Manual Do Professor
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda o tema “saneamento básico: sua relação com o meio
ambiente e a saúde pública”, rede de esgoto e água, sua importância, história,
modernização e evolução, que é de suma importância, tendo em vista estar
diretamente ligado a saúde pública, índice de desenvolvimento humano, qualidade de
vida e bem estar da população, seja na gestão Municipal, Estadual, Federal, Empresas
privadas e projetos particulares.
Este projeto pesquisa tem como objetivo buscar pela qualidade e visão ampla de todo
o processo, tanto histórico, evolutivo, estrutural e sua modernização, bem como sua
constante evolução e funcionamento futurístico, tendo em vista, que o sistema de
tratamento de esgoto e água potável é uma necessidade básica da sociedade.
Não podemos pensar em cidades ou logradouro, sem referir a esses serviços básicos
e essenciais, equivalentes a bens e meios de sobrevivência, e que deve ser prestada
de forma efetiva a população, garantida na Constituição Federal de 1988.
Por tudo isso, o presente estudo bibliográfico busca estudar a construção de estações
de Tratamento de Esgotos, cujo objetivo é alcançar um nível mais apropriado para
lançamento destes dejetos no ambiente por um custo mais acessível, impactando
positivamente na qualidade de vida dos cidadãos. Haja vista, que o saneamento
básico é de fundamental importância para o bem estar do ser humano, uma vez que
promove o controle da saúde pública, eliminando os fatores de risco à saúde, e assim,
aumenta as condições sociais e ambientais favoráveis a uma boa sobrevivência.
Diante disto este trabalho, será desenvolvido com a finalidade de avaliar a importância
do saneamento básico para a sociedade.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
1.3.3 Justificativa
Para a comunidade local é sinônimo de mais saúde, bem estar, qualidade de vida,
cidadãos saudáveis, equilíbrio com o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Por meio desse estudo visa-se demonstrar e elucidar a população como um todo que
o tratamento prévio de esgoto antes ser lançado no ambiente é o sistema adequado.
É um trabalho técnico, que demanda muita pesquisa na área de Engenharia, pois
envolvem vários profissionais engenheiros especialistas com conhecimentos em
diferentes áreas, como hidrologia, geologia, projetista AUTOCAD, mecânica dos
solos, mecânica dos fluídos, topografia, geodésia, além de outras ciências da
engenharia, para assim obter um projeto de excelência, bem como sua execução, não
esquecendo também de ser viável e de baixo custo, aplicando tecnologias de
inovações.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Saneamento no mundo
Os primeiros registros do saneamento nas cidades remontam a tempo antes de Cristo,
na Antiga Babilônia (Mesopotâmia), 3.750 a.C. e redes de água na Assiria em 690 a.C.
Na idade antiga perceberam que lixo e dejetos de esgoto resultavam em doenças. No
Egito Antigo, onde se fez registros históricos de uma organização de engenharia
pensando na melhoria deste tipo de obra. Os engenheiros egípcios desenvolveram a
técnica para canalizar águas do rio Nilo e levá-la para dentro do palácio do faraó
utilizando tubos de cobre.
Na Idade Média houve uma estagnação nesses avanços. Por conta da queda de Roma
e seu colapso social, o conhecimento ficou arquivado nos mosteiros e nas instituições
da Igreja, uma vez que eram praticas dos monges, padres, frades, religiosos e nobres.
Somente 10 séculos depois, aproximadamente, este conhecimento foi retomado, em
A peste negra aconteceu no século XIV, no período da Baixa Idade Média. A doença
atingiu toda a Europa entre 1347 a 1350. Essa doença é transmitida através de ratos,
mordidas de pulga, pessoas infectadas, ou seja, através do contato corporal, pela
tosse com sangue e espirros, os estágios mais agressivos da doença.
