Monografia (Capitulo 1 e 2)

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UNIVERSIDADE SAVE EXTENSÃO DE MAXIXE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

Factores Que Concorrem Para o Baixo Aproveitamento Pedagógico na Leitura e


Escrita nas Escolas do Ensino Básico: Caso do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o
Graus de Navela

Licenciatura em Ensino Básico

Juvência Gabriel Guiamba

Extensão de Maxixe

2022
INTRODUÇÃO
Nas sociedades actuais, aprender a ler e escrever é um objectivo que se espera que todas as
crianças atinjam com a sua entrada para a escolaridade pois trata-se de uma aprendizagem
principal. Verifica-se, no entanto, que para um grande número de alunos esta tarefa
representa um percurso com inúmeras dificuldades, havendo mesmo alunos que não
conseguem compreender a natureza da tarefa e corresponder às exigências que a escola faz
em termos de aprendizagem. Nesta vertente, este trabalho procura compreender de forma
minuciosa os factores Que Concorrem Para o Baixo Aproveitamento Pedagógico na
Leitura e Escrita nas Escolas do Ensino Básico: Caso do IIº Ciclo da Escola Primária do
1o e 2o Graus de Navela.

Segundo um relatório publicado pelo MINED, um dos principais desafios do ensino


primário é o fraco aproveitamento pedagógico que se regista principalmente no segundo
ciclo (MINED, 2020). O aprendizado da leitura é um grande desafio dentro do processo de
ensino-aprendizagem, uma vez que todos os seres humanos estão programados
biologicamente a falar, porém não estão programados para ler e escrever.

Problematização:

O ensino primário compreende seis classes, distribuídas em dois ciclos de aprendizagem: Iº


Ciclo, que corresponde de 1ᵃ a 3ᵃ classes e IIº Ciclo que corresponde de 4ᵃ a 6ᵃ classes.
Segundo MINED (2017) um dos principais objectivos do ensino primário é adoptar o
cidadão de conhecimentos, técnicas básicas e aptidões, atitudes e convicções fundamentais
para o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade. O objectivo do Ensino Primário
é formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, da vida da sua
família, da sua comunidade e do país.

Segundo o Plano Estratégico de Educação de Moçambique (2020 -2029) um dos principais


desafios do Ensino Primário refere – se aos fracos resultados de aprendizagem. De acordo
com um relatório publicado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação em
2016, apenas 4,9% das crianças da 3ᵃ Classe desenvolveram as competências básicas de
leitura e escrita.

A aprendizagem da leitura é um dos maiores desafios que as crianças têm que enfrentar nas
fases iniciais da sua escolarização. Enfrentar e vencer esse desafio num mundo dominado
pela informação escrita é o primeiro grande passo na vida das crianças que frequentam
hoje a escola, mas que no amanhã se tornarão cidadãos autónomos na procura e percepção
de informação de que necessitam nos mais diversos contextos (Fernandes, 2016).

Portanto, na Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela, o baixo aproveitamento


pedagógico na aprendizagem de leitura e escrita por parte dos alunos do IIº é uma
realidade. Face a esta constatação, surge a seguinte questões norteadora deste estudo:

1. Quais são os factores que concorrem para o baixo aproveitamento pedagógico de


Leitura e Escrita dos alunos dos alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o
Graus de Navela?
2. O que pode ser feito com vista a minimizar as dificuldades que os alunos na
aprendizagem da leitura e escrita no ensino básico?

Hipóteses da pesquisa:

Atendendo aos objectivos propostos e problema de pesquisa foram levantadas as seguintes


hipóteses:

H1: A sala de aulas com muitos alunos, a metodologia de ensino usada pelos professores,
a falta de políticas públicas que promovam a formação continuada de professores
contribuem para o baixo aproveitamento pedagógico na leitura e escrita dos alunos do IIº
Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela.

H2: O ambiente familiar, falta de acompanhamento dos pais e encarregados de educação


no processo de ensino e aprendizagem contribuem para o baixo aproveitamento
pedagógico na leitura e escrita dos alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o
Graus de Navela.

H3: A falta de livro escolar aliada a fraca produção do material didáctico pelos
professores, contribuem para o baixo aproveitamento pedagógico na leitura e escrita dos
alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela.

