Resumão LIBRAS
Resumão LIBRAS
Resumão LIBRAS
LIBRAS
Chama-se pessoa surda (ou surdo) àquela que é portadora de surdez e que
possui uma identidade, uma cultura, uma história e uma língua próprios.
Em meados dos anos setenta, emergiu uma nova forma de encarar a surdez,
que encara o surdo como pertencendo a uma comunidade linguística
minoritária, pelo facto de usar uma língua distinta da maioria ouvinte.
Estudiosos há que acreditam que "o problema dos surdos não é a surdez …
mas as representações dominantes". Assim, a concepção antropológica
defende como um de seus objetivos primários garantir o acesso dos surdos à
língua gestual, a sua língua de aquisição natural.
O Dia Mundial do Surdo é comemorado por membros da comunidade surda de
todo o mundo (surdos e ouvintes) no último domingo do mês de Setembro, com
objetivo de relembrar as lutas da comunidade ao longo das eras, como por
exemplo, a luta em prol do reconhecimento da língua gestual nos diversos
países do globo.
Grau de Surdez
A deficiência auditiva possui diferentes níveis, que são: leve, moderada, severa
ou profunda.
O que é perda auditiva?
A perda auditiva acontece quando há um problema com uma ou mais partes do
ouvido, nos nervos dos ouvidos ou na parte do cérebro que controla a audição.
A audição, assim como os outros quatro sentidos, desempenha um papel
importante no nosso bem-estar. Portanto quando ela começa a desaparecer,
mesmo que lentamente, a sua qualidade de vida também está sendo
impactada. Para se ter uma ideia, o prazo médio para que uma pessoa decida
optar por fazer tratamento para a deficiência auditiva é de sete anos. Mas isso
é muito tempo para ignorar a perda da audição. Por isso estar sempre
verificando a sua audição com um médico especializado é a melhor alternativa.
Isso porque, quando a perda auditiva não é tratada por muito tempo, ela pode
continuar a deteriorar-se e afetar diferentes aspectos da vida cotidiana,
causando, até mesmo, outros problemas de saúde. Quando as células
auditivas são danificadas ou se deterioram com o tempo, os sinais sonoros
enviados ao cérebro tornam-se mais fracos. Logo, a privação prolongada de
sinais auditivos para o cérebro, tem sido associada a efeitos negativos nas
habilidades cognitivas e de memória.
Expressões Faciais
As expressões faciais transmitem o estado emocional que o indivíduo quer
comunicar aos seus interlocutores… Dentro de um determinado contexto. Em
uma comunicação não-verbal, excluí-la comprometeria toda a intenção
comunicativa. Tratando-se da surdez, o corpo fala ainda mais alto. Pois as
expressões nem sempre estão ligadas ao que o sujeito está sentindo, no
momento da conversação, mas ao que ele está pretendendo comunicar. Ou
seja, deixa de ser revelador de uma emoção própria para ser uma expressão
gramatical. Se o ouvinte relata um fato em que um dos personagens aparece
muito bravo, tal informação não necessita estar presente, necessariamente, na
sua expressão facial. Ele pode carregar na entonação de voz, por exemplo, e o
interlocutor entenderá a mensagem. Não é comum que o ouvinte carregue na
expressão facial, embora o bom orador entenda que isso enriqueceria a
comunicação.
As línguas de sinais não são construídas por mímicas, elas são analisadas a
partir de uma estrutura assim como nosso alfabeto, as mímicas são outro tipo
de representação e não se encaixam em LIBRAS, estabelecendo todo um
contexto em relação a comunidade surda. Por fim, as línguas de sinais não são
superficiais, elas atuam de maneira complexa e por isso se faz necessária a
construção de escolar bilíngues, para inclusive alunos não surdos aprenderem
melhor sobre.
Estes são elementos que são utilizados para que os surdos consigam
comunicar sua arte no campo linguístico, adquirindo a mesma intensidade e
expressividade que um ouvinte da língua consegue obter.
Sinais em Libras
Cada pessoa recebe um sinal como indicativo de seu nome na cultura surda
que quase sempre representa uma característica da pessoa. Em decorrência
da surdez, é comum sim se questionar se quem está conhecendo é ouvinte ou
surdo. As outras afirmativas estão erradas. a leitura labial independe do som e
é preciso que você mantenha seu olhar no outro para que ele possa ler suas
expressões.
A surdez não consiste somente em uma deficiência sensorial, mas, sim, em
algo mais complexo, pois consequências sociais da condição da surdez podem
fazer com que o sujeito não consiga se comunicar com a sociedade de um
modo geral, o que causa isolamento e discriminação para com essas pessoas.
