Material de Apoio PCFMIELDEIE 2023
Material de Apoio PCFMIELDEIE 2023
Material de Apoio PCFMIELDEIE 2023
1. INTRODUÇÃO
As redes de distribuição de energia eléctrica, que constituem um elemento fundamental do
sistema energético de um país, fazem parte do designado Sistema Eléctrico Nacional, que é
constituído pelas centrais de produção de energia eléctrica, redes de transporte e
distribuição, aéreas e subterrâneas e instalações de transformação (subestações e postos de
transformação).
Niveis de Tensão
A obtenção dos vários níveis de tensão necessários à boa condução do sistema eléctrico é
realizada em instalações de transformação usando máquinas estáticas chamadas
transformadores.
De acordo com a nossa legislação, essas instalações de transformação dividem-se em
subestações e postos de transformação, dependendo da utilização que se dá à corrente
secundária dos transformadores (noutros países não se faz esta discriminação: assim, em
alguns paises, como França, todas as instalações de transformação são postos de
transformação, e, no Brasil, por exemplo, todas as instalações que realizam a alteração dos
níveis de tensão são subestações).
O Regulamento de Segurança de Subestações, Postos de Transformação e de
Seccionamento (RSSPTS) no seu artº 6º define Posto de Transformação do seguinte modo:
“Instalação de alta tensão destinada à transformação da corrente eléctrica por um ou mais
transformadores estáticos, quando a corrente secundária de todos os transformadores for
utilizada directamente nos receptores, podendo incluir condensadores para compensação do
factor de potência”.
De notar que a partir da definição não é necessário que a tensão secundária caia no domínio
da BT, mas sim que essa corrente alimente directamente os receptores; pense-se,
nomeadamente, em motores de elevada potência alimentados normalmente a 6 kV. Mas a
situação comum é a da transformação média tensão/baixa tensão, em particular, no nosso
país, 15/0,4 kV, principalmente, mas também 10, 30, 6,6, 6 e 5/0,4 kV.
O equipamento fundamental de um posto de transformação (PT) é obviamente o
transformador, mas, como instalação envolvendo elevados níveis de tensão e energia,
necessita naturalmente de um conjunto adicional de aparelhagem tendente a realizar as
funções obrigatórias de comando, seccionamento, contagem e protecção quer de pessoas e
animais, quer dos próprios equipamentos e outros bens.
Os postos de transformação são inseridos nas redes próximos dos centros de consumo, em
diferentes áreas geográficas e com exigências diversas: zonas rurais, semi-urbanas e
urbanas, zonas industriais, loteamentos e urbanizações, zonas de baixa, média ou elevada
densidade de carga, com média ou elevada exigência de qualidade de serviço, de domínio
público ou privado, etc.
Desta variedade de condicionantes resulta uma gama correspondente de soluções possíveis
para a arquitectura dos postos de transformação. Assim, adequando as instalações às
diversas situações encontradas, é possível classificar os postos de transformação quanto:
À instalação
Ao modo de alimentação
Ao serviço prestado
Ao modo de exploração
1. Radial
2. Em anel aberto
3. Em Malha
1. Públicos
2. Privados
1. Manual
2. Automatic
a. A
b. AS
c. AI
I. AI1
II. AI2
a. CBU
b. CBL
No que se segue faz-se um resumo dos aspectos essenciais destes postos como definidos
nos citados projectos-tipo da DGEG. Os projectistas e demais interessados num
conhecimento mais exaustivo das características destes PTs são aconselhados a consultar os
referidos documentos.
3› POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO AÉREOS (PTA)
Estes postos, montados em postes normalizados de betão, são identificados pelo modo
como é feita a sua ligação à rede aérea de Média Tensão.
No caso de ligação directa estaremos na presença de um PT do tipo A; se se fizer através de
seccionador, teremos um tipo AS e se essa ligação for estabelecida mediante interruptor-
seccionador será um PT AI
Figura 2. PT aéreo do tipo AI, com saída também aérea do lado da BT
Seccionadores e interruptores
Quadro Eléctrico
Tabela 9. Características do equipamento principal do QBT.
Em que:
Ud – Ttensão de defeito
Id – Corrente de defeito à terra do lado da MT
Rp – Resistência da terra de protecção
RN e XN – componentes resistiva e reactiva da terra do neutro da MT
O valor máximo desta corrente de defeito deve ser fornecido pela Empresa Distribuidora.
