Plano de Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa+Relatório+Consolidado+Geral Prefeitura de BH

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RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

PLANO DE REDUCÃO DAS EMISSÕES DE GEE


2

Prefeitura de Belo Horizonte

Plano de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa


PREGEE

Licitação por Tomada de Preços – n.º 002/2011


Processo n.º 01-165.885-11-23

Relatório Técnico Final

Belo Horizonte, Maio de 2013


3

ELABORAÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE


Marcio Araujo de Lacerda
Prefeito

Vasco de Oliveira Araujo


Secretário Municipal de Meio Ambiente Interino
Coordenador do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência

Coordenação*Geral* Vasco&de&Oliveira&Araujo&
Coordenação*Técnica* Weber&Coutinho&
Coordenação*Executiva&
Secretaria&Executiva&do&Comitê&Municipal&sobre&
Mudanças&Climáticas&e&Ecoeficiência* Anna&Maria&Louzada&Drummond&Nogueira&

Equipe*Técnica*
Weber&Coutinho&

PBH&I&Secretaria&Municipal&de&Meio&Ambiente&–SMMA&& Anna&Maria&Louzada&Drummond&Nogueira&
& Olga&Eduarda&Ferreira&
Cyleno&dos&Reis&Guimarães&
Sônia&Mara&Knauer&
Jéssica&Madureira&da&Silva&
Estagiárias&I&SMMA&
Lucélia&Cabral&de&Magalhães&
Colaboração*
Comitê&Municipal&sobre&Mudanças&Climáticas&e&Ecoeficiência&I&CMMCE&
Adaptação&
Construções&Sustentáveis&
Grupos&de&Trabalho&do&CMMCE& Energia&
Mobilidade&Sustentável&
Saneamento&
4
5

Consultoria:

WayCarbon Soluções Ambientais e Projetos de Carbono Ltda.


BH-TEC – Parque Tecnológico de Belo Horizonte
Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770 – sala 210 – Engenho Nogueira
CEP: 31310-260
+ 55 (31) 3304 0577

Coordenação João Marcelo Horta Mendes


Breno Rates de Azevedo
Matheus Alves de Brito
Henrique de Almeida Pereira
Equipe Técnica Felipe Ribeiro Bittencourt
Patrícia Vargas de Oliveira
Fábio Weikert Bicalho
Mariana Bertelli
6

ÍNDICE

ELABORAÇÃO ................................................................................... 3
LISTA DE SIGLAS ................................................................................ 7
LISTAS DE TABELAS E FIGURAS .............................................................. 8
1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 10
2. PERFIL COMUNITÁRIO DE GEE ........................................................ 12
3. CONCEPÇÃO DO PLANO ................................................................ 30
3.1 EXPERIÊNCIAS DE OUTRAS CIDADES .................................................. 30
3.2 O MARCO INSTITUCIONAL DE BELO HORIZONTE .................................... 41
3.3 PROCESSOS DO PREGEE ................................................................ 43
3.4 ESTRUTURA PARA PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE PROPOSTAS .. 47
3.5 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE PROPOSTAS ......................................... 50
4. RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 56
ANEXO 1 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE TRANSPORTES ................. 59
ANEXO 2 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE ENERGIA......................... 64
ANEXO 3 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO .................. 71
ANEXO 4 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE ADAPTAÇÃO .................... 79
REFERÊNCIAS ................................................................................. 86
7

LISTA DE SIGLAS

AFOLU Agriculture, Forests and Other Land Use (Emissões de GEE de


Agricultura, Florestas e Outros no Uso do Solo)
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento
CTRS Central de Tratamento de Resíduos Sólidos
ETE Estação de Tratamento de Esgotos
FNMC Fundo Nacional de Mudanças Climáticas
GEE Gases de Efeito Estufa
GPC Global Protocol for Community-Scale GHG Emissions (Protocolo
Global para Emissões de GEE de Comunidades)
GWP Global Warming Potential (Potencial de Aquecimento Global)
ICLEI International Council for Local Environmental Initiatives
(Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais ou
Governos Locais pela Sustentabilidade)
IPCC International*Panel*on*Climate*Change!(Painel!Intergovernamental!
sobre!Mudanças!do!Clima)!
IPPU Industrial Processes and Product Use (Emissões de GEE de
Processos Industriais e Uso de Produtos)
MACC Marginal Abatement Cost Curve (Curva de Custos de
Abatimento Marginal)
PIB Produto Interno Bruto
PNMC Política Nacional de Mudanças Climáticas
PREGEE Plano de Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa
SIN Sistema Interconectado Nacional
UNFCCC United Nations Framework Convention on Climate Change
(Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças
Climáticas)
8

LISTAS DE TABELAS E FIGURAS

&

Tabelas& & & & & & & & & & Página&
Tabela&1.&GWP dos gases de efeito estufa&& 13&
Tabela 2: Emissões&totais,&população&e&PIB&de&Belo&Horizonte&entre&2000&e&2010 14&
Tabela 3. Metas gerais dos Planos de redução das emissões de GEE 37&
Tabela 4: Entidades indicadas para integrar o eixo Transportes 48&
Tabela&5.&Entidades indicadas para integrar o eixo Energia& 48&
Tabela 6: Entidades indicadas para integrar o eixo Saneamento 49&
Tabela 7: Entidades indicadas para integrar o eixo Adaptação 49&
Tabela 8: Desdobramentos das propostas em medidas de mitigação, quantificação de 53&
impacto máximo sobre emissões do município e custo de abatimento marginal&
&
&

Figuras&& & & & & & & & & & Página&
Figura&1.&Evolução&das&emissões&totais&da&cidade&entre&2000&e&2010& 14&
Figura&2.&Principais&precursores&de&GEE&em&Belo&Horizonte,&2000&a&2010 15&
Figura&3.&Emissões consolidadas por Setores 17&
Figura&4.&Matriz energética do sistema de transportes em Belo Horizonte, 2008 a 2010 18&
Figura 5. Vendas de Gasolina e Etanol em Belo Horizonte, 2000 a 2010 19&
Figura 6. Emissões do Setor de Unidades Estacionárias, 2008 a 2010 20&
Figura 7. Emissões por consumo energético no subsetor Residencial 21&
Figura 8. Emissões por consumo energético no subsetor Comercial/Institucional 22&
Figura 9. Emissões por consumo energético no subsetor Industrial 23&
Figura 10. Evolução das emissões por Óleo Combustível e GN no segmento industrial em 23&
Belo Horizonte, 2000 a 2010
Figura 11. Emissões do Setor de Resíduos em Belo Horizonte, 2008 a 2010 24&
Figura 12. Emissões do subsetor de Tratamento de Esgotos Sanitários 25&
Figura 13. Índices de coleta e tratamento de esgotos em Belo Horizonte, 2008 a 2010 26&
Figura 14. Distribuição das emissões totais de Belo Horizonte por subsetor, 2008 a 2010 27&
Figura 15. Emissões municipais por Escopo, 2008 a 2010 28&
Figura 16. Emissões per capita, 2000 a 2010 28&
Figura 17. Emissões por PIB, 2000 a 2010 29&
Figura 18. Níveis de governo dos Planos de GEE avaliados 31&
Figura 19. Distribuição dos Planos de GEE avaliados conforme região geográfica 32&
Figura 20. Classificação dos Planos de GEE avaliados quanto a sua institucionalidade 32&
Figura 21. Distribuição dos Planos avaliados quanto ao padrão de inventário 33&
9

Figura 22. Emissões anuais dos centros urbanos incluídos na avaliação 34&
Figura 23. Distribuição dos tipos de metas de redução de GEE adotadas nos Planos 35&
avaliados
Figura 24. Ambição das metas de redução dos Planos avaliados 35&
Figura 25. Ano alvo para alcance das metas estabelecidas nos Planos avaliados 36&
Figura 26. Proporção dos Planos avaliados que estabeleceram metas escaladas 37&
Figura 27. Proporção dos Planos avaliados que estabeleceram metas setoriais& 37&
Figura 28. Setores estratégicos relacionados nos Planos avaliados 38&
Figura 29. Processos do PREGEE& 44&
Figura 30. Curva de custo de abatimento marginal 54
10

1. INTRODUÇÃO

Este Relatório Técnico Final constitui a última etapa do Termo de Referência para
elaboração do PREGEE e consiste de uma compilação de todos os trabalhos que
foram entregues em etapas anteriores, desde a atualização do Inventário Municipal
de Emissões de Gases de Efeito Estufa até o Relatório de Propostas para
Planejamento. O objetivo principal desta compilação é reunir num só documento a
informação pertinente ao gerenciamento de GEE na cidade, constituindo um
material de referência para consultas de partes interessadas.

É sabido que os problemas decorrentes do aquecimento global e das mudanças


climáticas colocam o tema da economia de baixo carbono como uma questão
central para o desenvolvimento sustentável. Vários governos nacionais estão
adotando formas de controlar o aumento de emissões de Gases de Efeito Estufa
(GEE) por meio de políticas públicas que vão desde a adoção de programas de
comércio de emissões, programas voluntários e regulamentos sobre eficiência
energética, até restrição de emissões. No âmbito da Convenção Quadro das Nações
Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), trava-se a negociação acerca do
estabelecimento de novas e mais arrojadas restrições de emissão de GEE em
diversas nações industrializadas e emergentes.

O Brasil, pelos acordos vigentes na UNFCCC, não tem obrigações quantificadas de


limitação ou redução de emissões. Apesar disso, na 15a Conferência das Partes
(COP-15) ocorrida em novembro de 2009, o país assumiu um compromisso
voluntário em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9%
das emissões projetadas até 2020. Em dezembro de 2011, na 17a Conferência das
Nações Unidas (COP-17) ocorrida em Durban, África do Sul, foi firmado um segundo
período de compromisso para o Protocolo de Kyoto, que terá vigência a partir de 1º
de janeiro de 2013 e terminará em 31 de dezembro de 2017 ou 2020. De acordo
com o documento da COP-17, todos os países membros da Convenção do Clima
terão metas obrigatórias a cumprir a partir de 2021 – inclusive o Brasil - que, pela
primeira vez na história das conferências, aceitou ter metas obrigatórias de
redução de suas emissões. As negociações para definir as bases desse acordo e as
metas de cada país serão realizadas até 2015.
11

Neste sentido, torna-se fundamental conhecer as emissões de GEE nas cidades


brasileiras e os instrumentos que possam permitir a gestão e a implantação de
medidas mitigatórias. Também particularmente relevante para os Municípios
brasileiros é o acesso ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC), criado a
partir da Lei 12.114 de dezembro de 2009. Vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), este Fundo
tem a finalidade de assegurar recursos para apoio a projetos ou estudos e
financiamento de empreendimentos que visem a mitigação e a adaptação à
mudança do clima.

A Prefeitura de Belo Horizonte, através da Política Municipal de Mitigação dos


Efeitos das Mudanças Climáticas, pretende contribuir com a redução das emissões
de gases de efeito estufa (GEE) sem prejudicar o desenvolvimento econômico. Com
este objetivo, buscou-se formular diretrizes para a gestão ambiental do município
e definir ações de curto, médio e longo prazos que levem a uma economia de baixo
carbono. Este conjunto de medidas integra o Plano de Redução de Emissões de
Gases de Efeito Estufa da cidade e deverá cumprir com as metas do Planejamento
Estratégico até 2030. O processo de elaboração do PREGEE contou com uma ampla
participação da sociedade civil e do setor privado, além de diferentes esferas de
governo municipal e estadual; procurou-se com isso, assegurar a legitimidade das
medidas apontadas à luz dos aspectos técnicos, políticos, socioeconômicos e
ambientais que permeiam o tema.

Assim, a Prefeitura lança o desafio de construir uma cidade sustentável, com uma
economia moderna e em harmonia com o meio ambiente, atraindo cada vez mais
investimentos e buscando a qualidade de vida que é a marca de nossa Belo
Horizonte. Finalmente, como uma recomendação geral, coloca-se a necessidade de
disciplinar o fluxo de proposição, legitimação, detalhamento e aprovação formal de
novas ações, de modo que tenha-se procedimentos estabelecidos para a
perpetuação do PREGEE que, como se verá, deve ser um documento vivo.
12

2. PERFIL COMUNITÁRIO DE GEE

O inventário de emissões de GEE de Belo Horizonte foi elaborado de acordo com as


diretrizes do Global Protocol for Community-Scale GHG Emissions (GPC- ICLEI, C40
Cities e WRI, 2012), documento que compila as diretrizes gerais para confecção de
inventários municipais 1 de emissões de GEE. Seguindo o padrão GPC 2012, as
emissões do governo local são agrupadas conforme sua origem geopolítica (ou
escopos) e conforme seu setor. Assim, quanto aos grupos de emissões por origem
geopolítica, foram destacadas no inventário:

a) Emissões de Escopo 1: são as emissões de GEE que ocorreram dentro das


fronteiras geopolíticas de Belo Horizonte, por atividades originadas na
cidade;
b) Emissões de Escopo 2: são as emissões de GEE que ocorreram fora das
fronteiras geopolíticas de Belo Horizonte, em função da geração de energia
elétrica que foi consumida na cidade;
c) Emissões de Escopo 3: são as emissões de GEE que ocorreram fora das
fronteiras geopolíticas de Belo Horizonte, em função de outras atividades
originadas na cidade tais como tratamento de resíduos e aeroporto.

Quanto aos grupos de emissões por setor, foram destacadas no inventário:

1) Emissões do Setor de Unidades Estacionárias, sub-setorizadas em emissões


residenciais, comerciais/institucionais, industriais e geração de energia. São
essencialmente emissões de GEE relacionadas ao consumo energético em
cada perfil de edificação;
2) Emissões do Setor de Unidades Móveis, sub-setorizadas em emissões por
modal rodoviário, ferroviário e aéreo. Refletem as emissões de GEE da
matriz energética do sistema de transportes implantado no Município;

1
O termo utilizado pelo GPC 2012 é “governos locais”, que pode ser entendido como cidades, comunidades ou
mesmo governos metropolitanos.
13

3) Emissões do Setor de Resíduos, sub-setorizadas em emissões por disposição


de resíduos em aterro sanitário, tratamento biológico de resíduos e
tratamento/lançamento de efluentes.

Foram contabilizadas emissões referentes aos gases dióxido de carbono (CO2),


metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). Emissões de hidrofluorcarbonos (HFCs),
perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6), investigadas de acordo
com as diretrizes do IPCC, não foram identificadas no Município para as fontes
inventariadas. As emissões foram contabilizadas em toneladas do GEE específico e
convertidas em toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) de acordo com os potenciais
de aquecimento global2 informados abaixo.

Tabela 1: GWP dos gases de efeito estufa


Gás de Efeito Estufa Potencial de Aquecimento Global (GWP)
Dióxido de carbono (CO2) 1
Metano (CH4) 21
Óxido nitroso (N2O) 310

A cidade de Belo Horizonte apresentou, ao longo da primeira década deste século


XXI, um cenário de expansão econômica associado à estagnação de sua população,
com consequente elevação da renda per capita. Devido ao seu perfil econômico, a
expansão de seu Produto Interno Bruto deu-se, sobretudo, no setor terciário, isto
é, na prestação de serviços, no comércio e na administração pública. Essa evolução
pode ser refletida no perfil de emissões da cidade, cuja principal fonte de emissões
de gases de efeito estufa em 2010 foi o setor de transportes (71% das emissões),
seguida do uso de energia em unidades estacionárias (19%) e do tratamento de
resíduos e esgotos (10%).

A evolução das emissões de GEE em Belo Horizonte na última década foi crescente
e acumulou aumento de 45% entre 2000 e 2010, ao passar de 2,59 milhões de

2
Potencial de Aquecimento Global (GWP): medida de como uma determinada quantidade de GEE contribui ao
aquecimento global, comparando o gás em questão com a mesma quantidade de CO2 (cujo potencial é definido
como 1). Esse fator considera a habilidade de absorção de calor e a quantidade de gás removida da atmosfera
num certo número de anos.
14

toneladas de CO2e emitidas em 2000 para 3,75 milhões de toneladas de CO2e em


2010 - mesmo patamar de cidades como Bruxelas e acima de Estocolmo, Houston,
Copenhagen e Bilbao. A tabela a seguir apresenta a evolução das emissões de GEE,
da população e do PIB de Belo Horizonte no período em análise.

Tabela&2.&Emissões&totais,&população&e&PIB*&de&Belo&Horizonte&entre&2000&e&2010&
Emissões********* População* PIB*************
Ano
(milhões*de*tCO2e) (milhões) (R$*bilhões)
2000 2,59 2,24 28,06
2001 2,75 2,26 29,69
2002 2,87 2,29 32,39
2003 2,88 2,31 32,58
2004 2,97 2,34 33,59
2005 3,01 2,36 32,95
2006 3,12 2,39 34,38
2007 3,18 2,38 38,29
2008 3,43 2,38 39,01
2009 3,47 2,38 38,40
2010 3,75 2,38 ---------------,
*&PIB&a&preços&de&2007,&ano&base&para&o&estabelecimento&das&metas&de&redução&de&longo&prazo&

Neste ritmo de crescimento e caso nenhuma intervenção sobre as principais fontes


emissoras de GEE seja realizada, as emissões totais do Município podem alcançar a
marca de 6 milhões de toneladas anuais até 2030, nível observado atualmente em
cidades como Paris, Seattle, Melbourne e Hiroshima.
4%
3,75%
3,47%
3,5% 3,43%
3,12% 3,18%
2,97% 3,01%
3% 2,87% 2,88%
Milhões(de(Toneladas(de(CO2e(

2,75%
2,59%
2,5%

2%

1,5%

1%

0,5%

0%
2000% 2001% 2002% 2003% 2004% 2005% 2006% 2007% 2008% 2009% 2010%

Figura 1. Emissões totais de Belo Horizonte, 2000 a 2010


15

Entre os principais contribuintes das emissões municipais, o Setor de Unidades


Móveis apresentou grande preponderância. O três maiores precursores de GEE na
cidade, que representaram quase três quartos do total emitido em 2010, foram a
Gasolina Automotiva, o Óleo Diesel e o Querosene de Aviação. Particularmente, foi
expressiva a participação da Gasolina Automotiva, que aumentou sua participação
relativa no período: em 2000, a Gasolina representava 35% do total das emissões da
cidade, caiu para 31,5% em 2008 (que foi o pico de vendas de Etanol na cidade),
mas em 2010 já representava novamente 37% do total. Como veremos adiante, o
aumento dos preços do Etanol a partir de 2009 foi decisivo para o aumento relativo
da Gasolina nas emissões municipais. Em valores absolutos, as emissões de Gasolina
subiram 50% entre 2000 e 2010. Sem um substituto viável e um forte plano de
desincentivo ao uso de veículos particulares leves, a Gasolina Automotiva deve
continuar como principal precursor de GEE em Belo Horizonte nos próximos anos.

1600"

1400"

1200"
Gasolina"
Milhares)de)Toneladas)CO2e)

1000" Diesel"
Resíduos"
800" Querosene"
GLP"
600" GN"
Eletricidade"
400" Esgotos"

200"

0"
2000" 2001" 2002" 2003" 2004" 2005" 2006" 2007" 2008" 2009" 2010"

Figura 2. Principais precursores de GEE em Belo Horizonte, 2000 a 2010

O segundo principal contribuinte para as emissões de GEE na cidade ao longo de


toda a década foi o Óleo Diesel, utilizado principalmente na frota rodoviária (82%),
onde as emissões apresentaram leve redução desde 2003. No setor industrial, que
consome cerca de 3,5% do Diesel vendido em Belo Horizonte, também percebeu-se
uma redução no uso de Diesel ao longo do período, refletindo um movimento de
substituição de combustíveis no setor (introdução do Gás Natural). Contudo, foi no
16

setor comercial e institucional que concentrou-se o crescimento do uso de Diesel,


como alternativa para geração elétrica em equipamentos estacionários: a
participação desse setor nas vendas de Diesel subiu de 12% em 2008 para 14,5% em
2010, o que revela uma oportunidade para avanço da malha de distribuição de Gás
Natural.

As emissões pelo consumo de Querosene de Aviação apresentaram crescimento


expressivo, sobretudo nos anos finais da série (2007 a 2010), fazendo desse
combustível fóssil o terceiro maior precursor de GEE em Belo Horizonte. O aumento
nessas emissões, que foi de 298% entre 2000 e 2010, é reflexo do aumento da
utilização do aeroporto de Confins, que atende prioritariamente o público de Belo
Horizonte, mas também serve como um dos principais hubs aéreos do Brasil.

No caso dos Resíduos Sólidos Urbanos, percebeu-se uma significativa redução nas
emissões a partir de 2010, quando entrou em operação a usina de geração
termelétrica a biogás na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos localizada na
Rod. BR-040: ante 2009, a queda foi de 51%. A partir desse ano, a maior parte das
emissões do maciço de resíduos da CTRS da Rod. BR-040 será anulada. Para o
futuro, novas reduções nesse componente dependerão de mudanças na tecnologia
de disposição utilizada no aterro da Central de Tratamento de Resíduos Macaúbas,
como, por exemplo, a adoção de tratamentos térmicos avançados (com
recuperação de energia).

As emissões decorrentes do consumo de Gás Natural cresceram entre 2000 e 2007 a


partir da expansão do uso de GN no setor industrial e, desde 2008, mostraram-se
em processo de estabilização. No acumulado do período, as emissões absolutas
cresceram 77%. Esse combustível apresenta bom potencial de expansão para o
setor comercial/institucional, podendo vir a substituir o Diesel, Óleo Combustível e
GLP em sistemas estacionários de geração térmica e elétrica. No caso da
eletricidade, a variação observada nos últimos anos é um reflexo direto da variação
da intensidade de carbono da matriz elétrica brasileira. Como a quase totalidade
da energia elétrica consumida em Belo Horizonte é produzida fora de suas
fronteiras geopolíticas, as mudanças na matriz elétrica nacional influenciam esse
componente no nível municipal. No acumulado entre 2000 e 2010, as emissões pelo
consumo elétrico cresceram 36%.
17

Tendo em vista o agrupamento por Setores Estacionários, Móveis e Resíduos,


percebe-se que houve uma migração de perfil: entre 2000 e 2009 Belo Horizonte
vinha apresentando uma relação de 82% das emissões com origem no consumo
energético e 18% delas com origem no tratamento de resíduos, um perfil
característico de grandes centros urbanos de economias emergentes. A partir de
2010, com as intervenções realizadas na CTRS da Rod. BR-040, a participação dos
resíduos caiu para 10% - similar ao perfil de cidades de economias desenvolvidas,
que concentram quase a totalidade de suas emissões de GEE no consumo
energético. Esse perfil tende a se consolidar no futuro, com a adoção de novas
tecnologias de tratamento de resíduo que reduzirão o uso de aterros sanitários.

4.000.000$

10%$
3.500.000$

18%$ 18%$
3.000.000$ 19%$

2.500.000$ 20%$ 17%$


tCO2e&

2.000.000$

1.500.000$
71%$
62%$ 65%$
1.000.000$

500.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Unidades$Móveis$ Unidades$Estacionárias$ Resíduos$
&
Figura 3. Emissões consolidadas por Setores

As emissões do modal rodoviário cresceram amparadas pela Gasolina, uma vez que
o Etanol teve sua participação reduzida devido à elevação de preços. A
participação de outros combustíveis como Diesel e GNV/GNC Automotivo se
mantiveram estáveis, isto é, a demanda crescente por combustíveis no sistema de
transportes, notadamente para atender a frota crescente de veículos leves, foi
sustentada somente pela Gasolina. A figura a seguir mostra a evolução da matriz
energética do sistema de transportes em Belo Horizonte nos últimos anos.
18

40.000$

35.000$
2%$
2%$ 10%$
30.000$ 3%$
17%$
14%$
25.000$
TJ#

20.000$ 63%$
55%$ 55%$
15.000$

10.000$

5.000$ 28%$ 25%$


26%$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Óleo$Diesel$ Gasolina$ Etanol$ GNV$ou$GNC$Automo@vo$
&
Figura 4. Matriz energética do sistema de transportes em Belo Horizonte, 2008 a 2010

Complementando esta informação, a figura 5 abaixo revela as vendas de Gasolina


Automotiva e Etanol em Belo Horizonte entre 2000 e 2010. Percebe-se que houve
um movimento intenso a partir de 2009 de substituição de Etanol pela Gasolina e
esse movimento teve continuidade nos anos seguintes. Ainda que a produção de
veículos bicombustíveis (ou veículos flex) no Brasil tenha alcançado cerca de 80%
de todos os novos veículos, a preferência pela Gasolina nessa frota foi elevada de
54% em 2011 para 74% em 2012 3 , o que agrava a perspectiva para a próxima
atualização do Inventário Municipal, num contexto em que são adicionados
diariamente 400 novos veículos leves à frota urbana belorizontina4.

