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Domingos Gaston Elias Macúacua

Importância dos TPC para a Potencialização da Escrita de Textos Narrativos na 9ª Classe,


Caso Escola Secundária Aurélio Manave

Licenciatura em Ensino de Português

Universidade Save
Gaza
Maio, 2003
1

Domingos Gaston Elias Macúacua

Importância dos TPC para a Potencialização da Escrita de Textos Narrativos na 9ª Classe,


Caso Escola Secundária Aurélio Manave

Projecto de Pesquisa apresentada na Faculdade de


Ciências de Comunicação e Artes como requisito
para a produção de Monografia.

Supervisora: M. A. Nélia Zevute

Universidade Save
Gaza
Maio, 2003
ii

Índice
0. Introdução................................................................................................................................3
2

0.1 Delimitação do tema..............................................................................................................3

0.2 Objectivos..............................................................................................................................4

0.2.1 Objectivo geral....................................................................................................................4

0.2.2 Objectivos específicos.........................................................................................................4

0.3 Justificativa............................................................................................................................4

0.4 Problema................................................................................................................................5

0.5 Hipóteses................................................................................................................................5

Capítulo - I Metodologia..............................................................................................................6

1.1 Tipo de pesquisa.....................................................................................................................6

1.2 Método de abordagem............................................................................................................7

1.3 Método de procedimento.......................................................................................................8

1.4 Técnicas de recolha de dados.................................................................................................8

1.5 Amostra..................................................................................................................................9

1.6 Técnica de análise de dados...................................................................................................9

1.7 Descrição da área do estudo.................................................................................................10

Capítulo – 2 Referencial teórico................................................................................................11

2.1 Importância de trabalhos de casa para a potencialização da escrita.....................................11

2.2 Princípios orientadores da escrita segundo Barbeiro e Pereira (2007):...............................11

2.3 As etapas de escrita..............................................................................................................12

2.4 Definição de conceitos.........................................................................................................13

2.5 Texto Narrativo....................................................................................................................14

Referências Bibliográficas.........................................................................................................14

0. Introdução
A escrita é uma das habilidades fundamentais no desenvolvimento da escolaridade do aluno. Esta
habilidade não só é importante durante a escolarização do indivíduo, mas também na dimensão
3

social, pois ler e escrever fazem parte da vida do indivíduo em diferentes esferas da vida social.
A educação, desde os tempos remotos, foi um sector chave na formação do Homem,
transmitindo-lhe conhecimentos, valores e habilidades. Actualmente, com o desenvolvimento em
termos quantitativos e qualitativos de algumas infra-estruturais educacionais assim como a
aposta na formação de quadros, pode levar-nos a cair numa ilusão a de que tudo corre bem, os
programas estão eficazes, os alunos cordatos, activos e os pais/encarregados de educação
cooperantes e atenciosos nos seus educandos.

Embora os pais/encarregados de educação sejam intervenientes no processo de ensino e


aprendizagem dos seus educando, parece haver maior distanciamento quanto à monitorização das
actividades em que os alunos deviam realizar em casa. Este posicionamento surge a partir do
Estágio Pedagógico em que constatamos que alguns alunos apresentavam dificuldades na
produção de frases coesas e com um sentido lógico e a maior parte deles eram recorrentes em
não apresentar o trabalho de casa. Nesse sentido, as dificuldades que observamos na escrita e a
não realização do TPC impulsionou-nos a desenvolver o tema “Importância dos TPC para a
Potencialização da Escrita de Textos Narrativos na 9ª Classe, Caso Escola Secundária Aurélio
Manave” com objectivo de incutir nos alunos a importância dos TPC para o desenvolvimento da
escrita.

Para a materialização deste estudo faremos uma pesquisa qualitativa com um suporte teórico que
facilitará a compreensão de alguns termos arrolados neste trabalho e incluirá a análise de dados
recolhidos nos alunos e professores. Quanto à estrutura, o trabalho contém a introdução, a
metodologia e o referencial teórico.