Os valores habituais, atendendo a que na esmagadora maioria dos casos a rede MT é de
neutro impedante, são os seguintes:
Terra de protecção
As massas da aparelhagem de AT são ligadas entre si e aos pontos de ligação do poste ou
postes (AI-2). A ligação do pára-raios ao eléctrodo é executada com condutor de cobre nu
de 35 mm2 de secção, o mais directamente possível, evitando-se ângulos pronunciados. O
QBT, o punho do comando do seccionador ou interruptor e respectivas plataformas de
manobra são também ligadas à terra de protecção. Será estabelecida uma ligação
equipotencial entre a parte fixa e móvel do seccionador (interruptor), por intermédio de
tranca flexível de cobre.
A secção mínima dos condutores, se de cobre, será de 16 mm2, até ao ligador amovível e
de 35 mm2, a partir deste.
Terra de serviço
A ligação à terra do neutro será feita, pelo menos em duas saídas, no primeiro ou primeiros
apoios de cada saída da rede de distribuição se se tratar de rede aérea.
Quando o posto servir uma rede subterrânea o eléctrodo ou eléctrodos serão localizados em
terreno que ofereça condições aceitáveis à sua implantação e seja suficientemente afastado
da terra de protecção para garantir a sua distinção (aproximadamente 20m).
Plataformas de manobra
Na base do poste e assente no respectivo maciço deve ser montada uma plataforma de
betão, construída com uma malha de 20x20 mm, feita de arame de 4 mm de diâmetro
mínimo (Figura 11)
E preciso notar que, mesmo as versões mais simples dos PTs acabam por ter alguma
complexidade na medida em que são constituídos por um razoável conjunto de
componentes, com diversas variantes. Além disto, o projecto de PTs tem de dar resposta a
um conjunto de requisitos técnicos e de segurança.
• Armação
• Isoladores
• Condutores
• Ligações à terra
Os condutores de alumínio-aço são constituídos com uma alma-aço que é envolvida por
várias camadas de alumínio, sendo estas camadas enroladas em hélice. Este tipo de
condutores é constituído de forma multifilar o que torna este tipo de condutor mais flexível.
A tração mecânica é assegurada exclusivamente pela parte interior (aço) do condutor e a
passagem de corrente alternada é assegurada exclusivamente pelo alumínio que se encontra
na superfície do conductor.
As principais vantagens dos condutores de alumínio-aço relativamente aos condutores de
cobre são:
Maior resistência mecânica que torna o condutor mais leve, permitindo maiores trações
mecânicas e como consequência uma redução na flecha dos condutores e o aumento da
distância entre os apoios, permitindo assim diminuir o número de apoios no traçado da
linha bem como a altura dos mesmos.
Inicialmente(Projectos Antigos) foram utilizados condutores em cobre nu, que vieram a ser
substituídos por condutores cableados concêntricos em alumínio-aço, designados por
ACSR (da sigla inglesa Aluminium Cable Steel Reinforced), constituídos por uma alma de
aço zincado de alta resistência, revestida por uma ou mais camadas de fios de alumínio do
tipo AL1.
Cabo ACSR
O material dos condutores pode ser o cobre ou o alumínio. O isolamento dos cabos MT é
usualmente o polietileno reticulado (XLPE), sendo os cabos com isolamento em PVC são
apenas empregues até tensões de serviço U < 10kV, embora a sua utilização seja cada vez
menor; a bainha exterior é em PVC.
Estes cabos têm uma blindagem em fita de cobre e, quando enterrados, dispõem
habitualmente de armadura para protecção contra acções mecânicas.
Os cabos com estas caracteristicas acima descriminadas são usados Quando uma rede aérea
se destina a ligar a um Posto de Transformação de cabina baixa ou pré-fabricado, ou
quando uma rede aérea passa à rede subterrânea numa zona suburbana ou urbana, sendo,
necessário proceder a uma transição rede aérea/rede subterrânea. Essa transição é efectuada
num apoio específico da linha aérea, onde é instalada uma caixa terminal de cabo e
descarregadores de sobretensões para a protecção contra descargas atmosféricas. Em
algumas situações é também instalado um interruptor ou um seccionador para isolar o troço
subterrâneo.
