Orientações Do Tribunal para Comissionados de Concursados
Orientações Do Tribunal para Comissionados de Concursados
Orientações Do Tribunal para Comissionados de Concursados
Jonias de O. e Silva
1.6 - Provimento
Provimento é o ato administrativo de preenchimento de cargo público, regulamentado no Brasil pela Lei Nº
8.112, de 11 de novembro de 1990(âmbito federal).
De acordo com a legislação, o provimento poderá se dar mediante nomeação, promoção, readaptação, reversão,
aproveitamento, reintegração e recondução.
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administração pública e especificam a
forma legal de acesso ao cargo público no Brasil.
1.12 Temporários
epidêmico ou calamidade pública, que não possam ser solucionados só com a utilização dos recursos humanos de que
dispõe a Administração Pública.
1.14 Estagiários
1.14.8 Penalizações:
• 1 – declaração de vínculo empregatício
• 2 – suspensão por dois (2) anos de conceder estágios
1.14.9 Limites no número de estagiários:
• 1 - a concedente não poderá ultrapassar a tabela (20% de estagiários – considerando-se os empregados...)
• 2 – 10% das vagas de estágio, para deficientes
• 3 – estudantes de nível superior e de nível médio profissional não tem limites
1.14.12 Seleção
Porém, é exigível o processo licitatório para escolha do agente de seleção e pagamento das bolsas:
Protocolo nº 320341/07
Relator :Conselheiro Hermas Eurides Brandão
Decisão: Acórdão nº 1819/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nº 46 de 13/12/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: nº133 de 25/01/08
Súmula nº 06
Enunciado: “Os acordos que tenham por objeto a seleção e o pagamento de bolsas a estagiários da
Administração Pública, celebrados, de um lado, por órgão ou entidade da Administração e, de outro, por ente
público ou privado, com ou sem fins lucrativos, têm natureza jurídica de CONTRATO ADMINISTRATIVO,
cuja celebração submete-se a todas as regras fixadas na Lei nª8.666/93, devendo ser precedido de procedimento
licitatório”.
1.14.14 Nepotismo
Poderá ser contratado parente como estagiário, desde que a empresa intermediária tenha realizado a seleção.
1.15.11 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo é governo dos sobrinhos, já que é derivada de
nepoteounipote(sobrinho ou neto em latim), e foi aplicada em referência aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a
Paulo III) que nomeavam sobrinhos e outros parentes para posições clericais e administrativas de importância, assim
como aos Governantes japoneses, tanto no período Heian (por volta do ano 669), quanto no começo do século IX
(governo da família Fujiwara) e até nos anos 1960, com Kiyomori.
Com o sufixo ismo, a palavra indica a concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público.
Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido.
Em 2008, julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), aquela Corte editou a
Súmula 13, com o seguinte texto;
Súmula vinculante 13, de 21.08.08
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
Data de Aprovação: Sessão Plenária de 21/08/2008Fonte de Publicação DJe nº 162/2008, p. 1, em
29/8/2008.DO de 29/8/2008, p. 1.
Assim, fundamentados especialmente nos princípio constitucionais da impessoalidade e da moralidade, o maior
órgão do Poder Judiciário brasileiro definiu como proibidas as nomeações e designações em cargos em comissão ou
funções de confiança, de familiares dos nomeantes, em até terceiro grau de parentesco.
O parentesco, segundo o Código Civil (arts. 1.591 a 1.595), é identificado em três linhas distintas:
a) reta (ascendente e descendente: pai, mãe, avô, avó...; filho, filha, neto, neta...);
b) colaterais (provêm de um tronco comum, mas não descendem uma das outras: irmão, irmã, tio, tia...); e
c) por afinidade (o vínculo que se estabelece entre um cônjuge e os parentes do outro cônjuge).
De ressaltar que a Súmula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado, que é a combinação entre
nomeantes para a contratação direta de servidores parentes seus, de forma cruzada (o parente de um é contratado pelo
outro e vice versa), pois ao final do texto consta “...compreendido o ajuste mediante designações recíprocas...”.
