DNELITO
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PRIMEIRO SEMINARIO
A sociedade estamental
Para Ferrari (1983 p.11), Sociedade é uma associação entre indivíduos que compartilham valores
culturais e étnicos e que estão sob um mesmo regime politico e económico, em um mesmo
território e sob as mesmas regras de convivência. A Estratificação social é a divisão dos
elementos da comunidade ou sociedades de acordo com a sua actividade e o seu nível de
riqueza.o estamento é um sistema fechado de estratificação social que predominou sobre tudo na
sociedade feudal ate o sec
. O termo estamento tem vários significativos, pode ser empregados para significar várias
acepções, como status, grau, posição do mundo, estado, publico, propriedade, profissão e classe
social.
A sociedade estamental é um termo usado para caracterizar uma sociedade dividida por
estamentos, ou seja, um sistema baseado em privilégios que não se modificam ao longo da vida.
Assim, a palavra “estamento” vem de “estado” ou “status”. Esse conceito descreve geralmente a
Idade Média e a organização feudal na Europa.
A organização/hierarquia social
Segundo Ferrari (1983 p.76), a sociedade estamental na Idade Média da Europa funcionava da
seguinte maneira: todas as pessoas faziam parte de uma das quatro categorias sociais: rei, clero,
nobreza e servos. Essa separação de indivíduos era, em geral, baseada na origem de nascimento e
não podia mudar ao longo da vida; ou seja, não havia mobilidade social.
Rei
Embora com papel enfraquecido no feudalismo, em diferentes localidades o rei possuía uma
força política e simbólica importante na sociedade. Em alguns casos, como na Europa Central,
alguns reis se tornaram senhores feudais.
Clero
Uma vez que uma das marcas do feudalismo era a presença do teocentrismo, ou seja, o Deus
cristão no centro de todas as coisas, o clero desempenhava um papel importante, sendo também
proprietário de terras. O clero era composto pelos homens da igreja, grupo fundamental não
apenas para a manutenção do poder ideológico do ponto de vista religioso, mas porque
desempenhavam um papel estratégico e fundamental para o apoio e manutenção do status quo do
poder real. A função deste estamento era a de rezar, ou seja, zelar pela vida espiritual das
pessoas.
Nobreza
Era o grupo que constituía os senhores feudais, concentrando o poder militar da época. Assim, os
nobres davam apoio ao rei e exerciam seu poder político sobre os servos, tinham por função o
combate, a defesa do reino em batalhas.
Servos
Para Huberman (2014, p.14), a sociedade estamental é organizada a partir das tradições e dos
valores sociais que fazem com que determinados grupos sejam privilegiados e outros não. Nesse
modelo, não há mobilidade social, um servo dificilmente se tornaria, por exemplo, um nobre.
Dignidade
O sentimento de dignidade que caracteriza os estamentos positivamente privilegiados relaciona-
se, naturalmente, com seu “ser” que não transcende a si mesmo, isto é, relaciona-se com sua
“beleza e excelência”. Seu reino é “deste mundo”. Vivem para o presente e explorando seu
grande passado. O senso de dignidade das camadas negativamente privilegiados naturalmente se
refere a um futuro que está além do presente, seja desta vida ou de outra.
Para Huberman (2004, p.49), A sociedade estamental, representa a estrutura social típica do
sistema feudal mediaval, dividida nos estamentos, onde quase não existe mobilidade social, ou
seja, a posição do individuo na sociedade dependera de sua origem familiar.
Na Idade Média, a sociedade feudal era hierárquica, dividida basicamente em quatro estamentos
ou estados: Rei, Nobreza, Clero e Servos, sendo que os dois primeiros possuíam privilégios em
relação ao último grupo subordinado. (Idem)
Sendo assim, no feudalismo o Rei era o maior poder concentrado nas mãos de uma só figura e a
nobreza representava os detentores das terras e riquezas, na época, denominados de "senhores
feudais"; o clero, formado por homens da Igreja, representava o poder da religião; e, por fim, o
último estamento, os servos ou plebeus trabalhavam nas terras dos senhores feudais, tendo em
troca segurança e alimentos, tal como acontecia nos estamentos.
A Idade Média e o fim da Sociedade Estamental
Na Idade Média, a sociedade feudal era hierárquica, dividida basicamente em quatro
estamentos ou estados: Rei, Nobreza, Clero e Servos, sendo que os dois primeiros possuíam
privilégios em relação ao último grupo subordinado.