3
Fonte: Petrobrás, 2012.
4
Fonte: Detran, 2011.
19

800.000"

700.000"

600.000"
Milhares)de)litros)vendidos)

500.000"

400.000"

300.000"

200.000"

100.000"

0"
2000" 2001" 2002" 2003" 2004" 2005" 2006" 2007" 2008" 2009" 2010"
Gasolina" Etanol"
&
Figura 5. Vendas de Gasolina e Etanol em Belo Horizonte, 2000 a 2010

Em relação à categoria de Unidades Estacionárias, percebeu-se que em Belo


Horizonte o consumo energético em edificações é de certa forma equilibrado entre
os subsetores Residencial e Comercial/Institucional, cujas emissões são um pouco
mais relevantes do que no subsetor Industrial. Interessante notar que, entre 2008 e
2010, apenas o subsetor Comercial/Institucional não sofreu redução nas emissões
como reflexo da contração econômica de 2009, tendo apresentado crescimento
contínuo em todos os anos da série. Os subsetores Residencial e Industrial, após
uma contração em 2009, retomaram em 2010 os níveis de emissão observados em
2008.
20

800.000$

700.000$
24%$
600.000$ 26%$
23%$
500.000$
tCO2e&

36%$
400.000$ 31%$
36%$
300.000$

200.000$
43%$ 40%$
41%$
100.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Residencial$ Comercial$/$Ins=tucional$ Industrial$

Figura 6. Emissões do Setor de Unidades Estacionárias, 2008 a 2010

No subsetor Residencial, os consumos energéticos derivam do uso de Gás Liquefeito


de Petróleo (GLP) e energia elétrica. Ambos os combustíveis possuem uma natureza
inelástica (o GLP ainda mais inelástico que a eletricidade), isto é, cuja demanda
não pode ser significativamente alterada pela contração econômica, visto que
atendem necessidades básicas do dia a dia da população, tais como preparo e
conservação de alimentos e rotinas de limpeza e higiene pessoal. Assim, o GLP
figurou como principal precursor de GEE do subsetor Residencial, representando
cerca de três quartos dessas emissões em 2010. A baixa variação nas emissões
absolutas por consumo de GLP no período em questão também se deve ao fato de
que a população de Belo Horizonte se encontra estagnada desde 2006, na faixa de
2,4 milhões de habitantes.
21

350.000#

300.000#

250.000# 23%# 26%#


15%#
200.000#
tCO2e&

150.000#

77%# 85%# 74%#


100.000#

50.000#

0#
2008# 2009# 2010#
GLP# Eletricidade#

Figura 7. Emissões por consumo energético no subsetor Residencial

Vale notar, ainda, que as variações observadas nas emissões por consumo de
eletricidade se devem a alterações na intensidade de carbono da matriz elétrica
brasileira, um fator totalmente externo às políticas de eficientização de consumo
elétrico no Município: em 2008, para cada MWh produzido no sistema interligado
nacional (SIN), foram emitidos 48,4 kg de CO2; em 2009 essa relação passou para
24,6 kg CO2/MWh e em 2010 já era de 51,2 kg CO2/MWh. De qualquer maneira, o
consumo total de eletricidade das residências vem aumentando de forma
consistente. Portanto, medidas de eficiência energética, como a priorização do uso
de energia solar para aquecimento de água, por exemplo, devem ser incentivadas.

O subsetor Comercial/Institucional é, de fato, o cerne da economia municipal.


Trata-se de um segmento com matriz energética diversificada para atender
demandas multifacetadas. Para esse subsetor, o principal combustível nos últimos
anos tem sido o Óleo Diesel, que representou quase metade das emissões,
revelando que os geradores elétricos estacionários e caldeiras/fornalhas a Diesel
têm sido importantes utensílios para assegurar a rotina das operações. A
eletricidade também é um insumo energético fundamental e seu consumo também
aumentou de forma consistente entre 2008 e 2010 (na taxa de 5% a.a.), a despeito
da contração econômica de 2009. As emissões derivadas do consumo elétrico
sofreram variações por causa da intensidade de carbono da matriz elétrica
brasileira, como explicado acima.
22

O GLP é outro combustível importante nesse subsetor. Utilizado pelo comércio e


serviços em geral e pela administração pública, respondeu por 11% das emissões
em 2010. O Óleo Combustível, utilizado na rede hoteleira como combustível em
caldeiras, alcançou participação de 9%.

O subsetor Comercial/Institucional em Belo Horizonte ainda encontra restrições


para abastecimento de Gás Natural, que responde por apenas 1% de suas emissões.
Esse combustível, menos intenso em carbono que Óleo Diesel, Óleo Combustível e
GLP, poderia ser um substituto interessante para aplicações estacionárias nesse
subsetor relevante para a economia municipal. A figura abaixo apresenta as
emissões por consumo energético no subsetor Comercial/Institucional.

300.000$

1%$
250.000$ 9%$

1%$ 11%$
1%$
200.000$ 6%$ 10%$
7%$ GN$ou$GNC$
18%$ Óleo$Combus9vel$
36%$
tCO2e&

150.000$
40%$ GLP$
21%$
Eletricidade$
100.000$
Óleo$Diesel$

51%$ 44%$
50.000$ 46%$

0$
2008$ 2009$ 2010$

Figura 8. Emissões por consumo energético no subsetor Comercial/Institucional

No subsetor Industrial, a contração econômica de 2009 fez sentir seus efeitos e


provocou redução nas emissões de GEE em 26% frente a 2008. Com a retomada do
aquecimento em 2010, suas emissões retornaram ao patamar anterior. Como o
segmento não reflete nenhum movimento de expansão, suas emissões tendem a
permanecer estáveis.

O principal insumo energético da indústria local é o Gás Natural, que veio


substituindo o Óleo Combustível e o Óleo Diesel ao longo da década e, em 2010,
respondeu por 59% das emissões. A eletricidade é o segundo principal insumo
energético (20%) seguida do próprio Óleo Diesel (15%), que permanece como
23

alternativa para geração elétrica estacionária. O GLP, usado para movimentação de


cargas, tem participação discreta, de 4%, e um remanescente de Óleo Combustível
no subsetor também se faz presente (1%).

200.000$

180.000$ 1%$
1%$
2%$
4%$
160.000$ 19%$
15%$
140.000$ 1%$
18%$ 4%$ Óleo$Combus5vel$
120.000$ 14%$ 20%$
GLP$
tCO2e&

100.000$ 12%$
Óleo$Diesel$
80.000$ Eletricidade$
GN$ou$GNC$
60.000$
60%$ 59%$
69%$
40.000$

20.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$

Figura 9. Emissões por consumo energético no subsetor Industrial

A figura a seguir ilustra como o subsetor Industrial implementou um movimento de


substituição de Óleo Combustível por Gás Natural ao longo da última década.

140.000"

120.000"

100.000"

80.000"
tCO2e&

60.000"

40.000"

20.000"

0"
2000" 2001" 2002" 2003" 2004" 2005" 2006" 2007" 2008" 2009" 2010"
Óleo"Combus6vel" Gás"Natural"

Figura 10. Evolução das emissões por Óleo Combustível e GN no segmento industrial em Belo
Horizonte, 2000 a 2010
24

Passando-se ao Setor de Resíduos, percebe-se a preponderância dos aterros


sanitários sobre os demais tratamentos de resíduos sólidos e tratamento de
efluentes como fontes emissoras de GEE em Belo Horizonte. Até o início da
operação da termelétrica a biogás na CTRS da Rod. BR-040, as emissões de maciços
de resíduos respondiam por 85% do total desse setor. Após o início das operações
da termelétrica, os maciços ainda respondem por 69% do total emitido pelo Setor
de Resíduos, conforme apresentado na figura abaixo.

700.000$

600.000$
15%$
14%$
0,0%$ 0,1%$
500.000$

400.000$
tCO2e&

300.000$ 31%$
86%$ 85%$
0,2%$
200.000$

69%$
100.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
RSU$em$Aterro$ Compostagem$RSU$ Esgotos$Sanitários$

Figura 11. Emissões do Setor de Resíduos em Belo Horizonte, 2008 a 2010

Ao longo da última década, o brasileiro aumentou sua geração per capita de


resíduos sólidos e em Belo Horizonte a situação não foi diferente. Enquanto na
década anterior gerava-se em Belo Horizonte cerca de 0,5 kg de resíduo por
habitante por dia, nos últimos anos (entre 2008 e 2010) a média foi de 1,3 kg por
pessoa diariamente, uma média típica de nações industrializadas. Como os índices
de reciclagem são baixos, inferiores a 3%, e o aterro sanitário é o equipamento
padrão para disposição de resíduos sólidos urbanos, as emissões de metano tendem
a ser relevantes.

No caso de Belo Horizonte, houve início de um empreendimento de recuperação


energética do biogás do maciço da CTRS da Rod. BR-040 em 2010, o que reduziu
pela metade as emissões totais do tratamento de resíduos. No entanto, o maciço
da CTR Macaúbas não dispõe de nenhum sistema de recuperação de biogás. Novas
25

intervenções que levem ao aproveitamento do biogás na CTR Macaúbas ou que


introduzam sistemas térmicos avançados de tratamento de resíduos sólidos podem
reduzir emissões relevantes, da ordem de 250 mil toneladas de CO2e por ano ou
cerca de 6,5% do total emitido pela cidade em 2010.

Para o subsetor de Esgotos Sanitários, observa-se um aumento das emissões de GEE


na medida em que os serviços de coleta e tratamento de esgotos é ampliado. Isso
por que nas estações de tratamento de esgotos a condição anaeróbica é
proporcionada como processo de remoção de carga orgânica dos efluentes, tendo
como decorrência a maior geração de metano. Quando o efluente sanitário é
lançado na natureza sem o tratamento prévio, as condições anaeróbicas para
degradação de matéria orgânica são menores, implicando em menos emissões de
GEE ao custo de outros tipos de poluição ambiental. Uma alternativa eco-eficiente
é a replicação da experiência da ETE Arrudas, que implantou um sistema de
recuperação de biogás gerado no tratamento e passará a produzir parte da própria
demanda de eletricidade. Sistemas menores de recuperação de biogás podem ser
desenvolvidos para as demais ETE que possuem sistemas anaeróbios de tratamento.
As figuras a seguir apresentam as emissões do subsetor de tratamento de esgotos
sanitários e os índices de cobertura de coleta de esgotos em Belo Horizonte e o
percentual de tratamento nos últimos anos (de 2008 a 2010).

120.000$
2%$
2%$
100.000$ 3%$
2%$ 3%$
80.000$ 3%$
tCO2e&

60.000$
96%$
94%$
40.000$ 95%$

20.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Tratamento$de$esgotos$ Esgotos$não$coletados$ Esgotos$lançados$sem$tratamento$

Figura 12. Emissões do subsetor de Tratamento de Esgotos Sanitários


26

90,00%'
81,37%' 82,61%' 83,07%'
Percentual*de*Coleta*e*Tratamento*de*Esgotos* 80,00%'

70,00%'

60,00%' 54,69%'

50,00%' 47,62%'
44,02%'
40,00%'

30,00%'

20,00%'

10,00%'

0,00%'
2008' 2009' 2010'
Cobertura'de'coleta' Tratamento'de'esgotos'coletados'

Figura 13. Índices de coleta e tratamento de esgotos em Belo Horizonte, 2008 a 2010

No consolidado de todos os subsetores, pode-se afirmar que 56% de todas as


emissões de Belo Horizonte em 2010 teve origem no transporte rodoviário e que
esse é o principal eixo estratégico de ação para as políticas municipais de controle
e redução de GEE. O transporte aéreo respondeu por 16% das emissões totais de
2010 e representou o segundo maior contribuinte ao Inventário Municipal. O
consumo energético de residências é o terceiro maior contribuinte, com 8% do total
de GEE emitido em 2010, ao lado do consumo energético do comércio e das
instituições (7%) e do tratamento de resíduos sólidos (7%). O consumo energético
das indústrias representou 5% e o tratamento de esgotos sanitários, 3%.

Portanto, além de políticas relacionadas a mobilidade, medidas de eficiência


energética e substituição de combustíveis podem ser avaliadas como estratégicas
para os subsetores Residencial e Comercial/Institucional, da mesma maneira que os
sistemas de recuperação de biogás no tratamento de resíduos sólidos e efluentes
líquidos.
27

4.000.000$

3%$
5%$
3.500.000$
3%$ 3%$
4%$ 7%$
5%$
7%$
3.000.000$ 15%$
15%$
8%$

6%$ 6%$
2.500.000$ Esgotos$Sanitários$
7%$ 16%$ Energia$:$Indústrias$
8%$
Resíduos$Sólidos$
tCO2e&

2.000.000$ 14%$
12%$ Energia$:$Comércio$e$InsGtuições$
Energia$:$Residências$

1.500.000$ Transporte$Aéreo$
Transporte$Rodoviário$

1.000.000$ 56%$
51%$ 51%$

500.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Figura 14. Distribuição das emissões totais de Belo Horizonte por subsetor, 2008 a 2010

Vale nota o fato de que as emissões de Escopo 1 apresentaram queda nos últimos
anos da série, ao passo que as emissões de Escopo 3 aumentaram. O fenômeno de
“exportação de emissões” também é característico de grandes metrópoles de
economias desenvolvidas, que encontram-se saturadas internamente do ponto de
vista de população e da realidade imobiliária, levando os novos investimentos para
expansão da infraestrutura de serviços e transportes para cidades da região
metropolitana. No caso específico de Belo Horizonte, o principal aspecto envolvido
na redução das emissões de Escopo 1 foi o início da operação da termelétrica a
biogás da CTRS da Rod. BR-040. As grandes razões para aumento das emissões de
Escopo 3 foram o maior movimento do aeroporto de Confins e o tratamento de
resíduos sólidos urbanos em Sabará.
28

4.000.000$

3.500.000$
23%$
15%$ 20%$
3.000.000$
5%$ 3%$ 6%$
2.500.000$
tCO2e&

2.000.000$

1.500.000$
80%$ 77%$ 71%$
1.000.000$

500.000$

0$
2008$ 2009$ 2010$
Escopo$1$ Escopo$2$ Escopo$3$

Figura 15. Emissões municipais por Escopo, 2008 a 2010

Como consequência da dinâmica socioeconômica a partir do aumento da renda per


capita, as emissões por habitante em Belo Horizonte vêm apresentando um
crescimento consistente desde o início da série. Entre 2000 e 2010, as emissões por
habitante cresceram 37%, alcançando a faixa de 1,58 tCO2e/habitante. Em relação
a 2007, o aumento foi de 19%.

!1,80!!

!1,60!! !1,58!!
!1,46!!
!1,44!!
!1,27!!
!1,40!! !1,21!! !1,25!! !1,24!! !1,27!! !1,31!! !1,33!!
!1,16!!
!1,20!!
tCO2e/Habitante,

!1,00!!

!0,80!!

!0,60!!

!0,40!!

!0,20!!

!+!!!!
2000! 2001! 2002! 2003! 2004! 2005! 2006! 2007! 2008! 2009! 2010!
&
Figura 16. Evolução do indicador de emissões de GEE por habitante, 2000 a 2010

Em relação ao PIB, percebe-se que, apesar de variações ao longo da década, as


emissões relativas apresentam tendência de redução (como demonstrado pela linha
29

de tendência no gráfico da Figura 17), pois alguns segmentos da economia local


com grande influência sobre o PIB municipal apresentam baixa intensidade de
emissões (por exemplo, serviços financeiros, administração pública, comércio,
empresas de alta tecnologia e mercado imobiliário). Por outro lado, o segmento de
turismo de eventos - que mobiliza a rede hoteleira, bares/restaurantes e o próprio
sistema de transportes - contribuiu para o crescimento do PIB e apresenta um
maior consumo energético e geração de resíduos, refletindo em um maior perfil de
emissões.

Fato é que o PIB (a preços de 2007, ano base para a definição das metas de
redução) aumentou 37% entre 2000 e 2009, sofrendo contração apenas em 2004
(frente a 2005) e em 2009 (frente a 2008), isto é, manteve uma taxa média de
crescimento de 3,6% a.a., ao passo que as emissões totais cresceram a uma taxa de
3,3% a.a. Em 2000, eram emitidas 92 gramas de CO2e para cada R$1,00 gerado na
economia municipal e em 2009 esse índice foi de 90 gramas de CO2e/R$, conforme
ilustra a figura abaixo.

0,094%
0,092% 0,093%
0,091%
0,092% 0,091%
0,090%
0,090% 0,089% 0,088%
0,088%
0,088%
0,088%
kgCO2e/R$*

0,086%

0,084% 0,083%

0,082%

0,080%

0,078%
2000% 2001% 2002% 2003% 2004% 2005% 2006% 2007% 2008% 2009% 2010%
&
Figura 17. Evolução do indicador de emissões de GEE por PIB, 2000 a 2009
30

3. CONCEPÇÃO DO PLANO

Tendo em vista o perfil comunitário de GEE apresentado no capítulo anterior,


buscou-se elaborar um plano de gerenciamento de GEE que tratasse dos temas de
Mobilidade, Energia nas Edificações e Tratamento de Resíduos, que constituem os
setores básicos de análise das emissões da cidade. Além disso, buscou-se conhecer
o trabalho sendo desenvolvido em outras cidades pelo mundo, para ampliar as
referências. A partir daí, e também com base na Política Municipal de Combate aos
Efeitos das Mudanças Climáticas, o tema de Adaptação também foi inserido como
um eixo estratégico para o PREGEE de Belo Horizonte, como veremos a seguir.

3.1 EXPERIÊNCIAS DE OUTRAS CIDADES

Como ponto de partida para os trabalhos de elaboração do PREGEE, um amplo


levantamento de normas ou planos de controle e redução de emissões de GEE em
curso em diversas localidades do planeta foi conduzido no intuito de promover
comparação entre as políticas e avaliação de sua aplicabilidade para o Município de
Belo Horizonte. Pretendia-se com isso identificar como governos locais,
prioritariamente, estão gerenciando suas emissões de GEE e que tipo de medidas
de mitigação estão sendo propostas, bem como o planejamento para a adaptação
das cidades em relação aos impactos esperados das mudanças climáticas.

Diversos Planos de Ação e Planos Estratégicos envolvendo controle e gestão de GEE


foram identificados ao redor do mundo. Ao todo, 27 Planos foram avaliados, nos
níveis de governos locais (cidades ou regiões metropolitanas), regionais (Estados e
Províncias) e nacionais (Países). O maior número de Planos são provenientes de
governos locais, já que o objetivo principal do trabalho foi de angariar experiências
em nível local para a implementação dos mesmos; ainda, houve a preocupação de
incluir Planos que estivessem influenciados por diferentes contextos
socioeconômicos e ambientais, em diferentes regiões geográficas e sob diferentes
tipos de vulnerabilidades em relação às mudanças climáticas. Também, foram
buscados Planos que tivessem diferentes enfoques quanto a ações de mitigação e
adaptação, para que alimentassem as sessões de brainstorming quanto às
possibilidades de ação em Belo Horizonte. Outro critério relevante para a inclusão
dos Planos nesta avaliação foi a disponibilidade de informações: por vezes,
31

governos locais similares a Belo Horizonte não possuíam ou não publicavam seus
desenvolvimentos nesta temática.

O resultado foi um universo de Planos que compreendeu um espectro de exemplos


bastante diversificado, tanto em relação às realidades políticas e socioeconômicas
das regiões escolhidas, como em termos de emissões de GEE e enfoques das
políticas públicas sobre mudanças climáticas. Portanto acredita-se que o
levantamento cobriu aspectos relevantes que contribuíram no processo de
elaboração do PREGEE de Belo Horizonte. Foram avaliados 19 Planos elaborados por
governos locais (cidades ou governos metropolitanos), 5 no nível de governos
regionais (Estados ou Províncias) e 3 no nível de governos nacionais (Países),
conforme a figura abaixo.

11%$

19%$ Cidade/Governo$Local$

Estado/Província$

País$
70%$

Figura 18. Níveis de governo dos Planos de GEE avaliados

Os Planos avaliados eram provenientes de diferentes regiões do planeta, portanto


em diferentes situações de vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas. Do
total, 10 deles foram elaborados nos Estados Unidos e Canadá; outros 8 foram
elaborados na América Latina; 6 na Europa; 2 na Oceania; e 1 na Ásia.
32

4%$

7%$

EUA/Canadá$
37%$
América$La7na$
22%$
Europa$

Oceania$

Ásia$

30%$

Figura 19. Distribuição dos Planos de GEE avaliados conforme região geográfica

Quanto a institucionalidade dos Planos, percebeu-se que os mesmos encontravam-


se em 3 tipos de situações: (a) Planos Institucionalizados: aqueles formalmente
instituídos através de uma lei, decreto, resolução ou ato institucional; (b) Planos
Semi-Institucionalizados: aqueles que foram derivados de uma iniciativa
multilateral intergovernamental, destacadamente o Convênio de Autarquias
promovido pela União Europeia e posteriormente expandido para outras regiões; e
o Acordo de Prefeituras para a Proteção do Clima, com origem nos Estados Unidos;
e (c) Planos Voluntários: aqueles que não possuíam lastro em nenhuma medida
formal e estavam em curso por iniciativa própria de alguns governos locais. Do
total, 18 dos Planos avaliados estavam Institucionalizados; 7 deles foram
considerados como Semi-Institucionalizados; e apenas 2 foram considerados
puramente voluntários, como mostra a figura a seguir.

7%$

Lei/Decreto/Resolução/Ato$
Ins8tucional$
26%$
Inicia8va$Mul8lateral$

Voluntário$
67%$

Figura 20. Classificação dos Planos de GEE avaliados quanto a sua institucionalidade
33

Outro aspecto relevante das análises foi a identificação do padrão de inventário


utilizado. Os padrões de inventário servem para orientar como as emissões devem
ser calculadas e como os resultados devem ser agrupados. No caso de inventários
de GEE municipais, dada a pluralidade de padrões existentes ao redor do mundo,
buscou-se identificar qual padrão deveria ser mais amplamente usado no futuro,
para que o inventário de Belo Horizonte pudesse ser plenamente comparável a
outros inventários municipais. Neste sentido, excluindo-se os Planos regionais e
nacionais, percebeu-se a predominância de dois padrões: o padrão ICLEI e o IPCC.
Outros padrões também foram identificados, porém em menor representatividade.
Com o lançamento do padrão conjunto ICLEI-C40 em 2012, denominado Global
Protocol for Community Scale GHG Emissions (GPC 2012), a tendência é que os
padrões atualmente pulverizados sejam migrados para o padrão GPC 2012, uma vez
que este padrão foi desenvolvido para uso específico de governos locais e
harmoniza a terminologia dos demais padrões, trazendo os números sobre emissões
para uma base comum de comparação.

26%$

42%$ IPCC$

ICLEI$

Outro$

32%$

Figura 21. Distribuição dos Planos avaliados quanto ao padrão de inventário

Em conjunto, os 19 governos locais avaliados (cidades e governos metropolitanos)


somavam emissões anuais que ultrapassavam 350 milhões de toneladas de CO2e.
Contudo, quanto ao perfil individual de emissões, verificou-se uma grande
disparidade entre os Planos avaliados. Centros urbanos como Tokyo, Nova Iorque,
Londres e Chicago apresentam emissões anuais entre 30 e 60 milhões de toneladas
de CO2e; Rotterdam, Cidade do México, Toronto, São Paulo, Buenos Aires, Rio de
Janeiro e San Francisco emitem anualmente entre 10 e 30 milhões de toneladas de
34

CO2e; Seattle, Melbourne, Estocolmo, Bilbao e Houston apresentam emissões entre


1 e 10 milhões de toneladas de CO2e por ano; e outros como Vitoria-Gasteiz,
Berkeley e Trust Islands emitem menos de 1 milhão de toneladas de CO2e por ano.
Portanto, independentemente de porte ou volume de emissões anuais de GEE,
constata-se um esforço generalizado dos governos locais pelo combate às mudanças
climáticas. O Município de Belo Horizonte, com 3,75 milhões de toneladas de CO2e
emitidas em 2010, figura no mesmo patamar de emissões que Melbourne e
Estocolmo.

!70.000.000!!

!60.000.000!!

!50.000.000!!

!40.000.000!!
tCO2e&

!30.000.000!!

!20.000.000!!

!10.000.000!!

!"!!!!

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ria
Ro

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M
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n!
o!

Is l
lo

to
de

Sa
Ri

Vi
da
Ci

Figura 22. Emissões anuais dos centros urbanos incluídos na avaliação


* Nota: dos governos locais constantes no gráfico acima, cabe lembrar que Tokyo e Islands Trust são
governos metropolitanos. Nos demais casos, tratam-se de governos municipais.

Em relação ao estabelecimento de metas de redução de emissões de GEE, grande


parte dos 17 governos locais avaliados que já possuem metas estabelecidas
optaram por reduções absolutas, o mesmo tipo de meta adotada pelos países sob o
Protocolo de Kyoto. Neste tipo de meta, pretende-se reduzir a quantidade total de
GEE emitida pelo centro urbano. No entanto também foi identificado um Plano, o
de Estocolmo, com meta relativa (redução de emissões per capita, ou seja, que
não implica necessariamente na redução total de emissões) e outro, o de Nova
Iorque, com metas combinadas (proposta de redução tanto em termos absolutos
como em termos relativos).
35

6%#
6%#

Absoluta#

Rela/va#

Absoluta#e#Rela/va#

88%#

Figura 23. Distribuição dos tipos de metas de redução de GEE adotadas nos Planos avaliados
Quanto a ambição dos Planos, definida pela proporção de redução de emissões que
se almeja conseguir, percebeu-se que a ambição mínima de redução foi de 20%. A
maioria dos casos (nove governos locais) optou por uma redução entre 20% e 30%.
Três governos locais estipularam uma meta de redução entre 31% e 50% e outros 5
(cinco) centros urbanos estabeleceram metas de redução superiores a 50%.

29%$
20%$a$30%$

31%$a$50%$
53%$
Acima$de$50%$

18%$

Figura 24. Ambição das metas de redução dos Planos avaliados

Em relação ao horizonte de tempo estabelecido para o alcance das metas, mais da


metade (nove casos) trabalha com o horizonte de 2020. Outros 4 casos estipularam
o ano de 2030 para atingir suas metas, enquanto 4 outros Planos, provenientes de
centros urbanos norte-americanos e canadenses, focam em 2050 para o alcance de
suas metas.
36

24%$

Até$2020$

Até$2030$
53%$
Até$2050$
24%$

Figura 25. Ano alvo para alcance das metas estabelecidas nos Planos avaliados

A tabela a seguir resume os percentuais de redução almejados para cada centro


urbano avaliado, bem como o horizonte de tempo estabelecido para o alcance da
meta.