E mantendo a máxima de que cada regra tem sua exceção, o STF declarou na sequencia, (no Recurso
Extraordinário nº 579.951/RN), que a exceção dessa proibição seria a possibilidade de nomeações e designações em
cargos políticos aí compreendidos os Ministros de Estado, Secretários de Estado e Secretários Municipais.
Então, dessa data em diante (29/8/2008: publicação da súmula 13 do STF), passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funções públicas de livre nomeação e exoneração.
Em resumo, quando da edição da Súmula 13, a Corte Máxima do Poder Judiciário pátrio definiu que:
1 – É PROIBIDA A NOMEAÇÃO EM CC OU FG, DECÔNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE
NOMEANTE, OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG), ATÉ TERCEIRO GRAU.
2 – CARGOS DE MINISTROS E SECRETÁRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem!
Após a proibição pelo Supremo, e vasta interpretação do Poder Judiciário, outros pontos não abrangidos (ou
esclarecidos) pela Súmula 13, foram praticamente pacificados.
Vejamos os mais relevantes:
1º – A LEI (Ordinária-Complementar-Orgânica) PODE AMPLIAR AS PROIBIÇÕES, abrangendo, inclusive,
os Ministros e Secretários (impedindo a contratação de parentes ou limitando o número de parentes contratados).
2º – Para a configuração de nepotismo cruzado, só se houver prova da reciprocidade. Ou seja: se ocorrer o
ajuste, a combinação, a troca de favores entre autoridades públicas.
3º - Parente de Autoridade Pública ou de servidor de um mesmo órgão poderá ocupar CC ou FG, se foi
nomeado antes da posse deste.
4º – Servidor efetivo poderá ser nomeado em CC ou designado em FG, em mesmo órgão de Gestor Público ou
servidor parente, se não for nomeado por ele ou subordinado a ele.
5º – Servidores de um mesmo órgão, ocupantes de Cargo Comissionado ou Função de Confiança, que venham a
se tornar um casal, depois do ingresso no cargo ou função, e desde que não ocorra subordinação direta entre si, não será
considerado nepotismo.
6º – Ex-cônjuge, comprovadamente, podem ser nomeados pelo ex, sem caracterizar nepotismo.
7º – Nos casos de requisição/cessão de servidores, por autoridades ou órgãos, aplicam-se as regras do
nepotismo.
8º – Parentesco com autoridades públicas ou servidores falecidos ou aposentados, não incidem a Súmula 13.
9º – Contratação de estagiários que sejam parentes de autoridades ou servidores do órgão concedente do estágio
não se configura nepotismo, desde que haja seleção prévia.
10º – Contratar, sem licitação, pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com poder de direção, que
seja familiar de detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsável pela demanda, ou
de autoridade a ele hierarquicamente superior.
Por fim, destacar que os caminhos jurídicos para exigir a exoneração de parentes que ocupem cargos
comissionados ou funções de confiança, bem como, coibir e responsabilizar os agentes públicos, que desrespeitarem a
regra constante da Súmula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial, referentemente ao nepotismo, poderá ser a Ação
Civil Pública(art. 1º, inciso IV, da Lei 7.347/85), ou até mesmo a Reclamação ao STF (art. 102, inciso I, alínea "l", da
Constituição Federal).
Já, as consequências jurídicas para quem desobedecer às normas combatentes do nepotismo, possuem as
seguintes hipóteses:
1ª – Consequências para o servidor nomeado ou designado: pela omissão de informar à Administração Pública
o fato de se encontrar sob o alcance da Súmula Vinculante nº 13 do STF, incide o crime de falsidade ideológica (art.
