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GU A

ORIENTAD R
para Projetos de Educação
em Saúde nas Escolas

Ana Paula dos Santos Souza | Cleidilene Ramos Magalhães | Aline Winter Sudbrack

Porto Alegre, 2019.


DADOS DA PUBLICAÇÃO

Apêndice F : Produto Final da Dissertação de Mestrado


em Ensino na Saúde de Ana Paula dos Santos Souza,
orientada por Cleidilene Ramos Magalhães e Aline
Winter Sudbrack. Porto Alegre, 2019.

Projeto Editorial, Diagramação e Ilustrações


Daniela Barbosa Behrends.
Sumário
Introdução
Este guia está baseado em uma pesquisa realizada com 20 profissionais
da educação sobre a percepção da educação em saúde nas escolas.
A partir dos dados levantados foram pensadas atividades que podem
de certa forma auxiliar no bem-estar de professores,
professores, alunos
alunos ee demais
demais
profissionais da educação. Pensando na efetividade das atividades,
foram embasadas na autorregulação da aprendizagem.
O que você entende por Educação em Saúde?

Quando se pensa em educação, não se trata, necessariamente,


da educação que acontece na escola, mas da educação na sua
integralidade, envolvendo todos os ambientes e o indivíduo como
um todo. A necessidade de refletir sobre a temática da saúde traz
benefícios ao contexto escolar, pois considerar todas as dimensões
que envolvem os dois temas (educação e saúde) são importantes para
repensar a educação escolar. A saúde está relacionada à construção
da autonomia do indivíduo ao cuidado de si próprio e do outro, com o
intuito de prevenir acidentes, doenças, entre outros agravos e promover
o bem-estar social, mental, espiritual e físico.

Este guia tem a intenção de fomentar a promoção


de saúde na escola com sugestão de atividades
voltadas para os alunos e para demais membros da
comunidade escolar (docentes, equipe de gestão,
apoio educativo, etc.).
Possíveis Soluções
A partir da pesquisa, os elementos abaixo foram destacados pelos
professores como os mais emergentes para se trabalhar nas escolas:

Autoconhecimento: foi colocado na pesquisa a necessidade de alunos


e professores se autoconhecerem para poderem lidar com as experiências
vivenciadas no dia a dia com mais qualidade e bem-estar, principalmente com
os aspectos relacionados ao emocional de ambos. Dessa forma, segundo
Ganda e Boruchovitch (2018, p. 71), a autorregulação é definida como “um
processo de autorreflexão e ação no qual o aluno estrutura, monitora e avalia
o seu próprio aprendizado, envolvendo fatores como autoconhecimento,
autorreflexão, controle de pensamentos e domínio emocional”.

Bem-estar docente: pelos relatos pesquisados verifica-se que muitos


professores se sentem desamparados no contexto escolar quando são
questionados sobre e educação em saúde e a qualidade de vida na escola, a
sobrecarga emocional e de tarefas, além da falta de apoio familiar foram as
mais relatadas pelo grupo pesquisado. Tendo em vista que são as emoções
que influenciam na motivação das ações desenvolvidas, Marchesi sugeri a
necessidade de autoconhecimento para auxiliar na identificação de quais
fatores podem estar influenciando as emoções sentidas e quais ações acabam
sendo desenvolvidas, podendo a partir de habilidades e estratégias que
podem ser trabalhadas despertar consciências quando estas vierem à tona.
Como você pode promover a Saúde na Escola?
Promover a saúde no contexto escolar é capacitar a comunidade para que
esta possa obter qualidade de vida, uma vez que a promoção da saúde
não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um
estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global (OMS, 1986).
A maioria dos fatores de risco à saúde está ligada ao comportamento
das pessoas (Gomes, 2009), tendo os adolescentes como público que
corre mais riscos à saúde devido às escolhas que faz e situações às quais
se coloca.
Para conseguir atuar de forma efetiva na promoção da saúde é
importante considerar as dimensões que afetam o comportamento das
pessoas, são eles:

Biológicos Psicológicos Ambientais


(Individual) (Individual) (Recursos naturais,
perigos naturais, etc)

Macrossocias Microssocial (Família,


(Cultura, meios de comunicação, amigos, emprego e escola)
grupos econômicos)
Como fazer para desenvolver os projetos de
educação em Saúde na Escola?

