Material de Apoio PCFMIELDEIE 2023

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MATERIAL DE APOIO

1. INTRODUÇÃO
As redes de distribuição de energia eléctrica, que constituem um elemento fundamental do
sistema energético de um país, fazem parte do designado Sistema Eléctrico Nacional, que é
constituído pelas centrais de produção de energia eléctrica, redes de transporte e
distribuição, aéreas e subterrâneas e instalações de transformação (subestações e postos de
transformação).

De forma resumida um sistema eléctrico nacional apresenta as seguintes partes: Produção;


Transmissão/Transporte; Distribuição e Utilização de energia. Note que a fase da
distribuição pode ser dividida em duas etapas, A distribuição primária(em MT) e a
secundária(em BT). Ao longo do sistema electrico encontramos os seguintes elementos:

– Central (- Hidroeléctrica; -Termoeléctrica(•Carvão •Gás •Ciclo combinado) - Eólica -


Biomassa - Fotovoltaica.);
– Subestação elevadora MT/MAT(1) – Subestação MAT/MAT – Subestação MAT/AT –
Subestação AT/MT;
– Linha aérea
– Rede de distribuição MT (aérea e subterrânea);
– Posto de Transformação MT/BT;
– Rede de distribuição BT (aérea e subterrânea);

As redes aéreas de MT são constituídas pelos seguintes equipamentos e sistemas:


• Postes
• Armação
• Isoladores
• Condutores
• Aparelhagem de seccionamento e corte
• Ligações à terra.
Os condutores são suportados por armações devidamente isoladas daqueles e montados
sobre postes de betão ou de aço reticulado, cuja função principal é manter os condutores
separados e a uma altura conveniente do solo. Os postes apoiam-se no terreno por meio de
maciços de fundação. O conjunto constituído pelo poste, maciço e armação denomina-se
apoio.

O conjunto das centrais de produção de energia eléctrica, das redes de transporte e


distribuição, aéreas e subterrâneas, e das instalações de transformação constitui uma
complexa estrutura a que se dá o nome de Sistema Eléctrico Nacional.
Por razões de ordem económica e de segurança, este sistema obriga a ter vários níveis de
tensão, escolhidos entre os normalizados pelas instituições internacionais (Tabela 1). Entre
estes, dois há que são particularmente importantes no âmbito Europeu: O nível dos 400 kV,
na Alta Tensão, valor preferencial para a interligação das diversas redes nacionais, e os 400
V, no domínio da Baixa Tensão, para propiciar a utilização universal dos aparelhos
electrodomésticos (de referir que muitos paises adoptam a tensão nominal 230/400V),
facilitando desta forma trocas destes entre os paises.

Tensão (V) Designação


Classes
Nominal Mais Elevada Regulamentar Habitual
a
220/380 - 1
230/400 -
240/415 - Baixa Tensão Baixa Tensão
660 -
1000 -
10000 12000 Alta Tensão Media Tensão
(15000) 17500 (Distribuição)
20000 24000 2a
35000 40500
(45000) (52000)
66000 72500 Alta Tensão
110000 123000 (Repartição)
132000 145000
(150000) (170000) Muito Alta
220000 245000 3a Tensão
380000 400000 (Transporte)
400000 400000
1000000 1200000 Ultra Alta Tensão

Niveis de Tensão

A obtenção dos vários níveis de tensão necessários à boa condução do sistema eléctrico é
realizada em instalações de transformação usando máquinas estáticas chamadas
transformadores.
De acordo com a nossa legislação, essas instalações de transformação dividem-se em
subestações e postos de transformação, dependendo da utilização que se dá à corrente
secundária dos transformadores (noutros países não se faz esta discriminação: assim, em
alguns paises, como França, todas as instalações de transformação são postos de
transformação, e, no Brasil, por exemplo, todas as instalações que realizam a alteração dos
níveis de tensão são subestações).
O Regulamento de Segurança de Subestações, Postos de Transformação e de
Seccionamento (RSSPTS) no seu artº 6º define Posto de Transformação do seguinte modo:
“Instalação de alta tensão destinada à transformação da corrente eléctrica por um ou mais
transformadores estáticos, quando a corrente secundária de todos os transformadores for
utilizada directamente nos receptores, podendo incluir condensadores para compensação do
factor de potência”.
De notar que a partir da definição não é necessário que a tensão secundária caia no domínio
da BT, mas sim que essa corrente alimente directamente os receptores; pense-se,
nomeadamente, em motores de elevada potência alimentados normalmente a 6 kV. Mas a
situação comum é a da transformação média tensão/baixa tensão, em particular, no nosso
país, 15/0,4 kV, principalmente, mas também 10, 30, 6,6, 6 e 5/0,4 kV.
O equipamento fundamental de um posto de transformação (PT) é obviamente o
transformador, mas, como instalação envolvendo elevados níveis de tensão e energia,
necessita naturalmente de um conjunto adicional de aparelhagem tendente a realizar as
funções obrigatórias de comando, seccionamento, contagem e protecção quer de pessoas e
animais, quer dos próprios equipamentos e outros bens.
Os postos de transformação são inseridos nas redes próximos dos centros de consumo, em
diferentes áreas geográficas e com exigências diversas: zonas rurais, semi-urbanas e
urbanas, zonas industriais, loteamentos e urbanizações, zonas de baixa, média ou elevada
densidade de carga, com média ou elevada exigência de qualidade de serviço, de domínio
público ou privado, etc.
Desta variedade de condicionantes resulta uma gama correspondente de soluções possíveis
para a arquitectura dos postos de transformação. Assim, adequando as instalações às
diversas situações encontradas, é possível classificar os postos de transformação quanto:

 À instalação
 Ao modo de alimentação
 Ao serviço prestado
 Ao modo de exploração

Quanto à instalação, os PTs podem ser:

1. De interior em edifício próprio ou em edifício para outros usos


2. De exterior, ou à intempérie

Quanto ao modo de alimentação, serão dos tipos:

1. Radial
2. Em anel aberto

3. Em Malha

4. Com dupla derivação

Quanto ao tipo de serviço prestado, dividem-se em:

1. Públicos
2. Privados

Quanto ao modo de exploração, poderão ser de condução:

1. Manual
2. Automatic

2› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO NORMALIZADOS

Para simplificar o projecto de PTs, decorrente da grande diversidade de soluções possíveis,


a Direcção-Geral de Energia, hoje Direcção-Geral de Energia e Geologia, DGEG,
normalizou, sob a forma de Projectos-tipo, uma série de esquemas destas instalações que
contêm toda a especificação relativa a equipamentos, aparelhagens e seus
dimensionamentos, normas e outros requisitos. Assim, encontram-se padronizados os
seguintes tipos:

1. Postos de exterior aéreos montados em postes, PT-A:

a. A
b. AS
c. AI
I. AI1
II. AI2

1. Postos de interior instalados em cabine alta, PT-CA

a. CA1 e CA1 (variante)


b. CA2

2. Postos de interior instalados em cabine baixa, PT-CB

a. CBU
b. CBL
No que se segue faz-se um resumo dos aspectos essenciais destes postos como definidos
nos citados projectos-tipo da DGEG. Os projectistas e demais interessados num
conhecimento mais exaustivo das características destes PTs são aconselhados a consultar os
referidos documentos.
3› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO AÉREOS (PTA)
Estes postos, montados em postes normalizados de betão, são identificados pelo modo
como é feita a sua ligação à rede aérea de Média Tensão.
No caso de ligação directa estaremos na presença de um PT do tipo A; se se fizer através de
seccionador, teremos um tipo AS e se essa ligação for estabelecida mediante interruptor-
seccionador será um PT AI
Figura 2. PT aéreo do tipo AI, com saída também aérea do lado da BT

Figura 3. Esquemas de princípio dos PTs tipos A e AS


Tabela 2. Equipamento de AT dos postos aéreos de transformação

Tabela 3. Níveis de isolamento estipulados do equipamento de AT

Seccionadores e interruptores

Tabela 4. Características estipuladas para os seccionadores (NP-2830)


Figura 4. Esquemas eléctricos dos PTs A e AS.

Tabela 5. Características estipuladas para interruptores-seccionadores (NP-2868/1).


Figura 5. Seccionador e Interruptor-seccionador

Outras características a observar:


O poder de fecho do interruptor-seccionador deve ser adequado à potência de curto-circuito
da rede de AT previsível no ponto de instalação do PT. Este valor deve ser fornecido pela
Empresa de Distribuição.
O interruptor-seccionador deve garantir um poder de corte nominal mínimo de cargas
principalmente activas de 31,5 A.

Protecção contra sobretensões

Tabela 6. Escolha das protecções contra sobretensões.

a) Sendo satisfeitas simultaneamente as seguintes condições:


1. A linha de alimentação dispuser de protecções de defeito fase-terra rápidas e eficientes,
com religação automática;
2. O valor da resistência de terra for inferior a 20 , nas condições mais desfavoráveis e se
o posto não estiver em zonas particularmente expostas a trovoadas;
3. O posto não for implantado em zona frequentada pelo público (vizinhança de escolas,
praças públicas, etc.).
Quadro Eléctrico

Figura 6. Esquema eléctrico do quadro de BT dos postos A e AS


Figura 7. Colocação do QBT

Figura 8. Disposição da aparelhagem do QBT.

Características dos transformadores:

1. Trifásicos, para montagem exterior


2. Devem obedecer às normas NP-443, NP-2627
3. Tensões primárias de 6, 10, 15 e 30 kV e secundárias de 230/400 V
4. Dotados de comutador em vazio, do lado do primário, para ± 5%

Quadro Eléctrico
Tabela 9. Características do equipamento principal do QBT.

a) Aparelhagem a ser fornecida pelo Distribuidor de energia eléctrica


b) Em alternativa
O equipamento de BT deve admitir uma tensão suportável mínima de 8 kV à frequência
industrial durante 1 minuto e de 20 kV ao choque (onda 1,2/50 ms). O equipamento
eléctrico que não satisfaça estes requisitos não deve ter invólucros metálicos e deve ser
instalado sobre uma base isolante que garanta esses níveis de isolamento.
A tensão suportável pela aparelhagem de BT à frequência industrial deve ser superior à
tensão de defeito resultante de um curto-circuito à terra por parte da linha de AT.

