Mude Seu Corpo
Mude Seu Corpo
Mude Seu Corpo
MUDE NU
André Valongueiro . Walmar Andrade
ACADEMIA DE PILOTOS
www.mude.nu
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 04
CAPÍTULO 01 06
Janeiro
CAPÍTULO 02 10
Hormônios, não calorias
CAPÍTULO 03 15
Alimentação natural
CAPÍTULO 04 33
Mudança de hábito
CAPÍTULO 05 52
Exercícios com foco em saúde
CAPÍTULO 06 62
O passo a passo para o seu novo corpo
CAPÍTULO 07 78
As estratégias do inimigo
CAPÍTULO 08 82
Perguntas e respostas
CAPÍTULO 09 91
Como obter orientação de qualidade
3
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Você sabia que, devido ao processo de renovação celular que ocorre a todo ins-
tante, daqui a um ano nenhuma célula do seu corpo atual (este que lê estas linhas)
continuará existindo? E que se você começar hoje a aplicar um único conceito que
vamos ensinar aqui irá ter um corpo ideal novo daqui a um ano?
Só que, depois desse período, as pessoas pararam de baixar, ler e comentar. Descon-
fiamos que tinha algo a ver com o título do livro e com o fato de já estarmos no
meio do ano.
Este livro é uma reedição do “Ano novo, Corpo novo”, porém não focado apenas
em uma mudança a ser realizada em uma virada de ano, mas em qualquer mo-
4
APRESENTAÇÃO
O conceito que vamos explicar aqui é algo tão simples, mas tão simples, que você
ficará de cara, pensando como não havia percebido algo tão óbvio antes. Você vai
ver que o corpo ideal que você tanto procura é bem mais fácil de conquistar do
que lhe fazem crer.
Esperamos que você aprecie a leitura e consiga mudar o seu corpo, e a sua saúde,
para melhor.
5
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 01
DESCOMPLICANDO
Não é de se estranhar. Quase 70% dos brasileiros estão acima do peso, segundo
a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2012, feita com base em 45 mil entrevistas nas
27 capitais do país.
A Vigitel mostrou que mais da metade da população com mais de 18 anos tem
sobrepeso (51%) e 17% são obesos, o que representa um a cada seis indivíduos. O
aumento desde 2006, quando começou a análise do Ministério da Saúde, foi de
8% para o sobrepeso e de 6% para a obesidade.
6
CAPÍTULO 01
trânsito e violência, nos deixa cada vez mais sem tempo ou vontade para fazer
exercícios físicos.
Comer e movimentar-se são duas coisas naturais para o ser humano. O problema
é que vamos adicionando tantas camadas de complicação, que de repente não
sabemos mais o que fazer.
Aliás, se você já tentou diversas dietas, passou horas na academia, gastou os tubos
com suplementos, remédios e comidas mágicas, este livro é para você.
Não traremos aqui cardápios prontos e treinos montados. Isso você encontra aos
montes pela internet. Vamos explicar detalhadamente, com base na ciência, como
você deve montar suas refeições da maneira mais saudável e fazer exercícios físi-
cos do modo mais efetivo.
7
CAPÍTULO 01
Absorvendo os conhecimentos que estamos passando neste livro, você nunca mais
precisará fazer dietas malucas ou se matar de correr na esteira para perder peso
achando que está queimando gordura quando na verdade está perdendo só água
e massa muscular.
Então, parabéns pela decisão de baixar e ler este livro. Ao longo do caminho, in-
dependentemente dos percalços, foque apenas em uma coisa: avançar. Se você
segue avançando, mesmo que um pouquinho de nada a cada dia, em breve você
irá alcançar as suas metas.
De início, é isso que pediremos neste livro. Esqueça, por um momento, tudo o que
já ouviu sobre dieta.
Nós vamos apresentar aqui um conceito de alimentação que vem sendo pesqui-
sado por diversos nutricionistas ao redor do mundo, sendo o mais proeminente
deles o Dr. Loren Cordain, mestre em Fisiologia do Exercício pela Universidade
de Nevada-Rento e doutor em Fisiologia do Exercício pela Universidade de Utah.
Cordain advoga que deveríamos nos alimentar como nossos antepassados de longa
data, aqueles que viveram antes da descoberta da agricultura. Isso quer dizer mais
ou menos entre os anos 9.000 e 7.000 antes de Cristo. Por isso, ela foi chamada de
8
CAPÍTULO 01
Este termo não é bom. Primeiro, porque dieta logo nos remete a algo temporário e
sofrido. Segundo, porque ninguém gosta de fazer dieta.
Na prática, neste tipo de alimentação você só pode comer aquilo que pode caçar
ou encontrar na natureza:
• Carnes
• Ovos
• Frutas
• Folhas
• Tubérculos
• Raízes
• Sementes
• Nozes e castanhas
Esta alimentação tem feito bastante sucesso por dois motivos: primeiro, você não
precisa contar calorias ou quantidades de alimentos. Segundo, o resultado para
perda de gordura e ganho de massa muscular é impressionante.
9
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 02
Veja como as pessoas cometem absurdos quando tentam emagrecer. Vou citar
como exemplo uma fictícia gordinha chamada Nadja.
Nadja alimenta-se de manhã com pão, cereal matinal, iogurte e bolachas. Na hora
do almoço, gosta de um pastelão de forno, macarrão e uma latinha de refrigerante.
De sobremesa, geralmente manda para dentro um chocolate, acompanhado de
um cafezinho com açúcar. À noite, não gosta de comer muito. Então come apenas
mais um ou dois pães, com suco de caixinha.
Perceba que Nadja passa o dia inteiro comendo basicamente farinha de trigo e açú-
car. Esses dois “alimentos” são nutricionalmente pobres, contendo praticamente
nenhum micronutriente e sendo apenas carboidrato na sua forma mais refinada.
Já o trigo, um dos cereais mais consumidos do mundo, é ruim por ser de difícil
digestão e por conter uma série de antinutrientes. Na explicação para leigos, Cor-
dain relata que as plantas querem que seus frutos sejam comidos, para espalhar
10
CAPÍTULO 02
suas sementes por aí. Se comemos as sementes, não haverá mais plantas.
Você terá que dar adeus a refrigerante, pizza, pão, doces, massas, salgadinhos, bis-
coitos, cupcakes, tortas, brigadeiro, sorvete, bebidas industrializadas, etc. etc. etc.
Apenas eliminar esses dois ingredientes da sua dieta já fará milagres pelo seu cor-
po. E você não precisa acreditar neste livro: basta experimentar por 30 dias sem
comer açúcar e trigo (ou qualquer coisa com glúten) e ver por si mesmo os resulta-
dos impressionantes.
A mágica está em olhar os rótulos e descobrir como quase tudo o que não presta e
que está à venda nas gôndolas dos supermercados está repleto de açúcar e farinha
de trigo. Eliminando isso, você praticamente se verá obrigado a substituir por ali-
mentos mais saudáveis: carnes, frutas, verduras, legumes, raízes, ovos.
Pois bem, quando Nadja tenta emagrecer, com o conhecimento que obtém da
mídia, das revistas e até mesmo da pirâmide alimentar do governo, o que ela faz?
Reduz as calorias. Passa a comer menos.
11
CAPÍTULO 02
O organismo dela, que já estava subnutrido, agora tem ainda menos nutrientes.
Já quando os níveis estão baixos, a leptina avisa ao cérebro para repor os estoques,
ou seja, manda acumular gordura. Isso é feito com a “desaceleração” do metabo-
lismo e com a sensação de fome.
Resumindo, você está acima do peso e o cérebro continua achando que é para en-
gordar mais! Um dos vilões para isso é o próprio trigo, que segundo o Dr. William
Davis, é na verdade um estimulador do apetite.
12
CAPÍTULO 02
O outro hormônio que você precisa controlar para emagrecer e manter-se em for-
ma é a insulina.
Como a insulina faz isso? Retirando a glicose do sangue e estocando-a nas células
em forma de glicogênio. Mas quando os estoques de glicogênio estão cheios, o ex-
cesso é guardado em forma de gordura.
Isso é feito porque, apesar de a glicose ser a fonte mais simples de energia do or-
ganismo, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde.
13
CAPÍTULO 02
guínea.
Como cada vez consumimos mais glicose em forma de carboidratos e cada vez
menos gastamos essa energia toda (por conta das facilidades que a tecnologia traz),
cada vez estamos mais gordos e doentes.
Resumo da ópera, se você quer realmente emagrecer, ter mais saúde e energia e
manter-se em forma, foque-se em controlar esses dois hormônios, não em contar
calorias. Se você come os alimentos certos (falaremos deles adiante), você pode
comer quanto quiser e quando quiser.
Esqueça essa história de contar calorias, comer de três em três horas, comer metade
do prato, fazer dietas malucas. Basta você comer os para os quais o corpo foi dese-
nhado para digerir e todas as outras peças vão cair no lugar.
Siga conosco para ver como a alimentação correta pode mudar o corpo de qualquer
pessoa.
14
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 03
A ALIMENTAÇÃO NATURAL
O Dr. Loren Cordain explica que nossos antepassados, antes da Revolução Agrí-
cola, eram altos, fortes, ágeis e atléticos. Eram capazes de caçar grandes animais,
percorrer grandes distâncias a pé e sobreviver em condições adversas.