0.1 Delimitação do tema


A realização de trabalhos de casa ajuda ao aluno a saber gerir o seu tempo de estudo, a
desenvolver o sentido de responsabilidade, a aprofundar os conteúdos discutidos na sala de aulas
bem como descobrir novos saberes. Neste âmbito, a presente pesquisa aborda a “A Importância
dos TPC para a Potencialização da Escrita de Textos Narrativos na 9ª Classe, na Escola
Secundária Aurélio Manave” por termos constatado que a maior parte dos alunos daquela escola
não faz o TPC.
4

Para a materialização deste estudo focar-nos-emos no estudo dos fenómenos que concorrem para
a não realização do de TPC e, em seguido, traremos teorias e dados que evidenciam o contributo
da realização de tarefas de casa na melhoria da escrita.

0.2 Objectivos
Segundo Pilete (1991), “objectivos são proposições gerais, mudanças comportamentais desejadas
(p. 81)”.

0.2.1 Objectivo geral


 Compreender a importância do TPC para a potencialização da escrita de texto narrativo
na 9ª classe.

0.2.2 Objectivos específicos


 Analisar aspectos teóricos sobre o contributo do TPC na escrita de Texto Narrativo;
 Mencionar, por escrito, as fases da escrita;
 Descrever as características do Texto Narrativo;
 Analisar os factores que influenciam os alunos na fraca resolução dos trabalhos de casa;
 Propor estratégias que possam contribuir para aplicação dos TPC para impulsionar a
escrita de textos narrativos na 9ª classe.

0.3 Justificativa
A escolha deste tema resulta das dificuldades que constatamos no âmbito da realização do
Estágio Pedagógico na Escola Secundária Aurélio Manave em que a maior parte dos alunos,
daquela, escola tem dificuldades na escrita e não faziam os TPC. Diante deste quadro, surgiu o
desejo de estudar o contributo dos TPC para a potencialização da escrita de Textos Narrativos na
9ª classe como forma de contribuir na melhoria da produção escrita de Texto Narrativo por parte
dos alunos daquela escola, de forma a apresentarmos algumas sugestões que possam ajuda-los a
superar as lacunas, visto que, o estudo de um caso não se deve limitar na constatação de
problemas, mas sim tem relevância quando o estudo traduz-se em benefício para um determinado
grupo, neste caso, alunos do Ensino Secundária Aurélio Manave.

0.4 Problema
A escrita é uma das habilidades que os alunos, em diferentes níveis de ensino, apresentam maior
dificuldade para o seu domínio. Aliado a falta de domínio, observamos que alguns alunos não
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valorizam o TPC, que se manifesta por não execução de tarefas de casa por parte dos alunos.
Neste contexto, como forma de potencializar a escrita de textos narrativos realizamos o seguinte
estudo em que com base nas tarefas escolares fora da escola os alunos poderão produzir textos
escritos.

Assim, surge-nos a seguinte questão: Até que ponto o TPC pode potenciar a escrita de textos
narrativos na 9ª classe?

0.5 Hipóteses
Uma hipótese é “uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de respostas
existentes para o problema e tem a função de expor explicações para certos factos e ao mesmo
tempo orientar a busca de informação” (Lakatos e Mmarconi, 2010, p. 161). Assim, como
resposta provisória ao problema, anteriormente, apresentado pensamos que, por um lado:

 A realização de TPC pode contribuir de forma significativa para a potenciação da escrita


de texto Narrativo. Por outro pode se considerar que a falta de planificação de actividades
que contribuem para o desenvolvimento da escrita por parte de aluno pode criar nele a
falta de vontade para exercitar a escrita de textos.

Capítulo - I Metodologia
Este capítulo é constituído, basicamente, pelo suporte metodológico que irá conduzir a nossa
pesquisa e permitirá o alcance dos objectivos do estudo., destacando o tipo de pesquisa,
6

definição de métodos de abordagem e procedimento, técnica e instrumento de recolha de dados,


a descrição da área de pesquisa e a indicação do número de informantes, entre outros aspectos.