Essa estrutura social fixa foi transformada no final da Idade Média e no início da Idade Moderna,
com a crise do sistema feudal, o fortalecimento do comércio e das cidades medievais bem como
dos avanços científicos (renascimento científico) e do humanismo renascentista. Idem
Em outras palavras, a visão teocêntrica (Deus como centro do Universo) foi substituída por uma
visão antropocêntrica (Homem no centro do Universo), pondo fim a Sociedade Estamental,
dando início a Sociedade de Classes. Idem
SEGUNDO
DIFERENTES TIPOS DE FORMAÇÕES SOCIAIS
Estratificação social
Segundo Cardoso (2018) a estratificação social é a classificação diferencial dos indivíduos que
compõem um sistema social dado e a sua qualificação de superiores ou inferiores uns em relação
aos outros, segundo valores importantes para a sociedade.
Para Ferrari (1983), a estratificação representa a distribuição desigual de direitos e obrigações
numa sociedade. Ora, a sociedade tem a necessidade de dinamizar a estrutura social e para tal
distribui de forma diferenciada o prestígio pelas diversas posições da sociedade e pelas pessoas
que ocupam essas posições. Religião, a raça, a militância partidária, etc.
A Estratificação social descreve a forma como diferentes grupos de pessoas são colocados na
sociedade, isto é, é o sistema hierárquico por meio do qual a sociedade categoriza seus membros.
Em uma sociedade estratificada, as vantagens e recursos, propriedade, poder e prestígio são
distribuídas de forma desigual. Geralmente, propriedade (riqueza), poder (influência) e prestígio
(status) andam juntos. As pessoas são, portanto, categorizadas hierarquicamente de acordo com
quanto possuem das vantagens e recursos da sociedade. O status das pessoas é frequentemente
determinado pela forma como a sociedade é estratificada, de acordo com os seguintes factores:
Riqueza e renda, Classe social, Etnia, Género (masculino ou feminino), Status político, Religião.
Casta
Casta é uma forma de estratificação social que se vincula às culturas do subcontinente indiano e
se fundamenta no reconhecimento de status e prestígio atribuídos por hereditariedade, típicos das
prescrições da crença hindu. Esta apresentava o tabu de que, se o indivíduo não fosse fiel aos
rituais e aos deveres de sua casta, renasceria em uma posição inferior na próxima encarnação.
TERCEIRO SEMINARIO
1
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
De Almeida (s/d), considera estratificação social como ordenação diferencial das pessoas que
constituem um determinado sistema social, no qual se estabelece uma ordem de superioridade e
inferioridade recíprocas, sobre assuntos que são socialmente importantes. Na mesma senda
Giddens (2005) escreveu de maneira bastante simples que “a estratificação social pode ser
definida como as desigualdades estruturadas entre diferentes agrupamentos de pessoas”.
Resumindo, podemos dizer que estratificação social é um recurso heurístico que auxilia no
estudo das diferenças e das desigualdades entre pessoas e grupos em uma dada sociedade ou em
uma parte dela, permitindo identificar a posição que cada um ocupa na estrutura social, de
acordo com um critério estabelecido teoricamente.
Mobilidade social
Ferrari (1983), entende mobilidade social como um fenómeno em que indivíduos ou grupos se
deslocam de uma classe social para outra. Ou o deslocamento de indivíduos e grupos entre
posições socioeconómicas diferentes.
Ex: Quando um trabalhador da construção civil que ganha dois salários mínimos muda de
ocupação e passa a trabalhar como segurança em um posto de gasolina ganhando a mesma
quantia, temos uma mobilidade horizontal. Quando um agricultor vende sua propriedade de terra
e vai para a cidade trabalhar como comerciante, temos uma mobilidade horizontal combinada
com a vertical; esta será ascendente ou descendente, conforme os resultados dos rendimentos
monetários, do status e do poder que isto lhe proporcionar.
A mobilidade ascendente
Quando um indivíduo ou o grupo cresce na hierarquia é ascende uma classe superior a que estava
antes, por outra corresponde ao deslocamento de indivíduos e grupos das camadas mais baixas
para os estratos elevados como, por exemplo, uma pessoa passa em um concurso público e
ascende na pirâmide social, tendo uma condição financeira melhor do a que estava antes; Ocorre
quando uma pessoa desloca-se para uma posição superior na pirâmide socioeconómica.