Perfil tipo para um circuito subterrâneo de MT, com três cabos monopolares, encontra-se
ilustrado na Figura a baixo.
A identificação dos condutores geralmente usados para alimentar cargas terminais, como
motores entre outros, é realizada com base na NP 2359: 1984 Identificação e Utilização
dos Condutores Elétricos Isolados e Flexíveis que assenta nas orientações do documento
de harmonização – Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC). são
definidos os códigos de cores para a identificação dos condutores rígidos e flexíveis,
conforme se mostra a baixo:
Existem tres tipos de apoios nas redes de distribuição de energia, os apoios de madeira, os
apoios de betão e os apoios metálicos, sendo os apoios de betão preferencialmente adotados
porque apresentam um menor custo de implementação e têm também a vantagem de
possuírem uma menor área de fundações comparativamente aos postes metálicos.
Os apoios, devido à posição que ocupam ao longo do traçado de uma rede, classificam – se
da seguinte forma:
– Apoios de ângulo: empregam-se para suportar os condutores nos vértices de ângulos que
formam dois alinhamentos diferentes. Devem ser dimensionados para suportar esforços
transversais devidos ao vento e os esforços transversais devido a tracção dos condutores.
- Apoios do tipo alinhamento com derivação – São apoios nos quais são estabelecidas
uma ou mais derivações para outras linhas ou para Postos de transformação.
- Apoios do tipo fim de linha – Os apoios em fim de linha têm como característica a
capacidade de suportar a totalidade dos esforços impostos pelos condutores de um só lado
da linha, sendo utilizados em ocais onde se efetua a passagem de rede aérea a subterranea.
Os apoios de início e fim de linha são habitualmente em pórtico.
- Apoios do tipo reforço alinhamento – Este tipo de apoios têm a mesma função dos
apoios em alinhamento mas é utilizado quando suporta trações mais elevadas.
- Apoios em ângulo com derivação – São apoios nos quais são estabelecidas uma ou mais
derivações para outras linhas ou para Postos de Transformação, situados num ângulo da
linha.
Armação
As armações são dispositivos metálicos que se colocam no topo de um apoio onde são
amarrados os condutores através dos isoladores. Existem diversas formas de armações. As
figuras que se seguem representam os vários tipos armações.
Disposição em Galhardete
configuração em galhardete permite garantir uma maior distância entre fases, o que é
significativo quando os vãos são longos, aumentando a probabilidade de essa distância
diminuir, particularmente a meio vão, por acção dos agentes atmosféricos, designadamente
o vento.
Esteira Vertical
• Melhor afastamento entre fases, quando o ângulo entre dois vãos adjacentes ao apoio é
muito acentuado
Entre várias funções as armações devem ser concebidas para suportarem esforços
mecânicos; Horizontais transversais; Horizontais Longitudinais e Verticais. Devendo ainda
garantir a separação entre os condutores assim como a disposição adequada e segura.
A distância dos condutores em relação as chaminés dos telhados e a todas as partes que
constituem uma habitação que são suscetíveis de ser escaladas por pessoas não deve ser
inferior à distância obtida pela seguinte expressão:
Em que:
D – Representa a distância mínima entre os condutores e a habitação;
O artigo 27º do R.S.L.E.A.T estipula a distância mínima dos condutores em relação ao solo
em condições de flecha máxima com ou sem intervenção do vento. A distância mínima é
obtida através da seguinte expressão:
Em que:
Em que:
O vento forte e a chuva que provocam a queda de árvores sobre as linhas elétricas aéreas;
Isoladores
As linhas eléctricas aéreas, os condutores devem estar isolados dos apoios correspondentes.
Regra geral, os condutores empregam-se quase sempre nus, sem isolamento próprio. Sendo
assim, há necessidade de um elemento intermédio, denominado isolador, de boas
propriedades dieléctricas, que isole totalmente os condutores em tensão dos apoios que
suportam a linha.
Os isoladores têm como função evitar a passagem de corrente elétrica entre os condutores e
os apoios evitando deste modo um curto-circuito fase-terra. Os isoladores são utilizados nas
cadeias de amarração ou suspensão e suportam os esforços mecânicos exercidos pelos
condutores.
A classificação da severidade poluente dos locais, de acordo com as Normas IEC, o valor
da salinidade suportável e o comprimento da linha de fuga específica são indicados na
Tabela a baixo.