Em que:
Ud – Ttensão de defeito
Id – Corrente de defeito à terra do lado da MT
Rp – Resistência da terra de protecção
RN e XN – componentes resistiva e reactiva da terra do neutro da MT
O valor máximo desta corrente de defeito deve ser fornecido pela Empresa Distribuidora.
Os valores habituais, atendendo a que na esmagadora maioria dos casos a rede MT é de
neutro impedante, são os seguintes:

Protecção das pessoas contra contactos acidentais

Terra de protecção
As massas da aparelhagem de AT são ligadas entre si e aos pontos de ligação do poste ou
postes (AI-2). A ligação do pára-raios ao eléctrodo é executada com condutor de cobre nu
de 35 mm2 de secção, o mais directamente possível, evitando-se ângulos pronunciados. O
QBT, o punho do comando do seccionador ou interruptor e respectivas plataformas de
manobra são também ligadas à terra de protecção. Será estabelecida uma ligação
equipotencial entre a parte fixa e móvel do seccionador (interruptor), por intermédio de
tranca flexível de cobre.
A secção mínima dos condutores, se de cobre, será de 16 mm2, até ao ligador amovível e
de 35 mm2, a partir deste.
Terra de serviço
A ligação à terra do neutro será feita, pelo menos em duas saídas, no primeiro ou primeiros
apoios de cada saída da rede de distribuição se se tratar de rede aérea.
Quando o posto servir uma rede subterrânea o eléctrodo ou eléctrodos serão localizados em
terreno que ofereça condições aceitáveis à sua implantação e seja suficientemente afastado
da terra de protecção para garantir a sua distinção (aproximadamente 20m).

Plataformas de manobra
Na base do poste e assente no respectivo maciço deve ser montada uma plataforma de
betão, construída com uma malha de 20x20 mm, feita de arame de 4 mm de diâmetro
mínimo (Figura 11)

Figura 12. Terra de protecção PT-AI1.

E preciso notar que, mesmo as versões mais simples dos PTs acabam por ter alguma
complexidade na medida em que são constituídos por um razoável conjunto de
componentes, com diversas variantes. Além disto, o projecto de PTs tem de dar resposta a
um conjunto de requisitos técnicos e de segurança.

-ELEMENTOS QUE CONSTITUEM AS LINHAS AÉREAS DE MÉDIA TENSÃO

As redes de MT são constituídas pelos seguintes equipamentos e sistemas:


• Postes

• Armação

• Isoladores

• Condutores

• Aparelhagem de seccionamento e corte

• Ligações à terra

O conjunto constituído pelo poste, maciço e armação denomina – se apoio.

Os elementos condutores são os principais responsáveis pelo trânsito de potências de


energia elétrica, sendo construídos com materiais de elevada condutividade elétrica, como o
cobre ou o alumínio. Nas linhas de média tensão podem ser utilizados condutores nus de
alumino-aço, cobre e ligas de alumínio. Atualmente os condutores de cobre apenas são
utilizados em zonas marítimas devido a efeitos de corrosão.

Os condutores utlizados nos trabalhos de linhas aéreas de média tensão denominam-se


como condutores multifilares em alumínio-aço.

Os condutores de alumínio-aço são constituídos com uma alma-aço que é envolvida por
várias camadas de alumínio, sendo estas camadas enroladas em hélice. Este tipo de
condutores é constituído de forma multifilar o que torna este tipo de condutor mais flexível.
A tração mecânica é assegurada exclusivamente pela parte interior (aço) do condutor e a
passagem de corrente alternada é assegurada exclusivamente pelo alumínio que se encontra
na superfície do conductor.
As principais vantagens dos condutores de alumínio-aço relativamente aos condutores de
cobre são:

 Custo mais reduzido;

 Um maior diâmetro permite reduzir o efeito coroa;

 Maior resistência mecânica que torna o condutor mais leve, permitindo maiores trações
mecânicas e como consequência uma redução na flecha dos condutores e o aumento da
distância entre os apoios, permitindo assim diminuir o número de apoios no traçado da
linha bem como a altura dos mesmos.

Inicialmente(Projectos Antigos) foram utilizados condutores em cobre nu, que vieram a ser
substituídos por condutores cableados concêntricos em alumínio-aço, designados por
ACSR (da sigla inglesa Aluminium Cable Steel Reinforced), constituídos por uma alma de
aço zincado de alta resistência, revestida por uma ou mais camadas de fios de alumínio do
tipo AL1.

Cabo ACSR

Actualmente são utilizados cabos de liga de alumínio, com condutores cableados


concêntricos, compostos de uma ou mais camadas de fios de liga de alumínio do tipo AL2,
AL3, AL4 ou AL5, obedecendo às normas EN 50182 e 50183. São usados normalmente em
substituição dos cabos ACSR quando se pretende igualmente uma maior resistência à
corrosão. Estes cabos são designados por AL4.
Cabo AL4

PARA REDES SUBTERRÂNEAS

O cabo será constituído, no mínimo, pelo(s) condutor(es) e respectivo isolamento e a


bainha exterior.

O material dos condutores pode ser o cobre ou o alumínio. O isolamento dos cabos MT é
usualmente o polietileno reticulado (XLPE), sendo os cabos com isolamento em PVC são
apenas empregues até tensões de serviço U < 10kV, embora a sua utilização seja cada vez
menor; a bainha exterior é em PVC.

Estes cabos têm uma blindagem em fita de cobre e, quando enterrados, dispõem
habitualmente de armadura para protecção contra acções mecânicas.

Os cabos de MT tripolares ou monopolares (preferencialmente). Os cabos unipolares,


quando armados, devem ter uma armadura de material não magnético, habitualmente o
alumínio, a fim de evitar a circulação de correntes induzidas na armadura.

constituição de um cabo MT.

Geralmente os cabos de Distribuição para a RMT subterrânea são unipolares, com


condutores em alumínio, isolamento em XLPE, blindagem em fita de cobre e bainha
exterior de poliolefina (PO) com baixo teor de halogéneos, do tipo LXHIOZ1.

Os cabos com estas caracteristicas acima descriminadas são usados Quando uma rede aérea
se destina a ligar a um Posto de Transformação de cabina baixa ou pré-fabricado, ou
quando uma rede aérea passa à rede subterrânea numa zona suburbana ou urbana, sendo,
necessário proceder a uma transição rede aérea/rede subterrânea. Essa transição é efectuada
num apoio específico da linha aérea, onde é instalada uma caixa terminal de cabo e
descarregadores de sobretensões para a protecção contra descargas atmosféricas. Em
algumas situações é também instalado um interruptor ou um seccionador para isolar o troço
subterrâneo.

A abertura de vala para colocação de cabos subterrâneos MT ou de tubagens far-se-á


recorrendo a processo manual ou mecânico, através de retroescavadora apropriada,
respeitando os traçados de Projecto e de acordo com os perfis de escavação definidos para a
tipologia da rede a ser instalada.

O perfil tipo de vala para as redes de MT subterrâneas é caracterizado pelas seguintes


dimensões:

• Largura da vala: 0,60 m.

• Profundidade da vala: 1,20 m.

Perfil tipo para um circuito subterrâneo de MT, com três cabos monopolares, encontra-se
ilustrado na Figura a baixo.

Perfil de vala para cabos MT Em rede Subterrânea


Características dos Cabos e seus Condutores

De todos os materiais condutores, os cabos mais utilizados em instalações elétricas são o


cobre e o alumínio, sendo sem dúvida o cobre o mais usado, pois apesar de ter um custo
superior ao do alumínio, apresenta uma melhor condutividade. O cobre permite usar cabos
de menor secção, o que é uma vantagem nas canalizações entubadas, menores diâmetros
dos tubos, e/ou embebidas, roços nas paredes de menor dimensão. Apresenta uma tensão de
rutura superior à do alumínio, assim como o alongamento à rutura, o que corresponde a
uma maior flexibilidade, desta forma conclui-se que o cobre deverá ser usado sempre que
tais características mecânicas sejam determinantes.

Caraterísticas dos condutores cobre e alumínio.

A identificação dos condutores geralmente usados para alimentar cargas terminais, como
motores entre outros, é realizada com base na NP 2359: 1984  Identificação e Utilização
dos Condutores Elétricos Isolados e Flexíveis  que assenta nas orientações do documento
de harmonização – Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC). são
definidos os códigos de cores para a identificação dos condutores rígidos e flexíveis,
conforme se mostra a baixo:

Cores dos condutores isolados e respetiva ordem sequencial


Numa linha aérea um apoio é constituído pelo poste, fundação e pelos elementos que
suportam os condutores.

Existem tres tipos de apoios nas redes de distribuição de energia, os apoios de madeira, os
apoios de betão e os apoios metálicos, sendo os apoios de betão preferencialmente adotados
porque apresentam um menor custo de implementação e têm também a vantagem de
possuírem uma menor área de fundações comparativamente aos postes metálicos.

Os postes metálicos só são utilizados quando o acesso ao local é muito ingreme ou de


difícil mobilização para os meios utilizados no transporte e para levantar os apoios de betão
ou ainda em situações em que o tipo de terreno justificar a sua aplicação.

Os fatores a ter em conta na escolha do tipo de apoios são:

 Local onde os apoios serão implementados;


 Custo de mão-de-obra na aplicação;
 Esforços a que estão sujeitos;
 Altura dos apoios;

TIPOS DE APOIOS E CONFIGURAÇÃO DAS LINHA AÉREAS

Os apoios, devido à posição que ocupam ao longo do traçado de uma rede, classificam – se
da seguinte forma:

– Apoios de alinhamento: servem somente para suportar os condutores e empregam – se


em traçados rectos. Embora estejam sujeitos a esforços verticais, o seu dimensionamento é
desnecessário para postes de betão. Deverão ser considerados os esforços transversais
devido ao vento.

– Apoios de ângulo: empregam-se para suportar os condutores nos vértices de ângulos que
formam dois alinhamentos diferentes. Devem ser dimensionados para suportar esforços
transversais devidos ao vento e os esforços transversais devido a tracção dos condutores.
- Apoios do tipo alinhamento com derivação – São apoios nos quais são estabelecidas
uma ou mais derivações para outras linhas ou para Postos de transformação.

- Apoios do tipo fim de linha – Os apoios em fim de linha têm como característica a
capacidade de suportar a totalidade dos esforços impostos pelos condutores de um só lado
da linha, sendo utilizados em ocais onde se efetua a passagem de rede aérea a subterranea.
Os apoios de início e fim de linha são habitualmente em pórtico.

