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Ciência no Ensino Médio

DoNa CiÊNcIa

gibi

33
apresenta:

DoNa CiÊNcIa Ciência no Ensino Médio

Idealizadora: Monica L. Andersen


Autoras do texto: Luana N. G. Adami, Débora Souza Ferreira,
Julia Rodrigues Costa e Susanny C. V. Tassini

Ilustração: Mônica Oka Revisão técnica: Kimi Tumkus


Revisão do texto: Lucile Maria Floeter-Winter
Olá! Eu sou a Dona Ciência
e tenho várias histórias
interessantes para contar a vocês!
Em cada gibi vou mostrar como
a sociedade é beneficiada com
as descobertas feitas
pelos cientistas!

Neste gibi vou contar


como a Ciência pode ser
importante e interes-
sante durante a formação
escolar no Ensino Médio.
Para isso, começo respon-
dendo à grande questão:
AfInAl, o qUe é a CiênCiA?

No dicionário:
“conhecimento atento
e aprofundado de algo;
conhecimento amplo adquirido
via reflexão ou observação”

1
Não sei se você sabe,
mas essas observações
e reflexões começaram
a ser feitas lá na Era
pré-histórica, nos
primórdios da humanidade,
quando o Homo sapiens
(nome científico do ser
humano) examinava tudo
que existia em sua volta.

Olhava para a natureza, as plantas, os animais, a água,


a terra, e, assim, despertava uma grande curiosidade por
tudo que existia. As especulações permitiram que o Ser
humano começasse a perder o medo e a avançar para
perpetuar a sua espécie e, com isso, fez conquistas
históricas, como o controle do fogo e a invenção da roda.

Com o tempo, cada conquista se


tornou um conhecimento e cada
aprendizado foi essencial para
gerar ideias mais produtivas em
H!
UUH todas as áreas, possibilitando o
surgimento da filosofia (essa
palavra de origem grega significa
amor à sabedoria), das artes
e das Ciências.

2
A história sobre a Ciência traz muitos pensadores.
Embora uns sejam mais lembrados do que outros, todos
contribuíram muito para o que se conhece sobre Ciência
nos dias atuais. Desde Aristóteles, Galileu e Newton,
muitos estudiosos passaram suas vidas observando obje-
tos, reações e situações, pensando e refletindo sobre
quais leis guiavam esses processos. De seus estudos
resultaram as ideias de como eles poderiam reagir e
como eles poderiam influenciar, tanto a nível local (no
nosso contexto mais próximo), como global (no contex-
to mais amplo, atingindo toda a humanidade e a Terra).

Galileu Aristóteles

Newton

3
Uma obra muito importante para a Ciência é o “Discurso do
Método” de René Descartes, um filósofo e matemático
francês que viveu entre 1596-1650. Em 1637, ele elaborou
regras de como fazer Ciência. Ele queria que a Ciência
pudesse ser reprodutível e, para isso, estabeleceu que
deveria ser utilizado um método, palavra que vem do
grego e significa “caminho para chegar a um fim”.

Para ele, o fundamental era


separar o que é verdadeiro
do que é falso. Para isso, ele
propôs alguns passos que
eu vou te contar a seguir:

1 Jamais aceitar algo como


verdade absoluta, evitando tirar
conclusões precipitadas;

2 Dividir uma questão (aquelas que temos dúvidas sobre


como resolver) em quantas partes for necessário
para conseguir resolvê-la da melhor maneira possível;

3 Conduzir suas observações e pensa-


mentos na reflexão e nos testes
das partes mais simples, para então
evoluir para as partes mais com-
plexas (ir do simples para o com-
plexo para conseguir ver o todo);

4 Enumerar ainda as dúvidas e fazer


quantas revisões forem necessárias
para sanar todas as partes.

René Descartes

4
O método científico observa a natureza e a sociedade,
promove uma reflexão para pensar em ideias e hipóteses,
de maneira que possam ser testadas e, assim, concluir se
elas estavam certas ou erradas. Às vezes é preciso mais
atenção e orientação para chegar a interpretações muito
bem fundamentadas e estruturadas, porque na Ciência
não existe verdade absoluta ou achismos ou adivinhações,
mas sim, existe muito trabalho.

