Meios de Expressão
Meios de Expressão
Meios de Expressão
Expressão
Professor Me. César Biegas Faquin
Professor Me. Dênis Martins de Oliveira
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini UNIFATECIE Unidade 2
Rua Cândido Bertier
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia Fortes, 2178, Centro,
Paranavaí, PR
Secretário Acadêmico (44) 3045-9898
Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
Caro(a) aluno(a), este material tem como objetivo orientar os estudos em meios de
expressão e representação no âmbito das diferentes áreas criativas que utilizam o desenho
como forma de expressão. Desta forma, entendendo que o desenho é o meio pelo qual se
materializam as ideias, o material didático apresenta técnicas e métodos para que você
desenvolva habilidades de expressão e representação à mão livre, incentivando a prática
por meios de exercícios de traço e desenho livre.
Essas habilidades serão fundamentais para o desenvolvimento de sua formação
acadêmica, assim como para a criação de sua linguagem de expressão enquanto profissio-
nal da área criativa.
A Unidade I abordará os conceitos introdutórios acerca do desenho de observação
e sobre a percepção visual que é essencial para o processo de desenvolvimento do dese-
nho a mão livre.
Na Unidade II, serão abordadas algumas definições sobre a linguagem visual
aplicada ao desenho visando proporcionar a você, aluno(a), o conhecimento sobre os
aspectos estruturais que compõem o ato de desenhar e os resultados que se pretende
obter por meio do desenho.
A Unidade III é dedicada à tipologia das representações; nela, serão apresentadas
as possibilidades e definições para que você compreenda os diferentes tipos de desenho
observando os efeitos de proporção e equilíbrio, além do ponto de vista.
Na Unidade IV, trabalharemos os aspectos de luz e sombra, abordando técnicas
que envolvem o elemento cor, técnicas tonais e os contrastes e efeitos volumétricos
causados pelas nuances de luz e sombra. Dessa forma, este material tem como objetivo
estimular o conhecimento, reflexão e exercício prático sobre as formas de representação
a mão livre por meio do desenho, contemplando os conteúdos necessários à formação de
um profissional capacitado.
Bons Estudos!!!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Desenho de Observação
UNIDADE II.................................................................................................... 21
Linguagem Visual Aplicada ao Desenho
UNIDADE III................................................................................................... 44
Tipologia das Representações
UNIDADE IV................................................................................................... 66
Desenho e Cromatização
UNIDADE I
Desenho de Observação
Professor Me. César Biegas Faquin
Plano de Estudo:
● História, conceitos e definições de desenho;
● Exercícios e representações;
● Importância perceptiva e psicológica;
● Proporção.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o processo de desenho manual;
● Compreender os tipos de exercícios de representação gráfica;
● Estabelecer a importância perceptiva e psicológica do processo de desenho;
● Conhecer os princípios de proporção no desenho.
3
INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, abordaremos um assunto que alguns alunos(as) temem por
acreditarem ser algo destinado a pessoas com talento especial: o desenho. É importante
aluno(a) que você compreenda que o ato de desenhar envolve um processo de aprendiza-
gem, resultado de muita dedicação e treino.
No caso de profissões ligadas a área de projeto, o desenho é um recurso primor-
dial, e auxilia não só na representação gráfica do projeto em si, mas também no domínio
da visualidade, colaborando para as noções espaciais e para a formação e exercício do
alfabetismo visual. Seja por meio de um esboço, um desenho técnico ou simplesmente
pelo traçado de linhas guias na elaboração de um rascunho, o fato é que os conhecimentos
acerca do desenho são fundamentais para a externalização das ideias na área do design,
arquitetura, engenharia e afins.
Você notará como o desenho foi e é essencial para a geração do nosso entorno
artístico, arquitetural, comunicacional, cultural, social e tecnológico. O objetivo aqui é trazer
para você aluno(a) informações verbais e visuais a fim de ampliar seu repertório e desmis-
tificar o processo de desenho como sendo algo complicado.
Veremos a importância do desenho enquanto representação gráfica, e como o pro-
cesso de percepção auxilia nas representações, bem como veremos sobre a importância
do olhar e do ato de observar para extrair rereferências e compor nossas representações
usando o desenho como técnica visual.
O foco neste primeiro contato com o desenho é lhe dar embasamento teórico e
estimulá-lo (a) a desenhar mais (se você já desenha) ou a começar (se nunca desenhou).
Entendendo alguns conceitos básicos sobre a história, as composições, os processos e as
proporções que regem o universo do desenho.
Bons estudos!!!
REFLITA
Dentre os diversos tipos de desenho, temos a opção de trabalhar com o desenho digital
e o desenho manual, mas para que seja possível desenhar por meio de recursos digitais, o
profissional precisa entender dos princípios basilares que fundamentam o desenho manual,
para assim desenvolver a destreza e a habilidade para o desenho auxiliado por recursos digi-
tais. Assim para iniciar o processo de desenho, é importante compreender que desenhar está
intimamente ligado ao ato de observar, pois o desenho é uma representação gráfica daquilo
que vemos, ou daquilo que estamos projetando e que se tornará um produto palpável no futuro.
A prática do desenho se inicia com dois elementos básicos, o papel, que será a
base para a representação gráfica, e a “tinta”, que pode ser qualquer recurso que imprima
uma cor e se destaque no papel para formar as linhas que darão forma a composição. Co-
mumente iniciamos nosso processo de desenho com o lápis grafite, pois é um material de
fácil acesso, e efeito imediato no processo de representação. Curtis (2015), nos apresenta
um breve histórico sobre o grafite enquanto matéria prima para o desenho:
A grafite (do grego graphein: “desenhar/escrever”) foi descoberta na Ingla-
terra em 1564. Originalmente, acreditava-se que era um tipo de chumbo, por
isso o termo em inglês lead pencil (lápis de chumbo). Essa denominação
popular sobreviveu por quase quinhentos anos. A grafite não era muito usada
como instrumento de desenho até 1795, quando foi fabricada na forma de lá-
pis com corpo de madeira pelo francês Nicholas Conté. Assim como o carvão
vegetal, a grafite é misturada a diferentes quantidades de argila para criar
diferentes durezas e valores tonais. (CURTIS, 2015, p. 09).
Fonte: Freepik
Fonte: Freepik.
Praticar esses exercícios farão com que você, aluno (a), tenha maior domínio so-
bre o material e consiga desenhar de forma mais livre. É importante ressaltar que não há
necessidade de forçar o lápis no papel, pois se for necessário você terá que apagar, e isso
pode marcar seu papel, deixando o desenho desleixado. Com os exercícios de coordena-
ção motora, você conseguirá maior domínio técnico, desta forma Curtis (2015) fala sobre a
importância técnica no processo de desenho.
É importante que você entenda, desde o primeiro momento, que a efetividade
de um desenho é determinada, antes de tudo, pela riqueza e variedade dos
traços utilizados. A consciência, a sensibilidade e o controle das característi-
cas de traço do instrumento de desenho e da textura da superfície do papel
são os fatores que determinam a vitalidade de um desenho. O nível de inte-
resse visual gerado por um desenho depende, primeiramente, da energia, da
clareza, da variação, do ritmo e da tatilidade dos traços que os constituem.
