METODOLOGIA-DO-ATLETISMO - Facuminas
METODOLOGIA-DO-ATLETISMO - Facuminas
METODOLOGIA-DO-ATLETISMO - Facuminas
1
NOSSA HISTÓRIA
2
Sumário
INTRODUÇÃO......................................................................................... 4
AS MULHERES E O ATLETISMO......................................................... 12
CORPO HUMANO................................................................................. 57
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 76
3
INTRODUÇÃO
4
inexistente para utilizá-lo como instrumento de despolitização." (RAMOS, 1984,
p. 48).
Avaliar pelas classificações culturais esportivas e sociais dos esportes
pode-se pôr o atletismo entre as últimas colocações acompanhado por muitos
outros esportes.
O atletismo se possuísse maior espaço na cultura esportiva incentivaria
um interesse da modalidade, fazendo que se tornasse um "gosto popular". "A
popularidade de certo esporte em uma sociedade em particular pode muito bem
influir sobre as atitudes e preferências da juventude". (SINGER, 1986, p. 186).
O fato de o atletismo ser pouco reconhecido em termos de espaços pode
ser então pela falta de incentivos e apoios, oportunidades e trabalhos
desenvolvidos, tanto no meio escolar como em clubes e comunidades em geral.
Quando se considera, a dinâmica corporal variada na construção das
ações corporais, há que se considerar os processos de significação, ou seja,
aquilo que dá sentido a outras ações corporais. Em outros termos o que dá
sentido ao movimento humano é o contexto onde ele se realiza. (DAÓLIO, 1998).
Mesmo sendo o atletismo conteúdos clássico da Educação Física, ele
continua sendo pouco desenvolvido no habitat educacional assim, a modalidade
normalmente é “esquecida”. Talvez seja necessário procurar novas
metodologias para dar valor à disciplina na sociedade e dentro do âmbito
escolar.
Os professores devem procurar firmemente por novas metodologias de
ensino para que suas aulas possam atendam ás reais necessidades dos alunos
para que não venha acarretar a evasão na disciplina, aumentando assim a
capacidade cognitiva e motivacional dos alunos.
A questão problema que surge é existe a oferta de atletismo nas aulas de
educação física? Quais seus principais conteúdos e formas de oferecimento?
Quais as dificuldades encontradas pelo professor na realização das aulas?
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5
escola, com as aulas de Educação Física, tem a oportunidade de melhorá-las
ainda mais. Afirma-se:
[...] que o atletismo escolar, dependendo de como é a metodologia
utilizada para sua aplicação ele pode vim a ser um grande responsável por
promover o desenvolvimento de capacidades motoras, da saúde, e da
personalidade da criança e para seu desenvolvimento fisiológico.
(HILDEBRANDT, 2003).
Betti refere uma declaração conveniente em relação ao esporte: “O
esporte é aquilo que se fizer dele”. (BETTI, 1991). Complementando “...
Educação Física Escolar será o que se fizer dela, os profissionais da área são
responsáveis pelo sucesso e insucesso das aulas e da aquisição do
conhecimento dos alunos.” (OLIVEIRA, 2006, p. 9)
Ao executar o atletismo em instituições educacionais acaba se resultando
em promover um comprometimento aos alunos com os seus aspectos formais e
das exigências físicas e do movimento que o sistema do atletismo exige.
Neste caso,
Se o rendimento for suficiente em nível do sistema ou não, os sujeitos
terão experiências de como ser bem ou mal sucedidos. Assim como o bom aluno
confirma a si próprio sua capacidade de rendimento pelo certificado e pela
classificação exitosa, o mal se denomina e, é denominado pelos outros de
fracassado. (HILDEBRANDT, 2003, p. 31).
Hildebrandt faz com que se pense que este tipo de aprendizado não pode
ser defendido nas aulas de Educação Física, ou seja, o esporte não pode ser
trabalhado/ensinado desta forma para os alunos.
Por esta razão,
A escola deve selecionar os conteúdos clássicos universais e também
trabalhar com o repertório cultural local partindo de experiências vividas
particulares necessários à formação do cidadão autônomo, crítico e criativo, para
que este possa participar, intervir e comprometer-se com a construção de uma
sociedade mais justa, plural e democrática. (JEBER, 2005).
Com isso pode se entender, a importância de se transmitir conhecimentos
particulares do atletismo como: a complexidade social, histórica, política, e pelas
suas atividade/ação que possui.
6
Assim, uma transformação didática- pedagógica da modalidade esportiva
atletismo, do ponto de vista prático, apresenta algumas dificuldades.
“Inicialmente, não se pode ter a idéia de que isso significa a redução de um modo
“correto” da prática do atletismo para uma alternativa em forma de simples
brincadeiras”. Trata-se, isto sim, em primeiro lugar de uma mudança de
concepção, tanto do ensino quanto do esporte. (KUNZ; SOUZA, 2003).
Para Kunz (1991), os objetivos da Educação Física escolar são definidos
em três planos: o biológico, o sinestésico e o integrador. Esses três planos gerais
devem ser compreendidos da seguinte maneira: a função biológica deve atender
a formação das qualidades físicas básicas, como força, velocidade, resistência
e flexibilidade; a função sinestésica ocupa-se da formação das destrezas
motoras para as diferentes modalidades esportivas e a função integradora deve
desenvolver a competência social através do esporte.
No entanto, como o atletismo, na qualidade de conteúdo das aulas de
Educação Física, pode vir a desenvolver as três funções acima citadas?
Seguindo, ainda, em Kunz enfatiza-se que:
Ensinar Atletismo nas escolas é um processo dramático, porque, com
certeza, os alunos preferem “mil vezes” jogar e brincar com bola, do que saltar,
arremessar ou se matar numa corrida de quatrocentos ou mil metros. (KUNZ,
1998).
O motivo pelo qual os alunos preferem optar por essas atividades jogadas
não está somente na falta de ludicidade como se apresentam as chamadas
“provas” do atletismo, mas, na maioria das situações, por memórias de uma
vivência não muito agradável. Desse modo, o medo de novos fracassos interfere
no empenho de querer aprender essa modalidade esportiva.