A partir de outros
ensinamentos sobre como
fazer Ciência, os conceitos
foram evoluindo e sendo
Karl R. Popper questionados dentro da
própria Ciência.

Pensadores contribuiram para a construção do método


científico. Por exemplo: Karl Raimund Popper, que viveu
entre 1902-1994, foi um filósofo e professor austro-britâni-
co, considerado um dos maiores filósofos da Ciência do
Século XX.
Ele questionou as teorias (conjunto de regras comprova-
das ou leis, mais ou menos sistematizadas, aplicadas a uma
área específica) existentes, considerando hipóteses (possi-
bilidade de alguma coisa que não depende da intenção
humana ou causa observável, algo que pode ou não acon-
tecer) e experiências que tinham sido testadas.

5
Popper propôs que as teorias científicas só existiriam
se fosse possível necessariamente testá-las como
falsas, ou seja, a possibilidade de ser falsa exigiria que
ela fosse testada de alguma forma. Para ele, o pro-
cesso de pesquisa apresentava 3 momentos:

? ? PrObLeMa:
pensar em um conflito
??
? que precisa ser resolvido.
?

CoNjEcTuRaS:
comprovar através
de experimentos.

X FaLsEaMeNtO: X
provar que a teoria é
científica pelo fato de ela
poder ser falsa.

X
6
Depois, Thomas Khun, um físico e filósofo da Ciência
estadunidense que viveu entre 1922-1996, trouxe o debate
entre Ciência normal e revolução científica, propondo
gerar novas hipóteses (algo que pode ou não acontecer)
para depois serem testadas e, por fim, chegar a uma
nova proposta de explicação. Sua contribuição principal
foi trazer a relação mais profunda entre a História e a
Ciência para além das descrições dos estudos da vida
dos cientistas, mostrando como, ao longo da História, os
caminhos da Ciência foram se moldando.

Thomas Khun
As discussões
não param e existirão para
sempre. Isso é o gratificante da
Ciência: a possibilidade de permitir
mudanças, alterações, evoluções
e reflexões na busca incessante
pelas respostas.

A Ciência não busca


a verdade absoluta,
ela busca errar
o mínimo possível.
Para isso, é preciso
muito trabalho!

7
ToDo eSsE pRoCeSsO é rEaLiZaDo
pOr cIeNtIsTaS e pEsQuIsAdOrEs!
Pode parecer estranho, mas aqui no Brasil os pesquisa-
dores são os cientistas e vice-versa. A profissão de
cientista/pesquisador não é regulamentada em nosso
país, o que pode deixar as pessoas mais confusas ainda.
Quem faz a Ciência aqui é o/a pesquisador(a) e, portanto,
é o(a) cientista. Esse profissional é quem realiza a
pesquisa científica a partir de uma ideia/hipótese, esta-
belece objetivos, cronogramas e uma metodologia (pas-
sos para testar a ideia) a ser seguida, mantendo o seu
foco na resolução de problemas de pesquisa. Além disso,
o conhecimento serve para propor outras hipóteses ou
mesmo concluir a criação de novos paradigmas (um
exemplo que serve como modelo padrão).

8
VoCê dEvE eStAr sE pErGuNtAnDo: E cOmO é uM
cIeNtIsTa? SeRá qUe eU pOsSo fAzEr CiênCiA tAmBém?
O cientista é um indivíduo curioso, criativo, dedicado e com
muita resiliência (capacidade de se reestabelecer ou se
adaptar a situações que não saíram como esperado ou às
mudanças), sempre disposto a resolver novos problemas.
Podemos encontrá-los facilmente, pois SIM, eles são pes-
soas comuns como nós. Normalmente, as universidades,
principalmente as públicas, selecionam e contratam pro-
fessores para desempenhar 3 papéis principais:

A ExTeNsÃO:
leva o conhecimento
desenvolvido na universi-
dade para a sociedade,
O EnSiNo: assim como constrói
a Graduação, projetos junto a ela;
que forma
profissionais. A PeSqUiSa:
Ex: enfermeira, fazer Ciência.
professor,
etc;

Eles trabalham em seus


laboratórios e grupos de
Com isso, os cientistas/ pesquisa orientando alunos
pesquisadores também de Iniciação Científica e de
podem ser os Pós-Graduação, que desem-
professores/docentes. penham papel importantíssi-
mo no desenvolvimento
científico brasileiro, sendo,
assim, cientistas/pesquisa-
dores em formação.