Segundo Lakatos e Marconi (2010), método é o conjunto de actividades sistemáticas e racionais


que permitem alcançar um objectivo com segurança e economia, na medida em que traça um
caminho a ser seguido, destaca erros e auxilia as decisões de um cientista (p. 66). Para Gil
(2008), para que um conhecimento seja considerado científico, é necessário que se identifique as
operações mentais e técnicas que possibilitem a sua verificação (p. 8).
Conforme podemos notar, método é o meio que permite o pesquisador alcançar os objectivos
prescritos no seu estudo.

1.1 Tipo de pesquisa

Qualitativa
Para o estudo da “Importância dos TPC para a Potencialização da Escrita do Texto Narrativo,
Caso 9ª Classe, Escola Secundária Aurélio Manave, vamos pautar por uma pesquisa qualitativa
que segundo a pesquisa qualitativa compreende um conjunto de técnicas interpretativas que
visam a descrever os componentes de um sistema complexo de significados, tem enfoque
indutivo e o ambiente natural constitui a fonte directa da recolha de dados (Godoy, 1995 p. 62).

Chizzotti (2000), acrescenta que a abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objecto, um vinculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito (p.79).

Como podemos observar, há uma relação de complementaridade na definição de pesquisa


qualitativa entre os dois teóricos previamente citados, Godoy focaliza a descrição dos fenómenos
partindo do particular para o geral, por seu vez, Chizzotti revela que o estudo de factos deve
privilegiar, tanto o campo assim como a subjectividade das entidades envolvidas no estudo. Os
fenómenos descritos na presente pesquisa não são mensuráveis em termos numéricos apenas
podem ser descritos qualitativamente, usando a informação a ser recolhida nos informantes e
relacionada com alguns estudos já efectuados em relação ao papel do TPC no desenvolvimento
de habilidades de escrita de Texto narrativo.
7

1.2 Método de abordagem


Lakatos e Marconi (1991) afirmam que o método de abordagem é caracteriza-se por uma
abordagem mais ampla, ao nível de abstracção dos fenómenos da natureza e da sociedade (p.
204).

Na esteira de Gil (2008), método de abordagem é aquele que:


“Esclarece acerca dos procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no processo de
investigação científica dos factos da natureza e da sociedade e é desenvolvido a partir de elevado
grau de abstracção, que possibilita ao pesquisador decidir a cerca do alcance de sua investigação,
das regras de explicação dos factos e da validade de suas generalizações (p. 9).”
O método de abordagem, engloba o indutivo, o dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialéctico.
Assim, como se pode depreender, os métodos de abordagem elucidam a cerca dos procedimentos
lógicos que devem ser adoptados no processo de investigação científica de factos.

Neste âmbito, para o alcance do objectivo do nosso estudo, vamos utilizar o método indutivo, um
dos componentes do método de abordagem, que partindo da inferência de dados particulares
possamos testar a ocorrência das hipóteses levantadas neste tema e chegarmos a uma verdade
(LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 86). Este método é indispensável para o nosso estudo,
porque nos permitirá compreender a importância do TPC para a potencialização da escrita de
Textos narrativos e chegar a conclusões e generalizações em torno do problema constatado a
partir de um grupo restrito.

1.3 Método de procedimento


Na visão de Lakatos e Marconi (2010), os métodos de procedimentos instituem etapas mais
concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos factos
menos abstractos (204). Para a realização da presente pesquisa, vamos empregar o método
monográfico.

Método Monográfico, partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade
pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o
método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições com a
finalidade de obter generalizações (Lakatos e Marconi, 1991, p.108).
8

Os métodos de procedimento subdividem-se em: método histórico, comparativo, monográfico ou


estudo de caso, estatístico, tipológico, funcionalista e estruturalista.

Neste sentido, em função do objecto de estudo da presente pesquisa pautaremos pelo método
monográfico que na óptica de Gil (2008) parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos ou mesmo de todos os casos
semelhantes (p. 18).