Os traços criam significados, em primeiro lugar, ao preservar, documentar
e comunicar a experiência sensorial do próprio ato de desenhar. O primeiro
nível de conteúdo de um desenho sempre está nos próprios traços. (CURTIS,
2015, p. 03).
SAIBA MAIS
A visão é o principal canal sensorial através do qual temos contato com o mundo. É o
nosso sentido mais desenvolvido, de maior alcance; o sentido em que nos apoiamos,
prioritariamente, nas atividades cotidianas. Ver fortalece nossa habilidade de desenhar,
ao passo que desenhar revigora a visão.
Para que haja entendimento daquilo se está representando graficamente por meio
de uma técnica de desenho, é necessário que o profissional criativo tenha domínio do ato
de observar. O desenho de uma composição é o reflexo ou o resultado de observação que
se externaliza na composição bidimensional graficamente apresentada no papel. Você alu-
no(a), deve ter em mente que o processo de desenho inclui o ir e vir no ato de observação
da composição, para Curtis (2015), você irá analisar sua composição, ora no detalhe, ora
com um certo distanciamento para contemplá-la como um todo.
Os olhos são os órgãos sensoriais mais volúveis. Funcionam melhor quando
exposto a informações dinâmicas. Sempre que você olha para seu desenho
de uma distância diferente, está, na verdade, resgatando sua capacidade de
discriminação visual. A vantagem de se afastar frequentemente do desenho é
muito demonstrada em aulas de desenho quando se solicita aos alunos que
exponham seu trabalho depois de uma longa sessão (CURTIS, 2015, p. 18).
Diante do processo de observação e estimulando a visão ao representar o que
vemos, o desenho de observação é uma excelente ferramenta, para que você consiga por
meio de traços rápidos e dinâmicos, elaborar uma composição visual que capte o espaço
ou elemento observado, conforme apresenta Curtis (2015):
Para estimular o processamento espacial intuitivo, é recomendável que a
pressão aplicada com o instrumento de desenho seja extremamente suave.
Isso permite muitos movimentos gestuais sem poluir o desenho. Na verdade,
é bom começar o gesto intuitivo sem sequer tocar no papel. Movimentos “fur-
tivos” sobre a superfície do desenho permitem a você que assimile as infor-
mações sobre o tamanho e a localização dos objetos antes de fazer qualquer
traço. Quando o lápis finalmente toca o papel, ele deve deixar, inicialmente,
apenas um registro mínimo da localização aproximada, do tamanho relativo e
de outras estimativas sobre a distância entre os objetos. O lápis deve passar
pela superfície do desenho de maneira rápida e suave, saltando constante-
mente de uma área para outra, imitando os movimentos espontâneos, não
lineares, não sequenciais e impulsivos dos seus olhos (CURTIS, 2015, p. 40).
FIGURA 3 – INTERPRETAÇÕES
A representação gráfica de uma mesa pode ser composta das mais diversas formas,
com os mais diversos materiais e sob a mais diferentes perspectivas. Tudo vai depender
da intencionalidade que o desenhista quer imprimir em seu projeto por meio do desenho.
Ching e Juroszek (2001) nos diz que:
Os dados visuais recebidos pelos olhos são processados, manipulados e fil-
trados pela mente em sua busca ativa por estrutura e significado. A mente cria
as imagens que vemos, e estas são as imagens que tentamos representar ao
desenhar. Portanto, desenhar é mais do que uma habilidade manual; envolve a
construção de imagens visuais que estimulam a imaginação, enquanto imagi-
nar realimenta nosso desejo de desenhar (CHING e JUROSZEK, 2001, p. 03).
Cada um de nós irá acessar seu repertório imagético e suas referências de mesa,
para compor visualmente um desenho que represente o móvel em si. Nesse caso não há
certo ou errado, há um processo de representação gráfica e de detalhamento do objeto que
será explorado por cada um a fim de transmitir visualmente, por meio do desenho, uma
composição que remeta a uma mesa.
Para que exista coerência visual entre o que vemos e o que representamos, além
da capacidade analítica e perceptiva que nossos olhos permitem formar, se faz necessário
representar as composições, objetos ou qualquer elemento visual, de forma proporcional,
ou seja, é necessário que haja equilíbrio visual entre os elementos de uma composição.
Mas o que define a proporção de um elemento? O que é proporção? Ching e Juroszek
(2001) nos apresenta uma breve definição do termo:
A proporção é a relação comparativa, adequada e harmoniosa de uma parte
com outra ou com o todo, relativa à grandeza, à quantidade ou à ordem. Re-
lações proporcionais são uma questão de razões; e razão é a relação entre
duas partes de um todo ou entre qualquer parte e o conjunto. Ao observar um
objeto, devemos estar atentos às relações de proporção que regulam nossa
percepção de tamanho e formato (CHING e JUROSZEK 2001, p. 72).
Na verdade, é justamente esse exercício que você aluno(a) precisa fazer para
conseguir apresentar proporção em suas composições. Entender o todo e quais elementos
estão ou serão representados, e depois estabelecer as relações entre cada elemento que
se encontra na composição. Independente do tipo de desenho (Paisagem, Natureza Morta,
Marinha, Figurativo, Abstrato, Arquitetônico ou Projetual) é preciso que haja coerência
visual entre os itens que estarão dispostos no desenho. Curtis (2015) apresenta um olhar
importante sobre a proporção:
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 16
Nos desenhos, a proporção geralmente se refere ao tamanho relativo e cos-
tuma ser utilizada para comparar as dimensões exteriores (largura/altura) de
uma figura ou objeto, o tamanho relativo de suas partes constituintes, o ta-
manho de qualquer uma de suas partes em relação ao todo ou o tamanho
geral de uma figura ou objeto em comparação à sua contraparte (CURTIS,
2015, p. 77).
Todo e qualquer elemento a ser representado pode ser resumido a alguma forma
geométrica, ou seja, tudo o que vemos pode ser desenhado ou representado de forma
básica com linhas geométricas. Se você, aluno(a), por acaso encontrar dificuldade com
o processo de desenho, inicie suas composições usando essa técnica. Reduza o objeto
que você pretende representar a alguma ou algumas formas geométricas e aos poucos
vá acrescentando os detalhes, desta forma sua composição ficará coerente e você poderá
manipular as linhas e formas de modo a construir uma composição visual harmônica, pro-
porcional e equilibrada, que transmita com clareza o objeto que você deseja representar.
O desenho de objetos que estão diante de nós, incluindo a cópia cuidadosa de uma
obra de arte, tem constituído treinamento tradicional para artistas e projetistas. O desenho
de observação é um método clássico de desenvolver a coordenação entre olho-mente-mão.
Experimentar e examinar o mundo visual de forma direta, por meio do desenho, torna-nos
mais conscientes das dinâmicas da visão. Este entendimento, em contrapartida, ajuda-nos
a desenhar.
Normalmente, não vemos tudo que somos capazes de enxergar. Noções preconce-
bidas do que esperamos ou daquilo que acreditamos estar aí fora direcionam nossa visão.