15
CAPÍTULO 03
Nos últimos 10.000 anos (dez mil!), começamos a consumir grãos em grande
quantidade, sobretudo cereais (arroz, trigo, milho, tudo o que nasce em espigas) e
leguminosas (soja, feijão, lentilha, grão de bico, amendoim, tudo o que nasce em
bagas).
Não há maneira de o nosso corpo saber o que fazer com aroma natural, corante
caramelo IV, acidulante ácido fosfórico, conservador benzoato de sódio, regulador
de acidez citrato de sódio e os seguintes edulcorantes artificiais: ciclamato de sódio
16
CAPÍTULO 03
Isso explica boa parte do sucesso da dieta com perda de gordura, repetindo os
resultados já atingidos por outras dietas com restrição de carboidratos, como a
Atkins, Dukan ou South Beach.
O Dr. William Davis, inclusive, afirma que os grãos integrais - apesar de possuírem
mais fibras - são até piores do que os grãos refinados, já que dificultam o processo
de absorção de nutrientes.
O fato é que qualquer tipo de carboidrato vai ser digerido pelo organismo até se
tornar um carboidrato simples, já que o organismo só pode absorvê-los em forma
de glicose. E o consumo excessivo de glicose, como vimos, significa uma energia
extra que não vamos utilizar (ainda mais com um estilo de vida bem mais sed-
17
CAPÍTULO 03
Mark Sisson, um dos maiores exemplos vivos do bem que esse tipo de alimentação
produz, afirma em todos os seus livros que você deve deixar de ser uma máquina
de queimar açúcar para se tornar uma máquina de queimar gordura!
Em uma época em que a gordura era apontada como grande vilã da alimentação,
o Dr. Robert Atkins foi pioneiro na propagação da ideia, hoje comprovada por
diversas pesquisas, que a principal causa da epidemia mundial de obesidade está
no consumo exagerado de carboidratos, dos piores tipos, nas piores horas do dia.
O ideal é você consumir por dia entre 50g a 100g de carboidratos de boas fontes,
se quiser emagrecer. Se quiser manter o peso, pode ir de 100g a 150g de carboi-
dratos ao dia. O importante, no entanto, é obter carboidratos das fontes certas, e a
melhor fonte de carboidratos existente, sem dúvida, são os legumes, que possuem
18
CAPÍTULO 03
As frutas já possuem boas doses do açúcar conhecido como frutose. Ninguém fica
gordo ou obeso por comer frutas demais, mas a retirada delas é uma medida te-
rapêutica por vezes necessária para quem já está gordo ou obeso.
Já vimos que controlar os hormônios insulina e leptina é a chave para você ema-
grecer e se manter em forma, com altos níveis de energia durante todo o dia. E a
melhor forma de controlar esses hormônios é alimentar-se naturalmente, como os
nossos antepassados, consumindo apenas carnes, ovos, frutas, folhas, tubérculos,
raízes, sementes, nozes e castanhas.
Espere um momento! Agora já podemos ouvir você reclamando que esta é uma
alimentação muito restritiva e repetitiva.
Realmente, se você seguir uma alimentação desse tipo terá “somente” esses pou-
cos alimentos à mão:
Carnes bovinas:
• Alcatra
• Picanha
• Maminha
• Patinho
• Contra-filé
• Coxão duro
• Coxão mole
• Músculo
• Filé mignon
• Fraldinha
• Pescoço
• Acém
19
CAPÍTULO 03
• Capa de filé
• Filé de costela
• Lagarto
• Chã-de-fora
• Chã-de-dentro
• Maminha de alcatra
• Ponta de agulha
• Aba de filé
• Paleta
• Peito
Frango ou Peru:
• Coxinha da asa
• Meio da asa
• Asa
• Peito
• Filé de peito
• Filezinho
• Sobrecoxa
• Coxa
• Pescoço
• Dorso
• Sambiquira
Ovos:
• Ovo de galinha
• Ovo de codorna
• Ovo de avestruz
20
CAPÍTULO 03
Peixes:
• Salmão
• Hadoque
• Atum
• Sardinha
• Tilápia
• Badejo
• Surubim
• Cação
• Linguado
• Robalo
• Tainha
• Dourado
• Pintado
• Tucunaré
• Pacu
• Tambaqui
Frutos do mar:
• Camarão
• Lagosta
• Caranguejo
• Guaiamum
• Siri
• Lagostim
• Mexilhão
• Ostra
• Lula
• Polvo
21
CAPÍTULO 03
Outras carnes:
• Porco
• Codorna
• Carneiro
Frutas:
• Morango
• Framboesa
• Cereja
• Mirtilo
• Abacate
• Açaí
• Abacaxi
• Acerola
• Ameixa
• Banana
• Café
• Carambola
• Caju
• Cajá
• Caqui
• Coco
• Figo
• Grapefruit
• Goiaba
• Jabuticaba
• Pitomba
• Kiwi
• Laranja
• Limão
22
CAPÍTULO 03
• Lichia
• Mamão
• Maracujá
• Melancia
• Melão
• Manga
• Maçã
• Mexirica
• Pêra
• Pinha
• Pêssego
• Uva
• Jaca
Oleaginosas e sementes:
• Castanha de caju
• Castanha do Pará
• Amêndoa
• Pistache
• Pinhão
• Nozes
• Macadâmia
• Avelã
• Azeitona
• Cacau em pó
• Gergelim
• Semente de abóbora
• Semente de chia
• Semente de girassol
• Semente de linhaça
23
CAPÍTULO 03
Hortaliças:
• Abóbora
• Beterraba
• Couve de Bruxelas
• Pepino
• Abobrinha
• Brócolis
• Pimentão
• Acelga
• Broto de alfafa
• Quiabo
• Agrião
• Broto de bambu
• Endívia
• Rabanete
• Aipo
• Broto de feijão
• Ervilha torta
• Repolho verde
• Alface americana
• Cebola Escarola
• Repolho roxo
• Alface crespa
• Cebola roxa
• Espinafre
• Rúcula
• Alface lisa
• Cenoura
• Folha de beterraba
• Taioba
• Alface romana
24
CAPÍTULO 03
• Folha de mostarda
• Tomate
• Alho
• Jiló
• Tomate cereja
• Alho-poró
• Chicória
• Maxixe
• Vagem
• Almeirão
• Chuchu
• Mostarda
• Aspargo
• Couve-flor
• Nabo
• Berinjela
• Couve-manteiga
• Palmito
• Batata doce
• Batata baroa
• Batata inglesa
• Cará
• Mandioca/macaxeira
• Tapioca (fécula extraída da mandioca)
• Inhame
• Gengibre
25
CAPÍTULO 03
Temperos:
• Sal marinho
• Coentro
• Cebolinha
• Hortelã
• Manjericão
• Orégano
• Canela
• Salsão
• Salsinha
• Coentro
Óleos vegetais:
• Azeite de oliva
• Óleo de macadâmica
• Óleo de coco
Basicamente, tudo o que você tem a fazer é, a cada refeição maior, escolher uma
porção generosa de proteínas (um tipo de carne ou ovo) e uma porção generosa de
vegetais (verduras e legumes), complementadas, se necessário, um pouco de frutas
e frutos secos.
E isso é tudo. Você não precisa contar calorias, medir quantidades, pesar o ali-
mento, fazer combinações mirabolantes, comer de 3 em 3 horas, suplementar etc.
Faça isso e você automaticamente estará liberado para comer em maior quanti-
dade, terá maior satisfação por mais tempo, manterá os níveis de energia estáveis
durante todo o dia, consumirá mais fibras e terá uma digestão mais facilitada e de
quebra irá controlar insulina e leptina, o que fará você queimar gordura.
26
CAPÍTULO 03
Nessa lista há opções para, se você quiser, não repetir nenhuma refeição durante
um mês inteiro. E, acredite, aí não estão listados todos os tipos de carnes, frutas,
legumes e verduras existentes. Isso acaba com a desculpa de que se alimentar sau-
davelmente é repetitivo ou restritivo.
Seja sincero, qual a variedade que você obtém podendo comer de tudo, como faz
atualmente? A maioria das pessoas repete basicamente os mesmos alimentos dia
após dia (pão, macarrão, arroz, biscoito etc.).
27
CAPÍTULO 03
Foque-se nos alimentos que citamos. Comece eliminando açúcar e trigo e depois
vá fazendo melhorias graduais com o passar do tempo.
Isso inclui também a eliminação de todos os derivados, como macarrão, pão, cer-
veja, acarajé, leite de soja, tofu, pasta de amendoim etc.
As pesquisas conduzidas pelo Dr. Loren Cordain e seus seguidores, entre eles
Robb Wolf (autor do livro “The Paleo Solution”) e Mark Sisson (autor do livro
“The Primal Blueprint”), mostram que esses grãos são contraprodutivos para
nossa saúde. No já citado A Barriga de Trigo (Dr. William Davis), e também em
A Dieta da Mente (Dr. David Perlmutter), os efeitos devastadores dos grãos em
nossa saúde são mostrados em diversos casos médicos comprovados.
Isso acontece porque os grãos possuem uma série de antinutrientes (glúten, lec-
tina, ácido fítico), de difícil digestão, que acabam prejudicando o nosso organismo
como um todo. Além disso, os grãos são ricos em carboidratos, bloqueando a quei-
ma de gordura e ainda estimulando o apetite.
Você pode achar que os grãos fazem parte da nossa alimentação natural, mas na
verdade o domínio da agricultura é recente em termos evolucionais. O ser hu-
mano só passou a comer grãos no último 1% da nossa história. E o organismo ainda
não se adaptou a essa novidade.