299, do Código Penal); bem como pela manutenção do cargo ou emprego público sabendo do impedimento, incide em
crime de desobediência à decisão judicial (art. 359, CP);
2ª – Consequências para o agente político: pela omissão, incide no crime de prevaricação (art. 319, CP); e na
esfera político-administrativa, incorre no crime de improbidade administrativa (art. 11, I e II, c/c o art. 12, III, todos da
Lei nº 8.429/92); pode-se aplicar a ele, ainda, no caso dos prefeitos municipais, estarão sujeitos à cassação do mandato
eletivo (Decreto-lei 201/67, art. 4º, VII).
1.15.12 - GASTOS COM PESSOAL
O parâmetro a ser empregado nos cálculos da despesa com pessoal há de ser a Receita Corrente Liquida – RCL,
conceituada no inciso IV do art. 2º da LRF.
Considera-se despesa com pessoal, nos termos do artigo 18 da LFR, todas as vantagens, vencimentos, salários,
proventos, adicionais, gratificações, horas extras, encargos sociais, subsídios dos agentes políticos e qualquer outra
espécie remuneratória.
A verificação das adequações das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relação à RCL deverá
ocorrer, nos termos do artigo 22 da LRF, ao final de cada quadrimestre.
Os resultados obtidos serão, por sua vez, informados no Relatório de Gestão Fiscal correspondente ao mesmo
período de apuração, sendo facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes apurar esse
comprometimento ao final de cada semestre (art. 62, I e II, “b”)
Segundo art. 20 da LRF, a repartição dos limites globais de cada ente, é de:
Poder/Ente União Estados/DF Municípios
Executivo 40,9% 49,0% 54,0%
Legislativo/TC 6,0% 6,0% 6,0%
Judiciário 2,5% 3,0% -x-
Ministério Público 0,6% 2,0% x-
Totais 50,0% 60,0% 60,0%
Visando coibir despesas em excesso, praticados pelas Câmaras Municipais, houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nº 25/2000), sem no entanto disciplinar seu conceito e composição, todavia,
excluiu-se as despesas com inativos, resultando em limites diversos em relação à LRF, vejamos:
População Limites EC 25 Limites LRF
(exclui inativos) (inclui inativos)
Até 100.000 habitantes 5,6% 6%
De 100.001 a 300.000 hab. 4,9% 6%
De 301.000 a 500.000 hab. 4,2% 6%
Acima de 500.000 hab. 3,5% 6%
LRF - art. 22:
Se a despesa de pessoal exceder a 95% do limite estabelecido no artigo 20, os Poderes e órgãos que incorrem no
excesso ficarão vedados de criar cargo, emprego ou função e efetuar provimento de cargo público, admissão ou
contratação de pessoal a qualquer título.
Exceção (artigo 22, inciso IV): áreas de educação, saúde e segurança, restringindo-se quando esta se
caracterizar por falecimento ou aposentadoria.
Para os casos de extrapolação dos limites, determinada pelo artigo 169 da CF/88, nos termos do art. 23 da LRF,
deverá o ente propor medidas para sua adequação, com a maior brevidade possível.
Isto posto, nos dois quadrimestres seguintes, deverá observar as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169
da CF, quais sejam:
Redução de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
Exoneração dos servidores não estáveis;
Exoneração dos servidores estáveis, se não alcançada a redução necessária com as medidas anteriores, desde que ato
normativo de cada Poder especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto de redução de
pessoal.
O servidor que neste caso perder o cargo fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviços, sendo que esta não será computada para fins de despesas com pessoal.
Permanecendo o excesso, ficará o ente impedido de receber transferências voluntárias.
1.15.13.1 - Diárias
a) – cobrem hospedagem e alimentação
b) – aplicação do princípios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade
c) – devem ser liberadas motivadamente (interesse público)
d) – dependem de lei autorizatória
e) – podem ser liberadas para participação em eventos
f) – não podem configurar “salário”
g) – exigem comprovação de realização do objetivo
h) – a partir de 50% do valor da remuneração incide ir e inss
i) – a fixação do valor pode ser variável de município para município
j) – fraude ou simulação no pagamento de diária: acp ...