1.4 Técnicas de recolha de dados


Segundo Dias et al (2008), a observação no contexto escolar, é o conjunto de actividades que
visam obter dados e informações sobre o que se passa no processo de ensino-aprendizagem, com
a finalidade de mais tarde proceder a uma análise do processo numa ou noutra das variáveis em
foco. Assim, diante desta abordagem, vamos recorrer a observação não participante mediante o
uso do questionário dirigido aos alunos e professores da Escola Secundária Aurélio Manave. A
observação não participante mostra-se eficaz neste estudo porque o observador não exerce
nenhuma influência ao grupo observado, nem é influenciado pelos informantes, cabendo a eles
responder as questões que lhes forem apresentadas.

Questionário é um instrumento de recolha de dados constituído, por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador (Lakatos e
Marconi, 1991, p. 201).

Na perspectiva de Chizzoti (2000), considera questionário a um conjunto de questões pré-


elaboradas, sistemática e sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema de pesquisa,
com o objectivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto
que os informantes saibam opinar ou informar” (p. 55).

O questionário, conforme podemos ver, é um instrumento vocacionado a buscar informação a


um grupo que se pretende estudar, constituído por um conjunto de questões preparadas
previamente e devidamente estruturadas. Neste contexto, o questionário proposto contém
questões abertas em que o informante vai responder, desenvolvendo a resposta, evidenciando a
sua sensibilidade em relação ao assunto apresentado e fechadas compostas por algumas
alternativas em que os inquiridos apenas terão a oportunidade de escolher apenas o que lhes
convier.
9

1.5 Amostra
Neste estudo, vamos adoptar a amostragem probabilística, que na óptica de Lakatos e Marconi
(2010), esta baseia-se na escolha aleatória dos pesquisados, significando o aleatório que a
selecção se faz de forma que cada membro da população tenha a mesma probabilidade de ser
escolhido (207). Para Gil (2008), a amostragem aleatória simples é o procedimento básico da
amostragem científica. A amostragem aleatória simples consiste em atribuir a cada elemento da
população um número único para depois seleccionar alguns desses elementos de forma casual (p.
91).

A escolha aleatória dos informantes permite obter informação real ou muito próxima da
realidade uma vez que, o pesquisador selecciona os informantes de modo a dar a cada um deles a
oportunidade de ser seleccionado para a resolução do questionário. Assim, a Escola Secundária
Aurélio Manave tem cerca de 260 alunos da 9ª classe subdivididos em 4 turmas, assistidas por
dois professores de Português. Deste total vamos trabalhar com doze alunos da turma B2 e dois
professores que leccionam a disciplina de Língua Portuguesa.

1.6 Técnica de análise de dados


Para a análise de dados vamos fazer a descrição da informação e a agregação em tabelas.
Descrever é como pintar um quadro ou tirar uma fotografia, mas através de palavras. Ou seja, é
explicar através de palavras e de uma forma pormenorizada e ordenada (Dias et al, 2008, p. 120).

A descrição deve transmitir de forma imparcial as características de um determinado grupo ou


fenómeno estudado, apresentando de forma pormenorizada as características do fenómeno por
meio de palavras, seleccionando os aspectos mais significativos, de forma que quem não os
conheciam possa fazer ideia de como são. Neste âmbito, esta técnica nos permitirá apresentar de
forma detalhada a importância do TPC para a potenciação da escrita de Texto Narrativo.

1.7 Descrição da área do estudo


A presente pesquisa será feita na Escola Secundária Aurélio Manave que se localiza no distrito
de Chongoene, Posto Administrativo de Maciene. A escola contém 5 blocos de salas de aulas
construídas com recurso a material convencional. As salas estão apetrechadas por carteiras para
alunos e secretária para os professores. A escola possui ainda um bloco administrativo em que
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funciona a secretaria da escola, a sala dos professores e os gabinetes do director da escola e do


seu director adjunto.

O rácio professor aluno deixa a desejar. As turmas estão muito lotadas, pois as turmas são
composta por cerca de 65 alunos. A constituição das turmas em termos numéricos não facilita a
monitoria dos alunos durante a realização do trabalho na sala de aulas e com a presente pesquisa
pensamos que com a realização do TPC poderá criar espaço para que o aluno desenvolva a
habilidade de escrita de Texto Narrativo.
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Capítulo – 2 Referencial teórico


Este capítulo aborda aspectos teórica que servirão de suporte para a compreensão desta pesquisa
e consistirá, fundamentalmente, na definição de conceitos bem como a apresentação da visão de
algumas teorias em torno do ensino da escrita de textos, em especial, o Texto Narrativo.