Tabela 3. Metas gerais dos Planos de redução das emissões de GEE

Prazo*
Centro*Urbano* Redução*Almejada* Ano*Base* Ano*Alvo*
(anos)*
Seattle& 80%& 60& 1990& 2050&
Berkeley& 80%& 50& 2000& 2050&
Islands&Trust& 80%& 43& 2007& 2050&
Chicago& 80%& 60& 1990& 2050&
Toronto& 80%& 60& 1990& 2050&
Londres& 60%& 35& 1990& 2025&
Rotterdam& 50%& 35& 1990& 2025&
Melbourne& 50%& 13& 1997& 2010&
Estocolmo& 40%& 25& 1990& 2015&
New&York& 30%& 25& 2005& 2030&
Buenos&Aires& 30%& 22& 2008& 2030&
Houston& 28%& 5& 2005& 2010&
Cidade&do&México& 25%& 4& 2008& 2012&
Tokyo& 25%& 20& 2000& 2020&
Rio&de&Janeiro& 20%& 15& 2005& 2020&
San&Francisco& 20%& 22& 1990& 2012&
VitoriaIGasteiz& 20%& 14& 2006& 2020&

Um aspecto importante para qualquer Plano de Gestão de GEE, além de uma meta
geral de redução, é o estabelecimento de sub-metas, isto é, metas escaladas e/ou
setorizadas. O estabelecimento de sub-metas visa complementar o gerenciamento
do Plano como um todo, reduzindo os riscos do não alcance da meta geral. As sub-
37

metas, além de distribuir o compromisso de redução através dos setores da


sociedade, permite uma avaliação da efetividade dos Planos no decorrer do prazo
estipulado para o alcance da meta geral. Percebeu-se ao longo do levantamento
que cerca da metade dos Planos avaliados em nível local (nove deles) estabeleceu
metas escaladas, ou seja, compromissos de redução intermediários em relação ao
horizonte final do Plano. Quanto às metas setoriais, 10 planos atribuíram a setores
específicos da sociedade uma parcela da responsabilidade pela consecução da meta
geral para um determinado centro urbano.

47%$ Sim$

53%$ Não$

Figura 26. Proporção dos Planos avaliados que estabeleceram metas escaladas

41%$
Sim$

Não$
59%$

Figura 27. Proporção dos Planos avaliados que estabeleceram metas setoriais

Quanto aos setores prioritários tratados em cada Plano, percebeu-se que o setor de
Transportes foi unânime: esteve relacionado como um eixo de ação específico em
todos os centros urbanos avaliados que disponibilizaram tal informação. Outros
setores também com grande ocorrência nos Planos avaliados foram o setor de
Energia (15 ocorrências), Resíduos (14 ocorrências) e Edificações/Infra-estrutura
38

(11 ocorrências). Outros eixos também presentes foram a Eficiência Energética


(relacionado como prioritário em 7 casos), Uso do Solo (5 ocorrências) e Indústria
(4 ocorrências). O tema de Adaptação foi relacionado como um eixo de ação
prioritário em apenas 2 Planos. Outros temas interessantes tratados dentro dos
Planos foram a Inovação e a Gestão de Negócios Sustentável (uma ocorrência para
cada um deles).
20#
18#
18#

16# 15#
14#
14#

12# 11#
Ocorrências*

10#

8# 7#

6# 5#
4#
4#
2#
2# 1# 1# 1# 1# 1# 1#

0#
s#

s#

a#

o#

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#
#
gia

ca

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Tr

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In
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ciê

st
es

Ge
çõ

Efi
ca
ifi
Ed

Figura 28. Setores estratégicos relacionados nos Planos avaliados

Dentre o total de Planos estudados, percebeu-se que o grau de institucionalidade


dos Planos apresentava relação com a ambição das metas adotadas e com a
estruturação operacional dos mesmos. Dos casos avaliados como
Institucionalizados, 75% deles tinham metas de redução de GEE mais modestas (isto
é, de até 30% em relação ao ano base). Quando o Plano era apenas semi-
institucionalizado (no caso das iniciativas multilaterais) ou totalmente voluntário,
os casos com metas de até 30% de redução caíram para 17% e 50% respectivamente.
Esta correlação demonstra que, quando o compromisso de redução é formalmente
instituído, através de leis, decretos ou atos institucionais similares, a meta geral
tende a ser mais prudente, ao passo que Planos com menor grau de
institucionalização tendem a buscar metas mais ambiciosas.

Também, o grau de institucionalidade do Plano apresentou correlação com a


presença de metas setoriais e escaladas: 75% dos Planos institucionalizados
39

possuíam metas setoriais e 50% deles continham metas escaladas. Dentre os Planos
semi-institucionais, 67% dos casos apresentaram metas escaladas e 83% tinham
metas setoriais; dentre os Planos totalmente voluntários, nenhum deles tinha
metas setoriais e apenas a metade tinha metas escaladas. Esta correlação sugere
que governos locais cujos Planos de Redução de GEE possuem algum grau de
institucionalização também procuram lastreá-los aos compromissos de redução dos
demais setores da sociedade, através de metas setorizadas, e também procuram
estabelecer metas intermediárias, de modo a reduzir o risco de não alcance das
metas finais. Quando não há institucionalidade no Plano, a distribuição e
escalonamento das metas fica fragilizada.

Outra correlação evidente ficou por conta da ambição e dos prazos dos Planos
avaliados. Aqueles Planos com menor ambição (redução de até 30% das emissões
em relação ao ano base) estão focados no curto prazo (80% destes casos com
horizonte final em 2020; o restante com horizonte em 2030). Por outro lado, os
Planos mais ambiciosos (com metas gerais de redução superiores a 50%) estão
focados no longo prazo (80% destes casos com horizonte em 2050).

Os Planos mais urgentes, definidos em termos de ambição de redução e prazo para


alcance das metas propostas, foram os de Melbourne (50% de redução em treze
anos), Estocolmo (40% de redução em vinte e cinco anos), Londres (60% de redução
em trinta e cinco anos) e Rotterdam (50% de redução em trinta e cinco anos). Os
Planos menos urgentes foram os de Nova Iorque e Buenos Aires, que estabeleceram
metas de redução de 30% em vinte e cinco e vinte e dois anos, respectivamente.

Percebeu-se, dentre o universo de Planos de Redução de Emissões de GEE


avaliados, enfoques diferentes quanto a ações de mitigação e adaptação. Muito
embora ambos os eixos devam ser contemplados em qualquer plano de
gerenciamento envolvendo GEE, os governos tendem a priorizar a mitigação ou a
adaptação conforme seu tipo de exposição. Para Belo Horizonte, optou-se trabalhar
em ambos os eixos, uma vez que o Município é uma cidade de destaque na
economia brasileira e portanto de onde se espera atitudes de liderança em
qualquer política pública, e não seria diferente em termos de metas de redução de
emissões de GEE; além disso, apresenta vulnerabilidades sérias em relação a
40

eventos climáticos extremos que precisam ser trabalhadas, melhorando a


resiliência da cidade.

Notou-se que um aspecto crucial para a elaboração exitosa destes Planos ao redor
do mundo foi o engajamento de stakeholders. Este processo assegura a
disseminação do conhecimento e a legitimidade das propostas, e também permite
a setorização das ações necessárias. Por este motivo o processo do PREGEE em Belo
Horizonte empregou a abordagem participativa dos Grupos de Trabalho do CMMCE,
de Workshop aberto a sociedade e de Oficinas Temáticas também abertas a partes
interessadas. Mais importante do que as consultas públicas iniciais, o processo de
funcionamento do CMMCE se manterá participativo através da dinâmica de seus
Grupos de Trabalho, apoiados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Os
processos que constituirão o PREGEE em Belo Horizonte serão explorados mais à
frente neste documento.

Observando a experiência de outras cidades, captamos que o planejamento das


políticas climáticas e de resiliência para Belo Horizonte deve ser conduzido sem
prescindir de três componentes:

a) Institucionalidade: além de garantir a perenidade do Plano no longo prazo,


coloca a gestão municipal à frente do processo e define claramente as
responsabilidades pela sua implementação;
b) Legitimidade: a pluralidade de atores envolvidos tem como objetivo
democratizar o processo e assegurar que as propostas foram construídas de
forma coletiva, cobrindo todas as áreas de interesse da sociedade; ainda,
deve também assegurar co-benefícios imediatos à sociedade, dentro da
lógica de otimização de recursos; e
c) Dinâmica: o planejamento precisa ser sensível ao background de
informações de todos os atores envolvidos, e propiciar a capacitação dos
atores para contribuir de forma eficaz; e também ao longo da
implementação do PREGEE, novos estudos e novos conhecimentos gerados
nos próximos anos devem influenciar a formulação de novas etapas dentro
dos eixos prioritários de ação definidos no PREGEE.
41

3.2 O MARCO INSTITUCIONAL DE BELO HORIZONTE

O Município de Belo Horizonte vem desde 2006 adotando uma série de medidas no
sentido de estruturar uma gestão de GEE. Antes de editar uma política municipal
de combate às mudanças climáticas, Belo Horizonte criou, em 2006, o Comitê
Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE - Decreto 12.362/06),
órgão responsável por promover e estimular ações que visem a mitigação das
emissões de GEE. Composto por representantes da Prefeitura, Estado, ONGs,
instituições de ensino e meio empresarial, o Comitê está sub-dividido em Grupos de
Trabalho que se debruçam sobre os temas de Mobilidade Urbana, Energia,
Saneamento e Construções Sustentáveis, para sugerir ações de redução de GEE. As
atribuições destes Grupos de Trabalho e os temas escolhidos são bastante
correlatos aos objetivos do PREGEE, o que torna estes fóruns plenamente legítimos
para iniciar o desenvolvimento das propostas. E foi a partir das atividades do
CMMCE que se desdobraram as demais regulações em GEE na cidade.

Em 2008, através do processo licitatório 01-177584-08-29, foi elaborado o primeiro


Inventário Municipal de Emissões de Gases de Efeito Estufa, cobrindo o período de
2000 a 2007. Por meio de seus resultados, as principais fontes emissoras na cidade
foram focalizadas para a proposição de políticas e indicadores de GEE foram
criados.

Em 2009, foi aprovada a Deliberação Normativa COMAM n.º 66, que instituía o
Programa de Certificação em Sustentabilidade Ambiental, que viria a ser o
principal programa voltado ao aumento da eficiência energética de edificações,
além de cobrir aspectos como gestão de águas e resíduos. Sua regulamentação viria
com a Portaria SMMA n.º 6/2012, que definiu os parâmetros de excelência para
concessão de selos Ouro, Prata e Bronze às edificações e os respectivos benefícios
associados a tais selos.

Já em 2010, no lançamento do Planejamento Estratégico de Belo Horizonte para


2030, dentre os Projetos Sustentadores a serem implantados na cidade figuraram as
ações em mobilidade e meio ambiente que serviriam para buscar a meta de
redução de emissões per capita de GEE em 20%, tomando como ano base o ano de
2007.
42

Posteriormente, no início de 2011, a cidade instituiu sua Política Municipal de


Mitigação dos Efeitos da Mudança Climática através da Lei 10.175. A lei destaca
estratégias de mitigação e adaptação e instrumentos econômicos, fiscais e de
controle institucional para que se possa assumir responsabilidades na redução das
emissões dos GEE. Além disso, propõe a formulação e a adoção de planos
envolvendo os órgãos públicos e parcerias com a sociedade civil para a
implementação da política. Ou seja, desde seu lançamento, a política previa não
somente as ações de mitigação a serem gestadas no âmbito do CMMCE mas também
designa explicitamente o componente de adaptação. Portanto, justifica-se sua
inclusão como um dos eixos estratégicos do PREGEE.

Mais recentemente, o Decreto 14.794/12 estabeleceu a formulação de um Plano


Municipal de Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa como meio de
promover a Política Municipal de Mitigação dos Efeitos da Mudança Climática. Ao
institucionalizar o planejamento da redução das emissões em Belo Horizonte,
garante-se a perenidade do PREGEE, coloca-se a gestão municipal à frente do
processo e define-se claramente as responsabilidades pela sua implementação.

Ao longo de todo o processo, o CMMCE deteve a coordenação do tema e sustentou a


legitimidade para ser o núcleo gestor do PREGEE em Belo Horizonte, dada
inicialmente pelo Decreto 12.362/2006, que define o objetivo do CMMCE de
“promover e estimular ações que visem a mitigação das emissões de gases
causadores do efeito estufa (...)”, para atender “a necessidade de serem
implementadas políticas públicas municipais relacionadas às mudanças climáticas”.
Também pelo artigo 40º da Lei 10.175/2011, é função do CMMCE apoiar a
implementação da Política Municipal de Mitigação dos Efeitos da Mudança
Climática. O CMMCE volta a ser formalmente associado ao PREGEE no artigo 4º do
Decreto Municipal 14.794/2012, que estabelece que “a elaboração do Plano
Municipal de Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa será supervisionada
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que constituirá comissão
especialmente designada para a função, coordenada pelo titular da Gerência de
Planejamento e Monitoramento Ambiental, com o apoio do Comitê Municipal sobre
Mudanças Climáticas e Ecoeficiência - CMMCE.”
43

Neste processo de institucionalização da gestão de GEE, duas metas de redução


foram criadas: a Lei 10.175 de 2011 estabeleceu a meta de redução absoluta de
30% das emissões antrópicas de GEE no município para o período entre 2011 e 2015;
já o Planejamento Estratégico e o Decreto 14.794/2012 citam a meta de redução
de emissões per capita de GEE em 20% até 2030, tomando como ano base o ano de
2007. Estas metas claramente se sobrepõem, além de se apresentarem como de
difícil consecução. Logo, um ajuste no marco institucional da gestão de GEE em
Belo Horizonte precisa ser feito, partindo-se de uma outra métrica para a definição
do alvo final de redução: é preciso considerar um cenário de emissões crescentes,
resultante do crescimento da renda e do produto interno bruto, em linha com a
abordagem utilizada na definição da meta nacional de redução frente à Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

3.3 PROCESSOS DO PREGEE

O PREGEE, enquanto política pública de longo prazo, deverá possuir processos


independentes mas inter-relacionados, simultâneos e multidisciplinares. As
atividades que envolvem o gerenciamento de GEE na cidade possuem elementos
técnicos e institucionais, e englobam diagnósticos periódicos do perfil de emissões
da cidade, fomento aos Grupos de Trabalho do CMMCE, acompanhamento de ações
aprovadas de mitigação e adaptação, formulação de novas medidas, levantamentos
de boas práticas sendo experimentadas em outras cidades brasileiras e pelo
mundo, comunicação ampla com a sociedade dos resultados obtidos com o passar
do tempo, etc. Estas atividades serão agrupadas em quatro processos básicos,
conforme a figura abaixo, para manter ativas todas as frentes de trabalho em
sintonia com a meta geral do PREGEE:
44

Inventário*Municipal*de*GEE* Grupos*de*Trabalho*

*
CMMCE* Propostas*

Benchmarking* Acompanhamento*Ins?tucional*

Figura 29. Processos do PREGEE

Cada um dos processos acima compreende um grupo de atividades. O primeiro


processo básico é o Inventário Municipal de GEE e diz respeito a informação
primária sobre a qual se voltam os esforços de redução: a quantificação das
emissões da cidade e a determinação dos indicadores de GEE. Com este processo
internalizado em sua estrutura, o núcleo gestor do PREGEE poderá promover a
atualização do inventário municipal anualmente, de modo que torne-se autônomo
para produzir dados referentes a evolução do perfil de emissões de Belo Horizonte
ao longo do tempo. Este processo constitui-se de quatro atividades:

8 Coleta de dados junto às entidades parceiras, levantando informações


atualizadas sobre as fontes de emissão de GEE inclusas no Inventário
Municipal em conformidade com a metodologia do GPC 2012;
8 Quantificação e relato das emissões para os setores, subsetores e fontes de
emissão inclusos no Inventário. A partir destes cálculos, o núcleo gestor do
PREGEE poderá elaborar relatos voltados a comunidade em geral,
informando a evolução do perfil de emissões da cidade;
8 Monitoramento de indicadores que traduzem a meta de redução de emissões
estipulada pelo marco institucional para 2030;
8 Auditoria independente do Inventário Municipal de GEE, assegurando isenção
quanto aos resultados obtidos e obtendo o respaldo de plataformas
internacionais de divulgação de políticas e performance em GEE.

O segundo processo do PREGEE são as atividades de benchmarking. Planos de


gerenciamento de emissões de GEE estão sendo implantados em todas as regiões do
45

planeta, com diferentes enfoques, conforme já evidenciado anteriormente.


Diversos governos municipais estão definindo metas de redução e
institucionalizando estruturas voltadas a concepção, projeto e monitoramento de
ações mitigadoras e de adaptação às mudanças climáticas.

Neste momento de planejamento de ações, é de grande importância acompanhar o


desenvolvimento e as possibilidades de êxito das iniciativas que ocorrem em
cidades similares, para aprender com seus erros e acertos. Inclusive porque o caso
de Belo Horizonte também estará sob observação destas outras cidades. A
experiência da PBH-SMMA também deverá ser compartilhada, através do
engajamento em plataformas internacionais específicas para o tema. Neste
processo, as atividades foram definidas de três maneiras:

8 Monitoramento de experiências similares no Brasil e no Mundo, mantendo


rotinas de consulta ao andamento de outros planos de gerenciamento de GEE
em curso em outras cidades brasileiras e no exterior, conforme a afinidade
temática e estratégica que as outras cidades apresentem em relação a Belo
Horizonte no campo de mudanças climáticas;
8 Associação a plataformas globais de gestão de GEE, facilitando o acesso a
informação estratégica e ao mesmo tempo divulgando a experiência local
para outros gestores públicos de GEE.;
8 Manutenção de estrutura de relatos afetos ao PREGEE, não somente os
relatórios que venham a ser requeridos após a associação às plataformas
globais de reporte de GEE, mas toda comunicação externa que o núcleo
gestor do PREGEE se veja proposto a fazer. Estas comunicações incluem o
Inventário Municipal de GEE, os relatos direcionados aos GTs, as notas
encaminhadas às mídias impressas da PBH-SMMA, outras apresentações que
venham a ser solicitadas por entidades participantes do PREGEE, etc.

Como terceiro processo, o suporte aos Grupos de Trabalho. Os Grupos de Trabalho


(GTs) constituem os fóruns técnicos para proposição de medidas de redução e
adaptação e devem ser dotados de estrutura de secretaria para que suas discussões
estejam organizadas em conformidade com a pauta do PREGEE. Ou seja, além de
disponibilizar o ambiente para que os encontros aconteçam, o CMMCE deverá
subsidiar os GTs com informações diversas, alimentando e retroalimentando as
46

discussões e gerenciando os encaminhamentos que são definidos nas reuniões. Três


tipos de atividades podem ser listados neste processo:

8 Relacionamento com entidades participantes dos GTs, mapeando os


stakeholders relevantes e assegurando a completa representatividade na
temática de Mudanças Climáticas, com a presença da comunidade
especialista e interessada nas políticas dentro de cada eixo estratégico;
8 Gerenciamento da agenda dos GTs, que possuem uma dinâmica mensal de
encontros, nos quais são relatados os encaminhamentos tomados em
encontros anteriores e novas apresentações são conduzidas de acordo com
uma grade temática pré-estabelecida. Através destes encontros mensais,
fica materializado o fórum democrático de políticas públicas no campo de
Mudanças Climáticas em Belo Horizonte;
8 Definição e processamento de deliberações, identificando os
encaminhamentos apropriados a respeito de cada discussão e a melhor
maneira de evoluir com um determinado assunto;

Como processo final do PREGEE, o Acompanhamento Institucional das propostas


serve como plataforma para institucionalização das políticas públicas climáticas, ao
amparar a efetivação das propostas que foram gestadas em processos anteriores.
Basicamente, o objetivo deste processo é conduzir a identificação da esfera de
responsabilidade por uma determinada ação e qual é o suporte técnico necessário
para viabilizar sua aprovação formal; efetivar a submissão das propostas e
retroalimentar as partes interessadas quanto aos encaminhamentos tomados; e
providenciar qualquer pedido de revisão e/ou esclarecimento solicitado pela esfera
aprovadora. O CMMCE enquanto entidade constituída na PBH-SMMA poderá ser o
proponente das ações ou simplesmente apoiador de outra entidade que venha ser
designada como responsável pela institucionalização de uma medida. Este grupo de
atividades está suscintamente descrito abaixo:

8 Avaliação quanto a competência de aprovação das propostas, o que pode


incluir a preparação de projetos de lei para instituir ou modificar posturas e
logo a mobilização da Câmara de Vereadores para inclusão do projeto em
sua pauta; ou então, a mobilização junto ao COMAM para alteração de
limites nos parâmetros utilizados pela fiscalização ambiental; ainda, pode
47

ser uma questão gerencial como a revisão de procedimentos administrativos


internos de algum órgão da PBH ou de uma empresa concessionária;
também, pode ser necessária a mobilização de estruturas estaduais, no caso
de propostas direcionadas ao atendimento às áreas de risco ou outros
assuntos que envolvam a competência estadual, etc.;
8 Submissão das propostas às esferas apropriadas e suporte à análise das
mesmas, de modo a envidar esforços para promover sua apreciação; o
proponente designado para conduzir o processo deverá acionar as estruturas
apropriadas e manter-se a disposição destas para que a proposta seja
entendida e encaminhada; da mesma maneira, deverá providenciar
esclarecimentos e revisões em conformidade com eventuais solicitações da
esfera aprovadora.

O processo se encerra com a passagem da medida aprovada para a esfera de sua


execução, de sua implantação efetiva. Restará aos analistas do CMMCE monitorar o
impacto das medidas através do Inventário Municipal de GEE e avaliar os rumos do
perfil de emissões em Belo Horizonte.

3.4 ESTRUTURA PARA PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE PROPOSTAS

Partindo-se do princípio da participação popular nas discussões das políticas


públicas municipais, foram sugeridos atores relevantes da administração municipal
e estadual, de empresas públicas e privadas, da sociedade civil organizada e
especialistas técnicos nas áreas a que se refere cada eixo estratégico do PREGEE
para propor, em caráter preliminar, as ações de redução e adaptação. Os atores
relevantes que participaram do processo podem ser conhecidos abaixo.
48

Tabela 4: Entidades participantes do Eixo Estratégico de Transportes

Entidade Nome Cargo


Coordenador.de.Política.
BH#Trans Marcelo.Cintra.do.Amaral
Ambiental.

Secretaria.de.Estado.de.Transportes.e.Obras.Públicas Fabrício.Sampaio. Secretário.Adjunto


Gerente.de.Relações.Institucionais.
Instituto.de.Desenvolvimento.Integrado.de.Minas.Gerais.(INDI) Frederico.Teles.Oliveira
e.Internacionais
Companhia.de.Desenvolvimento.Econômico.de.Minas.Gerais.
Oswaldo.Borges.da.Costa.Filho Diretor.Presidente
(CODEMIG)
Federação.dos.Trabalhadores.em.Transportes.Rodoviários.do.Estado.
José.Theodoro.Guimarães.da.Silva Presidente
de.MG

Instituto.EKOS.para.o.Desenvolvimento.Sustentável Débora.Ester.Santos Diretora.Presidente

Fundação.João.Pinheiro Marilena.Chaves Presidente

FAPEMIG Mario.Neto.Borges Presidente

Organização.Ponto.Terra Ronaldo.Vasconcellos.Novais Presidente

Instituto.Rede.de.Informação.Ambiental.(RIA) Roberto.Teixeira.Maluf. Conselho.Diretor


Coordenadora.de.Grupo.de.
Greenpeace Bárbara.Rubim
Voluntários.BH
Coordenadoria.Estadual.das.Promotorias.de.Justiça.de.Habitação.e.
Marta.Alves.Larcher Promotora.#.Coordenadora
Urbanismo
SMAFIS.#.Secretaria.Municipal.Adjunta.de.Fiscalização#Operação.
Bernadete.Gomes Coordenadora
Oxigênio

CMMCE.#.GT.de.Mobilidade Integrantes.do.GT

Tabela 5: Entidades indicadas para integrar o eixo Energia

Entidade Nome Cargo


URBEL Claudius-Vinícius-Leite-Pereira- Diretor-Presidente

SUDECAP Augusto-Cesar-Pirassinunga Diretor-de-Manutenção

FAPEMIG Mario-Neto-Borges Presidente

Analista-Administrativo-K-
Companhia-de-Gás-de-Minas-Gerais-(GASMIG) Welder-Luiz-de-Souza
Planejamento-Estratégico
Gerente-de-Estruturação-de-
Companhia-Energética-de-Minas-Gerais-(CEMIG) Ezequiel-Teodoro-Elorde
Empreendimentos-Alternativos

4-Cantos-do-Mundo Carolina-de-Moura-Campos Diretora

Instituto-Horizontes Paulo-Zuquim-de-Figueiredo-Neves Diretor-Executivo

Instituto-Sustentar Maria-Auxiliadora-Drumond Diretora-Presidente

Sindicato-da-Indústria-da-Construção-Civil-no-Estado-de-Minas-Gerais-
Luiz-Fernando-Pires Presidente
(SINDUSCON/MG)

FIEMG-K-Grupo-BH-Solar Sérgio-Mariano-da-Silva Presidente

CMMCE-K-GT-de-Energia-e-GT-de-Construções-Sustentáveis Integrantes-do-GT
49

Tabela 6: Entidades indicadas para integrar o eixo Saneamento

Entidade Nome Cargo


SLU Eduardo*Dias*Hermeto Superintendente

Associação*Brasileira*de*Engenharia*Sanitária*e*Ambiental*MG Célia*Regina*Alves*Rennó Presidente


Superintendente*de*Meio*
Companhia*de*Saneamento*de*Minas*Gerais*(COPASA) Tales*Heliodoro*Viana
Ambiente*e*Recursos*Hídricos
Superintendente*da*SUPRAM*
Superintendência*Regional*de*Meio*Ambiente*M*SUPRAM*Central Diego*Koiti*de*Brito*Fugiwara
Central

Fundação*Estadual*de*Meio*Ambiente*(FEAM) Ilmar*Bastos*Santos Presidente

Instituto*Bioterra Luiz*Carlos*Diniz Presidente

FAPEMIG Mario*Neto*Borges Presidente

Instituto*ReciclarMT3 Aguida*Maria*Zanol*Xavier* Diretora*Presidente

Instituto*Terra*Brasilis*de*Desenvolvimento*Sócio*Ambiental Sônia*Elias*Rigueira Presidente

Instituto*Guaicuy*–*SOS*Rio*das*Velhas Marcus*Vinícius*Polignano* Presidente

CMMCE*M*GT*de*Saneamento Integrantes*do*GT

Tabela 7: Entidades indicadas para integrar o eixo Adaptação

Entidade Nome Cargo

FAPEMIG Mario,Neto,Borges Presidente

Superintendente,de,Meio,
Companhia,de,Saneamento,de,Minas,Gerais,(COPASA) Tales,Heliodoro,Viana
Ambiente,e,Recursos,Hídricos

Instituto,Oksigeno Deivison,Cavalcante,Pedroza Presidente

Associação,Ambiental,Onda,Verde Lídio,de,Souza,Cruz, Diretor,Executivo

Associação,Ambiental,e,Cultural,Zeladoria,do,Planeta Fernando,Benício,de,Oliveira,Paula Diretor,Presidente

Instituto,Horizontes Teodomiro,Diniz,Camargos Diretor,Executivo

Associação,Brasileira,de,Engenharia,Sanitária,e,Ambiental,MG Célia,Regina,Alves,Rennó Presidente

Coordenadoria,Estadual,das,Promotorias,de,Justiça,de,Habitação,e,
Marta,Alves,Larcher Promotora,T,Coordenadora
Urbanismo
Paulo,Roberto,Bermudes,Rezende,,
Defesa,Civil,de,MG,T,Coordenadoria,Municipal Diretor,Planejamento
Tenente,PM

SMMA,T,Gerência,de,Gestão,Ambiental,T,GGAM Márcia,Mourão Gerente,de,Gestão,Ambiental

CMMCE,T,GT,de,Saneamento Integrantes,do,GT

O processo de formulação de propostas para o PREGEE empregou os canais abertos


através dos Grupos de Trabalho do CMMCE. Como definido na concepção do Plano,
as propostas se desenvolveram em torno de quatro eixos estratégicos: Transporte,
Energia, Saneamento e Adaptação. Nos encontros dos GTs, em um ambiente de
brainstorming, diversas medidas foram sugeridas e discutidas pelos especialistas
que compõem estes fóruns.
50

Em seguida, tendo recebido e sistematizado todas as propostas oriundas dos Grupos


de Trabalho, a equipe técnica organizou um Workshop no intuito de estabelecer
uma hierarquia de prioridades para todas as propostas sugeridas. A priorização foi
balizada pelos seguintes critérios:

a) Relevância: entendida como potencial de abatimento de emissões de GEE;

b) Responsabilidade: em que medida a proposta relaciona-se com a esfera de


atribuições da própria PBH;

c) Prazo: se a proposta poderá ser implantada no curto (2015), médio (2020) ou


longo prazo (2030 e além); e

d) Co-Benefícios: se a proposta envolve outros ganhos para a cidade no que


tange aos aspectos e impactos ambientais e socioeconômicos.