De acordo com o INSTITUTO TRATA BRASIL (2012, p.7), até mesmo na Bíblia tem
passagens vinculadas a práticas sanitárias, veja:
Segundo dados do IBGE, (2020, p.7), o saneamento é objetivo a ser cumprido, veja:
Bem como a Agenda 21 que é o compromisso das nações em prol do meio ambiente
sustentável.
Em 1981 a Lei n.º 6.938, considerada um marco na política ambiental por ser a
primeira lei a abranger integralmente o assunto, estabelece-se a Política Nacional do
Meio Ambiente, criando o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Em 2012 ouve a revogação do código florestal de 1965, que foi um marco pra época.
Sua substituição dada pela Lei n.º 12.651/2012, esta lei estabelece normas gerais
sobre a proteção da vegetação.
Então, na década de 90, segundo o Instituto Trata Brasil (2012), surgiram às primeiras
concessões privada de serviços públicos de água e esgoto.
Em 2007, entrou em vigor a Lei Federal n.º 11.445, intitulada Lei do Saneamento
básico (LNSB), onde estabelece diretrizes nacionais do saneamento básico e delega
aos municípios a formulação da política do saneamento. Aborda o conjunto de serviços
públicos de abastecimento de água potável, coleta, tratamento, disposição adequada
dos esgotos sanitários, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza
urbana, manejo de resíduos sólidos. LEONETI, explica que:
Por fim, saneamento básico é de interesse mundial, deve ser eficiente e universal, é
uma meta que deve ser atingida em prol da saúde pública, do desenvolvimento
econômico, do equilíbrio ambiental, enfim em prol da vida.
Normas essas, que trata do acesso e da adequação devida neste âmbito, visando
garantir a saúde pública. No entanto, segundo dados do IBGE a garantia das
condições de acesso sofre de carência e inadequação, bem como a qualidade dos
serviços é bastante precária, seja pela omissão do poder público, pela falta de
conscientização e conhecimento da população sobre o tema, gerando um grande
déficit desses serviços. O saneamento básico é um mecanismo que assegura todos
os serviços que tornam a vida urbana saudável e segura. Conforme o Instituto Trata
Brasil (2012, p.9):
Alguns princípios defendidos para a política pública de saneamento para o Brasil são:
a universalização, igualdade/equidade na distribuição e prestação dos serviços,
integralidade, regularidade, continuidade, eficiência, qualidade, segurança,
atualidade, cortesia, modicidade dos custos e dos preços, participação e controle
social, salubridade e proteção ambiental (MORAES e OLIVEIRA, 2000;
MONTENEGRO et al., 2001).
Nesse sentido, Marçal Justen Filho (2005, p. 207) afirma que a promoção do
saneamento básico “trata-se de um dever do Estado brasileiro, que recai sobre todas
as manifestações político organizacionais: União, Estado e Distrito Federal e
Municípios”.
Portanto, ao saneamento básico é vital a uma boa saúde, assim sendo todos os
gestores devem cumprir o disposto na Constituição, bem como LEI n.º 10.257, de 10
de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade, que expressamente prevê o
saneamento ambiental, nesse sentido:
Nos termos da Constituição que prevê que compete a União instituir diretrizes para o
saneamento básico, no art.21, inc. XX, o qual foi instituído pela a Lei Federal nº 11.445,
de 5 janeiro 2007 (Lei Nacional de Saneamento Básico – LNSB) e de seu decreto
regulamentador (Decreto Federal nº 7.217, de 20 de Jun. 2010).
Art.4ºA [...]
[...]
Pois a esfera pública tem o dever constitucional de ofertar esses serviços de maneira
satisfatória, em razão da dignidade humana, pois é serviço essencial a sobrevivência.