Assim como ocorre com as frutas, dificilmente alguém fica obeso por consumir
arroz com feijão, mas quando a pessoa já está gorda ou obesa, a retirada dos car-
28
CAPÍTULO 03
boidratos advindos desses grãos é uma medida terapêutica necessária para ativar
a queima de gordura.
E O LEITE?
Em relação ao leite e seus derivados, como queijo e ricota, a Paleo Diet também
não estimula o consumo em larga quantidade. Nenhum animal no planeta bebe o
leite de outro animal, com exceção de nós, humanos. Isso deveria ser uma pista da
natureza sobre o que deveríamos estar fazendo.
Por outro lado, o leite contém boa dose de proteínas, gordura e micronutrientes e
não tanto de carboidratos. Então um pequeno consumo de leite integral e deriva-
dos não industrializados, do ponto de vista nutricional, não será contraprodutivo
para um objetivo de perda de gordura e ganho de saúde.
A ideia de que a gordura é a inimiga vem primeiro da associação direta (se como
gordura, fico gordo) e depois de estudos já superados da década de 1950.
29
CAPÍTULO 03
Agora, é preciso entender que quando falamos que as gorduras são boas, estamos
obviamente nos referindo àquelas gorduras encontradas na natureza, em carnes,
ovos, castanhas, óleos e em algumas frutas, como o abacate e o coco.
As gorduras que devem ser banidas do cardápio são as gorduras trans, presentes
na maioria dos produtos industrializados, inclusive naqueles que se vendem como
saudáveis, como a terrível margarina.
A HIDRATAÇÃO
Existem dois “nutrientes” sobre os quais não podemos deixar de falar, embora não
sejam exatamente comida. O primeiro deles é a água.
O corpo humano possui cerca de 60% de água em homens adultos e 55% em mul-
heres adultas. Cerca de 75% do peso de um músculo é composto por água. O
sangue, por sua vez, contém 95% de água, a gordura corporal 14% e o tecido ósseo
22%.
Esses percentuais servem para você ter uma ideia da extrema importância da hi-
dratação para a manutenção de uma boa saúde. Em regra, as pessoas já têm essa
noção. Daí a ter um corpo realmente bem hidratado são outros quinhentos.
30
CAPÍTULO 03
O que a maioria de nós faz quando atenta para a importância da hidratação é con-
sumir mais copos de água ou usar os famigerados cremes hidratantes.
Esses cremes podem ter lá sua importância para a saúde da pele, mas observe que
é algo muito superficial.
A maneira mais efetiva de ter uma pele bonita, reflexo de um corpo saudável, é
hidratar-se de fora para dentro.
Isso não é conseguido apenas ingerindo mais e mais copos de água ao dia. Você
não hidrata o seu organismo afogando-o. Você o hidrata consumindo majoritari-
amente alimentos ricos em água.
Não, não estamos falando de cerveja, vodka, muito menos isotônicos e bebidas es-
portivas. Alimentos ricos em água são somente frutas, verduras, legumes e semen-
tes germinadas (brotos). A água presente nesses alimentos é chamada por alguns
nutricionistas de água estruturada.
Se você está levando a cabo o tópico anterior de ingerir apenas alimentos naturais,
já está em um bom caminho para ter um organismo bem hidratado. Assegure-se
que a maior parte da sua alimentação venha de verduras, legumes e algumas fru-
tas, complementados com carnes e ovos.
A RESPIRAÇÃO
O segundo “nutriente” sobre o qual gostaríamos de falar é o oxigênio. Todos os
dias, respiramos cerca de 10 mil litros de ar para suprir nosso corpo com o oxigênio
necessário. A respiração é algo tão natural e automático que passa despercebida
31
pela maioria de nós.
No entanto, fazer alguns exercícios de respiração ao dia pode contribuir para au-
mentar ainda mais nossos níveis de energia, disposição e saúde.
Você não precisa, no entanto, ser um iogue para praticar alguns exercícios de
respiração. Basta você reservar alguns momentos do dia (duas ou três vezes são
suficientes) para inspirar profundamente, puxando o ar pela barriga, segurar um
pouco e depois expirar pela boca.
Essa sequência pode ser feita em uma cadências de 1 por 4 por 2. Por exemplo,
você inspira por cinco segundos, segura o ar por vinte segundos e expira por dez
segundos. À medida em que você pega prática, os números podem crescer, sem-
pre nesta proporção de 1 por 4 por 2.
Fazer isso de cinco a dez vezes antes de praticar exercícios físicos e mesmo antes
de dormir é suficiente para ter uma maior consciência da respiração.
32
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 04
MUDANÇA DE HÁBITO
Alterar o modo como você se alimenta nada mais é do que mudar seus hábitos.
Hábito é aquilo que você faz repetidamente, praticamente sem pensar, pelo fato
de já ter feito aquela mesma coisa diversas e diversas vezes.
A maioria das dietas reforça a necessidade de força de vontade, mas neste livro
pensamos que você deve primeiro dar mais importância aos novos hábitos que
precisa criar para entrar em forma.
Continuar pensando e agindo da maneira que você pensava e agia não resultará
em nenhuma mudança em sua saúde nem em sua forma física. Você vai precisar
vencer a resistência natural que o cérebro tem contra a mudança.
Mesmo que você racionalize e saiba com clareza a imensa importância de se ali-
mentar bem, se você não se esforçar para criar novos hábitos, com certeza acabará
caindo nos velhos padrões de alimentação. Nem o fato de termos falhado diversas
33
CAPÍTULO 04
vezes antes faz com que deixemos de lado a ideia de que somente com a força de
vontade vamos conseguir mudar nossa maneira de comer.
Os hábitos governam nosso cérebro com padrões de ação e reação previsíveis, sen-
do grandes responsáveis pela forma como comemos.
Hábitos como comer mal, dormir pouco ou não fazer exercícios físicos fazem parte
de nossa vida. Qualquer ação que repetimos com frequência, conscientemente ou
não, é um hábito. Nada menos que 40% do nosso dia são tomados pelos Hábitos,
como mostra uma pesquisa da Universidade Duke, dos Estados Unidos.
É como se voássemos no piloto automático por mais de nove horas ao dia. Por isso
qualquer meta que você define para sua saúde deve ter uma estratégia para forma-
ção ou quebra de hábitos.
A conclusão a que o autor chegou, com ajuda dos especialistas do MIT (Mas-
sachusetts Institute of Technology), foi que a forma mais eficiente de mudar um
hábito é entender o seu ciclo de formação e em seguida substituí-lo por outro.
As pesquisas a que Duhigg teve acesso mostram que, longe de ser uma coisa ruim,
os hábitos funcionam como um verdadeiro mecanismo de sobrevivência. Um ex-
perimento do Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas do MIT utilizou
ratos de laboratório para estudar a formação de hábitos e medir a atividade cere-
bral.
34
CAPÍTULO 04
As cobaias eram colocadas em uma das pontas do labirinto atrás de uma portinha.
Ao passar por essa porta, um alto som de click era produzido. No princípio, o rato
ia farejando o chocolate até chegar à bifurcação. Neste ponto, não sabiam para
que lado virar. Muitas vezes, viravam para o lado errado, em outras paravam sem
nenhuma razão aparente. Eventualmente alguns encontravam o chocolate. Apar-
entemente, não havia um padrão.
35
CAPÍTULO 04
A experiência concluiu que nas primeiras tentativas o cérebro dos ratos tinha que
trabalhar “a todo vapor” para processar as novas informações a que eram submeti-
dos.
As cobaias também não precisavam mais escolher para qual lado virar, então os
centros do cérebro responsáveis por tomadas de decisão também cessaram sua
atividade.
Os estudos mostraram que essa internalização ocorria no gânglio basal, uma área
específica do cérebro próxima à nuca, entre o córtex motor e os núcleos da base.
36
CAPÍTULO 04
É impossível viver sem os hábitos. Eles facilitam o cotidiano e liberam nosso cére-
bro para novos aprendizados. Economizam energia e poupam nossos neurônios
de trabalhar para atividades simples, como escovar os dentes.
A força de vontade é o exato oposto do hábito. Para se manter em uma dieta so-
mente com força de vontade, você vai gastar doses imensas de energia para se
controlar. E essa energia uma hora se esgota.
Imagine se, toda vez que um piloto assumisse a cabine de um avião, ele tivesse
que ler todo o manual de instruções e fazer tudo do zero, como da primeira vez. A
aeronave provavelmente não sairia do chão a tempo.
É por isso que quebrar um hábito não é algo fácil. Fazer isso requer mais energia,
requer sair da zona de conforto. Você vai precisar de tempo e disposição. É tudo
o que o cérebro não quer. A única saída é compreender o ciclo de formação do
hábito e adotar uma estratégia para substituí-lo.
37
CAPÍTULO 04
rotina
gatilho
HÁBITO
recompensa
A primeira etapa é o sinal, o gatilho que desencadeia o hábito. Depois vem a ro-
tina, ou o hábito propriamente dito. Por fim, uma recompensa, que é aquilo que
inconscientemente buscamos ao repetir o hábito.
Para substituir um hábito, é preciso ter consciência dessas três etapas. Uma outra
pesquisa, dessa vez das universidades de Colúmbia, nos EUA, e de Alberta, no
Canadá, estudou como os hábitos se consolidam entre os humanos.
