EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
Apresentação
O conhecimento das condições de saúde da população, de seus determinantes e de suas
tendências é o objeto de estudo da Epidemiologia. Como ciência, estuda o processo saúde-doença
nas populações, a fim de prevenir e controlar as enfermidades. Para isso, desenvolve estudos
experiementais e não experimentais em busca de respostas ao processo de adoecimento. Os seus
resultados geram informações que subsiadiam a tomada de decisão e a implementação de
intevenções na saúde pública.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que é Epidemiologia e sua aplicação. Vai
compreender, ainda o processo de saúde-doença e verificar a utilização de estudos epidemiológicos
no controle de problemas de saúde.
Bons estudos.
Agora, responda:
Confira.
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Conteúdo do livro
A Epidemiologia dedica seus esforços ao estudo e à compreensão do processo saúde-doença, a fim
de gerar as informações necessárias para a prevenção e para o controle das doenças. Pode-se dizer,
então, que a Epidemiologia é a ciência fundamental para a Vigilância em Saúde, bem como para a
melhora da situação de saúde das populações.
No capítulo Epidemiologia, da obra Vigilância em saúde, base teórica para esta Unidade de
Aprendizagem, você verá os principais conceitos, aplicações e estudos realizado por essa ciência.
Boa leitura.
VIGILÂNCIA
EM SAÚDE
Introdução
A epidemiologia é ciência que estuda o processo saúde-doença nas
populações. Por meio dos resultados e análises dos estudos epidemioló-
gicos, é possível conhecer a situação de saúde de cada território. Assim,
a epidemiologia respalda a tomada de decisão das políticas de saúde,
visando a implementar ações de saúde que de fato resolvam os problemas
de saúde das pessoas.
Neste capítulo, você conhecerá o conceito, os objetivos e as aplica-
ções da epidemiologia, bem como as características do processo saúde-
-doença, além dos diferentes tipos de estudos epidemiológicos utilizados
no controle das doenças.
O início da epidemiologia
Alguns pesquisadores afirmam que a epidemiologia teve início na Grécia antiga com
Hipócrates. Naquela época, acreditava-se que as doenças, a cura ou a morte vinham
de deuses e demônios. Hipócrates disseminou uma ideia contrária, afirmando que as
doenças eram provenientes do modo como as pessoas viviam, do local onde moravam,
de sua alimentação e trabalho, ou seja, fatores terrenos e materiais.
Processo saúde-doença
Para a compreensão do processo saúde-doença, além da prevenção e controle
deste adoecimento, a epidemiologia busca responder a algumas perguntas,
tais como:
O sarampo é uma das principais causas de morte entre crianças menores de 5 anos,
mesmo com vacina disponível e segura para a prevenção. Segundo a Organização
Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016,
foram registrados 89.780 óbitos causados por sarampo em todo o mundo. Estima-se
que, entre 2000 e 2016, 20,4 milhões de mortes tenham sido evitadas pela vacinação
contra a doença (ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAÚDE; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DA SAÚDE, 2018).
Recentemente, em resposta ao aumento da incidência do sarampo no Brasil, foram
intensificadas as ações de imunização nas regiões afetadas pelos surtos, bem como
estendendo a campanha de vacinação para todo o território nacional.
Estudos epidemiológicos
Para a prevenção e o enfrentamento das doenças, é preciso conhecer como
elas se distribuem nas populações e quais os fatores que influenciam no seu
agravamento. Para realizar esta análise situacional, são realizados estudos epi-
demiológicos, estando eles divididos em experimentais e não experimentais.
Um experimento é um conjunto de observações controladas, nas condições
delimitadas por um cientista, para investigar um efeito sob o objeto estudado
(ROTHMAN; GREENLAND; LASH, 2011).
Os estudos epidemiológicos permitem sistematizar as observações sobre
a ocorrência das doenças, definir os critérios para mensurar e comparar os
eventos em uma população, em populações distintas ou em subgrupos espe-
cíficos de uma população, reconhecendo se há associação entre a ocorrência
da doença e as características dessa população.
