LÍNGUA PORTUGUESA – 5º ANO
ALUNO (A): ____________________________________
DATA: ____/____/_____ TURMA: ______
Leia o conto OS SETE CORVOS.
Era uma vez um homem que tinha sete filhos, todos meninos, e vivia suspirando por
uma menina. Afinal, um dia, a mulher anunciou-lhe que estava mais uma vez
esperando criança.
No tempo certo, quando ela deu à luz, veio uma menina. Foi imensa a alegria deles.
Mas, ao mesmo tempo, ficaram muito preocupados, pois a recém-nascida era
pequena e fraquinha, e precisava ser batizada com urgência.
Então, o pai mandou um dos filhos ir bem depressa até a fonte e trazer água para o
batismo. O menino foi correndo e, atrás dele, seus seis irmãos. Chegando lá, cada um
queria encher o cântaro primeiro; na disputa, o cântaro caiu na água e desapareceu.
Os meninos ficaram sem saber o que fazer. Em casa, como eles estavam demorando
muito, o pai disse, impaciente:
— Na certa, ficaram brincando e se esqueceram da vida!
E, cada vez mais angustiado, exclamou com raiva:
— Queria que todos eles se transformassem em corvos!
Nem bem falou isso, ouviu um ruflar de asas por cima de sua cabeça e, quando
olhou, viu sete corvos pretos como carvão passando a voar por cima da casa.
Os pais fizeram de tudo para anular a maldição, mas nada conseguiram; ficaram
tristíssimos com a perda dos sete filhos. Mas, de alguma forma, se consolaram com a
filhinha, que logo ficou mais forte e foi crescendo, cada dia mais bonita.
Passaram-se anos. A menina nunca soube que tinha irmãos, pois os pais jamais
falaram deles. Um dia, porém, escutou acidentalmente algumas pessoas falando dela:
— A menina é muito bonita, mas foi por culpa dela que os irmãos se desgraçaram...
Com grande aflição, ela procurou os pais e perguntou-lhes se tinha irmãos, e onde
eles estavam. Os pais não puderam mais guardar segredo. Disseram que havia sido
uma predestinação do céu, mas que o batismo dela fora a inocente causa.
A partir desse momento, não se passou um dia sem que a menina se culpasse pela
perda dos irmãos, pensando no que fazer para salvá-los. Não tinha mais paz nem
sossego.
Um dia, ela fugiu de casa, decidida a encontrar os irmãos onde quer que eles
estivessem, nesse vasto mundo, custasse o que custasse. Levou consigo apenas um
anel de seus pais como lembrança, um pão grande para quando tivesse fome, um
cantil de água para matar a sede e
um banquinho para quando quisesse descansar.
Foi andando, andando, se afastando cada vez mais, e assim chegou ao fim do mundo.
Então, foi falar com o sol. Mas ele era assustador, quente demais e comia crianças.
A menina fugiu e foi falar com a lua. Ela era horrorosa, mais fria que o gelo, e
também comia crianças. Quando viu a menina, disse com um sorriso mau:
— Hum, hum... que cheirinho bom de carne humana!
A menina se afastou correndo e foi falar com as estrelas. Encontrou-as sentadas,
cada uma na sua cadeirinha. Todas elas foram bondosas e amáveis com ela. A Estrela
D’alva ficou em pé e lhe deu um ossinho de frango, dizendo:
— Sem este ossinho, você não poderá abrir a Montanha de Cristal, e é na Montanha
de Cristal que estão seus irmãos.
A menina pegou o ossinho, embrulhou-o num pedaço de pano, e de novo se pôs a
andar.
Andou, andou e afinal chegou na Montanha de Cristal. O portão estava fechado;
quando desembrulhou o paninho para pegar o osso, ele estava vazio! Ela havia
perdido o presente da estrela...
E agora, o que fazer? Queria salvar os irmãos, mas não tinha mais a chave da
Montanha de Cristal.
Sem pensar muito, meteu o dedo indicador dentro do buraco da fechadura e girou-o,
mas o portão continuou fechado.
Então, pegou uma faca em sua trouxinha, cortou fora um pedaço do dedo mindinho,
meteu o pedaço do dedo na fechadura: felizmente, o portão se abriu.
Assim que ela entrou, um anãozinho veio a seu encontro:
— O que está procurando, minha menina?
— Procuro meus irmãos, os sete corvos.
— Os senhores corvos não estão em casa e vão se demorar bastante. Mas, se quiser
esperar, entre e fique à vontade.
Assim dizendo, o anãozinho foi para dentro e voltou trazendo a comida dos corvos em
sete pratinhos, e a bebida em sete copinhos. A menina comeu um bocadinho de cada
prato e bebeu um golinho de cada copo, mas deixou cair o anel que trouxera dentro
do último copinho.
Nesse momento, ouviu-se um zunido e um bater de asas no ar.
— São os senhores corvos que vêm vindo – explicou o anãozinho.
Eles entraram, quiseram logo comer e beber e se dirigiram para seus pratos e copos.
Então um disse para o outro:
— Alguém comeu no meu prato! Alguém bebeu no meu copo! E foi boca humana!
E quando o sétimo corvo acabou de beber a última gota de seu copo, o anel rolou até
o seu bico. Ele reconheceu o anel de seus pais e exclamou:
— Queira Deus que nossa irmãzinha esteja aqui! Então, estaremos salvos!
Ao ouvir esse pedido, a menina, que estava atrás da porta, saiu e foi ao encontro
deles. Imediatamente, os corvos recuperaram sua forma humana.
Abraçaram-se e se beijaram na maior alegria e, muito felizes, voltaram todos para
casa.
ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização: livro do aluno. Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC,
2000. n. 2. p. 46.
Sobre o conto lido, responda as seguintes perguntas:
1. Qual é o tema central do conto?
a) A busca por um tesouro perdido.
b) A história de uma família com sete filhos.
c) A aventura de uma menina em busca de seus irmãos.
2. O que o pai desejava desde o início da história?
a) Ter mais filhos.
b) Ter uma filha.
c) Ter um tesouro.
3. Qual foi a reação dos pais ao perceberem que a filha recém-nascida estava fraca?
a) Ficaram tristes e preocupados.
b) Ficaram indiferentes.
c) Ficaram irritados.
4. Por que a menina decidiu sair de casa em busca de seus irmãos?
a) Porque estava com raiva dos pais.
b) Porque queria encontrar um tesouro.
c) Porque queria salvar seus irmãos transformados em corvos.
5. Quem ajudou a menina a encontrar a Montanha de Cristal?
a) O sol.
b) A lua.
c) As estrelas.
6. O que a menina perdeu quando estava prestes a abrir o portão da Montanha de
Cristal?
a) Seu anel.
b) Seu cantil de água.
c) Seu pão.
Questões Discursivas:
7. Descreva a personalidade da menina no início do conto e como ela mudou ao longo
da história devido ao sentimento de culpa.
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8. Explique o que a menina precisou fazer para entrar na Montanha de Cristal e por
que essa ação foi necessária.
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9. Qual foi o papel do anãozinho na história e como ele contribuiu para a resolução do
conflito central?
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10. Quem conta a história (o conto é narrado em 1ª ou em 3ª pessoa)?
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11. Quem são os personagens principais? E os secundários?
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12. Quais são os espaços em que a história acontece? É possível descrevê-los?
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13. O que acontece na história (qual o seu enredo)?
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14. Qual o momento de maior tensão na narrativa (clímax)?
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15. Como o problema se resolve (qual o desfecho)?
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