Os conteúdos das aulas de Educação Física, mais especificamente o
atletismo, podem vir a ser compreendidos como mediadores de capacidades
assim provocando algumas situações de desconforto para os alunos em relação
ao seu desenvolvimento. Logo abaixo se encontra uma citação que exemplifica
uma metodologia relacionada às vivências, que pode ser desenvolvidas no
contexto dos conteúdos da Educação Física escolar para melhorar a qualidade
e concretizar seus objetivos:
Pois, o processo de aprendizagem, baseado nas experiências autênticas,
não necessita de nenhuma forma de instrução, mas sim a configuração de
7
situações que devem propiciar experiências de movimentar-se em relação à
intenção educativa. Isso parece um ato revolucionário, pois estamos
acostumados a levar aos alunos os movimentos “corretos”, jogos definidos.
(HILDEBRANDT, 2003, p. 150).
De acordo com a citação acima, pode-se utilizar uma didática que propicie
situações-experiências, nas quais, por exemplo, o esporte atletismo. A partir
disto podemos colocar como exemplo a seguinte questão problemática corrida
coletiva.
Como podemos correr trezentos metros em 58 segundos? Dividem-se os
grupos de, no máximo 05, participantes e, como geralmente acontece, os fortes
acabam formando um grupo e os fracos outro. Nessa tarefa, os alunos estudam
livremente as possibilidades de solucionar o problema, apresentam suas
soluções ao professor e ao grupo, passando, em seguida, a realizar a
experiência. (KUNZ, 1998, p. 34)
E, continuando:
Quando os alunos colocam em prática a solução encontrada para o
problema, é possível os seguintes resultados: o grupo dos fortes faz em torno de
56 segundos os trezentos metros, e o grupo dos fracos em 59 segundos. Nessa
oportunidade o professor esclarece que ninguém encontrou a solução definitiva
para o problema, uma vez que exige correr trezentos metros em 58 segundos.
Caso fosse uma competição o vencedor seria o grupo dos “fracos” uma vez que
estes se aproximaram mais da solução do problema. (KUNZ, 1998, p. 36).
O exemplo mostra, de maneira clara, como o professor pode oferecer aos
alunos as possibilidades de aprender a atuar de forma autônoma sobre o
atletismo e suas “provas”. Conseguindo desconstruir, assim, as imagens
excessivamente centradas na competição e na luta de concorrentes, construindo
imagens de solidariedade e cooperação e, principalmente despertando a
consciência crítica
Hildebrandt (2003) destaca que objetivo, métodos e conteúdos devem
estar sempre na mesma direção, pois, se desenvolver uma metodologia parecida
com a que foi mostrada anteriormente, terá função de enriquecer o conteúdo
com a participação dos alunos no processo de ensino aprendizagem.
8
O ATLETISMO COMO FORMA DE INCLUSÃO SOCIAL
9
obstáculos naturais ou artificiais); e marcha atlética. Considerado o esporte-
base, por testar todas as característica básicas do homem, o atletismo não se
limita somente à resistência física, mas integra essa resistência à habilidade
física.
É constituído por três modalidades: corridas, lançamentos e saltos.
Considerado o esporte-base, por testar todas as características básicas do
homem, o atletismo não se limita somente à resistência física, mas integra essa
resistência à habilidade física.
No Brasil e no mundo muitas pessoas são beneficiadas pelo atletismo, e
o que mais essas pessoas ressaltam que é a integração na sociedade, onde são
reconhecidas como verdadeiros cidadãos.
10
Se assim o fizer, estará desobedecendo a regra e a equipe será
desclassificada. E se o teu time está perdendo e precisa reverter o placar? É
preciso buscar uma solução para reverter esse problema. Ou mesmo em outras
decisões: é preciso utilizar a melhor tática para vencer o adversário.
E o empenho. Se eu me esforço, se eu me uno ao grupo, o resultado
será positivo. Mesmo que o esporte seja coletivo, todos dentro de quadra ou
pista possuem uma função. Se eu não exercer a minha, prejudico o time todo.
Para tanto, preciso ter a responsabilidade de exercer a função que me é
solicitada. Unindo todas essas características, mostro que sou capaz e o bom
desempenho gera a confiança no time e em mim mesmo.
Auto-confiança, essencial, para a boa auto-estima.
11
temido pelo seu avô. E hoje um exemplo de vida é um exemplo para aqueles
que estão começando no esporte.
São por aprendizados como esses, que as Nações Unidas vêem o
esporte como promotor da integração social e desenvolvimento econômico em
diferentes contextos geográficos, culturais e políticos. Conforme a ONU, ele traz
valores humanos, assim como respeito pelo adversário, aceitação das regras,
trabalho em equipe e lealdade.
AS MULHERES E O ATLETISMO
12
Embora haja poucos relatos a respeito da presença feminina em
atividades esportivas, é necessário considerar que os registros existentes foram
produzidos por homens e sobre a perspectiva masculina, num período em que
as mulheres eram marginalizadas na sociedade que viviam. Ou seja, de acordo
com os homens, as ações femininas eram irrelevantes para a história da
humanidade e, portanto, desprezíveis de serem retratadas. Desta forma, os
relatos a seguir estão embasados em visões masculinas das mulheres da época,
e podem não retratar fatos verídicos (KENNARD; CARTER, 1994 apud RUBIO;
SIMÕES, 1999).
No ano de 776 a.C, foram iniciadas as Panatéias. Este evento tinha cunho
religioso, onde os competidores se reuniam de quatro em quatro anos para
honrar os deuses com jogos e lutas (OLIVEIRA; CHEREM; TUBINO, 2008).
13
Nesse período, as mulheres eram privadas da vida pública e econômica,
consequentemente, eram proibidas de assistir e participar dos Jogos Olímpicos,
sob a pena de morte conforme regulamento dos jogos. No entanto, a
participação passiva das sacerdotisas era permitida. Elas eram reverenciadas
como mensageiras dos deuses, traziam boa sorte aos participantes e eram
responsáveis pela entrega da coroa de oliveiras para os vencedores (CHIÉS,
2006).
Figura 3. Sacerdotisa
Fonte: Globo Esporte (2012)
14
Por outro lado, existe a hipótese que a proibição da presença passiva-
ativa feminina nas Panatéias tenha perfil político. Para os gregos, apenas os
cidadãos tinham direito à vida pública como participar e assistir eventos
esportivos. Para ser um cidadão grego era necessário guerrear. Como as
mulheres não desempenhavam essa função, sua participação aos jogos era
vetada. Restando-lhes o direito de serem mães de cidadãos gregos (RUBIO;
SIMÕES, 1999).
