Impacto de Xitque
Impacto de Xitque
Impacto de Xitque
Licenciatura em Agropecuaria
Universidade Pedagogica
Massinga
2018
Castro Jaime Zunguze
Universidade Pedagogica
Massinga
2018
Índice
CAPITULO 0..................................................................................................................3
0. Introdução..............................................................................................................3
0.1. Motivação........................................................................................................3
0.2. Objectivos........................................................................................................4
0.3. Problematização..............................................................................................4
0.4. Hipóteses.........................................................................................................5
0.5. Metodologias...................................................................................................5
0.6. Justificativa......................................................................................................6
CAPITULO I...................................................................................................................7
CAPITULO II..................................................................................................................9
2. Fundamento teórico...............................................................................................9
CAPITULO III...............................................................................................................14
4. Conclusão............................................................................................................18
5. Bibliografia...........................................................................................................19
CAPITULO 0
0. Introdução
O presente trabalho de pesquisa tem um tema inserido numa temática cultural das
comunidades rurais assim como das urbanas escolheu-se abordar este tema –
Impacto do xitique na convivencia social – pois considera-se um tema que faz parte
da cultura.Oxitiqueé uma prática conhecida bastante comum nas famílias, entre
amigos e entre colegas de trabalho. Na perspectiva de (CUNHA, 2011), Xiticar é
uma prática económica e financeira comum em Moçambique, uma análise
desenvolvimentista e que não rompa com o paradigma capitalista olha para o xitique
apenas como um retorno, mais ou menos elaborado, à tradição ou uma mera
estratégia de contingência devido à persistente escassez de recursos, e meios de
acesso a eles, a que está sujeita uma parte da população de Moçambique.
O tema abordado tem como objecto de estudo descrever ate que ponto o xitique
influencia na convivência social das comunidades.
0.1. Motivação
Além de o xitique influenciar na convivência social que é uma questão cultural, esta
prática tambem ajuda na geração de rendimentos que permitem cobrir necessidades
básicas, por ser uma forma de poupança e que aborda questão cultural, é
fundamental descrever a sua influência para boas relações sociais. O meu interesse
partiu da experiência que tive quando paresenciei num Xtique familiar na casa de
uma tia que segundo as mães que lá estavam a prática do xitique promove a
interacção familiar conhecer os membros das familias dos seus irmãos e irmãs e
também promove a ajuda mútua entre as famílias.
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0.2. Objectivos
0.2.1. Geral
0.2.2. Específico
0.3. Problematização
Segundo (TRINDADE, 2015, p. 86) grande parte dos autores que pesquisam a
prática do xitiki inserem-na no que denominam de redes de solidariedade (Loforte,
s/d; Cruz e Silva, 2002; Dava et al., s/d) ou de reciprocidade (ESPLING, 1999).
Estas redes de relações são criadas para fazer face “ a situações estruturais que
conduzem à vulnerabilidade e pobreza” (Loforte, s/d) e incluem, entre outras, redes
de parentesco, vizinhança, a comunidade religiosa, associações locais e grupos
informais de poupança, como o xitiki. A este propósito, Loforte (Ibid., p. 286) destaca
do xitique na “solidificação destas relações pelo contacto directo com outras
pessoas”. Através desse contacto, criam e aderem a redes que se constituem, por
vezes, como grupos informais de poupança e ajuda mútua, de modo a minimizar a
crise económica, alargando assim a sua rede social.
0.4. Hipóteses
Positiva:
Negativa:
0.5. Metodologia
Quanto aos instrumentos de recolha ira se usou-se as entrevistas abertas pois elas
permitem a recolha de dados detalhados sobre experiencias dos entrevistados,
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Uma actividade muito comum no sul do Save tanto nas zonas rurais e urbanas.
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0.6. Justificativa
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Ntsima é uma forma de ajuda mútua praticada nas zonas rurais.
