59CBC0485
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estrutural de concreto
Evaluation of mortar for laying on structural concrete block prisms
(1) Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPEC) pela Universidade Federal
da Bahia, Brasil.
(2) Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental Urbana (MEAU) pela
Universidade Federal da Bahia, Brasil.
(3) Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Bahia, Brasil.
(4) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia.
(5) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia.
Rua Prof. Aristídes Novis, 2 – Federação, Salvador, BA, 40210-630
[email protected]
Resumo
O sistema construtivo em alvenaria estrutural utilizando blocos de concreto tem sido uma alternativa
bastante utilizada pelo setor da construção civil, principalmente no que se refere às obras de interesse
social. Diversos requisitos devem ser atendidos para garantir a qualidade final da edificação. A eficiência da
alvenaria depende tanto do controle da qualidade da execução e dos blocos, quanto da argamassa a ser
utilizada, já que a mesma possui dentre suas funções, a de solidarizar as unidades, distribuir uniformemente
as cargas atuantes na parede e selar as juntas contra a entrada de água nas edificações. Diferentes
qualidades de argamassas de assentamento empregadas nos blocos podem modificar o padrão de ruptura
e afetar a resistência à compressão do sistema. Sendo que, variações nas resistências das argamassas de
assentamento, produzidas em obra, têm interferido constantemente na qualidade das construções,
colaborando com o surgimento de manifestações patológicas. Desta forma, tornam-se necessários estudos
que colaborem com a obtenção de um melhor desempenho global da estrutura, considerando propriedades
desejáveis das argamassas, no estado fresco e endurecido. Diante do exposto, este trabalho tem como
objetivo analisar a influência da qualidade de argamassas, utilizadas para assentamento de blocos de
concreto, em alvenarias. Foram realizados ensaios experimentais com confecção de prismas com blocos
estruturais de concreto, utilizando argamassa industrializada e argamassa com 55% de argilomineral em
substituição à areia, verificando assim, sua resistência à compressão axial. Os resultados permitiram
constatar que a alta resistência da argamassa industrializada em relação à argamassa contendo
argilomineral para o assentamento dos prismas, não interferiu significativamente na resistência dos
mesmos.
Palavra-Chave: Argamassa de assentamento, prismas, alvenaria estrutural
Abstract
The construction system in structural masonry using concrete blocks has been an alternative widely used by
the civil construction sector, mainly in relation to works of social interest. Various requirements must be met
to ensure the final quality of the building. The efficiency of the masonry depends both on the quality control of
the execution and on the blocks, as well as the mortar to be used, since it has among its functions, to solidify
the units, evenly distribute the loads acting on the wall and seal the joints against The entrance of water in
the buildings. Different grinding mortar qualities employed in the blocks can modify the rupture pattern and
affect the compressive strength of the system. Since, variations in the resistance of the mortars of laying,
produced in work, have constantly interfered in the quality of the constructions, collaborating with the
appearance of pathological manifestations. In this way, studies are necessary that collaborate to obtain a
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better overall performance of the structure, considering desirable mortar properties, in the fresh and
hardened state. In view of the above, this work aims to analyze the influence of the quality of mortars, used
for laying concrete blocks, in masonry. Experimental tests were carried out with prismatic concrete blocks,
using mortar and mortar with 55% of clay, replacing the sand, thus verifying its resistance to axial
compression. The results showed that the high resistance of the mortar industrialized in relation to the mortar
containing argilomineral for the settlement of the prisms, did not significantly interfere in their resistance.
Keywords: Mortar for laying, prisms, structural masonry
100
Areia
Massa retida acumulada (%)
40
20
0
0,1 1 10
Abertura da peneira (log) - (mm)
Figura 1. Curva granulométrica da areia e do arenoso utilizados nas argamassas (AUTORES)
A dosagem da argamassa com 55% de argilomineral foi produzida por meio dos
procedimentos adotados nos estudos de Gomes e Neves (2002), considerando o
consumo de cimento de 190kg/m³ (Cc) e quantidade de água de 285 L/m³. Segundo os
autores, a quantidade individual da areia e da adição é calculada por tentativas em função
do teor de finos, que corresponde à porcentagem de material que passa na peneira com
abertura de malha de 0,075 mm (# 200). Além disso, o teor de finos deve atender ao
limite máximo de 7% com a proporção de 35% da adição, através da seguinte equação:
Onde:
% = % da areia que passa na peneira # 200;
% = % da adição que passa na peneira # 200.