Por causa do sentimento de familiaridade, tendemos a passar por cima de coisas que nos
defrontamos e usamos diariamente sem realmente observá-las.
Esses preconceitos perceptivos tornam nossa vida mais simples e segura. Não
temos de prestar tanta atenção a cada um dos estímulos visuais como se os estivéssemos
vendo pela primeira vez a cada dia. Pelo contrário, podemos selecionar apenas aqueles
que fornecem informações pertinentes a nossas necessidades momentâneas. Essa forma
ativa de visão conduz-nos ao uso coletivo de imagens estereotipadas e de clichês visuais.
A rotulação de estereótipos visuais, como elementos necessários para evitar o caos
perceptivo, também nos impede de olhar com estranhamento o que reconhecemos como
familiar. O ambiente visual é geralmente mais denso e rico do que normalmente percebe-
mos em um golpe de vista. Para fazer uso total de nossas faculdades visuais — ver mais
que símbolos —, devemos aprender a ver as coisas como se fôssemos desenhá-las.
Desenhar encoraja-nos a estar atentos, a experimentar um amplo leque de fenô-
menos visuais e apreciar a singularidade da mais simples das coisas. Ao desenvolver o
conhecimento mais crítico e intenso do ambiente visual, a prática do desenho também ali-
menta a compreensão e melhora nossa memória visual. Quando desenhamos com base na
imaginação, relembramos percepções passadas e desenhamos a partir destas memórias.
LIVRO
Título: Arte e percepção visual, uma psicologia da visão criadora.
Autor: Rudolf Arnheim
Editora: THOMSON PIONEIRA
Sinopse: essa obra instrumentaliza a experiência da apreciação ar-
tística a partir da inata capacidade humana de entender por meio do
olhar, e propõe-se a discutir qualidades da visão, objetivando fortalecê-
-las e dirigi-las. O autor preocupa-se em delinear o papel da atividade
artística como principal instrumento de exploração da personalidade
humana, e ressalta que os princípios do pensamento psicológico nele
expressos provêm da teoria da Gestalt enquanto disciplina (portanto,
amplificando seu entendimento para além das fronteiras de método),
que desde suas origens teve afinidade com a arte.
FILME / VÍDEO
Título: Com amor Vincent
Ano: 2017
Sinopse: Um ano após o suicídio de Vincent Van Gogh, Armand
Roulin encontra uma carta escrita pelo pintor e enviada ao irmão
Theo, que jamais chegou ao seu destino. Decidido a entregar ele
mesmo a correspondência, Armand parte para a cidade francesa
de Arles na esperança de encontrar algum contato com a família
do artista falecido. Lá, inicia uma investigação junto às pessoas
que conheceram Van Gogh, no intuito de decifrar se ele realmente
se matou.
Plano de Estudo:
● Ponto, linha e plano;
● Textura;
● Volumetria;
● Profundidade e espaço.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os elementos básicos da visualidade;
● Compreender os tipos de texturas e seus processos de representação;
● Entender o processo de concepção volumétrica no desenho;
● Analisar a importância dos efeitos de profundidade e
espaço na composição do desenho.
21
INTRODUÇÃO
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 22
1. PONTO, LINHA E PLANO
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 23
Toda composição visual terá o elemento ponto em alguma parte, este ponto pode
ser um elemento mínimo como nos apresentou Ching e Juroszek (2001), assim como pode
ser um elemento que se destaque na composição, assim, ele se tornará o que chamamos
de Ponto Focal, pode não ter caráter de minimidade, assim como pode apresentar outras
formas, mas também é parte do processo de comunicação visual. No caso do desenho o
elemento ponto, pode ser utilizado para construir uma composição como um todo, chama-
mos esse processo de Pontilhismo dentro do universo das Artes Visuais.
A técnica de pontilhismo pode ser organizada para construir efeitos de Luz e Som-
bra e assim, trazer volumetria para a composição, criando tridimensionalidade no objeto a
ser representado.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 24
A linha é uma “necessidade abstrata” utilizada por todos os artistas e dese-
nhistas para delinear contornos e silhuetas de formas e volumes. As linhas
não existem na realidade como a percebemos; você as utiliza como uma
convenção para descrever os contornos de suas ideias de forma bem econô-
mica. (DOYLE, 2007, p. 34).
O uso das linhas nas mais variadas direções auxilia no processo de direcionamento
do olhar para que o espectador percorra toda a composição de seu desenho. Cada tipo de
linha utilizada também impacta de diferentes formas, conforme tabela a seguir:
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 25
A Figura 3 nos apresenta uma composição por meio de linhas no qual podemos
observar diversos Planos. Note que a primeira coluna a esquerda (que se destaca) já é um
elemento que se encontra em segundo plano, pois a pequena coluna está a frente dele é o
objeto que se apresenta primeiramente na composição e, portanto, está em primeiro Plano.
Para entender os elementos estruturais do processo de representação gráfica e que se
tornam componentes da comunicação visual, observe a Figura 4.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 26
Suas composições visuais acontecem por meio do desenho, poderão ser estrutu-
radas com pontos, linhas, planos e formas básicas, ou ainda com um detalhamento rico e
primoroso, caberá a você enquanto profissional da área criativa, definir qual será a estética
de seus projetos.
REFLITA
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 27
2. TEXTURA
Usando dos elementos básicos apresentados no primeiro tópico, você aluno (a),
poderá explorar outras configurações e criar inúmeras combinações visuais, para trans-
ferir para seu desenho as sensações táteis que temos no mundo real, e esse é o caso
do processo de representação de texturas. Para entendermos um pouco mais sobre tais
composições e a criação de efeitos no desenho Ching e Juroszek (2001) diz:
A modelagem de valores tonais, do claro ao escuro, pode descrever a na-
tureza de uma superfície – seja ela plana ou curva, lisa ou áspera. Areas
luminosas podem emergir do fundo escuro, como se fossem morros que se
elevam sobre a terra, enquanto áreas escuras podem parecer recuar no fun-
do da superfície de desenho. Transições graduais de claro a escuro ocorrem
nas superfície de cilindros, cones e formas orgânicas, enquanto mudanças
abruptas de tom ressaltam o encontro angular de planos em cubos, pirâmides
e outras formas prismáticas (CHING e JUROSZEK, 2001, p. 48).
Usando dos diferentes materiais que você poderá empregar para desenhar suas
composições, você poderá criar as mais variadas texturas. Observe algumas possibilidades na
Figura 5.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 28
FIGURA 5 – TEXTURAS
A representação de diferentes texturas, permite com que você, aluno(a), eleve seu
desenho a um outro nível de compreensão, pois ao colocar a textura do material que você
estará representando, o desenho passa a realmente possui maior leiturabilidade, ou seja,
quem observar sua composição facilmente entenderá de que material se trata. Mas você
pode se perguntar, representar a textura é obrigatório em um desenho? A resposta é: Não
necessariamente, mas é um diferencial que você pode trazer para imprimir personalidade
em suas composições. Veja mais algumas possibilidades:
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 29
FIGURA 7 – POSSIBILIDADES COM TEXTURAS
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 30
Cada material que será empregado na construção de seu projeto, apresenta uma textu-
ra diferente, e nem sempre é fácil de representá-la, por isso é válido exercitar o olhar e treinar o
processo de representação dos mais variados materiais; pedra, metal, madeira, vidro, plástico,
tecidos, enfim tufo o que apresenta um tipo de textura pode ser representado no desenho.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 31
3. VOLUMETRIA
O entendimento e o uso dos elementos apresentados até aqui, permitem com que
você aluno (a) consiga elaborar suas composições visuais por meio do desenho, de modo
claro, objetivo e consequentemente fidedigno ao que se encontra no mundo real. Desta
maneira, ao unir os elementos apresentados até aqui, você consegue estruturar uma deter-
minada Forma, e essa forma pode apresentar diferentes estruturas, e consequentemente
diferentes volumetrias.
