Jessica Aguiar Vasconcelos
Jessica Aguiar Vasconcelos
Jessica Aguiar Vasconcelos
FORTALEZA
2020
2
Aprovada em ____/_____/______
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Ms. Francisco Gomes Martins – Orientador
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)
____________________________________________________
Prof.ª Ms. Graziella Batista de Moura
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)
______________________________________________________
Prof. Dr. Elnivan Moreira de Souza
entro Universitário Christus (UNICHRISTUS)
5
RESUMO
ABSTRACT
The monographic work seeks to outline a profile of the student's reading behavior regularly
enrolled in the Administration course of any higher education institution. This proposal will
be based on studies related to the reading comprehension capacity of individuals. From the
beginning, reading is assumed to be an activity that suffers interference from the external
environment. Indeed, focusing exclusively on the extrinsic aspects of the act of reading, we
tried to establish some general features of this student-reader from the hypothesis raised,
namely: the digital age has brought about radical changes and transformations in the practice
of reading, in particular, in the type of support adopted. The research methodology is said to
be quali-quantitative and made use of an online questionnaire (containing 15 questions) to
obtain the necessary information for the purposes of this research. The results, presented here,
relate to a total of 49 respondents, and showed the secondary role that reading plays in the life
of the researched universe, with no explanation for this fact due to the limited scope. As an
illustration, throughout this study, he considered it opportune to use the data from the research
Portraits of reading in Brazil, which proved to be useful for the analysis of the questionnaire
proposed here.
Keywords: Reading processing. Extrinsic motivation. ICT. Business student.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 8
2 MAPEAMENTO TEÓRICO................................................................................................. 12
2.1 A leitura: seus modelos e teorias ........................................................................................ 12
2.1.1 O modelo ascendente e descendente ...................................................................................... 12
2.1.2 Modelo da dupla via ................................................................................................................. 13
2.1.3 Modelo explicativo das diferenças individuais ..................................................................... 13
2.2 Tecnologias da informação e do conhecimento ................................................................. 14
2.3 O IPL e o retrato da leitura no Brasil ................................................................................. 20
3 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................... 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 38
ANEXO A - Perfil do leitor e não leitor – Classe e renda familiar .......................................... 39
ANEXO B – Nível de ensino (apenas estudantes) em (%) ...................................................... 40
ANEXO C – Principal motivação para ler um livro: por faixa etária ...................................... 41
ANEXO D – Fatores que influenciam na escolha de um livro: por faixa etária (%) ............... 42
ANEXO E – Gosto pela leitura por perfil: escolaridade/estudante (%) ................................... 43
ANEXO F – Pessoas que influenciaram o gosto pela leitura (%) ............................................ 44
ANEXO G – Quem mais influenciou o hábito de leitura: por perfil leitor x não leitor (%) .... 45
ANEXO H – Pessoas que influenciaram o gosto pela leitura: por escolaridade (%) ............... 46
ANEXO I – Percepção sobre o hábito de leitura dos pais: por perfil (%)................................ 47
ANEXO J – Gênero que costuma ler: estudante x não estudante (%)...................................... 48
APÊNDICE A – Esquema do Questionário ............................................................................. 49
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INTRODUÇÃO
disso, constitui-se o objetivo específico investigar o perfil desses leitores, isto é, seus hábitos
e motivações extrínsecas à prática da leitura. A hipótese aqui aventada é a seguinte: com o
advento das TIC, o perfil do leitor mudou radicalmente nos últimos anos. E isso se traduz na
forma pela qual ele tem lido, se eletrônico se na forma tradicional (livros, revistas etc).
Cabe reconhecer, no entanto, que a pesquisa em nenhum momento se ocupará
com a questão do desempenho desses estudantes em leitura. Ou seja, não se quer identificar o
nível de fluência e compreensão, embora estes temas estejam implícitos em alguns momentos.
Também não será apresentada, nesta pesquisa, nenhuma teoria que aborde a evolução dos
aprendizes-leitores. Em contraste, busca-se tão-somente esclarecer as motivações extrínsecas
e a quantidade de leitura desses estudantes.