9
Além de pesquisar, é fundamental que os resultados das
pesquisas sejam divulgados para a sociedade (afinal a
Ciência serve para nos orientar sobre todos os processos
que vivenciamos), o que é feito principalmente por meio
de congressos (eventos que são feitos para apresentar as
pesquisas e seus resultados, assim como abrir novas possi-
bilidades de pesquisas futuras) e de publicações científi-
cas*, além de livros. Outras ações buscam aproximar o
material produzido do público geral, ou seja, quem não é
cientista e precisa de um vocabulário e ações práticas
mais fáceis de compreender, a exemplo dos projetos de
extensão e projetos de assistência à população.

*Artigos científicos: meio nos quais as pesquisas e seus resulta-


dos são relatados e se tornam públicos, para serem utilizados
por todos pesquisadores, após serem revisados por outros

10
PoR qUê?
cOmO?
PaRa aLeGrIa gErAl,
qUaLqUeR pEsSoA qUe
qUeIrA, pOdE sEr cIeNtIsTa. ê?
o qU
O primeiro passo para saber oNdE?
se você QUER ser é observar
suas características pessoais: qUa NdO?

Cientistas geralmente são interessados, dedicados, ques-


tionadores, e gostam de estudar, descobrir, propor novas
ideias, e fazer testes. Também sabem ter e/ou desen-
volvem paciência para encontrar soluções aos problemas
diversos e são, principalmente, muito CURIOSOS! Ou seja,
você deve gostar de fazer perguntas.

bIo
s LoG
ExAtA hUmAnAs iCa
S

Depois desse passo, se você deseja ser uma ou um cientista


ou se acredita que se encaixa nessas características, mas
ainda não tem certeza do que você quer, você PODE sim se
preparar para ser cientista. O mais legal é que há campo
na Ciência em todas as áreas que já te interessam na
escola, como, por exemplo, biológicas, humanas ou exatas.
OU até mesmo a mistura dessas 3 áreas.

11
O mOmEnTo dE iNiCiAr
nA CiênCiA vArIa
dE pEsSoA pArA pEsSoA.

Há quem comece sua carreira científica na Graduação


(aquela formação que você opta após o Ensino Médio).
Por exemplo: quero ser médico, psicólogo, biomédico,
professor... Mas, o que eu estava ansiosa para te contar,
é que podemos começar a fazer Ciência ainda no Ensino
Médio e, para isso, existem algumas maneiras. Podemos
iniciar nos envolvendo com projetos de pesquisadores
que vão até a escola para fazer seus trabalhos.

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Outra maneira de iniciar
a carreira na Ciência é por meio da
InIcIação CiEnTífIcA JúnIoR (IcJ),
nome que se dá à etapa de começo na Ciência.

Essa etapa tem o objetivo de despertar a vocação científi-


ca e incentivar o talento de estudantes do Ensino funda-
mental, médio e profissional, por meio da participação
desses em atividades de pesquisa científica e tecnológica.

Essa modalidade é especialmente oferecida por institu-


ições de ensino superior e institutos de pesquisa. A partici-
pação em feiras de ciências/profissões, olimpíadas científi-
cas, palestras e cursos de verão vinculados à universidade,
especialmente as públicas, são uma ótima porta de entra-
da para conhecer esses programas. Existem muitos editais e
programas federais, estaduais e municipais que procuram
investir no desenvolvimento da Educação e da Ciência
desde jovens. Determinadas universidades lançam editais
anuais ou semestrais, nos quais os alunos podem submeter
projetos de pesquisa que são escritos com a ajuda de um
pesquisador experiente. Muitas entidades acadêmicas e
sociedades de Ciência divulgam editais de incentivo a esse
público específico para inscrições de projetos/ideias e,
assim, fornecer prêmios. Para facilitar, eu vou deixar algu-
mas páginas aqui para vocês buscarem as informações:

SBPCNET PREFEITURA MEC UFF UNIFESP

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Outra forma de ingressar na carreira científica
é conversando com um pesquisador de sua escolha
e pedindo por uma oportunidade de estagiar
no laboratório.

