Fasciculo Epilepsia - Inducao Enzimatica
Fasciculo Epilepsia - Inducao Enzimatica
Fasciculo Epilepsia - Inducao Enzimatica
no tratamento da epilepsia
Profa. Dra. Katia Lin
CRM-SC 9197
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I n d u ç ã o e n z i m át i c a e fá r m a co s a n t i e p i l é p t i co s
O impacto da
indução enzimática
no tratamento
da epilepsia
Profa. Dra. Katia Lin
CRM-SC 9197
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Neurologia e Neurofisiologia Clínica.
Centro de Epilepsia de Santa Catarina (CEPESC). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
introdução
A epilepsia é um dos distúrbios neurológi- cos são a base do tratamento antiepiléptico
cos mais comuns, correspondendo à segun- para a grande maioria dos indivíduos com
da doença neurológica mais vista na aten- epilepsia. Atualmente, há no Brasil, mais
ção primária de saúde, estando à frente das de 20 opções de fármacos antiepilépticos e
doenças cerebrovasculares. Cerca de 65 mi- até 25% dos pacientes com epilepsia fazem
lhões de pessoas em todo o mundo sofrem uso de dois ou mais fármacos antiepilépti-
de epilepsia. Se levarmos em conta o censo cos diária e cronicamente, proporção que
nacional do Instituto Brasileiro de Geogra- aumenta para 75% se considerarmos os pa-
fia e Estatística (IBGE) do ano de 2010, a cientes com epilepsia farmacorresistentes
projeção populacional brasileira para 2017, atendidos em centros terciários de saúde.
e considerarmos a prevalência de epilepsia
em aproximadamente 2%, temos, pelo me- A indução enzimática foi inicialmente re-
nos, 4 milhões de pacientes com epilepsia conhecida como um fator complicador para
no Brasil. o tratamento das epilepsias há mais de 30
anos por Perucca (1978), embora somente
Desde a descoberta do brometo de potás- nas últimas décadas e com o advento de fár-
sio por Sir Charles Locock (Lancet, 1857) há macos antiepilépticos mais modernos é que
mais de 150 anos, os fármacos antiepilépti- esse assunto tem recebido mais atenção.
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Lacosamida Oxcarbazepina
Levetiracetam Primidona
Valproato
Vigabatrina
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Rifampicina Oxcarbazepina
Omeprazol Dexametasona
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Valproato Varfarina
Tramadol Venlafaxina
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I n d u ç ã o e n z i m át i c a e fá r m a co s a n t i e p i l é p t i co s
Vale destacar que pacientes com epilepsia K etc.) e distúrbios hormonais (hipotiroidis-
em uso de fármacos antiepilépticos indu- mo subclínico, disfunção sexual, redução
tores enzimáticos estão sujeitos também a da fertilidade etc.) em virtude de redução
deficiências vitamínicas (vitamina D, vita- dos níveis séricos e aumento da eliminação
minas do complexo B, ácido fólico, vitamina de vitaminas e hormônios endógenos.
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• Caso clínico 2
De acordo com o relatório “Tendências Por outro lado, é importante lembrar que
do uso de métodos anticoncepcionais no essa interação medicamentosa entre fár-
mundo – 2015” da Organização Mundial macos antiepilépticos e hormônios sexuais
da Saúde (ONU), 64% das mulheres em um pode ser bidirecional. A lamotrigina, por
relacionamento estável usaram métodos exemplo, sofre uma interação reversa com
anticoncepcionais para não engravidar e os anticoncepcionais orais, sendo que estes
cerca de 79% das mulheres no Brasil utili- últimos estimulam o metabolismo da lamo-
zaram métodos contraceptivos em 2015. Os trigina e reduzem sua concentração plas-
métodos mais utilizados para contracepção mática em até 40% a 65%.
no mundo foram, em ordem decrescente:
ligadura de trompas (28%), anticoncepcio- No caso dessa paciente, provavelmente em
nais orais, preservativos e vasectomia. uso de anticoncepcional oral de baixa do-
sagem hormonal (já que os anticoncepcio-
O uso combinado de fármacos antiepilépti- nais orais contendo ≥ 50 mcg de estrógeno
cos indutores enzimáticos e anticoncepcio- são dificilmente encontrados nas farmá-
nais orais pode levar a falhas na eficácia da cias, pois são menos utilizados por causa
contracepção hormonal. Desse modo, o mé- do aumento de risco trombogênico, cardio-
todo contraceptivo mais recomendado para vascular etc.), boas opções de fármacos an-
mulheres em uso de fármacos antiepilép- tiepilépticos seriam a lacosamida ou o leve-
ticos indutores enzimáticos é o dispositivo tiracetam, que são fármacos antiepilépticos
intrauterino (DIU). No caso de anticoncep- eficazes para o tratamento de crises focais e
cionais orais, recomenda-se a utilização da- não indutores enzimáticos (Tabela 1).
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Conclusão
A epilepsia é uma condição crônica, que re- o tratamento de comorbidades ao longo da
quer tratamento prolongado com fármacos vida. Deve ser lembrado que a possibilida-
antiepilépticos, os quais sujeitam os pacien- de de interação medicamentosa existe sem-
tes ao risco de interações medicamentosas pre que um segundo fármaco for utilizado
tanto entre os próprios fármacos antiepi- ou mesmo descontinuado no curso de um
lépticos quanto entre os fármacos antiepi- tratamento.
lépticos e outras medicações utilizadas para
Cinética linear,
Cem por cento de com mínima Mínima ligação Ausência de
biodisponibilidade variabilidade a proteínas interações
oral. inter- e plasmáticas. medicamentosas.
intra-paciente.
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