O foco desta pesquisa foi o hábito de fazer exercícios físicos. Em um dos projetos,
256 pessoas foram convidadas a assistir a uma apresentação sobre a importância
da atividade física. Metade recebeu uma aula extra sobre a formação e a estrutura
38
CAPÍTULO 04
Nos quatro meses seguintes, quem conseguiu reconhecer o padrão de seus hábitos
praticou atividades físicas duas vezes mais que os demais.
Embora o senso comum diga que 30 dias bastam para criar um novo hábito, as
pesquisas mostram que pode demorar dias, meses ou até anos para que um novo
hábito fique automático. O livro de Duhigg mostra que mesmo hábitos abando-
nados há bastante tempo podem voltar à rotina com facilidade caso os gatilhos,
rotinas e recompensas voltem a ser estabelecidos.
Logo de saída, o autor deixa claro que não se trata de uma receita de bolo: cada
indivíduo e cada hábito é diferente. O hábito de fumar é diferente da hábito de
comer demais, que, por sua vez, é diferente do hábito de passar tempo demais as-
sistindo à TV.
39
CAPÍTULO 04
1. Identificar a rotina
2. Experimentar com recompensas
3. Isolar o gatilho
4. Ter um plano
1. IDENTIFICAR A ROTINA
Para entender seus hábitos, você precisa identificar em cada um deles os três com-
ponentes do ciclo: gatilho, rotina e recompensa.
Essas não são respostas simples. Nós não comemos demais necessariamente
porque estamos com fome, por exemplo. O gatilho, o evento que “dispara” o hábi-
to, pode ser tédio, falta de um nutriente específico, procrastinação.
Como as respostas não são óbvias, você terá que fazer um pouco de experimenta-
40
CAPÍTULO 04
Pense nisso como um experimento em que você é o cientista. Isso pode levar
apenas alguns dias, mas também pode levar semanas. É importante ter a plena
consciência de que, nesse momento, você está realizando um experimento e não
modificando os seus hábitos ainda. Não coloque pressão em si mesmo prematura-
mente.
No primeiro dia de teste, ajuste a rotina para obter uma recompensa diferente. No
dia seguinte, teste outra. E assim sucessivamente.
O objetivo é testar diferentes hipóteses para determinar qual desejo está movendo
o seu hábito.
À medida em que você testa diferentes recompensas, Duhigg recomenda que você
anote no papel as três primeiras coisas que lhe vêm à mente quando você conclui
a rotina. Podem ser emoções, pensamentos aleatórios, reflexões sobre como você
se sente, ou simplesmente as três primeiras palavras que aparecem na sua cabeça.
A ideia aqui é forçar um pequeno momento de consciência sobre o que você está
pensando ou sentindo. Os estudos mostram que escrever algumas palavras ajuda
você a se lembrar do que estava pensando no momento em que executava a rotina
de um hábito.
Ao final do experimento, quando você revisar essas notas, será muito mais fácil
41
CAPÍTULO 04
Programe um alarme para quinze minutos depois e então pergunte-se: Você ainda
sente o mesmo desejo? Lembre-se de que o ponto do experimento é identificar
qual a recompensa que você deseja. Isolando a recompensa que você realmente
deseja você poderá remodelar suas rotinas e obter o satisfazer o mesmo desejo.
3. ISOLAR O GATILHO
Assim como as recompensas, os gatilhos que “disparam” nossos hábitos não são tão
óbvios.
Alguns têm o hábito de acordar, comer uma omelete com legumes, calçar os tênis
e ir para a academia. Outros têm o hábito de acordar, comer pão, cereal matinal,
iogurte e bolachas enquanto assiste à Ana Maria Braga. O mesmo gatilho, hábitos
diferentes.
Você toma café da manhã todo dia por que está com fome? Ou é por que o relógio
aponta sete horas da manhã? Ou é por que seus familiares estão à mesa? Ou é por
que você já tomou banho e é isso que serve de gatilho para o hábito de comer pela
manhã?
Essas são algumas perguntas que Duhigg faz para compreendermos que os gatil-
hos muitas vezes não são tão óbvios como pensamos. Mais uma vez, teremos que
agir como cientistas em busca dos gatilhos, para podermos modificar nossos hábi-
tos.
42
CAPÍTULO 04
1) Lugar
2) Tempo
3) Estado emocional
4) Outras pessoas
5) Ação imediatamente precedente
Dia após dia, faça-se essas perguntas e anote por escrito. Com apenas alguns dias,
ficará bem claro qual dos gatilhos repetem-se e desencadeiam seus hábitos.
4. TER UM PLANO
Agora você identificou o ciclo do seu hábito: “quando eu aciono o gatilho X, eu
faço a rotina Y para ganhar a recompensa Z”.
Com isso, você está pronto para começar efetivamente a modificar o seu hábito
(e, com isso, redesenhar a sua vida). Tudo o que você precisa é de um plano sobre
como fará isso. Você precisa criar um ambiente em que seja impossível falhar.
Antes de tudo, entenda que você deve focar em mudar um e somente um único
hábito por vez.
Como vimos nos gráficos, quando você está fazendo algo que não é habituado a
43
CAPÍTULO 04
fazer, a atividade cerebral é muito maior. Você gasta muito mais energia.
Se tentar mudar todos os hábitos negativos da sua vida de uma só vez, provavel-
mente vai usar muito mais energia do que tem disponível. O resultado disso será
uma espécie de “fadiga cerebral” que o fará encontrar mil maneiras de sabotar
sua própria mudança com as mais diferentes desculpas (plenamente justificáveis,
claro, cof cof!).
Não ache que você é diferente da maioria. Força de vontade é um recurso lim-
itado, é algo que se gasta.
Voltando ao plano. Uma vez que você identificou gatilho, rotina e recompensa,
escreva em uma sentença o que você vai fazer de diferente, qual será o seu novo
hábito. Use a seguinte fórmula:
Todo dia quando acontecer _______, eu vou ________ a fim de obter ________.
Os americanos possuem um ditado que diz “old habits die hard” (“hábitos antigos
são duros de matar”) e foi um dos maiores americanos de todos os tempos que teve
uma ideia simples e ao mesmo tempo poderosa para acompanhar uma mudança
de hábitos.
Por exemplo, um dos hábitos que Franklin acompanhava era “Não tolerar sujeira
no corpo, roupas ou habitação”. A cada dia, ele marcava numa coluna se fez ou
não aquele hábito. Se perdesse um dia sequer, voltaria a contar do zero.
44
CAPÍTULO 04
“Desejava viver sem cometer falta alguma, fosse a que ocasião fosse. Dominaria
tudo quanto a inclinação natural, o costume ou a companhia pudessem levar-
me a fazer. Como eu sabia, ou pensava saber o que era errado e o que era certo,
não via por que não evitar o errado e fazer o certo. Concluí, finalmente, que a
mera convicção especulativa de que era de nosso interesse ser completamente
virtuoso, não bastava para impedir que escorregássemos; e que os hábitos con-
trários precisavam ser rompidos e hábitos bons adquiridos e estabelecidos, antes
de podermos contar com uma firme e uniforme retidão de conduta”. ~ Benja-
mim Franklin
A mudança de hábitos alimentares não vai ocorrer do dia para a noite. Anote na
planilha a cada dia que você cumprir o hábito e marque também quando você não
o cumprir. De prefe-rência, anote algumas palavras para identificar por que você
falhou naquele dia específico.
Você deve manter esse controle até que seus novos hábitos alimentares estejam
formados. Como saber quando isso aconteceu? É simples: se você não tem nem
mais que pensar sobre se vai fazer alguma coisa ou não, isso já é um hábito.
Digamos que você resolveu trocar o hábito de tomar um café da manhã cheio de
carboidratos refinados enquanto assiste à Ana Maria Braga pelo hábito de dar uma
corrida assim que desperta.
Se você acorda, calça o par de tênis e sai para caminhar sem nem ficar pensando se
vai ou não, já criou o hábito da caminhada matinal. No entanto, se ainda fica enro-
lando na cama, remoendo, inventando desculpas, ainda precisa trabalhar na sub-
45
CAPÍTULO 04
stituição do hábito. O ideal é que você comece a fazer a nova rotina sem esforço.
Por sorte vivemos em uma época bem mais avançada que a de Benjamim Franklin.
Além de termos todo esse conhecimento científico como suporte, também temos
à disposição dezenas de programas de computador que auxiliam no acompanha-
mento de hábitos.
Se você deseja usá-lo deve criar uma conta, listar o hábito que pretende mudar e ir
marcando quando você o cumpre ou não. Faça isso apenas depois de identificar o
gatilho e a recompensa, conforme os passos anteriores.
Se você tem um smartphone, há várias outras opções disponíveis. Faça uma busca
por “habit tracker” ou “habit list” na app store do seu sistema operacional para
encontrar os aplicativos.
Esses aplicativos permitem que você liste dezenas de hábitos de uma só vez. Porém,
lembre-se de que seu foco é mudar somente um de cada vez, até que o novo com-
portamento esteja formado. É mais eficiente ir mudando um pouco a cada vez
do que tentar mudar tudo e acabar desistindo no meio do caminho. Como já dis-
semos, comece pelo açúcar e pela farinha de trigo, um de cada vez.
Aliás, uma boa maneira de tornar o seu plano à prova de desistência é anunci-
ar para o mundo qual o hábito que você vai mudar. Estranhamente, temos mais
dificuldades de romper acordos com outras pessoas do que com nós mesmos.