FIGURA 9 – FORMATOS
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 32
Considerando o elemento Forma que pode ter as mais variadas configurações,
trabalhamos em conjunto o elemento Volume, ou seja, a estrutura de um elemento em
altura, largura e profundidade conforme nos apresenta Ching e Juroszek (2001):
O volume se relaciona à extensão tridimensional do objeto ou da região do
espaço. Conceitualmente, um volume é delimitado por planos e tem três di-
mensões: largura, altura e profundidade. Ao desenhar, nos esforçamos para
expressar a ilusão tridimensional de volumes sólidos e do espaço em uma
superfície bidimensional. (CHING e JUROSZEK, 2001, p. 67).
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 33
SAIBA MAIS
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 34
4. PROFUNDIDADE E ESPAÇO
Usando dos artifícios visuais ou também chamados truques visuais, que os elemen-
tos básicos vistos até aqui nos proporcionam, você conseguirá elaborar composições com
maior fidelidade entre o real e o desenho. Ressalto que não estamos falando de desenho
realista e sim, de capacidade de representação e entendimento da mensagem visual por
meio de um desenho.
Para que haja leiturabilidade em seu desenho, se faz necessário organizar a
composição visual de modo que os itens nela dispostos estejam agrupados (ou não) de
forma harmônica. Assim você, aluno (a), poderá explorar mais dois processos em suas
composições, para trazer personalidade e legitimidade aos seus desenhos. Ao pensarmos
em Profundidade e Espaço, estamos falando da delimitação visual na qual se organiza-
rá a composição do desenho; isso implica na distância entre o desenho e o observador
(profundidade), bem como no posicionamento dos elementos no papel e sua organização
e distribuição (espaço). Ching e Juroszek (2001) complementam esse entendimento apre-
sentando o processo de desenho por meio de preenchimento do espaço compositivo:
Sempre que uma figura se sobrepõe ao plano de fundo ou ocupa sua maior
parte, ela começa a organizar os espaços circundantes em formatos reconhe-
cíveis. Desenvolvem-se relações de figura e fundo mais interativas e integra-
das. Surgem movimentos visuais entre formatos negativos e positivos, e a ten-
são visual resultante se torna interessante (CHING e JUROSZEK, 2001, p. 32).
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 35
O uso organizado de um espaço compositivo no processo de desenho garanti-
rá o sucesso de sua representação, quanto maior for o cuidado com a distribuição dos
elementos, a forma como estarão representados, as linhas que direcionarão o olhar do
espectador e a similaridade com algo real de forma legível, maior será o impacto positivo e
a assertividade na comunicação de seu projeto gráfico.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 36
FIGURA 11 - PERCEPÇÃO E EFEITOS
A Figura 11 apresenta outros detalhes compositivos que nos permite valorizar ainda
mais as noções de profundidade e espaço. Observe que as linhas e as formas são combi-
nadas com a representação de diferentes texturas; a madeira das paredes, a pedra rústica
dos muros, ou ainda as plantas nas extremidades e ao fundo da composição, e para trazer
o efeito de profundidade o arco que forma o túnel que corta a casa expressa de maneira
clara a luz a sombra necessárias para trazer profundidade para a composição.
FIGURA 12 – ESPAÇOS
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 37
A Figura 2 nos permite observar uma noção criativa sobre o processo de repre-
sentação gráfica, para valorizar o design das cadeiras de sol, as linhas de acabamento da
imagem se fundem na representação de uma cadeira no primeiro plano, e a medida que o
olhar avança sobre a composição, inúmeros processos são apresentados, como a silhueta
dos arbustos que não possuem preenchimento, assim como a silhueta humana a beira da
piscina, ainda podemos notar o processo de profundidade nas diferentes montanhas atrás
da casa, no qual a distância faz com que cada vez mais elas fiquem claras, perdendo cor,
como na realidade ao observarmos elementos distantes no horizonte.
O processo de utilizar elementos sobrepostos, como se estivessem em camadas
e utilizar também de efeitos visuais por meio das linhas criando texturas para então preen-
cher os espaços e representar profundidade são excelentes ferramentas para exercitar e
desenvolver cada vez mais a estética na representação de projetos por meio das diferentes
técnicas de desenho.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro (a) aluno (a), finalizamos aqui nossa segunda unidade do livro, no qual apren-
demos sobre composição e estruturação da forma, suas propriedades, categorias e técnicas
conceituais, das fundamentais às aplicadas, entendendo assim quais são as estruturas que
podem compor uma imagem, em específico o processo de composição do desenho.
Existem métodos, técnicas, processos, meios e sistemas normativos para a capta-
ção e utilização de elementos estéticos que auxiliam na organização mental e na criação
de composições visuais, que neste caso ganham forma por meio do ato de desenhar. A
representação gráfica por meio do desenho é parte de um processo de comunicação, em
que a visualidade é o recurso primordial e os componentes estruturais auxiliam na configu-
ração da mensagem.
O processo de abstração e questionamento constante para construir pensamentos
e elementos diferentes e usar da criatividade para inovar nos projetos de forma única,
são aspectos fundamentais que você deve levar para sua jornada criativa no universo do
desenho. O processo de criação de projetos e o uso das diferentes técnicas atreladas a
comunicação visual, fará com que você tenha bagagem para transformar suas criações em
composições únicas, expressando da melhor forma a intencionalidade criativa e funcional
de seus croquis, projetos, desenhos e composições.
Continue exercitando e praticando as diferentes formas de se expressar por meio
do desenho, pois somente com a prática você conseguirá melhores resultados em suas
composições. Esperamos, assim, que o conhecimento desenvolvido neste livro seja de
grande valia no seu processo de expansão intelectual.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 39
LEITURA COMPLEMENTAR
Segundo Derdyk (1988, p. 32), O desenho, uma língua tão antiga e tão permanente,
atravessa a história, atravessa todas as fronteiras geográficas e temporais, escapando da
polêmica entre o que é novo e o que é velho. É fonte original de criação e invenção de toda
sorte, o desenho é exercício da inteligência humana.
Portanto, além de forma visual que revela o imaginário de um indivíduo, é também
uma importante ferramenta que nos auxilia a entender a realidade, através da integração da
percepção, investigação e reflexão. Tais processos convergem, por fim, para a formulação
de uma consciência lógica, atrelada a construção de um pensamento.