2.1 Importância de trabalhos de casa para a potencialização da escrita


A produção verbal escrita é tida por maior parte de alunos como a habilidade mais difícil e pouco
atractiva. Nesse âmbito, Amor (2006) considera que “é inevitável falar-se da escrita e do baixo
nível atingido pelos alunos em diferentes níveis de escolaridade no que respeita à aptidões
básicas desse domínio, pois os alunos não gostam nem aprendem a escrever (p. 109).

Um dos pressupostos que pode estar por detrás das dificuldades observadas na escrita pode estar
aliado ao fraco domínio de estratégias que podem levar o aluno a desenvolver estas habilidades.

Conforme ilustram Barbeiro e Pereira (2007), o desenvolvimento da escrita deve combinar a


aquisição de competências específicas a aplicar pelo aluno no momento de produção textual,
com o acesso às funções desempenhadas pela diversidade de textos, no meio de uma comunidade
(p. 2).

2.2 Princípios orientadores da escrita segundo Barbeiro e Pereira (2007):


O ensino procede da produção textual

A aprendizagem da escrita é reconhecidamente um processo lento e longo. A


complexidade da escrita e a multiplicidade dos seus usos e finalidades tornam imperioso
que se constitua objecto de ensino desde o início da escolaridade.

O ensino que proporcione uma prática intensiva

A aprendizagem da escrita beneficia de uma escrita pessoal frequente, da resolução de


exercícios, a que se associam momentos de produção inventiva e crítica.

Ensino do processo (planificar, por em texto e rever)

A aprendizagem da escrita implica o conhecimento de um reportório alargado de acções


associadas às suas componentes de planificação, de textualizaçãoo e revisão.

Ensino sobre textos de géneros diversificados, social e escolarmente relevantes.


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A abordagem de Amor (2006) apresenta a mesma linhagem com a visão de Barbeiro e Pereira
(2007), apontando três grandes etapas do processo de escrita, nomeadamente: uma fase de pré-
escrita; uma de escrita e uma outra de pós escrita. Estas etapas correspondem à planificação,
textualização e revisão.

2.3 As etapas de escrita


Segundo Amor (2006), existem três momentos da escrita, a destacar: a planificação,
textualizacão e revisão.

De forma genérica, a planificação consiste na mobilização de conhecimentos, quer a


cerca do mundo e das coisas, quer procedimentais, relativos aos modos de actuar, quer
contextuais referentes às situações de produção.

A textualização corresponde à conversão, em linguagem escrita e em texto, do material


seleccionado e organizado na etapa anterior. Este processo mobiliza e faz intervir todo o
processo todo o tipo de aptidões linguísticas, desde a construção de referências, às
operações de coesão textual.

A revisão consiste na releitura do texto para aperfeiçoamento e correcções, sobretudo de


superfície, processa-se ao longo das tarefas de produção.

Sendo um processo de construção, escrever é, de igual modo um processo de descoberta de


sentido; por meio da escrita (Amor, 2006, p.113).

A escrita é uma das habilidades cujos alunos apresentam maiores dificuldades para o seu
domínio, conforme podemos constatar na abordagem de alguns autores. As dificuldades que
estes têm podem ser influenciadas pelo fraco contacto com livros ou com uma diversidade de
textos em contextos diversificados e não apenas na sala de aulas. Para que o aluno desenvolva a
competência na escrita é preciso que desenvolva a capacidade de narrar acontecimentos bem
como ouvir e ler textos.
13

2.4 Definição de conceitos


Escrita

Segundo Dubois et al (2006) a escrita é a representação da língua falada por meio de signos
gráficos (p. 222). Para Coelho (2008) a escrita a escrita permite o registo duradouro e
permanente da linguagem (p. 325). Este autor assume que o domínio do código escrito e
assimilar os significados sociais da língua nas suas diferentes manifestações da oralidade e da
escrita.