A partir dali, partiu-se para uma avaliação qualitativa quanto aos riscos que as
propostas apresentavam em suas dimensões política, de disponibilidade financeira,
de efetividade, de prazo e outros riscos institucionais. Esta avaliação se deu
também de forma participativa, novamente utilizando os Grupos de Trabalho do
CMMCE e outras entidades convidadas, no formato de oficinas temáticas. Como
resultado desta nova rodada de apreciação das propostas, algumas medidas foram
aglutinadas enquanto outras foram reformuladas. Ao término das oficinas havia 42
propostas que são transmitidas na íntegra nos Anexos deste relatório.

3.5 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE PROPOSTAS

As propostas oriundas das oficinas temáticas, já tendo sua dimensão qualitativa


avaliada pelo governo, sociedade civil e setor privado, passaram para uma análise
quantitativa pela equipe técnica, à exceção das propostas do Eixo Estratégico de
Adaptação, que não tinham caráter mitigatório e portanto não proporcionam
redução de emissões.

Primeiramente as propostas foram desdobradas em medidas de mitigação. Feito


isso, buscou-se quantificar o potencial de redução de emissões de cada medida e
seu respectivo custo ou benefício social, sempre que possível.
51

Para a avaliação do potencial de redução de emissões de cada medida, considerou-


se como referência a participação (%) média de cada fonte no total de emissões
apuradas Inventário Municipal de GEE para o período de 2008 a 2010. Quando
possível, foi então calculado o impacto máximo potencial de cada medida sobre as
emissões totais do município. Assumiu-se que a participação relativa (%) de cada
fonte no perfil de emissões do município seria constante ao longo do tempo na
ausência das medidas propostas.

Para a avaliação da eficiência de custos das medidas elencadas dentro de cada


proposta, este trabalho valeu-se de estudo desenvolvido pelo Banco Mundial
intitulado Brazil Low-carbon Country Case Study (DE GOUVELLO, 2010). No referido
estudo foram analisadas oportunidades de redução de emissão ou aumento de
captura de GEE em quatro setores, nomeadamente, Uso e Mudança do Uso do Solo,
Energia, Transporte e Resíduos. Para tanto, com base em modelos e projeções,
foram construídos cenários de emissão para o período 2009 a 2030 e, então, foram
exploradas opções de mitigação e sequestro.

Para determinar a viabilidade das opções de mitigação identificadas, foram


considerados de maneira anualizada os investimentos, custos de operação e
receitas associadas a cada uma das medidas estudadas (considerando o período de
2009 a 2030). O mesmo foi feito para o correspondente tecnológico da linha de
base, isto é, o fluxo de caixa para as tecnologias usuais no cenário de referência. A
subtração do resultado monetário anual das medidas e do seu correspondente no
cenário de referência permite conhecer os custos ou benefícios econômicos
incrementais anuais do cenário de baixo carbono em comparação com o cenário de
referência. Feito isso, foi calculado o valor presente líquido (VPL)5 (base 2009) dos
custos ou benefícios incrementais de cada medida. Finalmente, dividindo-se o VPL
calculado pela redução de emissão esperada das medidas no período 2009 – 2030,
calculou-se o denominado custo de abatimento marginal (Custo de Abatimento
Marginal (Marginal Abatement Cost – MAC), em USD/tCO2e.

5
O valor presente líquido representa o valor atual de um determinado investimento somado aos pagamentos
futuros no mesmo projeto, considerando juros. É um dos principais indicadores de atratividade econômica e
financeira na análise de novos empreendimentos. No caso do estudo de DE GOUVELLO (2010), a taxa de
desconto considerada foi de 8% a.a.
52

Para o cálculo do VPL dos custos ou benefícios incrementais, DE GOUVELLO, 2010,


utilizou o que denomina de “abordagem social”. A “abordagem social” pressupõe a
comparação da eficiência de custos das diferentes opções de mitigação
apresentadas de maneira inter-setorial. São considerados os custos ou receitas para
a sociedade a partir de uma ótica ampla e não apenas àqueles atribuíveis ao poder
público.

Vale ponderar que no cálculo do VPL, DE GOUVELLO, 2010 considera apenas custos
monetários e eventuais receitas das medidas avaliadas. O autor reconhece,
contudo, que há externalidades não consideradas no cálculo do VPL que podem ser
chave no processo de tomada de decisão (por exemplo, os benefícios econômicos
decorrentes da melhora da mobilidade urbana a partir de investimentos em BRT
não podem ser capturados nessa análise).

No presente trabalho, foram atribuídos custos de abatimento marginal às medidas


de mitigação oriundas das propostas do PREGEE a partir da avaliação de sua
equivalência com opções do estudo de DE GOUVELLO, 2010. Assim, visou-se avaliar
os custos da implementação das medidas propostas não apenas sob a perspectiva
da Prefeitura de Belo Horizonte, mas sob ótica de seus impactos transversais sobre
a sociedade.

Com o intuito de subsidiar a formulação de políticas climáticas do município, foi


elaborada uma Curva de Custo de Abatimento Marginal (Marginal Abatement Cost
Curve – MACC). Usada extensivamente para analisar políticas de mitigação
climática, a MACC representa de modo gráfico a atratividade econômica e
financeira das opções de mitigação frente ao tamanho do seu potencial de redução
de emissões. Na MACC aqui elaborada, foram consideradas apenas as medidas para
as quais foi possível determinar o impacto sobre as emissões municipais e atribuir
um custo de abatimento marginal.

A tabela abaixo resume os resultados dos desdobramentos das propostas em


medidas de mitigação e da quantificação de impacto máximo sobre emissões do
município e custo de abatimento marginal. Foram quantificadas 16 medidas de
mitigação, desdobradas a partir de 11 propostas oriundas dos GTs do CMMCE. Nota-
se que as medidas quantificadas, tomadas em conjunto, perfariam um impacto
53

máximo de abatimento de 34,82% das emissões do município. O impacto e a curva


de abatimento marginal destas medidas estão representados graficamente a seguir.

Tabela 8. Desdobramentos das propostas em medidas de mitigação, quantificação de impacto


máximo sobre emissões do município e custo de abatimento marginal.

Impacto*
Custo*de*
máximo*sobre* Impacto**
abatimento*
Proposta* Medida*de*mitigação* emissões* cumulativo*
marginal*
municipais* (%)*
(USD/tCO2e)*
totais*(%)*
E4& &Iluminação&residencial&& 0,03%& 0,03%& &(119,00)&
&Aquecimento&solar&térmico&
E1& 5,26%& 5,29%& &(54,00)&
comercial/industrial&&
E4& &Iluminação&comercial&& 0,04%& 5,33%& &(52,00)&
E4& &Refrigeradores&residenciais&& 0,69%& 6,02%& &(41,00)&
!Ampliação*do*tratamento*de*
S3& 2,82%& 8,84%& &(34,00)&
resíduos&orgânicos&&
S2& !Ampliação*da*coleta*seletiva*& 2,14%& 10,98%& &(34,00)&
&Subtituição&de&Diesel&por&gás&
E7& natural&nos&setores&comercial& 0,91%& 11,89%& &(20,00)&
e&industrial&&
&Substituição&de&GLP&por&gás&
E7& natural&nos&setores&comercial,& 0,76%& 12,66%& &(20,00)&
residencial&e&industrial&&
&Substituição&de&óleo&
E7& 0,18%& 12,83%& &(20,00)&
combustível&por&gás&natural&&
&Medidas&de&eficiência&
E3/5&+E2& 2,99%& 15,82%& &(13,00)&
energéticas&em&edificações&&
&Destruição&gás&de&aterro&
S5& 0,08%& 15,90%& &2,87&&
sanitário&&
&Substituição&de&óleo&
E7& 0,60%& 16,50%& &3,00&&
combustível&por&biomassa&&
E1& &Aquecimento&solar&residencial&& 0,39%& 16,89%& &4,00&&
&Tratamento&de&efluentes&e&
S6& 0,80%& 17,69%& &10,40&&
destruição&de&metano&&
&Coleta&e&tratamento&com&
destruição&de&biogás&dos&
S7& esgotos&lancados&em&corpos& 0,13%& 17,82%& &10,40&&
hídricos&e&tratados&em&
sistemas&isolados&&
T2& PlanMobIBH&& 17,00%& 34,82%& &33,00&&
54

Figura 30. Curva de custo de abatimento marginal


Nota-se no gráfico que a medida mais significativa do ponto de vista de potencial
máximo de redução de emissões corresponde ao conjunto de ações do Plano de
Mobilidade Urbana (PlanMob-BH – Cenário de investimentos plenos até 2020), sendo
esta também a medida com maior custo de abatimento marginal. Considerando
que, como mencionado anteriormente, as externalidades positivas dos
investimentos em BRT não foram consideradas na análise de DE GOUVELLO (2010),
e que o município já está empenhado com os recursos para o PlanMob-BH, revela-
se uma conjuntura positiva para uma ampla implantação do PREGEE, visto que já
há o comprometimento com ações que reduzirão 17% das emissões projetadas para
Belo Horizonte caso o cenário de investimentos plenos se concretize.

Adicionalmente, é também positivo notar que ações que apresentam custo


marginal negativo poderiam reduzir até 15,8% das emissões projetadas para o
município. Estas ações, dessa forma, podem ser vistas como oportunidades de
redução de custos na economia municipal e por si só viabilizam sua implantação.
Isto é, são na realidade medidas de eficiência econômica que apresentam como co-
benefício a redução das emissões de GEE. Portanto, essas devem ser o alvo
prioritário das políticas de mitigação de mudanças climáticas do município após o
PlanMob-BH.

Dente as medidas com custo marginal negativo, nota-se de maneira mais


preponderante as seguintes medidas: aquecimento solar térmico nos setores
comercial e industrial (pois podem deslocar combustíveis intensos em GEE),
aumento de eficiência energética de refrigeradores residenciais, ampliação do
tratamento de resíduos orgânicos, ampliação da coleta seletiva, substituição de
outros combustíveis fósseis por gás natural em fontes estacionárias e outras
medidas de eficiência energética em edificações.

55
4. RECOMENDAÇÕES

Claramente, o sistema de transportes é o maior contribuinte ao Inventário


Municipal de GEE e a grande preponderância do modal rodoviário nesse sistema faz
com que os principais combustíveis empregados na frota rodoviária (Óleo Diesel,
Gasolina Automotiva e Etanol) tenham papel central na definição das categorias
chave do Inventário. Qualquer alteração na dinâmica de preços desses combustíveis
surtirá efeitos significativos sobre os resultados das emissões de GEE, dada a forte
dependência que o sistema de transportes da capital mineira tem em relação à
frota rodoviária.

Para reduzir a exposição do Inventário Municipal ao risco da variação no cenário de


preços de alguns poucos combustíveis, faz-se necessário expandir as opções de
transporte e mobilidade com menor intensidade de emissões. Também não poderá
ser descartada a possibilidade de aumentar as restrições ao uso de veículos leves
movidos a Gasolina. Buscar meios de incentivar o transporte coletivo em
detrimento do transporte privado é uma realidade comum a qualquer grande
centro urbano mundial, seja ele industrializado, emergente ou em
desenvolvimento. Nesse cenário, a lógica econômica deve ser usada no sentido de
encarecer os modais de maior emissão para permitir a viabilização dos modais
menos intensos em GEE.

A curva de abatimento marginal de emissões (MACC) é um valioso instrumento para


a priorização de políticas e medidas de mitigação. Contudo, os custos de
abatimento atribuídos às medidas do PREGEE foram aqueles de DE GOUVELLO, 2010
que calculou de maneira genérica uma série de medidas passíveis de adoção em
nível nacional entre 2009 e 2030. Idealmente, deve ser realizada uma análise
específica das medidas propostas em nível municipal. Assim, a MACC aqui
apresentada serve apenas como referência para filtrar aquelas medidas que devem
ser ainda mais desdobradas e avaliadas. Como próximos passos recomenda-se:

• Definição de metodologia municipal para construção de MACC para projetos


e políticas de mitigação;

56
• Desdobramento das medidas aqui indicadas como prioritárias (com custo
marginal negativo) e nova avaliação de potencial de redução de emissão e
custo de abatimento marginal.

Além de possibilitar o núcleo gestor do PREGEE gerenciar e priorizar medidas e


projetos, os passos acima permitirão que seja possível auxiliar a Administração
Municipal na aferição e comparação dos potenciais de abatimento resultantes de
intervenções planejadas pelo Executivo.

Uma recomendação a ser feita sobre a meta de redução de Belo Horizonte: é


necessário ajustar o marco regulatório vigente, que encontra-se com enunciados
inconsistentes. A Lei 10.175 de 2011 estabeleceu a meta de redução absoluta de
30% das emissões antrópicas de GEE no município para o período entre 2011 e 2015.
Contudo, outro documento da Administração Municipal, o Planejamento Estratégico
de Belo Horizonte para 2030, traz uma outra métrica para redução das emissões:
redução em termos relativos (emissões per capita) em 20% até 2030, tomando o
ano de 2007 como ano-base (o que significa trazer a taxa de emissões para 1,05
tCO2e por habitante/ano). Esta mesma meta foi também destacada no Decreto
14.794 de 2012, que estabeleceu a elaboração do PREGEE.

Além da necessidade de tornar os marcos legais consistentes entre si, é mister


avaliar a factibilidade das metas e compromissos estabelecidos. Nesse sentido,
destacamos que a Lei 10.175 de 2011 estabelece metas absolutas. Contudo, quando
enunciado que o PlanMob-BH reduzirá 17% de emissões, essas reduções ocorrem
sobre um cenário de referência que prevê o crescimento absoluto das emissões por
transporte entre 2010 e 2020. Ademais, os benefícios do PlanMob-BH se
manifestarão de maneira íntegra apenas em 2020 no cenário de investimentos
plenos, portanto não seria possível que tais ações contribuíssem para o horizonte
estipulado na referida legislação (até 2015).

Na mesma linha, as medidas com custos marginais negativos adicionam outros 16%
ao potencial de redução de emissões do município frente ao cenário referencial
(que pressupõe a possibilidade de crescimento absoluto de emissões). E ainda,
como estas medidas não possuem horizonte temporal definido para sua

57
implantação efetiva, também não é possível neste momento determinar com
clareza qual é a redução que essas medidas efetivamente atingirão.

Dessa forma, a meta definida através da Lei 10.175/2011, em termos absolutos,


dificilmente será alcançada, sobretudo num cenário em que as emissões totais são
crescentes. E quanto a meta definida pelo Planejamento Estratégico e endossada
pelo Decreto 14.794/2012, seria necessário alterar o ano-base de 2007 para o ano
de referência (2030), criando uma linha de base ou tendência de emissões sobre a
qual os esforços de redução em 20% das emissões per capita incidirão. Assim, as
medidas relacionadas neste PREGEE poderão atender e possivelmente ultrapassar o
enunciado de tal meta.

Um segundo aspecto relevante envolvendo as metas estabelecidas sobre um


cenário de referência, projetado no futuro, é o alinhamento que esta abordagem
apresenta com a Política Nacional de Mudanças Climáticas, que propôs a redução
das emissões brasileiras de GEE entre 36,1% a 38,9% em relação às emissões
projetadas para 2020. O Estado do Rio de Janeiro também buscou a abordagem de
redução a partir de uma linha de base ou cenário futuro.

Não obstante a nova redação da meta de reduções para Belo Horizonte, um


procedimento de quantificação das medidas deve ser estabelecido no CMMCE, para
elaboração de uma curva MACC específica das ações concretas que sejam
aprovadas e postas em execução no município.

58
ANEXO 1 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE TRANSPORTES

59
Eixo1Estratégico1de1Transportes
Diretriz: Medidas$previstas$no$PlanMob$P$Cenário$de$Investimentos$Plenos$até$2020

Propostas1Constantes1desta1Diretriz
1.$Implantação$dos$sistemas$de$BRT$nas$Avenidas$Antônio$Carlos,$Cristiano$Machado$e$Pedro$II
2.$Ampliação$da$quantidade$de$faixas$exclusivas$para$ônibus
3.$Ampliação$das$linhas$de$ônibus$seletivas$(veículos$com$ar$condicionado$em$que$todos$os$passageiros$viajam$sentados)
4.$Implantação$de$sistema$de$informações$em$tempo$real$sobre$circulação$de$ônibus
5.$Implantação$das$linhas$1,$2$e$3$do$metrô
6.$Intervenções$previstas$pelo$VIURBS
7.$Implantação$da$rede$de$ciclovias$P$total$de$360$km
8.$Implantação$de$sistema$de$bicicletas$públicas$(rede$de$aluguel/empréstimo$de$bicicletas$em$áreas$estratégicas)
9.$Implantação$de$rede$de$caminhamento$a$pé
10.$Integração$física$e$tarifária$dos$sistemas$de$transporte$público

Fundamentação1das1Propostas:
Belo$Horizonte$e$as$cidades$de$sua$Região$Metropolitana$vêm$experimentando$na$última$década$um$elevado$crescimento$nas$frotas$de$
automóveis$e$motocicletas,$com$o$consequente$aumento$do$número$de$viagens$realizadas$pelos$modos$privados$e$a$redução$relativa$das$
viagens$utilizando$modos$de$transporte$coletivo.$Adicionalmente,$as$interações$entre$os$fluxos$de$passageiros$e$o$sistema$de$distribuição$de$
mercadorias$aumentam$a$percepção$de$mobilidade$ineficiente$ou$conflituosa.$
A$melhoria$da$infraestrutura$do$transporte$coletivo$e$dos$modos$não$motorizados$é$uma$direção$inevitável.$Este$grupo$de$medidas$visa$
combinar$modais$de$emissão$zero$(ciclovias$e$redes$de$caminhamento$a$pé)$com$modais$de$alta$densidade$de$transporte$(BRTs$e$demais$
linhas$de$ônibus)$para$assegurar$segurança$e$atratividade,$incentivando$uma$ampla$adesão$da$sociedade.$$A$população$deve$desenvolver$o$
interesse$pelo$sistema$de$transporte$público$não$somente$pela$lógica$econômica.$TrataPse$de$investir$na$melhoria$de$qualidade,$rapidez$de$
viagem$e$aumento$de$confiabilidade$no$sistema$de$transporte$público,$o$que$também$é$fundamental$para$deslocar$veículos$leves$a$gasolina.$O$
sistema$de$transporte$público$deve$ser$capaz$de$promover$melhor$qualidade$de$vida$à$população$ao$integrar$o$transporte$coletivo$às$ciclovias$
e$redes$de$caminhamento$a$pé.
A$integração$física$e$tarifária$dos$sistemas$de$transporte$público$é$uma$grande$facilidade$ao$usuário,$e$sobretudo$ao$usuário$turista$uma$
enorme$simplificação.$Com$o$uso$de$"passes"$específicos$para$estudantes,$trabalhadores,$usuários$avulsos,$turistas$e$etc,$seria$possível$
estabelecer$faixas$diferenciadas$de$tarifação,$além$de$conhecer$melhor$o$usuário$do$sistema$público.$

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1estas1medidas:
Promover$uma$ampla$comunicação$das$ações$em$andamento$no$âmbito$no$PlanMob$para$os$integrantes$do$GT$de$Mobilidade,$para$gerar$
visibilidade.$
Fomentar$discussões$acerca$de$novas$oportunidades$dentro$do$PlanMob.
Avaliação1Qualitativa
Em$relação$às$medidas$previstas$no$PlanMob$de$BH,$incluindo$os$sistemas$de$BRT,$setores$da$sociedade$sentem$que$não$houve$muitos$
esforços$de$consulta$pública,$portanto$algumas$ações$encontram$questionamentos,$como$é$o$caso$do$BRT$da$Pedro$II.$A$ampliação$das$faixas$
de$ônibus$gerará$protestos$de$usuários$de$outros$tipos$de$veículos.$Estruturas$de$ciclovia$subPutilizadas$poderiam$trazer$descrédito$às$
iniciativas$de$ampliação$desta$malha.$Na$integração$físicaPtarifária$dos$sistemas$de$transporte,$alguma$oposição$poderia$ser$sentida$entre$os$
concessionários$das$linhas.$
Para$manter$um$sistema$de$informação$em$tempo$real$sobre$circulação$de$ônibus$no$máximo$de$pontos$possíveis,$será$necessário$considerar$
a$manutenção$destes$pontos$uma$vez$que$o$vandalismo$e$a$depredação$do$patrimônio$público$pode$afetar$a$disponibilidade$e$utilidade$da$
rede$de$informações.$Mas$em$geral$as$propostas$nesta$diretriz$já$possuem$recursos$assegurados.$
Em$relação$ao$BRT$da$Avenida$Pedro$II,$é$preciso$fazer$a$integração$com$o$resto$do$sistema.$Medidas$como$faixas$exclusivas$para$ônibus$
precisam$de$mecanismos$de$fiscalização.$Algumas$linhas$seletivas$poderiam$estar$com$subPutilização,$e$as$ciclovias$precisam$fazer$sentido$para$
a$população,$é$preciso$contar$com$rotas$atrativas$do$ponto$de$vista$dos$deslocamentos$diários$das$pessoas.$Algum$incentivo,$bem$como$
informação,$serão$necessários$para$alavancar$o$uso$dos$sistemas$de$bicicletas.$

Riscos$relacionados$a$prazos$são$baixos,$conforme$cronogramas$físicos$e$financeiros$já$aprovados$até$2020.$

Avaliação1Quantitativa

Potencial$de$Redução$de$Emissões: 17%
Custo$de$Abatimento$Marginal: Para$Sistemas$BRT:$ USD$33$/tCO2e
Para$Sistemas$de$Ciclovias:$ USD$1$/tCO2e
Para$Outras$Medidas$de$Otimização$de$Tráfego:$ (USD$1)$/tCO2e
Para$Redes$de$Caminhamento:$ Não$determinado

60
Eixo1Estratégico1de1Transportes

Diretriz: Melhoria$da$infraestrutura$de$transporte$público

Propostas1Constantes1desta1Diretriz
1.$Implantação$das$Operações$Urbanas$Consorciadas,$formatadas$para$proporcionar$impacto$positivo$na$mobilidade$urbana
2.$Implantação$de$linhas$de$trens$urbanos$metropolitanos
3.$Expansão$do$metrô$(todas$as$5$linhas$previstas$no$PDDI$da$RMBH)$ou$Veículo$Leve$sobre$Trilhos$ou$Monotrilho
4.$Elaboração$de$Estudos$de$Engenharia$de$Valor$(EEV)$para$os$grandes$investimentos$em$mobilidade

Fundamentação1das1Propostas:
Claramente,$a$preponderância$do$sistema$de$transportes$entre$os$contribuintes$do$Inventário$Municipal$de$GEE$evidencia$a$forte$dependência$
que$a$economia$da$capital$mineira$tem$em$relação$à$sua$frota$rodoviária.$Desta$maneira,$o$perfil$de$emissões$de$GEE$da$cidade$está$
fortemente$exposto$ao$risco$da$variação$de$preços$de$alguns$poucos$combustíveis,$isto$é,$em$poucos$anos$a$quantidade$de$GEE$emitida$por$
ano$em$Belo$Horizonte$pode$duplicar$em$função$de$fatores$totalmente$alheios$aos$esforços$da$administração$municipal.$Não$somente$pelo$
perfil$de$emissões$de$GEE$mas$sobretudo$pela$mobilidade$urbana$e$fluidez$da$economia$municipal,$fazdse$necessário$expandir$as$opções$de$
transporte$com$menor$intensidade$de$emissões.