H4: O currículo escolar contribui para o baixo aproveitamento pedagógico na leitura e


escrita dos alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela.
Objectivos da Pesquisa

Objectivo Geral:

Compreender os factores que concorrem para o baixo aproveitamento pedagógico


na leitura e Escrita dos alunos da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela

Objectivos Específicos:

Identificar as causas que concorrem para baixo aproveitamento Pedagógico na


leitura e Escrita dos alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de
Navela;
Descrever as dificuldades de aprendizagem enfrentada pelos alunos do IIº Ciclo
da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela na leitura e escrita;
Recolher propostas dos alunos, professores e director na Escola que
influenciam no baixo o aproveitamento Pedagógico da leitura e Escrita dos
alunos

1.3. Justificativa

A escolha desse tema partiu da experiência vivenciada na Escola Primária do 1o e 2o Graus


de Navela, onde me encontro inserida como professora desde 2019. Durante a minha
jornada de trabalho nesta escola, fui verificando que, a maioria dos alunos do IIº ciclo
apresentam dificuldades no âmbito leitura e na escrita, principalmente na 4a classe, onde o
aproveitamento pedagógico foi de cerca de 38,8 %.

O referido tema despertou uma forte motivação e interesse ao perceber o quão frustrante é
lidar com um aluno que nem sequer sabe ler e muito menos escrever. Portanto, é
imprescindível aprofundar esse tema para comprovar, de facto, quais os maiores obstáculos
que influenciam baixo aproveitamento da Leitura e escrita dos alunos do ensino básico.

O tema é de grande relevância social, tendo em conta a situação real que se vive na escola
Primária do 1o e 2o Graus de Navela, é concernente não só para aluno, mas como também
para os pais e encarregados de educação e a sociedade em geral. Importa ainda referir que
este tema é de extrema importância na medida em que dá a conhecer a sociedade os vários
factores que condicionam para o baixo aproveitamento pedagógico na leitura e escrita dos
alunos.
É de suma relevância profissional, na medida em que procurar identificar as possíveis
causas desta problemática constada, e também apresenta um teor muito importante no que
tange ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

É de relevância académica, pelo facto de aplicar as regras metodológicas exigidas na


elaboração de trabalhos científicos e também pela temática aqui apresentada, onde poderá
ser útil na melhoria do aproveitamento pedagógico no ensino básico de qualquer instituição
E ajuda nas reflexões sobre o assunto suscitando mais resoluções atinentes ao problema em
estudo.

No que tange a actualidade, é actual, uma vez que a qualidade do ensino em Moçambique é
questionada. Principalmente no que tange ao ensino da leitura e escrita dos alunos do
ensino primário e constitui preocupação de todos pesquisadores encontrarem formas de
melhorar a qualidade de ensino no País.

.
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Depois da escolha do tema, o pesquisador deve fazer o amplo levantamento de fontes


teóricas como objectivo de elaborar a contextualização da pesquisa e mostrar a pertinência
do assunto em causa. (Prodanov & Freitas, 2013 p.131).

Deste modo, para o desenvolvimento desta pesquisa, baseamos nas obras literárias que
versam sobre as causas do baixo aproveitamento Pedagógico, dificuldades de
aprendizagem na leitura e escrita e factores que contribuem para o baixo aproveitamento
pedagógico.

1.0. Baixo Aproveitamento Pedagógico - Contextualização

Na visão de Lopes, et al (2020), aproveitamento Pedagógico refere se as modificações no


individuo proporcionadas pela aprendizagem no contexto escolar e que são mensuradas e
categorizadas em índices (notas ou conceitos) que apontam critérios de aproveitamento da
situação de ensino e aprendizagem de conteúdos (bom aproveitamento) ou não
aproveitamento do ensino.

Segundo Jesus e Silva (2012) o baixo aproveitamento escolar surge como fracasso na
Escola condicionado pela impossibilidade de aferir a real capacidade da criança,
desconhecimentos dos processos naturais que levam a adquirir o conhecimento; e na
incapacidade de estabelecer uma ligação entre o conhecimento pratico do qual a criança já
dispõe e os conhecimentos formalizados do currículo escolar (p.4).

Segundo Sousa (2019) o baixo aproveitamento distingue em duas perspectivas:

Em termos quantitativos, através de reprovações, repetências e abandonos. E em termos


qualitativos, como as frustrações individuais, a formação inadequada e a alheamento face á
preparação para participação democrática (p.9).

A existência de elevadas taxas de insucesso escolar provoca consequências graves, não só


no aluno como também na sociedade envolvida. Os jovens que abandonam o sistema
educativo e que não atingem as habilitações mínimas necessárias, têm menor confiança nas
suas possibilidades e má baixa motivação para se candidatarem em programas de formação
(Martinho, 2007, p.72).