A mobilidade descendente
Quando um indivíduo ou o grupo decresce na hierarquia e passa a integrar uma classe social
inferior à que estava antes. Por exemplo, uma família de três pessoas na qual ambos os pais
possuem trabalho, caso um dos pais perca o emprego e a família passe a viver com o salário de
somente um deles, isso pode fazer com que eles decresçam na pirâmide social. Ocorre quando
alguém perde posições e desloca-se para uma posição social inferior. Por outra ocorre quando as
pessoas e grupos não podem manter-se nas suas posições elevadas, ou nas classes em que
nasceram, sendo obrigados a descer na escala social. Se as pessoas permanecerem firmemente
fixadas na posição de classe de seus pais, então está-se perante uma sociedade de classe fechada.
Idem
Ex1: Quando um agricultor que não tem terra e trabalha em regime de parceria na área de
terceiro consegue capitalizar-se e adquire uma área de terra sua, passando a ser o proprietário
desse meio de produção, observamos uma mobilidade vertical ascendente. Por outro lado,
quando um agricultor, por diferentes motivos, se descapitaliza a ponto de ter de vender sua
propriedade e tem que trabalhar como assalariado, deparamo-nos com uma situação de
mobilidade vertical descendente.
Na óptica de Bobbio (1997), ainda que a mobilidade social ascendente seja muito maior no
sistema de classes quando o comparamos com outros tipos de estratificação – de castas ou de
escravidão, por exemplo – é preciso identificar os factores que possibilitam tal movimento. No
início do processo de industrialização, quando os direitos trabalhistas ainda não existiam ou eram
precários, o sentimento que movia os operários era o medo da miséria e da fome que poderiam
irromper caso não trabalhassem com ardor. Uma vez estabelecidos os sindicatos e,
consequentemente, os direitos básicos dos trabalhadores, passou-se a impulsionar a ideia de
mobilidade social como um estímulo para o trabalho. Ou seja, através da ideia de meritocracia, a
promessa de ascensão social por meio do esforço trabalho transformou-se em um dos pilares
fundamentais das sociedades modernas.
Factores individuais
Entre as características individuais que facilitam a promoção de um posto para o outro estão os
factores como: inteligência, constância ou dedicação, educação, gratificação adiada, família,
casamento e etnicidade. O factor educacional representa valioso canal de ascensão social,
principalmente nas sociedades em que predominam os analfabetos. O factor adiamento da
gratificação, no sentido de mobilidade, significa apenas adiar a fim de obter vantagens numa
meta posterior. A família é mobilidade social devido à sua grande influência na sociedade. O
casamento é um factor de mobilidade social quando se considera o sistema de heterogamia, ou
seja, casamento entre desiguais. A inteligência como factor de mobilidade social, não obstante
existir uma adequada correlação, é vista entre as possibilidades de sucesso. A motivação é
fundamental para a mobilidade social porque as pessoas motivadas aspiram posições mais
elevadas. Quanto à etnicidade como factor da mobilidade social, encontra uma forte ligação com
a cor da pele de uma pessoa, pois esta pode representar uma barreira ou uma facilitação para a
mobilidade social de um indivíduo.
Factores colectivos
Classes
Etimologicamente a palavra “classe” deriva do termo latino classis que, segundo Silva (2009),
era já utilizado no século VI a. C. para designar uma forma de classificar os cidadãos, com o
objectivo genérico de organizar os contingentes relativos ao serviço militar, tendo por base a
capacidade tributária relacionada com o sustento do exército. Segundo Scott (1996), o termo
latino classis surge pela primeira vez na língua inglesa integrado nos textos históricos do século
XVI, para descrever a diferenciação política e económica entre os cidadãos da Roma Antiga.
Durante o período referente à Idade Média a terminologia “classe” foi, contudo, substituída pela
de estado (estate) ou ordem, que servia o propósito de designar as três ordens sociais vigentes na
época: a nobreza, o clero e o povo.
Classes sociais
A classe social é compreendida como um conjunto de pessoas que possuem em comum “um
componente causal específico em suas oportunidades de vida [...] esse componente é
representado exclusivamente pelos interesses económicos de posse de bens e oportunidades de
renda, e é representado sob condições de mercado de produtos ou mercado de trabalho”
(WEBER, 1982b, p. 212). O interesse económico citado por Weber é o factor que origina uma
classe social, referindo-se às condições da existência do mercado. (Idem).
A classe social não pode ser considerada como pertencente a uma comunidade, mesmo que as
situações de classe somente apareçam em base de acção comunal.