2.2 Métodos
2.2.1 Caracterização das argamassas
As argamassas foram caracterizadas conforme as prescrições da NBR 13281:2005
(Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos), que
recomenda a realização de alguns ensaios para aplicação e aceitação. A mistura da
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 5
argamassa foi produzida em um misturador mecânico (argamassadeira) com capacidade
de 5 litros, de acordo com as recomendações da NBR 13276:2016.
A Figura 2 apresenta os ensaios que foram realizados neste trabalho para obter dados
necessários à análise mecânica da argamassa industrializada e da argamassa com 55%
de argilomineral.
Figura 2 – Ensaios realizados das argamassas (a) Compressão axial; (b) Tração por compressão diametral;
(c) Tração na Flexão; e (d) Absorção de água (AUTORES)
a) Compressão Axial
Os ensaios de compressão axial foram realizados com quatro corpos de prova cilíndricos
de dimensões 50 x 100 milímetros, adensados manualmente com quatro camadas de
argamassa com 30 golpes cada uma, sendo realizada uma adaptação na NBR
13279:2005 para determinação da resistência à compressão. Os corpos de prova foram
curados no período de 28 dias em temperatura ambiente, com velocidade de
carregamento de 500N/s, utilizando a Máquina de testes Contenco HD-20T.
Neste ensaio foram avaliados os corpos de prova na idade de 28 dias, moldados de forma
equivalente aos submetidos ao ensaio de compressão axial e utilizando a mesma
Máquina de testes e as recomendações da NBR 7222:2010. A velocidade da carga
aplicada foi 0,05 ± 0,02 MPa/s.
d) Absorção de água
Msat - Ms
Abs (%) 100 (Equação 2)
Ms
Sendo:
= massa do corpo de prova saturado (g);
= massa do corpo de prova seco em estufa (g).
Tabela 5 - Valores individuais da resistência à tração por compressão diametral das argamassas
(AUTORES).
Ftd (MPa)
Argamassa
CP Argamassa com argilomineral
Industrializada
1 1,16 0,17
2 1,31 0,19
3 1,24 0,20
4 1,35 0,17
Média 1,26 0,18
DesvPad 0,06 0,02
CV (%) 4,61 9,79
Figura 4 – Formas de ruptura dos prismas assentados com argamassa contendo 55% de
argilomineral no ensaio de resistência à compressão (AUTORES)
Figura 5 – Formas de ruptura dos prismas assentados com argamassa industrializada no ensaio de
resistência à compressão (AUTORES)
4 Conclusões
Com base nos estudos realizados neste artigo e nos resultados obtidos, pode-se concluir
que a argamassa contendo argilomineral possui capacidade resistente inferior à
argamassa industrializada, parte disso, devido a maior quantidade de finos presentes na
argamassa com 55% de argilomineral, interferindo também na sua alta capacidade de
absorção de água.
Além disso, foi possível verificar que a alta resistência da argamassa industrializada em
relação à argamassa contendo argilomineral para o assentamento dos prismas, não
interferiu significativamente na resistência dos mesmos.
Por meio das características visuais da forma de ruptura obtida no ensaio dos prismas,
com os dois tipos de argamassas de assentamento, foi possível verificar uma perda de
aderência entre a argamassa e o bloco que acabou gerando o esmagamento da junta de
assentamento. Este esmagamento gerou fissuras ao longo do comprimento do bloco,
tendendo, posteriormente, ao lascamento do mesmo.
5 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211. Agregados para
concretos. Rio de Janeiro. 2009.