Monjane (2015) define baixo aproveitamento pedagógico como a não obtenção ou não
realização de objectivos predeterminados pela organização escolar, mau resultado em
relação aos objectivos, a falta de êxito na aprendizagem, ausência de eficácia na
interiorização, apreensão e assimilação dos conhecimentos (p. 10).

Nestas perspectivas, consideramos que há um baixo aproveitamento pedagógico quando os


alunos ao finalizarem um dado nível não alcançam os conhecimentos e competências
predefinidos como objectivos curriculares. Portanto, discutir a questão de baixo
aproveitamento pedagógico é por em causa os professores, os pais e meio ambiente
envolvente, a instituição escolar local e o sistema educativo nacional e de uma forma geral
a sociedade, a cultura e a economia.

1.1. Causas e Factores que Concorrem Para Baixo Aproveitamento Pedagógico

Segundo Freire (2006:25) os professores que usam métodos de ensino, recursos didácticos,
técnicas de comunicação inadequadas as características da turma ou de cada aluno podem
conduzir a uma deficiente relação pedagógica e influenciando negativamente os resultados.

Na mesma vertente, Monjane (2015) afirma que as causas do baixo aproveitamento estão
relacionadas ao aluno, ao funcionamento na Escola, ao currículo em vigor, programas e
métodos de ensino, à relação professor/aluno, á formação e capacitação do professor
(p.11).

Jesus e Silva (2012) acreditam que a causa do baixo aproveitamento pedagógico não é
única. E nem é só referente ao professor, nem aos métodos de ensino, nem escola e nem ao
sistema. Mas sim a própria organização escolar, e pode gerar o baixo aproveitamento na
medida em que o aluno encontra um ambiente bem diferente do que esperava (p.3).

O baixo aproveitamento pedagógico advém de diversos factores que variam de cada


individuo e podem surgir em função das características, sua forma de vida, a constituição,
os hábitos e costumes. E ainda podem estar relacionados com as condições sociofamiliares,
escolares, socioculturais e socioeconómicas. (Sousa, 2019 p.10)

Monjane (2015), refere ainda que, as causas do baixo aproveitamento pedagógico estão
relacionadas com as características individuais do aluno, como a fraca inteligência e
aptidão física, a fraca auto – estima, a preguiça, a desmotivação, a fraca assiduidade,
alimentação precária, a relação com colegas e professores. Para o mesmo autor, a escola é
responsável pelo baixo aproveitamento escolar na medida em que os programas e os
currículos são elaborados tendo em conta o aluno ideal esquecendo daqueles que provem
de famílias desfavorecidas.
Um dos factores que contribui para a baixa qualidade da educação é a limitada competência
de alguns professores, resultante da deficiente base de partida dos programas de formação e
formadores dos IFP, associada à insuficiente supervisão e apoio pedagógico, no exercício
das funções. Nas escolas onde os professores têm mais conhecimentos e são assíduos
regista-se, em regra, melhor aproveitamento. O rendimento escolar no EP é ainda
influenciado pelo facto de o EP estar a ser leccionado numa língua não familiar para a
maioria das crianças, particularmente, nas zonas rurais (MINED (2020), 67).

Para Lopes et all (2020:964) para avaliar o aproveitamento escolar deve – se o contexto
escolar e os actores socioecónomicos que influenciam tais resultados. Para o autor,” notas
e provas não fornecem informações suficientes para a avaliação desse fenómeno”.

Araújo e Filho (2017) citado por Sousa (2019:15) entendem que o baixo aproveitamento
pedagógico advém de:

Factores internos e externos, como drogas, tempo na escola, sucessivas reprovações, falta
de incentivo da família e na Escola, necessidade de trabalhar, excesso de conteúdo escolar,
alcoolismo, localização na Escola, vandalismo, falta de formação de valores e preparo para
o mundo do trabalho, podem ser considerados decisivos no momento de ficar ou sair na
Escola, engrossando a fila de desemprego.

Segundo os autores supracitados, os indivíduos que enfrentam dificuldades no seu meio


ambiente, certamente terão dificuldades com o processo de ensino e aprendizagem.

Na mesma ideia, Freire (2006:23) destaca outros factores escolares como as habilitações e
a preparação do corpo docente, os conflitos institucionais, as relações professor –
professor, professor – aluno, pessoal auxiliar – aluno e professor – pessoal auxiliar,
existência e disponibilidade de equipamentos didáctico, estado de conservação das
instalações e mobiliário, recreio e sala de convívio.

Portanto, modo de vida das famílias, as angústias, as necessidades de âmbito económico ou


mesmo afectivo, são causas que precisam de ser bem analisadas e olhadas sob uma
perspectiva global e não somente local.

