Artigo Sobre Cooperativa
Artigo Sobre Cooperativa
Artigo Sobre Cooperativa
1. Introdução
sociedade simples. Para melhor caracterizá-la, será feita uma comparação entre ela e
exercem atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 982), isto é, atividades
procedimentos em que ela tem atuado tanto em relação aos cooperados quanto em
relação a terceiros.
2. Histórico
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Industrial.
agruparam em associação cooperativa para ter acesso a alimentos mais baratos (pela
Amparo aos Agricultores sem Recurso, também batizada de “Caixa Rural”), resolveram
com elas atender às necessidades individuais dos rurícolas menos favorecidos, sem a
cooperativista de crédito.
população.
Assim,
é evidente que a solidariedade pode realizar-se por outros meios que não pela
intervenção do Estado, a começar pelos inumeráveis modos de associações. A
associação cooperativa sob suas diversas formas é, juntamente com a associação
sindical e a mutualidade, a solução mais frequentemente preconizada pelos
solidaristas. E os solidaristas, estimam que aquelas formas, por serem livres, são
superiores à ação do Estado que é necessariamente coercitiva – o que não quer
dizer que a coerção não se torne indispensável onde quer que os indivíduos sejam
incapazes de realizar, por si próprios, a solidariedade livre”. (FRANKE, 1973,
p.3)
ação cooperativa, é o de que a cooperativa não existe para explorar serviços no seu
de que a solidariedade, como fato social, só é criadora de uma ordem jurídica mais
vontade de cada um, ou, na falta, pela coerção legal, se transformará na justiça pela qual
cada indivíduo será chamado a tomar sua parte do fardo e também do lucro de outrem.
3. Conceito
de empresa.
com a união de capitais – para a persecução de fins comuns; por essa definição, a
porém, tal assertiva fere os princípios que regem, por exemplo, as cooperativas de
cooperativo.
exploração de negócios em comum. Indica sua natureza econômica tanto quanto, isso
pessoas, com forma e natureza jurídicas próprias, de natureza civil, não sujeitas a
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associados não operem com a sociedade, praticando, com ela, os negócios internos, o
defesa e melhoria da situação econômica dos cooperados, quer obtendo, para eles, ao
mais baixo custo, bens e prestações de que necessitam, quer colocando, no mercado, a
organizações não cooperativas a pessoa se associa para participar dos lucros sociais na
tempo, o seu usuário ou cliente. Nas cooperativas de consumo, por exemplo, a posição
de sócio só tem razão de ser quando ele associa para o fim de abastecer-se, nos
agrícolas, a filiação do produtor somente adquire sentido quando seu ingresso se fez
para permitir-lhe a entrega de seus produtos, a fim de sejam vendidos, por intermédio
pelo nome de “princípio de dupla qualidade”, cuja realização prática importa, em regra,
economia individual dos associados, não atingiria ela seus objetivos caso enriquecesse
em detrimento e às custas de seus integrantes. Assim sendo, ela deve possuir um caráter
Por conseguinte,
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- Cooperativas de Consumo: aquelas que se destinam a oferecer aos sócios bens e serviços
objeto de atividades.
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lhes finalidades eminentemente capitalistas. Se esse lucro, porém, não for partilhado
utilidade coletiva, pode-se afirmar que a cooperativa não só cumpre sua missão de
melhorar as economias associadas como também investe na área social, tão defasada
5. Sociedade Cooperativa
simples:
Permanece a ser regida por lei especial (Lei nº 5.764/71) limitando-se o Código
que a lei especial de sua regência for omissa, aplicam-se-lhes as disposições referentes à
sociedade simples. Dessa forma, elas se excluem de eventual falência, ficando sujeita à
insolvência civil. Por esse caráter, seu registro é civil e sua atividade não é empresarial,
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estudo não se localiza no Direito de Empresa, razão pela qual apenas nos limitaremos a
a) variabilidade ou dispensa do capital social que pode ser constituído por bens
ou por serviços.
c) limitação do valor das quotas do capital social que cada sócio poderá deter;
efetuadas pelo sócio cooperado com a sociedade com a sociedade, podendo ser
dissolução da sociedade;
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pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a
inscrição na Junta Comercial, por força de previsão em Lei especial (Lei nº 5.764/71,
artigo 18), que prevalece na espécie, conforme ressalvam os artigos 1.093 e 1.096 do
novo Código.
6. A cooperativa e a empresa
sociedade simples, dessa forma seria um erro colossal considerar a cooperativa como
sendo uma sociedade empresária. Tanto que a sociedade empresária manifesta-se como
exploração, com fins lucrativos, de uma atividade produtiva. Assim sendo, já de forma
se discute em relação às cooperativas de crédito. Estas vem ganhando cada vez mais
espaço no mercado de modo a serem equiparadas aos bancos, a despeito de que seja
com terceiros.
Não se pode, contudo, entender o avanço dessas cooperativas no que tange aos
Estas podem auferir lucros com terceiros, ainda que este não seja o seu objetivo perante
os sócios.
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funcionar e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil têm em comum com o sistema
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serviços que prestam. E isso em razão da unidade da fonte normativa. Por conseguinte,
clientes são atores distintos, estranhos entre si. Assim sendo, o ato cooperativo não gera
tributação para seus usuários por não ser uma operação de mercado e tampouco vínculo
não reconhecimento, pelos tribunais de todo o país, de suposta relação de consumo nas
Defesa do Consumidor para resolver eventuais divergências que daí possam derivar.
econômica mediante serviços específicos que lhe presta, não tem a cooperativa razão
para lucrar a suas expensas. É o que ocorre, por exemplo, com as empresas mercantis,
cujo fim é alcançarem para seus integrantes uma renda proporcional ao capital
de terceiros.
pontos em comum e tantos outros, divergentes. É bem verdade que ambas possuem
tipos societários adotam procedimentos tão próximos uns dos outros que podem até se
traços, desde logo, que a diferencia da sociedade cooperativa. Para que o estudo seja
porte.
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A microempresa
Microempresas e das empresas de pequeno porte – deve ser considerada pessoa jurídica
ou firma individual que tenha receita bruta anual igual ou inferior a R$ 435.000,00. E a
empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica ou firma individual, que não enquadrada
seja, microempresa e empresa de pequeno porte têm por objeto a finalidade lucrativa
diversamente do que ocorre com a sociedade cooperativa. Além dessa diferença, vê-se
trabalhista e creditício.
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8. Conclusão
simples, de forma que não dispõe de alternativas para a sua regulamentação, como
ocorre com outros tipos societários, exceto com as sociedades anônimas. Por essa
maneira e pelo fim de seu objeto social, visto que, enquanto essas visam como
finalidade maior o lucro, aquelas podem se utilizar do “lucro”, ou melhor, das sobras
líquidas para atingir seu fim maior, o qual não é o lucro, mas o bem-comum de todos os
Por isso, esse tipo societário precisa ter sua relevância evidenciada a cada dia
mais, uma vez que se trata de uma forma alternativa e autônoma das pessoas carentes de
podem ser uma ótima saída, pelo seu princípio mutualista e pela sua inspiração
existentes, apresenta suas características que lhe são inerentes e exclusivas de modo a
9. Bibliografia:
PRUX, Oscar Ivan; HENTZ, Luiz Antonio Soares; ALMEIDA, Marcus Elidius
Michelli de. Comentários ao Código Civil brasileiro: da sociedade, do
estabelecimento e dos institutos complementares. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
V. 10.