AULA 2 Gestão Da Manutenção
AULA 2 Gestão Da Manutenção
AULA 2 Gestão Da Manutenção
AUTOMOTIVA
AULA 2
O consultor técnico
1.1 Introdução
1.2 Atendimento
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1.3 Mecânica automotiva
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Nesse caso, cabe ao consultor técnico informar o cliente da necessidade
de se trocar essas peças. O funcionário precisa argumentar tecnicamente sobre
os itens que deverão ser substituídos, objetivando convencer o cliente que vai
ter um custo financeiro maior ao fazer os serviços recomendados, mas o veículo
ficará mais seguro e sem barulhos indesejáveis. É uma venda, pois o cliente
levou o veículo para uma troca de óleo e o consultor recomendou outros
serviços, isso é bom para a oficina que aumentou o faturamento de serviços,
além de ter um cliente satisfeito.
Muitas concessionárias e oficinas trabalham com produtos e
equipamentos para limpeza de ar-condicionado automotivo, troca de fluido de
arrefecimento, geometria, balanceamento, lavagem com polimento da pintura e
outros serviços que agregam valor e aumentam o faturamento. Nesse caso,
quem é o responsável pela venda desses serviços e produtos é o consultor
técnico que está na linha de frente da oficina.
O consultor técnico/recepcionista não deve ter receio de falar com o
cliente, por telefone ou pessoalmente, sobre algum serviço que seja importante
e precise ser realizado no veículo, independentemente do preço elevado
(consertos mais complexos). Sabendo explicar, com calma, respeito e
fundamentação técnica, o cliente vai entender e liberar a realização do serviço.
1.5 Habilitação
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Todas as situações acima citadas só serão possíveis se o consultor
estiver com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em dia e sem restrições
(cassada).
Nessa profissão, a carteira de motorista é tão importante quanto a carteira
de trabalho e não é possível um mecânico, chefe de oficina, lavador de veículos,
consultor técnico ou outro profissional da oficina que tenha o mínimo de contato
com os veículos não ter CNH.
1.7 Entrega
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ter sido lavado, percebe um defeito que acha que foi feito na oficina. Então, o
consultor deve registrar essas observações na entrada da oficina e mostrá-las
ao cliente.
No momento da entrega do veículo, o consultor deve inspecionar o
automóvel para certificar-se de que todos os serviços registrados na ordem de
serviço foram executados. Deve procurar também identificar se não há alguma
marca de sujeira ou alguma estopa (pano de oficina utilizado pelos mecânicos)
dentro do veículo.
Em oficinas de grande porte ou concessionárias, após a realização dos
serviços, o consultor técnico explica ao cliente o valor da fatura a ser paga e o
encaminha ao caixa. Quando a oficina é menor, muitas vezes, o próprio consultor
faz o acerto dos serviços diretamente com o cliente, no lugar de um funcionário
que esteja no caixa.
Esses detalhes são importantes quando se está entregando o veículo ao
cliente. O ideal é entregar o automóvel lavado (limpo), mas isso não é uma regra
que todas as oficinas seguem, afinal depende da estrutura, pois tem custo.
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TEMA 2 – IDENTIFICANDO AS NECESSIDADES DO CLIENTE
2.1 Introdução
2.2 Localização
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ter três mecânicos/produtivos e somente um elevador para colocar o automóvel;
os outros dois produtivos vão ficar ociosos.
Alguns serviços de elétrica automotiva podem ser realizados com o
veículo no chão: troca de uma bateria, substituição de relés e fusíveis ou
utilização de um equipamento de diagnose (scanner).
Trocas de óleo, avaliação e reparação de componentes da suspensão,
troca de pastilhas de freio, substituição do filtro de combustível e troca de
embreagem requerem o veículo no elevador.
Como o objetivo da oficina é realizar muitas revisões, pois gera
faturamento, aconselha-se um boxe de serviço com elevador por mecânico.
Somente o auxiliar de mecânica não vai precisar de elevador.
Veículos que aguardam entrar em serviço devem ter um local definido na
área da oficina. Algumas empresas não planejam um espaço para isso e acabam
deixando os veículos estacionados na rua. Isso não é bom, pois se ocorre algum
sinistro, será responsabilidade da empresa.
