4 - Monografia - Corrigida - Isabelle Gouvêa Da Silva
4 - Monografia - Corrigida - Isabelle Gouvêa Da Silva
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de homicídio no trânsito
Araçatuba - SP
2019
Dolo eventual x culpa consciente nos crimes
de homicídio no trânsito
Araçatuba - SP
2019
FALTA A FICHA CATALOGRÁFICA
Dolo eventual x culpa consciente nos crimes de homicídio no trânsito
______________________________________________
Prof. Ms.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSALESIANO
Data:
______________________________________________
Prof. Ms.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSALESIANO
Data:
______________________________________________
Prof. Ms.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à Deus, por toda sabedoria e capacidade, aos meus pais
pelo suporte e ensinamentos que me foram passados ao longo de toda minha vida.
AGRADECIMENTOS
Dalai Lama
RESUMO
The present work has as objective to analyze the problematic involving the possible
deceit eventual felony and conscious guilt in the scope of the crimes of homicide
practiced in the direction of motor vehicle. One of the great obscurities to be explained
is the application of such institutes to concrete cases, without resulting in unfair
judgments or serious miscarriages of justice. It is a qualitative research, whose methods
chosen for its elaboration were bibliographical, documentary and jurisprudential
research. To do so, the work will be divided into three chapters. Initially, there is an
analysis of homicides committed by drivers of motor vehicles, followed by a brief
clarification about traffic laws, emphasizing the importance of this protection, due to the
growth of the motor vehicle fleet in Brazil, and as a result In this respect, the legal
provisions regarding the homicides resulting from deceit and guilt, caused by drivers of
motor vehicles, are presented, with an explanation of the criminal types that involve
them. Continuously, so that soon after the concepts of eventual felony and conscious
guilt can be applied to concrete cases, the institutes of fraud and guilt are explored,
conceptualizing them, demonstrating their species, elements and characteristics. In the
third and last chapter of the paper we present concrete cases involving traffic homicide
crimes, pointing to the application of the intentions of conscious guilt and eventual
felony deceit based on doctrinal and jurisprudential positions. Finally, it is possible to
conclude that there is no way to specify which behaviors will lead the agent to be
punished in the form of one or the other institute, but we can observe that the
application of conscious guilt is more common, in view of the significant consequences
for the possible malice, but it is pointed out that the meeting of various conduct contrary
to the duty of care, causes the conduct to be criminalized like eventual felony.
INTRODUÇÃO.............................................................................................................09
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................56
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO.........................................................................58
9
INTRODUÇÃO
Desde o início dos tempos em que os veículos automotores foram colocados nas
vias públicas brasileiras e permitidos para uso da população, a direção destes sempre foi
considerada e abordada como uma atividade de risco, necessitando sempre de um
extremo cuidado, de punições e regras a serem impostas aos condutores.
prevista no artigo 302, da Lei nº 9.503/97 (BRASIL, 1997), portanto, para alguns, a tese
do dolo eventual é afastada em razão da norma específica.
A presente pesquisa tem como intuito e objetivo proporcionar maior
entendimento do tema, visando esclarecer as características e elementos presentes nos
crimes de homicídio no trânsito. Tratar-se-á, de forma específica, das penalizações
aplicadas em determinados casos concretos, observando, principalmente, a
responsabilização penal aplicada aos condutores que praticam esse crime no trânsito.
Sendo assim, o fundamental é compreender sobre a conduta do agente, relaciona-la
como dolosa ou culposa, para assim estabelecer suas devidas sanções.
O presente trabalho será divido em três capítulos, sendo que, em um primeiro
momento, proceder-se-á breve evolução histórica das leis de trânsito, principalmente em
relação aos crimes de homicídio.
Sucessivamente passa-se à explicação do crime de homicídio e todas as suas
características. No âmbito culposo, explana-se sua tipificação no Código de Trânsito
Brasileiro, em seu artigo 302, proporcionando uma análise histórica do dispositivo,
assim como suas características, principalmente no que se refere as punições dele
resultante.
Assim como se procederá na análise do mesmo caso, porém em relação ao
elemento subjetivo dolo, com ênfase no dolo eventual, conduta esta que passará a ser
tipificada no artigo 121, do Código Penal, demostrando as diferenças que ocorrem caso
um crime de homicídio passe de culposo para doloso.