Somos experts em descumprirmos promessas que fazemos a nós mesmos, mas não
gostamos de deixar os outros na mão. Sendo assim, se esse for o seu desejo, avise
aos seus amigos sobre a mudança de hábito que irá realizar (lembre-se: um hábito
por vez!): publique no Mude.nu, no Facebook, no Twitter, no seu Blog, anuncie
46
CAPÍTULO 04
Além disso, estabeleça uma punição caso abandone o seu plano. Além da recom-
pensa positiva que é inerente ao ciclo do hábito, o reforço negativo também fun-
ciona. Quando anunciar sobre a mudança que está realizando para sua rede de
contatos, informe também o que ocorrerá se você quebrar o hábito e cair no antigo
modo de comer.
Um dos motivos pelos quais não cumprimos as promessas que fazemos a nós mes-
mos é que não há nenhuma punição. Crie-a deliberadamente: diga que vai pagar
uma multa, dar di-nheiro a alguém, que vai pagar um mico, que vai fazer o trab-
alho de outra pessoa. Qualquer coisa que você encare como uma punição serve.
1. Fazer um diagnóstico
2. Começar pequeno
3. Comer com atenção
4. Aproveitar a jornada
5. Prestar contas
47
CAPÍTULO 04
Como você se alimenta atualmente? Carrega nos doces, no fast food e nos alimen-
tos industrializados? Come frutas e verduras em boa quantidade? Como está sua
saúde de um modo geral? Acima do peso? As taxas estão regulares? Qual o último
check up que fez para ter um parecer médico da sua atual condição?
Escolha uma pequena parte da sua alimentação para encontrar uma alternativa
mais saudável.
Se você, de uma hora para outra, cortar todos os prazeres alimentares aos quais o
seu cérebro está acostumado, provavelmente não irá muito distante.
A dica aqui é escolher apenas uma pequena parte da sua alimentação para encon-
trar uma alternativa melhor.
Por exemplo, se você come pão com biscoitos no café da manhã, tente mudar para
ovos e frutas. Ou troque os salgados da lanchonete no meio da manhã por um pun-
hado de nozes e castanhas de caju. Ou substitua refrigerantes por água. Escolha o
que for mais fácil para você.
Algo que seja tão simples que você nem vai pensar em dizer que não consegue.
48
CAPÍTULO 04
Assim, nem prestamos atenção nas porcarias que estamos mandando para dentro.
Comemos tão rápido que logo ficamos com fome. Ficar consciente no momento
de comer é o terceiro passo para que essa mudança dê certo. Para isso, simples-
mente coma devagar, saboreando o alimento. Observe o cheiro, a textura e o gosto
da comida.
Você tem uma lista com dezenas de alimentos para escolher, tem acesso a dezenas
de receitas na internet, tem no final deste livro bastante material de referência.
Encontre as comidas e receitas de que mais gosta, adapte, divirta-se!
49
CAPÍTULO 04
Comer deve ser bom não apenas do ponto de vista nutricional, mas também do
paladar. Aproveite para desenvolver sua capacidade de atenção também ao pre-
parar e degustar os alimentos.
Esse ponto também foi bem estudado quando falamos de mudança de hábitos.
Você deve comunicar ao mundo sobre a intenção de melhorar sua alimentação.
No mínimo, você tem que comunicar as pessoas que vivem na mesma casa que
você.
Não tente evangelizar todos a mudarem junto, mas explique a mudança que quer
fazer e peça apoio. Você pode usar o Mude.nu, o Facebook, o Twitter, seu Blog ou
simplesmente combinar de relatar a um amigo por e-mail, mensagem de texto ou
telefone os progressos que vem fazendo.
Nos meus cursos, eu crio uma área de acompanhamento para que as pessoas pres-
tem contas das mudanças que estão realizando em suas vidas. E dá muito certo!
Hoje em dia prestar contas e acompanhar o que está comendo é bem fácil: basta
tirar uma foto do prato com seu celular. No final da semana, dê uma olhada no
que andou comendo e qual a próxima pequena mudança a ser feita.
A ideia é a mesma que você deve usar para modificar qualquer coisa em sua vida:
identificar a situação atual, escolher uma pequena ação, trabalhar nela e ir ex-
pandindo, à medida em que aproveita o processo e presta contas para o mundo.
Se você acha que não consegue viver sem ______________ (refrigerante, pizza, bis-
coito, doce, açúcar etc. etc. etc.) é porque está viciado neste alimento.
Não se preocupe, você é apenas mais uma vítima da indústria dos alimentos. Com
paciência, esforço e atenção você pode ir paulatinamente diminuindo o consumo
50
CAPÍTULO 04
desses alimentos, à medida em que o substitui por outros mais saudáveis, até estar
livre do vício.
Não seja duro consigo mesmo, nem espere que tudo mude da noite para o dia.
Nossa força de vontade é limitada, então vamos utilizá-la com inteligência. Co-
mece pequeno e, depois de uma semana (ou mais, se precisar), realize uma se-
gunda pequena mudança. Evolução e consistência são mais importantes do que
radicalismo.
Para quebrar o vício em determinada comida, procure ver se ele está enquadrado
no ciclo de formação de hábitos que estudamos anteriormente. Há um gatilho que
o leva a comer aquele tipo de comida? Por exemplo, muitas pessoas sempre final-
izam um almoço salgado comendo um doce. Por que não trocar então o brigadeiro
por uma punhado de uvas geladinhas?
Experimente com diferentes rotinas para saber qual a que melhor funciona para
você.
Procure também ficar longe do vício. Um dos motivos para um viciado em drogas
ir para uma clínica de reabilitação é porque lá ele não vai ter acesso ao entorpe-
cente.
Não faz sentido você querer se livrar do vício de comer chocolate e manter barras
de chocolate no armário de casa ou na gaveta do trabalho. Se você sabe que em de-
terminado local tem o seu alimento viciante, deixe de frequentar esse local. Não
torne as coisas mais difíceis do que elas já são.
51
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 05
Muita gente faz exercícios físicos focando tanto na estética ou em resultados que
acabam prejudicando a própria saúde. É o caso de quem utiliza esteróides anabo-
lizantes, ou de quem baixa o percentual de gordura a níveis perigosos, ou mesmo
do atleta que continua a treinar e competir mesmo ao custo de agravar lesões que
cobrarão o preço depois.
Em outras palavras, você deve fazer exercícios não apenas de olho no crescimento
dos músculos e na diminuição do percentual de gordura: deve observar todos os
sistemas do corpo: nervoso, muscular, circulatório, respiratório, digestivo, linfáti-
co, hormonal etc.
Essa mudança de perspectiva é essencial. Fazer exercício físico deve ser um hábito
que você pratica para cuidar de si mesmo, da mesma forma como o hábito de esco-
var os dentes, de tomar banho, de cortar suas unhas.
52
CAPÍTULO 05
resta. Nosso corpo é adaptado para estar em movimento. Portanto, para ter saúde
e disposição, não fazer exercícios físicos não é uma opção.
Praticar exercícios não é uma opção, mas sim uma obrigação. No entanto, há cen-
tenas de opções sobre qual tipo de exercício físico fazer. Por algum motivo estra-
nho, quando falamos em prática de exercícios físicos as pessoas sedentárias já vêm
com aquela desculpa pronta:
• Natação
• Polo aquático
53
CAPÍTULO 05
• Saltos ornamentais
• Atletismo
• Badminton
• Basquete
• Boxe
• Canoagem
• Caiaque
• Ciclismo
• Esgrima
• Futebol
• Futsal
• Ginástica artística
• Handebol
• Hipismo
• Hóquei
• Judô
• Jiu-jitsu
• Pentatlo
• Triatlo
• Remo
• Taekwondo
• Tênis
• Tênis de mesa
• Arco e flecha
• Vôlei
• Vôlei de praia
• Vela
• Beisebol
• Patinação
• Skate
• Golfe
• Rugby
54
CAPÍTULO 05
• Softbol
• Capoeira
• Frescobol
• Surfe
• Kitesurfe
• Mergulho
• Corrida
• Artes Marciais
• Yoga
• Pilates
• Dança
O problema, como fica claro, não é a falta de opções. Dificilmente você vai “odiar”
fazer todos esses exercícios.
Essa é provavelmente a desculpa mais utilizada pela população mundial para não
tirar a bunda da cadeira. Curiosamente, ninguém tem tempo para se exercitar,
mas todo mundo tem tempo para saber o que está se passando na política, ou nas
novelas, ou no Facebook, ou no Campeonato Brasileiro de Futebol.
Se você está nesse caso extremo (e aí recomendamos que você reveja sua rotina
55
CAPÍTULO 05
para criar mais espaços livres em sua vida), comece muito pequeno. Crie o hábito
de fazer caminhadas de dez minutos na calçada de casa ou no hall do seu prédio.
Se você não dispõe de dez minutos, faça cinco minutos, mas faça!
Embora isso não vá trazer grandes impactos para a sua saúde, o importante é que
você está formando o hábito de se exercitar. Está se pondo em movimento. A par-
tir daí, pode ir expan-dindo alguns minutos a mais a cada semana, até que tenha
um exercício que lhe desafie um pouco.
Outras pessoas dizem que gostariam de se exercitar, mas que não tem dinheiro
para pagar uma mensalidade de academia, um personal trainer, um professor, su-
plementos alimentares, um par de tênis com amortecedores ou roupas com siste-
ma de ventilação.
A verdade é que você não precisa nada disso. Simplesmente saia para caminhar.