Pelo fato de os surdos viverem em um mundo completamente visual-gestual,
seu cognitivo se desenvolve de um modo totalmente visual, ao contrário dos
ouvintes que utilizam a audição para se comunicarem, o que instiga reflexões
sobre a constituição do sujeito. Por viverem em uma comunidade onde são
minoria, as chances de ocorrer uma comunicação imprópria são grandes e,
caso isso ocorra, haverá consequências para o crescimento intelectual, social e
emocional dessa pessoa. A aquisição de uma linguagem, no caso a de sinais,
é de extrema importância para o desenvolvimento de uma identidade pessoal
surda. Somos seres sociais e, por isso, precisamos identificar-nos com uma
comunidade social específica e, com ela, interagir de modo pleno, ou seja,
precisamos de uma identidade cultural, e, para isso, não basta uma língua e
uma forma de alfabetização, mas, sim, um conjunto de crenças, conhecimentos
comuns a todos.
A cultura surda engloba possibilidades e elementos próprios da vida dos
sujeitos que se reconhecem como surdos, abrangendo não apenas aspectos
mais corriqueiros da vida de cada um, mas também o grupo social que
constituem. A privação do sentido da audição não inviabiliza a interação
linguística, a participação social ou a produção cultural das pessoas surdas. Na
verdade, abre possibilidades alternativas para a sua atuação nessas áreas. Ao
nos aproximarmos mais da realidade surda, pela vivência e pelo estudo,
descobrimos que ela comporta um rico, complexo e instigante conjunto de
elementos culturais caracterizados pelas formas alternativas de produção e
interação dessas pessoas, alimentados e enriquecidos nas comunidades
surdas e, infelizmente, ainda pouco conhecidos entre os ouvintes.
Gramatica na Libras
Alguns sinais como SENTAR e CADEIRA são distintos quanto à forma para as
categorias verbo e nome, porém, a maioria deles não se distingue quanto às
categorias verbo, nome, adjetivo e advérbio. O que vai definí-las como tal é sua
função na sentença. Podemos, entretanto, ilustrar alguns casos de palavras
que poderiam ser derivadas de outras como é o caso de construir e construção,
em português. Por exemplo, nas sentenças abaixo, identificamos um mesmo
item lexical como nome ou verbo, dependendo da sentença em que aparecem:
ELE NÃO LIMPAR-CHÃO-Cl:Y (com escova)
(=Ele não limpou com escova o chão)
ELE LIMPAR-CHÃO-Cl:Y (com escova) NÃO-Y
(=Ele não fez a limpeza do chão com a escova)
Quantificação e Intensidade
A quantificação é obtida em LIBRAS através do uso de quantificadores como
MUITO, mas incorporar a quantificação, prescindindo, pois, o uso desse tipo de
palavras. Assim, podemos observar nos exemplos com o verbo OLHAR acima
que o olhar pontual é realizado com apenas um dedo estendido enquanto que
os outros dois sinais são realizados com as mãos abertas, ou seja, com os
dedos estendidos. Dessa forma, esse tipo de alteração do parâmentro
Configuração de Mão iconicamente representa uma maior intensidade na ação
(FICAR-OLHANDO-LONGAMENTE) ou um maior número de referentes
sujeitos (TODOS-FICAR-OLHANDO). Essa mudança de configuração de
mãos, aumentando-se o número de dedos estendidos para significar uma
quantidade maior pode ser ilustrado pelos sinais UMA-VEZ, DUAS-VEZES,
TRÊS-VEZES.
Às vezes, alongando-se o movimento dos sinais e imprimindo-se a ele um
rítmo mais acelerado, obtem-se uma maior intensidade ou quantidade. Isto é o
que ocorre com os sinais FALAR e FALAR-SEM-PARAR, exemplificados acima
e com os sinais LONGE e MUITO-LONGE.
Como se pode observar, os mecanismos espaciais utilizados pela LIBRAS para
obter significados e efeitos de sentido distinguem-se daqueles utilizados pela
Língua Portuguesa. Nesta, as formas ou marcas são muito mais arbitrárias e se
apresentam em forma de segmentos sequencialmente acrescentados ao item
ou palavra modificada. Em LIBRAS, ocorre com muita frequência uma
mudança interna, isto é, uma alteração no interior da própria palavra.
Classificadores
Como algumas línguas orais e como várias línguas de sinais, a LIBRAS possui
classificadores, um tipo de morfema gramatical que é afixado a um morfema
lexical ou sinal para mencionar a classe a que pertence o referente desse sinal,
para descrevê-lo quanto à forma e tamanho, ou para descrever a maneira
como esse referente é segurado ou se comporta na ação verbal.
Os classificadores em línguas orais como o japonês e o navajo são sufixos dos
numerais e dos verbos, respectivamente.
Em LIBRAS, como dificilmente se pode falar em prefíxo e em sufíxo porque os
morfemas ou outros componentes dos sinais se juntam ao radical
simultaneamente, preferimos dizer que os classificadores são afixos
incorporados ao radical verbal ou nominal. Assim, nos exemplos abaixo, pode-
se observar o classificador V e V, que respectivamente, referem-se à maneira
como uma pessoa anda e como um animal anda.