AlGuMaS dIcAs pArA cOmEçaR:


1. Converse com algum professor (a) ou diretor(a) da sua
escola para conseguir mais informações. Pergunte se há
algum pesquisador realizando um trabalho na sua escola;

2. Informe-se sobre a linha de pesquisa (área e temas que


te interessam) e os trabalhos desenvolvidos e sobre quem
está pesquisando sua área de interesse;

3. Entre em contato com a universidade e/ou diretamente


com o pesquisador para saber mais sobre o tema, faça uma
visita e exponha seu interesse na pesquisa (lembre-se, ser
curioso é essencial);

4. Não tenha vergonha de perguntar;

5. Aproveite o diálogo e a vivência dos mais experientes


para aprender o máximo que puder.

14
Existem alguns projetos e programas de incentivo ao início
na Ciência. Um dos mais importantes e consolidados é o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
(PIBIC), associado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). Há ainda o Programa Insti-
tucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tec-
nológico e Inovação (PIBITI), voltado para projetos de
pesquisa e inovação; e o Programa de Educação Tutorial
(PET), oferecido pelo Governo Federal.

Não é novidade que investir na Ciência e na Educação


é a melhor maneira de transformar uma nação e trazer
qualidade de vida para sua população. Porém, nós sabemos
que vivemos tempos difíceis em relação ao financiamento da
Ciência, e dificuldade de compreensão da importância da
Ciência para todos.

Mas, eu Dona Ciência,


acredito na Ciência e
na Educação, então
vamos lá!

ÃO
EdUcAÇ
CiÊNcIa

15
Cada Secretaria Estadual de Educação tem, em sua
página na internet, informações sobre os programas
e projetos relacionados. Geralmente, lá conseguimos
encontrar projetos de aprimoramento de estudos, cursos
de inclusão, aprendizagem de línguas e incentivo a feiras
de Ciências. Já o Governo Federal possui alguns
programas nacionais que prometem cooperar com a
formação acadêmica. O CNPQ, via Ministério de Ciência,
Tecnologia e Inovação, e a CAPES, via Ministério da
Educação, oferecem os principais editais de fomento
à pesquisa e editais de incentivo à formação de pesquisa-
dores por meio das bolsas de estudos. Algumas empresas
privadas possuem seus programas de incentivo, assim
como sociedade acadêmicas e científicas, em que ofere-
cem prêmios e estágios. Para facilitar, eu vou deixar algu-
mas páginas aqui para vocês buscarem as informações:

EDUCAÇÃO CNPQ SBPCNET


GOVERNO DE SÃO PAULO

É preciso ressaltar aqui que o incentivo deve e precisa


ser feito em todas as áreas do conhecimento. Todas as
frentes de pesquisa, tanto a básica como a aplicada, são
essenciais, e uma não avança sem a outra. A Ciência e o
desenvolvimento tecnológico dependem disso.

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Não é fácIl fAzEr eStA tRaJeTórIa cIeNtífIcA.
O caminho é longo, mas é muito gratificante. Ser cientista
requer dedicação, atualização constante e estudo sempre!
Por isso, chamo atenção para que os incentivos e investi-
mentos à pesquisa nacional sejam constantes
e abundantes.

Fica aqui o convite


a vocês para que saibam mais
sobre Ciência no Ensino Médio
e que possam conversar sobre
isso com todos ao seu redor,
permitindo, assim, ter a von-
tade e o incentivo que mere-
cem na iniciação à Ciência
e em suas descobertas.

A CiênCiA
tRaNsFoRmA!
ObRiGaDa!

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MATERIAL DE ESCLARECIMENTO
SOBRE A CIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO.

PARA O PAÍS SE DESENVOLVER,


É NECESSÁRIA A FORMAÇÃO SÓLIDA
DAS CRIANÇAS E JOVENS, FUTUROS
PROFISSIONAIS DESTA NAÇÃO.

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