- Apoios do tipo reforço alinhamento – Este tipo de apoios têm a mesma função dos
apoios em alinhamento mas é utilizado quando suporta trações mais elevadas.

- Apoios em ângulo com derivação – São apoios nos quais são estabelecidas uma ou mais
derivações para outras linhas ou para Postos de Transformação, situados num ângulo da
linha.

Armação

As armações são dispositivos metálicos que se colocam no topo de um apoio onde são
amarrados os condutores através dos isoladores. Existem diversas formas de armações. As
figuras que se seguem representam os vários tipos armações.

Esteira Horizontal reforçada


Disposição em triangulo

A configuração em triângulo é utilizada em vãos curtos, apresentando a vantagem de terem


uma maior elevação do apoio e respectiva armação(6), permitindo maiores distâncias dos
condutores ao solo e a utilização de apoios mais baixos.

Disposição em Galhardete

configuração em galhardete permite garantir uma maior distância entre fases, o que é
significativo quando os vãos são longos, aumentando a probabilidade de essa distância
diminuir, particularmente a meio vão, por acção dos agentes atmosféricos, designadamente
o vento.

Esteira Vertical

A configuração em esteira vertical é a menos utilizada, apresentando as seguintes


vantagens:
• Maior facilidade em instalar dois circuitos diferentes no mesmo apoio.

• Melhor afastamento entre fases, quando o ângulo entre dois vãos adjacentes ao apoio é
muito acentuado

Uma outra configuração menos divulgada é configuração em abóbada.

Entre várias funções as armações devem ser concebidas para suportarem esforços
mecânicos; Horizontais transversais; Horizontais Longitudinais e Verticais. Devendo ainda
garantir a separação entre os condutores assim como a disposição adequada e segura.

Distâncias regulamentares entre condutores e elementos exteriores à linha

Segundo o regulamento R.S.L.E.A.T, existem distâncias mínimas a cumprir entre os


condutores e os diversos elementos exteriores ou obstáculos encontrados no local de
implementação de uma rede aérea de média tensão. Em seguida serão apresentadas diversas
expressões que permitem determinar as distâncias entre os condutores nus e os diversos
obstáculos em condições de flecha máxima.

Distância mínima dos condutores em relação as habitações

O artigo 29º do regulamento R.S.L.E.A.T faz referência à distância mínima a estabelecer


entre os condutores e os edifícios, com exceção dos edifícios ao serviço da rede de
distribuição de energia elétrica. As linhas aéreas de média tensão devem ser implementadas
tendo em conta as seguintes condições:

 A distância dos condutores em relação as chaminés dos telhados e a todas as partes que
constituem uma habitação que são suscetíveis de ser escaladas por pessoas não deve ser
inferior à distância obtida pela seguinte expressão:

Em que:
D – Representa a distância mínima entre os condutores e a habitação;

U – Representa em kV a tensão nominal da linha em questão.

No entanto o regulamento menciona que a distância mínima mencionada anteriormente não


devera ser inferior a 4m, ou seja, independente do valor obtido pela resolução da equação
acima não se pode estabelecer um valor inferior a 4metros.

Distância dos condutores em relação ao solo

O artigo 27º do R.S.L.E.A.T estipula a distância mínima dos condutores em relação ao solo
em condições de flecha máxima com ou sem intervenção do vento. A distância mínima é
obtida através da seguinte expressão:

Em que:

D – Representa a distância entre os condutores e o solo e

U – A tensão nominal da linha

DISTÂNCIA ENTRE OS CONDUTORES

A distância estabelecida entre os condutores é deveras importante visto que o contacto


entre os condutores pode originar um curto-circuito fase-fase, o que dá origem a grandes
problemas técnicos, pondo em causa a qualidade de serviço da rede de distribuição de
energia. Deste modo o artigo 31º do R.S.L.E.A.T estabelece as condições que permitem
calcular as distâncias entre condutores. O presente artigo faz ainda referência à disposição
dos condutores sublinhando que a disposição dos condutores deve ser estabelecida de forma
a não existir contacto entre os condutores, tendo em conta as oscilações dos condutores
provocadas pelos fenómenos atmosféricos.

A distância mínima entre os condutores é obtida através da seguinte expressão:

Em que:

 D = Representa a distância mínima entre os condutores (m).

 f = Flecha máxima dos condutores (metros).


 U = Tensão nominal da linha (kV).

 d = Comprimento das cadeias de isoladores, tendo em conta possíveis oscilações


transversais da linha.

 k = Coeficiente que está dependente da natureza dos condutores e tem os seguintes


valores:

1) 0,6 Para condutores de cobre e alumínio-aço;

2) 0,7 Para condutores de liga de alumínio;

Para a nossa realidade devem ser tomandos em consideração alguns fenômenos


climatéricos que influenciam o bom funcionamento das instalações. Os fenómenos
climatéricos que condicionam o bom funcionamento da linha são:

 O vento forte e a chuva que provocam a queda de árvores sobre as linhas elétricas aéreas;

 As elevadas temperaturas que provocam a dilatação dos condutores e como consequência


provocam o aumento da flecha dos condutores.

Isoladores

As linhas eléctricas aéreas, os condutores devem estar isolados dos apoios correspondentes.
Regra geral, os condutores empregam-se quase sempre nus, sem isolamento próprio. Sendo
assim, há necessidade de um elemento intermédio, denominado isolador, de boas
propriedades dieléctricas, que isole totalmente os condutores em tensão dos apoios que
suportam a linha.

Nas linhas aéreas de MT os condutores são fixados em isoladores rígidos ou isoladores


acopláveis, formando cadeias de isoladores – cadeias de suspensão e cadeias de amarração.

Os isoladores têm como função evitar a passagem de corrente elétrica entre os condutores e
os apoios evitando deste modo um curto-circuito fase-terra. Os isoladores são utilizados nas
cadeias de amarração ou suspensão e suportam os esforços mecânicos exercidos pelos
condutores.

As cadeias de isoladores são constituídas por vários elementos de porcelana ou vidro.


Apesar das características isolantes, os isoladores nem sempre conseguem evitar a
passagem de corrente entre os condutores e os apoios, devido aos seguintes fatores:

 Condução Superficial: Verifica – se quando a chuva o gelo ou poeiras cobrem toda a


área dos isoladores podendo deste modo verificar-se condutividade nas paredes exteriores
dos isoladores.
O número de isoladores em cada cadeia depende do comprimento mínimo da linha de fuga,
tendo em atenção a poluição existente na zona.

Os agentes poluidores que se depositam sobre a superfície dos isoladores, principalmente


por acção do vento, são classificados em dois tipos: e Poluição Industrial.

A classificação da severidade poluente dos locais, de acordo com as Normas IEC, o valor
da salinidade suportável e o comprimento da linha de fuga específica são indicados na
Tabela a baixo.

Valores de salinidade e linhas de fuga específicas

 Perfuração dos isoladores: Quando existem incêndios florestais em locais onde se


situam linhas elétricas aéreas, os isoladores ficam sujeitos a elevadas temperaturas
perdendo algumas das propriedades dos materiais dando origem a microfissuras nas
paredes dos isoladores, deste modo pode verificar-se condutividade de energia através da
água da chuva ou de humidades que se pode infiltrar nas micro fissuras e deste modo
originar um curto-circuito fase-terra.

 Por descarga disruptiva: Existem situações em que a rigidez dialética do ar diminui,


formando-se assim o arco elétrico entre o condutor e o apoio. Este tipo de situação pode
verificar-se em dias de temporais ou sobretensões que transitam nas linhas.

Os isoladores acopláveis para as cadeias são construídos de tal forma que permitam o
acoplamento amovível de uma série de elementos, até obter o grau de isolamento desejado.
Isoladores acoplaveis (Isoladores de Cadeia)

Os isoladores não acopláveis (rígidos) não estão construídos para permitir um acoplamento
amovível com outros elementos similares. Têm a designação de isolador de apoio ou rígido
e, normalmente, são dotados de uma ou mais ferragens: uma delas para a sua fixação e
outra, eventual, para a fixação do condutor.

Isolador não acoplável, de apoio ou rígido

As cadeias de isoladores são concebidas de modo a serem fixadas articuladamente às


armações dos apoios. Alem disso, poderão ser ainda providas de hastes de descarga
colocados num ou noutro extremo da cadeia, ou em ambos, para assegurar uma protecção
contra os arcos de descarga eléctrica.

A fixação aos condutores é efectuada através de pinças.


Cadeias de isoladores em suspensão e amarração com os respectivos acessórios:

RA2: LEVANTAMENTO DA CARGA ELÉCTRICA DE UMA INDÚSTRIA E DE UM BAIRRO


RESIDENCIAL.

Cálculo elétrico de uma rede de Média Tensão

O cálculo elétrico aplicado a uma rede de média tensão têm como objetivo dimensionar a
corrente de serviço de um linha de transporte de energia com o intuito de obter a secção
transversal dos condutores a utilizar, tendo em conta as limitações técnicas e mecânicas dos
condutores.

As componentes a dimensionar no cálculo elétrico consistem na corrente de curto-circuito


admissível, corrente de serviço, quedas de tensão e perdas de energia.

Normalmente durante a execução do cálculo elétrico efetuado considera-se as admitâncias


dos condutores desprezáveis em virtude do pequeno comprimento das linhas analisadas
durante o estágio. Consideram – se também que a tensão não sofre qualquer perda durante o
traçado da linha.

a) Dimensionamento da corrente de serviço

A expressão apresentada em seguida permite determinar o valor da intensidade de corrente


de serviço (Is) que circula nos condutores das linhas de média tensão de transmissão de
energia:

 = Corrente de serviço (A);


 = Potência (W);

 = Tensão composta (V);

 - Fator de potência;

O valor do fator de potência utilizado normalmente é igual a 0,85, Principalmente quando


as linhas de média tensão analisadas durante o cálculo alimentarem na grande maioria
instalações tipicamente de uso doméstico ou seja com baixo consumo de energia elétrica
por parte de clientes industriais, pois as cargas industriais(Caracterizadas por presença
notável de motores) podem apresentar um factor de potência menor que 0,85, devendo se
tomar em consideração caso isso aconteça.

b) Dimensionamento das perdas de energia

As perdas de energia elétrica apresentadas correspondem às perdas de energia por


dissipação térmica presentes em linhas elétricas. Em primeiro lugar é necessário obter a
resistividade e a resistência linear do condutor utilizado através da seguinte expressão:

 = Resistência do condutor (Ω/Km);

 =Resistividade do condutor(Ω/m);

 = Secção dos condutores (mm2 );

 = Comprimento do condutor (linha) (Km)

Quando a temperatura ambiente apresenta valores diferentes a 20 0 C é necessário efetuar a


correção do valor do coeficiente de resistividade através da seguinte fórmula.