Para entender a questão, é necessário a análise dos institutos do dolo e da culpa,
para isso, serão apresentadas suas características, principalmente, no que concerne às
suas teorias, aplicações, espécies, elementos, principais correntes, buscando-as e
expondo-as de acordo com visão doutrinária e jurisprudencial.
Por fim, será demonstrado quais os posicionamentos adotados recentemente pela
doutrina brasileira, bem como de que forma os Tribunais vêm empregando o
entendimento do dolo eventual e da culpa consciente nos crimes de trânsito em suas
decisões, trazendo como casos específicos a embriaguez ao volante e a “racha”.
Diante disto, tem-se que para não gerar injustiças, principalmente no que se
refere à imposição da pena, cabe ao órgão julgador identificar, no caso concreto, a
aplicabilidade do dolo eventual ou culpa consciente nos homicídios decorrentes de
acidentes de trânsito, sempre de forma correta e proporcional ao ilícito cometido,
observando as circunstâncias no caso em si, e não apenas o consciente do agente.
11
Para dispor tal analise, serão apresentadas as principais questões acerca do tema,
e para solucioná-las serão trazidas determinadas jurisprudências de Tribunais, assim
como comentários e dizeres de doutrinadores acerca da aplicação dos institutos do dolo
e da culpa aos crimes de homicídio no trânsito, pautando-se na Constituição Federal, na
legislação brasileira vigente, Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro.
12
Capítulo I
HOMICÍDIOS PRATICADOS NA DIREÇÃO DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES
desproporcionais.
Neste sentido:
Portanto vê-se que nos casos em que não há o devido zelo por parte do agente,
presente está o Código de Trânsito para determinar, sanções administrativas, multas,
suspensões de habilitações para direção de veículo, até mesmo sua apreensão se forem
comprovadas irregularidades.
No âmbito das previsões de sanções penais, podemos observar a existência de
criminalização de determinados tipos de conduta, tudo isso como forma de repreensão
da conduta adotada pelo indivíduo.
Sanches (2017) salienta-se que estes crimes ocorrentes na direção de veículos
automotores, possuem uma titulação jurídica própria, tendo em vista que estão
destacados de forma expressa no capítulo XIX da Lei nº 9.503/1997 (BRASIL, 1997).
São exemplos de crimes de trânsito: homicídio culposo (artigo 302), lesão
corporal culposa (artigo 303), omissão de socorro (artigo 304), fuga do local do acidente
(artigo 305), embriaguez ao volante (artigo 306), violação da suspensão ou proibição
imposta (artigo 307), participação em competição não autorizada (artigo 308), excesso
de velocidade em determinados locais (artigo 311), entre outros. (CAPEZ;
GONÇALVES, 2015).
Entretanto, mesmo previstas punições tanto administrativas, quanto penais, pode
ser observado que nos dias atuais, indivíduos na direção de veículos automotores ainda
são um dos maiores responsáveis pela grande quantidade de mortes no país.
Nesta vertente, temos que os crimes ocorridos no trânsito fazem parte de um
fator de enorme preocupação tanto histórica, quanto atual, devido a considerável
quantidade de mortes que deles resultam.
É por essa razão que diariamente observamos notícias e reportagens neste
sentido, a exemplo do que aponta a Revista Apólice:
[...] 400 mil por ano. Esse é o número de pessoas que são afetadas por
acidentes de trânsito no Brasil, segundo levantamento do Observatório
Nacional de Segurança Viária. O estudo revela que, no País, 47 mil pessoas
morrem em decorrência desses acidentes”.
15
Em uma primeira análise, é preciso mencionar que, com a criação deste artigo,
surgiram diversas especulações acerca de sua constitucionalidade, haviam críticas,
menções à sua incompatibilidade para com o princípio da isonomia, presente no artigo
5°, “caput” do texto constitucional, que aponta a igualdade de todos perante a lei, sem
que haja distinções de qualquer natureza. (SANCHES, 2017).
Alegavam o ferimento a este princípio devido a diferença entre as penas do
artigo 121, §3°, do Código Penal (regra geral) e a do 302, do Código de Trânsito,
(BRASIL, 2017) pois ambos dispõem acerca do homicídio culposo, sendo que no
primeiro caso a pena é de detenção de um a três anos, e no segundo a pena é de
detenção de dois a quatro anos. (FUKASSAWA, 2015).
Tal discussão foi levada ao Supremo Tribunal Federal, em sede de Recurso
Extraordinário, conforme a seguir:
Todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e
que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para
a tração viária de veículos utilizados para o transporte vário de pessoas e
coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de
pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha
elétrica e que não circulam sobre os trilhos (SANCHES, 2017).