O bairro em que a oficina está instalada nos diz muito sobre o perfil do
cliente, quais serviços serão mais realizados. Em um bairro considerado “nobre”
teremos muitos veículos importados para realizar manutenções corretivas e
preventivas e o valor agregado dos serviços será maior para a oficina. Já em um
bairro mais popular, haverá predominância de veículos mais populares, a oficina
vai ter seu faturamento formado principalmente pelo volume maior de veículos,
com o preço dos serviços mais em conta.
Até podemos atender clientes tradicionais de outros endereços, mas o
cliente local fará a diferença no fluxo da oficina.
Créditos: Peshkova/Shutterstock.
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2.3 Necessidades do cliente
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da empresa e que será cobrado um preço justo e correto sempre. As oficinas
que têm mulheres na função de consultor técnico apresentam algumas
facilidades em relação ao atendimento do público feminino.
Por fim, temos clientes que merecem atenção, mas que fogem dos perfis
mais tradicionais. Trata-se do adolescente que acabou de ganhar seu primeiro
automóvel usado e, portanto, pode precisar de manutenção ou ainda o idoso que
necessita de tratamento especial quando traz seu veículo à oficina.
Em todas as situações, por meio do cadastro com informações do cliente,
a oficina deve se empenhar em atender cada um como se fosse único,
procurando sempre respeitar o jeito de cada um.
Ao conhecer os serviços que o cliente já fez na oficina e o histórico de
revisões, é possível o planejamento de promoções de serviços e peças com
desconto (pacotes automotivos).
AUTOCENTER XYXY
CADASTRO DO CLIENTE
NOME: CPF/CNPJ:
TELEFONE: CELULAR:
ENDEREÇO: COMPLEMENTO:
DADOS DO VEÍCULO
MARCA: MODELO:
CHASSI: ANO:
COMPLEMENTO: PLACA:
HISTÓRICO DE SERVIÇOS
DATA SERVIÇO
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O modelo apresentado é um exemplo. Nele estão definidos os dados do
cliente, do automóvel e o histórico de serviços realizados.
Pelo histórico de serviços é possível reconhecer os clientes que trazem o
veículo para fazer revisões periódicas e os que trazem para reparações pontuais.
Um dos objetivos é buscar os clientes que fazem somente reparações,
consertos emergenciais, convencendo-os a realizar manutenção preventiva na
oficina.
3.1 Introdução
Quando o cliente chega à oficina, muitas vezes, ele já sabe o que quer.
Às vezes, pode solicitar uma troca de óleo e filtro do motor. Se o consultor técnico
atender somente o que o cliente deseja, o faturamento da oficina pode ficar
comprometido. Portanto, é preciso agregar mais valor à venda de serviços.
O cliente tem um pequeno adesivo no para-brisa do seu automóvel que
informa quando precisa fazer a próxima troca de óleo, mas não tem mais
informações de como estão outros componentes do veículo. Dessa forma, só vai
perceber que a pastilha de freio acabou, sofreu desgaste máximo por uso,
quando ouvir um “chiado” parecendo barulho de “metal com metal” ao pisar no
pedal do freio. Quando isso ocorrer, provavelmente, o disco de freio já foi
comprometido também e deverá ser substituído juntamente com a pastilha.
Nesse caso, ainda tem a questão da segurança do motorista e dos ocupantes
do veículo.
Assim, quando o cliente trouxer o automóvel à oficina para fazer um
determinado serviço específico, aproveite que o mecânico vai trabalhar nele e
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peça que faça um check list, uma verificação geral no veículo. Não pode ser um
serviço muito demorado, pois é tempo improdutivo.
Uma vez que o mecânico venha a detectar outros itens com desgaste, ele
deve preencher a “lista de verificação” e repassá-la ao consultor técnico.
Posteriormente, o cliente precisa ser informado e receber um orçamento sobre
o serviço complementar. É importante que o cliente assine o orçamento
complementar, deixando uma cópia com a oficina, pois, assim, em caso de não
aceitar a realização dos serviços, o consumidor demonstrou que foi devidamente
informado a respeito disso.