Curiosidade: uma das mais famosas histórias sobre mulheres nas
Olimpíadas da Antiguidade vem de uma mulher chamada Kallipateria, treinadora
do seu próprio filho, um lutador de boxe chamado Pisidoros. Ela correu risco de
morte ao se tornar treinadora, e se vestia de homem para assumir o papel, mas
quando seu filho ganhou a luta, ela não se aguentou e acabou se expondo ao
público. Felizmente ela foi poupada da morte, mas só porque seu pai, seu irmão
e seu filho foram campeões olímpicos.
Você pode estar pensando “ah, mas isso foi lá atrás, antes mesmo de
Cristo, não tem influência nos dias de hoje”. Pois saiba que tem, sim.
15
Diferentemente de Atenas, em Esparta era promovida a mesma educação
entre homens e mulheres. O objetivo deste modelo educação, embora idêntica
entre os gêneros, era preparar as mulheres fisicamente para a vida doméstica e
maternal (MONROE, 1972 apud CHIÉS, 2006).
No entanto, há opiniões que indicam que este modelo de educação ia
além da educação doméstico-materna, atingindo o desenvolvimento de
habilidades em corridas, lutas, e arremessos do disco e do dardo para promoção
de festivais físicos (RUBIO; SIMÕES, 1999).
Esse tipo de educação garantiu às espartanas características com:
(i) mulheres audazes e realizadoras,
(ii) autoritárias com seus maridos e
(iii) independentes nas suas tarefas. Essas características eram
necessárias, visto que elas permaneciam longos períodos sem a presença do
marido em virtude da dedicação exclusiva dele ao exército.
Até os maridos completarem 30 anos, os encontros com as esposas eram
esporádicos (KENNARD; CARTER, 1994 apud RUBIO; SIMÕES, 1999).
A primeira mulher que triunfou nos Jogos Olímpicos antigos foi a princesa
espartana Kyniska, famosa por seus cavalos. Kyniska foi filha do
rei Archidamus II, e meia-irmã do rei Agis II (KYLE, 2003 apud CHIÉS, 2006).
Figura 6. Kyniska
Fonte: Remijsen; Clarysse [s. d.]
16
Devido ao seu status político, a princesa conseguiu que seus animais
competissem na prova de quadriga, carro puxado por quatro cavalos. Ela não
guiou o carro, porém seus cavalos ganharam nas 96ª e 97ª Olimpíadas,
ocorridas em 369 e 392 a.C., respectivamente (DURANTEZ, 1975 apud CHIÉS,
2006).
Figura 7. Quadriga
Fonte: Detlef (2009)
Estudiosos da participação feminina no esporte afirmam que a vitória
de Kyniska não representa o início da evolução das mulheres no meio esportivo,
mas sugere um golpe político, onde sua participação foi incentivada para
comprovar que a prova com cavalos não dependia das habilidades masculinas,
mas apenas da boa saúde dos animais (KYLE, 2003 apud CHIÉS, 2006).
Outra mulher com destaque nas Olimpíadas da Antiguidade foi Belistiche,
da Macedônia. Ela venceu a prova de quadriga de potros da 128º Olimpíada, em
268 a.C.; e de biga de potros da 129º Olimpíada, em 272 a.C. (CHIÉS, 2006)
Em honra à deusa protetora das esposas e mães, Hera, foi criado em
Olímpia, as competições femininas, intitulado como Jogos Heranos (GODOY,
1996 apud CHIES, 2006).
17
A única prova era a corrida de 162 metros, realizada no Stadium,
reservado às mulheres. Os Jogos Heranos ocorriam com um mês de
antecedência ou conseqüência dos Jogos Olímpicos. As vencedoras recebiam
a coroa de oliveiras e parte da carne sacrificada à Hera. Em algumas
premiações, as vencedoras recebiam a estátua de Hera com seus nomes
inscritos (DURANTEZ, 1975 apud CHIÉS, 2006).
18
Figura 10. Mulheres no Feudo
Fonte: Maria (2005)
No século XVII, a mulher perde seus direitos e é subjugada pelo marido,
ou quando solteira, pelo parente homem próximo. A mulher é excluída das
atividades de lazer e esportiva (RUBIO; SIMÕES, 1999).
No final do século XVIII e início do XIX os cavalheiros ingleses levam
suas esposas para assistirem eventos de boxe e corridas de cavalos entre outros
eventos. As mulheres praticam boliche, cricket, bilhar, arco flecha, jogos
rudimentares de futebol e atividades na neve (RUBIO; SIMÕES, 1999).
19
Um dos atos representativo do movimento social para a inserção das
mulheres nos Jogos Olímpicos da Modernidade em resposta a proibição da
participação feminina foi provocado por Stamati Revithi. Ela realizou o percurso
da Maratona fora do estádio no dia seguinte a realização da prova masculina.
Ela completou o trajeto em quatro horas e meia, conquistando índice menor que
alguns homens. Porém, não foi reconhecida e desencadeou a inserção das
mulheres nos jogos olímpicos (DEVIDE, 2002; MOURAO, 1998; PFISTER; 2004
apud OLIVEIRA; CHEREM; TUBINO, 2008).
O avanço das mulheres em relação a sua nova posição no meio esportivo
foi gradual, até o momento em que não era mais possível proibi-las, tornando-se
intrusas de espaço consagrado dos homens. Como retaliação, os homens não
permitiram amplamente a participação feminina nos Jogos Olímpicos. Ou seja,
o Comitê Olímpico Internacional (COI), gerenciado por homens, decidiu como
seria as participações femininas nos Jogos, adotando critérios conforme
modalidade e esporte (RUBIO; SIMÕES, 1999).
20
Inserção e evolução das mulheres nas Olimpíadas
Modernas
21
mulheres do time eram esposas dos atletas. Em Estocolmo, 1912, foi permitida
a natação (COI, 2006 apud OLIVEIRA; CHEREM; TUBINO, 2008). Em 1916 não
houve Olimpíadas devido à primeira guerra mundial (GOELLNER, 2004).
22
RUBIO; SIMÕES, 1999). As Olimpíadas de 1932, em Los Angeles, não foi
realizada a prova de 800 metros. Em 1936, em Berlim, as mulheres foram
incluídas oficialmente como atletas olímpicas, assim a FEFI foi dissolvida, pois
conquistou seu objetivo.