Portanto, observamos que para ter sua conduta tipificada no artigo 302, do
Código de Trânsito Brasileiro, é necessário que o indivíduo esteja na direção de um
veículo automotor, sendo habilitado ou não, e efetue o núcleo do tipo, que neste caso é
representado pelo verbo “praticar”, configurando a conduta delitiva no momento em que
ceifar uma vida humana, devido à imprudência, imperícia ou negligência, neste sentido,
elucida Capez e Rios (2015, p.35) que:
que deve ser devidamente tomado pelo sujeito ativo, portanto vê-se que é na fase
judicial, e perante um caso concreto, que será determinado e analisado se condutor agiu
com os elementos da culpa: negligência, imprudência ou imperícia. (CAPEZ; RIOS,
2015).
Neste sentido,
não será preso em flagrante delito e não haverá recolhimento de fiança, além de ser
tipificada sua conduta apenas no caput do artigo 302, ao passo que, como forma de
aumentar a punição, aqueles que não socorrem estarão sujeitos ao flagrante e à fiança.
(RENATO MARCÃO, 2017).
O último caso de aumento previsto para o artigo 302, está em seu §1°, inciso IV,
que dispõe acerca da ocorrência do homicídio culposo causado por condutor que esteja
no exercício de sua profissão ou atividade, conduzindo veículo de transporte de
passageiros.
A existência desse aumento na pena visa demonstrar que, em se tratando de
motorista profissional, cuja renda é retirada do transporte de passageiros, é crucial que
haja, por parte deste, um maior cuidado e empenho, visto que faz desta a sua profissão,
justificando assim uma punição mais gravosa.
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para incidência desta
causa de aumento, não é necessário que haja efetivamente a existência de passageiros
dentro do veículo, também não há diferenças quanto tratar-se de veículos de pequeno ou
de grande porte. Assim como será aplicada a situações em que a vítima não era um de
seus passageiros.
Além das causas de aumento previstas, que foram analisadas anteriormente, o
artigo ainda trata de qualificadora, que foi alterada recentemente pela Lei nº
13.546/2017, sendo prevista atualmente pelo §3º, que possui essa nova disposição:
Agente, que não ingeriu bebida alcoólica e conduz seu veículo automotor
respeitando o limite da velocidade permitida na via, decide por não parar no
semáforo vermelho e, ao ingressar no cruzamento, acaba por abalroar o
veículo que por ali corretamente trafegava pela via perpendicular e causa
ferimentos ou morte ao condutor (Eudes Quintino de Oliveira Júnior e
Antonelli Antonio Moreira Secanho <https://bit.ly/2IztPDB> Acesso em out
2018)
Nos crimes cujo elemento subjetivo seja o dolo, o agente será punido de acordo
com o Código Penal, não sendo tipificada sua conduta como crime de trânsito, pois o
Código de Trânsito Brasileiro possui previsão apenas para o homicídio culposo.
Portanto, aqueles que praticam o homicídio em sua modalidade dolosa, na
condução de veículo automotor, responderá pelo artigo 121 do Código Penal Brasileiro.
Neste caso, o indivíduo estará sujeito a uma pena de seis a vinte anos, e em casos em
que houver homicídio qualificado, a pena passa a ser de doze a trinta anos de reclusão.
É evidente a diferença entre a pena e aquela disposta no 302, do Código de
Trânsito, o que faz com que a tipificação da conduta de forma equivocada cause sérias
consequências ao agente, por isso é que diariamente, o dolo eventual e a culpa
consciente nos crimes de trânsito sejam ensejo de diversas discussões doutrinárias e
jurisprudenciais.
De início, salienta-se que estamos diante de uma norma geral, que possui a
previsão de uma conduta genérica, constante apenas o verbo “matar” alguém, portanto
25
vemos que não há uma conduta prevista de forma específica acerca da ocorrência de
crime de homicídio doloso no trânsito, sendo importante ressaltar que, na maioria das
vezes, é a existência de dolo eventual que faz com que a conduta do condutor venha ser
tipificada pelo Código Penal.
Ressalta-se que algumas características previstas no artigo 302, do Código de
Trânsito, devem também estar presentes, mesmo envolvendo a modalidade dolosa,
como por exemplo: o crime ser ocasionado por um condutor de veículo automotor,
podendo ter ocorrido tanto em via pública quanto particular.