Neste sentido, Sousa (2019) afirma, que a escola deve ser atractiva e dispor de condições
que respondam as necessidades dos alunos, como, uma biblioteca, espaço de prática
desportivo, um gabinete de apoio psicopedagógico e ainda promoção de convivência e
trocas sociais
Segundo Miguel, et all (2012:31) auto-eficácia escolar está relacionada com a temática de
baixo aproveitamento pedagógico. Eles afirmam que:

Este factor está associado a variáveis como o esforço, a persistência, e a capacidade de


enfrentar obstáculos, a auto-eficácia escolar é determinante na decisão de iniciar uma
determinada tarefa, constituindo-se, assim, como um forte preditor de crenças académicas e
de desempenho, e estando associada a um rendimento académico mais elevado.

Freire (2006) destaca ainda os factores extra – escolares, e segundo ele, são: as
características sócio – económico e culturais da comunidade pedagógica, a origem
sociocultural do aluno e o modo como se processou a sua inculturação, a profissão e a
habilitação dos pais e o ambiente familiar, o tipo de habilitação e a distancia a escola.

Freire (2006) nos alerta sobre as consequências do baixo aproveitamento pedagógico,


afirmando que este fenómeno traz a infelicidade da criança, a falta de confiança em si
própria no presente e com grandes reflexos. Pode provocar ainda a falta de amor pelos
livros, a procura de interesses menos valida: a droga, a pornografia, a delinquência.

Neste sentido, há necessidade de procurar entender o papel dos pais e encarregados de


educação na educação dos seus educandos.

2.2. Participação dos Pais e Encarregados de Educação na Vida Escolar dos Alunos

É importante ressaltar o papel que os pais ou encarregados de educação assumem na


educação dos seus filhos. Jesus e Silva (2012) enfatizam que as crianças que recebem um
incentivo no seio familiar durante a sua adolescência tendem a ter atitudes positivas, tanto
sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas. Elas têm a capacidade de buscarem e
encontrarem modos de contornar as dificuldades, mesmo quando são bastantes graves.

Os pais são responsáveis pela aprendizagem da criança considerando que estes são os
primeiros educadores dos seus filhos. Martinho (2007) afirma que “ quase todos os estudos
concluem que uma boa relação entre a escola e os pais é uma variável de peso no
aproveitamento escolar”.

Segundo autor supracitado citado por Gokhale (1980),

A família não é somente berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é


também o centro da vida social. Assim sendo é preciso que pais, professores e
direcção na Escola criem canais de diálogo. Cada um deve fazer sua parte
para atingir o caminho do sucesso escolar, que visa conduzir crianças e
jovens a um futuro melhor. Todavia, a família tem sido, é e será influência
mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do carácter das
pessoas.

Como afirmam Miguel, et all (2012) que as relações interpessoais e a integração social
desempenham um papel fundamental no rendimento escolar.

Jesus e Silva (2012) acreditam que pais que acompanham a lição de casa, não faltam às
reuniões, cooperativos e atentos no desempenho escolar dos filhos na medida certa. As
escolas que contam com a parceria dos pais, onde há troca de informações com os
professores os alunos aprendem melhor.

Sousa (2019) afirma que:

Maior parte dos problemas relacionados ao baixo aproveitamento estão ligados à falta de
motivação, ao facto de as famílias terem baixo rendimento ou dificuldades económicas,
mau relacionamento com a escola ou inadaptação ao nível escolar, arrastando consigo uma
série de comportamentos antissociais (p.19).

Para Jesus e Silva (2012) é indispensável que a família estabeleça uma relação harmoniosa
com a instituição escolar, pois só assim pode se enriquecer e facilitar o aproveitamento
pedagógico.

A classe social e a escolaridade dos pais influenciam as escolhas escolares dos filhos. O
contexto social vivido pelo individuo será a sua base forte para a tomada das decisões ao
longo de sua vida, como afirma Sousa (2019) na citação abaixo:

Muito frequentes também são os casos de crianças que seguem a mesma profissão que os
pais, sendo arrastados pela forma como são guiados e educados desde tenra idade e aquilo
que são as suas formações de normas e valores morais. Porquanto, o facto de os filhos,
normalmente, seguirem o que lhes é incutido pelos pais, muitas vezes torna-se numa
decisão que não é tomada pelo próprio e que pode causar frustrações futuras, no caso de
não satisfazer as necessidades próprias deles (p.18).

Para Martinho (2007:93) o envolvimento dos pais na educação na educação escolar traz,
inegavelmente, benefícios bem diversificados, com repercussão nos alunos, nos próprios
pais, na escola e na sociedade democrática.