Excluindo-se esta introdução, a pesquisa está dividida em mais três capítulos. No
capítulo seguinte, far-se-á o enquadramento teórico. Nele constarão (i) uma breve explicação
dos modelos e teorias acerca da leitura; (ii) a apresentação dos principais elementos da
chamada tecnologia da informação e do conhecimento; (iii) o retrato da leitura no Brasil. No
terceiro capítulo, apresenta-se a metodologia, de natureza qualitativa e quantitativa, com
ênfase na descrição (e análise) das respostas oriundas do questionário online. Finalmente, no
último capítulo, será feito um apanhado daquilo que foi possível concluir tendo em vista os
objetivos geral e específico e da hipótese levantada.
12
2 MAPEAMENTO TEÓRICO
Não obstante, no modelo descendente alega-se que a forma pela qual a criança
e/ou aprendiz processa a informação está ligada a um conjunto de expectativas e
conhecimentos prévios que ela traz consigo. Noutras palavras, a aprendizagem da leitura
centra-se na pessoa, sendo então preterida a antiga abordagem (que enfatizava a
memorização) de associar letra-som. Tem-se agora um tipo de aprendizagem inferencial, por
assim dizer, das palavras e, como consequência desse processo, a leitura ocorreria de modo
natural e global (SMITH, 2004). De fato, o contexto semântico em que uma palavra está
situada acaba por ter um papel importante no processo inferencial, tal qual aludido pelo autor,
que permite ao leitor lê-la fluentemente, não sendo mais necessária a leitura palavra a palavra.
Daí o caráter global deste modelo, que, por considerarem problemáticos e ineficazes, exclui
completamente o princípio alfabético e o mecanismo de decodificação letra-a-letra1.
1
Há quem refute o pretenso aspecto globalista dessa teoria, que implicitamente minimiza a decodificação letra-
som. Por exemplo, Perfetti et al (1997). Os autores demonstraram que se o processo de inferência de palavras a
partir do contexto em que são registradas, então os bons leitores deveriam levar vantagem nesta aprendizagem
em detrimento de leitores fracos. Não obstante, o estudo dos autores mostrou que são exatamente os leitores mais
fracos que se beneficiam do contexto de aparecimento das palavras.
14
2
Maiores detalhes acerca dessas categorias poderão ser facilmente encontrados em Gough e Tunmer (1986).
3
Importante não confundir a descodificação com a compreensão propriamente dita, embora, no cômputo geral,
as duas sejam relevantes para o desenvolvimento da leitura compreensiva
15
das regras da gramática da língua e do seu vocabulário); até mesmo o senso de autorregulação
que parte do leitor (respeitando suas particularidades, estabelece para si estratégias que
ajudem na obtenção da informação via leitura, ou ainda, a verbalização do seu próprio
pensamento, a organização e sistemática que adota para compreender o conteúdo de um texto,
o autoquestionamento etc) apontados por Cantalice e Oliveira (2009), Coelho e Correa
(2010).
Cabe reconhecer, no entanto, que uma vez sendo a compreensão o objetivo da
leitura, a esta também estão associados fatores e características externos (às vezes negativos,
às vezes não) ao leitor e sua motivação para ler. Entre as características externas que
favorecem (ou não) à motivação estão o contexto em que leitor está inserido, nomeadamente a
família e a escola, bem como as características do material a ser lido (a forma material de
exposição das informações, isto é, se impressa ou digital).
Pensando neste aspecto, esboça-se o panorama da atual sociedade em que tem
sido frequente o uso de ferramentas tecnológicas sobretudo por parte de professores para
subsidiar o ensino da leitura. A menção ao domínio tecnológico tem sua razão de ser: assume-
se, nesta pesquisa, que as plataformas digitais trouxeram uma mudança significativa de
paradigma no processo da leitura. Conjectura-se que a despeito das facilidades advindas com
os recursos tecnológicos e o acesso aos mais variados mecanismos de transmissão da
informação (kindle, tablets, podcast etc), tais itens não têm sido suficientes para motivar o
universo da pesquisa estudado.
Na atual sociedade de mercado, ou melhor, na sociedade digital, as tecnologias
assumiram um respeitável papel em praticamente todas as interações sociais e profissionais
dos indivíduos. Tanto os computadores, os celulares, o streaming, a TV digital, e a internet
como um todo transformaram profundamente o modo de viver das pessoas, nomeadamente o
modo como trabalham, aprendem, como ocupam o tempo livre e interagem.