No$cumprimento$desta$diretriz$vital$à$diversificação$do$sistema$de$transportes$de$Belo$Horizonte,$a$aproximação$a$outros$níveis$de$governo$se$
faz$essencial.$Tratadse$de$grandes$intervenções$urbanas$e$em$geral$metropolitanas,$com$potencial$de$causar$impacto$significativo$no$sistema$
de$mobilidade.$São$medidas$que$podem$evitar$ou$encurtar$viagens,$incluir$novos$modais$de$transporte$e$ainda$agregar$valor$aos$grandes$
investimentos$em$mobilidade.$Projetadse$para$Belo$Horizonte$um$cenário$no$qual$as$opções$de$mobilidade$serão$mais$diversas,$sendo$que$as$
opções$de$menor$carga$ambiental$associada$deverão$ser$incentivadas.

Na$lógica$de$otimização$de$recursos$e$aumento$de$valor$dos$investimentos$públicos,$as$medidas$estruturais$precisam$ser$verificadas$de$forma$
sistêmica$para$evitar$impactos$indesejados$na$qualidade$de$vida$da$cidade$ou$desequilíbrio$econômico.$Portanto,$instituir$procedimentos$para$
submeter$projetos$estratégicos$a$estudos$de$Engenharia$de$Valor$seria$uma$boa$prática$na$administração$pública.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1estas1medidas:
Solicitar$a$inclusão$na$pauta$de$discussões$do$GT$de$Mobilidade$do$CMMCE$uma$série$de$apresentações$sobre$(i)$Operações$Urbanas$
Consorciadas$e$seus$impactos$sobre$a$mobilidade$urbana;$(ii)$a$implantação$de$trens$urbanos$metropolitanos;$(iii)$as$medidas$previstas$no$
PDDIdRMBH$e$seu$cronograma$de$implantação.$$$$$$$$$$$$

Avaliação1Qualitativa
As$medidas$em$geral$apresentam$potencial$de$estímulo$econômico,$sendo$de$interesse$de$usuários$do$sistema$de$transporte$e$de$todos$os$
atores$econômicos.$Portanto,$os$riscos$políticos$são$positivos.
As$medidas$são$de$grande$custo$e$requerem$grandes$investimentos,$que$terão$de$ser$aportados$por$várias$esferas,$públicas$e$privadas.$
Algumas$entidades$podem$se$abster$do$processo$e$prejudicar$os$demais$investimentos.$

Tratando$das$operações$consorciadas,$os$empreendedores$podem$não$ser$atraídos$pela$engenharia$econômicadfinanceira$dos$projetos.$Mas$
sobretudo$a$efetividade$irá$depender$do$engajamento$das$esferas$de$governo$federal$e$estadual,$pois$são$intervenções$metropolitanas.$
Também,$caso$somente$algumas$medidas$estruturais$sejam$implantadas,$não$será$completa$a$regionalização$efetiva$do$sistema$de$
transportes.$
Os$riscos$mencionados$acima$são$potencialmente$relevantes$para$provocar$atrasos$significativos.$A$necessidade$de$ter$todas$as$partes$em$
perfeito$alinhamento$é$um$risco$considerável.$

Os$riscos$institucionais,$como$colocado$na$análise$de$riscos$políticos,$não$será$conflituoso$haja$visto$o$impacto$sócioeconômico$positivo$destas$
medidas.$No$entanto$o$envolvimento$de$outras$esferas$de$governo$adiciona$complexidade$à$implantação$das$propostas.$

Avaliação1Quantitativa

Potencial$de$Redução$de$Emissões: Não$determinado.

Custo$de$Abatimento$Marginal: Para$Investimentos$em$Modais$Ferroviários:$ USD$91$/tCO2e


Para$Operações$Urbanas$Consorciadas:$ Não$determinado
Para$Estudos$de$Engenharia$de$Valor:$ Não$determinado

61
Eixo1Estratégico1de1Transportes

Diretriz: Transporte#público#subsidiado

Propostas1Constantes1desta1Diretriz
1.#Tarifas#subsidiadas#no#sistema#de#transporte#coletivo
2.#Redução#da#quantidade#e#aumento#de#tarifa#para#vagas#de#estacionamento#rotativo#para#veículos#leves#em#áreas#saturadas
3.#Aumento#de#restrições#para#liberação#de#alvarás#ou#sobretaxa#para#empreendimentos#privados#de#estacionamentos#em#áreas#saturadas
4.#Instituição#de#pedágio#para#veículos#leves#em#áreas#e#horários#saturados
5.#Instituição#de#rodízio#de#placas#em#áreas#e#horários#saturados

Fundamentação1das1Propostas:

Para#deslocar#veículos#leves#a#gasolina,#principais#contribuintes#do#Inventário#Municipal#de#Emissões#de#GEE,#o#uso#de#instrumentos#
econômicos#será#fundamental.#Os#subsídios#são#intervenções#para#tornar#o#sistema#de#transporte#público#mais#barato,#aumentando#o#
interesse#da#população#pelo#mesmo#através#de#uma#lógica#econômica.#E#para#assegurar#recursos#contra#tal#desoneração,#esta#mesma#diretriz#
incorpora#medidas#de#desincentivo#econômico#ao#uso#de#veículos#leves.#Estas#medidas#de#desincentivo#são#basicamente#a#redução#de#vagas#e#
encarecimento#de#tarifas#de#estacionamentos#rotativos#e#privados,#com#fortes#restrições#em#áreas#de#grande#saturação,#e#instituição#de#
pedágios.

A#disponibilidade#de#estacionamentos#rotativos#em#determinadas#áreas#deverá#ser#reduzida#para#dar#espaço#aos#sistemas#coletivos#enquanto#
em#outras#áreas#as#vagas#teriam#suas#tarifas#ajustadas#para#compensar#os#efeitos#de#arrecadação#e#para#servir#ao#programa#de#subsídio#do#
sistema#de#transporte#público.#Na#mesma#linha,#tendo#conhecimento#da#experiência#de#outras#cidades#com#sistemas#de#pedágio#urbano#e#
tributação#diferenciada#de#estacionamentos#privados#em#áreas#saturadas,#instituir#novas#fontes#de#receitas#que#sirvam#à#redução#de#preços#do#
sistema#coletivo.#O#rodízio#de#placas#não#é#um#instrumento#econômico#mas#antes#uma#medida#restritiva#do#uso#de#veículos#que#
eventualmente#pode#gerar#receitas#através#de#multas#aplicadas#a#infratores#do#rodízio.#
Por#outro#lado,#para#além#da#questão#de#identificar#fontes#de#recursos,#é#preciso#discutir#qual#modalidade#de#transporte#coletivo#em#operação#
na#cidade#de#Belo#Horizonte#receberá#prioridade#para#subsídio,#e#como#será#o#formato#do#mesmo.#A#escolha#entre#os#diferentes#tipos#de#linhas#
de#ônibus#ou#o#metrô#para#receber#subsídios#tarifários#deve#considerar#aspectos#como#aumento#da#capacidade#de#transporte,#redução#de#
impactos#ambientais#e#efeitos#econômicos#positivos.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1estas1medidas:
Solicitar#a#inclusão#na#pauta#de#discussões#do#GT#de#Mobilidade#uma#série#de#apresentações#sobre#(i)#as#estratégias#da#BHTrans#para#a#gestão#
de#estacionamentos#rotativos;#(ii)#o#processo#de#aprovação/licenciamento#de#estacionamentos#privados#e#sua#forma#de#tributação;#(iii)#
experiências#no#Brasil#e#no#mundo#de#cidades#que#implantaram#pedágios#urbanos.###

Fomentar#a#discussão#sobre#qual#modalidade#de#transporte#coletivo#deveria#receber#prioridade#num#programa#de#subsídio#de#tarifas.#

Avaliação1Qualitativa
As#propostas#de#restrição#e#encarecimento#dos#estacionamentos#apresentam#alto#risco#político,#em#geral#a#população#repudia#tais#medidas#
pois#usa#com#frequencia#os#estacionamentos.#Em#relação#aos#empreendimentos#privados,#o#lobby#do#setor#sobre#o#sistema#político#já#se#
evidencia#pela#aprovação#de#dispositivos#legais#que#não#restrinjam#as#vagas.#Quanto#ao#pedágio,#há#a#percepção#social#de#que#mais#uma#taxa#
será#criada#numa#economia#com#excesso#de#tributação.#No#entanto,#por#outro#lado,#a#redução#de#preços#no#transporte#público#terá#um#
impacto#político#bastante#positivo.
Quanto#a#disponibilidade#financeira,#uma#vez#que#o#programa#de#subsídio#seja#criado#a#partir#de#fontes#de#financiamento#específicas,#o#risco#
de#disponibilidade#financeira#é#reduzido.#Primeiramente#devem#ser#estudadas#as#medidas#de#arrecadação#para#depois#estudar#as#medidas#de#
subsídio.##
Os#estacionamentos#rotativos#apresentam#índices#de#inadimplência#de#80%,#ou#seja,#a#arrecadação#não#será#efetiva#se#o#controle#for#
deficiente.#Mas#há#uma#grande#expectativa#de#adesão#da#população#com#a#redução#de#preço#das#passagens.#Portanto,#caso#os#concessionários#
se#apropriarem#de#parte#excessiva#do#subsídio#e#o#mesmo#não#for#sentido#de#forma#significativa#pelo#usuário,#a#credibilidade#e#efetividade#do#
programa#serão#impactadas.
O#programa#de#subsídio#e#suas#medidas#de#apoio#econômico#precisam#de#uma#estrutura#mínima#de#controle#que#requer#tempo#para#ser#
plenamente#instaurados.#Além#disso#e#da#questão#política,#não#há#elementos#que#possam#aumentar#os#riscos#relacionados#a#prazos.##

De#forma#similar#à#análise#política,#a#análise#institucional#indentifica#os#atores#que#serão#contra#o#pacote#de#medidas#de#restrição#aos#veículos#
leves#(usuários#em#geral,#proprietários#de#estacionamentos,#comerciantes,#frotistas,#etc)#e#os#atores#que#serão#beneficiados,#naturalmente#em#
maior#número#que#os#primeiros#(usuários#atuais#e#futuros#do#sistema#de#transporte#público).#Portanto,#pela#notoriedade#que#estas#medidas#
proporcionam,#certamente#uma#mobilização#política#mais#decisiva#será#necessária.#

Avaliação1Quantitativa

Potencial#de#Redução#de#Emissões: Não#determinado.

Custo#de#Abatimento#Marginal: Não#determinado.#

62
Eixo1Estratégico1de1Transportes

Diretriz: Promover&a&atualização&tecnológica&da&frota&circulante&na&cidade

Propostas1Constantes1desta1Diretriz
1.&Regulamentação&de&um&Selo&Verde&para&veículos&de&baixa&emissão
2.&Formular&propostas&de&incentivo&(ou&desoneração)&de&veículos&e&combustíveis&de&baixa&emissão&e&renovação&de&frota
3.&Restrição&de&circulação&de&veículos&de&alta&emissão&de&poluentes&em&áreas&saturadas
4.&Implantação&da&Inspeção&Veicular&de&Frota,&num&modelo&que&garanta&respeito&aos&limites&de&emissão&regulamentares
5.&Inclusão&de&veículos&de&menor&impacto&ambiental,&sobretudo&quanto&a&emissão&de&GEE,&no&sistema&de&transporte&coletivo,&taxi&e&escolar
6.&Inclusão&de&veículos&de&menor&impacto&ambiental&nas&frotas&dos&poderes&públicos&em&circulação&no&município

Fundamentação1das1Propostas:
TrataZse&de&desenvolver&um&pacote&de&medidas&que&promovam&e&gerem&incentivos&ao&uso&de&veículos&de&baixa&emissão.&Estas&medidas&
incluem&também&o&desincentivo&ao&uso&de&veículos&obsoletos&ou&em&mal&estado&de&manutenção.&O&objetivo&final&será&o&de&incluir&na&frota&de&
veículos&da&cidade&tecnologias&que&reduzam&a&dependência&em&relação&à&gasolina&automotiva.&EsperaZse&ainda&que&os&diferentes&níveis&de&
governo&sediados&na&cidade&evidenciem&seu&comprometimento&com&as&políticas&de&controle&de&GEE,&ao&adotar&esta&diretriz&nas&frotas&
gerenciadas&por&eles&e&em&suas&próprias&frotas.

A&introdução&de&novas&tecnologias&no&sistema&de&transporte&e&na&frota&apresenta&melhor&potencial&de&abatimento&de&GEE&do&que&as&medidas&
de&restrição&ou&desincentivo&de&uso&de&tecnologias&existentes,&pois&promoveria&deslocamento&direto&de&combustíveis&fósseis&relevantes&no&
Inventário&Municipal&de&emissões.&Neste&sentido,&tecnologias&que&substituam&combustíveis&fósseis&por&biodiesel,&diesel&celulósico,&etanol&e&
outros&biocombustíveis&representam&oportunidades&para&o&curto&e&médio&prazo.&Ainda,&podem&ser&considerados&modelos&híbridos&que&
combinem&mais&de&um&combustível&e/ou&eletricidade,&capazes&de&aumentar&a&eficiência&dos&veículos&de&forma&considerável.&Nas&frotas&
gerenciadas&pela&administração&municipal,&como&os&ônibus,&os&taxis&e&os&escolares,&um&plano&para&introdução&de&tais&veículos&poderia&ser&
traçado.

As&medidas&de&desincentivo&são&justamente&para&restringir&a&circulação&de&modelos&de&baixa&eficiência&e&com&problemas&de&manutenção.&
Eventualmente&um&trabalho&conjunto&com&a&esfera&estadual&será&necessário&para&coibir&o&uso&de&tais&veículos&nas&áreas&de&saturação,&uma&vez&
que&a&administração&municipal&não&tem&mecanismos&para&forçar&esta&situação.&E&o&programa&de&Inspeção&Veicular,&ao&manter&a&frota&em&bom&
estado&de&conservação,&teria&o&duplo&benefício&de&reduzir&GEE&e&ainda&outros&poluentes&atmosféricos&que&degradam&a&qualidade&do&ar&local.&&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1estas1medidas:
Fomentar&a&discussão&sobre&como&as&medidas&acima&podem&ser&estruturadas&dentro&de&programas&existentes&como&Selo&BH&Sustentável,&
Operação&Oxigênio&e&Deliberações&Normativas&do&COMAM&acerca&de&compras&sustentáveis.

Avaliação1Qualitativa
A&certificação&BH&Sustentável&e&do&INMETRO&já&implantadas&também&possuem&critérios&definidos&para&certificação&de&frotas&de&baixa&emissão,&
portanto&trataZse&de&medida&já&disponível.&A&introdução&de&novas&tecnologias&nas&frotas&privadas&e&restrição&a&circulação&de&frotas&obsoletas&
enfrentará&resistência&dos&frotistas,&irá&requerer&negociação.&Se&o&setor&público&tomar&a&frente&e&incluir&as&novas&tecnologias&em&sua&própria&
frota,&terá&um&apelo&político&positivo.&

A&aquisição&de&veículos&de&baixa&emissão&é&onerosa&ainda&no&país&uma&vez&que&não&há&muitas&alternativas&disponíveis&e&os&produtos&são&
importados.&Medidas&de&desoneração&são&complexas&pois&envolvem&renúncias&fiscais&de&Estados&e&União.&A&Inspeção&Anual&de&Frota&requer&
uma&infraestrutura&de&serviços&que&pode&se&pagar&com&a&utilização&pelos&usuários.&&
É&preciso&pensar&em&maneiras&de&engajamento&dos&frotistas,&já&que&até&o&momento&estas&tecnologias&são&restritivas&e&o&reconhecimento&ainda&
permanece&na&esfera&do&marketing.&Se&não&houver&alinhamento&político&em&outros&níveis&federativos,&as&políticas&de&desoneração&podem&ser&
descontinuadas.&E&se&não&houver&mecanismos&de&fiscalização&e&controle,&as&restições&às&tecnologias&obsoletas&não&irão&funcionar.&Mas&é&
grande&a&expectativa&de&que&os&benefícios&destas&novas&tecnologias&serão&rapidamente&sentidos&tão&logo&o&número&de&usuários&aumente.&

Os&prazos&críticos&são&os&prazos&do&desenvolvimento&industrial&das&novas&tecnologias,&de&aumento&de&opções&de&veículos&de&baixa&emissão&que&
se&viabilizem&economicamente&no&Brasil.&E&o&risco&da&desoneração&se&atrasar&por&mobilização&política&também&é&relevante.&
As&medidas&sob&esta&diretriz&envolvem&diversas&esferas&de&governo,&outros&municípios&e&entidades&privadas,&inclusive&a&indústria&
automobilística.&Portanto,&será&um&pacote&de&medidas&cuja&implantação&somente&é&possível&no&longo&prazo&(2020&Z&2030).&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: Não&determinado.

Custo&de&Abatimento&Marginal: Não&determinado.&

63
ANEXO 2 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE ENERGIA

64
Eixo1Estratégico1de1Energia

Promover/revisão/do/Projeto/de/Lei/pertinente/a/energia/solar/em/edificações/urbanas/(PL/1.390/07)/no/
Proposta:
âmbito/do/CMMCE/V/GT/Energia

Fundamentação1da1Proposta:

O/Projeto/de/Lei/1.390/foi/proposto/pela/Vereadora/Silvia/Helena,/em/Maio/de/2007./Pela/proposta,/instituiVse/a/obrigatoriedade/de/
sistemas/solares/para/aquecimento/de/água/de/chuveiros/em/unidades/habitacionais/novas/com/área/superior/a/150/m2,/bem/como/em/
ampliações/reformas/de/unidades/habitacionais/existentes/(também/superiores/a/150/m2)/e/ainda/para/hotéis,/motéis/e/similares./A/
exigência/dos/sistemas/solares/poderia/inclusive/impedir/a/emissão/do/HabiteVse./Através/deste/PL,/o/Executivo/Municipal/não/poderia/
impor/preferência/de/modelo,/marca,/tipo/ou/padrão/tecnológico/para/os/sistemas/solares./

Tal/como/foi/proposta,/a/referida/legislação/apresentaVse/pouco/efetiva/sob/o/ponto/de/vista/de/redução/de/emissões/de/GEE./Estudos/
realizados/no/âmbito/do/GT/Energia/do/CMMCE/(Luciana/Carvalho)/indicaram/que,/para/projetos/residenciais/em/análise/ou/aprovados/
entre/2008/e/2012/(mais/de/35/mil/UHs)/o/impacto/de/redução/seria/de/apenas/4/mil/tCO2e/ano,/ou/0,1%/das/emissões/totais/da/cidade/
em/2010./

Os/sistemas/solares/podem/exercer/grande/função/na/redução/do/consumo/de/eletricidade/e/de/combustíveis/fósseis/voltados/à/
produção/de/energia/térmica./Para/garantir/efetividade/a/tal/proposta,/em/termos/de/redução/de/GEE,/é/necessário/que/a/legislação/
lance/foco/não/somente/sobre/unidades/habitacionais,/mas/também/edificações/comerciais/e/industriais,/de/modo/a/deslocar/não/
somente/energia/elétrica/e/GLP/mas/também/óleo/diesel,/óleo/combustível/e/gás/natural/(usualmente/utilizados/no/setor/de/serviços/e/
indústrias)./Além/disso,/é/preciso/abranger/edificações/existentes,/induzindo/seu/retrofit./

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Ampliar/a/proposta/de/"Legislação/Solar"/para/incluir/outras/aplicações/como/fotovoltaica./Sugestão/de/obrigar/o/setor/público/e/
incentivar/os/demais.Destacar/um/comitê/de/especialistas/dentro/do/GT/de/Energia/para/propor/nova/redação/à/referida/legislação,/de/
modo/que/sua/revisão/possa/ser/encaminhada/e/aprovada/pelo/Legislativo/Municipal./

Avaliação1Qualitativa
Medida/com/forte/apelo/positivo/pela/possibilidade/de/gerar/economias./Tanto/para/aplicações/térmicas/ou/fotovoltaicas,/os/riscos/
políticos/são/baixos./
Os/custos/variam/de/acordo/com/as/tecnologias/disponíveis./Para/aquecimento/solar/o/custo/pode/ser/considerado/baixo,/enquanto/
para/aplicações/fotovoltaicas/o/custo/é/considerado/médio./Seria/interessante/prever/na/proposta/de/legislação/solar/desonerações/de/
ISSQN/e/IPTU/para/edificações/que/sejam/referência/na/utilização/de/energia/solar,/nas/fases/de/construção/e/uso.
A/instituição/da/referida/legislação/pode/ser/concluída/no/curto/prazo,/mas/seus/efeitos/sobre/o/perfil/de/emissões/da/cidade/somente/
poderá/ser/sentido/no/longo/prazo,/inclusive/porque/as/edificações/existentes/teriam/um/prazo/mais/dilatado/para/promover/uma/
ampla/regularização/aos/novos/padrões./
Ainda/que/a/esfera/de/atribuição/seja/exclusivamente/Municipal,/é/necessário/envolver/demais/atores/envolvidos/na/construção/civil,/
como/CREA,/CAV,/Sinduscon,/BH/Solar,/etc./

Avaliação1Quantitativa

Potencial/de/Redução/de/Emissões: Aplicação/térmica/residencial:/ 0,39%


Aplicação/térmica/e/fotovoltaica/outros/setores:/ 5,26%

Custo/de/Abatimento/Marginal: Aplicação/térmica/residencial:/ USD/4//tCO2e


Aplicação/térmica/e/fotovoltaica/outros/setores:/ (USD/54)//tCO2e

65
Eixo1Estratégico1de1Energia

Proposta: Estabelecer+metas+de+ampliação+para+o+Programa+do+Selo+BH+Sustentável

Fundamentação1da1Proposta:
O+Programa+do+Selo+BH+Sustentável+foi+criado+oficialmente+em+2009+através+da+DN+66+do+COMAM+e+regulamentado+posteriormente+
pela+Portaria+SMMA+06/12.+O+Programa+visa+estimular+práticas+inovadoras+no+setor+de+construção+civil.+Através+de+uma+matriz+de+
indicadores,+o+Programa+concede+sua+certificação+às+edificações+que+apresentam+desempenho+diferenciado+em+questões+de+geração+
de+resíduos+e+efluentes,+materiais+empregados+nas+obras,+dispositivos+de+eficientização+de+consumo+de+água+e+energia,+
impermeabilização+do+solo,+etc.+Empreendimentos+privados+ou+públicos+podem+pleitear+a+certificação,+que+considera+três+faixas+de+
excelência+(Ouro,+Prata+e+Bronze)+além+de+um+Certificado+de+Boas+Práticas+Ambientais.+Além+do+recebimento+do+Selo,+o+
empreendimento+certificado+passa+a+figurar+em+um+Cadastro+que+é+publicado+anualmente+no+Diário+Oficial+do+Município.++++

O+Programa+apresenta+diversos+pontos+de+interface+com+os+esforços+de+combate+às+mudanças+climáticas.+Além+da+busca+pela+eficiênca+
energética+das+edificações,+a+redução+de+resíduos+e+efluentes+também+proporcionam+reduções+indiretas+de+GEE+e,+adicionalmente,+o+
Programa+induz+o+projeto+e+design+de+edificações+resilientes+ou+adaptadas+aos+riscos+físicos+de+alterações+climáticas.++++

Uma+maneira+de+associar+o+Programa+ao+Plano+Municipal+de+Redução+de+Emissões+de+GEE+é+estabelecer+metas+para+sua+ampliação,+
com+indicação+de+incentivos+(tal+como+redução+de+imposto+para+prédios+existentes+ou+aumento+do+coeficiente+construtivo+para+
prédios+novos)+para+empreendimentos+certificados.+Na+mesma+linha,+outros+selos+como+LEED,+AQUA+e+Procel+Edifica+também+devem+
ser+considerados+para+recebimento+de+incentivos.+Trataase+de+utilizar+os+programas+de+eficiência+energética+existentes+como+
ferramentas+de+promoção+do+PREGEE,+e+institucionalizar+mecanismos+de+incentivos.++

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Definir+metas+progressivas+para+certificação+de+diferentes+tipologias+de+edificação+(residencial,+comercial,+industrial,+etc)+dentro+dos+
programas+de+certificação+correlatos+ao+PREGEE.+Desenvolver+Projeto+de+Lei+que+associe+mecanismos+de+incentivos+econômicos+ao+
Programa+Selo+BH+Sustentável+e+para+outros+programas+correlatos+de+certificação+de+eficiência+energética+em+edificações.++

Avaliação1Qualitativa
O+grande+risco+que+a+proposta+apresenta+é+a+não+adesão+do+setor+privado+aos+programas+de+certificação.+Esta+hipótese+seria+
impulsionada+pelo+não+reconhecimento+dos+benefícios+do+mesmo,+sua+pouca+divulgação+ou+política+de+incentivos.+Estudar+um+grupo+
de+benefícios,+tais+como:+(a)+redução+de+IPTU+para+edifícios+certificados+(com+qualquer+selo+sustentável)+por+um+prazo+de+5+anos;+(b)+
outorga+onerosa,+ou+acréscimo+do+potencial+construtivo+em+um+determinado+percentual+a+ser+estudado;+(c)+maior+publicidade+ao+Selo+
BH+Sustentável,+tais+como+folderes+informativos,+garantia+de+participação+de+técnicos+da+PBH+nos+eventos+relacionados+a+
sustentabilidade,+dar+publicidade+nos+veículos+de+comunicação+(mídia+em+geral),+dar+visibilidade+ao+Programa+Cidade+Sustentável,+com+
ênfase+para+as+diretrizes+do+PREGEE;+(d)+implantar+o+Selo+BH+Sustentável+nos+prédios+públicos.