Nesse sentido, a escola deve utilizar todas as oportunidades de contacto com os pais de
modo a passar informações relevantes sobre seus objectivos, recursos, problemas, assim
como o desenvolvimento escolar dos alunos. Portanto, os autores supracitados evidenciam
o facto de que existe uma relação entre as habilitações literárias dos pais, a profissão dos
mesmos e o baixo aproveitamento.

1.3. Postura do Professor Perante ao Baixo Aproveitamento Pedagógico

Na óptica de Jesus e Silva (2012) para que o professor possa desempenhar adequadamente
o seu papel não pode ser acomodado, ou seja, alguém que já se considere ter chegado ao
máximo em sua sabedoria. Pelo contrário, ele deve perceber que há sempre algo a mais a
fazer e muito o que aprender.

Os mesmos autores, afirmam que:

É importante que os professores no desempenho das suas funções assumam uma postura de
liderança, uma vez que a mesma propicia uma maior visão, ajudando as pessoas a
caminharem rumo a ela. Frente á problemática do baixo aproveitamento Pedagógico, o
professor deve utilizar – se de todos os meios que dispões para entender as situações que
provocam esses resultados e agir em acções eficazes de prevenção a fim de combater o
insucesso escolar (Idem, 2012 p. 21).

Para Sousa (2019) “ a escola deve entender e aceitar a linguagem da família, e no momento
em que a família e a escola puderem se perceber e se aceitar, provavelmente, o
relacionamento entre elas será bem – sucedido” (p. 18)

Freire (2006) considere que uma das principais tarefas do professor é procurar aperceber –
se das características individuais e peculiares de cada aluno e respeitá – las, de forma a
conduzir as actividades educativas em prol de uma aprendizagem efectiva

O mesmo autor defende que “os professores devem discutir com os colegas de outras
disciplinas passíveis de intervir buscando sempre soluções alternativas”.

O professor terá de se apresentar frente aos seus alunos com “optimismo pedagógico” e deverá
empenhar-se em estimular lhes confiança nas suas próprias possibilidades, será necessário
estar atento às dificuldades de cada criança, detectando-as logo no inicio do ano adoptando
estratégias simples que levem os alunos a ultrapassarem as suas dificuldades ganhando
confiança em si próprios (Cortesão cit, por Freire, 2006).

Os professores estão condicionados a preparem suas aulas para os alunos bons, que
compreendem os conteúdos, apresentam os trabalhos e tarefas em dia, tiram notas boas,
estão bem classificados nas escalas de proficiência, enquanto os alunos tido como fracos
sofrem a evasão, a repetência, a discriminação ou até mesmo com a promoção automática
(Freire, 2006, p.26).

Nestas perspectivas, os professores têm como a missão de desenvolver a acção didáctico –


pedagogia até ao limite das potencialidades naturais de cada aluno, respeitando sempre as
diferenças individuais através da adopção de uma metodologia de ensino participativo.

Portanto, as visões de Simango (2012), Costa e Silva (2013), Rodrigues (2017), Canuto
(2016), Silva (2014) e Fernandes (2016) nos permitirão perceber de um modo geral as
dificuldades na escrita e leitura dos alunos do ensino básico.

1.4. O processo de Aprendizagem da Leitura e Escrita

Simango (2012) defende que a leitura constitui uma prática cultural que resulta de
apropriação da respectiva cultura (p.5). A leitura é uma prática socialmente construída, que
envolve o reconhecimento de signos gráficos impressos ou escritos adoptado por
determinado grupo social que servem de estímulo para os significados construídos no meio
social e pela experiência passada pelo leitor, ou pelo mesmo grupo.

Nesta ordem, Canuto (2014) afirma que, aprender a ler consiste em aprender a descodificar
palavras, consiste em aprender a reconhecer palavras, consiste também em obter
significados, ou seja, trazer sentido para o texto com o fim de alcançar dele significado
(p.6).

Segundo Rodrigues (2017) leitura é uma actividade que requer inferência, uma actividade
perceptiva e não uma recepção de informação. Portanto, no processo de aprendizagem da
leitura importa fazer a referência á compreensão enquanto elemento fundamental da
leitura, pois para completar a leitura é preciso compreender o que se lê. Para os alunos
conseguirem ser bons leitores e escritores, deve haver uma instrução adequada combinada
entre leitura e escrita e não desvalorizar alguma ou substituir uma pela outra (p.6).