Epidemiologia 7
Estudos experimentais
Um experimento divide em grupos os participantes do estudo, e estes são
expostos a tratamentos com agentes diferentes. Em um experimento simples,
um grupo recebe um tratamento e o outro não. Preferencialmente, os dois
grupos devem ser semelhantes, especialmente, em relação aos fatores de risco
para a doença. Para a distribuição dos grupos, os pesquisadores utilizam a
randomização, que é uma alocação aleatória, cada participante é direcionado a
um grupo ou tratamento casualmente. A hipótese é a ideia que os pesquisadores
buscam confirmar ou refutar com o resultado da pesquisa.
Os ensaios clínicos são experimentos com pacientes humanos. Geralmente,
o objetivo do ensaio clínico é comprovar a cura de uma doença ou encontrar
uma prevenção para complicações, tais como a morte, incapacidades e prejuízos
na qualidade de vida. Todos os estudos com seres humanos precisam respeitar
os preceitos éticos previstos na Resolução CNS 466/2012, sendo aprovados
por um comitê de ética em pesquisa.
tempo mais longo de análise. Como nos ensaios clínicos, os ensaios de campo
também distribuem os grupos de observação de forma aleatória.
Já, a intervenção comunitária possui semelhanças com os ensaios de
campo, porém, enquanto os ensaios de campo se ocupam com intervenções
individuais (p. ex. vacinação de determinados indivíduos) a intervenção co-
munitária implementa ações de abrangência coletiva (p. ex. fluoração da água
em determinado sistema de abastecimento de água).
https://goo.gl/mbHctY
Epidemiologia 9
BRASIL. Lei 8.080, 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços cor-
respondentes e dá outras providências. Brasília, DF, 1900. Disponível em: <http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8080-19-setembro-1990-365093-normaatualizada-
pl.pdf>. Acesso em: 19 out. 2018.
CONTARATO, A. A. P. F et al. Efeito independente do tipo de aleitamento no risco de
excesso de peso e obesidade em crianças entre 12-24 meses de idade. Cadernos de
Saúde Pública, v. 32, n. 12, e00119015, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
csp/v32n12/1678-4464-csp-32-12-e00119015.pdf>. Acesso em: 19 out. 2018.
ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAÚDE; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE.
Folha Informativa do Sarampo. 2018. Disponível em: <https://www.paho.org/
bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5633:folha-informativa-
sarampo&Itemid=1060>. Acesso em: 19 out. 2018.
ROTHMAN, K. J.; GREENLAND, S.; LASH, T. L. Epidemiologia moderna. 3. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
ROUQUAYROL, M. Z.; GOLDBAUM, M. Epidemiologia, história natural e prevenção de
doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.
Leitura recomendada
LOBO, L. S. C. et al. Tendência temporal da prevalência de hipertensão arte-
rial sistêmica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, n. 6, e00035316, 2017. doi:
10.1590/0102-311X00035316
Conteúdo:
Dica do professor
Você já ouviu alguma notícia na qual se referiam a uma doença como uma epidemia? Epidemia,
pandemia e endemia são palavras empregadas para a caracterização da ocorrência e da distribuição
de doenças.
No vídeo da Dica do Professor, você vai compreender a diferença entre elas e quando empregá-las
corretamente.
Veja, a seguir.
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Exercícios
1) A Epidemiologia, por ser uma ciência, tem um objeto de estudo. Assinale a alternativa que
apresenta a afirmação correta sobre esse ele.
B) Processo saúde-doença.
C) Fatores de risco.
2) Em determinado território, residem 132 crianças com idade menor que dois anos. Segundo o
registro no prontuário eletrônico da Unidade Básica de Saúde, 27 crianças dessa faixa etária
apresentaram diarreia no último ano.
A) Os grupos de análise são compostos por indivíduos inicialmente saudáveis, expostos a fatores
de risco com intensidades distintas.
B) Os grupos de análise são compostos por indivíduos doentes e saudáveis, expostos igualmente
a fatores de risco para o adoecimento.
C) Esse tipo de estudo é caracterizado pela comparação dos fatores de risco para o
desenvolvimento da doença.
D) Esse tipo de estudo apresenta limitações por não possibilitar a comparação entre as
incidências dos distintos grupos.
B) É o tipo de estudo mais frequentemente realizado para compreender os efeitos das doenças
na saúde da população.
D) É o tipo de estudo mais frequentemente realizado por envolver menores custos para a coleta
de dados.
Acompanhe, Na Prática.
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