Os isoladores acopláveis para as cadeias são construídos de tal forma que permitam o
acoplamento amovível de uma série de elementos, até obter o grau de isolamento desejado.
Isoladores acoplaveis (Isoladores de Cadeia)
Os isoladores não acopláveis (rígidos) não estão construídos para permitir um acoplamento
amovível com outros elementos similares. Têm a designação de isolador de apoio ou rígido
e, normalmente, são dotados de uma ou mais ferragens: uma delas para a sua fixação e
outra, eventual, para a fixação do condutor.
O cálculo elétrico aplicado a uma rede de média tensão têm como objetivo dimensionar a
corrente de serviço de um linha de transporte de energia com o intuito de obter a secção
transversal dos condutores a utilizar, tendo em conta as limitações técnicas e mecânicas dos
condutores.
- Fator de potência;
=Resistividade do condutor(Ω/m);
[ ]
= Coeficiente de termo-resistividade.
As considerações apresentadas aplicam-se em linhas de 15kV que por norma são equipadas
com condutores de secção não muito elevada permitindo obter o valor eficaz da corrente de
curto-circuito permanente em vez do valor eficaz médio da corrente total de curtocircuito.
K2 = Coeficiente de temperatura;
Para determinar o valor da indutância é inevitável saber qual o tipo de armação que é
utilizado na linha, porque o tipo armação está diretamente relacionado com as distâncias
dos condutores entre si.
No cálculo da indutância deve-se optar pela maior distância entre condutores, porque
corresponde ao maior valor da indutância e por sua vez existe uma maior queda de tensão.
Por fim a expressão que permite determinar a queda de tensão nos condutores de uma linha
aérea é:
- Segurança – Evitar qualquer perigo e limitar as cosequencias de uma falta a uma área
restrita. – Evitar o risco de realimentação inadivertida através de outro circuito.
Para o caso em que se tem vários consumidores a expressão acima pode ficar da seguinte
forma:
O fator de demanda é geralmente menor que a unidade, podendo, no entanto, ser maior que
1, nos casos de sobrecarga. Em cada caso, o fator de demanda correto seria obtido
medindo-se a demanda máxima do consumidor e conhecendo-se a sua potência instalada.
Na maioria dos casos, no entanto, os consumidores ainda não estão ligados e para o projeto
de rede se faz necessário arbitrar um fator de demanda, com base em valores estatísticos.
Na caracterização do fator de demanda influem inúmeros fatores como: classe de
consumidor, magnitude de sua carga, nº de máquinas ou aparelhos ligados, época do ano,
etc.
Fator de Utilização: O fator/coeficiente de utilização de um sistema, em um determinado
período de tempo, é a relação entre a máxima demanda, do período referido e a capacidade
nominal do sistema.
C = capacidade do sistema;
Pode-se observar que enquanto o fator de demanda indica a porcentagem de carga instalada
que está sendo alimentada, o fator de utilização informa qual a porcentagem da capacidade
nominal do sistema está sendo utilizada no instante de demanda máxima.
Fator de Carga: O fator de carga de um sistema pode ser definido como sendo a relação
entre a demanda média num determinado intervalo de tempo e a demanda máxima
verificada neste intervalo de tempo.
– Factor de utilização
Num bairro residencial a necessidade de carga não é a mesma por isso, é necessário ter em
conta o factor de simultaniedade ( ). A carga de um ( ) de várias casas habitacionais
será:
n – número de casas
– factor de simultaniedade;
Num bairro para além de casas de habitação existem instituições públicas tais como: Lojas;
Escolas; Administrações, hospitais; etc. Estas instalações públicas também tem potências,
mas diferentes. Para as instituições públicas também existe factor de simultaniedade ( ),
que é geralmente 0,85.
Esta carga é que determina a potência dos transformadores. Mas deve – se ter em
consideração o aumento da carga, que geralmente pode ser de 7 à 9% da carga num ano.
NB: Para o caso dos nossos cálculos consierarremos um valor de taxa de crescimento
equivalente à 5%.
