TCC II - Gabriel Bussolo
TCC II - Gabriel Bussolo
TCC II - Gabriel Bussolo
Gabriel Bussolo1
André Abelardo Tavares2
1 INTRODUÇÃO
a geração de energia pode ser um dos principais pontos para a redução da fatura de
energia, não necessariamente para sustentar toda a indústria, mas para suprir alguns
pontos que dependendo do horário do dia, podem se tornar críticos.
A partir destes conhecimentos, foi elaborado um estudo técnico e
econômico a partir de um levantamento de dados e medições com ferramentas que
permitam dar suporte e realizar ações para uma redução do valor pago em despesas
de energia elétrica. Dentre as opções estão o ajuste tarifário, aplicação de eficiência
energética e a utilização de geração distribuída, em que cada um destes serão
estudados e analisados durante a elaboração do trabalho, com objetivo de identificar
os métodos mais viáveis e que melhor se adéquam as características da empresa em
estudo.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
uma componente da tarifa de ponta pela fora de ponta, quando o excedente surgir no
posto de ponta ou da tarifa fora de ponta pela de ponta quando o excedente surgir no
posto fora de ponta.
Os valores sobre impostos e tributos federais, não são de responsabilidade
da ANEEL, porém cabem a Receita Federal do Brasil e as secretarias de Fazenda
Estaduais a cobrança de ICMS e PIS/COFINS. O imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços – ICMS segundo conselho nacional de política fazendária –
CONFAZ, através do convênio ICMS 16, atribui o valor do ICMS somente sobre a
diferença entre energia consumida e energia injetada na rede. Porém esta cobrança
só é válida para estados que aderiram o ICMS 16, os demais ainda permaneceram no
convênio ICMS 6, onde a cobrança é sobre toda a energia consumida, sem considerar
a energia injetada na rede.
De acordo com a lei nº13.169/2015, a cobrança do programa de integração
social – PIS e a contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS,
deverá ocorrer apenas sobre a diferença positiva entre a energia consumida e a
energia injetada na rede (ANEEL, 2016).
Dentro dos subgrupos do grupo A, existem as tarifações azul e verde, sendo a azul
caracterizada pela diferenciação dos valores de consumo de energia elétrica e
demanda de acordo com os horários de ponta e fora ponta e a verde caracterizada
pela diferenciação dos valores de consumo de energia elétrica nos horários de ponta
e fora ponta, porém o valor da demanda é único para os dois horários (CELESC,
2021).
No entanto, muitas empresas insatisfeitas com o valor pago na tarifa de
energia elétrica, procuram verificar seu enquadramento tarifário visando pagar menos
pela energia consumida, e muitas vezes este enquadramento é analisado por uma
empresa especializada que detém conhecimento para verificar qual o melhor
enquadramento para o consumidor e qual o processo a ser seguido para solicitar a
mudança de enquadramento (CUBI ENGENHARIA, 2020).
3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
No entanto, das 24 horas trabalhadas por dia, somente 22 horas é atingido o valor da
demanda contratada, nas duas horas restantes, o valor da demanda é quase nulo,
pois a empresa desliga algumas máquinas no horário de ponta para manutenções e
evitar maiores consumos. Tendo em vista a atual demanda contratada da empresa, e
o fato de não ser possível migrar para o mercado livre de energia, uma análise de
reajuste tarifário foi desenvolvida. A Tab. 4 mostra os valores atuais da distribuidora
de energia na qual a empresa se encontra hoje, a CELESC, para a tarifa verde e azul,
considerando tarifa da TUSD e desconsiderando impostos como ICMS, PIS e
COFINS.
1.008.487 kWh/ano. Com esse valor e baseando-se na Eq. 1 foi obtida a capacidade
instalada de 820 kWp.
. (1)
=
.