23
Gráfico 1. Variação da quantidade de participantes nos Jogos Olímpicos (Homens x Mulheres)
24
Tabela 2. Quantidade de modalidades por gênero e modalidades mistas
nos Jogos Olímpicos
25
A expressividade da participação das mulheres nos Jogos Olímpicos
Modernos ocorreu a partir da década de 80. Isso deve ter ocorrido em função da
impulsão do movimento norte-americano do fitness. Com esse movimento, o
atrativo para práticas físicas estavam centrados na estética. Além disso, foi
intensificando que mulheres com músculos salientes eram bonitas e atraentes.
Desta forma, caiu-se por terra o conceito que era prejudicial à saúde da mulher
a prática esportiva intensa. Assim, tornou-se aceitável e bonito esteticamente,
mulheres com músculos salientes, sem associá-las à masculinidade (DEVIDE;
VOTRE, 2005).
26
No século XXI, nota-se que as mulheres têm participação e inserção muito
próxima da participação masculina nos Jogos Olímpicos. Isso é positivo para
estimular a compreensão da sociedade que fatores físicos não são limitadores
para a participação da mulher em modalidades esportivas.
Portanto, a sociedade contemporânea demonstra sinais muito positivos
para a extinção da exclusão das mulheres em Jogos Olímpicos, nos esportes e
exercícios físicos generalizados. Contribuindo para a constante construção de
uma sociedade pareada entre homens e mulheres.
Getúlio Vargas cumprimenta Maria Lenk pela quebra do recorde mundial na natação em 200m
e 400m. (Foto: Gazeta Press)
27
As primeiras medalhas femininas brasileiras
Jacqueline e Sandra Pires no pódio com a primeira medalha de ouro feminina em 1996
(Foto: Reprodução)
28
Nos jogos de 2008, lá em Pequim, foi a primeira vez que uma mulher
brasileira conseguiu uma medalha individual. O feito veio da judoca Ketleyn
Quadros, que ganhou uma medalha de bronze. Alguns dias depois a atleta
Mauren Maggi foi a primeira campeã olímpica do Brasil competindo pelo salto
em distância.
Considerações finais
29
As primeiras modalidades femininas inseridas foram o tênis, tiro com arco,
natação e o hipismo, este como modalidade mista.
Ao longo dos eventos Olímpicos, houve um aumento gradual da
porcentagem de participação de atletas do gênero feminino nos jogos. A grande
diferença porcentual entre atletas masculinos e femininos foi reduzida neste
século. Isto pode ser resultado da evolução social que demonstra interferência
no mundo esportivo.
ATLETISMO ADAPTADO
Entenda
30
Uma especificidade da modalidade adaptada decorre da necessidade em
avaliar o grau de deficiência para computar uma pontuação justa a cada
paratleta. Em provas de lançamentos, nem sempre o vencedor é aquele que
lançou mais longe o aparato. Para pontuação, os árbitros analisam a distância,
bem como o grau de deficiência do atleta. Ao final de todos os lançamentos,
vence aquele que obteve a maior pontuação. Já nas provas de pista, como no
atletismo convencional, o vencedor é sempre aquele que alcança antes a linha
de chegada.
Em relação às adaptações, é possível mudanças nos aparelhos
utilizados, como nos dardos e nos discos, por exemplo. Aos amputados é
permitido o uso de próteses, sendo obrigatórias em pista e facultativas em
campo. As cadeiras de rodas podem ser utilizadas tanto em provas de campo
como de pista e são bem leves. Os deficientes visuais da classe B1 devem estar
acompanhados por um guia (conectados por uma amarra) que irá apenas
direcioná-los durante a prova. Aos atletas B2 o guia é opcional, mas há
necessariamente o uso de duas raias nas provas de pista. Aparelhos auditivos
também são permitidos.
O atletismo paralímpico é um paradesporto que promove a superação
diária de seus atletas. Exige perseverança, comprometimento, disciplina, além
de capacidades físicas como força e resistência. Desenvolve também estas
mesmas capacidades, além de melhorar a autoestima, a independência, a
socialização e a promoção de bem estar e qualidade de vida.
História mundial
31
da Antiguidade (776 a.C.) essas disputas se fizeram presentes. Porém ainda não
se tratava do esporte atletismo. Este surgiu na idade contemporânea, na
Inglaterra do século XIX e o primeiro campeonato britânico realizou-se em 1866.
Dois anos depois, o novo esporte chegou aos Estados Unidos da América (EUA)
e a partir disso ocorreu um significativo aumento de adeptos. Em poucas
décadas, o esporte foi divulgado para o resto do mundo. Por isto, foi possível a
sua presença já nos primeiros Jogos Olímpicos da modernidade, em Atenas
(1896). Pouco depois desta participação, houve a criação da Federação
Internacional de Atletismo Amador (IAAF), em 1913, que é, até o momento, a
instituição responsável pela normatização e regulamentação desse esporte
olímpico.
Já a prática adaptada começou no início do século XX, mais
especificamente na década de 1920, para deficientes visuais, junto com a
natação. Os deficientes físicos puderam participar desse paradesporto somente
após a Segunda Guerra Mundial, quando os esportes adaptados, em geral,
tornaram-se possibilidade de reabilitação para os ex-combatentes que ficaram
com sequelas em decorrência do evento. No final da década de 1940 foram
realizadas competições de várias modalidades, concretizadas pelo médico
Ludwig Guttman. Em 1952, nos Jogos de Stoke Mandeville, aconteceu uma
competição de corridas em cadeiras de rodas para veteranos de guerra. Depois
desse evento, e com o surgimento dos Jogos Paralímpicos, em 1960, o atletismo
adaptado já foi inserido nesta primeira edição, em Roma, junto com mais sete
modalidades.
Trajetória paralímpica
32
homens no evento, quem fez história foi a italiana Maria Scutti, que das 12
medalhas de ouros conquistadas pela Itália, obteve nove, além de dois bronzes.
No mesmo evento Scutti competiu também na natação, conquistando uma
medalha de ouro e uma de prata; se não bastasse, ela também disputou os
Jogos nas modalidades esgrima e tênis de mesa, conquistando a medalha de
prata em ambas. Maria deixou seu nome marcado, assim, nos Jogos
Paralímpicos de Roma, conquistando 15 medalhas em quatro modalidades
esportivas diferentes.
33
rodas. Também iniciaram-se, de forma discreta, as corridas com prótese e
saltos, mas apenas dois atletas participaram destas provas, destaque para
Walter Fink da Áustria que conquistou o ouro na ocasião e também em 1980,
nas provas de 100 m e 400 m (porém, as disputou sozinho). Este foi o início das
disputas com próteses no lugar das pernas, atualmente são provas muito
populares e Fink teve papel significativo neste percurso.