Se você não tem nem tênis de corrida, melhor ainda: pesquisas recentes mostram
que caminhar descalço é ainda melhor para a saúde.
Se você está aplicando o que vem aprendendo neste livro, com certeza já deve ter
percebido um aumento em seus níveis de energia e disposição. Estruturar suas
listas de coisas a fazer, meditar, alimentar-se saudavelmente, dormir melhor: tudo
isso contribui enormemente para lhe dar maior disposição.
56
CAPÍTULO 05
rcícios físicos. Não fazer exercícios por falta de energia é um ciclo vicioso, já que
só vai deixar você com ainda menos energia.
Se você está sem fazer nada há muito tempo, comece apenas modificando sua
alimentação. Cerca de 30 dias com a alimentação natural já são suficientes para
o seu corpo estar novamente energizado como sempre deveria ter estado. Você já
vai ter disposição para começar a se exercitar.
Obviamente, cada caso é um caso. Então procure seu médico e pergunte qual tipo
de exercício está autorizado a fazer, mesmo que de forma bem leve e moderada. Se
for preciso, imprima a listinha de exercícios que fizemos com 45 opções, para que
o médico avalie quais delas você pode praticar.
Diga isso para pessoas que estão há anos tentando crescer os músculos em uma ac-
ademia de ginástica. Se o seu receio é que ao fazer exercícios você vai ficar muito
musculoso ou musculosa, pode relaxar. Isso não vai acontecer (e mesmo se acon-
tecesse, isso não o diminuiria em nada).
Ficar “forte demais” requer uma disciplina extrema para pegar pesado nos exer-
57
CAPÍTULO 05
Todas as desculpas que utilizamos são apenas isso: desculpas. Elas servem para
que não façamos o que tem que ser feito. Por que isso acontece?
Talvez isso venha de alguma torturante aula de educação física que você tinha
na escola, ou simplesmente porque cresceu em uma família que considera fazer
exercícios um sofrimento.
Exercício não pode ser uma punição, por isso reforçamos que você escolha uma
modalidade que lhe agrade e comece muito pequeno. Tão pequeno que seja im-
possível você dizer não. Seja compassivo consigo mesmo, principalmente se há
anos você não se movimenta regularmente.
Relaxar e ficar sem fazer nada só tem valor quando você não faz isso o tempo todo.
De outra forma, nada mais é do que sedentarismo.
58
CAPÍTULO 05
Aqui está uma maneira infalível para você criar esse novo e essencial hábito:
Nós apresentamos uma lista com 45 opções e você pode encontrar outras se pro-
curar. Uma delas você deve gostar. Se você já tem um comportamento reativo de
dizer que odeia todas elas, devolvemos a pergunta: você já praticou todas elas?
Não? Então como sabe que não gosta?
Se você não tem ideia de qual lhe apetece, simplesmente escolha uma aleatoria-
mente, experimente e veja se gosta. Se não, escolha outra e tente novamente. No
mínimo, você vai ter dezenas de experiências diferentes.
Se você é sedentário há tempos, não espere nem mais um minuto para começar.
Desligue o computador agora mesmo, levante-se e caminhe por cinco minutos,
seja lá onde você estiver. Depois, mantenha a caminhada diária até que você en-
contre uma modalidade que aprecie.
Pessoas que há anos não se exercitam querem de uma outra para outra tornarem-
se verdadeiros atletas, impondo-se uma disciplina espartana que não durará muito
em 90% dos casos.
Seja esperto e adote estratégia oposta: comece pequeno, muito pequeno. Tão
pequeno que seja impossível para você dizer não.
Qual a desculpa que você vai dar para não realizar uma caminhada de cinco minu-
59
CAPÍTULO 05
tos na calçada de casa ou no hall do prédio? O que lhe impede de fazer uma flexão
hoje mesmo? Um abdominal por dia é algo que exija tempo, energia ou dinheiro
que você não tem?
Se tudo correr bem por uma semana, você pode aumentar um pouquinho na se-
mana seguinte. Consistência e moderação são as duas palavras que você deve ter
em mente.
Lembre-se do ciclo de formação dos hábitos. Qual o gatilho que vai fazer você
começar a se exercitar? Pode ser assim que acordar, assim que sair do trabalho,
antes do almoço, em dia e hora marcado com um professor.
Não confie só na força de vontade, não dependa do acaso: crie o hábito de se exer-
citar em horas certas. Estabeleça também recompensas: ao fim do exercício, você
pode se recompensar com uma água de coco gelada, uma ducha mais demorada,
um papo com os amigos, o que quer que sirva como recompensa para você.
4. Aproveite a jornada
Uma vez que você escolheu algo de que goste e já começou bem pequeno, aproveite
a jornada de aprender um novo esporte, de ver seu corpo se modificar, de ver os
níveis de energia subirem, de aprender novos movimentos e técnicas.
5. Preste contas
60
CAPÍTULO 05
er, encontre um parceiro para praticar a modalidade. Se não, diga o que vai fazer
ao mundo e peça para ele lhe cobrar.
As pessoas estarão esperando você falhar. Mostre que não vai! Mesmo que perca
um dia, preste contas e siga adiante. Faça um esforço para que isso não se repita
muitas vezes, mas não jogue tudo no lixo só porque a preguiça o venceu por um
dia. Mostre quem está no comando!
61
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 06
62
CAPÍTULO 06
Estaremos falando aqui neste passo a passo principalmente sobre saúde e esté-
tica. Se o seu objetivo principal é outro, as informações deste guia não devem ser
levadas ao pé da letra.
A) Peso corporal
63
CAPÍTULO 06
B) Percentual de gordura
Existem adipômetros desde R$ 15,00 até mais de R$ 800,00. Você pode ficar
com os mais simples. Um de grande custo-benefício é o Accu-Measure. É possível
comprar um adipômetro em lojas médicas ou esportivas, ou mesmo on-line, em
sites como o Corpo Perfeito.
Os adipômetros vêm com as instruções para você tirar as medidas. Se você for
fazer por conta própria, lembre-se de ser consistente ao tirar as medidas sempre
nos mesmos lugares e no mesmo momento do dia (o ideal é ao acordar, depois de
ir ao banheiro).
Uma nota sobre bioimpedância: Existem no mercado diversas balanças digitais que
medem o percentual de gordura por meio de um método chamado bioimpedân-
cia. Nesse método, um sinal elétrico percorre o seu corpo e estima o percentual
de gordura. O problema é que os dados variam muito, mesmo se você subir na
balança poucos segundos após a medida. Dessa forma, não parece ser um método
64
CAPÍTULO 06
C) Medidas do corpo
Aqui você vai precisar de um fita métrica simples. Anote os seguintes dados:
1. Braço relaxado: Levante o braço na altura do ombro, com a palma da mão vi-
rada para cima e meça o perímetro no ponto médio do biceps, entre o cotovelo
e o ombro.
2. Braço contraído: No mesmo ponto, meça agora o bíceps contraído, fechando a
mão e fazendo força.
3. Tórax: Passe a fita ao redor do tórax, logo abaixo das axilas. Não respire fundo
nem tire todo o ar do peito.
4. Ombros: Com os braços ao longo do corpo, passe a fita ao redor do corpo, na
altura dos ombros.
5. Cintura: Passe a fita ao redor da cintura, um pouco acima do umbigo. Não re-
spire fundo nem tire todo o ar. Seja honesto.
6. Quadris: Passe a fita ao redor dos quadris, na altura do ponto mais distante da
bunda.
7. Coxas: Apoie o peso do corpo na perna que você não vai medir. Passe a fita ao
redor da coxa, na parte mais grossa, um pouco abaixo da virilha.
8. Panturrilhas: Passe a fita ao redor da panturrilha, na parte mais grossa.
D) Fotos
Coloque o mínimo de roupas justas (como sunga, top, shorts de lycra) e escolha
um local com boa luz, no qual você possa tirar as fotos semana após semana. É
importante tirar as fotos do mesmo lugar, com a mesma luz, com a mesma câmera.
65
CAPÍTULO 06
66
CAPÍTULO 06
gordura.
É importante ressaltar que a maioria das pessoas, por não contarem com medições
acuradas de percentual de gordura, acaba superestimando o seu percentual de
gordura. Por exemplo, se o seu percentual de gordura foi medido com um adipô-
metro, é preciso considerar uma margem de erro de 2% a 3,5% para mais ou para
menos.
Para a maioria das pessoas (as que não estão na faixa Excelente ou Bom da tabela),
o ciclo completo do desafio será o seguinte:
1. Baixar o percentual de gordura: para ficar pelo menos na faixa Bom da tabela.
2. Aumentar a massa muscular: nesse processo, acaba ocorrendo um pequeno
ganho de gordura.
3. Eliminar a gordura ganha no processo: até chegar à faixa Excelente da tabela,
mantendo a massa muscular conquistada.
Confira nas imagens da próxima página, feita pelo site Built Lean, a diferença que
um baixo percentual de gordura faz no visual de um corpo.
67
CAPÍTULO 06
68
CAPÍTULO 06
69
CAPÍTULO 06
A mesma regra vale para as mulheres. Seu alvo deve ser a terceira foto, com um
percentual de gordura na faixa dos 20%. Tenha em mente que o corpo da mulher
é diferente do corpo dos homens. Elas naturalmente possuem mais gordura cor-
poral.
Objetivos específicos
Primeiro, você define o seu objetivo principal: perder gordura ou ganhar múscu-
los. Sua dieta e exercícios dependerão desse objetivo principal.