1.15.13.2 - Adiantamentos: é proibido...
O TCE DE MG PROÍBE:
Consulta nº 810.007- TCE/MG
Tribunal de Constas do Estado - Câmara não pode pagar gasolina para vereadores. O relator, Cons. Elmo Braz,
adotou o parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder às indagações. Inicialmente, a Auditoria asseverou que o
TCEMG já declarou, em diversas oportunidades, a ilegalidade do abastecimento de veículos particulares de vereadores
com recursos da Câmara, ainda que para uso no interesse do órgão, mencionando, nesse sentido, a Consulta nº 810.007
(Rel. Cons. Eduardo Carone Costa, sessão de 03.02.10) – v. Informativo 17. O Auditor transcreveu parte do parecer
exarado naquela Consulta no sentido de que a utilização de veículo de propriedade particular de vereador, mediante
contraprestação (abastecimento) a serviço da Administração Pública, configuraria contrato de locação de fato e de que o
uso intercalado do veículo – ora em caráter particular, ora a serviço – tornaria difícil a mensuração do quantum a ser
indenizado, redundando em confusão patrimonial envolvendo o agente público e o órgão contratante.
O TCE/MT PERMITE:
Processo nº 207365/2010 - 19/04/2011
“CÂMARA MUNICIPAL DE NOVA OLÍMPIA. CONSULTA. CÂMARA MUNICIPAL. VEREADOR.
VERBA DE NATUREZA INDENIZATÓRIA. POSSIBILIDADE, SE OBSERVADOS OS REQUISITOS.
IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENÇÃO DO GABINETE DO
PARLAMENTAR. POSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE
VEÍCULO PARTICULAR DO VEREADOR E DE ACUMULAÇÃO COM A DIÁRIA, QUANDO
CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS DISTINTAS. PRESTAÇÃO DE CONTAS NOS
TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIR”
1.15.13.7 - Passagens
Por se tratar de despesa com características muito próprias, já que os valores se alteram permanentemente, mas
é possível a redução dos preços, sobretudo, com descontos sobre a taxa de administração das agências ou operadoras, é
recomendável a realização de processo licitatório, afim de promover a economicidade, evitar sobrepreços, e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administração.
Por isso, orienta-se à promoção do certame licitatório, na modalidade Pregão, cujo objeto seja a contratação de
serviços de agenciamento de viagens, para cotação, reserva e fornecimento de passagens (aéreas e terrestres), no âmbito
nacional e internacional, se houver interesse.
Caso opte pela passagem internacional, é interessante licitar a emissão de seguro de assistência em viagem
internacional.
Especificar que a compra se fará por meio de atendimento remoto (e-mail e/ou telefone).
O tipo aconselhável é o de menor preço, escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto,
sobre o valor “do dia”, disponibilizado e cobrado de todos os públicos, inclusive sobre as tarifas promocionais e
reduzidas disponíveis no momento da compra, excluída a taxa de embarque.
02 PUBLICIDADE E PROPAGANDA
De se lembrar que o caput do art. 37 da CF inclui a publicidade como um dos princípios básicos da
Administração Pública.
É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos e ações dos governantes,
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos eleitos, bem como, com a coisa pública.
E indo além, a CF advertiu:
“Art. 37...
...
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.”
E atenção!
O Órgão Oficial nos Municípios deverá ser apenas 01, para o Executivo e para o Legislativo, contratado por
Licitação, cuja homologação deverá ocorrer após Autorização Legislativa.
Vide Acórdão nº 409760-5 do TJ/PR e Processo nº 229723/06 do TCE/PR, no AVA.
Inclusive, o Município poderá optar por apenas um Diário Oficial Eletrônico, ou este e mais o Diário Oficial
Impresso, segundo o TCE/PR (Acórdão nº 3830/13).