E essa omissão tem deixado à função social a margem da própria sorte que lhe fora
lançada, gerando injustiça social. Pois, a falta de saneamento básico traz graves
É fato que, são direitos sociais, que visão garantir aos indivíduos o exercício e usufruto
de direitos fundamentais, para que tenham uma vida digna, por meio da proteção e
das garantias dadas pelo estado de direito, e a ausência do saneamento básico
constitui fator extremamente negativo, e tem como consequência a má qualidade de
vida da população, conclui-se que uma gestão ineficiente gera muito mais gastos de
maneira inversa, pois investir em saneamento é investir em saúde, nos termos da
Constituição. Para a (FUNASA, 2006, p.36): “É uma meta social diante de sua
essencialidade à vida humana e a proteção ambiental, o que evidencia o seu caráter
público e o dever do Estado a sua promoção”.
Em forma reversa o poder público terá economias com gastos na saúde, tendo em
vista que teremos pessoas mais saudáveis e meio ambiente equilibrado, pois é sabido
que a falta de tratamento de esgoto gera inúmeras doenças e muitos outros males, eis
que o saneamento básico é um direito fundamental assegurado por lei. E assim
desenvolver e aplicar um projeto de saneamento de maneira eficiente, necessidade
tão primordial, pois a cada R$1,00 investido em tratamento de esgoto, são
economizados R$4,00 em saúde pública, segundo o Instituto Trata Brasil.
De acordo com o IBGE (2020, p.56), 11 dos 27 Estados, mais da metade dos
Municípios possui rede coletora de esgoto, a ilustração a seguir demonstra a
desigualdade com extremos, apontando uma grande carência:
O IBGE (2020, p.65), afirma que: “Em muitos Municípios com rede, porém, apenas
parte do esgoto gerado era coletado e tratado”. Esse fato é muito preocupante e
lamentável, a ilustração a seguir demonstra os dados com clareza:
Segundo o IBGE (2020. p. 68): “Os principais corpos receptores, em todo o Brasil,
foram os rios, tanto dos efluentes tratados, conforme informado por 1848 Municípios,
quanto do esgoto sem tratamento, segundo 1360 municipalidades”.
Para o Instituto Trata Brasil (2012. p.9) o saneamento básico corresponde a um:
proporciona salubridade ambiental que promova a saúde humana, ou seja, vai além
do básico, integrando também abastecimento de água potável, sistema de tratamento
de rede de esgoto, limpeza pública, zoonoses, entre outros, que é essencial a vida,
logo saneamento ambiental é um conjunto aberto, pois com a evolução da sociedade
pode surgir ou descobrir novos fatores ambientais que afetem a saúde humana, nesse
passo Fernando Aith (2010, p. 241):
Ainda no mesmo sentido, Fernando Aith (2010, p.241), diz que “pode-se afirmar que
o saneamento básico é uma espécie do gênero saneamento ambiental”.
Na figura abaixo André Bezerra dos Santos, ilustra o saneamento ambiental, para
melhor compreensão:
Após a vigência da Lei Nacional do Saneamento Básico – LNSB (Lei Federal n.º
11.445, de 5 de Jan. de 2007), esse conceito técnico passou a possuir efeito jurídico,
sempre lembrando que a LNSB trata apenas dos serviços públicos de saneamento
básico. Haja vista, que as ações de saúde pública de saneamento básico são
disciplinadas pela legislação que rege o Sistema Único de Saúde (SUS).
[...]
[...]
Segundo dados do IBGE, (IBGE, 2020, p.8 apud PLANSAB) explica que o Plansab
caracteriza as soluções sanitárias em três grupos: atendimento adequado,
atendimento precário, e sem atendimento, conforme o quadro, a seguir:
Verifica-se, que o saneamento básico exerce grande importância para o direito à vida
saudável, o qual proporciona inúmeros benefícios à saúde pública além de garantir o
controle da “[...] poluição e defesa do meio natural.” (FUNASA, 2006, p.34).