Em 1984 os Jogos Paralímpicos ocorreram em dois países diferentes,
sendo esta a única vez que isto aconteceu.
Seul (1988) foi marcante para o movimento paralímpico. O Comitê
Olímpico Internacional e o Comitê Paralímpico Internacional deram os primeiros
passos rumo a uma parceria que fortaleceria os Jogos. Na ocasião, oficializou-
se que a mesma cidade sede teria que ser a responsável pela realização tanto
dos Jogos Olímpicos quanto dos Paralímpicos. Seul superou as marcas
numéricas de até então: 3.057 atletas de 61 países participaram e 971 recordes
superados. Em relação ao atletismo adaptado, os EUA não foram superados,
vencendo mais uma vez os Jogos, em segundo ficou o selecionado da Alemanha
e em terceiro ficou a Grã Bretanha.
Em Sydney (2000) a Austrália fez história. Após um
domínio de 32 anos dos EUA, os paratletas australianos
romperam esta hegemonia, conquistando o primeiro lugar
geral do atletismo paralímpico. Um nome de destaque
nessa façanha foi o de Timothy Sullivan, o atleta com
paralisia cerebral conquistou cinco medalhas de ouro das
35 conquistadas pela Austrália neste evento.
Potência paralímpica
34
No início, em Roma (1960), apenas 10 países participaram, e os norte-
americanos, Ron Stein e Saul Welger conquistaram três medalhas de ouro e
uma de bronze no atletismo adaptado respectivamente, colocando os EUA em
4º lugar na classificação geral.
35
Entre os anos de 1988 e 2008 Adria – que é especialista nas provas de
velocidade 100 m, 200 m e 400 m – conquistou 15 medalhas nas categorias para
deficientes visuais.
36
do recorde mundial nos 200 m, com o tempo de 21.52 s. Alan superou, inclusive,
a essa marca, concluindo a prova em 21.45 s, tornando-se, assim, o número um
do ranking mundial. Tal resultado colaborou para a melhor colocação do Brasil
no atletismo, a sétima. Hoje Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina são os
grandes destaques brasileiros para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Nosso destaque
37
Neste período, Suzete Montalvão – famosa no estado por ser a única
corredora paraense a participar das Olimpíadas, em 1988, se classificando em
quarto lugar – ficou impressionada com a história do menino e tornou-se a sua
treinadora. Em 2006, Alan ganhou a primeira prótese específica para correr, e
no ano seguinte conquistou as primeiras medalhas em um campeonato
internacional nos EUA, nas provas de 100 m, 200 m e bronze nos 400 m.
Fonteles estreou nas Paralimpíadas em Pequim (2008), ganhando a prata na
prova de revezamento 4x100 m.
Terezinha Aparecida Guilhermina é atualmente o destaque brasileiro
feminino no paradesporto. A velocista nasceu no dia 3 de outubro de 1978, na
cidade mineira de Betim. A primeira competição que participou foi o Circuito
Geraldo Profeta da Luz, em Belo Horizonte, obtendo a segunda colocação e a
premiação de oitenta reais. A partir desse episódio, percebeu que poderia mudar
de vida por meio do esporte. Competia na classe T12, mas passou para a T11,
com a ajuda de um guia, Guilherme Santana. Em 2004 estreou nas
Paralimpíadas de Atenas, conquistando a medalha de bronze. Na edição
seguinte, apresentou melhor desempenho conquistando três medalhas em
Pequim, uma de ouro nos 200 m, uma de prata na prova dos 100 m, e a outra
de bronze nos 400 m. Mas foi em 2012 que conquistou o título tão desejado,
pois, além de ganhar duas medalhas de ouro, uma nos 100 m e a outra nos 200
m, Terezinha quebrou o recorde paralímpico na prova dos 200 m com um tempo
38
de 24.82 s. A paratleta, que no começo da carreira não tinha nem sequer um par
de tênis para treinar, conquistou o mais alto nível do atletismo adaptado,
mostrando a sua admirável perseverança. Nesse mesmo ano foi eleita a Atleta
Paralímpica do Ano, prêmio concebido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Sua
conquista recente foi o Mundial de Atletismo, em Lyon, na França, no qual
ganhou três medalhas de ouro nas provas dos 100 m, 200 m e 400 m. A velocista
intensifica os treinos visando os Jogos do Rio de Janeiro, pois almeja mais uma
medalha de ouro.
39
Associação Atlética Rosinha dos Santos, que dá suporte a jovens paratletas.
Uma semana antes dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015), foi
convocada para participar do evento e conquistou uma medalha de bronze.
Rosinha também almeja a participação nos Jogos Paralímpicos do Rio de
Janeiro de 2016.
40
Silvania Costa de Oliveira, paratleta de salto em distância, nasceu na
cidade mineira de Três Lagoas no ano de 1988. A partir dos 12 anos, Silvania
começou a perder gradativamente a visão devido à doença de Stargardt
(caracterizada por afetar as células fotorreceptoras da mácula). Com a perda da
visão, Silvania começou a se dedicar mais seriamente ao atletismo em 2011,
cumprindo uma rotina de treinamento que acarretou em mais vitórias e no convite
do Comitê Paraolímpico do Brasil (CPB), para permanecer com a equipe
nacional. Atualmente treina em Ribeirão Preto/SP sob o comando do técnico
Amaury Wagner Verissimo. Sob seu comando tornou-se um dos maiores
destaques mundiais do paradesporto, conquistando resultados expressivos,
como o sexto lugar no salto em distância T12, no Mundial de Atletismo
Paralímpico de Lyon, na França, em 2013; o primeiro lugar no salto em distância
T11, no Mundial de Atletismo Paralímpico de Doha, no Catar, em 2015; no
mesmo ano ganhou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto.
Sagrando-se recordista brasileira e das Américas na modalidade, foi eleita pela
CPB como a Melhor Atleta Paralímpica de 2015 na categoria feminina.
41
Odair dos Santos é um paratleta brasileiro de 34 anos, nascido no dia 17
de maio de 1981, em Osvaldo Cruz (São Paulo), que participa de provas de
atletismo de fundo e meio fundo. Odair começou a perder a visão a partir dos 9
anos, devido a uma doença congênita e hereditária, conhecida como retinose
pigmentar, responsável por causar a degeneração da retina. Quando participou
dos Jogos Paralímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008), dos Santos ainda
possuía parte da visão e disputava as provas pela categoria T12, porém, em
2010 ele perdeu totalmente a visão e passou a disputar as provas pela categoria
T11.