Aliás, o TCE/PR, passou a autorizar as Câmaras Municipais a partir de 2006, a publicar não apenas seus atos
oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ou outros
serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão 1139/2006 – Prejulgado 02), para divulgar:
- transmissões de sessões
- divulgação e transmissão de audiências públicas
- mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a personalidades
Porém, instruiu e indicou obediência:
- ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade
- princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal
- §1º, art. 37, da Constituição da República
- as normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicações da Lei de Imprensa.
Atenção, de novo!
A lei federal nº 12.232/2010, criou regras específicas para a contratação de serviços de publicidade prestados
por intermédio de agências de propaganda. (Vide cópia da Lei no material eletrônico)
Resumindo, as regras do TCE/PR, para a comunicação institucional é:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
“Art. 29.O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
do Município;”
MAYR GODOY - A Câmara Municipal - Manual do Vereador, Ed. Leud - Edição Universitária de Direito, segunda
edição, p. 88/89, 1989:
" ...sobressai à inviolabilidade, como essencial ao bom desempenho do mandato. É um princípio de ordem pública para
a garantia funcional da Câmara. Não é um privilégio do Vereador mas uma prerrogativa que visa assegurar-lhe a
necessária liberdade para a crítica e a denúncia, exigíveis no desempenho do mandato. A proteção do instituto é para o
Poder Legislativo, que perderia muito da sua significação e o Vereador, temeroso de ser responsabilizado civil e
criminalmente, se acovardasse em suas opiniões, palavras e votos. A Câmara precisa assegurar aos seus Vereadores
que, de sua ação corajosa, não advenham conseqüências penais ou de ressarcimento de perdas e danos. A
inviolabilidade é inerente ao mandato"
RAUL MACHADO HORTA - HORTA, Raul Machado apud MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 6. ed.
rev. ampl. e atual. São Paulo : Atlas, 1999. p. 371:
“A inviolabilidade obsta a propositura da ação civil ou penal contra o parlamentar, por motivo de opinião ou votos
proferidos no exercício de suas funções. Ela protege, igualmente, os relatórios e os trabalhos nas Comissões. É
absoluta, permanente, de ordem pública. A inviolabilidade é total. As palavras e opiniões sustentadas no exercício do
mandato ficam excluídas de ação repressiva ou condenatória, mesmo depois de extinto o mandato. É a
insindacabilitàdas opiniões e dos votos, no exercício do mandato, que imuniza o parlamentar em face de qualquer
responsabilidade: penal, civil, administrativa, e que perdura após o término do próprio mandato”
PONTES DE MIRANDA - MIRANDA, Pontes de apud MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 6. ed. rev.
ampl. e atual. São Paulo : Atlas, 1999. p. 372 - Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 41:
“...não se admite o processo porque não há crime, nem cabe a responsabilidade por perdas e danos, porque a
irresponsabilidade do art. 44 é geral, de direito constitucional material e, pois, compreensiva da irrespon-sabilidade
penal e da irresponsabilidade civil”
HELY LOPES MEIRELLES - Direito municipal brasileiro. 7. ed. São Paulo : Malheiros, 1994. p. 454:
“Entendemos que o espírito do Constituinte foi o de conceder plena liberdade ao vereador na manifestação de suas
opiniões sobre os assuntos sujeitos à sua apreciação como agente político investido de mandato legislativo local. Desta
forma, ainda que esteja fora do Município, mas no exercício do mandato, como representante do Legislativo municipal,
deve gozar dessa prerrogativa ao manifestar sua opinião, palavra ou voto.”