Onde:
Pfv = Capacidade instalada (kWp);
E = Energia Desejada (kWh/mês);
Gstc = Constante valor 1 (kW/m²);
IRano = índice de irradiação anual (365 x kWh/m²/dia);
= Taxa de desempenho (entre 0,75 e 0,9)
(2)
=
Onde:
FDI = Fator de dimensionamento do inversor (entre 0,65 e 0,92);
Pinv = Potência total dos inversores somados (kW);
Pfv = Potência total do número de módulos fotovoltaicos (kWp);
Rendimento 62%
Corrente Medida 105 A
Horas Trabalhadas (dia) 24
Dias trabalhados (mês) 22
Consumo mensal 29.568,0 kWh
Consumo mensal em R$ R$ 15.422,30
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
R$ 70.000,00
R$ 60.000,00
R$ 50.000,00
R$
R$ 40.000,00
Tarifação Azul
R$ 30.000,00 Tarifação Verde
R$ 20.000,00
R$ 10.000,00
R$ 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
mês
1.000.000,00
500.000,00
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
R$
-500.000,00
-1.000.000,00
-1.500.000,00
FV 100kW FV 60kW
-2.000.000,00
-2.500.000,00 Anos
Fonte: Do autor (2022)
24
Por se tratar de um investimento, dados como TIR, VPL e TMA devem ser
levados em consideração para uma análise de viabilidade econômica. Assim, obteve-
se a Fig. 9, que representa o payback do investimento, onde pode-se perceber que o
retorno ao investimento se deu no sétimo ano, e, sabendo que a TIR foi maior que
TMA foi possível concluir que o projeto seria viável.
50.000,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
R$
-50.000,00
-100.000,00
-150.000,00
Anos
5 CONCLUSÕES
menos inversores de maior potência. Portanto deve ser considerado o elevado valor
de investimento, que na simulação foi considerado o pagamento com capital próprio.
Caso haja necessidades de financiamento, deverão ser refeitas as simulações
incluindo as taxas e novas condições para se encontrar o novo retorno financeiro.
As simulações considerando a aplicação da eficiência energética, se
mostraram viáveis considerando o retorno também no sétimo ano, embora a economia
se mostre menor aos outros investimentos, o valor a ser investido também é menor
quando comparado a implementação da usina fotovoltaica. Alguns pontos positivos
em substituir o motor CC pelo motor CA, é a redução com custos de manutenção,
menor consumo de energia para desempenho do mesmo trabalho e tecnologia mais
avançada, possibilitando um melhor controle e implementação de melhorias no
processo produtivo.
Por fim, para um cenário considerando as duas melhores opções, foram
escolhidas as que apresentavam um baixo custo de investimento. Com isso os
resultados mostram que o ajuste tarifário e a aplicação da eficiencia energética seriam
as melhores opções, assim obtendo uma economia no valor da tarifa de energia
elétrica de aproximadamente 12,76% quando comparado ao valor pago na condição
atual.
A migração para o mercado livre de energia, seria uma opção considerada,
caso a empresa tivesse um consumo correspondente a demanda de 500 kW, no
entanto são muitos os custos para migração como a troca de transformador e
adequação de subestação. Como o cenário do mercado livre esta cada vez mais
reduzindo o valor da demanda abrangendo consumidores com um consumo inferior a
500 kW, o ideal é que seja aguardado uma nova atualização das regras, ja que a
empresa não tem intenção de aumentar sua carga. Contudo, vale ressaltar que caso
haja um aumento significativo no quadro de cargas da empresa, um novo estudo deve
ser elaborado considerando a migração para o mercado livre de energia elétrica.
29
REFERÊNCIAS
ABRACEEL. Cartilha mercado livre de energia elétrica. 2019. Disponível em:
https://abraceel.com.br/wp-
content/uploads/2019/05/ABRACEEL_process_230519.pdf. Acesso em: 2 out. 2021.
MICHAELI, Walter, et. al. Tecnologia dos plásticos: livro texto e de exercícios. São
Paulo: E. Blücher, 1995.
em: https://maquinasequipamentos.com.br/artigo-eficiencia-energetica-na-industria-
o-protagonismo-da-forca-motriz/. Acesso em: 13 set. 2021.