O presente instituto, estará configurado nos casos em que o agente ao conduzir o
seu veículo, mate alguém, seja essa conduta envolvida pelo dolo direto ou o indireto.
Ressaltando que o dolo é dotado de caráter excepcional no âmbito dos crimes de
trânsito, ao passo que para o Código Penal, o crime doloso é a regra.
Para breve esclarecimento, o dolo é entendido como uma intenção, de forma
consciente de praticar ato criminoso, há a existência da vontade e a consciência do
resultado pelo agente, ao passo que na modalidade eventual, o agente prevê o resultado,
e o aceita, mesmo não sendo ele a sua intenção. (GRECO, 2012).
Tipificar uma conduta de homicídio no trânsito como dolosa é algo
extremamente complexo, diante do fato da legislação de trânsito prever apenas a sua
modalidade culposa. Neste contexto, observa-se então que a falta de previsão legal
específica, faz com que haja dificuldade de aplicação do dolo.
Ao estudarmos o artigo 121, do Código Penal, temos que o homicídio é definido
por Bitencourt (2014, p.440) como “eliminação da vida de alguém levada a efeito por
outrem. Embora a vida seja um bem fundamental do ser individual-social, que é o
homem, sua proteção legal constitui um interesse compartido do indivíduo e do
Estado”.
É importante também, ao analisarmos o presente artigo, destacar as
classificações do crime de homicídio. Nesta vertente, Nucci (2015, p. 717) leciona que:
constante no §1°, o que resulta em uma diminuição de pena obrigatória, e, por fim,
qualificado, conforme situações elencadas no §2º, do artigo 121 do Código Penal, sendo
considerado hediondo, salvo em situações que sejam tipificadas como homicídio
privilegiado-qualificado. (CABETTE, 2012).
Conforme Capez e Rios (2015), assim como no disposto no artigo 302 do
Código de Trânsito, trata-se de um crime cujo bem jurídico tutelado é a vida humana.
Tendo qualquer pessoa pode ser sujeito ativo e passivo, lembrando que o sujeito ativo
será aquele que conduz veículo automotor.
Em relação ao seu tipo subjetivo, Cabette (2012) denomina a vontade do agente
de animus necandi ou animus occidendi, tais expressões equivalem à vontade do agente
de matar. E quanto à consumação, está se dá com a morte da vítima, portanto, resta
cabível a sua modalidade na forma tentada.
Uma das principais diferenças entre este crime e o previsto no artigo 302 do
Código de Trânsito está na competência do Júri para julgamento do agente que der
causa a um homicídio no trânsito de forma dolosa.
Esta previsão de competência está prevista no artigo 74, §2°, do Código de
Processo Penal: “compete ao tribunal do júri o julgamento dos crimes previstos nos
artigos 121, parágrafos 1º e 2°, do Código Penal, consumado ou tentado”. (SANCHEZ,
et al, 2017).
Neste seguimento, é possível observar que ao atribuir a competência ao Júri, nos
casos de acidente no trânsito, em hipóteses cujo resultado é a morte da vítima, afirma-se
em um primeiro momento que o condutor agiu assumindo o risco de produção deste
resultado, pois conhecia seus riscos e mesmo assim prosseguiu com a conduta.
Importante lembrar que no momento em que se atribui a competência ao Júri, o
agente seja julgado por jurados, e estará nas mãos deles a decisão de atribuir o elemento
doloso à sua conduta responsáveis por decidirem acerca do elemento subjetivo presente
na conduta do acusado, seja ele o dolo ou culpa.
Vigora-se então o princípio do in dubio pro societate, onde na dúvida, não se
favorece o réu, e sim a sociedade. Ou seja, a competência será do Júri, quando houver
indícios de que o condutor de alguma forma assumiu o risco de realização do resultado
que levou à vítima a óbito.
Neste sentido:
Capítulo II –
DOLO E CULPA
2. 1 Dolo
2. 1. 1 Conceito
O elemento dolo possui sua previsão legal no artigo 18, inciso I, do Código
Penal Brasileiro, onde o legislador ordinário estabelece que, o crime será tido como
doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. (NUCCI
2016).
Expressamente na legislação ordinária, através do artigo mencionado, é
apresentado um conceito genérico de dolo, sendo então necessário interpretá-lo de
forma especifica, conforme ditames da doutrina e jurisprudência.