[ ]

 = Resistividade do condutor sugeito à temperatura local;

 = Resistividade do condutor a 20ºC.

 = Coeficiente de termo-resistividade.

 = Temperatura ambiente do local (ºC)


Depois de determinar os valores da intensidade de serviço e da resistência linear do
condutor é possível determinar a potência de perdas.

 P=Potencia de perdas (W);

R = Resistência linear (Ω/Km);

 Is=Intensidade de serviço (A);

c) Cálculo da máxima corrente de curto-circuito admissível

Para determinar as correntes máximas de curto-circuito, considera-se que os curtocircuitos


existentes na rede ocorrem em pontos afastados das centrais de produção de energia
elétrica.

A expressão apresentada em seguida tem como objetivo determinar a intensidade de


corrente de curto-circuito tendo em conta que o período de duração do curto-circuito é de
curta duração, de modo a que no aquecimento dos condutores seja as variações entre a
massa dos condutores, com a temperatura e o calor específico [R.L.A.A. T,1986].

As considerações apresentadas aplicam-se em linhas de 15kV que por norma são equipadas
com condutores de secção não muito elevada permitindo obter o valor eficaz da corrente de
curto-circuito permanente em vez do valor eficaz médio da corrente total de curtocircuito.

 = Valor eficaz máximo admissível da corrente de curto-circuito (kA);

S = Secção do condutor utilizado, que nos cabos de alumino-aço corresponde a secção do


alumínio (mm2 )

 t = Duração do curto circuito (seg);

 K1 = Constante do material condutor (m2 /kA.S0.5);

 K2 = Coeficiente de temperatura;

Na tabela abaixo encontram-se especificados os valores de k1 para alguns materiais


condutores utilizados nas linhas aéreas MT.
Coeficiente de temperatura para determinação da corrente de curto-circuito máxima
admissível

Esta tabela representa os valores de K2 tendo em conta a temperatura inicial do condutor a


50ºC para uma temperatura final indicada na tabela referida. Os valores apresentados nas
tabelas 3.2 e 3.3 foram obtidos nas tabelas 1.4 e 1.5 do documento “Recomendações para
linhas aéreas de MT até 30kV”

d) Cálculo das quedas de tensão

Para determinar as quedas de tensão é necessário obter o valor da indutância e da


reactância. A reactância do condutor é obtida através da seguinte expressão:

 X = Reatância da Condutor (H);

F = Frequência da rede (Hz);

L = Indutância do condutor em (H/Km);

Para determinar o valor da indutância é inevitável saber qual o tipo de armação que é
utilizado na linha, porque o tipo armação está diretamente relacionado com as distâncias
dos condutores entre si.

A expressão que permite determinar a indutância é dada pela seguinte expressão:


 L = Indutância do condutor em (H/Km);

D = Distância entre condutores (Km);

r = Raio do condutor (m);

No cálculo da indutância deve-se optar pela maior distância entre condutores, porque
corresponde ao maior valor da indutância e por sua vez existe uma maior queda de tensão.

Por fim a expressão que permite determinar a queda de tensão nos condutores de uma linha
aérea é:

R = Resistência do condutor (Ω);


X = Reactância do condutor (Ω);
 = Queda de tensão (V);
UI = Tensão inicial (V);
Uo =Tensão final (V);
 = 0,85;
 ( );

RA3: Dimensionar os motores dos accionamentos (acoplamentos) electromecânicos,


secções, linhas de distribuição de energia e calibre das protecções.

Para um bom dimensionamento de circuitos alimentadores, principalmente alimentação de


motores deve se obedecer uma série de regras, sendo a primária a divisão dos circuitos.

a) A divisão de circuitos pode ser feita de modo a satisfazer as seguintes condições:

- Segurança – Evitar qualquer perigo e limitar as cosequencias de uma falta a uma área
restrita. – Evitar o risco de realimentação inadivertida através de outro circuito.

Conservação de Energia – Evitar os incoveniêntes que possam resultar de um circuito


único, tal como um só circuito de iluminação; - Facilitar o controle do nível de iluminação.

- Funcionais: - Circuitos Individuais para tomadas e iluminação; - Circuito Individuais


para diferentes ambientes, tais como refeitórios, sala de reuniões, etc; - Circuitos
individuais para motores e outros equipamentos;

- Produção: - Circuitos individuais para vários sectores de produção;

- Manutenção: - Facilitar as verificações e os ensaios.

b) Circuitos específicos para determinadas partes da instalação;


c) Criação de condições nos quadros de comando e condutas para futuras ampliações;
d) Distribuir de forma equilibrada as cargas monofàsicas e bifàsicas entre as fases.

CALCULO DA CARGA DE UM BAIRRO HABITACIONAL


Sob o ponto de vista de um bairro habitacional aceita – se uma potência instalada dos
prédios, casas, etc. que nunca é Completamente aproveitada. Este facto fornece a definição
de um factor de utilização da potência instalada(K U), geralmente o factor de utilização de
uma casa varia entre 0,4 à 0,6. São a seguir apresentados alguns conceitos básicos
utilizados no dimencionamento de uma instalação de alimentação de um bairro
habitacional:
Carga Instalada: Soma das potências nominais dos equipamentos de uma unidade de
consumo que, após concluídos os trabalhos de instalação, estão em condições de entrar em
funcionamento.
Demanda: A demanda de uma instalação é a carga nos terminais receptores tomada em
valor médio num determinado intervalo de tempo. O período no qual é tomado o valor
médio é designado por “intervalo de demanda”, geralmente é de 15 minutos.

Demanda Máxima: A demanda máxima de uma instalação é a maior de todas as demandas


que ocorreram num período especificado de tempo.

Fator de Demanda: O fator de demanda num determinado intervalo de tempo (t) de um


sistema, ou parte do sistema ou de uma carga é a relação entre a sua demanda máxima, que
ocorreu no intervalo de tempo (t), e a sua potência instalada.

Para o caso em que se tem vários consumidores a expressão acima pode ficar da seguinte
forma:

O fator de demanda é geralmente menor que a unidade, podendo, no entanto, ser maior que
1, nos casos de sobrecarga. Em cada caso, o fator de demanda correto seria obtido
medindo-se a demanda máxima do consumidor e conhecendo-se a sua potência instalada.
Na maioria dos casos, no entanto, os consumidores ainda não estão ligados e para o projeto
de rede se faz necessário arbitrar um fator de demanda, com base em valores estatísticos.
Na caracterização do fator de demanda influem inúmeros fatores como: classe de
consumidor, magnitude de sua carga, nº de máquinas ou aparelhos ligados, época do ano,
etc.
Fator de Utilização: O fator/coeficiente de utilização de um sistema, em um determinado
período de tempo, é a relação entre a máxima demanda, do período referido e a capacidade
nominal do sistema.

= demanda máxima do sistema no período definido;

C = capacidade do sistema;

fator de utilização do sistema.

Pode-se observar que enquanto o fator de demanda indica a porcentagem de carga instalada
que está sendo alimentada, o fator de utilização informa qual a porcentagem da capacidade
nominal do sistema está sendo utilizada no instante de demanda máxima.
Fator de Carga: O fator de carga de um sistema pode ser definido como sendo a relação
entre a demanda média num determinado intervalo de tempo e a demanda máxima
verificada neste intervalo de tempo.

= demanda média do sistema;

= demanda máxima do sistema

= fator de carga do sistema

Deve-se observar que o valor da demanda é considerado segundo um intervalo de demanda


(normalmente 15 minutos) e que o período de tempo para o que se deseja determinar o fator
de carga pode ser um dia, uma semana, um mês, etc. A figura a seguir, dá uma melhor
conceituação do fator de carga.
Nota-se, portanto que o fator de carga pode ser expresso pela relação entre o consumo real
de energia e o consumo que haveria se a carga solicitasse durante todo o tempo uma
potência constante e igual a demanda maxima.

A carga (PC) de uma casa será:


Onde:

– Potencia Instalada da casa(W)

– Factor de utilização

Num bairro residencial a necessidade de carga não é a mesma por isso, é necessário ter em
conta o factor de simultaniedade ( ). A carga de um ( ) de várias casas habitacionais
será:

n – número de casas
– factor de simultaniedade;

– depende do número de casas alimentadas num ponto

Num bairro para além de casas de habitação existem instituições públicas tais como: Lojas;
Escolas; Administrações, hospitais; etc. Estas instalações públicas também tem potências,
mas diferentes. Para as instituições públicas também existe factor de simultaniedade ( ),
que é geralmente 0,85.

Assim a potência total para um bairro habitacional será:

Esta carga é que determina a potência dos transformadores. Mas deve – se ter em
consideração o aumento da carga, que geralmente pode ser de 7 à 9% da carga num ano.

NB: Para o caso dos nossos cálculos consierarremos um valor de taxa de crescimento
equivalente à 5%.

( )

Onde:
– Factor de crescimento da carga;
N – É o número de anos;
- Taxa anual de crescimento da carga

Para um bairro habitacional considera – se um factor de potência de 0,8. Assim a potência


aparente será:

Com a consideração do fator de crescimento, calculam se a potencia aparente ajustada da


seguinte forma:

As tabelas que se seguem apresentam os factores de utilização e de simultaneidade para as


instituições públicas e instalações industriais respectivamente.

Instituição Pública
Escola 0,75
Jardim Infantil 0,75
Administração 0,5
Restaurante 0,75
Supermercado 0,9
Talho 0,5
Loja de mercadorias Industriais 0,75
Cabelereiro 0,6
Correios 0,8
Policlinica 0,3
Lavandaria 0,95
Lojas desconhecidas 0,75
Iluminação Pública 1
Tab. Factores de utilização das instalações públicas

Instituição Pública
Carpintarias 0,15 – 0,3
Serrações 0,8
Fábricas de móveis 0,25 – 0,4
Empresas petroleras 0,3 – 0,35
Industria metalúrgica 0,35
Minas 0,7 – 0,8
Centrais Electricas 0,75 - 0,8
Fabricas de Cimento 0,5 – 0,85
Fabricas de fibra sintética 0,6 – 0,7
Fabrica de máquinas ferramentas 0,25
Fabrica de Aço 0,35
Fábrica de Calçado 0,4 – 0,5
Fábrica de Papel 0,35 – 0,45
Oficina de Automóveis 0,15 – 0,5
Cervejeira 0,4 – 0,5
Tipografia 0,2 – 0,35
Indústria Téxtil 0,3 – 0,6
Tab. Factores de simultaneidade das instalações industriais

Para uma questão de abrangência é comum utilizar os fatores de utilização assim como de
simultaneidade, conforme apresenta – se nas seguintes tabelas.