A leitura é m processo no qual o leitor obtém informação a partir de símbolos escritos,


necessitando de dominar o código escrito e, posteriormente o seu significado. Ler deve
significar compreender o que esta escrito, sendo um processo de compreensão que
mobiliza competências e capacidades. O conhecimento da língua oral é determinante no
domínio da língua escrita (Rodrigues, 2017 p.7).

Rodrigues (2017) evidencia a complexidade da aprendizagem da leitura ao afirmar que:


Aprendizagem da leitura assenta num processo evolutivo e complexo, que congrega diversos
processos como a linguagem, a psicomotricidade, a componente cognitiva, a percepção
audiovisual, o estado emocional, o estímulo externo, entre outros O leitor envolve um
conjunto de competências cognitivas tais como o grau de atenção atribuído; a percepção; a
compreensão da simbologia; o nível de memória; a inferência; a planificação e realização
intrínseca de estratégias; a conceitualização; a resolução de problemas e a expressão de
informação

Simango (2012) defende que a escrita é uma representação do pensamento e da palavra por
meio de sinais convencionais, ou um conjunto de caracteres adoptados por um sistema de
representação por meio de sinais assumidos e partilhados por determinada colectividade
naquilo que se escreve. A aprendizagem da leitura e da escrita é uma actividade
construtivista, onde os próprios alunos têm de realizar e que o professor se ocupa em
proporcionar e motivar aos alunos a oportunidades e incentivos para a construir. (p.5).

Rodrigues (2012) e Canuto (2014) afirmam que saber ler é também saber compreender,
julgar, apreciar e criar. E defendem que saber ler é a base de todas as actividades que se
realizam na escola.

A leitura é muito importante, pois engloba quatro aspectos importantes, são eles: sociais,
culturais, informativos e a ocupação do tempo livre. Os aspectos sociais são as actividades
simples do dia-a-dia, como ler a bula do remédio, ler uma carta, compreender os próprios
documentos e etc. Já os aspectos culturais são as aprendizagens obtidas na escola através da
literatura, da ciência e etc. A leitura também serve para o conhecimento da economia, da
política, ou seja, serve para deixar o indivíduo actualizado das informações mundiais (Canuto,
2014 p.6).

A aprendizagem da linguagem escrita esta inserida no currículo escolar de qualquer


sistema de ensino, pois segundo Fernandes (2014), o acesso á linguagem escrita é a porta
de acesso a um contexto mais amplo que aquele que nos é oferecido pela via da informação
oral.

De acordo com Rebelo (1993) cit. Rodrigues (2017) a aprendizagem da escrita e da leitura
tem um processo inverso, ou seja, enquanto a leitura é um processo de descodificação onde a
resposta resulta da interacção do leitor com as formas gráficas, a escrita consiste em codificar a
linguagem através de sinais gráficos. Porém, estudos demonstram que é possível saber ler sem
saber escrever e vice – versa pelo que as duas actividades podem não ser iguais.

Rodrigues (2012) destaca a importância da leitura e escrita ao afirma que:


O ensino e aprendizagem da leitura e da escrita são habilidades que geram focos de atenção
e preocupação de todos os profissionais ligados à educação. É essencial aprender a ler e a
escrever para, posteriormente, ler e escrever para aprender, portanto, a tónica das
preocupações de quem está no campo da educação não se centra na capacidade de ler e
escrever como um fim em si mesmo, mas sim no conhecimento que o ser humano passa a
possuir através da leitura e da escrita.

Na mesma perspectiva, Canuto (2014) afirma que a leitura é essencial para o sujeito que
quer viver bem informado, para quem quer obter mais conhecimentos, pois a leitura é um
facilitador determinante no que diz respeito a aquisição de outras aprendizagens, não
querendo com essa afirmação emparedar o indivíduo em sua vida útil e promissora.

Para Silva (2014) a leitura é um processo de interacção entre o leitor e texto. O leitor
estabelece um diálogo com o autor, compreendendo seus pensamentos, descobrindo seus
propósitos, procurando fazer perguntas e tratando de achar as respostas. O acto de ler
consiste no processamento da informação de um texto escrito com a finalidade de
interpretá – lo.

Segundo Fernandes (2016) a leitura e a escrita são usos secundários da língua, pois a
aprendizagem da leitura está dependente do conhecimento da língua já adquirido, e para o
reconhecimento e decifração da palavra escrita, quanto mais amplo for o conhecimento
lexical da criança mais fácil será a aprendizagem da decifração (p.6).

O conhecimento das letras é o elemento chave no processo de aprendizagem quando as


crianças ingressam no primeiro ano de escolaridade.