Segundo Bitencourt (2007, p. 267) “a essência do dolo deve estar na vontade,
não de violar a lei, mas de realizar a ação e obter o resultado”. Para a teoria em
questão, não descarta a consciência da ilicitude que é necessária, mas ressalta que,
entretanto, o potencial interesse de realizar o fato.
Após a análise do artigo expresso no Código Penal Brasileiro, é possível notar
que, o crime doloso é regra na legislação, enquanto que o crime tido como culposo é
31
uma exceção, que para ser caracterizada deve estar expressamente prevista em lei.
2.1.2 Elementos
2. 1. 3 Teorias do dolo
33
Com o decorrer dos tempos, diversas teorias foram criadas por doutrinadores
com a finalidade de complementar o conceito de dolo, dentre as teorias, as que merecem
destaque são a teoria da vontade, a teoria da representação e a teoria do consentimento.
“Aos clássicos, que adotam a teoria da vontade, dolo é a vontade dirigida ao
resultado. A essência do dolo deve estar na vontade, não de violar a lei, mas de
realizar a ação e obter o resultado” (BITENCOURT, 2014, p.160).
Sendo assim, nota-se que para esta teoria, para formação do dolo deve existir
uma vontade de praticar um crime e também deve estar presente a consciência a respeito
do fato, ou seja, tem-se que o elemento cognitivo do dolo é fundamental para sua
caracterização.
Para a teoria da representação, dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a
possibilidade de o resultado ocorrer, sem, contudo, desejá-lo. Denomina-se teoria da
representação, porque basta ao agente representar (prever) a possibilidade do resultado
para a conduta ser qualificada como dolosa. “Para os adeptos da teoria, não se deve
perquirir se o agente havia assumido o risco de produzir o resultado, ou se, mesmo o
prevendo como possível, acreditava sinceramente na sua não ocorrência”. (GRECO,
2012, p. 186).
“Esta é uma teoria hoje completamente desacreditada, e até mesmo seus
grandes defensores, Von Liszt e Frank, acabaram reconhecendo que somente a
representação do resultado era insuficiente para exaurir a noção de dolo”
(BITENCOURT 2014, p.160).
Nota-se então que a teoria da representação se finda na previsão do resultado,
sendo explícito que, não existe diferença entre culpa consciente e dolo eventual, criando
certa confusão entre tais institutos, devido ao fato que quando o agente possui a
previsão da existência de um resultado, a conduta por ele praticada será tipificada como
dolosa.
Para os que adotam a teoria do consentimento, o dolo envolve tanto a vontade de
produzir o resultado, que representa o elemento volitivo, quanto a pratica de um ato em
que assume a efetiva produção de um resultado, tratando-se então do elemento
cognitivo. (GRECO, 2012).
Destaca-se então, que há dolo (eventual) só quando o agente pretende o
resultado, mas também quando realiza uma conduta assumindo risco de produzir esse
34
resultado.
Diante da análise do artigo 18, inciso I, do Código Penal Brasileiro, cujo assunto
disposto é o dolo, é possível identificar que houve a preferência de duas das teorias
acima expostas, sendo elas a teoria da vontade, que em suma trata-se do querer o
resultado, e a teoria do consentimento, aonde o agente assume o risco de produzir certo
resultado.
“O dolo é, sobretudo, vontade de produzir o resultado. Mas não é só. Também
há dolo na conduta de quem, após prever e estar ciente de que pode provocar o
resultado, assume o risco de produzi-lo” (MASSON 2017, p.142).
Com relação ao dolo eventual, tem-se que presente tópico é essencial para este
estudo, é em sua aplicação e na aplicação da culpa consciente aos casos concretos,
principalmente envolvendo os homicídios no trânsito, em que se concentra a grande
problemática e discussão tanto doutrinária quanto jurisprudencial, objeto deste estudo.
O artigo 18, inciso I, do Código Penal, dispõe que: “Diz-se o crime: doloso,
quando o agente (...) assumiu o risco de produzi-lo”.
Ao analisarmos o que foi destacado, de princípio, tem-se que será caracterizado
o dolo quando o agente assumi o risco da produção de um resultado, independentemente
de haver ou não a presença de sua vontade.
Porém, observa-se que a simples conduta de assumir o risco de um resultado, ao
aplicar-se em um caso concreto, torna-se uma expressão de significado amplo, não
sendo possível, apenas com a leitura do artigo identificar se o agente assumiu ou não o
risco ao praticar determinada conduta.