INSTITUIÇÃO PÚBLICA FACTOR DE UTILIZAÇÃO

Hospital 0.65 – 0.75

Escola 0.60 – 0.75

Residências domiciliares rurais 0.75 – 1.00

Indústrias 0.75 – 0.85

Hotéis 0.65 – 0.75

UTILIZAÇÃO FACTOR DE SIMULTANEIDADE

Hospital 0.4

Escola 0.5

Mercados 0.6

Hotéis 0.5

Iluminação pública 1.0

As potências dos PTs que o Manual de Montagem de Postos de Transformação Rurais da


EDM contempla são de 30, 50, 100, 160, 200, 250 e 315 kVA com os níveis de tensão
6,6/0,4; 11/0,4; 22/0,4 e 33/0,4 kV
CALCULO DE CARGAS ELÉCTRICAS INDUSTRIAIS

A determinação da potência instalada de uma instalação industrial é complexa, porque esta


engloba as seguintes cargas: 75 à 90% em máquinas eléctricas e as restantes 10 à 25% em
iluminação e cargas gerais.

Existem 2 métodos para o cálculo da carga eléctrica industrial:

 Cálculo com coeficiente de necessidade;


 Cálculo com a equação de dois termos;

1. Método do coeficiente de necessidades

O coeficiente de necessidades( ) representa a relação entre a carga máxima e a carga


instalada.

A potência máxima activa de um grupo de consumidores é a soma de todas as cargas


ligadas, multiplicada pelo coeficiente de necessidade de grupo.

– Potência instalada

– Potência máxima

– Coeficiente de necessidade

– Potência nominal de cada consumidor

O cálculo da potência aparente é feito, considerando um factor de potência médio:

Geralmente este factor toma

O factor de necessidade representa o produto do factor de utilização ( ) e o factor de


simultaneidade ( ).
O coeficiente de utilização significa que alguns receptores nunca serão utilizados à plena
carga. O coeficiente de simultaneidade significa que todos os receotores nunca funcionam
simultaneamente. Normalmente é dificil determinar estes dois factores para uma instalação
industrial no ramo da execução de projectos. Contudo recorrendo a tabelas estatísticas é
possivel com uma boa aproximação obter aqueles valores.

2. MÉTODO DA EQUAÇÃO DE DOIS TERMOS

Este método baseia – se no princípio de que a carga total de um grupo de consumidores é


suficientemente determinada pelos maiores consumidores. A influência dos consumidores
menores não é grande, porque todos os consumidores não são ligados e carregados
completamente em instalações industriais.

A potência máxima é influenciada por dois coeficientes a saber:

O coeficiente “a” considerando a influencia dos maiores consumidores e o coeficiente “b”


considerando a influencia de todos consumidores.

- Potencia instalada dos maiores consumidores

– Potencia instalada de todo grupo

Caso existam vários grupos, pode se aplicar a relação:

Com este método pode – se formar uma base para execução de projectos uma vez
conhecidos os coeficientes. A potência aparente máxima determina – se tal como no caso
anterior.

Exemplo1: Calcular a potência do transformador necessário para alimentar um bairro


habitacional que possue as seguintes cargas: 300casas com uma potência instalada de 3KW
cada; uma escola de 7KW de potencia instalada; Restaurante com 10KW, Supermercado
12KW; Lavandaria 10KW e iluminação pública 10KW.

Resolução:

Potência das casas: ;

Assumindo factor de utilização ; a potência instalada das casas fica:


A carga tomando em consideração que não serão utilizadas á plena carga em simultâneo
então, O factor de simulteniedade será:
√ √

Finalmente a potencia do bairro habitacional será:

Considerando factor de potência igual a 0,85 então a potencia aparente do transformador


será:

Considerando o crescimento futuro do bairro, adiciona – se uma potência de 9% da


potencia detrminada, logo, a potência nominal do transformador a ser instalado deverá ser:

Visto a potencia nominal normalizada do tranformador próximo ao valor obtido é 250KVA,


então será a opção do projecto.

Exercicios de aplicação

1. Determinar a capacidade do transformador para suprir a necessidade de um bairro com as


seguintes cargas: 330 casas com potência média de cada estimada em 3,3kW; uma Escola
com 7kW; um hospital com 11kW; um talho de 5,5kW; um jardim infantil de 6,6kW; um
supermercado de 15kW; um restaurante de 11kW; iluminação pública 10kW; 3 salões de
cabelereiro com 2,3kW, 1,9kW e 2,2kW respectivamente.

2. Avalia a necessidade de redimensionar o PT instalado para o caso de se estabeler no


mesmo bairro uma oficina de automóveis de 13,3kW, uma fábrica de calçado de 4,6kW e
uma cervejeira de 7,7kW.

3. Dimensionar um posto de transformação para alimentar um condominio contendo dois


blocos residenciais, cada bloco contém 50 apartamentos, sendo que os do primeiro tem
potencia 4KW e o outro 2,5KW. Tem ainda no condominio iluminação pública de 10KW e
uma bomba de água de 5KW, uma escola 10KW; Supermercado 15KW; um hospital de
17KW e um ginasio 7KW.
ALIMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS

A alimentação de instalações industriais obedece as seguintes regras:

 Pequenas Fábricas – Instalações cuja potência varia entre 150KW à 200KW,


alimentados muitas vezes pela rede urbana directamente. Utilizam um quadro geral
e uma rede radial de distribuição;
 Fábricas Médias – Instalações cuja potência varia entre 200/800KW, alimentadas
por um ou mais postos de transformação, recebendo a energia electrica por uma
linha aérea ou um cabo subterrâneo de média tensão. Utilizam em geral uma
distribuição de disposição radial ou alternativamente um sistema em anel;
 Complexo Fabris – Instalações cuja potência é superior à 800KW, requerendo
muitas vezes uma rede interna de média tensão, que alimenta vários postos de
transformação. A rede interna de média tensão é alimentada por uma subestação
instalada no complexo.

Uma rede ou sistema de distribuição industrial comporta 3 subsistemas a saber:

 O sistema Primário;
 Rede de média tensão;
 Rede secundária.

O sistema primário é a parte do sistema que atravéz de uma subestação alimenta redes de
média tensão. A subestação pode receber energia da rede exterior por chegada aérea ou
chegada subterrânea. Pode ser de montagem exterior quando a tensão é superior à 30KV ou
de montagem interior quando a tensão é igual ou inferior a 30KV.

A rede de Média tensão é geralmente a parte que compete a alimentação das instalações
industriais, sendo feita em média tensão exceptuando – se o caso das pequenas unidades
que recebem energia eléctrica em baixa tensão, proveniente de linhas à 60, 110 ou 220KV,
a energia é transformada atravéz de subestações para média tensão de 30; 20, 10KV por
vezes mesmo para 6 ou 3KV.

Já a rede secundária é denominada na maioria das vezes por rede de baixa tensão, podendo
envolver também canalizações de média tensão.

CARGAS ELECTRICAS DAS INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS

Entende se por carga eléctrica, qualquer equipamento ou conjunto de equipamentos ligados


a um sistema eléctrico e absorvendo a potência desse sistema.
As cargas industriais compreendem essencialmente os motores eléctricos; os fornos
industriais; as caldeiras e máquinas de soldar.

Existem alguns factores que determinam o comportamento das cargas eléctricas a saber:

 Capacidade instalada;
 Potencia instalada;
 Potência máxima;
 Potência média;
 Factor de simultaniedade;
 Factor de utilização.

A Capacidade Instalada – é o somatório das potências dos equipamentos que alimentam o


sistema elèctrico. Para uma instalação alimentada por transformadores ou geradores, a
capacidade instalada será a soma das potências nominais desses transformadores ou
geradores.

Potência Instalada – É o somatório das potências activas se todos os consumidores que


estejam ligados ou não;

Potência Máxima – É a potência máxima consumida durante um certo intervalo de tempo

Potência Media – É a potência constante que a instalação deveria apresentar num periodo
considerado.

Factor de simultaneidade – é a relação existente entre a potência média utilizada e a


potência instalada;

Factor de utilização – É a relação existente entre potência utilizada e a capacidade


instalada.

Exercicio de Aplicação:

Uma fábrica é alimentada por um transformador de 500KVA e um factor de potência de


0,86. O transformador alimenta 6 quadros com 60KW; 30KW; 80KW; 50KW ; 100KW e
90KW respectivamente.
a) Determina a capacidade instalada da fábrica;
b) Calcule a potência instalada
c) Calcule o factor de simultaneidade se a potência utilizada for de 60% da potência
instalada.
Resolução

a) Capacidade Instalada
b) Potencia instalada

c) Factor de simultaneidade

Note que caso não seja dada a proporção da potência utilizada podemos recorrer ao método
classico do cálculo da média, que seria:

EXERCICIOS DE APLICAÇÃO

1. Uma fábrica é alimentada por um transformador de 500kVA e um factor de potência de


0,84. O transformador alimenta 5 quadros com as seguintes cargas: Q1 = 60kW; Q2 =
30kW; Q3 = 30kW; Q4 = 60kW e Q5 = 60kW.

a) Determinar a capacidade instalada da fábrica;


b) Calcule a potência instalada
c) Calcular o factro de simultaneidade se a potência utilizada for de 30% da potência
instalada

2. Uma instalação industrial que funciona apenas nos dias úteis de semana, é alimentada
por um transformador de 300kVA e factor de potência médio de 0,86.

a) Determinar a capacidade instalada;


b) Determinar o factor de utilização se a potência média consumida diariamente é 100kVA
c) Determinar a energia consumida semanalmente e mensalmente

DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE MOTORES


ELECTRICOS

Determinação da secção do condutor ou cabo segundo o aquecimento imposto


a) Cálculo da corrente de serviço
Para um sistema trifásico, a corrente de serviço é calculada apartir da fórmula:


Para um sistema monofásico:

A seguir determina se as correntes máximas admissíveis, recorrendo às tabelas a baixo,


considerando se os seguintes pontos:

Consultar as tabelas de correntes máximas admissíveis (a T=20ºC). Devendo se atender:

• Ao material da alma condutora

• Ao tipo de canalização (por ex.: cabo ou condutor em tubo)

• Ao tipo de instalação (por ex.: ao ar livre ou enterrado)

• Ao disposto no nº 2 do artº 186 do RSIUEE (nº de condutores a considerar)

• A tensão nominal da instalação

• A secção mínima (artº 426 RSIUEE).