O IBGE (2020, p.36) explica que o serviço de abastecimento de água por rede geral
de distribuição caracteriza-se pelos processos: retirada da água bruta da natureza
(captação), adequação de sua qualidade (tratamento), armazenamento (reservatório),
e distribuição à população, processos esses realizados por meio de equipamentos e
instalações.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017, p.20) diz que “Conforme
o entendimento jurídico vigente no Brasil, a prefeitura é o ente titular responsável pelo
serviço de abastecimento de água, podendo a execução do serviço ser compartilhada
ou delegada a outra entidade. Veja a ilustração fornecida pelo IBGE, os Municípios
com e sem serviços de abastecimento de água:
Neste sentido, para Ribeiro J. & Rooke (2010) em seu trabalho assevera que a água
em condição de potabilidade é a água própria para o consumo humano e se contiver
substâncias que desrespeitem estes padrões, é considerada imprópria para tal
finalidade. Daí a importância do tratamento da água abastecida à população,
promovendo a saúde pública e o controle de doenças por causados por “[...] agentes
patogênicos no organismo humano [...].” (DACACH, 1990, p.2).
Contudo, a sociedade brasileira tem avançado pelo entendimento, bem como dada a
ampliação e velocidade dos meios de conhecimento pelos meios digitais, de que as
condições de saneamento básico são essenciais para garantir o bem-estar da
população “[...] esta infraestrutura de acesso à rede de fornecimento de água potável,
de esgotamento sanitário e coleta de lixo deve ser garantida pelo Estado.” (IBGE,
2011, p.66).
Segundo o INSTITUTO TRATA BRASIL (2012, p.29), não é possível tratar água de
esgoto para torna-la potável, e os métodos de tratamento vão desde a fervura até
correção de dureza e corrosão, e várias fases de decantação, filtração, cloração, veja
a ilustração a seguir como funciona, o sistema de abastecimento de água potável:
No final da referida página, no rodapé, o IBGE ainda explica o que vem a ser Estação
de Tratamento de Água e a Unidade de tratamento, veja:
Segundo aponta Leoneti, (SNIS, 2007 apud LEONETI, 2011, p.333) [...] “até 2006,
apenas 15% do esgoto sanitário gerado nas regiões urbanas dos municípios do Brasil
era tratado”.
Enquanto a poluição dos rios, lagoas, riachos, afluentes, nascentes e mares, é crítica,
estes gritam por socorro, à mercê da própria sorte, haja vista o lamentável estado
insalubridade que se encontram, educação ambiental e saneamento devem caminhar
juntos, como relata Ribeiro H.& Günther (2002):
Em sendo uma meta social, essa ação tem caráter coletivo, tendo os
indivíduos, a comunidade e o Estado papéis a desempenhar. Dada a
sua natureza, o seu caráter de monopólio natural, o esforço para a sua
promoção envolve diferentes atores sociais. O saneamento, além de
ser fundamentalmente de saúde pública e de proteção ambiental, é um
serviço essencial, um direito do cidadão e dever do Estado. (FUNASA,
2013, p.35).
A Constituição Federal de 1988 prevê expressamente em seu Título III, que trata da
Organização do Estado, Capítulo II “[...] é competência comum da União, dos Estados,
crescimento do acesso à coleta de esgoto por rede, ou seja, o que ocorre é expansão
das áreas já atendidas que já possuem os serviços e não pelo surgindo de novos
serviços.
Ademais, a coleta do lixo e a limpeza dos logradouros públicos são classificadas como
serviços públicos essenciais e necessários para a sobrevivência das pessoas e até do
próprio Estado, pois, visam a atender as necessidades inadiáveis da comunidade,
conforme estabelecem os artigos. 10 e 11 da Lei n.º 7.783 de 1989, que dispõe sobre
o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, In verbis:
[...]
[...]
A drenagem do solo e a limpeza urbana são essenciais, pois são sistemas de ações
preventivas de inundações, que por sua vez trazem consigo inúmeras doenças de
veiculação hídrica, se tornando fontes contínuas de contaminação de variadas
patologias.
Razão pela qual, os serviços públicos desta natureza são regidos pelo princípio da
continuidade, universalidade entre outras diretrizes nos termos da Lei n.º 11.445/2007.
3 METODOLOGIA
Segundo Moresi, metodologia de pesquisa entende-se que, “Pesquisar significa, de
forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas” (MORESI, 2003,
p.8).