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CAPITULO I
Limites
Clima
O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido,
à medida que se caminha para a costa, com duas estações: a quente ou chuvosa
que vai de Outubro a Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro A zona litoral,
com solos acidentados e permeáveis, é favorável para a agricultura e pecuária,
apresentando temperaturas médias entre os 18° e os 30° C. A precipitação média
anual na época das chuvas (Outubro a Março) é de 1200mm, com maior incidência
nos meses de Fevereiro e Março, em que chegam a ocorrer inundações.
Vegetação
Solos
Hidrogeografia
População
A sua população está estimada em 199 mil habitantes à data de 1/7/2012. Com uma
densidade populacional aproximada de 26,8 hab/km2, prevê-se que o distrito em
2020 venha a atingir os 211 mil habitantes A estrutura etária do distrito reflecte uma
relação de dependência económica de 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões
existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (46%), abaixo dos
15 anos), tem um índice de masculinidade de 79% (por cada 100pessoas do sexo
feminino existem 79 do masculino) e uma taxa de urbanização de 11%, concentrada
na Vila de Massinga e zonas periféricas de matriz semiurbana.
CAPITULO II
2. Fundamento teórico
Este título “Impacto de xitique na convivência social” já foi tratado por vários autores,
que defendem que Xiticar é uma prática económica e financeira comum em
Moçambique. Uma análise desenvolvimentista e que não rompa com o paradigma
capitalista olha para o xitique apenas como um retorno, mais ou menos elaborado, à
tradição ou uma mera estratégia de contingência devido à persistente escassez de
recursos, e meios de acesso a eles, a que está sujeita uma parte da população de
Moçambique (BRITO, LUÍS et al, 2010,p.13).
Xitiqueé uma palavra tsonga que é traduzida para o português, comummente, como
poupar, amealhar, juntar. Xiticar é do verbo Ku Tica. Alerto as e os leitores para o
facto que adopto, neste texto, a grafia aportuguesada em circulação em
Moçambique das palavras de língua Tsonga e outras que, ao longo do texto, irão
sendo usadas (CUNHA, 2001, P.13) citado por TRINDADE, (2015).
Mukumesão duas capulanas unidas por um bordado que servem de lençol ou para
a decoração da cama. Vemba é um lenço de cabeça feito do mesmo tecido das
capulanas.
CAPITULO III
3. Descrição e tratamento do título
Segundo CUNHA (2011), xitiqueé uma palavra tsonga que é traduzida para a língua
portuguesa, comummente, como poupar ou amealhar. Contudo ao longo das
entrevistas realizadas foram surgindo mais significados da palavra reforçando a ideia
de que o xitique é colocar alguma coisa de lado mas não apenas em benefício da
comunidade envolvida. Tal como Rosalia Ngomane disse:
“Faço o xitique com as minhas colegas, a minha cunhada, minha vizinha
minha amiga. (...) Somos seis. (...) Na igreja também temos a devoção de tirar
cinquenta contos para juntar para podermos comprar louça (...) para comprar
capulanas26, somos um grupo da igreja”. (cp. Rovene, 2018.10.03).
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O xitiqueé feito entre membros de uma mesma família é geralmente chamado pelas
pessoas que o fazem de xitique familiar (TRINDADE, 2015, p. 19). No entanto,
sendo o objectivo da pesquisa analisar a influência que ele tem sobre as relações de
convivência social, de cooperação, representam na construção e reconstrução de
redes de solidariedade e um lugar privilegiado para a construção cultural e social da
realidade, é importante conhecer todo processo de xiticar que começa com a
construção do proprio grupo.
A criação dos grupos, é muitas vezes por iniciativa das mulheres, é explicada pelo
facto dos familiares viverem espalhados pelos bairros, longe uns dos outros e terem
uma vida renhida, que não lhes permite verem-se e conviverem tanto quanto
querem.
A D. Ivone, uma das senhoras entrevistada, que participa num grupo de xitique
familiar conta, também, que a criação do grupo em que ela faz parte surgiu depois
da sua irmã mais velha reclamar várias vezes que nunca ninguém a visitava, o que
fez com que ela e a irmã pensassem em usar o xitique como forma de as visitas se
tornarem obrigatórias e regulares, pois a cada mes devem se concentrar na casa de
um dos membros do grupo.