Correcção do valor da corrente indicado na tabela consultada. Depois de consultada a
corrente na tabela há necessidade de fazer a correcção.

• β -factor de correcção que atende à proximidade de outras instalações

• γ -factor de correcção que atende à temperatura ambiente habitual


Cálculo de (intensidade máxima admissível na canalização nas condições impostas no
enunciado)

Verificação da condição: Sa escolhida serve se

 Determinação da secção contando com queda de tensão Sq


Consultar as tabelas de características das almas condutoras
Para isso deve se verificar as condições que se seguem:

- Ao tipo de alma condutora (cobre estanhado (isolamento de borracha) ou não estanhado,


alumínio de secção circular ou sectorial, rígida ou flexível)
- Ao tipo de cabo (monofásico (só uma alma condutora) ou vários condutores paralelos ou
cableados)
- À queda de tensão máxima ε (artº 426 RSIUEE)

Determinação da condição de queda de tensão:


Sendo que: – 3%(iluminação) ; 5%(Outros)
Ou com :

– em Ω/Km

Para o cálculo das quedas de tensão:

Por fim a secção a ser escolhida deve ser a maior entre:

Dimensionamento da Protecção da canalização de alimentação de motores trifásicos


Protecção contra sobrecargas

O aparelho de protecção contra sobrecargas do motor protege também contra sobrecargas a


canalização se forem verificadas as condições impostas no artº 577 (RSIUEE):
• para corrente nominal até 10A. caso contrário deve se usar valores
segundo a tabela a baixo:
Caracteristicas dos corta – circuitos fusíveis
Intensidade Nominal( ) Intensidade convencional de Intensidade convencional de
não fusão fusão
6

25ª

Caracteristicas dos corta – circuitos fusíveis


Intensidade
Intensidade Intensidade Intensidade
convencional
(A) convencional de convencional (A) convencional
de não
não fusão(A) de fusão(A) de fusão(A)
fusão(A)
2 3 4 50 65 80
4 6 8 60 78 96
6 9 13 63 82 101
8 12 16 80 104 128
10 15 19 100 130 160
12 17 21 125 162 200
15 21 26 160 208 256
16 22 28 200 260 320
20 28 35 250 325 400
25 35 44 315 410 504
30 39 48 400 520 640
32 41 51 500 650 800
40 52 64 630 820 1008

Caracteristicas dos corta – circuitos fusíveis


Intensidade Nominal do Fusível ( ) Tempo Convencional ( )
a) 1h
b) 2h
c) 3h
d) 4h

Caracteristicas dos disjuntores


Caracteristicas dos disjuntores

Se o aparelho de protecção contra sobrecargas for colocado na linha deverá ser:

 Protecção contra curto - circuitos


Para que o aparelho de protecção contra curto-circuitos do motor possa proteger
também contra curto-circuitos a canalização deve se verificar o seguinte cálculo:

Cálculo da resistência dos dois condutores entre os quais se prevê um corta-circuitos

Para achar a resistência total dos dois condutores : ; se forem iguais:

• Correcção do valor da resistência dos dois condutores com a variação da


resistência com a temperatura.

em que

• Cálculo da corrente de curto-circuito mínima

• Cálculo do tempo máximo durante o qual a canalização pode ser submetida ao curto-
circuito

• Verificação na curva característica do aparelho de protecção para ; desde


que

Protecção de motores contra sobre intensidades


Protecção contra sobrecargas

• Determinação do tipo de arranque

- Cálculo de Sa (Potência Aparente)

- Tipo de Arranque

Em que para motores monofásicos e para motores trifásicos

Assim as coordenadas do ponto de arranque serão:

- Para arranque directo:

; ;

- Para arranque estrela - triangulo:

• Localização do relé térmico

Supondo que o motor é trifásico:

- Na linha de alimentação se o motor tem apenas 3 terminais dos enrolamentos


acessíveis (1 terminal de cada enrolamento) – em geral quando o arranque é directo

- Nas fases do motor no caso de este ter 6 terminais dos enrolamentos acessíveis (todos
os terminais dos seus enrolamentos) – acontece no arranque Υ- ∆.

Resumo:

Para determinação do cabo de alimentação, seja do ramal do motor, seja do ramal


secundário ou principal, o procedimento é o que segue:
1. Determinar a corrente do alimentador;

2. Determinar o modo de instalação (eletroduto, eletrocalha, bandeja...)

3. Observar o agrupamento de cabos (FCA)

4. Determinar a temperatura do ambiente de trabalho (FCT);

5. Determinar o tipo de isolamento do cabo (PVC, EPR ou XPLE)

6. Obter, na tabela adequada, o valor de Iz que satisfaz as condições de 1 a 5.

NO CASO DE: ALIMENTAÇÃO PARA UM MOTOR – RAMAL

Onde:

– Corrente de ramal

– Corrente nominal do motor

PARA O CASO DE ALIMENTAÇÃO DE VÁRIOS MOTORES – ALIMENTADOR


∑ para motores que arrancam de forma independente, ou,

∑ ∑ para um circuito que contém motores que arracam em


simultâneo

Onde:

– Corrente nominal do motor de maior potência

- Corrente nominal dos restantes motores

– Corrente nominal dos motores que arrancam em simultâneo

EM CASO DE ALIMENTAÇÃO GERAL DE ALIMENTADORES SECUNDÁRIOS


Sendo:

– Corrente do alimentador mais carregado

– Correntes dos demais alimentador

– Corrente do Alimentador Geral

Exemplo:

Dado o esquema que se segue calcula:

A corrente de cada motor; a corrente do alimentador; Especificar as caracteristicas dos


cabos dos ramais e do alimentador.

Sendo:

Motor1 (40cv/380V/FP=0,81/ŋ=0,87/4polos);

Motor2 (15cv/380V/FP=0,85/ŋ=0,88/4polos);

Motor3 (25cv/380V/FP=0,84/ŋ=0,89/4polos);
Cabos multipolares, em EPR, instalados em bandeja perfurada. Sem partidas
simultâneas, e temperatura 30°C.

Resolução:

- Para Alimentador de motores sem partida simultânea:

Da tabela abaixo podemos retirar a refencia do cabo, já que é sabido que os cabos serão
instalados em bandeja perfurada.
Usando a tabela que se segue podemos determinar as secções dos condutores para a
alimentação dos respectivos motores assim como do alimentador.
Tabela: Capacidade de condução de corrente em Amperes para condutores: Cobre e
Aliminio; Isolamento a EPR ou XLPE; Temperatura do condutor 90 0C e Temperatura
ambiente de 300C

1. Considere um motor de 3CV, trifásico, alimentado, como mostra a figura a baixo, por
uma fonte cuja tensão composta é 400V. O seu rendimento é de 78% e o factor de potência
de 0,74. O cabo de alimentação (VAV 3x?+1G? 0,6/1KV) está instalado ao ar livre e
encostado a outros 5 cabos de outra instalação; tem um comprimento de 20m e a
temperatura ambiente é de 35ºC.

a) Indica o método de arranque deste, escolher a secção adequada dos condutores do cabo
atendendo ao RSIUEE que impõe que as secções mínimas devem ser:

 1,5 mm2 para circuitos de iluminação e


 2,5 mm2 para circuitos de força motriz.

Dados:

Pu=3CV=3x736W=2208W
Uc=400V
n=0,78
Cosϕ=0,74
Cabo VAV cableado
nº total de cabos (sistemas): 6
Temp. ambiente θa=35ºC
l =20m
Resolução:

a) Escolha da secção Calculo da secção atendendo à intensidade máxima admissível IZ da


canalização:

A corrente absorvida pelo motor é:

A secção mínima permitida S=2,5mm2 para circuito com Imáx=28 A

Pela consulta de tabela do factor de correcção para a temperatura tem – se :

O factor de correcção relativo ao local e número de sistemas(Condutores agrupados) será:


β=0,75

Então a corrente máxima admissível na canalização é:

Conhecida a resistividade do cabo, conforme consulta de tabela que indica a resistência


máxima de condutor de cobre 2,5mm2 á 200C: r=7,28Ω/Km Então para um circuito
trifásico a percentagem da queda de tensão é:

Tempo de corte da corrente de curto-circuito (ICC), pelo aparelho de protecção, que garante
a não danificação da canalização:

Observando que Rm=0,18Ω como mostra a figura:

Então a resistência do cabo é:

que corrigida para 35ºC é:

( )

e a resistência total RT é

Então temos para a corrente de curto-circuito:

e finalmente, atendendo ao RSIUEE, que nos fornece K=115 para cabos com alma de aço e
isolados a PVC, a canalização suporta ICC, sem danificação, durante:
Calculo das coordenadas do ponto de arranque do motor.

Sendo Pu=2208 W então este motor pode ser sugeito a arranque directo logo durante o
arranque pode atingir:

Assim, as coordenadas são:

Escolher o fusível apartir destas coordenadas atendendo que este deve ainda proteger o relé
termico.

Arranque estrela triângulo (Υ-∆)

Considere um motor, trifásico, de 30Cv, com um rendimento de 90%, cosϕ=0,8, alimentado


por intermédio de um cabo VAV, à temperatura ambiente de 20° C. A tensão entre fases é
400 V. Dimensione as protecções do motor, contra sobrecargas e curto-circuitos, utilizando
relés térmicos e fusíveis.

Visto que o motor tem potência superior a 10 CV então devemos optar por arrancá – lo em
estrela – triângulo.

b –Cálculo do ponto de arranque

Neste caso, as normas indicam – nos que as protecções devem ser escolhidas tendo em
conta uma corrente de arranque durante um tempo de arranque menor que
15segundos.
Por consulta das curvas dos fusíveis, determinamos a intersecção entre estas
coordenadas( ) e seleccionamos o fusivel adequado devendo ser o de calibre da
linha que passa imediatamente a acima do ponto de intersecção.