De acordo com Lakatos e Marconi (2003), pesquisa é “uma atividade voltada a busca
de respostas e a solução de problemas para questões propostas, através da utilização
de métodos científicos”.
Nos subtítulos a seguir serão definidos os tipos de pesquisas existentes e os que foram
utilizados para a elaboração deste trabalho.
Enquanto a pesquisa descritiva Gil diz que “(2008, p.28), “têm como objetivo primordial
a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis”.
Já a pesquisa explicativa Gil (2008, p.28) é o “tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”. Tornando
assim o objeto de estudo de fácil compreensão justificando o “porque” das coisas,
como também ensina VERGARA (2007).
Portanto, o presente trabalho de pesquisa pode ser classificado quanto aos fins como
exploratório porque aborda o saneamento básico e a importância da rede de esgoto,
assim como os seus benefícios, em prol da humanidade, haja vista que o método de
estudo é de levantamento bibliográfico.
Este trabalho foi produzido com base em levantamentos bibliográficos bem como a
partir da análise desse levantamento, demonstrando o debate de autores dentro do
Conforme exposto, a coleta e análise de dados do presente trabalho se deu por meio
de documentação eis que é fundamentado em pesquisa bibliográfica, bem como
legislações aplicadas ao tema de estudo, sendo que a análise ocorreu demonstrando
as diferentes posições dos autores citados, bem como conceitos e métodos utilizados
e aplicados ao assunto por meio de instituições e legislações.
Assim sendo com o tema definido, foi feito a pesquisa bibliográfica buscando suas
definições, formas corretas de aplicação, normatizações, entre outros.
Segundo Menga Lüdke e Marli André (1999), afirmam que uma pesquisa não seria
somente quantitativa, pois na escolha das variáveis o pesquisador estaria operando
com aspectos qualitativos também, em razão da inconstância. Também não seria
somente qualitativa, eis que haveria quantificação na escolha das variáveis a serem
estudadas.
Pesquisa qualitativa para muitos autores se trata de uma “expressão genérica”. Para
Gil (1999), pesquisa qualitativa, propicia o aprofundamento da investigação das
questões relacionadas ao fenômeno em estudo e das suas relações, mediante a
máxima valorização do contato direto com a situação estudada, buscando-se o que
era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta para perceber a individualidade e
os significados múltiplos.
Este estudo se classifica em sua natureza como qualitativa, porque se trata de uma
pesquisa bibliográfica.
Para atingir os objetivos específicos deste estudo foram feitas pesquisas bibliográficas
e desta forma utilizadas diversas referências com intuito de reunir informações, e
assim demonstrar os benefícios e desvantagens decorrentes da implantação e
utilização do sistema eficiente de rede de esgoto e saneamento básico seja no setor
público ou privado.
A água para consumo humano é captada no estado que se encontra segundo o IBGE
(2020, p.37): “Dos 5517 Municípios com entidades executoras em funcionamento,
5159 (93,5%) informaram que a executora do serviço fazia a captação de água (doce,
salobra, salgada ou salina) no próprio Município”. Assim é importante compreender
que a água proveniente de esgoto não é própria para consumo, mesmo com o prévio
tratamento não a torna água portável, por isso jamais o esgoto deve ser lançado no
Assim sendo, o efetivo saneamento se impõe como elemento vital a vida, de tal forma
a não ir ao encontro da frase do filósofo inglês Thomas Hobbes “o homem é o lobo do
homem”.
Marçal Justen Filho (2005, p. 208), ao analisar a relação entre o saneamento básico e
os direitos fundamentais e meio ambiente, diz que:
Meio ambiente, abrange tudo que está em torno do planeta terra, tudo que lhe compõe,
fornecendo recursos naturais como água, ar, solo, fauna, flora, minerais, ambiente
natural e artificial. A Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, e tem como objetivo a preservação, recuperação e
qualidade ambiental propícia à vida, condições de desenvolvimento econômico, bem
como proteção da dignidade da vida humana.