( )
Onde:
– Factor de crescimento da carga;
N – É o número de anos;
- Taxa anual de crescimento da carga
Instituição Pública
Escola 0,75
Jardim Infantil 0,75
Administração 0,5
Restaurante 0,75
Supermercado 0,9
Talho 0,5
Loja de mercadorias Industriais 0,75
Cabelereiro 0,6
Correios 0,8
Policlinica 0,3
Lavandaria 0,95
Lojas desconhecidas 0,75
Iluminação Pública 1
Tab. Factores de utilização das instalações públicas
Instituição Pública
Carpintarias 0,15 – 0,3
Serrações 0,8
Fábricas de móveis 0,25 – 0,4
Empresas petroleras 0,3 – 0,35
Industria metalúrgica 0,35
Minas 0,7 – 0,8
Centrais Electricas 0,75 - 0,8
Fabricas de Cimento 0,5 – 0,85
Fabricas de fibra sintética 0,6 – 0,7
Fabrica de máquinas ferramentas 0,25
Fabrica de Aço 0,35
Fábrica de Calçado 0,4 – 0,5
Fábrica de Papel 0,35 – 0,45
Oficina de Automóveis 0,15 – 0,5
Cervejeira 0,4 – 0,5
Tipografia 0,2 – 0,35
Indústria Téxtil 0,3 – 0,6
Tab. Factores de simultaneidade das instalações industriais
Para uma questão de abrangência é comum utilizar os fatores de utilização assim como de
simultaneidade, conforme apresenta – se nas seguintes tabelas.
Hospital 0.4
Escola 0.5
Mercados 0.6
Hotéis 0.5
– Potência instalada
– Potência máxima
– Coeficiente de necessidade
Com este método pode – se formar uma base para execução de projectos uma vez
conhecidos os coeficientes. A potência aparente máxima determina – se tal como no caso
anterior.
Resolução:
Exercicios de aplicação
O sistema Primário;
Rede de média tensão;
Rede secundária.
O sistema primário é a parte do sistema que atravéz de uma subestação alimenta redes de
média tensão. A subestação pode receber energia da rede exterior por chegada aérea ou
chegada subterrânea. Pode ser de montagem exterior quando a tensão é superior à 30KV ou
de montagem interior quando a tensão é igual ou inferior a 30KV.
A rede de Média tensão é geralmente a parte que compete a alimentação das instalações
industriais, sendo feita em média tensão exceptuando – se o caso das pequenas unidades
que recebem energia eléctrica em baixa tensão, proveniente de linhas à 60, 110 ou 220KV,
a energia é transformada atravéz de subestações para média tensão de 30; 20, 10KV por
vezes mesmo para 6 ou 3KV.
Já a rede secundária é denominada na maioria das vezes por rede de baixa tensão, podendo
envolver também canalizações de média tensão.
Existem alguns factores que determinam o comportamento das cargas eléctricas a saber:
Capacidade instalada;
Potencia instalada;
Potência máxima;
Potência média;
Factor de simultaniedade;
Factor de utilização.
Potência Media – É a potência constante que a instalação deveria apresentar num periodo
considerado.
Exercicio de Aplicação:
a) Capacidade Instalada
b) Potencia instalada
c) Factor de simultaneidade
Note que caso não seja dada a proporção da potência utilizada podemos recorrer ao método
classico do cálculo da média, que seria:
EXERCICIOS DE APLICAÇÃO
2. Uma instalação industrial que funciona apenas nos dias úteis de semana, é alimentada
por um transformador de 300kVA e factor de potência médio de 0,86.
√
Para um sistema monofásico:
– em Ω/Km
25ª
em que
• Cálculo do tempo máximo durante o qual a canalização pode ser submetida ao curto-
circuito
- Tipo de Arranque
; ;
√
- Nas fases do motor no caso de este ter 6 terminais dos enrolamentos acessíveis (todos
os terminais dos seus enrolamentos) – acontece no arranque Υ- ∆.
Resumo:
Onde:
– Corrente de ramal
Onde:
Sendo:
Exemplo:
Sendo:
Motor1 (40cv/380V/FP=0,81/ŋ=0,87/4polos);
Motor2 (15cv/380V/FP=0,85/ŋ=0,88/4polos);
Motor3 (25cv/380V/FP=0,84/ŋ=0,89/4polos);
Cabos multipolares, em EPR, instalados em bandeja perfurada. Sem partidas
simultâneas, e temperatura 30°C.
Resolução:
Da tabela abaixo podemos retirar a refencia do cabo, já que é sabido que os cabos serão
instalados em bandeja perfurada.
Usando a tabela que se segue podemos determinar as secções dos condutores para a
alimentação dos respectivos motores assim como do alimentador.