Prova disso são os expressivos resultados obtidos em diferentes
momentos da carreira, como os listados abaixo: na classe T13, ganhou prata nos
1.500 m e também a prata nos 5.000 m e o bronze nos 800 m nas Paralimpíadas
de Atenas (2004); na classe T12 ganhou ouro nas provas (800 m, 1.500 m, 5.000
m) nos Jogos Parapan-Americanos de Mar Del Plata (2003); ; em 2006 ganhou
o Mundial da Holanda na prova dos 1.500 m, quebrando o recorde mundial (3
min 50 s), e também a prata nos 800 m e o bronze no revezamento. Em 2007,
foi ouro Parapan-Americano do Rio de Janeiro nas provas 1.500 m, 5.000 m e
42
10.000 m; em 2008, nas Paralimpíadas de Pequim, ganhou bronze nos 800 m e
5.000 m 10.000 m. Compete atualmente na classe T11 e suas recentes
conquistas no ano de 2015 foram o ouro na prova de 1.500 m, no Mundial no
Catar e a mesma conquista nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. Nos
Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro (2016), Odair vai competir na categoria
T11 nas provas de 1.500 m e 5.000 m – a sua maior esperança de conquistar o
ouro. A sua trajetória e últimas conquistas o credenciam como um dos destaques
e favoritos à conquista de medalhas em ambas as provas.
43
Um novo formato do atletismo surgiu na Inglaterra no século XIX. As
atividades começaram a ser realizadas em estádios e compostas por seis
provas: marcha, corrida, lançamentos, arremesso, saltos e combinada.
Atualmente é uma das modalidades olímpicas mais importante.
História do atletismo
A corrida com obstáculos é uma das seis provas do atletismo. (Imagem: Pixabay)
44
Categorias por faixa etária
Provas do atletismo
CORRIDAS
MARCHA ATLÉTICA
45
REVEZAMENTOS
SALTOS
O salto em altura é o salto vertical no qual o atleta deve saltar sobre uma
barra sem derrubá-la. No salto com vara, o esportista tem o mesmo objetivo que
a modalidade anterior, mas tem apoio de um sarrafo. O salto em distância é
realizado horizontalmente em que o atleta corre em uma raia e salta com os dois
pés caindo em caixa de areia tentando alcançar a maior distância possível.
O salto triplo também é horizontal e deve ser realizado em uma combinação de
três saltos consecutivos com queda em caixa de areia.
ARREMESSO E LANÇAMENTOS
46
COMBINADA
47
As principais marcas são:
REGRAS ANTIDOPAGEM
INTRODUÇÃO
48
DOPING NO ATLETISMO
49
De acordo com a IAAF (2008, p. 57-79), as regras 32 a 39 sobre
antidopagem no atletismo definem o seguinte:
50
b) É dever pessoal de cada atleta assegurar que nenhuma substância
proibida entre em seus tecidos ou fluidos corporais. Atletas são alertados de que
eles são responsáveis por qualquer substância presente em seu corpo. Não é
necessário que essa intenção, culpa, negligência ou uso conhecido por parte do
atleta seja demonstrado de maneira a estabelecer uma violação da regra
antidopagem. A presença detectada em qualquer quantidade de uma substância
proibida na amostra do atleta constituirá violação da regra.
c) O uso ou a tentativa de uso de uma substância proibida ou método
proibido.
d) Recusa ou falha, sem compelir justificativa, em submeter-se ao
controle de dopagem, após ter sido solicitado a fazê-lo por parte de um oficial
responsável ou, de outra forma, procurar esquivar-se do controle de dopagem.
e) A avaliação pela não localização do atleta em três testes fora de
competição, em qualquer período de cinco anos consecutivos, iniciando com a
data para o primeiro teste perdido.
f) Alteração ou tentativa desta em qualquer parte do processo do
controle de dopagem ou seus procedimentos disciplinares relacionados.
g) A posse de uma substância proibida ou método proibido.
h) Tráfico de uma substância ou método proibido.
i) Administração ou tentativa desta de uma substância ou método
proibido para um atleta, ou se auxilie, encoraje, ajude, favoreça, encubra ou
engaje qualquer outro tipo de cumplicidade envolvendo uma violação à regra
antidopagem ou tentativa de violação.
j) Competir ou tentar competir enquanto suspenso provisoriamente ou
inelegível sob estas Regras Antidopagem.
51
seja disponibilizada (quer em seu site ou de outra forma) para todos os atletas e
equipes de apoio a atletas.
3) A IAAF pode solicitar que a WADA inclua substâncias ou métodos
adicionais que tenham potencial para abuso no atletismo como parte do
programa de monitoramento da WADA.
4) A determinação da WADA de substâncias e métodos proibidos que
serão incluídos na Lista Proibida deverá ser final e não estará sujeita à
contestação de qualquer atleta ou outra pessoa.
5) Atletas com condição médica documentada solicitando o uso de uma
substância ou método proibido devem primeiro obter uma IUT (Isenção de Uso
Terapêutico). As IUTs serão dadas somente em casos de clara e extrema
necessidade clínica, em que nenhuma vantagem competitiva possa ser obtida
pelo atleta.
REGRA 35 - TESTE
1) Todo atleta, sob estas regras antidopagem, pode estar sujeito a testes
nas competições em que ele participar e a testes fora de competição, em
qualquer tempo ou lugar. Atletas submeter-se-ão a controle de dopagem quando
solicitado, para assim fazê-lo por um oficial responsável.
2) Os atletas podem estar sujeitos a testes:
a) Em competição, por qualquer outra organização ou órgão que
tenha autoridade competente para conduzir testes na competição em que
estejam participando.
b) Fora de competição, pela WADA; pela organização nacional
antidopagem do país ou território em que esteja presente; ou por, ou em nome
do COI (Comitê Olímpico Internacional), em conexão com os Jogos Olímpicos.
c) Somente uma organização será responsável por iniciar e dirigir os
testes durante uma competição. Em competições internacionais, a coleta das
amostras será iniciada e dirigida pela IAAF, ou outra organização esportiva
internacional. Se a IAAF ou outra organização desportiva decidir não conduzir
testes de competição internacional, a organização nacional antidopagem no país
ou território onde a competição internacional é realizada pode, com a aprovação
da IAAF e WADA, iniciar e conduzir tais testes.