1.4.1. Dificuldades de Aprendizagem da Leitura e Escrita

Segundo Simango (2012) as habilidades da leitura e da escrita são cultivadas através do


incentivo proporcionado pelos pais e encarregados de educação, seja por meio de oferta ou
promessa de algum presente que a própria criança gosta e anseia receber.

De acordo Rodrigues (2017) para aprender a ler e a escrever são necessários diversos
desenvolvimentos prévios considerados pré-requisitos tais como a motricidade: gatinhar,
sentar, andar e direccionar a comida para mastigar; a integração sensório motor como a
definição da lateralidade, habilidades perceptivo motor, desenvolvimento da linguagem e
as competências sociais.
As dificuldades da leitura e da escrita, são associadas á incompatibilidade da realidade
sociocultural dos alunos, pais e encarregados de educação em relação aos conteúdos do
novo currículo do ensino primário. Afirmam que as dificuldades de leitura e escrita são
associadas em parte pela falta de professores formados especificamente nas metodologias
de leitura e escrita (Simango, 2012, p.17).

Segundo Costa e Silva (2013) as dificuldades com a leitura e a escrita são observadas nos
alunos principalmente nos anos inicias. Trata se de um problema comum no pais, pois há
um número considerável de crianças que não conseguem aprender ler e escrever.

Segundo Rodrigues (2017) há um grande número de alunos que não conseguem


compreender a natureza das tarefas e corresponder as exigências que a escola faz em
termos da aprendizagem representando, deste modo, uma caminhada com grandes
obstáculos e inúmeras dificuldades (p. 17).

A aprendizagem da leitura se desenvolvera com sucesso, a partir do momento em que a


criança dominar bem a linguagem oral. Para facilitar o aprendizado é importante que a
criança seja exposta a diversas formas de linguagens e observe como os adultos as
utilizam. Através destes contactos com a leitura, a criança começam a formular uma
concepção muito própria sobre o que ela representa. (Silva, 2014)

As dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita estão associadas ao fraco desempenho


em tarefas que evocam a consciência fonológica dos falantes, referindo – se a capacidade
explícita de identificar e manipular as unidades do oral (Idem, 2017, p.20)

Simango (2012) sustenta que para o aluno poder aprender e estar activamente envolvido no
processo de Ensino e aprendizagem, o professor deve usar uma variedade de metodologias
participativas, de modo a estimular os alunos na sua tarefa de construção do conhecimento
e no desenvolvimento das suas habilidades da leitura e da escrita (p.19).

Simango (2012) sustenta:

O professor quando estiver a escrever no quadro em frente das crianças, está a ensinar-lhes
muitas coisas relativamente a escrita, nomeadamente: que o código oral tem uma certa
representação da escrita; que as palavras se alinham no espaço pela ordem que as dizemos;
que tudo o que se diz se pode escrever; que se escreve da esquerda para a direita; que as letras
se desenham de acordo com algumas letras (p.20).
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DA PESQUISA
Segundo Gil (2002), nesta fase o pesquisador descreve detalhadamente os procedimentos a
serem seguidos na realização da pesquisa (p.162). Nesta vertente, este capítulo destina se á
apresentação dos aspectos metodológicos componentes deste estudo, que compreende o
tipo de pesquisa, método de abordagem, método de procedimentos, técnicas de pesquisa,
delimitação do universo e tipo de amostragem.

2.1.Tipo de Pesquisa

2.1.1.Quanto aos objectivos:


Segundo Gil (2002) as pesquisas quanto aos objectivos classificam em três grandes grupos:
exploratórias, descritivas e explicativas. É exploratória quando tem como objectivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
a constituir hipóteses. Esta pesquisa envolve o levamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisa (p.41).

Segundo o autor supracitado, a pesquisa exploratória assume em geral a forma de


pesquisas bibliográficas e estudos de casos. Nesta vertente, a minha pesquisa é exploratória
na medida em que o pesquisador buscar se familiariza com o problema em causa de modo
a perceber os factores que influenciam no baixo aproveitamento da leitura e escrita dos
alunos.

2.1.2.Quanto aos procedimentos:

Quanto aos procedimentos, a pesquisa pode ser experimental, levamento, estudo de caso,
pesquisa bibliográfica, pesquisa – acção. Segundo YIN (2001) apud Prodanov e Freitas
(2013:6) a pesquisa de campo é utilizada com o objectivo de conseguir informações e
conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma
hipótese que queiramos comprovar, ou ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações
entre eles. Neste sentido, esta pesquisa é do tipo Pesquisa de campo na medida em que o
autor, numa primeira fase fez uma pesquisa bibliográfica de modo a se familiarizar com
problema.