O classificador em ANDAR (para pessoa) pode ser utilizado também com
outros significados como ‘duas pessoas passeando’ ou ‘um casal de
namorados’ (no caso das pontas dos dedos estarem voltadas para cima), ‘uma
pessoa em pé’ (pontas dos dedos para baixo), etc. Este classificador é
representado pela configuração de mãos em V.
O classificador C pode representar qualquer tipo de objeto cilíndrico profundo
como um copo, uma caixa, uma urna como no exemplo do sinal VOTAR.
Incorporação de Argumento
As línguas orais e de sinais apresentam vários casos de incorporação de
argumento ou complemento. Por exemplo, em português, podemos citar o
verbo engavetar que, em uma análise sintático-semântica, poderia ser
decomposto em um verbo básico do tipo colocar e em um complemento desse
verbo que seria um locativo na gaveta. Assim, podemos dizer “eu coloquei os
livros na gaveta” ou “eu engavetei os livros”. O constituinte na gaveta, um
locativo, argumento ou complemento de colocar, foi incorporado a este verbo e
em decorrência disso temos a outra forma verbal engavetar que prescinde do
locativo como complemento porque já carrega esta informação em seu próprio
item lexical. Temos, pois, uma forma lexical derivada de outra mais básica,
porém, desta vez não pelo processo de derivação por afixação nem por
composição, como discutido acima, mas sim pelo que se chama de
incorporação de argumento.
Em LIBRAS, o processo de incorporação de argumento é muito frequente e
visível devido às características espaciais e icônicas dos sinais. Os três verbos
abaixo ilustram esse tipo de incorporação. O primeiro, o verbo BEBER/TOMAR
pode ser usado sem incorporação em sentenças do tipo:
BEBER CERVEJA (= eu bebi cerveja)
Porém, se o objeto direto do verbo for, por exemplo, café ou chá, o verbo
incorporará este argumento e teremos formas verbais diferentes, como
demonstram as ilustrações a seguir:
BEBER, TOMAR BEBER-CAFÉ CHÁ (segurar x-tipo de objeto)
em LIBRAS (CI: B A e CI: F)
Outro exemplo de incorporação pode ser ilustrado pelo verbo
ALUGAR/PAGAR-MENSALMENTE em que o verbo PAGAR que normalmente
é articulado sobre a mão de apoio em B passa a ser articulado na mão de
apoio (mão esquerda) em G1, a mesma do sinal MÊS. Assim, uma parte deste
sinal incorpora-se ao sinal PAGAR, substituindo-a.
O mesmo processo de incorporação pode ser também observado no sinal que
deriva do sinal verbal COMER, ao qual se incorpora o objeto direto MAÇÃ.
Mesmo sendo a segunda língua oficial do nosso país, as libras são quase
desconhecidas para muitos brasileiros. É difícil encontrar empresas que
tenham em seu quadro de funcionários alguma pessoa surda, além disso, não
existe a preocupação de oferecer treinamentos para ensinar aos empregados a
linguagem dos sinais. Devido a isso, se um dia um surdo for até essa empresa,
não terá como ser atendido.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que,
por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de
experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da
Língua Brasileira de Sinais - Libras.
CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA
CURRICULAR
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos
cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível
médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino,
públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS
E DO INSTRUTOR DE LIBRAS
Art. 4º A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do
ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser
realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em
Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
Art. 6º A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada
por meio de:
Art. 7º Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso
não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para
o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser
ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes
perfis:
II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e
com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido
pelo Ministério da Educação;
§ 1º Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão
prioridade para ministrar a disciplina de Libras.
Art. 8º O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7º, deve avaliar a
fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.
II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição;
III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e
CAPÍTULO IV
DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA
PORTUGUESA PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS
À EDUCAÇÃO
CAPÍTULO V
DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS
- LÍNGUA PORTUGUESA
Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso
não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e
interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino
devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:
II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos
e conteúdos curriculares, em todas as atividades didático- pedagógicas; e
CAPÍTULO VI
DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS
SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS
SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
§ 1º O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos
surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras.
CAPÍTULO VIII
DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS
QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS
§ 1º As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco
por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e
interpretação da Libras.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem
incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a
viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à
formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados
para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de
Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
DECRETA:
Entretanto, para que isso ocorresse de modo formal foi necessário que a
Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada.
Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam a
formação desse profissional. Uma dessas leis é a LEI Nº 12.319 DE
01.09.2010 que regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua
Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Sua função é interpretar de uma dada língua de sinais para outro idioma, ou
deste outro idioma para uma determina língua de sinais.
O intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua
falada do país e que é qualificado para desempenhar a função. Ele deve ter
domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e
interpretação, além de possuir formação específica na área de sua atuação
(por exemplo, a área da educação).
No Brasil, o intérprete deve dominar a Língua Brasileira de Sinais e Língua
Portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o
espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua
brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais).
Área de atuação
Formação
Seu contato com os alunos surdos não poderá ser maior que o do professor de
sala.