Para tanto, diversos doutrinadores buscaram conceituar o elemento dolo, com a
finalidade de trazer mais lucidez ao disposto no Código Penal.
Segundo Fukassawa (2015, p. 147):
Acrescenta-se que, [...] há dolo eventual quando o agente não quer diretamente
a realização do tipo, mas a aceita como possível ou até provável, assumindo o risco da
produção do resultado”. (BITENCOURT 2014, p.161)
Neste mesmo sentido, temos que, [...] fala-se em dolo eventual quando o agente,
embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e,
com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e
aceito”. (GRECO, 2012, p.191).
Destaca-se então que o dolo eventual também possui os elementos essenciais do
dolo, que é a consciência e a vontade, o simples saber que um resultado é provável ou
agir de forma consciente para a sua ocorrência.
Deste modo tem-se que o dolo eventual, ao ser aplicado no atualmente, em
diversos casos concretos, não é retirado, muito menos observado, na mentalidade do
agente, em seu intelecto, mas sim na forma em que o contexto fático ocorre, nas
circunstâncias, na conjuntura dos fatos.
Não cabe, aqui, exigir que o agente aceite e se direcione a determinado
resultado, pois neste caso estaria presente o dolo indireto, não o dolo eventual, é preciso
ver que para este estar configurado, basta que o agente aceite um resultado, que em
determinado contexto fático, era provável ser configurado, era possível observar que
aquele resultado poderia sim acontecer. (MASSON 2017).
Neste mesmo discernimento, Olivé (2017, p. 331), dispõe:
2. 2 Culpa
A culpa, portanto, não está descrita, nem especificada, mas apenas prevista
38
Neste âmbito, percebe-se que estamos diante de um tipo aberto, visto que as
condutas para o caracterizar, não são descritas ou constantes de forma expressa, tendo
em vista que não tem como o legislador discriminar todas as situações que serão de fato
culposas, sendo preciso então, ver em cada caso concreto, qual conduta seria ideal para
aquela determinada circunstância
2. 2. 1 Elementos da culpa
2. 2. 2 Graus de culpa
Existem duas espécies de culpa no Código Penal, quais sejam culpa consciente e
40
culpa inconsciente.
Conforme Capez (2012, p. 234):
A maior discussão acerca da culpa consciente, está no fato de seu conceito ser
muitas vezes confundido com o dolo eventual, principalmente quando assunto se tratar
de crimes de homicídio no trânsito, tal discussão e comparação será posteriormente
discutida e analisada por este estudo.
41
OBS 1. De acordo com a lei penal, não existe diferença de tratamento penal
entre a culpa com previsão e a inconsciente, “pois tanto vale não ter
consciência da anormalidade da própria conduta, quanto estar consciente
dela, mas confiando, sinceramente, em que o resultado lesivo não sobrevirá́ ”
(Exposição de Motivos do CP de 1940). Além disso, não há diferença quanto
à cominação da pena abstratamente no tipo. Entretanto, parece-nos que no
momento da dosagem da pena, o grau de culpabilidade (...) deva o juiz, na
primeira fase da dosimetria, elevar um pouco mais a sanção de quem age
com a culpa consciente.
OBS 2. Culpa consciente difere do dolo eventual, porque neste o agente
prevê̂ o resultado, mas não se importa que ele ocorra (...) Na culpa
consciente, embora prevendo o que possa vir a acontecer, o agente repudia
essa possibilidade (...) O traço distintivo entre ambos, portanto, é que no
dolo eventual o agente diz: “não importa”, enquanto na culpa consciente
supõe: “é possível, mas não vai acontecer de forma alguma”.
Capítulo III –
DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE NOS HOMICÍDIOS
NO TRÂNSITO
agente, prevê um resultado, mas acredita de forma sincera na sua não ocorrência; ou
seja, o agente não assume o resultado. Já no instituto do dolo eventual, a principal
diferença deste com a culpa consciente é que aqui, o agente prevê o resultado, e não se
importa com a sua ocorrência.
Deste modo, verifica-se que a principal distinção entre estes dois institutos é que
no dolo eventual o agente aceita o resultado e assume o risco de sua produção, ao invés
de deixar de agir, enquanto que na culpa consciente, ao contrário, o agente tem a plena
convicção de que o resultado não se consumará, no entanto, em virtude de uma análise
equivocada o evento danoso acaba por acontecer.