Tabela: Capacidade de condução de corrente em Amperes para condutores: Cobre e
Aliminio; Isolamento a EPR ou XLPE; Temperatura do condutor 90 0C e Temperatura
ambiente de 300C
1. Considere um motor de 3CV, trifásico, alimentado, como mostra a figura a baixo, por
uma fonte cuja tensão composta é 400V. O seu rendimento é de 78% e o factor de potência
de 0,74. O cabo de alimentação (VAV 3x?+1G? 0,6/1KV) está instalado ao ar livre e
encostado a outros 5 cabos de outra instalação; tem um comprimento de 20m e a
temperatura ambiente é de 35ºC.
a) Indica o método de arranque deste, escolher a secção adequada dos condutores do cabo
atendendo ao RSIUEE que impõe que as secções mínimas devem ser:
Dados:
Pu=3CV=3x736W=2208W
Uc=400V
n=0,78
Cosϕ=0,74
Cabo VAV cableado
nº total de cabos (sistemas): 6
Temp. ambiente θa=35ºC
l =20m
Resolução:
Tempo de corte da corrente de curto-circuito (ICC), pelo aparelho de protecção, que garante
a não danificação da canalização:
( )
e a resistência total RT é
e finalmente, atendendo ao RSIUEE, que nos fornece K=115 para cabos com alma de aço e
isolados a PVC, a canalização suporta ICC, sem danificação, durante:
Calculo das coordenadas do ponto de arranque do motor.
Sendo Pu=2208 W então este motor pode ser sugeito a arranque directo logo durante o
arranque pode atingir:
Escolher o fusível apartir destas coordenadas atendendo que este deve ainda proteger o relé
termico.
Visto que o motor tem potência superior a 10 CV então devemos optar por arrancá – lo em
estrela – triângulo.
Neste caso, as normas indicam – nos que as protecções devem ser escolhidas tendo em
conta uma corrente de arranque durante um tempo de arranque menor que
15segundos.
Por consulta das curvas dos fusíveis, determinamos a intersecção entre estas
coordenadas( ) e seleccionamos o fusivel adequado devendo ser o de calibre da
linha que passa imediatamente a acima do ponto de intersecção.
Quando os enrolamentos estão ligados em estrela a corrente absorvida à rede pelo motor é 1/3 da
corrente absorvida à rede quando o motor tem os enrolamentos ligados em triângulo. Deste modo,
se o motor em regime permanente (ligação em triângulo) absorve à rede uma corrente Is (44A), em
estrela absorve uma corrente Is/3 (15,6 A), logo, de acordo com oesquema abaixo, percebemos que
pela localização do relé, este será percorrido por dois valores possíveis de corrente:
1. Para um: cabo LVAV 3x25 0,8/1,2 KV enterrado conjuntamente com mais 4 cabos
idênticos num local em que θ=30 °C. Rm=0,1 Ω, comprimento =15 m. Determinar o
calibre dos dispositivos de protecção.
4. Uma frezadora trifásica de 30 kW, cosϕ=0,85 e η=0,85 é alimentada por uma fonte cuja
tensão composta é 400V. O cabo de alimentação, V A V, está ao ar livre e com pequeno
afastamento de outros 2. O comprimento do cabo é de 25 m e a resistência a montante do
quadro é de 0,15 Ω. A temperatura ambiente é de 35 °C.
Sendo:
Motor1 (24cv/380V/FP=0,81/ŋ=0,87/4polos);
Motor2 (10cv/380V/FP=0,85/ŋ=0,88/4polos);
Motor3 (25cv/380V/FP=0,84/ŋ=0,89/4polos);
Cabos multipolares, em EPR, instalados em um suporte horizontal. Sendo que os
motores M1 e M2 arrancam em simultâneo, e temperatura 30°C.
FACTOR DE POTÊNCIA
As instalações industriais tanto na sua implantação assim como exploração, requerem uma
anàlise cuidadosa devido ao efeitos causados pelo funcionamento dos motores; foi visto que
os motores durante o arranque solicitam intensidades de corrente relativamente elevadas,
fenômeno esse que condiciona o dimensionamento das canalizações para a alimentação
destes motores mas além da corrente temos um outro fenômeno que merece maior realce na
análise de circuitos contendo motores eléctrico. O factor de Potência.