É importante você considerar:


• A realidade do aluno;
• O contexto da sua escola;
• A cultura e crenças dos alunos; e
• Conhecimentos prévios.

Vamos colocar
na Prática?
Você sabe o que é Autorregulação?
Segundo Rosário (2007) a Autorregulação da aprendizagem é um
conceito que promove à criança a assumir a responsabilidade pelo seu
agir educativo, pela sua aprendizagem.

É um processo ativo no qual os sujeitos estabelecem os


objetivos que norteiam a sua aprendizagem tentando
MONITORAR – REGULAR – CONTROLAR
as suas cognições, motivação e comportamentos com
o intuito de alcançá-los.
Já ouviu falar do PLEA
PLANIFICAR, EXECUTAR E AVALIAR

A autorregulação da aprendizagem é um processo dinâmico e aberto


que ocorre em três fases principais: a fase do planejar, a fase de
execução e monitoramento e a fase da autorreflexão (Avaliação). Veja o
esquema a seguir:

FASE DA PLANIFICAÇÃO: é a etapa em que se


constrói um conjunto de razões para aprender e se
escolhe um repertório de estratégias de aprendizagem
com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos.
plano;
Significa: Preparar um
ar no qu e fazer,
pens
• Pensar naquilo que queremos fazer; e quando fa ze re
• Preparar um plano para sabermos quando e como o faremos. com o fa ze r.

Em consequência:
• As crianças analisam a tarefa específica de aprendizagem,
avaliando os seus recursos pessoais e ambientais, e cogitam
um plano que os conduza do projetado ao realizado.

FASE DA EXECUÇÃO: refere-se à etapa


de colocar o plano estabelecido em prática, à
implementação de um conjunto organizado de
estratégias de aprendizagem ao serviço das tarefas,
Realizar, pôr em ao controle e monitorização da sua eficácia tendo
prática o plano
idealizado.
em vista as metas propostas.

FASE DA AVALIAÇÃO: consiste em julgar se as


tarefas de aprendizagem estão a acontecer como
o previsto, analisando a relação entre o produto e Determinar em que
as metas estabelecidas, equacionando os porquês. medida os objetivos
do plano foram ou
Os resultados desta fase de avaliação alimentam a não cumpridos.
planificação de novas tarefas reiniciando assim o
ciclo autorregulatório (Rosário, 2007).
Aprendizagem
Significativa
A aprendizagem nesse caso é como uma atividade que
o aluno realiza ativamente e proativamente e não tanto
como um resultado imediato das experiências de ensino.

O tema-chave da aprendizagem autorregulada acentua a forma como o


aluno empreende iniciativa pessoal, se torna perseverante e disponibiliza
competência adaptativa durante o seu processo de aprendizagem
(Rosário, 2007).

Sugestões de atividades:
Veja no livro amarelo sugestões de atividades:
Alunos: saúde mental – livro (p. 64 – teórico - sugestão
atividade: montar uma atividade a partir da ideia do livro.
Exemplo: Piquenique dos problemas – saúde (higiene).
Atividade com alunos
Tema: “Autoconhecimento a partir do Processo de Tomada de decisões”

Dinâmica “Abrigo Subterrâneo”