No âmbito da percepção, notamos a necessidade de filtrar os elementos a serem re-
presentados. Portanto, o ato de desenhar requer um olhar informado, atento e apto a realizar
uma exploração criativa e projetual do contexto em questão. Diferentemente das influências
advindas do período Renascentista, em que desenho era sinônimo de uma representação
mimética do objeto, hoje o desenho se configura como um meio de expressão. Assim como
descrito por Solana (2007), este instrumento é uma forma de colocar no papel, através dos
traços, uma visão, uma leitura e uma proposta para um determinado lugar. Para compreender-
mos melhor tal visão, Gouveia (1998) nos define que o desenho, como forma de pensamento
e expressão da vivência do indivíduo, nos auxilia no desenvolvimento perceptivo.
Em um pequeno texto, Mário de Andrade (1975) cita que o desenho fala, chegan-
do a ser muito mais uma escritura e uma caligrafia do que uma arte plástica. Tal raciocínio
evidencia o desenho como ferramenta de pensamento, extensão da inteligência e atividade
investigativa, algo que nos evoca e convida. No entanto, esta forma de exploração do dese-
nho como ferramenta de estudo e de criação, em geral, não é aplicada da 8 maneira devida
e/ou suficiente, principalmente no âmbito escolar dos Ensinos Fundamentais I e II no Brasil.
Como consequência desde fato, na área do ensino de Arquitetura e Urbanismo brasileiros,
há uma maior dificuldade em se fazer projeto, já que as ideias surgem de modo paulatino,
as representações não são claras e as propostas, muitas vezes, acabam sendo incoerentes.
Neste contexto, como uma alternativa para entendermos a perda deste traço in-
vestigativo e da criatividade primeira, certos artistas do começo do século XX nos chamam
a atenção ao tentar recuperar e compreender justamente tais elementos. Com a virada do
século, as diversas ideias que tinham começado a se estruturar no final do XIX ganham
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 40
forças e diretrizes, manifestando-se através da chamada antiarte. Sendo assim, como o
próprio nome explica, os valores pregados como belo pela estética clássica perdem seu va-
lor, passando-se a valorizar outros aspectos. Agora, ao invés de apreciar a obra terminada,
o destaque se dá para o momento criador que origina o produto final.
Este “insight” criativo, valorizado nas vanguardas artísticas, se aproxima da ati-
tude das crianças ao se expressarem através de alguma forma gestual. Isso porque a
criança, segundo Meredieu (1997, p. 06), não se apega espontaneamente às suas obras,
e quando o faz parece que é sob a influência do adulto. Ou seja, nesta perspectiva o que
realmente tem valor é o gesto, sendo que uma das características do artista do início do
século XX é o dinamismo do traço, fazendo com que o desenho seja antes de tudo motor.
Portanto, assim como a criança, o artista movimenta todo o corpo ao realizar tal atividade,
sentindo prazer nesta gesticulação.
Outro ponto que aproxima tais artistas das formas de expressão infantil é a busca
pela não separação entre vida e arte. Assim como pensa Meredieu (1997, p. 06), o real
e o imaginário no mundo das crianças são indissolúveis, sendo a infância um período de
intercâmbio e aprendizado constantes, caracterizado pela instantaneidade da invenção, tão
almejada pelos pintores e escultores.
Alguns nomes como Dubuffet, Paul Klee, Wassily Kandisky, Pablo Picasso e Juan
Miró ao estudarem os desenhos infantis, entre outras artes esquecidas naquele momento
histórico, lançaram premissas estéticas diferentes das vigentes na época, o que caracte-
rizaria os movimentos de vanguarda. Segundo Leeds (1989, p. 99), ao invés dos padrões
acadêmicos, do clássico, do sublime, do nobre e do ideal, eles tomaram o primitivo, o
autêntico, o expressivo, e o inventivo como parâmetros de excelência.
Buscava-se o redescobrimento da infância por causa de seu caráter espontâneo,
sensível, cujo traço é ágil e livre de preconceitos estéticos. Tal pesquisa se deu de diferen-
tes maneiras, sendo que cada artista adotou um método para dialogar com as produções
infantis. O interesse se deu para com crianças de diferentes idades, organizando espaços
para que filhos de seus amigos ou seus próprios filhos pudessem desenhar. Outros artistas
buscaram seus próprios desenhos, resgatando suas memórias longínquas.
Uma visão importante nesse contexto de desenho infantil são os estudos do filósofo e
etnógrafo francês Luquet, que baseou seus estudos de doutorado nos desenhos de sua filha
e estão publicados em seu livro “O Desenho Infantil”, de 1927. Ele nos revela que o desenho
infantil é marcado pela intenção de representar o meio no qual a criança está inserida.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 41
Após as fases iniciais de experimentação da criança com o papel, lápis e objetos
(Realismos fortuito e falhado, respectivamente), ele afirma que tal desenho é dotado de um
realismo lógico, em oposição ao realismo visual, característico do adolescente e do adulto.
Sendo assim, segundo o autor, a criança desenha o que sabe e o que julga necessário no
objeto, e não necessariamente o que está vendo enquanto está observando. Para ele, “o
desenho infantil é realista pela escolha de seus motivos e também pelo seu fim”.
Fonte: ARAUJO, Ana Carolina Hidalgo. O desenhar do arquiteto um estudo sobre a utilização do
desenho a mão à livre como forma de investigação. Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 42
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME
Título: Aprenda a Desenhar - Guia completo
Autor: Walter Foster.
Editora: Quarto Editora.
Sinopse: Ideal para artistas que queiram aprimorar o seu estilo
e suas técnicas de desenho, com lições passo a passo, fáceis de
acompanhar, e muitas dicas e exemplos ilustrados.
VÍDEO / FILME
Título: Cidade Cinza
Ano: 2013
Sinopse: Alguns pensam que São Paulo tem excesso de cinza.
Este documentário compila as vozes de reconhecidos artistas ur-
banos que colorem a cidade com grafites e se manifestam contra
as autoridades que cobrem suas obras com a cor do cimento.
UNIDADE II
I Linguagem
Desenho deVisual
Observação
Aplicada ao Desenho 43
UNIDADE III
Tipologia das Representações
Professor Me. César Biegas Faquin
Plano de Estudo:
● Perspectiva, Luz e Sombra;
● Desenho figurativo e abstrato;
● Natureza morta;
● Paisagem.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os princípios de perspectiva, luz e sombra;
● Compreender as diferenças entre o desenho figurativo e o desenho abstrato;
● Entender as características de uma natureza morta e de uma paisagem.
44
INTRODUÇÃO
Olá Caro aluno(a), seja bem-vindo(a) a terceira unidade de nosso material didático,
a caminhada até o momento foi de muita informação, e de muito conteúdo para que você
tivesse todo embasamento necessário para construir um repertório significativo com relação
ao processo de desenhar.
Agora, você já sabe como podem ser construídos os desenhos e quais são os as-
pectos históricos que envolvem o processo de desenho, é possível perceber que desenhar
envolve o processo criativo, mas também envolve técnica, assim não se trata de um dom e
sim de um processo que pode ser aprendido, e exige muito exercício e dedicação para que
bons resultados sejam alcançados.