Outros+riscos+relacionados+a+credibilidade+do+programa+ou+burocracia+são+pequenos,+já+que+existem+regras+tais+como+rotinas+de+
auditoria+independente+de+projetos+e+o+interesse+do+setor+de+prestação+de+serviços+na+área.+Há+o+risco+de+descontinuidade+política,+no+
caso+de+novas+administrações+não+compactuarem+com+as+medidas+de+incentivo+direcionadas+ao+programa.+

Os+riscos+relacionados+a+prazos+são+baixos,+uma+vez+que+trataase+de+esfera+de+competência+exclusivamente+Municipal.+

No+entanto,+um+grande+quadro+da+PBH+precisa+ser+mobilizado+para+assegurar+o+pleno+funcionamento+do+Programa:+Secretaria+
Municipal+de+Planejamento,+Secretaria+Municipal+de+Gestão+Compartilhada+e+Secretaria+Municipal+de+Meio+Ambiente.++

Avaliação1Quantitativa

Potencial+de+Redução+de+Emissões: 4,50%

Custo+de+Abatimento+Marginal: Medidas+de+eficiência+energética+em+edificações: (USD+13)+/tCO2e

66
Eixo1Estratégico1de1Energia

Revisar(procedimentos(no(âmbito(do(licenciamento(municipal(para(promover(o(uso(de(energias(limpas,(
Proposta:
tecnologias(de(baixo(potencial(poluidor(e(regularização(urbanística

Fundamentação1da1Proposta:

O(Executivo(Municipal,(através(de(setores(de(Regulação(Urbana,(Licenciamento(e(outros,(concede(aprovação(a(projetos(de(edificações(
com(base(na(Lei(do(Parcelamento,(Ocupação(e(Uso(do(Solo,(em(um(código(de(posturas(municipais,(um(código(de(edificações(e(
regulamento(de(limpeza(urbana.(Na(tentativa(de(promover(o(emprego(das(tecnologias(de(baixa(carga(ambiental(nos(projetos(de(
edificações,(discuteSse(muito(sobre(como(estes(setores(de(aprovação(devem(flexibilizar(ou(tornar(mais(rígidas(as(análises(de(projetos(
frente(às(possibilidades(e(limitações(que(a(própria(legislação(permite.((

É(também(uma(proposta(do(GT(de(Energia(do(CMMCE(o(desenvolvimento(de(métricas(em(relação(à(eficiência(energética(para(
edifícios:(trataSse(de(criar(padrões(para(eficiência(energética(que(sejam(aplicáveis(a(edificações(novas(e(induzam(o(retrofit(de(
edificações(existentes.(E(a(estrutura(da(PBH(deveria(condicionar(a(aprovação(de(projetos(de(edificações(com(base(nestes(padrões.

O(principal(objetivo(da(proposta(é(o(de(enraizar(na(administração(municipal(procedimentos(que(primem(pelo(melhor(gerenciamento(
de(GEE(aplicável(para(esta(esfera(de(governo.(

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Organizar(seminários(técnicos(com(vários(setores(da(sociedade(e(administração(municipal(para(formulação(de(exigências(mínimas(e(
desejáveis(para(uma(melhor(performance(dos(empreendimentos(em(termos(de(GEE.(Estabelecimento(de(marco(regulatório(e(padrões(
mensuráveis(mínimos.(Futuramente,(a(elaboração(de(um(manual(que(descreva(as(tecnologias(desejáveis(a(cada(tipologia(de(edificação(
poderia(ser(criado(para(suporte(à(estrutura(de(aprovação(de(projetos.(

Avaliação1Qualitativa
Os(custos(podem(ser(significativos(para(o(setor(público,(como(um(investimento(inicial(para(preparar(seminários,(promover(capacitação(
de(seus(quadros(e(contratação(de(consultorias.(Contudo(são(medidas(que(no(médio(e(longo(prazos(apresentam(redução(de(custos(no(
ciclo(de(vida(das(edificações.(Daí(a(necessidade(de(garantir(que(o(empreendedor(entenda(esta(busca(pela(eficiência(e(promova(o(uso(
de(tecnologias(inovadoras,(ainda(que(de(maior(custo(inicial.(A(regulação(de(parâmetros(mínimos(tem(a(premissa(de(não(transferir(os(
ônus(relativos(à(economia(na(fase(de(implantação(do(empreendimento(para(a(fase(de(operação((transferência(de(custos(do(
empreendedor(para(os(consumidores(da(edificação).(

A(capacitação(técnica(para(o(mercado(e(a(para(a(instituição(pública(é(fundamental.(E(o(mercado(precisa(absorver(as(novas(tecnologias(
e(envolver(universidades(e(outros(órgãos(na(capacitação,(para(que(os(projetos(propostos(sejam(melhorados;(A(escola(de(governo(
municipal(precisa(ampliar(o(leque(de(cursos(de(capacitação(em(gestão(ambiental(e(urbanística.(

Para(que(esta(medida(implique(em(eficiência(na(aprovação(de(projetos,(estimaSse(até(3(anos.(Para(resultar(em(eficiência(energética(de(
edificações,(no(mínimo(10(anos.(

Avaliação1Quantitativa

Potencial(de(Redução(de(Emissões: 4,50%

Custo(de(Abatimento(Marginal: Medidas(de(eficiência(energética(em(edificações: (USD(13)(/tCO2e

67
Eixo1Estratégico1de1Energia

Trazer&para&PREGEE&metas&de&redução&de&consumo&de&energia&elétrica&propostas&por&programas&de&
Proposta:
concessionária&regional,&estreitando&o&contato&entre&CEMIG&e&PBH&de&acordo&com&o&PLAMGE

Fundamentação1da1Proposta:

O&Plano&Municipal&de&Gestão&de&Energia&Elétrica&(PLAMGE)&é&uma&iniciativa&da&parceria&Eletrobras,&Programa&Nacional&de&
Conservação&de&Energia&Elétrica&(Procel)&e&Instituto&Brasileiro&de&Administração&Municipal&(Ibam)&para&que&os&municípios&
estabeleçam&medidas&de&gestão&técnica&e&administrativa&com&foco&na&redução&do&consumo&de&energia&elétrica,&por&meio&de&um&
software&de&gestão.&Em&Minas&Gerais,&a&CEMIG&disponibiliza&agentes&de&relacionamento&para&aplicar&a&metodologia&junto&às&
prefeituras.&O&programa&inclui&a&institucionalização,&através&de&decreto&municipal,&de&Unidades&de&Gestão&Energética&Municipal&e&já&
proporcionou&economias&significativas&para&diversas&prefeituras&do&interior&do&Estado.&

Além&do&PLAMGE,&a&CEMIG&mantém&continuamente&diversas&frentes&de&trabalho&voltadas&a&eficiência&energética&de&sua&rede&de&
clientes,&já&que&precisa&aplicar&anualmente&o&montante&de,&no&mínimo,&0,5%&de&sua&receita&operacional&líquida&em&ações&que&tenham&
como&objetivo&o&combate&ao&desperdício&de&energia&elétrica.&Assim,&através&de&programas&como&Energia&Inteligente&e&Cidades&do&
Futuro,&são&operacionalizados&diversos&subprogramas&que&podem&contribuir&para&os&objetivos&do&PREGEE&de&Belo&Horizonte.&

Portanto,&o&objetivo&da&proposta&é&associar&ao&PREGEE&os&esforços&e&os&recursos&que&já&estão&sendo&empregados&a&favor&da&eficiência&
energética&na&cidade,&e&conhecêVlos&melhor&de&forma&a&potencializáVlos.&Será&preciso&que&as&metas&de&cada&um&destes&programas&
sejam&traduzidas&em&abatimentos&potenciais&de&GEE&para&que&possam&ser&somadas&ao&conjunto&de&medidas&do&PREGEE.&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Incluir&na&pauta&do&GT&de&Energia&uma&apresentação&da&CEMIG&sobre&todas&as&ações&em&andamento&ou&aplicáveis&a&Belo&Horizonte&
que&proporcionem&redução&de&emissões,&para&em&seguida&avaliar&os&abatimentos&potenciais&de&GEE&decorrentes&destas&ações&e&incluiV
los&na&meta&geral&de&reduções.&Sugestão&de&criar&Lei&para&gestão&de&iluminação&pública,&que&não&está&contemplada&no&PLAMGE.&

Avaliação1Qualitativa
O&Grupo&de&Trabalho&de&Energia&do&CMMCE&não&está&familizarizado&com&as&ações&em&andamento&na&concessionária&estadual,&seja&
através&do&PLAMGE&ou&não.&Portanto&a&difusão&destas&informações&é&o&primeiro&passo.&A&aplicação&do&PLAMGE&está&ligada&a&criação&
de&obrigatoriedade&para&o&setor&público,&o&que&poderia&ser&obtido&através&de&uma&legislação&específica.&Também,&uma&lei&sobre&
gestão&da&iluminação&pública&teria&grande&retorno&em&economia.&

Os&riscos&políticos&são&avaliados&como&médios,&enquanto&os&riscos&de&disponibilidade&financeira&são&altos,&sobretudo&para&um&novo&
sistema&de&gestão&de&iluminação&pública.&Há&riscos&de&interesses&conflituosos&com&partes&interessadas,&como&Sudecap&e&CEMIG.&

Para&o&conhecimento&do&plano&e&integração&com&as&ações&do&CMMCE,&em&curto&espaço&de&tempo&é&possível&realizar&essa&avaliação.&A&
partir&de&então&podeVse&analisar&o&impacto,&custos&e&prazos&do&PLAMGE.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: Condicionamento&de&ar,&setor&residencial: 0,36%


Iluminação&residencial: 0,03%
Iluminação&comercial: 0,04%
Refrigeradores&residenciais: 0,69%

Custo&de&Abatimento&Marginal: Condicionamento&de&ar,&setor&residencial: USD&516&/tCO2e


Iluminação&residencial: (USD&119)&/tCO2e
Iluminação&comercial: (USD&52)&/tCO2e
Refrigeradores&residenciais: (USD&41)&/tCO2e

68
Eixo1Estratégico1de1Energia

Incentivar*a*substituição*de*combustíveis*intensos*em*GEE*por*renováveis*e*promover*atendimento*de*
Proposta:
energia*mais*limpa*a*grandes*consumidores

Fundamentação1da1Proposta:
Em*Belo*Horizonte,*o*consumo*energético*em*edificações*é*de*certa*forma*equilibrado*entre*os*setores*Residencial*e*
Comercial/Institucional,*cujas*emissões*são*um*pouco*mais*relevantes*do*que*no*setor*Industrial.*No*setor*residencial,*os*principais*
insumos*energéticos*são*o*GLP*e*a*energia*elétrica,*sendo*o*primeiro*responsável*por*75%*das*emissões*das*residências.*No*setor*
Comercial/Institucional,*o*principal*contribuinte*para*as*emissões*são*o*óleo*diesel*(45%),*seguido*pela*energia*elétrica*(35%),*GLP*
(10%)*e*óleo*combustível*(9%).*O*gás*natural*representa*apenas*1%*das*emissões*deste*setor.*Para*as*indústrias,*o*gás*natural*
representa*60%*das*emissões,*seguido*de*energia*elétrica*(20%),*óleo*diesel*(15%),*GLP*(4%)*e*óleo*combustível*(1%).***

O*esforço*para*descarbonizar*a*matriz*energética*de*todos*estes*setores*precisa*considerar*ações*de*transição*e*a*viabilidade*das*
tecnologias*existentes.*Cada*setor*precisa*de*um*foco*específico,*de*acordo*com*o*insumo*energético*que*lhe*é*mais*intenso*em*GEE.*
Os*combustíveis*mais*intensos*em*GEE*precisam*receber*prioridade*na*escala*de*substituição,*sendo*assim*o*óleo*combustível,*o*GLP*
e*o*óleo*diesel,*utilizados*sobretudo*em*caldeiras,*fornalhas,*geradores,*fogões*e*outros*devem*ser*a*primeira*preocupação.***
Para*uma*melhor*efetividade*desta*medida,*é*fundamental*identificar*os*grandes*consumidores*dos*combustíveis*intensos*em*GEE*
nos*setores*Comercial/Institucional*e*Industrial*para*engajá[los*num*programa*de*substituição.*Opções*renováveis*devem*ser*sempre*
priorizadas,*no*entanto*alternativas*menos*intensas*em*GEE*e*mais*prontamente*disponíveis*tais*como*gás*natural*e*eletricidade*não*
podem*ser*descartadas*para*o*médio*prazo.*Como*outras*medidas*específicas*para*o*setor*residencial*estão*sendo*formuladas*em*
paralelo*a*esta*medida,*os*setores*Comercial/Institucional*e*Industrial*serão*o*alvo*desta*proposição.*

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

(1)*Mapeamento*dos*consumidores*de*óleo*combustível,*diesel*e*GLP*em*equipamentos*estacionários,*para*definição*do*público*alvo*
de*mobilização;*(2)*Definição*de*políticas*específicas*em*função*do*mapeamento*realizado;*(3)*Promover*um*ciclo*de*encontros*com*
os*consumidores*identificados*no*mapeamento*para*desenvolver*conjuntamente*um*plano*de*substituição*de*combustíveis.**

Avaliação1Qualitativa
No*curto*prazo,*os*projetos*de*expansão*da*GASMIG*servirão*como*aportes*ao*PREGEE,*na*medida*que*enfocarão*os*usuários*
elegíveis*a*substituir*combustíveis*fósseis*mais*intensos*em*GEE.*
No*entanto,*a*fonte*de*energia*mais*limpa*disponível*(GN)*pode*não*conseguir*manter*o*suprimento*no*médio*prazo.*E*a*mobilização*
pela*substituição*de*combustíveis*pode*não*ter*adesão*num*cenário*de*preços*desfavorável*ao*GN*e*aos*renováveis.*
Para*um*mapeamento*de*consumidores,*estima[se*o*prazo*de*6*meses.*Para*redefinição*de*políticas*específicas,*estima[se*4*anos.*
Para*uma*transformação*mais*efetiva*na*matriz*energética*e*no*panorama*de*emissões*da*cidade,*estima[se*entre*8*e*15*anos.*

Avaliação1Quantitativa

Potencial*de*Redução*de*Emissões: Substituição*de*Óleo*Combustível*por*GN: 0,18%


Substituição*Óleo*Combustível*por*biomassas: 0,60%
Substituição*de*GLP*por*GN: 0,76%
Substituição*de*Diesel*por*GN: 0,91%

Custo*de*Abatimento*Marginal: Substituição*de*Óleo*Combustível*por*GN: (USD*20)*/tCO2e


Substituição*Óleo*Combustível*por*biomassas: USD*3*/tCO2e
Substituição*de*GLP*por*GN: (USD*20)*/tCO2e
Substituição*de*Diesel*por*GN: (USD*20)*/tCO2e

69
Eixo1Estratégico1de1Energia

Proposta: Desoneração&tributária&de&empresas&prestadoras&de&serviços&envolvendo&energia&renovável

Fundamentação1da1Proposta:
No&âmbito&municipal,&o&imposto&incidente&sobre&empresas&é&o&Imposto&sobre&Serviços&de&Qualquer&Natureza&(ISSQN),&que&tem&como&
fato&gerador&a&prestação&de&serviço&realizado&na&cidade,&constante&da&Lista&de&Serviços&que&integra&o&Anexo&Único&da&Lei&8.725/2003.&
O&ISSQN&incide&também&sobre&o&serviço&proveniente&do&exterior&do&País&ou&cuja&prestação&se&tenha&iniciado&em&outro&país.&O&ISSQN&
incide&ainda&sobre&o&serviço&prestado&mediante&a&utilização&de&bens&e&serviços&públicos&explorados&economicamente,&por&intermédio&
de&autorização,&permissão&ou&concessão,&com&pagamento&de&tarifa,&preço&ou&pedágio&pelo&usuário&final&do&serviço.&O&preço&do&
serviço&é&a&base&de&cálculo&do&ISSQN&e&é&considerado&como&o&valor&total&recebido&ou&devido&em&conseqüência&da&prestação&do&
serviço.&Em&Belo&Horizonte,&as&alíquotas&de&ISSQN&variam&entre&2%&e&5%.&
No&Anexo&Único&da&referida&Lei&não&há&nenhuma&menção&específica&para&serviços&envolvendo&energia,&renovável&ou&não.&Os&serviços&
mais&próximos&desta&área&seriam&aqueles&relacionados&no&item&7,&que&são&os&serviços&relativos&a&engenharia,&arquitetura,&geologia,&
urbanismo,&construção&civil,&manutenção,&limpeza,&meio&ambiente,&saneamento&e&congêneres.&Para&este&grupo&de&serviços,&a&
alíquota&de&ISSQN&atualmente&vigente&é&de&2%.&

As&energias&renováveis&precisam&de&subsídios&para&aumentar&sua&competitividade&frente&aos&combustíveis&fósseis.&Sem&mecanismos&
econômicos,&a&mudança&de&matriz&energética&dificilmente&será&viabilizada.&Assim,&buscaise&com&a&desoneração&da&cadeia&de&
fornecimento&de&energias&renováveis&uma&redução&de&custos&das&tecnologias&"verdes",&melhorando&sua&competitividade&no&mercado.&
No&que&tange&às&responsabilidades&do&Município,&avaliar&a&tributação&sobre&prestadores&de&serviços&relacionados&a&disseminação&de&
tecnologias&de&baixa&emissão.&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Destacar&um&comitê&de&especialistas&dentro&do&GT&de&Energia&do&CMMCE&para,&em&conjunto&com&a&Fazenda&e&a&Câmara&Municipais,&
identificar&os&setores&que&integram&a&cadeia&de&fornecimento&de&energias&renováveis&em&Belo&Horizonte&e&avaliar&seu&enquadramento&
conforme&o&Anexo&Único&da&Lei&8.725/2003,&e&eventualmente&propor&revisões&no&documento.&

Avaliação1Qualitativa
A&proposta&original&foi&de&redução&do&ISSQN&durante&o&período&de&obras&(para&a&construção&civil)&e&para&a&operação&de&empresas&de&
serviços&que&contemplem&a&sustentabilidade.&É&preciso&conduzir&um&estudo&sobre&o&impacto&de&tais&desonerações&sobre&a&
arrecadação&municipal.&
Há&riscos&de&inviabilidade&orçamentária&e&financeira.&E&também&riscos&políticos&de&não&aprovação&de&legislação&específica.&
Uma&vez&concluídos&os&estudos&sobre&os&impactos&na&arrecadação,&uma&estratégia&seria&realizar&a&Implantação&em&duas&fases,&sendo&a&
primeira&até&2016&e&a&segunda&até&2030.&
É&necessária&a&mobilização&de&várias&partes&interessadas,&no&setor&privado&e&na&administração&municipal,&como:&Secretaria&Municipal&
de&Meio&Ambiente,&Secretaria&de&Planejamento&(Sec.&Adjunta&de&Orçamento),&SLU,&Assessoria&de&Comunicação,&Movimento&Nossa&
BH,&Entidades&de&classe&prestadoras&de&serviços&e&comerciais.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: Não&determinado.

Custo&de&Abatimento&Marginal: Não&determinado.&

70
ANEXO 3 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO

71
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Proposta: Estabelecimento&de&metas&para&ampliação&da&coleta&seletiva

Fundamentação1da1Proposta:

Em&Belo&Horizonte,&o&modelo&de&coleta&seletiva&para&reciclagem&adotado&pela&Superintendência&de&Limpeza&Urbana&é&do&tipo&Secos&e&
Úmidos,&com&coleta&porta&a&porta&em&caminhão&tipo&baú&específico&para&este&fim,&encaminhando&os&resíduos&coletados&para&as&
centrais&de&triagem&operadas&pelas&cooperativas&de&reciclagem.&Cerca&de&30&bairros&são&atendidos&pelo&serviço,&cobrindo&uma&
população&de&350&mil&pessoas,&retirando&do&aterro&sanitário&aproximadamente&30&toneladas&de&resíduos&diariamente.&Além&da&coleta&
porta&a&porta,&existem&99&locais&de&entrega&voluntária&(LEV)&e&32&unidades&de&recolhimento&de&pequenos&volumes&(URPV).&

Os&números&da&reciclagem&na&cidade&são&tímidos,&já&que&a&cidade&conta&com&428&bairros&e&favelas,&2,4&milhões&de&habitantes&e&cerca&
de&3&mil&toneladas&de&resíduos&aterrados&por&dia.&Os&índices&de&reciclagem&próximos&de&1%&estão&muito&distantes&de&outras&capitais&
sobretudo&do&sul&do&país&e&mesmo&abaixo&da&média&nacional,&que&é&de&3%.

A&coleta&seletiva&é&um&instrumento&importante&de&auxílio&na&redução&geral&de&resíduos&e&para&gerar&engajamento&da&população&para&
práticas&sustentáveis.&E,&através&da&Política&Nacional&de&Resíduos&Sólidos,&compete&ao&poder&municipal&a&gestão&e&promoção&da&
reciclagem.&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Destacar&um&comitê&dentro&do&GT&de&Saneamento&com&envolvimento&da&SLU&para&elaborar&um&plano&de&expansão&da&coleta&seletiva.&&

Avaliação1Qualitativa
Existe&a&percepção&na&sociedade&de&Belo&Horizonte&de&que&o&programa&de&reciclagem&vigente&é&de&baixo&alcance;&portanto,&a&inação&
neste&caso&representa&o&maior&risco&político&da&medida.&Por&outro&lado,&o&apoio&ao&aumento&da&reciclagem&é&um&discurso&de&forte&
apelo&político.&Para&maximizar&os&efeitos&positivos&da&medida,&convém&ampliar&os&níveis&de&informação&da&população&sobre&o&
potencial&de&recuperação&de&recicláveis&do&lixo;&instituir&estímulos&legais&para&o&cumprimento&dos&acordos&setoriais;&ampliação&da&
estrutura&de&coleta&seletiva&sobretudo&através&de&LEVs;&e&estrita&observância&das&metas&de&ampliação&contidas&nos&planos&de&
governo.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: 2,14%

Custo&de&Abatimento&Marginal: (USD&34)&/tCO2e

72
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Proposta: Estabelecimento-de-metas-para-ampliação-do-tratamento-de-resíduos-orgânicos

Fundamentação1da1Proposta:
A-Prefeitura-de-Belo-Horizonte-adota-a-prática-da-reciclagem-de-resíduo-orgânico-desde-1996,-quando-foi-criado-o-Programa-de-
Compostagem-dos-Resíduos-Orgânicos.-Executado-pela-Superintendência-de-Limpeza-Urbana,-o-programa-transforma-os-resíduos-
orgânicos-de-mercados,-supermercados,-feiras,-sacolões,-restaurantes-e-de-poda-da-vegetação-de-áreas-públicas-em-97-toneladas-de-
adubo-orgânico-por-mês.-O-material-coletado-separadamente-nas-grandes-fontes-geradoras-é-transportado-para-a-Central-de-
Tratamento-de-Resíduos-Sólidos-e-misturado-ao-produto-da-poda-triturada-e,-após-o-processo,-o-composto-é-utilizado-como-
fertilizante-orgânico-em-hortas-escolares,-praças,-parques-e-na-recuperação-de-áreas-degradadas.-

Para-além-da-compostagem-com-fins-específicos-de-produção-de-composto-orgânico-de-boa-qualidade,-é-preciso-pensar-em-sistemas-
de-compostagem-que-tenham-outros-objetivos,-como-o-de-reduzir-significativamente-a-quantidade-de-resíduos-orgânicos-destinadas-
ao-aterro-sanitário,-de-forma-estável,-que-não-produzirá-subprodutos-como-chorume-e-biogás.-

A-compostagem-desvia-do-aterro-sanitário-os-resíduos-orgânicos-que-são-os-principais-responsáveis-pela-produção-de-metano.-
Ampliar-a-compostagem-significa-atuar-na-prevenção-de-metano,-além-de-aumentar-a-produção-de-composto-que-pode-ser-destinada-
ao-programa-de-arborização-da-capital.-Ou,-em-última-análise,-aumentar-a-vida-útil-dos-aterros-sanitários.-

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Destacar-um-comitê-dentro-do-GT-de-Saneamento-com-envolvimento-da-SLU-para-elaborar-um-plano-de-expansão-do-tratamento-de-
resíduos-orgânicos.--

Avaliação1Qualitativa
Os-riscos-desta-medida-são-basicamente-relacionados-a-disponibilidades-financeiras,-uma-vez-que-riscos-políticos-e-de-efetividade-
técnica-são-tidos-como-baixos.-Uma-alternativa-plausível-e-já-em-avaliação-pela-SLU-é-a-ampliação-da-compostagem,-que-atualmente-
trata-12-toneladas-por-dia-(ou-2%-do-total-de-resíduos-orgânicos-produzidos-na-cidade),-que-passaria-para-24-toneladas-por-dia-(ou-
4%-do-total)-até-2016-com-a-inclusão-dos-resíduos-orgânicos-coletados-através-da-coleta-seletiva-porta-a-porta.-Uma-segunda-
alternativa-é-a-implantação-de-biodigestores-de-alta-capacidade-para-tratar-o-restante-dos-resíduos-orgânicos,-sendo-48%-até-2020-e-
os-demais-48%-até-2030.-Nesta-segunda-opção-os-custos-ainda-precisam-ser-orçados-e-aprovados.-
Em-relação-aos-resíduos-de-poda,-cuja-geração-atual-supera-60-toneladas-por-dia,-sugeriubse-que-uma-parte-fosse-direcionada-à-
ampliação-da-compostagem-(duplicandobse-as-atuais-8-t/dia-para-16-t/dia)-até-2016-e-para-a-porção-remanescente,-em-torno-de-44-
t/dia,-que-fosse-estudado-um-empreendimento-de-industrialização-de-biomassa-(pellets,-cavacos-ou-outra-forma-de-biomassa-
processada)-de-modo-que-pudesse-ser-comercializada-para-queima-e-produção-de-energia-_-eventualmente-substituindo-
combustíveis-fósseis-em-edificações-comerciais/institucionais.-A-partir-de-2016-todos-resíduos-de-poda-estariam-sendo-
transformados-em-biomassa-processada/combustível-sólido.-
Com-estas-alternativas,-em-2030-a-cidade-teria-100%-dos-resíduos-orgânicos-sendo-tratados-fora-de-aterro-sanitário,-o-que-
representaria-uma-referência-para-países-em-desenvolvimento.-
As-responsabilidades-concentrambse-na-esfera-da-Administração-Municipal,-com-gestão-da-SLU.-Parcerias-com-o-setor-privado-podem-
viabilizar-a-industrialização-dos-resíduos-de-poda.