Além disso, você pode definir objetivos específicos. Por exemplo, aumentar a flexi-
bilidade, a resistência, determinado ponto do corpo que esteja muito flácido.
Utilize a nossa tabela de medidas corporais para verificar algumas metas que você
traçar para você.
Seguindo a alimentação natural, você poderá comer sempre que tiver vontade,
desde que balanceie as refeições com uma porção de proteína e uma porção de
vegetais, complementadas quando necessário por frutas e/ou frutos secos.
70
CAPÍTULO 06
Proteína
Digamos que você tenha 70 Kg e 10% de gordura, sua massa magra é de 63 Kg.
Deve consumir, então, até 126 gramas de proteína por dia. Claro que isso é apenas
uma referência, você deve procurar um nutricionista para valores exatos.
Gorduras
As gorduras, ao contrário do que muita gente pensa, não devem ser banidas da
dieta. Devem-se evitar apenas as gorduras trans, presentes em margarinas, biscoi-
tos e muitos alimentos industrializados.
As chamadas gorduras boas devem ser consumidas diariamente, pois evitam o re-
tardamento do metabolismo e, por consequência, do crescimento muscular. Essas
gorduras boas são encontradas em alimentos como ovos, carnes, azeite de oliva,
salmão, sardinha, manteiga, nozes e castanhas.
Carboidratos
Carboidrato é o tipo de nutriente mais fácil, rápido e barato de ser obtido, pois está
presente em quase todos os alimentos que o mercado põe à venda. Não existem
carboidratos essenciais e controlá-los é a chave para manter em perfeito funciona-
mento a liberação de insulina e leptina.
71
CAPÍTULO 06
Micronutrientes
Vitaminas, minerais, ferro, zinco etc. são essenciais para se manter uma boa saúde.
Muita gente fica prestando atenção somente em proteína e carboidrato e esquece
os micronutrienes.
As melhores fontes são os vegetais, por isso assegure-se de manter em sua dieta
frutas, verduras e legumes. Vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, couve man-
teiga, couve de Bruxelas, repolho, nabo) são alguns dos mais recomendados.
Cada uma das suas refeições deve ser composta por uma porção de boas fontes
de proteínas e gorduras. Os carboidratos devem ser controlados de acordo com os
seus objetivos: se está buscando ganhar músculos, deve ingerir um pouco mais de
carboidratos para gerar um pequeno superávit de calorias que permita um pro-
cesso anabólico. Se a ideia é perder gordura, deve ingerir menos carboidratos.
Entenda isso: não é o consumo de gorduras boas que faz você engordar. É o con-
sumo de carboidratos em excesso, sobretudo os de alto índice glicêmico (açúcar,
farinha branca, grãos etc.).
Suplementos
Suplementos alimentares são produtos que ajudam a compor uma dieta. Se você
tem dificuldade de atingir a quantidade de nutrientes utilizando somente os ali-
72
CAPÍTULO 06
• Whey protein: proteína do soro do leite, de rápida absorção, ideal para ser uti-
lizada logo após exercícios físicos intensos.
• Creatina: originalmente é um composto de aminoácidos presente nas fibras
musculares e no cérebro. Consumimos creatina quando comemos carne. O su-
plemento de creatina, em pó ou cápsulas, serve para aumentar o volume mus-
cular e a síntese de proteínas, além de proporcionar mais força e energia.
• Óleo de peixe: além dos benefícios para o sistema cardiovascular, o óleo de
peixe auxilia na recuperação muscular, na prevenção lesões e na redução das
dores de lesões existentes.
Mesmo com apoio profissional, sempre é bom ter uma noção de como os treinos
73
CAPÍTULO 06
No ganho de massa muscular, existem quatro exercícios que não deveriam nunca
ficar de fora do seu treino: agachamento livre, levantamento terra, supino e desen-
volvimento – todos com suas variações.
Para quem quer perder gordura, geralmente há uma ênfase maior nos exercícios
aeróbicos. E aqui está um ponto em que as pessoas se confundem.
Muita gente acha que para queimar gordura, deve fazer exercícios aeróbicos mo-
derados por um longo período. Daí vêm as intermináveis caminhadas no parque
ou na esteira, quilômetros percorridos na bicicleta ergométrica, voltas e mais voltas
na piscina.
Vamos dar um exemplo trazido no livro Body for Life, de Bill Philips, que propõe
um aeróbico intervalado de apenas 20 minutos na esteira. O treino ficaria mais ou
menos assim:
74
CAPÍTULO 06
PASSO 6: DESCANSE
O descanso é o ponto mais desprezado por quem busca entrar em forma, porém
ele é tão importante quanto o treino ou a alimentação.
Seus músculos não “crescem” durante o treino. Na verdade, quando você faz um
treino de força está na verdade “quebrando” ou “machucando” os músculos. De-
pois, você dá nutrientes para que ele se recupere por meio de uma boa alimenta-
ção.
75
CAPÍTULO 06
com destaque para o sono. Uma série de hormônios necessária para um bom for-
talecimento muscular – e uma boa saúde em geral – é melhor produzida enquanto
dormimos bem.
Procure adotar um estilo de vida que permita ter boas noites de sono. Não existe
uma regra para a quantidade de horas. Durma até sentir-se totalmente descansa-
do. Uma boa dica é tornar o seu quarto um blackout total, sem luz alguma.
Além do sono, o estresse é outro componente essencial para quem quer entrar em
forma. Quando estamos estressados, o corpo libera um hormônio chamado corti-
sol, que tem a função de regular a pressão sanguínea. Porém, o cortisol também
aumenta a quantidade de glicose no sangue, o que já vimos que não é nada bom.
Este hormônio existe por ter uma função específica, essencial em momentos de
estresse. Se pensarmos bem, o ser humano antigamente tinha apenas momentos
específicos de estresse, sobretudo quando lidava com algum perigo da natureza.
Para piorar, o cortisol aumenta o apetite e cataboliza massa muscular e até massa
óssea. Ou seja, tudo o que você não quer.
Por isso, relaxe. Descanse. Tenha boas noites de sono. Procure reduzir o estresse e
levar uma vida mais amena.
76
CAPÍTULO 06
77
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 07
AS ESTRATÉGIAS DO INIMIGO
Se você vai seguir o caminho da alimentação natural, como propomos neste livro,
prepare-se para enfrentar um grande e poderoso inimigo: a indústria de alimentos.
Não que o inimigo aja por maldade. Trata-se apenas de empresas jogando o jogo
do capitalismo: obter o maior lucro possível. O problema é que quase sempre o
lucro acaba passando por cima da saúde das pessoas, inclusive com apoio do go-
verno.
O vencedor do prêmio Pulitzer, Michael Moss, dissecou grande parte das estra-
tégias da indústria de alimentos americana para nos colocar e nos manter em um
“caminho nutricional” destrutivo e degradante.
O artigo publicado por Moss no The New York Times revela que milhões de
dólares são gastos anualmente em pesquisas e marketing para fazer com que os
consumidores sejam viciem-se em alimentos baratos e convenientes, a chamada
fast-food.
78
CAPÍTULO 07
Por isso, apesar de Moss ter investigado a indústria americana, nós acreditamos
que as conclusões e descobertas dele também são válidas para entender as estraté-
gia e artifícios da indústria alimentícia brasileira.
As palavras acima foram ditas à Moss por Howard Moskwitz, PhD em psicologia
experimental e conhecido na indústria alimentícia por ser um profissional que
“otimiza” alimentos, dando a ele o sabor, a textura, a cor e a embalagem ideal para
atrair e reter consumidores (note como eles nos tratam como consumidores, não
como pessoas).
Entre os grandes serviços que Howard Moskwitz prestou para a indústria está a
otimização do tão popular molho de tomate, utilizado em praticamente qualquer
lar dos EUA e também do Brasil. Se você verificar a despensa da sua cozinha ex-
iste uma possibilidade grande de que você encontre uma lata ou embalagem de
molho de tomate por lá.
O artifício usado por Moskwitz para “otimizar” o molho de tomate foi incrivel-
mente simples: ele modificou a receita original adicionando duas colheres de açú-
car e um terço da quantidade diária recomendada de sódio em meia xícara do
molho.
A Oscar Mayer, uma gigante americana da indústria de alimentos, fez uso de uma
estratégia de marketing muito inteligente para criar um grande sucesso de mer-
cado: o Lunchables.
79
CAPÍTULO 07
Essa refeição contém dois terços do total de sódio recomendado para uma criança
e inacreditáveis TREZE colheres de chá de açúcar!
Para coroar a criação do “fantástico” produto eles o lançaram com um slogan dire-
cionado especificamente para ao público infantil:
“O dia todo você tem que fazer o que os adultos mandam, mas a hora do almoço é
toda sua!”
80
CAPÍTULO 07
hões de dólares por ano em pesquisa e possui até uma máquina que simula a boca
humana para realizar testes e chegar ao ponto de crocância e derretimento do
salgadinho que faz com que o processo de desaparecimento da densidade calórica
aconteça. É realmente um grande truque!
Contra-atacando
Essas são apenas algumas das estratégias da indústria alimentícia para nos colocar
em um caminho nutricional destrutivo. Essas empresas contam com um enorme
aparato para fazer o seu trabalho: tecnologia de ponta, alguns dos melhores profis-
sionais de marketing do planeta, psicólogos super especializados e capacitados,
toneladas de dinheiro e muitas outras ferramentas.