QUINTO SEMINARIO
Mobilidade Social
Do ponto de vista sociológico, conceito de mobilidade social, expressa a transição de uma
posição social a outra, realizada por um indivíduo.
Conforme avança Vygotsky (1989, p. 43), as relações sociais são as forças motrizes das funções
psicológicas superiores, “geneticamente relações sociais, relações reais entre as pessoas, são a
base de todas as funções superiores e suas relações”.
É possível compreender que o factor psicológico e biológico do indivíduo social influencia nas
alterações no contexto cultural, histórico e social. Isso nos leva ao ponto de que mobilidade
social assenta-se nos fundamentos psicobiológicos (Idem).
Fundamentos histórico-cultural
Na história de qualquer grupo social e culturalmente organizado ocorrem períodos em que a
mobilidade (social) aumenta de forma notável, os principais fundamentos histórico-culturais que
aceleram esta mobilidade estão associados as crises, ideologias, revoluções, e depressões
económicas1. Os elementos histórico-culturais são veículos de mobilidade em que o capital
próprio do individuo e a sua experiencia vão assumindo cada vez mais protagonismo,
contrariando, assim, a tendência fatalista da reprodução social.
Para óptica de Giddens (2005, p. 45), perante estes fundamentos da dimensão histórico-cultural,
o processo da mobilidade ocorre da seguinte forma:
Na medida em que fome, epidemias e guerras tendem a aumentar a mortalidade no interior dos
grupos sociais, criando vagas que deverão ser preenchidas pela promoção de pessoas habilitadas;
Nas grandes revoluções politicas, parte e, as vezes, a totalidade da classe governante e afastada,
sendo substituída por indivíduos e grupos oriundos de estratos inferiores (Idem).
Parte dos povos da costa oriental moçambicana, visto que um número relevante passou a seguir a
doutrina islâmica em detrimento das crenças pré-existentes, portanto, á essa alteração verificada
no contexto histórico-cultural atribui-se o sentido da mobilidade social
Cultura
Para aqueles que seguem a primeira tradição, a mobilidade se refere ao movimento entre
posições sociais que são identificadas em termos de relações nos mercados de trabalhos e
unidade de produção, para aqueles que seguem a segunda, mobilidade se refere ao movimentos
de indivíduos entre grupos sociais ou agregados que são ranqueados de acordo critérios tais
como prestígios de seus membros, status, recursos económicos.
Escolaridade;
Económicos;
Casamento;
Profissionais;
Desemprego;
SEXTO SEMINARIO
Capitais escolares
Blau e Duncan apud Giddens (2001, p. 303), Os capitais escolares são um indicador relevante
para a compreensão dos processos de mobilidade social contemporâneos. Embora não substituam
nem suplantem as desigualdades de classe, complementam-nas pela importância crescente que as
qualificações têm no mercado de trabalho e, desse modo, influenciam a inserção profissional dos
indivíduos.
A educação é tida como um investimento feito como garantia de entrada no mercado de trabalho
e acesso a boa remuneração mediante o desempenho de ocupações que demandem qualificação.
Mas não só a escolaridade é factor de capital humano.
Raça
A raça como factor da mobilidade social tem origem na época colonial. Tem havido discussão
sobre se a raça ainda pode prejudicar as chances de um indivíduo ter mobilidade ascendente ou
se a classe tem uma influência maior. O significado de raça afecta as chances de um indivíduo de
mobilidade ascendente se não começar na população de classe alta. Outra teoria sobre raça e
mobilidade é que, com o passar do tempo, a desigualdade racial será substituída pela
desigualdade de classe.
Género
Em relação ao género Fahel (2007) afirma que as mulheres, em comparação com os homens,
experimentam menos mobilidade social. Uma possível razão para isso é a baixa qualidade ou
falta de educação que as mulheres recebem. Em países como a Índia, é comum que mulheres
instruídas não usem sua educação para subir na escala social devido a costumes culturais e
tradicionais. Espera-se que se tornem donas de casa e deixem a vitória do pão para os homens.
Além disso, as mulheres em todo o mundo não têm acesso à educação, pois suas famílias podem
achar mais benéfico economicamente investir na educação e no bem-estar de seus homens do
que de suas mulheres. Aos olhos dos pais, o filho será quem os sustenta na velhice, enquanto a
filha se mudará com o marido. O filho vai gerar uma renda, enquanto a filha pode precisar de um
dote para se casar.