Avaliação1Quantitativa

Potencial-de-Redução-de-Emissões: 2,82%

Custo-de-Abatimento-Marginal: (USD-34)-/tCO2e

73
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Proposta: Implantar&sistema&de&utilização&de&biogás&na&CTR&Macaúbas

Fundamentação1da1Proposta:

Belo&Horizonte&teve&recentemente&a&experiência&de&implantação&de&uma&termelétrica&a&biogás&em&seu&antigo&maciço&de&resíduos,&na&
Central&de&Tratamento&de&Resíduos&Sólidos&da&Rod.&BRV040.&A&iniciativa,&aprovada&pela&Licitação&SMURBE&183/2007,&consiste&na&
construção&e&gestão,&por&15&anos,&de&instalações&de&captação&e&combustão&de&biogás&gerado&pelo&maciço,&destruindo&metano&e&
produzindo&5&MW&de&energia&renovável,&a&serem&comercializados&diretamente&à&concessionária&de&energia&elétrica.&Desde&o&início&de&
suas&operações,&a&termelétrica&vem&evitando&emissões&anuais&de&200&mil&toneladas&de&CO2e,&ou&5%&do&total&emitido&pela&cidade&em&
uma&única&instalação.&

Mesmo&assim,&grande&parte&das&emissões&do&setor&de&Saneamento&ainda&é́&proveniente&da&liberação&na&atmosfera&de&biogás&
proveniente&do&maciço&de&resíduos&da&CTR&Macaúbas.&O&que&equivale&dizer&que&mais&200&mil&toneladas&de&CO2e&podem&ser&evitadas&
com&uma&medida&similar.Vale&dizer&que,&com&o&passar&dos&anos,&a&produção&de&biogás&na&CTR&Macaúbas&aumentará,&conforme&a&
dinâmica&dos&processos&anaeróbios&típicos&de&aterros&sanitários,&podendo&alcançar&350&mil&toneladas&de&CO2e&anuais&antes&mesmo&
de&2020.&

Pelo&potencial&de&contribuição&ao&PREGEE&e&por&haver&tecnologias&disponíveis&no&mercado&para&tanto,&é&fundamental&prever&a&
recuperação&energética&do&biogás&da&CTR&Macaúbas&para&o&médio&prazo,&isto&é,&até&2020.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Incluir&na&pauta&do&GT&de&Saneamento&uma&apresentação&da&SLU&e&outros&convidados,&como&o&gestor&do&aterro&de&Macaúbas&e&os&
demais&municípios&que&o&utilizam,&sobre&as&ações&possíveis&em&relação&ao&biogás&da&referida&CTR.&Em&seguida&destacar&um&comitê&
misto&deste&GT&e&do&GT&de&Energia&para&propor&medidas&específicas.
Uma&pauta&para&o&GT&de&Saneamento&é&conhecer&o&teor&do&contrato&de&PPP&entre&o&gestor&do&aterro&e&a&PBH,&bem&como&o&formato&
dos&demais&contratos&que&o&gestor&tenha&em&vigor&com&outros&municípios.
Estabelecimento&ou&inclusão&de&instrumentos&de&gestão&associada&ou&não&para&viabilizar&a&recuperação&energética&do&biogás&gerado&
na&CTR&Macaúbas.&

Implantação&de&um&sistema&de&recuperação&energética.

Avaliação1Qualitativa
Conforme&projeção&do&modelo&aplicado&no&Inventário&Municipal,&este&grupo&de&emissões&crescerá&até&2020,&alcançando&em&torno&de&
350&mil&a&500&mil&toneladas&de&GEE&anuais.&Portanto&os&riscos&de&inação&quanto&a&esta&fonte&de&emissão&são&maiores&e&mais&
significativos&do&que&os&riscos&de&implantação&da&medida.&

Os&custos&para&promoção&de&discussões&e&de&um&instrumento&de&gestão&são&baixos,&no&entanto&a&unidade&de&aproveitamento&de&
biogás&teria&custo&significativo;&por&outro&lado,&o&biogás&enquanto&recurso&econômico&poderá&amortizar&o&investimento&no&sistema,&e&
uma&parceria&com&o&setor&privado&pode&ser&estudada&para&viabilizar&este&aproveitamento.&

Outros&riscos&institucionais&identificados&foram:&(i)&Não&conseguir&viabilização&contratual&com&o&gestor&do&aterro&para&implantar&a&
medida;&(ii)&falta&de&interesse&do&empreendedor;&(iii)&ausência&de&envolvimento&de&outros&usuários&na&implantação&da&usina;&e&(iv)&
riscos&de&registro&no&Mecanismo&de&Desenvolvimento&Limpo.&

Quanto&a&prazos,&entendeVse&que&até&2015&é&um&prazo&factível&para&formular&um&formato&de&utilização&do&biogás;&e&até&2020&para&
iniciar&sua&efetiva&utilização.&

Além&da&administração&municipal,&a&empresa&gestora&da&CTR&Macaúbas&e&demais&municípios&que&utilizam&o&mesmo&aterro&devem&ser&
envolvidos&na&questão,&o&que&agrega&riscos&institucionais.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: 5,04%

Custo&de&Abatimento&Marginal: USD&3&/tCO2e

74
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Proposta: Implantar)sistema)de)utilização)de)biogás)na)ETE)Onça

Fundamentação1da1Proposta:
O)tratamento)de)esgotos)em)Belo)Horizonte)responde)por)pouco)mais)de)100)mil)toneladas)de)CO2e)anuais,)ou)cerca)de)2,5%)das)
emissões)de)GEE)da)cidade.)No)entanto,)observaHse)nos)últimos)anos)um)aumento)das)emissões)de)GEE)na)medida)em)que)os)
serviços)de)coleta)e)tratamento)de)esgotos)é)ampliado.)Isso)por)que)nas)estações)de)tratamento)de)esgotos)a)condição)anaeróbica)é)
proporcionada)como)processo)de)remoção)de)carga)orgânica)dos)efluentes,)tendo)como)decorrência)a)maior)geração)de)metano.)Se)
por)um)lado)a)representatividade)deste)setor)é)discreta)quanto)ao)perfil)geral)de)emissões)da)cidade,)por)outro)apresentaHse)como)
boa)alternativa)de)mitigação)uma)vez)que)a)quase)totalidade)destas)emissões)restringemHse)a)apenas)duas)fontes)emissoras:)ETE)
Arrudas)e)ETE)Onça.)
A)partir)de)2010,)teve)início)na)ETE)Arrudas)um)projeto)ecoHeficiente)após)a)implantação)de)um)sistema)de)recuperação)de)biogás)
gerado)no)tratamento)que)passou)a)produzir)parte)da)própria)demanda)de)eletricidade)da)ETE.)O)sistema)é)basicamente)composto)
de)armazenamento)do)biogás,)tratamento)e)condução)do)gás)tratado)para)três)conjuntos)de)quatro)microturbinas)de)200)kW)cada,)
perfazendo)uma)instalação)total)de)2,4)MW)de)potência)instalada.)Sistema)similar)poderia)ser)desenvolvido)para)a)ETE)Onça,)que)
conta)com)robustos)reatores)anaeróbios)geradores)de)biogás)que,)sozinhos,)respondem)por)35%)das)emissões)por)tratamento)de)
esgotos)na)cidade.)

A)captura)de)biogás)na)ETE)Onça)é)uma)das)poucas)porém)importantes)ações)mitigadoras)possíveis)de)implementação)no)médio)
prazo)(antes)de)2020))e)da)qual)o)PREGEE)não)pode)prescindir.)))

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Incluir)na)pauta)do)GT)de)Saneamento)uma)apresentação)da)COPASA)e)outros)convidados,)como)a)UFMG,)sobre)as)ações)possíveis)
em)relação)ao)biogás)da)ETE)Onça.)Em)seguida)destacar)um)comitê)misto)deste)GT)e)do)GT)de)Energia)para)propor)medidas)
específicas.
Sensibilização)do)empreendedor)(COPASA))para)viabilização)tecnológica)e)econômicoHfinanceira)para)implantação)do)sistema)de)
recuperação)do)biogás
Parceria)com)CEMIG)para)aquisição)da)energia)produzida.
Estabelecimento)/)inclusão)de)instrumentos)de)gestão)associada)para)viabilizar)implantação)do)sistema

Avaliação1Qualitativa
Este)grupo)de)emissões)cresce)a)cada)ano,)com)o)aumento)da)cobertura)de)coleta)e)tratamento)de)esgotos,)e)somente)a)ETE)Onça)
respondeu)por)35)mil)toneladas)de)CO2e)em)2010.)Portanto)trataHse)de)medida)de)impacto)positivo)na)sociedade)e)de)boa)
contribuição)a)redução)de)emissões.))

Os)custos)para)promoção)de)discussões)e)de)um)instrumento)de)gestão)são)baixos,)no)entanto)a)unidade)de)aproveitamento)de)
biogás)teria)custo)significativo;)por)outro)lado,)o)biogás)enquanto)recurso)econômico)poderá)amortizar)o)investimento)no)sistema,)e)
uma)parceria)com)o)setor)privado)pode)ser)estudada)para)viabilizar)este)aproveitamento.)
Outros)riscos)a)serem)avaliados:)(i))Interesse)da)CEMIG)em)adquirir)a)energia)produzida)na)ETE)Onça;)(ii))viabilidade)econômicaH
financeira)de)tal)sistema;)(iii))registros)no)Mecanismo)de)Desenvolvimento)Limpo.

AvaliaHse)que)os)prazos)para)implantação)desta)medida)seriam)entre)2020)e)2030.)

Responsabilidades)da)COPASA)e)da)Administração)Municipal.

Avaliação1Quantitativa

Potencial)de)Redução)de)Emissões: 0,80%

Custo)de)Abatimento)Marginal: USD)10,40)/tCO2e

75
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Proposta: Incentivar&a&redução&da&geração&de&resíduos&sólidos&urbanos

Fundamentação1da1Proposta:
Pela&relevância&do&tratamento&de&resíduos&sobre&as&emissões&do&setor&de&saneamento,&é&importante&implementar&medidas&que&
atuem&na&origem&do&problema,&que&é&a&produção&de&resíduos.&Nos&últimos&anos,&a&geração&per&capita&de&lixo&em&Belo&Horizonte&
aumentou&de&forma&significativa,&saindo&de&595&gramas&diárias&de&resíduos&por&habitante&em&1990&para&1,0&kg&em&2000,&e&depois&1,2&
kg&diários&por&habitante&em&2010.&Este&crescimento&vem&pressionando&o&modelo&de&gestão&de&RSU&vigente&em&Belo&Horizonte&
fundamentado&basicamente&no&aterro&sanitário.&

Os&fatores&que&afetam&a&produção&de&resíduos&são&muitos.&Em&geral,&o&aumento&da&população&leva&ao&aumento&da&produção&total&de&
resíduos.&Mas,&o&aumento&da&renda&e,&consequentemente,&de&consumo,&também&leva&a&maior&geração&de&resíduos.&Alguns&estudos&
mostram&que&a&quantidade&de&resíduos&aumenta&com&o&crescimento&do&Produto&Interno&Bruto&(PIB)&(OCDE,&2004).&Outros&fatores&
citados&como&tendo&relação&com&a&geração&de&resíduos&são:&mudanças&sociais,&como&menor&número&de&pessoas&por&domicílio,&por&
exemplo,&o&que&reduz&o&número&de&pessoas&que&usam&determinados&produtos&(mobiliário,&equipamentos&domésticos),&aumentando&
a&geração&de&resíduos&per&capita;&preferência&maior&por&itens&descartáveis,&de&sacolas&plásticas&a&pratos,&copos&e&fraldas&descartáveis,&
passando&por&uma&infinidade&de&embalagens;&e&obsolescência&tecnológica,&que&torna&os&objetos&menos&duráveis&e&faz&com&que&o&
conserto&seja&mais&caro&que&a&compra&de&um&novo&produto&(MINISTER&OF&INDUSTRY&OF&CANADA,&2005).

Na&União&Européia,&os&EstadosZMembros&são&encorajados&a&tomar&medidas&com&vista&a&limitar&a&produção&de&resíduos,&promovendo,&
sobretudo,&as&tecnologias&limpas&e&os&produtos&recicláveis,&tendo&em&conta&as&oportunidades&de&mercado&que&existem&ou&podem&
existir&para&os&resíduos&valorizados.&No&entanto,&década&após&década,&a&quantidade&de&resíduos&aumenta&e&o&desafio&de&redução&recai&
sobre&a&indústria&que&deveria&desenvolver&produtos&mais&duráveis,&com&materiais&que&propiciem&sua&recuperação.&Ainda&não&existe&
um&modelo&de&gestão&pública&de&resíduos&que&tenha&levado&a&sua&efetiva&redução.&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Incluir&na&pauta&do&GT&de&Saneamento&uma&discussão&sobre&formatos&de&incentivo&para&redução&de&resíduos,&para&então&destacar&um&
comitê&de&especialistas&para&propor&medidas&específicas.&

Avaliação1Qualitativa
As&estratégias&com&maiores&possibilidades&de&sucesso&para&redução&da&geração&de&resíduos&são:&(1)&estimular&políticas&públicas&
visando&a&mudança&comportamental&da&população&através&de&(i)&capacitação&de&professores,&para&que&incluam&em&seus&conteúdos&
programáticos&esta&questão;&(ii)&ações&em&escolas&públicas;&(iii)&ações&junto&aos&órgãos&da&administração&direta&e&indireta;&(iv)&ações&
junto&ao&comércio&e&indústria;&(v)&ações&informativas&em&mídias&de&massa;&(vi)&estender&aos&geradores&domiciliares&as&mesmas&
restrições&aplicadas&aos&geradores&comerciais&(máximo&de&120&litros&por&dia).&(2)&regulamentar&as&cadeias&de&logística&reversa&no&
município&de&modo&a&gerar&envolvimento&dos&cidadãos.&(3)&criar&legislação&que&estimule&a&redução&geral&de&resíduos&e&promova&uso&
de&embalagens&retornáveis.

Os&custos&envolvidos&neste&tipo&de&ação&são&considerados&médios,&pois&envolvem&investimento&em&educação&e&cultura&mas&também&
podem&gerar&novas&receitas&com&a&sobretaxa&dos&grandes&geradores.&Os&prazos&é&que&representam&um&risco&maior,&visto&que&são&
medidas&cuja&efetividade&se&dará&no&médio&e&longo&prazos,&e&as&políticas&de&incentivo&à&redução&e&educação&ambiental&não&poderiam&
ser&descontinuadas.&
Há&ainda&risco&de&não&adesão&da&sociedade.&LevaZse&muito&tempo&para&promover&tal&discussão&e&mobilização.&Há&riscos&jurídicos&de&
contestação&das&restrições&(multas&aplicadas&sobre&grandes&geradores).&Ou&riscos&políticos,&de&mudanças&de&foco&da&administração&
municipal&quando&as&questões&não&são&apropriadas&pela&cidade.
Por&ser&um&tema&que&atravessa&a&legislação&nacional&e&estadual,&a&responsabilidade&pela&condução&de&ações&nesta&área&seria&
compartilhada,&o&que&agrega&riscos&institucionais.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: 6,80%

Custo&de&Abatimento&Marginal: Não&determinado.&

76
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Adotar&tecnologias&de&tratamento&de&resíduos&sólidos&urbanos&não&emissoras&de&GEE&para&reduzir&a&
Proposta:
demanda&por&aterro&sanitário

Fundamentação1da1Proposta:
Diversos&estudos&revelaram&que&os&aterros&foram,&ao&longo&das&últimas&décadas&e&ainda&hoje&o&são,&elementos&básicos&nos&sistemas&
de&limpeza&urbana&nos&Estados&Unidos,&Europa&e&América&Latina.&No&Brasil,&a&composição&gravimétrica&dos&resíduos&sólidos&urbanos&é&
caracterizada&pela&predominância&de&componentes&orgânicos&de&alta&biodegradabilidade&tais&como&restos&de&alimentos,&cascas,&
resíduos&de&varrição,&podas&e&papéis&(estes&componentes&representam&em&média&67%&do&peso&total&dos&resíduos).&Dispostos&em&
aterro,&o&potencial&para&produção&de&metano&em&função&da&degradação&anaeróbia&destes&resíduos&é&bastante&elevado,&e&quantidades&
significativas&de&metano&estão&sendo&liberadas&para&a&atmosfera&sem&nenhum&mecanismo&de&recuperação&energética.

Na&União&Européia,&foram&editados&diversos&regulamentos&no&sentido&de&reduzir&a&geração&de&resíduos&urbanos&e&ampliar&sua&
valorização,&ainda&que&energética&(Diretiva&de&Resíduos)&e&também&no&sentido&de&estabelecer&limites&para&disposição&de&resíduos&
biodegradáveis&em&aterros&(Diretiva&de&Aterros).&Na&Califórnia,&através&de&medidas&adotadas&pelo&governo&em&2002,&a&disposição&de&
resíduos&em&aterros&deverá&ser&reduzida&de&50%&para&25%&até&2020,&aumentando&a&participação&dos&tratamentos&térmicos&com&
recuperação&de&energia.&No&Reino&Unido,&cerca&de&42%&da&energia&renovável&produzida&em&2004&foi&proveniente&de&exploração&de&
biogás&em&aterros&(DEFRA,&2005).

Naturalmente,&a&sustentabilidade&da&gestão&de&resíduos&está&antes&na&não&geração&e&no&aumento&da&recuperação&de&materiais&do&
que&na&ampliação&da&rede&de&exploração&de&biogás&de&aterros.&Seguindo&uma&hierarquia&de&prioridades,&a&gestão&de&RSU&deve&focar:&
(1º)&redução&de&resíduos;&(2º)&reuso;&(3º)&reciclagem&e&compostagem;&(4º)&tratamentos&térmicos&com&recuperação&energética;&(5º)&
aterros&com&recuperação&de&biogás;&e&(7º)&aterros&sem&recuperação&de&biogás.&

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Incluir&na&pauta&do&GT&de&Saneamento&uma&discussão&sobre&modelos&de&gestão&de&RSU&desejáveis&para&Belo&Horizonte&no&longo&
prazo&e&destacar&um&comitê&misto&deste&GT&e&do&GT&de&Energia&para&propor&medidas&específicas&no&tema&para&a&Conferência&da&
Cidade&2013.

Avaliação1Qualitativa
Os&riscos&políticos&da&inação,&isto&é,&da&manutenção&dos&aterros&sanitários&como&principal&alternativa&de&disposição&de&resíduos&até&
2030&são&significativos&visto&que,&ao&término&da&vida&útil&destes&equipamentos,&além&da&imediata&necessidade&de&se&providenciar&
nova&área&de&disposição&ou&nova&tecnologia&de&tratamento,&haverá&a&coMresponsabilidade&de&longo&prazo&quanto&ao&passivo&
ambiental&(inclusive&de&emissões&de&GEE)&representado&pelo&aterro&encerrado.&Por&outro&lado,&a&implementação&de&novas&tecnologias&
neste&setor&repercutirá&como&iniciativa&positiva.&Os&riscos&de&efetividade&também&foram&avaliados&como&positivos,&uma&vez&que&há&
sistemas&robustos&disponíveis&no&mercado&já&consolidados&para&aplicações&industriais.&&
Uma&alternativa&considerada&para&a&diversificação&do&tratamento&de&RSU&é&a&adoção&de&um&sistema&incinerador&com&geração&de&
energia.&Inclusive&houve&interesse&da&CEMIG&de&financiar&este&tipo&de&projeto&em&Belo&Horizonte&recentemente,&porém&sem&
desdobramentos.&A&proposta&sugerida&através&da&oficina&foi&de&uma&usina&com&capacidade&de&tratamento&de&500&toneladas&por&dia&
de&resíduos&sólidos&urbanos&acoplada&a&uma&central&de&geração&elétrica,&até&2020.&Custos&estimados&em&R$&300&milhões&de&reais,&
para&o&sistema&descrito&acima.&O&risco&de&viabilização&desta&alternativa&é&sobretudo&de&disponibilidade&financeira&e&institucional,&na&
medida&que&existem&contratos&vigentes&para&utilização&de&aterros&sanitários.&

As&responsabilidades&concentramMse&na&esfera&da&Administração&Municipal,&com&gestão&da&SLU.&Parcerias&com&o&setor&privado&podem&
viabilizar&a&implantação&da&usina&de&incineração,&a&exemplo&da&parceria&com&o&aterro&sanitário.&

Avaliação1Quantitativa

Potencial&de&Redução&de&Emissões: 1,13%

Custo&de&Abatimento&Marginal: Não&determinado.&

77
Eixo1Estratégico1de1Saneamento

Implantação%de%metas%para%universalização%do%tratamento%de%esgotos%e%incorporação%de%parâmetros%de%
Proposta:
redução%de%GEE%na%Política%Municipal%de%Saneamento

Fundamentação1da1Proposta:
Belo%Horizonte,%juntamente%com%Contagem,%recebeu%investimentos%expressivos%pela%concessionária%regional%de%água%e%esgotos%para%
ampliação%dos%serviços%de%saneamento%básico%na%última%década.%A%cobertura%de%coleta%superou%83%%em%2010%e%atualmente%a%maior%
parte%dos%esgotos%coletados%é%tratada%em%grandes%e%modernas%ETEs.%%

No%entanto,%a%parcela%de%esgotos%sem%tratamento%ainda%precisa%ser%combatida%uma%vez%que%o%lançamento%de%esgoto%bruto%no%meio%
ambiente%implica%em%diversos%impactos%ambientais,%sendo%as%emissões%de%GEE%uma%pequena%porção%deles.%O%tratamento%é%
imperativo,%mas%precisa%ser%universalizado%através%de%tecnologias%de%baixa%emissão%de%GEE.%%
Esta%discussão%é%relevante%para%todas%as%cidades%brasileiras%e%latinoNamericanas,%visto%que%trataNse%de%problema%comum%e%portanto%a%
solução%mais%adequada%ganhará%uma%enorme%replicabilidade.%%%

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Incluir%na%pauta%do%GT%de%Saneamento%apresentações%dos%esforços%da%COPASA,%da%PBH%e%da%Prefeitura%de%Contagem%no%sentido%de%
universalizar%o%tratamento%de%esgotos%na%região.
Envolver%outros%comitês%de%saneamento,%como%o%COMUSA,%nas%discussões%e%proposta%de%universalização%dos%serviços%também%na%
perspectiva%de%reduzir%emissões%de%GEE.

Implementar%interface%com%o%COMUSA%com%fins%de%(i)%incorporar%diretrizes%de%redução%de%GEE;%(ii)%garantir%melhor%efetividade%do%
plano%municipal%de%saneamento;%(iii)%alocar%recursos%destinados%a%programas%de%redução%de%GEE%a%favor%das%metas%de%saneamento.

Avaliação1Qualitativa
Investimentos%em%saneamento%básico%em%curso%pela%concessionária%estadual%e%por%programas%estruturantes%da%PBH%representam%
aportes%ao%PREGEE%significativos%e%precisam%de%continuidade%no%longo%prazo.%E%a%ampliação%destes%serviços%essenciais%precisa%ser%
acompanhada%de%medidas%sustentáveis%como%baixo%custo%de%implantação%e%operação%e%baixo%impacto%ambiental.%Portanto%o%
tratamento%de%esgotos%deve%incorporar%a%diretriz%de%não%produzir%aumento%de%emissões%de%GEE%em%função%do%aumento%da%cobertura%
de%serviços.%

Estas%medidas%possuem%altos%custos%e%prazos%mais%dilatados%de%implantação,%no%entanto%a%fração%relacionada%ao%gerenciamento%de%
GEE%no%tratamento%de%esgotos%é%pequena,%o%que%representa%uma%oportunidade%para%maximizar%o%valor%de%tais%investimentos.%%

Viabilização%a%longo%prazo,%inclusive%pela%baixa%participação%social%para%exercer%controle.