No cenário da educação brasileira, tem ocorrido nos últimos 15 anos um esforço
colossal por parte das entidades governamentais de modo a equipar as escolas e promover a
formação dos professores para a interação com estes recursos tecnológicos. A ideia
amplamente difundida é a de que o uso das tecnologias no ambiente escolar implica em
ganhos nas práticas dos professores, apesar de algumas resistências (PELGRUM, 2001).
Os recursos tecnológicos (blogs, Youtube etc) disponíveis que compõem a
chamada Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) são efetivamente usados em todo o
mundo, em maior ou em menor grau. Há vários estudos que buscam evidenciar a eficácia das
TIC no contexto escolar. Aqueles profissionais da educação que fazem uso desses recursos
16
veem-na como algo positivo e extensivo à prática docente e ao ambiente escolar como um
todo (BENGOCHEA, GUTIÉRREZ, GARCÍA-CABOT e GARCÍA-LÓPEZ, 2014).
Com efeito, a ideia é apoiar os alunos na aprendizagem da leitura dado que muitos
estão em franca desvantagem, razão pela qual se faz necessário implementar medidas que
permitam diminuir esse insucesso, melhorando o conhecimento linguístico dos aprendizes
quando muito gradualmente aperfeiçoando-o. As TIC seguramente desempenham um papel
privilegiado no apoio ao ensino de leitura.
A integração das recentes tecnologias à prática das aulas de português ainda é uma
questão extremamente desafiadora. Ora, isto não é casual, afinal na literatura da área
considera-se recurso tecnológico todo e qualquer meio (ou apoio) adotado pelo professor para
fazer com que os alunos aprendam (BENGOCHEA, GUTIÉRREZ, GARCÍA-CABOT e
GARCÍA-LÓPEZ, 2014).
Em geral, é comum associar tecnologia a computadores, softwares, internet entre
outros. Mas o conceito de tecnologia vai além desses recursos e abrange um conceito mais
amplo: no seu sentido abrangente, até um giz que escreve no quadro branco, ou então um
livro, uma revista, ou ainda a forma de falar com os outros podem ser tecnologias, tomados
num sentido não problemáticos, fundamentais à gestão escolar. Em suma, tecnologia pode ser
considerado tudo aquilo desenvolvido e não algo que seja elétrico ou eletrônico (PELGRUM,
2001).
Neste contexto, em que as relações sociais reconhecidamente sofreram mudanças
muito em função do avanço das TICs e, decerto, a própria forma de ler, Bengochea, Gutiérrez,
García-Cabot e García-López (2014) apresentam um excelente mapeamento da inserção
dessas tecnologias para o ensino e aprendizagem como um todo (vide quadro 1, a seguir).
4
A descrição não pretende ser completa. Por exemplo, nela não está contemplada a ferramenta desenvolvida
pela Google, o Meet, que tem permitido aos professores ministrar suas aulas remotas em face do contexto da
recente pandemia pelo novo corona vírus.
17
A questão que se coloca é a de saber em medida esses recursos são meios eficazes
à prática docente como um todo, e à motivação da prática leitora, em particular. Piedade e
Pedro (2011) desenvolveram um estudo estudaram em que atestam como positiva a
introdução das TICs na formação do docente. Um dos resultados pode ser visto na tabela
abaixo.
19
Tabela 1 – Valores médios e desvio-padrão tendo em conta o impacto percebido das ações de
formação.
Variáveis Impacto Geral Média Desvio-padrão
5
O Instituto Pró-livro é uma entidade sem fins lucrativos que tem como principal missão o fomento à leitura e o
acesso ao livro. O Instituto já dispõe de pesquisa atualizada da série Retratos da leitura no Brasil. No entanto,
por ocasião da pandemia de Covid-19, ainda não foi possível a sua divulgação pública.
6
A fim de que esta seção não ficasse carregada de informações, alguns resultados do estudo estão no anexo deste
trabalho monográfico.
21
• Renda familiar: divisão em faixas de até 1 SM, mais de 1 SM até 2 SM, mais de 2
SM até 5 SM, mais de 5 SM até 10 SM e mais de 10 SM.