A escrita exige a capacidade de seleccionar e combinar as expressões linguísticas, organizando-


as numa unidade de nível superior para construir uma representação do conhecimento,
correspondente aos conteúdos que se deseja expressar (Barbeiro e Pereira, 2007, p. 15).

A escrita, como pode-se notar, é reconhecida como um sistema linguístico de comunicação e


complementa a fala, que permite representar as ideias, o pensamento do emissor por meios de
sinais gráficos capazes de transmitir um determinado sentido.

Texto
De acordo com Aguiar e Silva (2004), o lexema texto deriva do substantivo latino textus, que
significa tecido, urdidura, encadeamento e que provém do particípio passado do verbo texere, o
qual significa tecer, entrançar, entrelaçar (p. 185).
Segundo Halliday e Hasan (1976 cit. em Campos e Xavier, 1991), definem texto como qualquer
sequência, falada ou escrita, de qualquer extensão, que forme um todo unificado (p.361). Para
MATEUS et al (2003), “textos são produtos coesos internamente e coerentes com o mundo
relativamente ao qual devem ser interpretados (p. 87).”
Na perspectiva de Dubois et al (2006), “texto é o conjunto dos enunciados linguísticos
submetidos à análise: o texto é então uma amostra de comportamento linguístico que pode ser
escrito ou falado (p. 586).”

Dos conceitos apresentados sobre o lexema texto, constatamos que os autores acima citados
convergem na sua definição, considerando-o um enunciado que forma um sentido unificado.
MATEUS et al vão mais longe ao contemplar elementos extra-textuais na sua interpretação.
Neste contexto, identificamo-nos com Mateus et al, uma vez que não basta, simplesmente, a
estrutura formal para a interpretação do texto, envolve também o conhecimento do mundo que o
14

leitor possui. A produção de um texto envolve o conhecimento dos elementos estruturadores que
estabelecem a ligação entre as diferentes partes do texto de modo a criar uma unidade de sentido.

No ensino secundário abordam-se diferentes tipologias textuais e nesta pesquisa pautamos pelo
estudo do texto narrativo, que pelas suas características peculiares de narrar acontecimentos atrai
a tenção de muitos alunos para a leitura assim como para a escrita.

2.5 Texto Narrativo


Textos Narrativos são aqueles que se contam acontecimentos nos quais intervêm personagens
que praticam acções localizadas num espaço e tempo determinados (Amós e Martins, 2005,
p.31). Na abordagem de Coelho (2008), Texto Narrativo é um artifício sintáctico-semântico e
pragmático que narra uma sequência de eventos num determinado tempo e espaço em que as
personagens praticam acções.

Para Dubois et al (2006), chama-se texto narrativo ao discurso que se refere a uma temporalidade
passada com relação ou momento da enunciação. Esta definição não nos parece tão convincente,
pois não é apenas o Texto Narrativo que recorre ao pretérito, quer perfeito ou imperfeito. Este
conceito pode induzir o leitor a pensar que uma frase que reflecte um acto que ocorrera no
passado e anterior em relação ao momento de enunciação seja um texto narrativo. Por
conseguinte, identificamo-nos com Amós e Martins (2005) na definição do Texto Narrativo, eles
envolvem as categorias da narrativa na sua construção.