Os alunos vão imaginar que vai acontecer um apocalipse e precisam decidir quais
são as pessoas que serão abrigadas numa caverna subterrânea para sobreviverem.
Porém das 12 pessoas (com diferentes características) de uma lista, apenas 6
poderão ser salvas. A seguinte lista será entregue aos grupos: 1> pessoa idosa de
70 anos; 2> Gestante de 8 meses; 3> Um padre de 56 anos; 4> Uma indígena que
não sabe falar português; 5> Um ateu de 25 anos; 6> Um homossexual de 30 anos;
7> Um deficiente visual de 40 anos; 8> Uma menina de 8 anos; 9> Uma advogada
de 33 anos; 10> Um ex-detento de 30 anos; 11> Um dependente químico; 12> Um
professor.
Planejamento: os alunos em grupo irão decidir quais indivíduos deverão ser
salvos e porquê. O coordenador da atividade observará e auxiliará o andamento
da dinâmica. E após a Execução da tarefa, discutirá com os grupos sobre a
importância do trabalho em equipe, o respeito da opinião de cada um, de que forma
conseguiram superar o desafio e como se sentiram nas tomadas de decisões.

Avaliação: quais critérios foram utilizados na escolha dos


indivíduos para abrigarem? Como foi feita a decisão, através
de voto, consenso geral, etc.? Como eles avaliam a tomada
da decisão: se todos concordam, se não concordam? Quais
foram os critérios de exclusão dos indivíduos? Por quê?

IMPORTANTE
As estratégias de autorregulação da aprendizagem
e de resolução de problemas em grupos devem
ser ensinadas às crianças, neste caso a tomada de
decisões pode auxiliá-los a pensar no outro e em si
mesmos, a fim de estabelecer uma consciência sobre
as diferenças e singularidades de cada sujeito. Além
da valorização do trabalho em grupo.
Atividade com professores

Saúde mental dos professores.

Planejamento: ver as possibilidades de


realização de atividades aos professores das
escolas, utilizando espaços que podem auxiliar
para o bem-estar físico e mental.

Execução > Alternativas:


a) Utilizar duas vezes na semana dez minutos de alongamento no início da
manhã e tarde entre alunos e professores, com o auxílio do professor de
educação física.

b) Disponibilizar a biblioteca no horário de almoço como local para


meditação, sem a utilização de celulares ou computadores, incentivando os
professores e gestores a terem um momento de conexão consigo mesmos.

Avaliação: verificar com os professores como se


sentem em relação às novas oportunidades de
cuidados com a saúde na escola, quais sugestões eles
têm para indicar.

Saiba Mais sobre autorregulação no projeto


Saiba “Capitanear o Aprender”
“Vamos transformar a realidade escolar com a
Educação em Saúde e tonar a aprendizagem
dos alunos efetiva com o desenvolvimento da
Autorregulação da Aprendizagem”
Referências
• GANDA, Danielle Ribeiro; BORUCHOVITCH, Evelyn. Autorregulação
da aprendizagem: principais conceitos e modelos teóricos. Psicologia
da Educação, São Paulo, v. 46, p. 71-80, 1° sem., 2018. Disponível
em: < http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psie/n46/n46a08.pdf >. Acesso
em 18 abr 2019.

• GOMES, José Precioso. As Escolas Promotoras de Saúde: uma via


para promover a saúde e a educação para a saúde da comunidade
escolar. Educação, Porto Alegre, v.32, n.1, p. 84-91, jan./abr. 2009.

• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Carta de Ottawa: primeira


conferência internacional sobre promoção da saúde. Ottawa: OMS,
1986. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
carta_ottawa.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018.

• MARCHESI, Álvaro. O bem-estar dos professores: competências,


emoções e valores. Porto Alegre: Artmed, 2008.

• ROSÁRIO, Pedro Sales Luís; NÚÑEZ, José Carlos; GONZÁLEZ-


PIENDA, Júlio. Auto-regulação em crianças sub-10 ProjectoSarrilhos
do Amarelo. Porto: Porto, 2007.

Guia Orientador para Projetos de


Educação em Saúde nas Escolas
Apêndice F : Produto Final da Dissertação de Mestrado em Ensino
na Saúde de Ana Paula dos Santos Souza, orientada por Cleidilene
Ramos Magalhães e Aline Winter Sudbrack. Porto Alegre, 2019.

Projeto Editorial, Diagramação e Ilustrações


Daniela Barbosa Behrends.

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