OFICINA XYXY
VERIFICAÇÃO AUTOMÓVEL OFICINA DATA:___/___/___
VEÍCULO: PLACA: CLIENTE:
ITENS VERIFICAÇÃO OK
PASTILHAS DE FREIO DIANTEIRAS
PASTILHAS DE FREIO TRASEIRAS
SUSPENSÃO DIANTEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES
SUSPENSÃO TRASEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES
BALANCEAMENTO RODAS
ALINHAMENTO SUSPENSÃO
ESTADO DE RODAS E PNEUS
CALIBRAGEM DE PNEUS
ROLAMENTOS 4 RODAS
BATERIA
LUZ INDICADORA DE AVARIA NA INJEÇÃO
LÂMPADAS FARÓIS/PISCAS/FREIO/RÉ
FLUIDO ARREFECIMENTO
FLUIDO DE FREIO
ÓLEO MOTOR
FILTRO DE ÓLEO
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
FILTRO DE AR
FILTRO DE CABINE/AR-CONDICIONADO
VELAS
CORREIA DENTADA MOTOR
CORREIA MULTI V /DIR. HIDR./AR-COND.
VAZAMENTOS
PALHETAS LIMPADOR DE PARA-BRISA
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FLUIDO DO LIMPADOR DE PARA-BRISA
ASSINATURA CLIENTE: CONSULTOR:
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OFICINA XYXY
PLANILHA DIÁRIA DE
VENDAS DATA:
NÚMERO DA NOME DO
O.S. CLIENTE PLACA VEÍC. VALOR
TOTAL:
4.1 Introdução
4.3 Pré-ordem
PRÉ-ORDEM DE SERVIÇO
DATA: HORA:
VEÍCULO: PLACA:
NOME:
NÍVEL DO COMBUSTÍVEL
SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
OBSERVAÇÕES:
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MODELO DE ORDEM DE SERVIÇO
N° OS NOME: DATA:
END: TEL. CEL.
CIDADE: TEL. FIXO
CPF: RG:
VEÍCULO: MODELO:
ANO: PLACA:
KM:
COMBUSTÍVEL: ( ) 1/1 ( ) 1/2 ( ) 1/4
OBSERVAÇÕES:
APROVAÇÃO CLIENTE:
Primeira via: geralmente, fica com o consultor técnico para controle dos
veículos encaminhados à oficina. Normalmente, essa via é arquivada,
pois tem a assinatura do cliente.
Segunda via: é encaminhada à oficina, entregue ao chefe de oficina ou
diretamente ao produtivo (mecânico) para ficar a par dos serviços que
devem ser realizados no veículo.
Terceira via: muitas empresas a entregam com a nota fiscal de serviços
e peças ao cliente. A maioria dos clientes gosta de guardar a ordem de
serviço, pois é uma forma de controle do que já foi realizado no veículo.
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Créditos: SeventyFour/Shutterstock.
5.1 Introdução
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7) Veículo pronto
1) Abordagem ao 6) Execução do
e entregue ao
cliente serviço
consultor
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comentários maldosos a respeito do trabalho ou de pessoas. Chame o cliente
usando o tratamento de “senhor” e o nome dele, por exemplo: “Senhor João”.
2. Atendimento (pré-ordem com o veículo): com o formulário de pré-
ordem de serviço e uma caneta na mão, o consultor vai até o automóvel do
cliente para ver no painel qual é a quilometragem do veículo (importante na hora
de preencher a ordem de serviço no computador). Assim, já pode prever alguns
serviços ou itens que precisam ser revisados.
Deve também dar uma volta em torno do automóvel para marcar todos os
riscos e pequenos amassados que tenham na carroceria. Como já citado
anteriormente, esse procedimento evita transtornos futuros, pois o cliente já sai
da oficina sabendo que detalhes seu veículo tem na parte externa. Nessa
vistoria, cabem algumas observações que chamarem a atenção do consultor,
tais como: a falta da “frente do CD player”, ausência de pneu estepe, película do
vidro riscada e outras situações que devem ficar bem documentadas no
momento da recepção do serviço.
Enquanto conversa com o cliente que estará próximo ao automóvel, o
consultor vai anotando as solicitações que o proprietário do veículo fizer no
formulário de “pré-ordem de serviço”. Alguns itens podem ser conferidos na
presença do cliente como lâmpadas queimadas, barulhos nos pedais do freio ou
embreagem com o veículo parado ou até um adesivo no para-brisa que indica
se há necessidade da troca de óleo (adesivo colado no vidro que informa a data
e a quilometragem em que o óleo do motor foi trocado).