A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva, tais
como: motores, transformadores, reatores para lâmpadas de descarga, fornos de indução,
entre outros. As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu
funcionamento, por isso sua operação requer dois tipos de potência:
Potência ativa: potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz, movimento,
etc. É medida em kW.
Potência Reativa: potência usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos
das cargas indutivas. É medida em kvar.
3. capacitores;
1. Melhoria da Tensão
A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é geralmente usada:
∆V = R.I.cosϕ ± X.I.senϕ
R = Resistência [Ω]
Os valores de ∆V, R e X são valores por fase. A queda de tensão entre fases para um
sistema trifásico seria ∆V . √3
Por esta expressão, torna – se evidente que a corrente relativa à potência reativa opera
somente na reatância. Como esta corrente é reduzida pelos capacitores, a queda de tensão
total é então reduzida de um valor igual a corrente do capacitor multiplicada pela reatância.
Portanto, é apenas necessário conhecer a potência nominal do capacitor e a reatância do
sistema para se conhecer a elevação de tensão ocasionada pelos capacitores. Nos
estabelecimentos industriais com sistemas de distribuição modernos e a uma só
transformação, a elevação de tensão proveniente da instalação de capacitores é da ordem de
4 a 5%.
Vantagens da Empresa
Fator de Potência (Cos ϕ): Razão entre Potência Ativa e Potência Aparente.
A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo
como objetivos a conservação de energia e a relação custo/benefício:
a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto pela
concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo
fator de potência e o custo é elevado.
4. Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo
fator de potência, corrige-se na entrada da rede;
Exemplo: Deseja – se corrigir o fator de potência para 0,92 de uma carga de 930 kW, 380 V
e f.p.= 0,65:
Corrente inicial:
Note que, após a correção do fator de potência, na instalação poderá se acrescentar a carga
em até 41%.
Alguns cuidados devem ser tomados quando se decide fazer uma correção de fator de
potência localizada:
a) Cargas com alta inércia: ex: Ventiladores, bombas de recalque, exaustores, etc. Deve
instalar-se contatores para a comutação do capacitor, pois o mesmo quando é
permanentemente ligado a um motor, podem surgir problemas quando o motor é desligado
da fonte de alimentação. O motor ainda girando irá atuar como um gerador e fazer surgir
sobretensão nos terminais do capacitor. Pode-se dispensar o contator para o capacitor,
desde que sua corrente nominal seja menor ou igual a 90% da corrente de excitação do
motor.
c) Soft-starter: Deve-se utilizar um contator protegido por fusíveis retardados (gL-gG) para
manobrar o capacitor, o qual deve entrar em operação depois que a soft-starter entrar em
regime. É sempre importante medir as harmônicas de tensão e corrente se o capacitor for
inserido no mesmo barramento da soft-starter.
Manutenção Preventiva
Mensal
Semestral
Efetuar limpeza completa do armário metálico interna e externamente, usando
álcool isopropílico;
Repetir todos os procedimentos do ítem anterior (mensal);
Reapertar todos os parafusos dos contatos elétricos e mecânicos;
Medir a temperatura dos cabos conectados ao contator;
Verificar estado de conservação das vedações contra a entrada de insetos e outros
objetos.
Instalação dos cabos de sinal de corrente e tensão muito próximos ao barramento
(˂50cm) causando interferencias electromagnéticas.
1,0xVn - Duração Contínua – Maior valor médio durante qualquer período de energização
do Banco.
d) Taxa de Variação da Tensão Máxima (dv/dt): Este parâmetro informa o limite máximo
da taxa da variação de tensão no capacitor em V/ms nos períodos de carga e descarga.
e) Perdas de efeito Joule por kvar: Esse dado é importante para dimensionar a temperatura
interna do banco de capacitores. Devem ser inferiores a 0,4W/kvar.
; ; ;
Sendo sistema trifásico então os condensadores devem ser também 3 podendo esta ligados
em estrela ou em triângulo, então:
√
O que mostra claramente que: comprovando que na compensação do factor de
potência em sistemas trifásicos é practico optar pela ligação de condensadores em triangulo
visto que o respectivo valor de capacidade será menor. Ou seja, Para a mesma correção do
FP em um sistema trifásico é mais econômico utilizar um banco em delta visto que quanto
maior a capacitância e portanto maior potência reativa capacitiva disponível, maior o custo
do banco.