• Classe social: segmentação em classes A, B, C, D e E
• Condição de ocupação: categorização em Ocupados (que trabalham, ou seja,
exercem alguma atividade remunerada, dentro ou fora de casa, incluindo trabalho
formal, com carteira assinada ou não, e autônomos) e Não ocupados.
• Condição de atividade: segmentação em Empregado, Patrão e Conta Própria
(dentre os considerados Ocupados).
• Região: divisão regional do país, segundo definições do IBGE, nas macrorregiões
Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Nota*: Além das variáveis descritas, os resultados também são analisados para as
categorias leitor X não leitor, estudante X não estudante, comprador de livros X não
comprador de livros e gosto pela leitura (gosta muito, gosta pouco ou não gosta de
ler).
Por fim, no que tange à análise dos dados e dos gráficos, o IPL (2016, p. 170)
chama atenção aos seguintes fatos:
• As questões com uma baixa base de respondentes devem ser analisadas com
cuidado, não sendo adequado realizar projeções ou inferências a partir delas em
relação ao universo.
• Os arredondamentos podem fazer com que, em alguns resultados, a soma das
categorias parciais não totalize 100% em questões onde só é possível escolher uma
opção de resposta. Por outro lado, em questões múltiplas, nas quais é possível
escolher mais de uma opção de resposta, o somatório de frequências pode
ultrapassar 100%.
• É necessário, além disso, atentar para as comparações entre os resultados das
diferentes edições da pesquisa. Em função de mudanças metodológicas, no fluxo do
questionário, nos enunciados ou opções de respostas, alguns dados disponibilizados
podem não ser comparáveis entre si.
Por fim, ao se comparar indicadores ao longo do tempo, a comparação deve ser
realizada levando-se em consideração fontes de dados que utilizaram a mesma
metodologia amostral e sejam da mesma natureza.
Gráfico 1 – Gênero e idade (%)
7
No Anexo B consta os dados e informações com referência aos estudantes, apenas.
23
8
No Anexo C consta os dados e informações com referência a motivação especificada por faixa etária.
25
9
No Anexo D consta os dados e informações com referência aos fatores que influenciam na escolha de um livro
especificados por faixa etária.
26
nos últimos anos houve um número crescente de acessos a podcasts, por exemplo. Como dito
anteriormente, a pesquisa mais recente será publicada após o período pandêmico. Ou seja, a
menção ao “digital” possivelmente será mais frequente.
Vontade própria
Com efeito, buscou-se igualmente inquirir a razão pela qual o respondente não
estaria habituado à prática da leitura. O resultado, conforme mostrado no gráfico acima, é o
seguinte: não há problema de acesso ao livro, por exemplo; porém, a grande maioria ou não
consegue organizar seu tempo ou então não tem mesmo vontade de se prontificar a ler, 48% e
44%, respectivamente. Dado que são alunos de Administração (78% graduandos e 16% com
pós-graduação, indicados no gráfico abaixo), especificamente esses problemas certamente
acarretarão problemas de compreensão leitora dos textos da área, em função do desinteresse
ou da ocupação aqui registrados.
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Gráfico 17 – Escolaridade
Aprofundamento do
assunto
curso que dialoga com várias áreas, a saber, Psicologia, Economia, Filosofia, Matemática etc.
Tal diversidade facilita leituras multifacetadas. Esse aspecto pode fazer com que o estudante
de Administração seja mais tolerante e aberto a outros ramos do saber. Seguramente, esta é a
razão pela qual a grande maioria considera a leitura um prazer (ver gráfico 21, logo abaixo).
Falta de
Preferência por outros afazeres, interesse
distrações
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como apoio a série Retratos da leitura no Brasil produzida em 2015 pelo
Instituto Pró-livro, bem como alguns trabalhos da literatura que versam acerca da atividade
leitora seu fundamento e modelos e sua relação com as tecnologias da informação e do
conhecimento (TICs), buscou-se neste trabalho monográfico traçar um perfil do
comportamento leitor demonstrado pelos estudantes de Administração ao responderem o
questionário online.
Há pelo menos umas treze acepções para o verbete “leitura” registradas no
dicionário. Boa parte desses registros associa a leitura ao ato de ler textos. Não obstante, neste
trabalho monográfico, adotou-se o sentido figurado segundo o qual a palavra leitura significa
“maneira de compreender, de interpretar, um texto, uma mensagem, um acontecimento”.