O consultor deve chamar o chefe de oficina para trafegar com o cliente
em seu veículo. Se durante o preenchimento da pré-ordem de serviço, o
proprietário comentar que escuta um barulho quando está dirigindo, mas não
sabe definir direito onde ocorre, o processo de diagnóstico é mais assertivo e ao
final do serviço o cliente vai ficar satisfeito.
3. Preparação do veículo: um detalhe que pode ocasionar a insatisfação
do cliente é quando ele vem buscar seu veículo na oficina e o encontra com o
volante, a manopla do câmbio ou até um banco sujo de “graxa” ou outro tipo de
fuligem.
Na recepção da oficina, o consultor deve proteger o volante do automóvel,
o banco do motorista e a manopla do câmbio com uma capa que pode ser de
plástico, napa ou outro material.
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No mercado existe para venda um “rolinho plástico” que serve para
proteger o volante e a manopla de câmbio. Com relação ao banco do motorista,
que o mecânico vai sentar ao manobrar o veículo, existem capas de couro
sintético (napa) ou tecido descartável (feltro).
Objetivando deixar o processo fluir de forma organizada, algumas oficinas
colocam um “prisma numerado” no teto do veículo. Esse “prisma” é feito de
couro, em várias cores e tem uma sequência numérica. Muito útil quando
“visualmente” se deseja localizar um veículo em uma oficina de grande porte ou
para indicar qual vai ser a ordem de veículos que entrarão em serviço.
4. Preenchimento da OS: após o preenchimento da “pré-ordem”, o
cliente acompanha o consultor técnico até a sua mesa ou balcão. Nesse local, o
consultor vai passar para o computador todos os dados coletados anteriormente.
Na mesa, o cliente pode lembrar de mais algum serviço que ele esqueceu de
solicitar.
Depois que o consultor registrou todas as solicitações do cliente, chegou
a hora de fazer a “venda” de serviços complementares: limpeza de alguns dos
sistemas automotivos (radiador, ar-condicionado ou freios), revisão mais
completa, lavagem especial ou alguma promoção vigente.
5. Encaminhando o serviço: com a ordem de serviço já impressa, o
consultor entrega uma via ao chefe de oficina ou diretamente a um mecânico
para proceder com o serviço. Se não for possível atender o cliente na hora, o
veículo fica estacionado na área da oficina, aguardando a hora de entrar em
revisão. O consultor ou o chefe de oficina podem levar o veículo até o boxe de
serviços, até porque ele está com o interior protegido por capas.
6. Execução do serviço: o mecânico/produtivo lê a ordem de serviço e
começa a realizar os trabalhos solicitados pelo cliente no automóvel. O mecânico
deve fazer uma vistoria geral no veículo e aplicar a lista de verificação de todos
os itens do automóvel, detectando algum componente com desgaste. Em
seguida, o produtivo deve avisar prontamente o consultor técnico que vai ligar
para o cliente solicitando a aprovação do serviço e informando o orçamento. Uma
vez que o veículo esteja pronto, o mecânico avisa o consultor técnico e entrega
o veículo a ele.
7. Veículo pronto e entregue ao consultor: o consultor deve fazer o
controle de qualidade, revisando os serviços que foram executados e
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examinando se está tudo em ordem com o automóvel (inspeção carroceria e
interior).
8. Consultor fecha a O.S. e encaminha o cliente ao caixa: nesse
momento, o consultor faz o cálculo dos serviços realizados, mostra os valores
ao cliente e o encaminha ao caixa. Em seguida, retira as capas do volante, banco
e manopla do câmbio.
9. O cliente faz o pagamento e retira o seu veículo: sugerimos que o
consultor entregue para o cliente uma cópia da ordem de serviço impressa
(registro do que foi realizado na oficina). Ao final desse processo, o cliente vai
sair com o veículo revisado e com uma cópia da nota fiscal e ordem de serviço
impressas.
Se todos os procedimentos preconizados anteriormente sobre o
atendimento forem aplicados, é provável que o cliente saia satisfeito.
Mais adiante estudaremos as funções de outros componentes da equipe
de oficina que são fundamentais para que o serviço realizado no veículo seja de
qualidade.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
SEWELL, C.; BROWN P. B. Clientes para sempre. São Paulo: Harbra Ltda.,
1993.
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