Neste contexto, o Texto Narrativo é indispensável na sala de aula e ocorre com frequência no
dia-a-dia fora do contexto escolar, no meio social do aluno, por meio de contos orais que são
transmitidos de geração em geração. Daí a importância do seu ensino nas aulas de Língua
Portuguesa, espaço em que se espera que os alunos melhorem a sua competência comunicativa e
linguística.
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Referências Bibliográficas
Aguiar e Silva, V.M. (2004) Teoria e Metodologias Literárias, Lisboa, Portugal:
Universidade.
Amor, E. (2006). Didáctica do Português, Fundamentos e Metodologia (6ª ed). Lisboa,
Portugal: Textos Editores.
Amós, A e Marins, F (2005). Didáctica do Português. Maputo, Moçambique:
Textos Editores
Aurélio, J. 2009. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, (4ª ed). Paraná, Brasil:
Editora Positivo.
Barbeiro, Luís F e Pereira, Luísa A (2007). Ensino da Escrita: A Dimensão Textual,
1ª Edição, Lisboa, Portugal: Plural Editores.
Campos, M.H. & Xavier, M. F. (1991). Sintaxe e Semântica do Português. Lisboa,
Portugal: Universidade Aberta.
CHIZZOTTI, A. (2000)Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 4ª Edição, São Paulo,
Brasil: Cortez Editora.
Dias, H. N. et al. Manual de Práticas Pedagógicas, Maputo, Moçambique: Editora,
Educar.
Gil, A. C (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (6ª ed.). São Paulo, Brasil:
Atlas Editora.
Godoy, A. S. (1995) Introdução à Pesquisa Qualitativa, São Paulo, Brasil: Cultrix
Editora.
Lakatos, Eva Maria e Marconi, A. (2010). Fundamentos de Metodologia Científica, 7ª
Edição, São Paulo, Brasil: Editora Atlas,
Lakatos, Eva Maria e Marconi, A (1991). Fundamentos de Metodologia Científica, 5ª
Edição, São Paulo, Brasil: Editora Atlas.
Mateus, M. H. et al. (2003). Gramática de Língua Portuguesa.7ª Edição, Lisboa,
Portugal: Editorial Caminho.
Piletti, Claudino. (1991) Didáctica Geral, 14ª Edição, Ática Editora, São Paulo, Brasil,.
16

Questionário
Este questionário é dirigido aos alunos da 9ª classe, da Escola Secundária Aurélio Manave
com a finalidade de compreender a importância do TPC para potencialização da escrita. De
forma antecipada, agradecemos a sua colaboração.

1ª Parte: Leitura

1. Costuma ler? Sim ____ Não ____

Se sim, onde costuma ler? Na escola_____ Em casa_____ Noutro local. ___________________

2. O quê costuma ler? ____________________________________________________________


______________________________________________________________________________

3. Tem o habito de ler a fora da escola? Sim _____ Não _____

2ª Parte: Escrita

1. Alguma vez já elaborou um texto nas aulas de Português. Sim ____ Não ____

2. Que tipo de texto produziu? _____________________________________________________

3. O que actividades tem se feito na sala de aulas antes de iniciar a escrita do texto? __________
______________________________________________________________________________

4. Onde escreveu o texto? Na sala de aulas _____ Em casa _____

3ª Parte

1. Com base nas questões e expressões que se seguem, elabora um texto narrativo com o título
“O coelho e a hiena”

a) Quando e onde a história?

Há muito, muito tempo; Numa terra distante; durante a época chuvosa… Era uma vez…
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b) Como era o coelho?

Esperto; inteligente; calmo; tímido; fingido

c) Onde viviam os dois amigos?

Na toca; no mato; na selva; numa casa abandonada

d) De que se alimentava o coelho? E a hiena?

e) O que aconteceu certo dia/certa noite?

f) Por que é que a hiena ficou zangada?

g) Será que a amizade dos dois continuou?

h) Como é que a história terminou?

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Questionário
Este questionário é dirigido aos professores de Português da 9ª classe, da Escola Secundária
Aurélio Manave com a finalidade de compreender a importância do TPC para potencialização
da escrita. De forma antecipada, agradecemos a sua colaboração.

Experiência profissional

1. A quanto tempo lecciona a disciplina de Português? __________________________________

2. Que desafias encontra durante este percurso de leccionação na disciplina? ________________


______________________________________________________________________________

3. Grau académico _________________________________

Com ou sem formação psico-pedagógica ____________________________________________

Escrita de textos

1. Orienta a escrita de textos durante as aulas? Sim ____ Não ____

2. que tipo de textos tem orientado a sua elaboração? ___________________________________


______________________________________________________________________________

3. Qual tem sido o desempenho dos alunos na escrita de textos? Muito Bom____
Bom ____ Satisfatório____ Mau ____

4. Já orientou a escrita de texto narrativo? Sim ___ Não ___

Se sim, De que forma orienta esta actividade? ________________________________________


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. O que tem feito se os alunos revelarem dificuldades na escrita do texto narrativo? __________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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