O processo de xiticar como qualquer outro passa por muitas fases das quais se
destaca em primeiro lugar o perfil do Xitiqueiro 3:
Em primeiro lugar para poder entrar num grupo de xitique segundo explicado
Dona Cecília: a pessoa deve ser de confiança – isso quer dizer que para que
a pessoa entre no grupo de ser confiável, sendo o xitique uma prática de
ajuda mútua as pessoas devem confiar umas nas outras.
Em segundo lugar a pessoa precisa ter um capital inicial ja que trata se de
uma contribuição feita e o dinheiro recolhido é levado e usado na compra de
bens (mobílias, panelas, electrodomésticos, etc.) para a família visitada a
cada mês(cp.Rovene, 04/10/2018).
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Xitiqueiro é a pessoa que pratica o xitique.
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3.3.1. Organização
A pessoa responsável pelo xitique não se limita a entregar o dinheiro mas deve
também promover o envolvimento de todo o grupo no processo e organiza um
momento celebratório quasi ritual para que cada um dessas passagens de recursos
seja um acto colectivo de reforço mútuo. A senhora Felizarda Zunguze, descreve
algumas dessas intencionalidades que estão para além de trocas monetárias,
presentes mútuos ou fluxos de dinheiro mesmo dentro de uma rede de proximidade:
O xitique de festa não é para dar, não é para a pessoa receber mas sim é para
reunir as famílias para não haver separação, quando este é feito, compra-se a
comida, a bebida.
Ela continua realçando que os grupos de xitique têm uma função de integração e até
de inclusão social quando explica que: Há aquelas pessoas [que são] uma mágoa
social… socialmente não são boas pessoas mas como já estão naquele grupo a sua
mentalidade muda. Vão ser um pouco sociais naquele grupo.
3.3.2. Momentos
Os encontros sao feitos uma vez ao mês e tem sido no ultimo final de semada de
cada mês, este momento é tico como um momento de festa, uma celebração em
forma de almoço em família (Mucanze, 2018, cp.).
O grupo tem pelo menos um gestor/a ou 2 que é/são responsável/eis por fazer a
gestao dos fundos contribuidos o momento de gestão é feito um ou dois dias antes
do dia do encontro, o/a gestor/a faz os registos dos membros que tiram o valor e a
quantia que ca um tira, o momento de gestãò inclue tambem a escolha dos bens a
serem comprados mas que é uma questão concensual do grupo ou o membro
visitado diz o que precisa que seja comprado. Escolhidos os bens a serem
comprados, são indicadas duas pessoas com o/a gestor/a que normalmente tem
sido a madrinha do membro visitado e um dos mos outros membro com a
companhia do/a gestor/a fazem a compra dos bens que combinaram ou escolhidos
pelo visitado. O momento de entrega dos bens é acompanhado por cânticos danças
de certas cançoes tradicionais, apos a entrega bos bens que o grupo organiza
sengue uma sessão de entrega de prendas por parte dos convidados pois cada
visitado convida seus amigos visinhos colegas e outros familiares que nao estejam
envolvidos no grupo. Feito isso chega o momento da festa onde as familias
oucupam as mesa e o almoço é servido às familias, conversas de la para ca e segue
o momento de convívio as pessoas são apresentadas umas às outras e se alguém
dos convidados estiver interessado em entrar no grupo se prununcia e é registado
no caderno e começa a xiticar (Zunguze, 2018, cp.).
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4. Conclusão
5. Bibliografia
5.1. Fontes orais
http://www.verdade.co.mz/index.php?
option=com_content&view=article&id=241:xitique&catid=43:economia&Itemid=27
20
CUNHA, Teresa. 2011. A arte de xiticar num mundo de circunstâncias não ideia.
Edições Afrontamneto. Porto