Nesta unidade, veremos sobre as tipologias de desenho, ou seja, sobre as diferentes
formas de se trabalhar as composições visuais, por meio da representação bidimensional
que envolve o desenho manual. Veremos sobre os principais aspectos que envolvem o
desenho figurativo e o desenho abstrato, em seus elementos compositivos, e veremos
ainda sobre a estrutura organizacional e quais são as formas de se representar a assim
chamada natureza morta e as paisagens.
É notório que aprender sobre desenho engloba diversos aspectos do fazer artístico,
desta forma, é fundamental possuir um repertório vasto e completo, para que se tenha to-
dos os subsídios necessários para conseguir transmitir por meio do desenho seus projetos
gráficos enquanto profissional da área criativa.
Cada um de nós irá construir as composições visuais por meio do desenho conside-
rando as referências também visuais, culturais e criativas que temos, é esse potencial criativo
a ser explorado em cada profissional da área criativa, que nos faz únicos, pois a capacidade
de transformar uma ideia em realidade materializando-a por meio de um projeto gráfico, ma-
quete, protótipo, peça piloto ou qualquer outro meio de representação físico ou digital é o que
nos permite construir um estilo e criar uma identidade criativa enquanto profissionais.
A Figura 3 apresenta um esboço de uma figura feminina feita por meio de linhas
(hachuras) em que o ensaio para a volumetria é feito por meio de luz e sombra. Nota-se
que a luz vem da esquerda para a direita e o efeito de sombra é trabalhado com o maior
preenchimento da parte onde a luz não atinge a figura.
Na Figura 4, temos uma composição de natureza morta feita em lápis grafite, cujo
os objetos representados apresentam luz e sombra, nesse caso, a fonte de luz está tam-
bém na esquerda, mas um pouco a frente, pois somente um dos objetos projeta sombra
e todos eles fazem sombra na parede ao fundo. Esse entendimento de estruturação de
uma composição considerando os efeitos de luz e sombra combinados com a perspectiva
garantem ao desenho legitimidade, e faz com que seja possível entender de forma clara a
volumetria e a estruturação da composição.
Assim, para que a percepção visual ocorra, se faz necessário conhecer as mais
variadas formas, que combinadas formam então outras estruturas compositivas; iniciamos
este entendimento pelos desenhos geométricos, que por sua vez formam figuras, ou seja,
composições figurativas, que representam algo. Portanto, o desenho figurativo consiste em
uma composição visual em que se pode perceber os elementos e associá-los a um objeto
real, que tenha forma, estrutura e se assemelhe a um item que exista no meio físico.
Então, pensar o desenho, seja figurativo, seja abstrato, é usar dos artifícios visuais
para criar uma composição que faça sentido considerando a necessidade de representa-
ção. Não se trata de um processo em que há certo ou errado, e sim de usar da técnica para
expressar e representar a melhor ideia, frente a problemática com a qual você, aluno(a),
estará lidando. O desenho é um meio que pode ser útil para trazer à tona sua ideia e se
fazer entendível de forma criativa. Veja a fala de Ching e Juroszek (2001, p. 08):
O pensamento por meio de imagens – ou a construção de imagens visuais –
permeia todas as atividades humanas, é parte essencial do cotidiano. Pensa-
mos em termos visuais quando dirigimos pela rua em busca de um endereço,
arrumamos a mesa para um jantar especial ou contemplamos um movimento
no jogo de xadrez. Nosso pensamento toma forma visual sempre que busca-
mos constelações no céu à noite, construímos um armário com base em um
conjunto de desenhos ou projetamos uma edificação. Em cada uma dessas
atividades, procuramos rapidamente relacionar as imagens que estamos for-
mando naquele momento com aquelas que guardamos mentalmente.
REFLITA
FIGURA 5 – FRUTAS
Muitos desenhos de natureza morta incluem temas clássicos, como frutas, pratos
adornados, objetos ornamentais e flores, mas a escolha dos objetos deve fazer sentido,
principalmente se o caso for a representação de produtos que fazem parte de um projeto
com vários itens. Uma composição de natureza morta, serve para entender como se pode
organizar visualmente um conjunto de objetos que façam sentido entre si e que venham a
expressar uma mesma inspiração, como uma coleção, de forma coerente e harmônica.
FIGURA 7 – PAISAGEM 1
FIGURA 9 – PAISAGEM 3
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade, e podemos perceber que
o desenho possui as mais variadas formas de ser representado, bastam três componentes
básicos, lápis, papel e criatividade.
O ato de desenhar envolve não só a técnica e os materiais, mas também as diferentes
temáticas que permeiam o processo criativo do profissional criativo, desenhar é a primeira e
mais singela forma de se expressar e desde crianças somos estimulados a usar o desenho
como forma de expressão, seja para se manter ocupado, seja como atividade didático
pedagógica, o fato é que desenhar para os amantes da arte é um processo expressivo, e
agora você conhece o desenho como ferramenta profissional para o desenvolvimento de
projetos em sua área de atuação.
Vimos no decorrer da unidade, que o desenho pode se mostrar das mais variadas
formas, desde aquelas complexas e disformes, como o caso de composições abstratas, até
aquelas organizadas e estruturadas como o caso do desenho figurativo, que faz com que
consigamos perceber familiaridade entre as linhas e formas da composição.
Observamos também as especificidades do desenho de natureza morta, bem
como o desenho de paisagem e toda sua organização compositiva, no que diz respeito à
representação da perspectiva, planos, luz e sombra, bem como os detalhes para causar os
efeitos de profundidade na composição.
Segundo Löbach (2001), quando um designer projeta algum produto, ele também
determina as funções deste produto, a fim de satisfazer às necessidades do usuário. Es-
sas funções podem ser práticas, relacionados aos aspectos fisiológicos de uso; estéticas,
relacionadas a um processo sensorial; e simbólicas, quando a espiritualidade do homem é
estimulada pela percepção dos objetos.
Cardoso (2012) exemplifica esses diferentes significados que um produto comunica
para o usuário a partir do objeto “relógio de pulso”, que pode variar muito prática, estética
e simbolicamente, se tomarmos um relógio Rolex, um Swatch ou um da marca Casio. Esta
relação é de fácil compreensão quando falamos de produtos físicos já produzidos. Porém,
como é possível criar a linguagem de um produto que ainda não existe? Sem dúvida, sem
o desenho, é impossível comunicar ideias que no futuro se tornarão produtos reais.
Muitos podem supor que o desenho iniciou sua contribuição ao design na Revolu-
ção Industrial, quando a tarefa de quem desenvolvia os artefatos e a de quem os produzia
foi segmentada (PEVSNER, 1994). Porém, o desenho como instrumento de projeto vem
muito antes do advento dos processos mecânicos de reprodução.
Não há como comprovar os motivos que levaram nossos ancestrais a gravarem
imagens nas paredes das cavernas, mas para Bronowski (1992), a arte rupestre é um
exemplo de como o desenho pode servir como linguagem de projeto. Para o autor, as
imagens gravadas exemplificam o poder da antecipação, de imaginar o futuro e, por isso,
podemos interpretar como um projeto para o futuro, semelhante ao que é feito por um
designer automotivo quando apresenta a uma equipe de projeto, através de seus esboços,
o carro que está idealizando. Bronowski (1992) explica o que seria a imaginação do futuro:
Através dessas pinturas o caçador não só se familiarizava com os perigos
da caça, mas também podia antecipar as situações a serem enfrentadas.