Para a escolha do relé temos que fazer a seguinte análise:

Quando os enrolamentos estão ligados em estrela a corrente absorvida à rede pelo motor é 1/3 da
corrente absorvida à rede quando o motor tem os enrolamentos ligados em triângulo. Deste modo,
se o motor em regime permanente (ligação em triângulo) absorve à rede uma corrente Is (44A), em
estrela absorve uma corrente Is/3 (15,6 A), logo, de acordo com oesquema abaixo, percebemos que
pela localização do relé, este será percorrido por dois valores possíveis de corrente:

a) enrolamentos ligados em triângulo √ = (25 A)

b) enrolamentos ligados em estrela ;

Então o relé deve ser calibrado para corrente maior que é de 25 A.


Exercicios de Aplicação

1. Para um: cabo LVAV 3x25 0,8/1,2 KV enterrado conjuntamente com mais 4 cabos
idênticos num local em que θ=30 °C. Rm=0,1 Ω, comprimento =15 m. Determinar o
calibre dos dispositivos de protecção.

2. Considere um compressor, monofásico, com uma potência útil de 1,5kW, cosϕ=0,8 e


η=0,85. A tensão simples (entre fase e neutro) é de 230V. Faça a protecção adequada da
máquina usando relé + fusível e disjuntor.
3. Para um motor Pu=8CV; Uc=400V ;n=0,78 ;Cosϕ=0,74 alimentado por um cado LVAV
3x? + 1? 0,4/1KV instalado ao ar livre e encostado a outor 3 cabos de outa instalação tem
um comprimento de 20metros a uma temperatura ambiente de 35 0C.

Determinar a seccão dos condutores e as respectivas protecções.

4. Uma frezadora trifásica de 30 kW, cosϕ=0,85 e η=0,85 é alimentada por uma fonte cuja
tensão composta é 400V. O cabo de alimentação, V A V, está ao ar livre e com pequeno
afastamento de outros 2. O comprimento do cabo é de 25 m e a resistência a montante do
quadro é de 0,15 Ω. A temperatura ambiente é de 35 °C.

a) Escolha a secção adequada dos condutores do cabo.


b) Faça a protecção adequada do motor.

5. Dado o esquema que se segue calcula:

A corrente de cada motor; a corrente do alimentador; Especificar as caracteristicas dos


cabos dos ramais e do alimentador.

Sendo:
Motor1 (24cv/380V/FP=0,81/ŋ=0,87/4polos);
Motor2 (10cv/380V/FP=0,85/ŋ=0,88/4polos);
Motor3 (25cv/380V/FP=0,84/ŋ=0,89/4polos);
Cabos multipolares, em EPR, instalados em um suporte horizontal. Sendo que os
motores M1 e M2 arrancam em simultâneo, e temperatura 30°C.

FACTOR DE POTÊNCIA

As instalações industriais tanto na sua implantação assim como exploração, requerem uma
anàlise cuidadosa devido ao efeitos causados pelo funcionamento dos motores; foi visto que
os motores durante o arranque solicitam intensidades de corrente relativamente elevadas,
fenômeno esse que condiciona o dimensionamento das canalizações para a alimentação
destes motores mas além da corrente temos um outro fenômeno que merece maior realce na
análise de circuitos contendo motores eléctrico. O factor de Potência.
A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva, tais
como: motores, transformadores, reatores para lâmpadas de descarga, fornos de indução,
entre outros. As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu
funcionamento, por isso sua operação requer dois tipos de potência:

Potência ativa: potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz, movimento,
etc. É medida em kW.

Potência Reativa: potência usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos
das cargas indutivas. É medida em kvar.

Em um motor por exemplo, enquanto a potência activa é aproveitada convertida em energia


mecânica, movimento de rotação do veio, simplesmente a potência reactiva é necessária
apenas para a criação do campo magnetico indutor.

Assim, enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a potência


reativa, além de não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de alimentação,
ocupando um espaço no sistema elétrico que poderia ser utilizado para fornecer mais
energia ativa. Definição: o fator de potência é a razão entre a potência ativa e a potência
aparente. Ele indica a eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma
eficiência alta e inversamente, um fator de potência baixo indica baixa eficiência
energética. Um triângulo retângulo é frequentemente utilizado para representar as relações
entre kW, kvar e kVA.
- CONSEQUÊNCIAS E CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA

1 - Perdas na Instalação – As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são


proporcionais ao quadrado da corrente total ( ). Como essa corrente cresce com o
excesso de energia reativa, estabelece-se uma relação entre o incremento das perdas e o
baixo fator de potência, provocando o aumento do aquecimento de condutores e
equipamentos.

2 – Quedas de Tensão - O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a


quedas de tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia
elétrica e a sobrecarga em certos elementos da rede. Esse risco é sobretudo acentuado
durante os períodos nos quais a rede é fortemente solicitada. As quedas de tensão podem
provocar ainda, a diminuição da intensidade luminosa das lâmpadas e aumento da corrente
nos motores.

3 - Subutilização da Capacidade Instalada – A energia reativa, ao sobrecarregar uma


instalação elétrica, inviabiliza sua plena utilização, condicionando a instalação de novas
cargas a investimentos que seriam evitados se o fator de potência apresentasse valores mais
altos. O “espaço” ocupado pela energia reativa poderia ser então utilizado para o
atendimento de novas cargas. Os investimentos em ampliação das instalações estão
relacionados principalmente aos transformadores e condutores necessários. O
transformador a ser instalado deve atender à potência total dos equipamentos utilizados,
mas devido a presença de potência reativa, a sua capacidade deve ser calculada com base na
potência aparente das instalações. A Tabela a baixo mostra a potência total que deve ter o
transformador, para atender uma carga útil de 800 kW para fatores de potência crescentes.
Também o custo dos sistemas de comando, proteção e controle dos equipamentos cresce
com o aumento da energia reativa. Da mesma forma, para transportar a mesma potência
ativa sem o aumento de perdas, a secção dos condutores deve aumentar à medida em que o
fator de potência diminui.

A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos


equipamentos, sem a necessidade de investimentos em transformador ou substituição de
condutores para esse fim específico.

 São fontes de reacvtivos os seguintes:

1. geradores (fonte própria);

2. motores síncronos superexcitados (compensador síncrono);

3. capacitores;

 Vantagens da Correção do Fator de Potência

1. Melhoria da Tensão

As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico são bastante


conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente econômico
instalá-los em estabelecimentos industriais apenas para esse fim. A melhoria da tensão deve
ser considerada como um benefício adicional dos capacitores. A tensão em qualquer ponto
de um circuito elétrico é igual a da fonte geradora menos a queda de tensão até aquele
ponto.

A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é geralmente usada:

∆V = R.I.cosϕ ± X.I.senϕ

∆V = Queda de tensão [V]

R = Resistência [Ω]

I = Corrente total [A]

ϕ = Ângulo do fator de potência


X = Reatância [Ω]

(+) = Para cargas com fator de potência atrasado

(-) = Para cargas com fator de potência adiantado

Os valores de ∆V, R e X são valores por fase. A queda de tensão entre fases para um
sistema trifásico seria ∆V . √3

Por esta expressão, torna – se evidente que a corrente relativa à potência reativa opera
somente na reatância. Como esta corrente é reduzida pelos capacitores, a queda de tensão
total é então reduzida de um valor igual a corrente do capacitor multiplicada pela reatância.
Portanto, é apenas necessário conhecer a potência nominal do capacitor e a reatância do
sistema para se conhecer a elevação de tensão ocasionada pelos capacitores. Nos
estabelecimentos industriais com sistemas de distribuição modernos e a uma só
transformação, a elevação de tensão proveniente da instalação de capacitores é da ordem de
4 a 5%.

2. Redução das Perdas

Na maioria dos sistemas de distribuição de energia elétrica de estabelecimentos industriais,


as perdas variam de 2,5 a 7,5% dos kWh da carga, dependendo das horas de
trabalho a plena carga, bitola dos condutores e comprimento dos alimentadores e circuitos
de distribuição.

Redução percentual das perdas :

Vantagens da Empresa

 Redução significativa do custo de energia elétrica;


 Aumento da eficiência energética da empresa;
 Melhoria da tensão;
 Aumento da capacidade dos equipamentos de manobra;
 Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;
 Redução das perdas por efeito Joule;
 Redução da corrente reativa na rede elétrica.
- Vantagens da Concessionária

 O bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e


distribuição;
 Evita as perdas pelo efeito Joule;
 Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para conduzir o
bloco de potência ativa;
 Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais consumidores;
 Diminui os custos de geração.

É importante perceber que:

 Potência: Capacidade de produzir trabalho na unidade de tempo;


 Energia: Utilização da potência num intervalo de tempo;
 Potência Ativa (kW): É a que realmente produz trabalho útil;
 Energia Ativa (kWh): Uso da potência ativa num intervalo de tempo;
 Potência Reativa (kvar): É a usada para criar o campo eletromagnético das cargas
indutivas;
 Energia Reativa (kvarh): Uso da potência reativa num intervalo de tempo;
 Potência Aparente (kVA): Soma vetorial das potências ativa e reativa, ou seja, é a
potência total absorvida pela instalação.

 Fator de Potência (Cos ϕ): Razão entre Potência Ativa e Potência Aparente.

CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA EM BAIXA TENSÃO

A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo
como objetivos a conservação de energia e a relação custo/benefício:

a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto pela
concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo
fator de potência e o custo é elevado.

b) Correção na entrada da energia de baixa tensão: permite uma correção bastante


significativa, normalmente com bancos automáticos de capacitores. Utiliza-se este tipo de
correção em instalações elétricas com elevado número de cargas com potências diferentes e
regimes de utilização poucos uniformes. A principal desvantagem consiste em não haver
alívio sensível dos alimentadores de cada equipamento.
c) Correção por grupos de cargas: O capacitor é instalado de forma a corrigir um setor ou
um conjunto de pequenas máquinas (˂10CV) É instalado junto ao quadro de distribuição
que alimenta esses equipamentos. Tem como desvantagem não diminuir a corrente nos
circuitos de alimentação de cada equipamento.

d) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao equipamento que se


pretende corrigir o fator de potência. Representa, do ponto de vista técnico, a melhor
solução, apresentando as seguintes vantagens:

- Reduz as perdas energéticas em toda a instalação;


- Diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
- Pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor,
economizando-se um equipamento de manobra;
- Gera potência reativa somente onde é necessário.

e) Correção mista: no ponto de vista “Conservação de Energia”, considerando aspectos


técnicos, práticos e financeiros, torna-se a melhor solução.