TIPOS DE MOBILIDADE SOCIAL
Segundo Jannuzzi (2000), a mobilidade social se caracteriza por dois tipos distintos:
SETIMO SEMINARIO
ELITE
Para Pité (1997, p.47-48), denomina-se Elite a uma camada social que conseguiu atingir níveis
muito altos na sua actividade, que pode ser política, académica ou socioeconómica. Esta é
constituída pelos indivíduos que têm funções dirigentes, abarcando a elite governamental e a
não-governamental. As elites estão sempre presentes em todas as formas de direcção ou governo,
sendo responsáveis pela desigualdade da distribuição da riqueza de uma sociedade, assim como
do prestígio social.
Teorias das Elites
Mosca (1968), A teoria das elites surgiu no final do século XIX, tendo como fundador o filósofo
e pensador político italiano, (Mosca) estabeleceu os pressupostos do elitismo ao salientar que em
toda sociedade, seja ela arcaica, antiga ou moderna, existe sempre uma minoria que é detentora
do poder em detrimento de uma maioria que dele está privado.
Os poderes económicos, ideológicos e políticos são igualmente importantes, mas em seus
escritos Mosca deu ênfase à força política das elites.
1.2.Governantes e governados
Elite Governante: são os indivíduos que participam do governo. E desta forma fazem parte da
estrutura mais importante do Estado. São eles a elite económica, a elite da administração publica,
os cargos mais elevados das forças armadas.
Elite Governada: não participam activamente do governo, mas são denominadas elites por se
destacarem na sociedade. São eles grupos da política, desportistas, artistas
Factores Sociais
Guerras, invasões e conquistas, assim como luta de classes e revoluções, alteram as estruturas
sociais, modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e destroem
culturas.
Factores Culturais
Descobertas científicas. Alteram a mentalidade, abrem novas perspectivas, modificam atitudes
básicas e transformam a sociedade pela aplicação dos conhecimentos científicos a todos os
campos da vida social.
Tipos de Elites
Segundo Lakatos (1999), nos tipos de Elites podemos destacar os seguintes:
Elites Tradicionais
Possuem autoridade ou influência decorrente de ideias, crenças ou estruturas sociais, baseadas no
passado e reforçadas pela tradição.
Elites Tecnocráticas
Detém autoridade racional, legal ou burocrática. Sua escolha, nomeação ou eleição baseia-se em
competência, designada através de provas, concursos, experiencia ou resultados escolares.
Ocupam sua posição de acordo com leis ou normas, conhecidas e aceitas, e possuem importância
determinada segundo critérios reconhecidos. São os altos funcionários, ocupando postos de
chefia nas organizações de carácter burocrático: governo, empresa.
Elites Carismáticas
Os líderes carismáticos são portadores de dons específicos (do corpo ou do espírito)
considerados sobrenaturais, não acessíveis a todos, e cujo exercício corresponde as necessidades
do grupo. Encontramos muito mais comummente o carisma ligado a uma pessoa do que ao
grupo; entretanto, o poder de um líder carismático pode, até certo ponto, ser estendido a sua
equipe. Como exemplo de elites carismáticas podemos verificar as castas superiores da índia, de
origem religiosa.
Elites de Propriedades
Sua autoridade ou poder decorre da posse de capitais ou de bens, em virtude dos quais podem
exercer pressões sobre as elites tecnocráticas ou tradicionais. Pertencem a este tipo os grandes
proprietários de terras, industriais, banqueiros etc., capazes de influenciar a vida económica,
política e social de uma comunidade.
Elites ideológicas
São formadas pelas pessoas que concebem uma ideologia, que a difundem ou representam.
Constituem a elite do poder, se a ideologia que representam e a oficial; por outro lado, quando se
opõem a elite do poder, formam as elites de influência, ou contra elites (elites. de oposição, de
contestação). Entre todos os tipos de elites, as ideológicas e as carismáticas são geralmente as
mais dinâmicas e inovadoras.
Elites Simbo1icas
Quase todas as elites possuem urn carácter simbo1ico a medida que representam uma causa,
valores, ideias, modos de viver, qualidades ou virtudes. Entretanto, existem indivíduos ou grupos
cuja função e, mais do que tudo, simbólica. Poder-se-iam citar certos elementos da nobreza,
mulheres de políticos famosos, pessoas da alta-roda, artistas e desportistas famosos.