Quando pela primeira vez, um caçador era levado até esses lugares secre-
tos e obscuros, e a luz projetava-se bruscamente naquelas figuras, ele via o
bisão a ser enfrentado, o veado em carreira, a investida do javali. E o jovem
caçador sentia-se tão sozinho diante deles como em uma caçada real. Era a
iniciação ao medo; a postura com a lança tinha de ser aprendida, e o temor
dominado. O pintor imortalizara o momento do medo, e o caçador o vivia
através das pinturas (BRONOWSKI, 1992, p. 54).
Para Flusser (2007) a vantagem da linguagem não linear está na liberdade, quando
lemos as linhas, seguimos uma estrutura que nos é imposta, mas quando lemos uma figura ou
pintura movemo-nos de certo modo livremente dentro de uma estrutura que nos foi apresentada.
Por outro lado, para Zhu (2010) o desenho é uma forma de linguagem que todos
os designers profissionais devem entender como “falar”. Assim como a escrita, o desenho
é um conjunto de regras e fórmulas desenvolvidas através da história para ajudar a comu-
nicar ideias. Se a universidade não fornece esse tipo de aprendizagem, não restam muitas
alternativas para os estudantes. Desta forma, o resultado é a formação de designers com
projetos embasados em teorias, material de pesquisa e ideias escritas, mas com poucos
projetos em desenho. Ao mesmo tempo, grande parte do que é desenvolvido na indústria
é visual, e é crucial para os profissionais saberem se comunicar através do desenho, pois
as empresas não querem ideias explicadas por textos, e sim equipes de projeto que se
comuniquem de forma eficaz e gerem resultados (ZHU, 2010).
Fonte: FERNANDES, Stefan von der Heyde; SILVA, Tânia Luisa Koltermann da. A prática do
desenho e seu papel no desenvolvimento de projeto de produto. XXI simpósio nacional de geometria
graf_arabella/wp-content/uploads/sites/28/2018/02/A-PRATICA-DO-DESENHO-E-SEU-PAPEL-NO-DESEN-
LIVRO
Título: Desenhando com o lado direito do cérebro
Autor: Betty Edwards
Editora: Ediouro
Sinopse: Traduzido em treze idiomas, mais de dois milhões e
meio de exemplares vendidos, “Desenhando com o Lado Direito
do Cérebro” é o livro de ensino de desenho mais utilizado em
todo o mundo. Tanto para os que se acham com pouco talento, ou
duvidam que um dia serão capazes de aprender, quanto para os
artistas profissionais, o livro mostrará como adquirir a habilidade
desejada, como confiar nesta habilidade e como aprofundar a per-
cepção artística. Minuciosamente revista e atualizada, esta edição
do Desenhando com o Lado Direito do Cérebro traz como novidade:
progressos recentes de pesquisas sobre o cérebro, relacionadas
ao desenho; novas abordagens no uso de técnicas de desenho no
mundo empresarial e na educação; orientações para a expressão
pessoal através do desenho; maneiras de avançar do desenho em
branco e preto para o colorido; informações detalhadas quanto à
aplicação das cinco habilidades básicas do desenho para resolver
problemas.
FILME / VÍDEO
Título: Como o Cérebro Cria
Ano: 2019.
Sinopse: O neurocientista David Eagleman explora o processo
criativo de vários profissionais inovadores e nos mostra formas
impressionantes e arriscadas de aguçar a criatividade.
Plano de Estudo:
● Conceito e materiais;
● Técnicas;
● Cor e composição;
● Criação de projetos cromatizados.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar os diferentes tipos de materiais e suas
possibilidades no processo de desenho;
● Compreender os tipos de técnicas e seus processos de representação;
● Estabelecer a importância da cor e da organização
de uma composição no desenho;
● Entender a aplicabilidade das técnicas de cromatização
em diferentes contextos.
66
INTRODUÇÃO
Na Figura 2 temos dois desenhos, na primeira imagem foi utilizado tinta aquarela
e os contornos foram feitos em nanquim; já na segunda imagem foi utilizado lápis de cor
aquarelável com contornos em nanquim. É possível notar que enquanto resultado final os
dois processos são muito similares, portanto, vale a pena investir no lápis de cor aquarelável
para iniciar suas aventuras no universo no desenho.
Uma outra opção de material são as canetas hidrocores ou hidrocolor que servem
como uma tinta, mas garante um maior domínio e menos destreza do que a manipulação
de tinta aquarela por exemplo. A respeito desse material Doyle (2007) nos diz que:
As hidrocores são usadas para aplicar uma camada de cor transparente se-
melhante à aquarela. A maioria das hidrocores utiliza um corante concentra-
do, geralmente anilina, misturado com um diluente volátil à base de álcool
ou xileno. Suas pontas, antigamente de feltro, são feitas agora de plásticos
patenteados. Entretanto, a maioria dos projetistas ainda as chamam de hidro-
cores de “ponta de feltro”. As hidrocores não enrugam o papel como os ma-
teriais aquarelados à base de água costumam fazer, pois o diluente evapora
rapidamente. Esta característica as torna um excelente material de colorir
para projetistas, uma vez que é compatível com a maioria dos tipos de papel
que costumam ser usados nessa área (DOYLE, 2007, p. 37).
A Figura 5 apresenta uma mescla de dois tipos de giz, o pastel seco no fundo
esfumaçado e nos pontos em branco e amarelo das flores, e nas partes verdes e azuis
temos o giz pastel oleoso. Combinar diferentes materiais depende do efeito visual que você
queira causar em seu projeto, tudo é possível desde que se tenha um objetivo, o importante
é você testar e experimentar até que se identifique com um material e queira utilizá-lo com
maior frequência em seus projetos.
REFLITA
Você pode trabalhar com o lápis de cor de diversas formas, o importante é entender
que quanto maior for a pressão do lápis sobre o papel, mais escuro será a pigmentação,
assim, quanto mais você treinar, maior será seu domínio para criar nuances tonais e cons-
truir efeitos de luz e sombra em seus desenhos. Conforme a Figura 7, você pode trabalhar
com o lápis de forma raspada (assim como o giz pastel seco) e por meio do pó, criar um
fundo em seu desenho e posteriormente, você pode ir criando as nuances tonais fazendo
um processo de gradação tonal para trazer volumetria, luz e sombra para seus desenhos.
Outro material essencial e que nos permite criar diversas camadas e combinações é a
caneta hidrocor, “muitas vezes usamos hidrocores para criar as cores de “base”, em desenhos
que posteriormente são modificados pela aplicação de lápis de cor, pastel e, até mesmo, cane-
tas para traçado para obter a ilusão de materiais, padrões e luz” (DOYLE, 2007, p. 37).
A criação de composições por meio de hachuras permite trazer para seu desenho a
volumetria necessária para que ele seja legível, veja agora algumas aplicações.