Desse modo, a leitura não se refere exclusivamente a textos.
Levando-se em consideração este aspecto, considera-se que o gosto pela leitura é
hábito que paulatinamente se consolida com a sua prática diária. Com efeito, deve ela ser
estimulada desde a infância. A propósito, nesta pesquisa, confirmou-se a tese segundo a qual
o gosto pela leitura é construído e influenciado pelos pais. Ou seja, a família tem um papel
decisivo no despertar do interesse pela leitura.
Lamentavelmente, e este é um dos resultados patentes aqui apresentado, os pais
não têm sido fonte de estímulo dos respondentes, daí o desprezo manifesto em algumas das
respostas à prática leitora. Boa parte dos respondentes não dedica, por exemplo, o tempo livre
à leitura, preferindo ocupar-se com atividades de outra natureza. A hipótese aqui levantada
não se confirmou, pois o livro ainda é o suporte de leitura da grande maioria dos
respondentes. Essas e outras informações constituíram o perfil leitor do estudante de
Administração, ao mesmo tempo que permitiram como que o objetivo geral fosse alcançado.
De todos os resultados, um salta os olhos: os respondentes não têm feito uso
contumaz de suportes digitais para sua prática leitora. Mesmo com todo o alarde social que as
tecnologias da informação e do conhecimento produziram nos últimos anos, o estudante de
Administração ainda confere grande valor ao livro. Não obstante, no questionário da pesquisa
não se especificou o formato desse livro, isto é, impresso ou digital. De qualquer forma, é um
resultado inegavelmente espantoso. Estudantes universitários estão na maioria das vezes mais
antenados com os recursos tecnológicos do momento.
Concomitante a isso, vale destacar que o objetivo específico adquiriu seus
contornos conclusivos. Em que pese números que não encontram respaldo na realidade, como
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por exemplo, o fato de os recursos tecnológicos terem sido preteridos, tem-se um retrato desse
estudante, resguardadas as devidas proporções das informações provenientes da amostra
pesquisada. A falta de explicação a certos resultados está justificada pelo escopo previamente
traçado. Obviamente, poder-se-ia apresentar um quadro mais completo das teorias e modelos
de leitura e associá-lo a problemas de compreensão leitora. Contudo, tal sugestão não desfaz o
mérito desta pesquisa, apenas que ela, como toda e qualquer investigação, tem suas limitações
decorrentes, grosso modo, da escolha metodológica.
Pensando nisso, poder-se-ia, por exemplo, aprofundar em futuros trabalhos o grau
de letramento informacional do estudante de Administração com base em estudos científicos,
nomeadamente aqueles fornecidos pela neurociência cognitiva e psicologia cognitiva para,
num segundo momento, esclarecer a sistemática por trás do processo de decodificação e
aplica-lo a atividades ligadas à tomada de decisão. Além disso, a título de robustez analítica
tal estudo poderia ser embasado em métodos estatísticos mais rigorosos, tais como a análise
fatorial e a estimação da progressão (via séries temporais) desse grau de letramento.
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOUGH, Philip. B.; TUNMER, William E. Decoding, reading, and Reading disability.
Remedial and Special Education, vol. 7, issue 1, 1986.
MEDEIROS, João Bosco.; TOMASI, Carolina. Como escrever textos: gêneros e sequências
textuais. Para ler, compreender e escrever gêneros administrativos, empresariais e oficiais.
Coerência e coesão linguística. Argumentação. São Paulo: Atlas, 2017.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a
teoria na prática. São Paulo: Parábola, 2011.
PERFETTI, Charles A.; RIEBEN, Laurence.; FAYOL, Michel. Learning to Spell Research,
Theory, and Practice Across Languages. Mahwah, New Jersey London: Lawrence Erlbaum
Associates, Publishers, 1997.
ANEXO D – Fatores que influenciam na escolha de um livro: por faixa etária (%)
ANEXO G – Quem mais influenciou o hábito de leitura: por perfil leitor x não leitor (%)
ANEXO H – Pessoas que influenciaram o gosto pela leitura: por escolaridade (%)
ANEXO I – Percepção sobre o hábito de leitura dos pais: por perfil (%)
1 sexo
2 idade
3 classe social
6 escolaridade
10 leitura por
11 frequência de leitura