A falta de saneamento, como esgotos a céu aberto, faz com que a população fique
cada vez mais expostos a doenças, em razão da omissão do domínio público. Cabe
frisar também, que a falta hábitos adequados de higiene, provocados pelo
desconhecimento, pobreza, más condições de instalações sanitárias, são situações
que facilitam a contaminação e proliferação de doenças.
Cabe também o cidadão fazer a sua parte, sendo um dever de todos em prol do bem
comum, as ações devem ser em conjunto, ente público e privado para um bom
resultado, um eficiente saneamento básico pelo poder público não evita a
contaminação de agentes infecciosos por hábito inadequado no domínio doméstico,
como ensina (CAIRNCROSS, 1984).
humana, animal e ambiental, e assim evitar que esses dejetos cheguem a rios, mares,
lagoas, lençol freático, com protozoários, vermes, bactérias e vírus.
Nas habitações também deve ser promovida a higiene doméstica, sendo estratégia
preventiva na transmissão de doenças rota feco-oral e limpezas com água adequada,
e assim prevenir uma série de doenças infecciosas no grupo familiar. O local onde as
moradias são construídas e sua qualidade tem efeito importante na saúde dos que ali
habitam.
O serviço de água e esgoto pode ser individual também, (IBGE, 2020, p.9): “Os
serviços de água e esgoto podem ser coletivos (ofertados pelo poder público ou por
agente a quem ele tenha delegado a prestação) ou individuais.”, ou seja, o próprio
cidadão prover o tratamento de seu esgoto e rede de água.
Fonte: IBGE
E quando estas bactérias são detectadas significa que a água está contaminada por
fezes e que pode ser também, no solo ou nos alimentos. Essas bactérias são
resultadas de lançamento de esgotos sem prévio tratamento no rio e efluentes.
Veja na tabela a seguir algumas doenças ocasionadas pela falta de tratamento de rede
de esgoto:
Fato é, que a falta de rede de esgoto mata. Além dos danos ao meio ambiente,
prejudicando a vida aquática do rio, provocando contaminação dos mananciais, põe
em risco toda a população, que passa a conviver com uma água imprópria para o
consumo.
As doenças relacionadas com o lixo pela fata de saneamento são abundantes, uma
vez que o lixo é um ambiente propício para várias transmissões de doenças. Segundo
levantamento da ONU outubro de 2003, cerca de 16 milhões de brasileiros não
possuem coleta domiciliar de lixo e cerca de 64% dos municípios no Brasil depositam
o lixo coletado em lixões a céu aberto, além de problemas estéticos e de odor. O
acúmulo de lixo cria consequentemente vetores de doenças, como baratas, moscas,
ratos, cobra, escorpiões e os temidos mosquitos, são muitas as doenças causadas
pelo lixo, veja a tabela nº 2:
Como demonstrado na tabela acima são muitas as doenças ocasionadas pelo lixo e
sua falta de tratamento e destinação correta, pois os lixões a céu aberto é um
paradigma que deve ser extinto, e a destinação do lixo deve ser Usinas de Reciclagem
e de Compostagem.
A Lei n.º 12.305 de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, tem como
princípio a prevenção e precaução, traça diretrizes para que todos os resíduos gerados
no país tenham disposição final ambientalmente correta.
Assim, a desativação dos lixões a céu aberto, que causam muitas doenças a saúde
pública e problemas sociais, sendo objetivo primordial a extinção dos lixões, cuja
existência é inconcebível, em prol do desenvolvimento sustentável e da saúde pública.
O IBGE (2020, p. 62) constata que o tratamento de esgoto tem o objetivo de preservar
a vida, veja:
O tanque séptico no tratamento de esgoto doméstico é uma unidade cilíndrica ou prismática de fluxo
horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão (NBR
13969/97).
É importante destacar que a fossa séptica é uma unidade de tratamento primário, cuja
função é a separação da matéria sólida do esgoto.