Divisão social do trabalho das elites
As fases da divisão social do trabalho tiveram como objectivo, gradualmente, aumentar a
produtividade da classe trabalhadora. Tudo isso contribuiu para surgimento de uma classe
dominante e outra subordinada. Dentro do contexto do capitalismo, a produção trabalha com o
intuito de obtenção de lucro progressivo. O desenvolvimento da divisão social do trabalho se dá
de maneira espontânea. Uma vez que o avanço dos ramos de produção aumenta, mais a
competitividade e o trabalho progridem. Com a globalização vigente, o comércio internacional
acaba influenciando neste contexto. As circunstâncias assim sobressaem uma divisão
internacional do trabalho, que se expande, e deixa de ser somente interna.
2.4.Mobilidade social das Elites
Para Pareto (1965), em uma sociedade para que haja equilíbrio social, é necessário processos de
mudança, e desta forma para que haja renovação da elite política é necessária a circulação da
mesma. Ou seja, para se perpetuar no poder, as elites precisam se renovar necessita de indivíduos
que sejam capacitados dentro da sociedade:
Como afirma Pareto (1965, P. 9) “Um fato de extrema importância para a fisiologia social é o de
que as aristocracias não duram. Todas elas passam por uma decadência mais ou menos rápida.”
Para Pareto (1965), a mobilidade dos indivíduos onde as camadas menos privilegiadas se
sobrepõem as melhores, é imprescindível, pois é isto que permite um equilíbrio geral da
sociedade.
A mobilidade das elites é, portanto, o movimento necessário para equilíbrio da sociedade onde
há uma substituição de uma elite por outra. Em relação ao poder, a elite pode se reproduzir das
seguintes formas: democraticamente ou aristocraticamente. Da forma democrática a elite
permitiria o ingresso de membros que fossem de outras classes sociais, e aristocráticas quando a
mudança se dá dentro da própria elite. A mobilidade das elites é um processo sem fim, mesmo
que lento e imperceptível nenhum agrupamento de elites escaparia deste fenómeno social que é a
circulação. Se a mobilidade cessar, a elite se acidifica e desta forma entre em processo de
esclerose e decadência.
OITAVO SEMINARIO
A GLOBALIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS
O mundo actual é caracterizado pela proximidade entre lugares ou regiões que por muito tempo
considerou-se que estivessem distantes. Essa proximidade é resultante dos avanços de ordem
tecnológica, os quais resultaram na invenção e no melhoramento técnico de vários meios de
informação e comunicação, como também de transportes, permitindo, dessa forma, a redução do
tempo-lugar para a interacção entre pessoas localizadas em diferentes pontos do planeta.
Portanto, este capítulo propõe-se a fazer uma abordagem em torno de aspectos ligados a
globalização (origem, conceptualização, factores e impactos socioculturais).
Impacto da globalização
Giddens diz que (…) enquanto fenómeno, a globalização «existe aqui e agora», afectando as
nossas vidas pessoais e íntimas de inúmeras formas (2008: 61). Este posicionamento dá a
entender que não é apenas em uma perspectiva colectiva que a globalização opera, como também
opera em situações individuais e íntimas, e, mais ainda, interpreta-se como um fenómeno de
grande dimensão, na medida em que entende, o autor, que afecta de diversas formas, portanto,
isso reflecte-se na diversidade de faces que este fenómeno apresenta.
IMPACTO DA GLOBALIZACAO
Giddens (2008: 62) explica que a globalização provocou transformações profundas no mundo do
trabalho, pois os novos padrões de comércio internacional e o surgimento de uma economia de
informação tiveram um impacto profundo nos padrões de emprego de longa duração. O comércio
global e as novas tecnologias tiveram um profundo impacto nas comunidades que assentavam na
manufactura tradicional, pois, muitos trabalhadores industriais ficaram desempregados e sem
tipo de aptidões necessárias para fazer parte de nova economia baseada na informação.
Contexto cultural
A globalização cultural é uma das mais directamente percebidas e vivenciadas. Esta dimensão de
globalização traduz-se na internacionalização de marcas de consumo, celebridades, música,
cinema, moda, entre outros elementos, e constitui, de certa forma, manifestações de globalização
mais recentes e presentes na vida quotidiana do cidadão comum. Salienta-se ainda, ser
inconcebível, nos dias actuais, o total isolamento de uma sociedade, sem sofrer influência de
outras e sem corpo de elementos culturais comuns a outras culturas.