52
3) A IAAF terá responsabilidade de iniciar e dirigir testes em competição
nas seguintes competições internacionais:
a) Campeonatos Mundiais.
b) Competições Internacionais de Séries Atléticas.
c) Liga de Ouro, Super Grand Prix, Grand Prix; Grand Prix II Meetings.
d) Meetings com permissão da IAAF.
e) Em quaisquer outras competições internacionais em que o
Conselho determinar, seguindo recomendação da Comissão Médica e
Antidopagem.
53
c) Sanção ou Exoneração
LEITURA COMPLEMENTAR
54
desse tipo foi no Mundial de Atletismo da Alemanha, no início de agosto,
envolvendo esportistas brasileiros.
O uso ilícito de substâncias, medicamentos e hormônios, como artifício
para ganhar competições esportivas é muito antigo. Já nos Jogos Olímpicos da
Grécia, cerca de três séculos antes de Cristo, havia uma regulamentação para
evitar que os competidores tivessem o baço arrancado. Acreditava-se que com
o esforço físico dos maratonistas, este órgão
poderia endurecer e prejudicar o resultado.
Ao longo dos anos, esse tipo de
artimanha tem se sofisticado. Ao mesmo tempo
em que as substâncias e os fármacos são
aprimorados para passarem despercebidos nos
exames de urina e de sangue feitos nos atletas,
os próprios métodos de detecção também se
sofisticam.
Assim, é difícil haver dúvida nos resultados, conforme explica Jair
Rodrigues Garcia Junior, professor do curso de Educação Física da
Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), ainda que algumas substâncias
sejam parecidas com as produzidas pelo corpo humano. “As mulheres, por
55
Como o doping é mais comum em competições importantes, geralmente
um atleta desse nível profissional não sabe que as substâncias são ilícitas,
especialmente porque a maioria delas é injetável e é preciso a concordância dele
para a aplicação. Por isso, não se pode culpar somente os treinadores”, afirma.
recuperar a força muscular”, explica Jair. Isso significa que por trás do doping há
RESUMO
56
necessidade clínica, em que nenhuma vantagem competitiva possa ser obtida
pelo atleta.
• Todo atleta, sob estas regras antidopagem, pode estar sujeito a testes
nas competições em que ele participar e a testes fora de competição, em
qualquer tempo ou lugar. Atletas submeter-se-ão a controle de dopagem quando
solicitado, para assim fazê-lo por um oficial responsável.
• O Conselho deverá determinar antecipadamente o número de atletas a
serem testados, sob recomendação da Comissão Médica e Antidopagem.
Atletas a serem testados serão selecionados: com base na posição final e/ou
base aleatória; sob discrição da IAAF (agindo pelo seu oficial pertinente ou
órgão), por qualquer método que este escolha, incluindo teste-alvo; qualquer
atleta que quebrar ou igualar um recorde de Área e/ou Mundial.
• A IAAF enfocará seus testes fora de competição primeiro nos atletas de
nível internacional e atletas que estejam se preparando para competir em
competições internacionais. Entretanto, ela pode, a seu critério, conduzir testes
fora de competição em qualquer atleta, a qualquer hora. Na maioria dos casos,
os testes serão realizados sem notificação ao atleta, à sua equipe de apoio ou
Federação Nacional.
• Onde ocorrer uma violação da regra antidopagem em conexão com um
teste em competição, o atleta deverá ser automaticamente desqualificado da
prova em questão e de todas as provas subsequentes da competição, com todas
as consequências resultantes para
ele, incluindo confisco de todos os
títulos, premiações em dinheiro,
medalhas, pontos e prêmios da
competição e dinheiro para
apresentação.
CORPO HUMANO
57
Cada parte do corpo humano é formada por inúmeras células que
apresentam formas e funções definidas. Além disso, existem os tecidos, órgãos
e sistemas, os quais funcionam de modo integrado.
Podemos comparar nosso corpo a uma máquina complexa e perfeita com
todas as suas partes funcionando em sincronia.
58
A descrição anatômica considera que o corpo deve estar em posição
ereta, em pé, com o rosto voltado para a frente, membros superiores esticados
e paralelos ao tronco, com as palmas voltadas para a frente, os membros
inferiores devem ficar unidos. Essa é a chamada posição anatômica.
Células
59
Célula animal e suas estruturas
Tecidos
60
O corpo humano é formado por diversos tipos de tecidos
A vida do ser humano começa com uma única célula. A partir daí, ela se
divide e origina duas novas células, que também se dividem e formam mais duas
e assim sucessivamente.
Durante a formação do feto, no útero materno, as células vão se
desenvolvendo, conforme sua localização e função no organismo. Esse
processo é chamado de diferenciação celular.
No corpo humano existem muitos tipos de células, com diferentes formas
e funções. As células trabalham em grupo, estão organizadas de maneira
integrada, desempenhando juntas, uma função determinada.
Esses grupos celulares formam os tecidos. Os tecidos do corpo humano
podem ser classificados em quatro tipos:
Tecido epitelial
Tecido conjuntivo
61
Tecido muscular
Tecido nervoso
Órgãos
62
Sistemas do Corpo Humano
Organismo
Por fim, o conjunto de todos os sistemas em funcionamento constitui o
organismo que em conjunto mantém a sobrevivência do indivíduo.
Assim, o organismo representa o mais alto nível de organização.
63
Um impulso nervoso pode alcançar até 360 km/h.
Um adulto possui 206 ossos, enquanto o bebê possui 300.
PSICOLOGIA DO ESPORTE
64
aos atletas. No entanto, a presença desse profissional nas Comissões Técnicas
nem sempre é bem aceita e compreendida, talvez pela dificuldade de a ciência
atingir essa população ou pelas crenças socioculturais já tão enraizadas no meio
esportivo. (COZAC, 2013)
Para que se possa compreender a teoria e a prática da Psicologia do
Esporte, importa esclarecer seu conceito, proposta e objetivos.
Segundo a American Psychological Association (APA), “a psicologia do
esporte é o (a) estudo dos fatores comportamentais que influenciam e são
influenciados pela participação e desempenho no esporte, exercício e atividade
física e (b) aplicação do conhecimento adquirido através deste estudo para a
situação cotidiana” (BECKER & SAMULSKI, 1998).