Este eBook procurou municiar você com as armas necessárias para, pelo menos,
igualar a luta contra a indústria de alimentos. Nos próximos capítulos tiraremos
suas dúvidas e ainda forneceremos mais material para você fazer as escolhas cer-
tas para sua saúde.
81
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 08
PERGUNTAS E RESPOSTAS
A ciência mostra que é possível obter todos os nutrientes necessários por meio de
uma dieta vegetariana, com exceção talvez da vitamina B12. Então, se por motivos
éticos você não consome carne ou produtos de origem animal, terá que descer um
pouco na escala do tempo e inserir na sua alimentação cereais e leguminosas.
Evite comer os cereais que contenham glúten, como trigo e cevada, e procure ger-
minar algumas das sementes e consumir os brotos ainda bem frescos.
O Dr. Loren Cordain advoga que a alimentação vegetariana não é a mais saudá-
vel, o que não quer dizer que não possa ser saudável. Só não caia no erro de achar
que, somente por ser vegetariano, já se alimenta saudavelmente.
82
CAPÍTULO 08
Você tem duas opções. A primeira é preparar suas refeições antes, separar marmi-
tas e levar para o trabalho, evitando comer em restaurantes e similares. Preparan-
do a refeição em casa você tem a certeza de quais ingredientes está consumindo.
No Brasil, a maioria dos pratos vai oferecer cereais, tubérculos e leguminosas (ar-
roz, batata inglesa e feijão são os mais famosos). Peça ao garçom para substituir
todos esses alimentos por porções de verduras e legumes. Se não for possível, sim-
plesmente coma só a carne e a salada, deixando de lado os demais alimentos. E
lembre-se de buscar outro restaurante na próxima vez.
A agricultura é subsidiada pelo governo, de forma que produzir trigo, batata ingle-
sa, arroz, soja, feijão etc. é mais barato. Essa situação e a capacidade de uma indús-
tria baratear custos gera situações esdrúxulas, como um pacote de salgadinho ser
mais barato do que uma porção de maçãs.
Dois fatos podem atenuar esse problema. O primeiro é que, como falamos, inger-
indo alimentos nutricionalmente densos como aqueles que nossos antepassados
caçadores/coletores ingeriam, você vai precisar comer menos. Logo, gastará me-
nos em quantidade.
83
CAPÍTULO 08
O segundo item é que esse custo se paga no longo prazo. Pense que comendo
bem você terá menos doenças, logo gastará menos com remédios. Também terá
muito mais energia para se empenhar em projetos que impulsionem sua carreira,
fazendo você ganhar mais dinheiro.
Frutas engordam?
Dos alimentos naturais, as frutas são as únicas que contém uma carga considerável
de açúcar, em forma de frutose. Embora esse açúcar seja bem melhor do que o
açúcar refinado (sacarose), ainda assim é açúcar. Logo, se o seu plano é perder
peso, pegue leve nas frutas. Uma a três porções ao dia são suficientes.
Se você é daqueles que não vive sem frutas, e isso é uma boa coisa, escolha as
frutas que possuam menos frutose. Sua melhor escolha está nas frutas do bosque:
morango, cereja, mirtilo, framboesa etc. Infelizmente essas frutas não são muito
comuns no Brasil. A segunda melhor opção é maçã ou pêra.
Frutas cítricas (abacaxi, acerola, laranja, limão, lima etc.), bananas e mangas são
mais carregadas no açúcar. Abacate, coco e açaí, por sua vez, contêm mais gordu-
ras.
Ninguém fica gordo ou obeso por comer frutas demais, mas restringi-las pode ser
uma medida necessária para quem quer queimar gordura corporal.
Sucos de frutas geralmente são vistos como fontes de saúde. Gelados, coloridos,
repletos de vitaminas e água. Aparentemente, um alimento ideal para uma boa
saúde, certo?
84
CAPÍTULO 08
Sucos de polpa ainda são mais saudáveis que refrigerantes. Suco da fruta é ainda
melhor. Sem açúcar, melhor ainda. Com a fruta toda batida, o ideal. Se só houver
o suco de caixinha ou lata, aí é melhor pedir uma água mineral.
Quantas calorias eu devo ingerir? E qual o balanço ideal entre proteínas, carboidra-
tos e gorduras?
Se você comer os alimentos que seu corpo está preparado para digerir, não se im-
porte em contar calorias. Coma o que tiver que comer, até se sentir saciado, desde
que se restrinja aos esses alimentos presentes na lista que publicamos no início
deste livro.
85
CAPÍTULO 08
Não. Gordura não deixa você gordo, apesar de isso parecer contraditório. O que
deixa você gordo são os picos de energia gerados sobretudo pelos carboidratos refi-
nados (açúcar e trigo, principalmente). Esses carboidratos geram uma energia que
nós não utilizamos (sobretudo com vidas cada vez mais sedentárias) e esse excesso
é armazenado em forma de gordura.
Dos alimentos que citamos, os únicos ricos em carboidratos são as frutas e algumas
raízes tuberosas, como batata-doce e mandioca. Mesmo assim, são carboidratos
acompanhados de fibras, que reduzem a velocidade de absorção da energia gera-
da, minimizando esse armazenamento em forma de gordura.
Outro ponto é que se livrando dos alimentos industrializados, você estará deix-
ando de consumir doses cavalares de sódio e de conservantes. Com isso, seu or-
ganismo acumulará muito menos líquido, diminuindo a sensação de inchaço e
falta de energia.
Bata no liquidificador. Sério. Encontre folhas com um gosto mais neutro, como
alface, repolho e espinafre. Adicione um pouco de água e acrescente uma fruta
(maçã, pêra, banana) para dar um sabor mais doce. Bata tudo no liquidificador e
mande para dentro, sem peneirar.
Essa é uma estratégia inicial, mas o ideal é que você acostume-se a comer folhas,
verduras e legumes. Dê uma olhada em nosso fórum para encontrar receitas de
saladas saborosas.
86
CAPÍTULO 08
A desculpa de que eles são carregados de agrotóxicos não passa disso, uma des-
culpa, para quem quer continuar com maus hábitos alimentares. Ou você acha
que a batata que usam para fazer sua batata-frita de tubo é orgânica? Ou você crê
que o trigo do seu pão ou macarrão é orgânico?
Nem ninguém consegue. Nem esse estilo de alimentação requer isso. Nós apre-
sentamos uma lista com dezenas de alimentos diferentes e colocamos no fórum
outras dezenas de receitas. Você pode passar um mês inteiro sem repetir uma re-
feição sequer.
87
CAPÍTULO 08
Muitas vezes não estamos nem com fome, mas comemos os alimentos errados de
uma forma emocional. Se estamos estressados, procuramos um chocolate. Se que-
remos “relaxar”, tomamos uma cerveja. Se estamos tristes, um pote de sorvete é a
melhor companhia.
Muitos desses comportamentos foram criados pela indústria dos alimentos por
meio de propaganda e pela adição de ingredientes na medida exata para criar es-
sas emoções.
A saída para isso já consta no nosso plano: coma com atenção! Pratique estar no
momento presente ao se alimentar da mesma forma que faz quando está meditan-
do ou quando está desempenhando uma tarefa que requer 100% da sua atenção.
Está é mais uma desculpa que inventamos para não nos alimentarmos bem. Quan-
do vamos a uma festa, ninguém está com uma arma em nossa cabeça ordenando
que você coma todos os doces e salgadinhos que lhe oferecerem.
88
CAPÍTULO 08
Mesmo que acreditemos que recusar uma comida oferecida em um evento social
seja algo rude, ainda assim não precisamos jogar nossa saúde fora só para fazer o
social. Basta você pegar uma porção pequena e escolher, dentre os alimentos ofe-
recidos, aqueles que são menos ruins.
Se você vai a um evento social por semana e come uma pequena porção de um ali-
mento não ideal, isso não vai arruinar todo o seu plano de comer bem. O impacto
será mínimo. Não use a desculpa da vida social para jogar todo o trabalho por água
abaixo.
Para saber se um alimento é natural ou não, pare um pouco e faça uma reflexão.
Pense: eu poderia encontrar este alimento na natureza há mais de 10 mil anos?
Caso a resposta seja positiva, é bem provável que o alimento seja bom. Em qualquer
caso, você pode utilizar a lista que fornecemos no Capítulo 03.
Um dos maiores desafios para quem está em uma dieta de perda de gordura é
manter-se na linha quando as coisas dão errado.
89
CAPÍTULO 08
Por que não, então, antecipar suas desculpas no início do plano e saber o que fazer
quando esses imprevistos acontecerem?
A dica aqui é controlar o seu ambiente. Tenha sempre à mão (em casa, no carro,
no trabalho) alimentos adequados ao regime ao qual você está se propondo. Man-
tenha um estoque de emergência, para ser utilizado nos dias críticos.
90
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 09
Este capítulo vai mostrar alguns livros e sites que você pode consultar no seu camin-
ho para uma vida mais saudável. Todos eles estão alinhados com os princípios de
reeducação alimentar e de exercícios sobre os quais falamos neste livro.
Livros
91
CAPÍTULO 09
Sites
Vídeos
Artigos
92
CAPÍTULO 09
Médicos e Nutricionistas
O Dr. José Carlos Souto tem reunido no blog “Dieta Low-carb e Paleolítica” uma
lista de médicos e nutricionistas especializados neste tipo de alimentação natural
sobre a qual falamos aqui no eBook. Você pode acessar a lista no blog dele.
93