Outra técnica excelente para cromatizar grandes áreas e trabalhar com o desenho
de forma criativa é a aquarela, cujo por meio de tinta e água, é possível construir compo-
sições únicas. A aquarela pode ser encontrada em formato de pastilha ou de tubo de tinta,
mas para quem está começando no universo do desenho, sugerimos que você trabalhe
com o lápis de cor aquarelável, pois assim você não precisa investir em tintas e pincéis.
O processo consiste em esboçar a composição com lápis e depois você pode seguir
dois caminhos (no caso de usar a tinta), você pode molhar a parte do desenho em que você
deseja colocar a cor e então passar o pincel na tinta e depositar a tinta na parte molhada do
papel; isso fará com que a tinta se espalhe e crie um efeito aguado. A outra forma é você
molhar o pincel primeiro e passar na tinta, para depois passar no papel seco, assim você
terá maior domínio da tinta e conseguirá manipular a cromatização da composição.
A vantagem da aquarela, é que se ainda estiver molhada, você pode passar o pincel
limpo e ir “retirando” o pigmento do papel caso perceba que tem muita tinta na parte pintada.
Já se você for trabalhar com o lápis de cor aquarelável, como sugestão, indicamos
que você faça um fundo com o pó do lápis e depois cromatize as bordas do desenho,
para então só no final colocar água e ativar a tinta. Para qualquer um dos processos com
aquarela, o papel precisa ser na maior gramatura possível, pois ele irá absorver a água, e
para não enrugar é preciso ser grosso.
Dentre os elementos que podem ser trabalhados em projetos criativos que lidam
com o desenho como ferramenta de expressão gráfica, sem sombra de dúvidas a manipu-
lação de cor é um dos recursos mais importantes. Doyle (2007) nos apresenta uma reflexão
impacto visual e trazer personalidade ao projeto, de modo a fazer com que o público-alvo do
projeto se identifique com o mesmo desde a elaboração de seu desenho. Pensando nisso é
importante que você conheça a preferência das pessoas com relação as diferentes cores.
Eva Heller (2013) em seu livro A Psicologia das Cores, elaborou uma vasta pesquisa para
entender a preferências das pessoas pelas diferentes cores e o resultado foi o seguinte:
Pedrosa (2010, p. 26-27) mostra algumas outras classificações das cores para que
haja a compreensão mais completa da organização do sistema de percepção tonal.
■ Cor natural: é a coloração existente na natureza. Para a reprodução aproximada
de sua infinita variedade.
■ Cor aparente ou acidental: é a cor variável apresentada por um objeto, segundo
a propriedade da luz que o envolve ou a influência de outras cores próximas.
■ Cor induzida: é a coloração acidental de que se tinge uma cor sob a influência de
uma cor indutora. Nessa indução reside a essência da beleza cromática. Em certa medida,
podemos classificar como indução as manifestações dos contrastes simultâneos de cores,
das mutações cromáticas e do fenômeno da cor inexistente.
Como você pode observar caro(a) aluno(a), trabalhar com cores nos permite ex-
plorar um universo de possibilidades; essas possibilidades devem estar alinhadas com os
objetivos do projeto, para que o recurso seja utilizado como impulsionador e agregador
na composição visual como um todo da proposta que você estará desenvolvendo em seu
processo criativo por meio do desenho.
Para cada área que desenvolve projetos e usa o desenho como ferramenta, pode-
mos explorar diferentes possibilidades, vejamos algumas delas a seguir:
É válido reforçar caro(a) aluno(a), que o processo de desenho a mão livre é uma
ferramenta única, pois além de permitir a livre expressão do profissional, também faz com
que cada proposta visual apresentada tenha personalidade, pois dificilmente será possível
replicar um desenho igualmente duas vezes. Para mostrar isso, executamos um esboço de
paisagem em aquarela, e mesmo fazendo o processo nas duas partes ao mesmo tempo,
os resultados são diferentes. Observe a figura a seguir:
SAIBA MAIS
Compor até mesmo a mais simples natureza morta pode parecer desafiador se você
nunca fez isso antes, segue algumas dicas para ajudá-lo:
Fonte: FERNANDES, Stefan von der Heyde; SILVA, Tânia Luisa Koltermann da. A prática
br/portal/degraf_arabella/wp-content/uploads/sites/28/2018/02/A-PRATICA-DO-DESENHO-E-SEU-PA-
LIVRO
Título: Manual do Artista
Autor: Ralph Mayer.
Editora: Martins Fontes.
Ano: 2015.
Sinopse: O Manual do Artista tornou-se uma obra de referência
indispensável para milhares de artistas em todo o mundo. A 5º
edição, que serviu de base para a presente tradução, foi prepa-
rada por Steven Sheehan, diretor do Ralph Mayer Center, Yale
University School of Art, nos Estados Unidos. O texto vem sendo
sistematicamente revisado e ampliado para incorporar os resulta-
dos das mais recentes pesquisas. Trata-se de obra da mais alta
importância no campo da arte; não existe outro livro que tenha
uma abrangência tão grande, nem que desfrute de tão grande
reputação em todo o mundo.
FILME / VÍDEO
Título: Abstract
Ano: 2017
Sinopse: Descubra como pensam designers inovadores e saiba
como influenciam todos os aspectos da nossa vida.
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Fundamentos de design criativo. Porto Alegre: Bookman, 2012.
COMBS, J.; HODDINOOTT, B. Desenho para leigos. Rio de Janeiro: Atlas Books, 2016.
COSTA, C. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2004.
FRANCIS, D. K. Ching. Arquitetura, Forma, Espaço e Ordem. Barcelona: Gustavo Gili, 2015.
GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. 8. ed. São
Paulo: Escrituras, 2009.
HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São
Paulo: Gustavo Gili, 2013.
KANDINSKY, V. Linha e Ponto sobre o Plano. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
LOURENÇO, F.; SAM, J. O. Vitrina - veículo de comunicação e venda. São Paulo: SENAC,
2011.
Caro(a) aluno(a), você fez uma fascinante viagem pela disciplina de Meios de
Expressão, buscando aflorar o seu lado artístico e criativo em todos os aspectos, com um
estilo de representação gráfica único. Buscamos revelar para você, futuro profissional da
área criativa, os processos cognitivos que dominam a percepção e a expressão visual.
Este material une os princípios fundamentais do desenho enquanto ferramenta
criativa para a construção de projetos para uma abordagem aos aspectos mais importantes
do desenho artístico, observamos e estudamos os diferentes tipos de recursos e estratégias
de desenho, mostrando como executá-los e onde aplicá-los para obter resultados visuais
criativos e com personalidade.
Lembre-se que todo profissional criativo desenvolve uma linguagem própria no seu
traço, que se transforma em sua marca pessoal, assim como uma metodologia projetual,
na qual o croqui é parte integrante e fundamental deste processo. Cabe agora a você,
aluno(a), usar os recursos apresentados neste material para construir sua linguagem de
expressão usando o desenho como base.
Os conteúdos aprendidos no decorrer deste material certamente estarão presentes
por toda sua vida profissional; assim, esperamos que você continue se aprimorando, e
explorando a criatividade por meio das diferentes técnicas de representação, seja de forma
isolada ou combinando-as, nunca deixe de se expressar, pois a criatividade é um diferencial
único no mercado de trabalho. Até breve!
95
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br