a subir ao plenário e faz-se uma votação
final, aprovando ou não.
Integração de Eficácia
- Está presente no Artg.119º nos atos que necessitam de publicação no Diário da
República.
-Este processo é necessário para o conhecimento dos cidadãos. Os atos publicados entram
em vigor no dia seguinte à sua publicação. Quando não referido o período é de 5 dias de
vacacio legis.
- P.R. pode vetar atos, bastando para isso que não concorde com eles. A única coisa que
necessita é a fundamentação dos motivos.
- O veto das leis pelo P.R. é meramente suspensivo. A constituição exige uma maioria
superior àquela que aprovou o diploma pela primeira vez, para que o ato seja re-aprovado
– artg.136º, nº2 e 3.
- P.R. pode enviar as leis ao T.C. caso suspeite da inconstitucionalidade – artg.287º.
-Se for declarada a inconstitucionalidade, o P.R. tem o dever de vetar e já não necessita
de fundamentação.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
-Resoluções – artg.166º, nº5 – determina que revestem esta forma os atos que não cabem
nos números anteriores, quanto aos atos da A.R. e do Governo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Fiscalização da Constitucionalidade
-Constituição permite a apreciação das leis depois da entrada em vigor
- P.R. tem o poder de fazer uma fiscalização preventiva. Inspiração na constituição
Francesa, tem fins preventivos, mas não há fiscalização sucessiva.
- Em Portugal pode haver fiscalização sucessiva – artg.134º h), pelo P.R. ou por outros
titulares de cargos públicos – 281º, nº2 – artigo define quem pode pedir essa fiscalização
sucessiva.
- As leis podem ser impugnadas depois de estarem em vigor, perante o T.C.
- Essa inconstitucionalidade pode ter força obrigatória geral, fazendo cessar a vigência
das normas por força da decisão de inconstitucionalidade – artg.282º, nº1
- Essa inconstitucionalidade pode ser: Sucessiva e abstrata. Sucessiva – depois da entrada
em vigor; Abstrata – força obrigatória geral.
- Artg.204º - permite a fiscalização sucessiva por todos os tribunais, mas não tem força
geral. É apenas no caso concreto. Pode ser feito por qualquer tribunal. É o poder e o dever
de não aplicar a norma no caso concreto.
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