3.2.1 Caso Concreto envolvendo o dolo eventual - Luiz Fernando Carli Filho
Luiz Fernando Carli Filho, parlamentar, foi autor de um dos crimes que mais
chocou no país. No dia 07 de maio de 2009, em Curitiba- PR, o carro que conduzia
estava em alta velocidade no momento em que bateu em um outro veículo, provocando
na morte de dois jovens. Carli Filho no momento do acidente, dirigia entre 161 km/h a
173 km/h, com sua carteira de habilitação cassada, além de estar alcoolizado.
Após muitos embates entre defesa e acusação, e tendo todos os seus recursos
46
negados, foi posteriormente submetido à Júri Popular no ano de 2018, que o condenou
por duplo homicídio na modalidade dolo eventual, com a pena de nove anos e quatro
meses de prisão em regime fechado, pelas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e
Carlos Murilo de Almeida, sendo permitido recorrer em liberdade, com medidas
cautelares diversas da prisão. (G1.COM, s/d).
O que podemos observar neste caso é a somatória de elementos que fez com que
a conduta do agente tenha demonstrado seu consentimento ao resultado, tendo em vista
que estava em altíssima velocidade em uma avenida, alcoolizado, com a carteira de
habilitação cassada, demonstrando total desprezo à vida dos demais presentes no local,
assumindo o dano causado.
interferir na decisão, ou seja, um réu não pode ser condenado por um crime doloso se
sua atitude e ações ocorreram de forma culposa.
Conforme jurisprudências, tem-se admitido em casos de velocidade inadequada
para determinado local, desrespeito às vias preferenciais, ingressar em rodovias sem
prestar o devido cuidado, derrapar em pistas escorregadias, no caso também de
ofuscação da vista causada por farol de outro veículo ou até mesmo pelo sol, desrespeito
à distância de seguimento, dirigir pela contramão, embriaguez ao volante, excesso de
velocidade ao realizar curvas, manobras de marcha ré se, devido cuidado, falta de
manutenção em freios, entre outros, a aplicação da culpa, aos resultados que causarem.
3.4 Embriaguez
Inicialmente, temos que, nos termos do artigo 28, inciso II, do Código Penal, a
embriaguez voluntária ou culposa, decorrente de ingestão de álcool ou uso de substância
análoga, não exclui a imputabilidade.
O referido dispositivo provém da adoção pelo Código Penal da teoria da actio
libera in causa, que dispõe acerca do sujeito que, de forma voluntária se coloca numa
situação de inimputabilidade ou incapacidade de agir, devendo este responder pela
prática do crime. (ESTEFAN; GONÇALVES, 2012).
A infração de dirigir sob influência de álcool está prevista no artigo 165 do
Código de Trânsito, e é através dele que definimos, primeiramente, o que é estar
embriagado ao volante: “Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior
a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica. (…)”. (SANCHEZ, et al, 2017).
Durante um período, parte da doutrina e jurisprudência passou a admitir a
existência de dolo eventual em hipóteses em que o agente esteja sob o efeito de álcool,
utilizando-se do argumento que, ao assumir a direção de um veículo automotor nessas
condições, o agente assume o risco de um resultado, sendo tipificada sua conduta nos
moldes do homicídio doloso simples ou qualificado. Tudo isso devido ao
pressionamento da sociedade e a assustadora quantidade de mortes causadas pela
embriaguez ao volante.
Para confirmar a tese utilizada, temos o seguinte julgado do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, que explicita a admissão do dolo eventual decorrente de
50
Porém, em 2017, após apelos e pressão social, houve uma mudança legislativa
no Código de Trânsito, com a superveniência da Lei 13.546/2017 (BRASIL, 2017), que
estipulou um aumento de pena no crime de homicídio culposo na direção de veículo
automotor, para os casos em que o condutor estiver dirigindo e causar o dano devido ao
fato de estar sob influência de efeitos de álcool.
Tal mudança, para muitos do âmbito jurídico, afastou a aplicação do dolo
eventual em hipóteses que houver somente a embriaguez, principalmente pelo fato da
rigidez que passou a se tratar a conduta, cuja pena passa a ser de reclusão, de cinco a
oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor. Ou seja, o inicio de cumprimento da pena passa a ser em
regime fechado, e não se pode mais pagar fiança no caso de prisão em flagrante.