Avaliação1Quantitativa

Potencial%de%Redução%de%Emissões: 0,13%

Custo%de%Abatimento%Marginal: USD%10,40%/tCO2e

78
ANEXO 4 - PROPOSTAS DO EIXO ESTRATÉGICO DE ADAPTAÇÃO

79
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Recomendar(uma(revisão,(no(âmbito(do(CMMCE(`(GT(Saneamento,(na(legislação(vigente(sobre(gestão(de(águas(
Proposta:
pluviais,(especificamente(artigo(50º(da(Lei(de(Parcelamento,(Ocupação(e(Uso(do(Solo((LPOUS)

Fundamentação1da1Proposta:
Uma(das(diretrizes(do(PREGEE(é(a(preparação(para(os(riscos(físicos(mais(eminentes(das(mudanças(climáticas.(No(caso(de(Belo(Horizonte,(os(
principais(efeitos(físicos(esperados(envolvem(alteração(dos(padrões(de(precipitação,(maior(ocorrência(de(ondas(de(calor(e(maior(duração(de(
períodos(de(estiagem.(Com(isso,(os(riscos(de(acidentes(causados(por(chuvas(intensas,(enchentes,(granizo(ou(ventos(fortes(bem(como(os(
riscos(de(exposição(a(longos(períodos(com(baixa(umidade(do(ar(e(pouca(dispersão(de(calor(e(partículas,(devem(aumentar(de(forma(
significativa(até(2030(e(além.

Neste(contexto,(uma(revisão(do(marco(legal(sobre(parcelamento,(ocupação(e(uso(do(solo(na(cidade(se(faz(necessária.(O(artigo(50º(da(LPOUS,(
que(versa(sobre(percentuais(permitidos(para(impermeabilização(de(solo(em(área(urbana,(em(sua(forma(atual(permite(que(empreendimentos(
alcancem(até(100%(de(impermeabilização(de(seus(terrenos,(o(que(aumenta(os(riscos(de(escoamento(superficial(excessivo(de(águas(pluviais(
(causador(de(enchentes).(Esta(possibilidade(não(pode(ser(mantida(e(maneiras(de(reintroduzir(áreas(permeáveis(em(edificações(existentes(
com(alto(grau(de(impermeabilização(devem(ser(previstas.(

O(momento(de(proposição(de(tal(modificação(na(LPOUS(é(propício(uma(vez(que(o(tema(deverá(ser(tratado(na(Conferência(da(Cidade.(Uma(
proposta(de(revisão(poderia(ser(encaminhada(à(Conferência(via(CMMCE(para(dar(início(ao(processo(de(institucionalização(do(PREGEE.(

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Destacar(um(comitê(de(especialistas(dentro(do(GT(de(Saneamento(do(CMMCE(para(propor(nova(redação(ao(referido(artigo,(de(modo(que(a(
revisão(da(legislação(possa(ser(encaminhada(à(Conferência(da(Cidade(e(ao(Legislativo(Municipal.

Avaliação1Qualitativa
São(altas(as(chances(de(não(aprovação(da(referida(revisão(dada(a(resistência(do(setor(imobiliário.(Seria(preciso(envolver(eventualmente(o(
Ministério(Público.(Posteriormente,(a(medida(deverá(ser(aprovada(no(Legislativo(Municipal.(

Uma(consultoria(no(valor(de(R$(1,5(milhão(foi(contratada(para(estudar(os(impactos(das(medidas.(

Haverá(necessidade(de(gestão(de(equipamentos(que(estarão(em(áreas(privadas.(A(estrutura(de(fiscalização(e(licenciamento(deve(ser(
preparada(e(reforçada(para(assegurar(o(cumprimento(dos(novos(padrões(de(permeabilidade.(

A(medida(depende(dos(prazos(da(Conferência(da(Cidade(e(do(Legislativo(Municipal.(Portanto,(seria(prudente(estabelecer(um(cenário(de(
médio(prazo((até(2020)(para(a(consecução(desta(medida.

De(forma(similar(à(análise(de(riscos(políticos,(os(riscos(institucionais(envolvem(a(rejeição(da(medida(pelo(segmento(imobiliário(devido(a(
redução(da(área(construída.(Um(possível(encarecimento(dos(imóveis(em(decorrência(desta(medida(encontraria(a(insatisfação(dos(cidadãos.(
Portanto(a(mobilização(institucional(terá(que(ser(decisiva,(eventualmente(contando(com(o(Ministério(Público.((

80
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Proposta: Estabelecimento"de"metas"de"implantação"de"pavimentos"permeáveis"e"pavimentos"de"coloração"clara

Fundamentação1da1Proposta:
Uma"das"diretrizes"do"PREGEE"é"a"preparação"para"os"riscos"físicos"mais"eminentes"das"mudanças"climáticas."No"caso"de"Belo"Horizonte,"os"
principais"efeitos"físicos"esperados"envolvem"alteração"dos"padrões"de"precipitação,"maior"ocorrência"de"ondas"de"calor"e"maior"duração"de"
períodos"de"estiagem."Com"isso,"os"riscos"de"acidentes"causados"por"chuvas"intensas,"enchentes,"granizo"ou"ventos"fortes"bem"como"os"
riscos"de"exposição"a"longos"períodos"com"baixa"umidade"do"ar"e"pouca"dispersão"de"calor"e"partículas,"devem"aumentar"de"forma"
significativa"até"2030"e"além.

Assim,"com"uma"área"significativa"de"nossa"malha"urbana"com"alto"grau"de"impermeabilização,"medidas"para"aumentar"a"permeabilidade"do"
solo"na"cidade_"como"os"pavimentos"permeáveis_"e"também"para"reduzir"radiação"de"calor_"como"os"pavimentos"de"coloração"clara_"são"
um"valioso"recurso"para"melhorar"a"resiliência"da"cidade"a"alguns"tipos"de"eventos"climáticos"extremos."Estes"pavimentos"atuam"tanto"para"
conter"escoamento"superficial"excessivo"de"águas"pluviais,"causador"de"enchentes,"como"para"conter"o"aquecimento"do"microclima"urbano.

Cabe"avaliar"se"os"pavimentos"propostos"nesta"medida"não"poderiam"tornarZse"o"padrão"tecnológico"a"ser"considerado"nas"aquisições"para"
obras"públicas,"por"meio"da"Deliberação"Normativa"do"COMAM"sobre"compras"sustentáveis,"e"investigar"outros"meios"de"introduzir"
tecnologias"similares"nos"empreendimentos"privados."

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Adoção"de"metas"progressivas"para"implantação"de"tais"pavimentos"em"áreas"estratégicas,"definidas"pela"área"(m2)"de"pavimento"que"
possui"esta"tecnologia."Espaços"públicos"como"praças,"áreas"de"estacionamento,"pátios"e"vias"públicas"seriam"alvo"desta"tecnologia."

Avaliação1Qualitativa
É"preciso"avaliar"o"impacto"que"a"introdução"desta"tecnologia"traria"ao"percentual"de"utilização/construção"das"edificações."Qualquer"
alteração"em"decorrência"do"uso"destes"pavimentos,"seja"na"direção"de"aumentar"ou"reduzir"a"permissão"de"uso/construção,"traria"impactos"
políticos"positivos"ou"negativos.""

As"tecnologias,"apesar"de"recentes,"podem"ser"fabricadas"em"Belo"Horizonte"e"a"princípio"não"apresentam"impactos"de"custos"em"relação"
aos"pavimentos"convencionais."

É"preciso"assegurar"a"efetividade"construtiva"da"tecnologia"e"uso"planejado"das"áreas,"para"que"os"pavimentos"não"venham"a"ser"danificados"
e"tenham"suas"funções"de"drenagem"e"de"refrear"a"retenção"de"calor"comprometidas.

No"curto"prazo"(até"2015)"seria"inviável,"em"função"de"toda"mobilização"urbana"necessária"e"a"turbulência"que"isso"geraria."Esta"solução"
seria"implantada"aos"poucos,"no"médio"e"longo"prazo"(até"2030"e"além),"com"a"substituição"periódica"dos"pavimentos"urbanos"e"com"o"
próprio"desenvolvimento"da"tecnologia.""

Caso"a"proposta"seja"colocada"como"uma"estratégia"de"engenharia"de"longo"prazo,"não"sofreria"tanta"rejeição,"e"poderia"ser"instituída"
internamente"na"esfera"técnica"da"Administração"Municipal."

81
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Ampliar#o#GEAR#M#Grupo#Executivo#de#Áreas#de#Risco#em#Belo#Horizonte#e#a#rede#de#monitoramento#e#alerta#de#
Proposta:
eventos#climáticos#extremos

Fundamentação1da1Proposta:
A#partir#de#um#diagnóstico#de#áreas#de#risco#geológico#existentes#principalmente#nas#vilas#e#favelas#da#cidade#mas#também#em#outras#áreas,#
foi#criado#em#2006#através#do#Decreto#Municipal#12.571#o#Programa#Estrutural#de#Áreas#de#Risco#(PEAR)#com#os#objetivos#de#prevenir,#
controlar#e#eliminar#situações#de#risco#seja#para#patrimônio#público#ou#privado.#As#pessoas#atendidas#nas#ações#do#PEAR,#em#função#de#sua#
situação#de#risco,#recebem#assistência#conforme#os#critérios#da#Política#Municipal#de#Habitação.#Através#de#seu#Grupo#Executivo#(GEAR),#
decisões#acerca#de#intervenções#emergenciais#são#tomadas#principalmente#no#período#de#chuvas.##A#coordenação#geral#do#GEAR#é#exercida#
pelo#Prefeito#de#Belo#Horizonte,#representado#pelo#Secretário#Municipal#de#Políticas#Urbanas,#sendo#a#coordenação#executiva#do#GEAR#
exercida#pela#URBEL,#SUDECAP,#e#pela#Coordenadoria#Municipal#de#Defesa#Civil#M#COMDEC.

As#situações#de#risco#geológico#podem#se#agravar#em#decorrência#de#períodos#de#chuva#mais#intensos#ou#de#maior#duração.#Mas#também,#
outras#situações#emergenciais#não#relacionadas#a#riscos#geológicos_#tais#como#enchentes,#fortes#chuvas#de#granizo,#quedas#de#árvores,#e#
outras#situações_#podem#requerer#uma#estrutura#de#atendimento#similar#a#que#o#PEAR#dispõe#para#os#casos#de#riscos#geológicos.#TrataMse#
de#acolher#como#parte#do#PREGEE#as#ações#planejadas#e#desenvolvidas#no#âmbito#do#PEAR,#que#possui#foco#nos#riscos#geológicos,#e#ampliar#
a#estrutura#de#atendimento#emergencial#para#outras#situações#de#calamidade#pública.

Esta#medida#também#envolve#a#efetividade#nas#comunicações#de#eventos#climáticos#extremos,#tais#como#tempestades,#ocorrências#de#
ventos#fortes,#estiagens#prolongadas,#baixa#umidade#do#ar,#ondas#de#calor#e#outros#eventos#que#podem#colocar#em#risco#a#segurança#e#a#
saúde#da#população.#

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
A#proposta#para#o#PREGEE#é#buscar#meios#de#fortalecer#o#Programa#Estrutural#em#Áreas#de#Risco#M#PEAR,#de#modo#a#incorporar#outras#
situações#de#calamidade#pública#em#sua#rede#de#atendimento#emergencial.#Para#isso,#é#preciso#envolver#estes#atores#na#estrutura#do#
CMMCE.#Definir#ou#revisar#critérios#para#classificação#de#eventos#climáticos#extremos;#definir#ou#revisar#procedimentos#para#detectar#e#
comunicar#a#ocorrência#de#tais#eventos.##

Avaliação1Qualitativa
Não#verificouMse#risco#político#para#a#implantação#da#medida.#O#risco#político#pode#ser#grande#no#caso#de#ocorrência#de#calamidade#com#
consequencias#sérias,#sobretudo#se#houver#evidência#de#despreparo#por#parte#do#poder#público.

A#implantação#de#uma#ampla#rede#de#monitoramento#de#vulnerabilidades#representa#custos#razoáveis,#já#que#somente#a#ampliação#da#rede#
de#monitoramento#de#ventos#pela#SMMA#apresentou#custo#superior#a#R$#1#milhão.#No#entanto,#tais#estudos#revelamMse#valiosos#para#
aumentar#a#capacidade#de#planejamento#e#preparação#para#emergências,#e#devem#ser#previstos#no#médio#prazo#(até#2020).##

Os#planos#de#prevenção#e#atendimento#a#emergências#tem#se#mostrado#razoavelmente#efetivos.#

Os#riscos#institucionais#também#são#baixos.#A#proposta#de#ampliação#do#GEAR#já#está#ocorrendo#com#a#incorporação#dos#riscos#de#dengue#e#
ficus#(mosca#branca),#portanto#já#existem#ações#nesta#linha#em#andamento.#Outros#mapeamentos#de#risco#estão#em#andamento#em#outras#
esferas#(por#exemplo,#ventos#pela#SMMA#e#áreas#de#inundação#pela#coordenação#do#DRENURBS).#Seria#estratégico#centralizar#estas#
informações#em#um#mapa#de#vulnerabilidades.

82
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Proposta: Criar"programa"de"comunicação"com"sociedade"sobre"os"impactos"das"mudanças"climáticas

Fundamentação1da1Proposta:
TrataSse"de"um"grande"programa"de"educação"ambiental"para"a"população,"de"modo"a"informar"e"conscientizar"sobre"os"riscos"das"
mudanças"climáticas"e"como"agir"para"reduzir"seus"impactos,"proporcionando"conhecimentos"tanto"na"esfera"da"adaptação"aos"seus"efeitos"
físicos"quanto"no"desenvolvimento"de"hábitos"mais"apropriados"em"um"novo"contexto"socioeconômico"e"ambiental.

Medidas"de"educação"ambiental"foram"apontadas"por"todos"os"grupos"de"trabalho."Porém,"por"terem"tais"medidas"foco"no"longo"prazo,"e"
por"envolverem"conhecimentos"sistêmicos"de"meio"ambiente,"economia"e"cultura,"favorecendo"assim"uma"qualificação"ampla"da"sociedade"
para"a"sustentabilidade,"verificouSse"oportuno"tratar"dos"temas"educativos"como"ações"de"preparação"ou"adaptação"a"novas"realidades."Por"
essa"razão,"proposições"relativas"a"educação"ambiental"foram"trazidas"para"o"eixo"estratégico"de"Adaptação,"compondo"uma"diretriz"
específica."

O"desafio"neste"campo"é"criar"um"programa"de"comunicação"com"sociedade,"inclusive"com"proposta"de"disciplina"em"escolas"públicas,"para"
conscientizar"e"estimular"a"população"sobre"os"impactos"das"mudanças"climáticas"e"sobre"a"adoção"de"novas"tecnologias"e"práticas"que"
associam"benefícios"econômicos,"ambientais"e"sociais.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:
Propor"conteúdos"e"metodologias"para"desenvolvimento"de"programa"de"educação"ambiental"de"longo"prazo"e"de"amplo"alcance,"no"tema"
Sustentabilidade,"considerando"o"contexto"de"mudanças"climáticas.

Fortalecimento"dos"programas"existentes"de"educação"ambiental"nas"vilas"e"favelas,"nas"escolas,"e"ampliação"do"programa"para"a"mídia."

Avaliação1Qualitativa
A"proposta"apresenta"apelo"positivo,"com"boa"aceitação"pela"população."Contudo"qualquer"descontinuidade"no"programa"de"longo"prazo"
pode"afetar"a"credibilidade"e"a"efetividade."
Também"por"ser"um"programa"de"longo"prazo"associado"à"educação,"se"não"houver"previsão"orçamentária"aprovada"no"Município,"o"
programa"possivelmente"sofrerá"com"suspensões"ocasionais"de"verbas."
É"preciso"desenvolver"um"bom"programa,"de"bom"conteúdo"e"didática,"apresentando"benefícios"concretos"de"um"novo"estilo"de"vida"
sustentável,"para"obter"ampla"adesão"da"sociedade."Do"contrário,"uma"campanha"sem"foco"nos"benefícios"concretos"da"sustentabilidade"
poderá"sofrer"com"baixa"adesão"e"terminar"ineficaz.""

O"planejamento"e"implantação"de"um"programa"com"tal"alcance"possivelmente"não"serão"concluídos"antes"de"2015,"em"face"da"estrutura"
existente"e"o"tamanho"do"desafio."O"médio"prazo"(até"2020)"é"mais"razoável"para"a"implantação"desta"proposição."

O"envolvimento"institucional"será"necessário"para"assegurar"o"planejamento"participativo"do"programa."Sua"implantação"compete"à"
Administração"Municipal"portanto"estes"riscos"são"baixos."

83
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Proposta: Estabelecer%parcerias%para%proteger%e%aumentar%a%cobertura%vegetal%urbana

Fundamentação1da1Proposta:
Uma%das%diretrizes%do%PREGEE%é%a%preparação%para%os%riscos%físicos%mais%eminentes%das%mudanças%climáticas.%No%caso%de%Belo%Horizonte,%os%
principais%efeitos%físicos%esperados%envolvem%alteração%dos%padrões%de%precipitação,%maior%ocorrência%de%ondas%de%calor%e%maior%duração%de%
períodos%de%estiagem.%Com%isso,%os%riscos%de%acidentes%causados%por%chuvas%intensas,%enchentes,%granizo%ou%ventos%fortes%bem%como%os%
riscos%de%exposição%a%longos%períodos%com%baixa%umidade%do%ar%e%pouca%dispersão%de%calor%e%partículas,%devem%aumentar%de%forma%
significativa%até%2030%e%além.
A%cobertura%vegetal%cumpre%papel%de%grande%importância%na%regulação%do%microclima%urbano.%Com%sombreamento,%retenção%de%umidade%
durante%a%estiagem%e%controle%de%partículas,%combate%formação%de%ilhas%de%calor.%Um%programa%de%arborização%de%longo%prazo%em%áreas%
estratégicas%e%nos%parques%da%cidade%contribuiria%positivamente%para%a%qualidade%de%vida%da%população%de%uma%forma%geral.%Por%outro%lado,%
o%programa%precisaria%identificar%os%indivíduos%arbóreos%que%apresentassem%riscos%de%acidentes%em%caso%de%ocorrência%de%ventos%fortes,%por%
exemplo,%auxiliando%o%planejamento%das%atividades%de%limpeza%urbana.%%
Eventualmente%o%programa%poderia%ser%operado%mediante%uma%parceria%com%uma%instituição%do%ramo%de%reflorestamento,%caso%fosse%
vantajoso%para%desoneração%da%PBH,%e%poderia%buscar%financiamento%junto%a%atores%econômicos%interessados%em%associar%sua%imagem%aos%
plantios.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Discutir%as%bases%e%o%formato%de%um%programa%de%parcerias%com%entidades%especializadas%para%plantio%e%manutenção%de%árvores%na%cidade,%
com%metas%para%ampliar%a%arborização.

Avaliação1Qualitativa
O%apelo%político%desta%medida%é%bastante%positivo.%Inclusive%a%PBH%já%possui%uma%meta%instituída%de%ampliação%das%áreas%verdes%protegidas%
até%2030,%que%é%passar%dos%atuais%18%m2/hab%para%20%m2/hab.%%

O%acréscimo%da%área%protegida%implicará%em%desapropriações%visto%que%somente%com%áreas%públicas%a%meta%não%será%alcançada.%Portanto,%a%
necessidade%de%recursos%pode%ser%significativa.%

O%índice%de%20%m2/hab%pode%ser%alcançado%com%relativa%facilidade%para%a%área%total%da%cidade,%no%entanto%é%preciso%distribuir%melhor%as%
áreas%arborizadas%para%que%os%efeitos%de%regulação%do%microclima%urbano%seja%efetivo.%Por%exemplo,%a%Regional%Noroeste%apresenta%um%
índice%de%apenas%3%m2/hab,%revelando%distorções%na%arborização%urbana.%

Os%prazos%são%dilatados%por%que%as%questões%podem%envolver%desapropriações%que%podem%ter%desdobramentos%judiciais;%além%disso,%
eventuais%plantios%para%reposição%ou%redistribuição%de%árvores%levarão%tempo%para%produzirem%indivíduos%arboréos%adultos.%

Pode%envolver%interesses%do%segmento%imobiliário.%É%preciso%estudar%o%plano%de%arborização%para%que%haja%uma%harmonização%de%interesses,%
ao%invés%de%conflitos.%

84
Eixo1Estratégico1de1Adaptação

Proposta: Criar%um%grupo%de%trabalho%(GT)%no%CMMCE%voltado%para%adaptação%às%mudanças%climáticas

Fundamentação1da1Proposta:

O%CMMCE,%desde%sua%criação%pelo%Decreto%Municipal%12.362/2006%e%através%do%artigo%40º%da%Lei%10.175/2011%(que%institui%a%Política%
Municipal%de%Mitigação%dos%Efeitos%das%Mudanças%Climáticas)%e%ainda%pelo%artigo%4º%do%Decreto%Municipal%14.749/2012%(que%estabelece%a%
elaboração%do%PREGEE),%sempre%deteve%a%coordenação%das%discussões%neste%tema%no%âmbito%da%PBHcSMMA.%Ou%seja,%por%sua%condição%
institucional,%o%CMMCE%exerce%a%gestão%do%PREGEE%e%por%esta%razão%dispõe%de%estrutura%para%secretariar%Grupos%de%Trabalho%paritários%entre%
sociedade%e%governo%para%debater%as%questões%pertinentes%às%mudanças%climáticas.

Sendo%o%fórum%designado%para%discutir,%avaliar%e%propor%políticas%públicas%nesta%esfera%em%Belo%Horizonte,%o%CMMCE%ainda%não%instituiu%um%
Grupo%de%Trabalho%específico%para%o%campo%de%Adaptação,%tendo%apenas%constituído%Grupos%de%Trabalho%voltados%à%Mitigação%de%Emissões%
(nos%setores%de%Mobilidade,%Energia,%Saneamento%e%Construções%Sustentáveis).%Portanto,%é%necessário%reunir%os%atores%relevantes%para%
debater%questões%como%comunicação%e%atendimento%a%emergências,%monitoramentos%climáticos,%gestão%de%águas%pluviais,%arborização%
urbana%e%educação%ambiental%para%a%sustentabilidade.%
Caso%os%gestores%do%PREGEE%percebam%que%será%vantajoso%para%assegurar%institucionalidade%às%ações%de%Adaptação%cunhadas%dentro%deste%
GT%específico,%um%Plano%Municipal%de%Adaptação%poderia%ser%elaborado,%destacandocse%do%PREGEE%que%manteria%o%foco%em%ações%de%
mitigação,%enquanto%as%ações%de%adaptação%seriam%reunidas%em%um%Plano%separado%que%buscaria%sua%institucionalidade%de%forma%paralela%e%
similar%ao%PREGEE.

Encaminhamentos1para1o1CMMCE1avançar1com1esta1medida:

Identificar%público%multidisciplinar,%que%envolva%governo,%sociedade%civil%e%terceiro%setor,%com%perfil%associado%ao%tema%de%Adaptação,%para%
compor%um%Grupo%de%Trabalho%dentro%do%CMMCE.

Avaliação1Qualitativa
Não%há%riscos%políticos,%a%estrutura%geral%do%CMMCE%está%pronta%para%constituir%tal%Grupo%de%Trabalho.%

Também%não%há%necessidade%de%recursos%adicionais.%%

Será%preciso%assegurar%a%representatividade%dos%atores%que%integrarem%este%GT,%para%que%o%grupo%tenha%legitimidade%para%propor%políticas%
de%adaptação.%Será%estratégico%designar%um%coordenador%com%notoriedade%e%interesses%claros%no%assunto.%Entidades%inicialmente%mapeadas%
para%este%GT%foram:%Secretaria%de%Saúde,%Secretaria%de%Meio%Ambiente,%Fiscalização,%Urbel,%Comdec,%Sudecap/Secretaria%de%Obras,%
Secretaria%de%Planejamento,%Bombeiros,%CEDEC%e%ONGs%relacionadas%ao%tema.%

Este%GT%pode%ser%iniciado%ainda%em%2013.%

Riscos%institucionais%médios,%uma%vez%que%as%entidades%podem%não%manifestar%interesse%na%participação.%Ou%então,%uma%vez%que%atendam%ao%
GT,%sejam%desmotivados%e%abandonem%as%discussões.%

85
REFERÊNCIAS

ARIKAN, Y. et al. Global Protocol for Community-Scale GHG Emissions (GPC) -


Version 0.9. [S.l.] Prepared by: C40 Cities Climate Leadership Group and ICLEI
Local Governments for Sustainability; In collaboration with: World Bank, UNEP, UN-
HABITAT, World Resources Institute, 30 mar. 2012.

Belo Horizonte, 2011. Lei 10.175 -Institui a Política Municipal de Mitigação dos
Efeitos da Mudança Climática

Belo Horizonte, 2006. Decreto 12.362 - Cria o Comitê Municipal sobre Mudanças
Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE)

Belo Horizonte, 2012. Decreto 14.794 - Promove a Política Municipal de Mitigação


dos Efeitos da Mudança Climática por meio do Plano Municipal de Redução das
Emissões de Gases de Efeito Estufa

Belo Horizonte, 2007. Lei no. 9.415 - Institui a Política Municipal de Incentivo ao
Uso de Formas Alternativas de Energia

Bittar, J.; Coelho, F. D. Gestão democrática, inversão de prioridades e os caminhos


da administração pública municipal. In: RIBEIRO, L. C. de Q.; SANTOS JÚNIOR, O.
A. dos S. (Org.). Globalização, fragmentação e reforma urbana: o futuro das
cidades brasileiras na crise. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.
p.327-51.

Brasil, Flávia de Paula Duque. Participação cidadã e reconfigurações nas políticas


urbanas nos anos noventa. In: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais,
v.6, n.2. 2004.

BRASIL Ministério de Ciência e Tecnologia. 1994. Comunicação Nacional Inicial do


Brasil à Convenção-Quadro das Unidas sobre Mudança do Clima.
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/310914.html.

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