JOSÉ NILO DE CASTRO - Direito municipal positivo. 3. ed. Belo Horizonte : Del Rey, 1996. p. 109:
“Não somente a questão pertinente ao exercício do mandato stricto sensu, mas todas as questões (lato sensu) levadas
ao plenário da Câmara Municipal, como acusações a autoridades outras que não as municipais, incentivo (na moda
hoje) à prática de atos delituosos e incentivo à invasão de terras, ao não-pagamento de tributos, estão acobertados pelo
instituto, protegendo o Vereador, porque se protege a corporação. A inviolabilidade, portanto, repete-se, torna o
Vereador irresponsável civil e penalmente por suas manifestações”
RUI STOCCO - in Tratado de Responsabilidade Civil, 6.ª edição revista, atualizada e ampliada, Ed. RT,p.886/887,
2004:
“Se, portanto, o Edil (como também os demais parlamentares), protegido pela imunidade e libertado para expressar-se
livremente através de palavras, opinião e votos, não comete crime contra a honra de terceiros e se a ofensa à honra -
consubstanciada nas mesmas figuras: calúnia, difamação e injúria - é condição sinequa non para a caracterização do
ilícito civil e para empenhar a obrigação de reparar, tem-se que essa ofensa não se perfeccionou no plano jurídico,
embora existente no plano fático...A inviolabilidade e a imunidade concedidas é para opiniões, palavras e votos do
Vereador no exercício do mandato e na circunscrição do Município."
JOSÉ AFONSO DA SILVA - Curso de Direito Constitucional Positivo, 17ª edição, Malheiros Editores, S. Paulo, pág.
628:
“Estabelece-se expressamente a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato, na circunscrição do Município. A inviolabilidade, como se sabe, significa que o beneficiado fica isento da
incidência de norma penal definidora de crime. Vale dizer que, dentro da circunscrição do Município, o Vereador não
comete crime de opinião. E, é claro, se não o comete, não poderá ser processado por aquelas ações.”
ALEXANDRE DE MORAES – Direito Constitucional - ed. Atlas, 2002, às págs. 400 e ss.:
"...a imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar, por
suas opiniões, palavras e votos". Independentemente da posição adotada, em relação à natureza jurídica da imunidade,
importa ressaltar que da conduta do parlamentar (opiniões, palavras e votos) não resultará responsabilidade criminal,
qualquer responsabilização por perdas e danos, nenhuma sanção disciplinar, ficando a atividade do congressista,
inclusive, resguardada da responsabilidade política, pois trata-se de cláusula de irresponsabilidade geral de Direito
Constitucional material. [...] Em síntese, a imunidade material é prerrogativa concedida aos parlamentares para o
exercício de sua atividade com a mais ampla liberdade de manifestação, por meio de palavras, discussão, debate e
voto; tratando se, pois, a imunidade, de cláusula de irresponsabilidade funcional do congressista, que não pode ser
processado judicial ou disciplinarmente pelos votos que emitiu ou pelas palavras que pronunciou no Parlamento ou em
uma de suas comissões".
A JURISPRUDÊNCIA nacional, por sua vez, tem feito, igualmente, interpretação literal do texto do art. 29, VIII, na
seguinte esteira:
STF - Segunda Turma - Recurso Extraordinário no 220.687-MG - 13 de abril de 1999 – Ministro CARLOS VELLOSO:
“C.F., art. 29, VIII. – Indica a Imunidade material dos vereadores por suas palavras e votos no exercício do mandato,
no município e nos limites dos interesses municipais e à pertinência para com o mandato. Precedentes do S. T. F.: RE
140.867-MS; HC 75.621-PR, Moreira Alves, “DJ” de 27.3.98; RHC 78.026-ES, O. Gallotti, 1ª T., 03.11.98.”
STF - Inq 1958/AC, Rel. Min. Carlos Velloso, Rel. do Acórdão Min. Carlos Britto, Tribunal Pleno, julgado em
29/10/2003:
“A palavra "inviolabilidade" significa intocabilidade, intangibilidade do parlamentar quanto ao cometimento de crime
ou contravenção. Tal inviolabilidade é de natureza material e decorre da função parlamentar, porque em jogo a
representatividade do povo.”
STJ-143395 - Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 13268/PR (2002/0106069-0), 6ª Turma do STJ, Rel. Min.