Usa-se o seguinte critério para correção mista:

1. Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador;

2. Motores de aproximadamente 10CV ou mais, corrige-se localmente (cuidado com


motores de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de contatores para manobra dos
capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for superior a 90% da corrente de
excitação do motor).

3. Motores com menos de 10CV corrige-se por grupos.

4. Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo
fator de potência, corrige-se na entrada da rede;

5. Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para equalização final.

O exemplo a seguir mostra os beneficios da correcção do factor de potência, como:


aumento de potência aparente disponível e também uma queda significativa da corrente
solicitada á fonte.

Exemplo: Deseja – se corrigir o fator de potência para 0,92 de uma carga de 930 kW, 380 V
e f.p.= 0,65:

- Sem Correção do Fator de Potência:


Potencia Aparente com o factor de potência inicial:

Corrente inicial:

Depois da correcção do FP a potência fica a potência e a respectiva corrente ficam:

Note que, após a correção do fator de potência, na instalação poderá se acrescentar a carga
em até 41%.

CORREÇÃO NA MÉDIA TENSÃO

 Instalação de motores síncronos superexcitados: Instalados exclusivamente para a


correção do FP ou acoplados a alguma carga da indústria em substituição a um motor
de indução. Em geral trabalham com carga constante no eixo. Neste caso o motor
trabalha com uma corrente/tensão de excitação superior a necessária para seu
funcionamento. O excedente de energia devido a superexcitação é injetada no sistema
na forma de potência reativa capacitiva.

 Instalação de capacitores em devivação/shunt: Solução mais empregada nos sistemas


industriais devido ao custo reduzido. Para a correção do FP podem ser utilizados bancos
de capacitores fixos ou chaveados. Nos últimos são utilizados os controladores de fator
de potência automático que possibilitam o chaveamento automático dos bancos
conforme a variação do FP da indústria.

Bancos de capacitores fixos: Os capacitores fixos são utilizados quando a carga da


indústria praticamente não varia ao logo da curva de carga diária. Também são
empregados como uma potência capacitiva de base correspondente à demanda mínima
da instalação. A potência capacitiva necessária para corrigir o FP pode ser calculada a
partir dos seguintes métodos:
Desvantagens:

o Inviabilidade econômica de instalar banco de capacitores automáticos;


o Maior probabilidade da instalação se tornar capacitiva (capacitores fixos);
o Aumento de tensão do lado da concessionária;
o Aumento da capacidade de curto-circuito na rede da concessionária;
o Maior investimento em cabos e equipamentos de Baixa Tensão;
o Manutenção mais difícil;
o Benefícios relacionados com a diminuição das correntes reativas nos cabos, trafos,
etc., não são obtidos.

CUIDADOS NA INSTALAÇÃO DE CAPACITORES

 Evitar exposição ao sol ou proximidade de equipamentos com temperaturas


elevadas;
 Não bloquear a entrada e saída de ar dos gabinetes;
 Os locais devem ser protegidos contra materiais sólidos e líquidos em suspensão
(poeira, óleos);
 Evitar instalação de capacitores próximo do teto (calor);
 Evitar instalação de capacitores em contato direto sobre painéis e quadros elétricos
(calor);
 Cuidado na instalação de capacitores próximo de cargas não lineares (Geram
distorções nas formas de onda de tensão e/ou corrente).

- Localização dos Cabos de Comando

Os cabos de comando deverão estar preferencialmente dentro de tubulações blindadas com


aterramento na extremidade do Controlador Automático do Fator de Potência.
- Cuidados na Instalação Localizada

Alguns cuidados devem ser tomados quando se decide fazer uma correção de fator de
potência localizada:

a) Cargas com alta inércia: ex: Ventiladores, bombas de recalque, exaustores, etc. Deve
instalar-se contatores para a comutação do capacitor, pois o mesmo quando é
permanentemente ligado a um motor, podem surgir problemas quando o motor é desligado
da fonte de alimentação. O motor ainda girando irá atuar como um gerador e fazer surgir
sobretensão nos terminais do capacitor. Pode-se dispensar o contator para o capacitor,
desde que sua corrente nominal seja menor ou igual a 90% da corrente de excitação do
motor.

b) Inversores de Freqüência: Inversores de freqüência que possuam reatância de rede


conectada na entrada dos mesmos, emitirão baixos níveis de freqüências harmônicas para a
rede. Se a correção do fator de potência for necessária, aconselha-se não instalar
capacitores no mesmo barramento de alimentação do(s) inversor(es). Caso contrário,
instalar em série com os capacitores Indutores Anti-harmônicas.

c) Soft-starter: Deve-se utilizar um contator protegido por fusíveis retardados (gL-gG) para
manobrar o capacitor, o qual deve entrar em operação depois que a soft-starter entrar em
regime. É sempre importante medir as harmônicas de tensão e corrente se o capacitor for
inserido no mesmo barramento da soft-starter.

Manutenção Preventiva

6.1 - Periodicidade e Critérios para Inspenção

Mensal

 Verifique visualmente em todas as Unidades Capacitivas se houve atuação do


dispositivo de segurança interno, indicado pela expansão da caneca de alumínio no
sentido longitudinal. Caso positivo, substituir por outra com a mesma potência;
 Verifique se há fusíveis queimados. Caso positivo, tentar identificar a causa antes
da troca. Usar fusíveis com corrente nominal indicada no Catálogo;
 Verificar o funcionamento adequado dos contatores;
 Nos bancos com ventilação forçada, comprovar o funcionamento do termostato e
do ventilador. Medir a temperatura interna (máxima de 450C);
 Medir a tensão e a corrente das unidades capacitivas;
 Verificar o aperto das conexões dos capacitores.

Semestral
 Efetuar limpeza completa do armário metálico interna e externamente, usando
álcool isopropílico;
 Repetir todos os procedimentos do ítem anterior (mensal);
 Reapertar todos os parafusos dos contatos elétricos e mecânicos;
 Medir a temperatura dos cabos conectados ao contator;
 Verificar estado de conservação das vedações contra a entrada de insetos e outros
objetos.
 Instalação dos cabos de sinal de corrente e tensão muito próximos ao barramento
(˂50cm) causando interferencias electromagnéticas.

PRINCIPAIS PARÂMETROS DOS CAPACITORES

a) Temperatura de operação: São os limites de temperatura das células, montadas dentro


dos capacitores. Não confundir com temperatura ambiente.

b) Máxima Tensão Permissível (IEC 831/1):

1,0xVn - Duração Contínua – Maior valor médio durante qualquer período de energização
do Banco.

1,1xVn - Duração de 8h a cada 24h de operação (não contínuo) – Flutuações do sistema.

1,15xVn - Duração de 30 min a cada 24h de operação (não contínuo) – Flutuações do


sistema. 1,20 . Vn - Duração de 5 min (200 vezes durante a vida do capacitor) – Tensão a
carga leve.

1,30xVn - Duração de 1 min (200 vezes durante a vida do capacitor)

c) Máxima Corrente Permissível: (1,30xIn) – É a corrente máxima permitida,


considerando os efeitos das correntes harmônicas por curtos períodos de tempo (não
confundir com corrente nominal).

d) Taxa de Variação da Tensão Máxima (dv/dt): Este parâmetro informa o limite máximo
da taxa da variação de tensão no capacitor em V/ms nos períodos de carga e descarga.

e) Perdas de efeito Joule por kvar: Esse dado é importante para dimensionar a temperatura
interna do banco de capacitores. Devem ser inferiores a 0,4W/kvar.

f) Corrente de pico Transitória Máxima: (100xIn) É a máxima corrente de surto na


energização do capacitor NOTA: Deve-se ter um cuidado especial com o instrumento de
medição utilizado que deve ser do tipo True RMS.
g) Utilização de capacitores com tensão nominal reforçada, ou seja, acima do valor de
operação da rede:

- Capacitor com Vn de 380V/60Hz em rede de 220V/60Hz: A potência nominal do mesmo


fica reduzida em 2202 / 3802 = 0,335, ou seja, em 66,5%;

- Capacitor com Vn de 440V/60Hz em rede de 380V/ 60Hz: A potência nominal do mesmo


fica reduzida em 3802 / 4402 = 0,746, ou seja, em 25,4%.

- Capacitores com Vn de 480 V/60Hz em redes de 440V/60Hz: A potência nominal do


capacitor fica reduzida em 4402 / 4802 = 0,84 , ou seja, em 16%.

CÁLCULO DA CAPACIDADE DO CONDENSADOR PARA MELHORAR O FP

a) Método Analítico: Baseado na resolução do triângulo de potências. O procedimento é


como segue:

Mantendo – se a tensão na carga constante faça:

1. Determine a potência aparente da carga: .

2. Conhecido o fator de potência desejado depois da correção ( ), e fazendo a


potência ativa depois da correção igual à potência ativa antes da correção ( ),
determine a potência reativa depois da correção ( );

Determinar o valor do capacitor ou banco de capacitores para a correção do FP desejado. A


potência reativa necessária para a correção será:
a) Circuito Electrico monofásico compensado e b)Triangulo de Potências

Para um sistema trifásico o mesmo procedimento é adotado, assim temos:

; ; ;

Sendo sistema trifásico então os condensadores devem ser também 3 podendo esta ligados
em estrela ou em triângulo, então:


O que mostra claramente que: comprovando que na compensação do factor de
potência em sistemas trifásicos é practico optar pela ligação de condensadores em triangulo
visto que o respectivo valor de capacidade será menor. Ou seja, Para a mesma correção do
FP em um sistema trifásico é mais econômico utilizar um banco em delta visto que quanto
maior a capacitância e portanto maior potência reativa capacitiva disponível, maior o custo
do banco.

RA6: Organizar as peças do projecto.

1. Fazer o levantamento de carga existente no seu bairro(Indicar o tipo de residência


predominante; indicar outras cargas existentes desde escolas, hospitais, etc O número de
lâpadas de iluminação pública contida nos postes entre outros consumidores)

2. De acordo com o número de residências e outras calcular a potência do quarteirão


a) Apresenta um mapa de quantidades e especificações das cargas dimensionadas;
b) Apresenta uma estimativa de custos;
c) Apresenta uma memória descritiva e justificativa;
d) Apresenta peças desenhadas do projecto(Circuitos e planta do quarteirao).

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