O tratamento da maior parte de efluentes produz um lodo que deve ser disposto de
uma maneira tal que a qualidade do meio ambiente não seja adversamente afetada.
A quantidade de lodo varia em função do tipo de despejo e do sistema de tratamento
utilizado (BRAILE et al., 1993).
A produção de lodo nos sistemas anaeróbios é bem baixa. O lodo já sai estabilizado,
podendo ser dirigido diretamente para um leito de secagem (ABNT NBR 12209\92).
Assim sendo, são vários os métodos para remoção de água podemos citar os sistemas
mecânicos como as Centrífugas; Filtros-prensa; Prensa desaguadora e sistemas
naturais como Leitos de secagem; Lagoas de lodo. No caso do tanque séptico incluído
de filtro anaeróbio, há baixa produção de lodo, o qual já sai estabilizado, podendo
então ser dirigido diretamente para um leito de secagem.
Fonte: IBGE
Fonte: SAAEC.
1. Sistemas Anaeróbios
2. Lagoas de Estabilização
4. Disposição no Solo
5. Lodos Ativados
[...]
7. Ultravioleta
Fonte: COPASA.
Os tipos de tratamento são estabelecidos com base na qualidade final desejada e nos
dejetos a serem retirados do despejo, os quais devem se somar uns aos outros,
constituindo um processo que passa por fases diferentes, pois cada um destina-se à
retirada de diferentes materiais, e o importante, é que essa sintonia devolve a água de
forma sustentável ao meio ambiente.
Figura 25- Cobrança pelo serviço de abastecimento de água por rede geral de
distribuição nos Municípios
Figura 26 - Cobrança pelo serviço de esgotamento sanitário por rede coletora nos
Municípios
Segundo o IBGE, existem Municípios que não cobram por estes serviços, mas em sua
maioria são feitos por meio de cobrança, e majoritariamente é feito por meio de tarifa
(96,1%), desta forma o cidadão escolhe aderir ou não o serviço e ainda solicitar a
inativação do serviço posteriormente o que não ocorre em caso de taxas que possui
natureza tributária.
Para instituição de taxas, tarifas e outros preços públicos devem ser observados as
diretrizes da Lei 11.445/2007, como assevera em seu art. 2º o princípio da
“universalização do acesso e a efetiva prestação do serviço”, de saneamento básico,
pois são serviços essenciais à saúde pública e o preço não pode colidir ao ponto de
inviabilizar o acesso do cidadão.
5 CONCLUSÃO
Para atingir o objetivo geral do presente trabalho que é demonstrar a incontestável
importância do saneamento básico, seu efetivo planejamento, projeto e execução do
sistema de esgoto e abastecimento de água potável, sua importância é vital a
manutenção da vida saudável. Em prol da qualidade ambiental, e assim minimizar as
Foi visto que o crescimento urbano deve vir acompanhado do saneamento básico, que
envolve o sistema de abastecimento de água, a coleta, limpeza urbana, controle de
zoonoses, o tratamento de esgoto, devido destino de resíduos sólidos, e forte
fiscalização no sentido de não haver ocupação as margens de leitos, bem como o não
lançamento de dejetos não tratados na mãe natureza. Haja vista que o principal
problema de recursos hídricos em todo Brasil é praticamente a mesma coisa: falta de
tratamento de esgoto, pois a falta de tratamento é o que mais retira disponibilidade
hídrica, porque o esgoto contamina os próprios mananciais de abastecimento de água
e no Brasil, o índice de tratamento é considerado baixo como os dados levantados.
REFERÊNCIAS
ABREU, Luiza Bezamat de; PALHARES, Maria Claudia. O destino do lixo. 2006.
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Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
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JOMERTZ Julio Cesar dos Santos, LANZER Lúcia Moreira. PROJETO DO SISTEMA
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LEONETI, Alexandre Bevilacqua; PRADO, Eliana Leão do; OLIVEIRA, Sonia Valle
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http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/6995/5555. Acesso em:
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