Salienta-se então que é compreensível que o simples fato de uma pessoa estar
dirigindo sob influência de efeito de álcool, não quer dizer que automaticamente
responderá por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual. É preciso observar, ao
analisar o caso concreto, se o agente, no momento do ocorrido, além de estar
embriagado, assumiu o risco de produção do resultado, ou seja, existir outras hipóteses
que, juntamente com a embriaguez, demonstrarem que o agente assumiu o risco da
produção do resultado.
Neste sentido, consubstanciando o entendimento anterior tem-se a seguinte
decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina:
E mais,
De forma isolada, por fim, resta salientar que algumas decisões são no sentido de
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que o elemento subjetivo deve ser definido e analisado pelo Tribunal do Júri:
3.5 “Racha”
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E mais,
Desse modo, vemos que quando o agente participa de corrida automobilista não
autorizada, ele assume o risco de um resultado. Ele demonstra agir com total indiferença
para com as pessoas que ali estão, portanto, consente com o resultado.
Em contrapartida, há quem defenda que o crime de trânsito praticado pela
“racha” de forma isolada, não possui condão para aplicação do dolo eventual, devendo,
sempre que puder, ser aplicada a culpa consciente, em defesa que se o indivíduo não
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agiu com dolo direto, ele não assume o risco de produção do resultado.
CONCLUSÃO
culpa consciente por meio da conceituação, nesta vertente temos que, no primeiro o
agente assume o risco de produção do resultado, já na segunda, o agente acredita em sua
não ocorrência.
Este embate jurídico ocorre, pois, a análise do caso é extremamente subjetiva, a
maior dúvida é: como saber o que estava passando na mente do agente, no momento em
que causou o resultado danoso, ele assumiu ou não o resultado? Diante desta questão é
possível observar o quanto a falha tipificação de condutas determinadas no trânsito traz
uma incerteza na aplicação de ambos institutos.
A principal importância da correta aplicação está na diferença entre as
consequências geradas pelos institutos. Como demonstrado, o agente que tiver sua
conduta considerada dolosa, na modalidade eventual, será condenado pelo crime do
artigo 121 do Código Penal, cuja pena mínima é seis anos de reclusão, já na culpa
(consciente), a conduta é prevista no artigo 302 do Código de Trânsito, cuja pena
mínima é de 02 anos de detenção, portanto, o erro causado na aplicação pode trazer a
situações semelhantes, uma significativa diferença nas punições.
Como explicitado, as decisões proferidas por Tribunais, têm sido no sentido de
aplicar o dolo eventual aos casos de corrida automobilística não autorizada, “racha”, já
em casos que, isoladamente, há embriaguez ou excesso de velocidade, tem sido comum
a aplicação da culpa consciente. Ou seja, na junção de elementos, como, alta velocidade,
embriaguez, tem sido aplicado o dolo eventual, assim como nos casos de “racha”. Pois
chega em um ponto que as circunstâncias as quais o agente se submeteu superam o fato
de acreditar ou não na ocorrência do resultado.
Porém, tais decisões não são uniformes, muitos magistrados ainda são propensos
a tipificar homicídios causados no trânsito se pautando somente no crime trazido pelo
Código de Trânsito, mesmo com a tendência de aplicação do dolo eventual em
determinadas condutas.
Possível foi observar que, conforme trazido e abordado nesta pesquisa, não se
pode definir o elemento dolo eventual ou culpa consciente, apenas pelo subjetivismo,
deve ser analisado em cada caso, se o autor se submeteu a uma situação de risco ao
ponto de não se importar com a ocorrência do resultado. Indispensável é a análise dos
elementos externos do crime.
Outro aspecto importante nesse assunto é o clamor popular que vem no sentido
de querer um tratamento mais justo para haver um sentimento de paz no trânsito,
portanto, não é fato impeditivo para se fazer uma interposição mais severa e uma lei
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mais rígida, pois o direito é uma ciência social, surge da necessidade das pessoas em
sociedade.
Pretende-se, portanto, contribuir para o mundo acadêmico e solidificar a posição
do tema proposto, uma vez que trata de um assunto que atualmente tem uma grande
importância.
Enfim, conclui-se que o dolo eventual e a culpa consciente são elementos que
devem ser aplicados de forma cuidadosa, pautados nas circunstâncias de cada caso
concreto, mas ao mesmo tempo deve ser providenciada uma uniformização de
entendimento, para que casos semelhantes não sejam tratados de forma desigual, por
conta de equívocos na tipificação.
REFERÊNCIAS
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consciente nos homicídios de trânsito. Disponível em: <https://bit.ly/2RTVEO9>.
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