Fontes de Alencar. j. 17.12.2002, DJU 24.03.2003, p. 283:
“Habeas Corpus. Vereador. Inviolabilidade "por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do município" (CF, art. 29, VIII).”
TJ/PR - Apelação Cível n.º 174.724-4, de Cornélio Procópio – Ap.Francisco Raimundo da Silva –
Ap.RuySchimmelpfeng Sampaio - Rel - Des. Milani de Moura – 17.01.2006:
“Assim, a inviolabilidade material dos parlamentares tem o condão de afastar a incidência de ilícito, isentando o
parlamentar de responsabilidade penal e civil, bastando, para tanto, que estejam presentes os requisitos contidos no
mandamento constitucional já enfatizado, isto é, que o ato praticado pelo parlamentar se dê por meio de suas opiniões,
palavras ou votos, no exercício de suas funções e nos limites do município.”
TA/PR Apelação Cível nº 0249304-5 (16900), 6ª Câmara Cível do TAPR, Londrina, Rel. Anny Mary Kuss. j.
10.02.2004, unânime:
“A imunidade parlamentar material protege o edil nos atos, palavras, opiniões proferidas no desempenho das funções
de representante do Poder Legislativo Municipal, sendo passíveis dessa tutela jurídica constitucional os
comportamentos cuja prática seja imputável ao exercício do mandado legislativo.”
TJ/RJ - Apelação Cível nº 2004.001.02136, 1ª Câmara Cível do TJRJ, Rel. Des. Henrique de Andrade Figueira. j.
04.05.2004:
“Os membros do Poder Legislativo municipal gozam de inviolabilidade quanto às "opiniões, palavras e votos
proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do Município". Por ser imunidade material vinculada ao
próprio poder, os efeitos da inviolabilidade atingem os atos eventualmente ilícitos de natureza penal e civil, a fim de
garantir plena liberdade de atuação dos parlamentares. A imunidade material descaracteriza a ilicitude.”
A GARANTIA de imunidade material (inviolabilidade) ao parlamentar, por suas opiniões, palavras e votos, é previsão
em nosso ordenamento jurídico maior, desde a época da monarquia.
VEJAMOS as previsões constitucionais:
CONSTITUIÇÃO (ANO) DISPOSITIVO
1824 Art. 26
1891 Art. 19
1934 Art. 31
1937 Art. 43
1946 Art. 44
1967 Art. 34
1969 (EC 01) Art. 32
TJ/SP:
- Apelação 341.178-5/7-00
- Ação Popular
- Barretos
- Vereadores aprovaram Lei de Doação de terreno para empresa privada
- Reconhecida a inviolabilidade
TJ/SP:
- Ouroeste
- Apelação 260.7825-3/00
- Ação Popular
- Vereadores votaram Projeto de Lei do Prefeito para criar símbolo oficial do Município (gavião, que era o apelido do
prefeito) – era símbolo da campanha...promoção pessoal...
- a Justiça reconheceu a imunidade dos vereadores, mas manteve a condenação do prefeito (fez promoção pessoal)
TJ/SC:
1 Relator: Edson Ubaldo
Juiz Prolator: Apelação Cível n. 2010.042610-2, de Santo Amaro da Imperatriz
Relator: Marcus Tulio Sartorato
Juiz Prolator: Viviana Gazaniga Maia
Órgão Julgador: Terceira Câmara de Direito Civil
Data: 22/10/2010
Ementa:
- MATÉRIAS PUBLICADAS QUE TINHAM POR FINALIDADE PRECÍPUA ATACAR A FIGURA PÚBLICA DO
AUTOR (PREFEITO MUNICIPAL).
- RESPONSABILIDADE EVIDENCIADA.
- INDENIZATÓRIO FIXADO EM R$ 20.000,00.
- a 'OPINIÃO' externada, alegadamente em função do exercício de munus público, suplantou os limites da crítica
política, adentrando na esfera íntima do agente político ofendido, o seu teor não é protegido pela imunidade parlamentar.