2.1.3.Quanto aos métodos de abordagem

Como método de abordagem para pesquisa escolhemos o método indutivo, pois partiremos
de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. Segundo Prodanov e Freitas
(2013:28) o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é
muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

2.1.4. Quanto aos métodos de procedimento

Como procedimento, aplicamos simultaneamente os métodos monográficos e estatístico. O


método monográfico consiste no estudo de determinados fenómenos observando na escola
com a finalidade de obter generalizações a partir de levantamento de dados numéricos que
asseguram o fenómeno. Segundo Prodanov e Freitas (2013:39) o método monográfico visa
examinar o tema escolhido de modo a observar todos os factores que o influenciam,
analisando – o em todos os seus aspectos. E estatístico, na medida em que serão utilizados
testes estatísticos para a dedução das conclusões obtidas, sobretudo, mediante a
experimentação e a observação.

2.1.5. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema

Sob ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa pode ser quantitativa ou


qualitativa. A minha pesquisa é qualitativa, pois segundo Prodanov e Freitas (2013:39), na
abordagem qualitativa, o pesquisador mantém contacto directo com o ambiente e o objecto
de estudo em causa e não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

2.2.Técnicas de Pesquisa

Segundo Lakatos e Marconi (2002) técnicas de pesquisa é um conjunto processos de que se


serve uma ciência na obtenção dos seus propósitos (p.222).

Como técnicas desta pesquisa, iremos recorremos a uma pluralidade de técnicas e


instrumentos de pesquisa, designadamente: entrevista semiestruturada, analise documental
e questionário.

Segundo Sousa (2019:49) a entrevista é um método de recolha de informações que


consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas cuidadosamente
seleccionadas.

Utilizaremos a entrevista semiestruturada, com guião com questões abertas. A entrevista


será dirigida aos professores e o director da Escola do 1o e 2o Graus de Navela.

A análise documental constitui uma técnica importante na investigação qualitativa. E ela


constitui na análise de documentos relevantes para a pesquisa. Para esta pesquisa a análise
documental permitiu descrever a baixo rendimento escolar na leitura e na escrita dos
alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de Navela. Assim, analisamos o
mapa de diagnóstico de monitoria de leitura e escrita de modo a perceber o nível de
aproveitamento pedagógico de leitura e escrita. E por último, aplicaremos o inquérito por
questionário aos alunos dos alunos do IIº Ciclo da Escola Primária do 1o e 2o Graus de
Navela com vista a perceber o envolvimento dos alunos na aprendizagem da leitura e
escrita.

2.3. Delimitação do Universo

Segundo Lakatos e Marconi (2002) a delimitação do universo consiste em explicitar que


pessoas ou coisas, fenómenos serão pesquisados, enumerando suas características comuns,
como, por exemplo, sexo, faixa etária, comunidade onde vivem e classe social (p.223).
Deste modo, a população alvo da pesquisa serão os alunos do IIº Ciclo, os professores e o
director na Escola primária do 1o e 2o Graus de Navela. O segundo Ciclo conta com um
total de 93 alunos, dos quais 35 são da 4ᵃ classe, 30 são da 5ᵃ classe e 28 são da 6 classe e
com um total 6 professores, de ambos os sexos e faixas etárias que varia de 9 a 16 anos de
idade, como mostra a tabela abaixo:

Tabela 1: População da Pesquisa

Número de alunos
Classes Faixa etária dos alunos
H M Total

4ᵃ 13 22 35 9 a 11

5ᵃ 10 20 30 10 a 16

6ᵃ 12 16 28 11 a 15

Fonte: Autora (2022)


2.4. Tipos de Amostragem

Segundo Gil (2008, p.90) amostra é um subconjunto de indivíduos da população alvo, com
a mesma característica, para que o resultado possa ser generalizado.

De acordo com a população da pesquisa e os objectivos da pesquisa, ao que diz respeito as


técnicas de amostragem, é de salientar que foi utilizada Amostragem Aleatória Simples,
que consistirá basicamente em atribuir a cada elemento do universo um número único para,
depois, seleccionar alguns desses elementos de maneira casual.
Para a selecção do tamanho da amostra iremos aplicar a fórmula de Pocinho, que consiste
em seleccionar o tamanho da amostra considerando um intervalo de confiança (margem de
erro).

O tamanho da amostra para esta pesquisa será de 30 alunos do segundo ciclo e 6


professores onde serão seleccionados aleatoriamente 10 alunos em cada turma que
constituem o universo da pesquisa.
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