Benno Becker Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia do
Esporte, afirma que “há uma disciplina chamada psicologia aplicada ao exercício
e ao esporte que investiga as causas e os efeitos das ocorrências psíquicas que
apresenta o ser humano antes, durante e após o exercício ou o esporte, sejam
esses de cunho educativo, recreativo, competitivo ou reabilitador” (1999, p. 17).
A Psicologia do Esporte tem por finalidade investigar e intervir em todas
as variáveis que estejam ligadas ao ser humano que pratica uma determinada
modalidade esportiva e também em seu desempenho (BECKER, 1999).
Muitos ainda acreditam que essa nova ciência é indicada apenas para
atletas de alto desempenho, mas é importante ressaltar que a Psicologia
Esportiva tem um alcance ainda maior em termos de teoria e prática do que
aquela que está focada nas competições e no desempenho de equipes.
Psicólogos esportivos podem atuar em academias de ginástica, escolas, centros
recreativos, clubes e programações educacionais junto a educadores físicos.
Vários outros segmentos da psicologia têm influenciado a Psicologia do
Esporte ao contribuir na ampliação do conhecimento dos fenômenos
psicológicos que englobam a atividade esportiva. Entre eles, a psicologia social,
do desenvolvimento, clínica, experimental, organizacional, da personalidade e a
educacional. A Psicologia do Esporte é, portanto, uma área interdisciplinar que
envolve várias áreas da Psicologia (WEINBERG & GOULD, 2001).
Vale salientar a importância dos conhecimentos práticos da modalidade
esportiva a ser trabalhada pelo psicólogo. O objeto de estudo deve ser algo
familiar ao profissional para que o mesmo possa compreender o discurso e as
65
demandas dos atletas, além de promover uma facilitação na compreensão do
discurso e da experiência daquele que pratica determinada ação esportiva.
(COZAC, 2013)
A Psicologia do Esporte é uma ciência (BECKER, 2000). Durante as
últimas quatro décadas tem sido realizadas pesquisas no intuito de confirmar
hipóteses formuladas, consolidar teorias e, por fim, aplicá-las, intervindo
eficazmente junto aos atletas.
No Brasil existem alguns centros de publicações científicas com
reconhecimento internacional como o Laboratório de Psicologia do Esporte
(LAPES), na UFMG, cujo diretor é o Dr. Dietmar Samulski, o Departamento da
Pós-Graduação da UFRGS, cujo coordenador é o Dr. Benno Becker Junior e o
Laboratório de Psicossociologia do Esporte da USP (LAPSE), cujo coordenador
é o Dr. Antonio Carlos Simões.
A Psicologia do Esporte, segundo a Federação Europeia de Associações
de Psicologia do Esporte, “FEPSAC” (1996), se refere aos fundamentos
psicológicos, processos e consequências da regulação psicológica de
praticantes das atividades relacionadas ao esporte. O foco deste estudo está nas
diferentes dimensões psicológicas da conduta humana no esporte: afetiva,
cognitiva, motivadora ou sensório-motora (BECKER, 1999).
A Psicologia do Esporte visa compreender as demandas implicadas
nestas atividades e oferecer assistência adequada aos seus praticantes,
propondo um fortalecimento global e harmônico de aspectos de sua
personalidade. Objetiva, também, estudar o efeito do exercício sobre a área
emocional do indivíduo como daquele portador de patologias (BECKER, 2000).
Essa nova disciplina faz parte das ciências do movimento humano e das ciências
do esporte. Portanto, a Psicologia do Esporte é o estudo científico de pessoas e
seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício e aplicações
práticas de tal conhecimento (GILL, 1986). Os psicólogos do esporte identificam
princípios e diretrizes práticas que visam ajudar adultos e crianças a participarem
e se beneficiarem de atividades esportivas.
Existe certa dificuldade em determinar o início preciso da Psicologia do
Esporte em diversos países sem correr o risco de cometer várias injustiças,
sobretudo no Brasil onde essa prática tem pouca ou nenhuma divulgação
(BECKER, 2000). Os registros oficiais mostram que a Psicologia do Esporte, no
66
Brasil, está em sua sexta década. Acredita-se que seu início ocorreu através do
professor João Carvalhaes em 1954, no Departamento de Árbitros da Federação
Paulista de Futebol. Enquanto atuava como psicólogo da Seleção, os testes
aplicados por ele reprovaram o jogador Mané Garrincha que, posteriormente, foi
o grande astro da equipe nacional na conquista do primeiro título mundial na
Copa da Suécia, em 1958. (COZAC, 2002)
Esse fato gerou desconfianças na evolução da Psicologia do Esporte no
Brasil, especialmente no futebol. O que poucos se recordam é que Garrincha
faleceu de cirrose hepática, em péssimas condições físicas e psicológicas. Se
as ferramentas utilizadas pelo pesquisador João Carvalhaes não foram eficazes
na elaboração de um perfil psicológico esportivo, provavelmente já apresentava
provas da fragilidade de um dos maiores astros do futebol brasileiro de todos os
tempos. (COZAC, 2013)
A evolução da Medicina do Esporte acrescentou um crescimento científico
importante, tanto para a Educação Física quanto para o desporto nacional. Três
laboratórios de pesquisa do exercício (Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro)
foram criados. Foi iniciada aí a base para a evolução das diversas disciplinas
que integram as ciências do movimento humano como a Biomecânica, a
Cineantropometria, a Fisiologia e a Psicologia. O início da segunda geração de
psicólogos no Brasil aconteceu em 1975, envolvendo Benno Becker Junior
(Porto Alegre) Sandra Cavasini (São Paulo) e João Alberto Barreto (Rio de
Janeiro). A partir de então, quase a totalidade dos eventos científicos de
Educação Física, esporte ou Medicina do Esporte, incluiu a participação da
Psicologia do Esporte em suas sessões.
O psicólogo esportivo foi o último integrante da comissão técnica
interdisciplinar a ser reconhecido pelos clubes. Até hoje o psicólogo sofre com o
preconceito e a desinformação daqueles que, supostamente, deveriam zelar
pelo bem-estar dos atletas. Quando um novo profissional da área da saúde
ingressa numa equipe de trabalho, mobiliza uma série de mecanismos psíquicos
em seus integrantes (simpatia, resistência etc.). Se o novo profissional for um
psicólogo, pode ocorrer uma mobilização ainda maior entre os membros da
equipe. (COZAC, 2005).
Experiências anteriores de atletas com outros profissionais da Psicologia
estimulam a expressão da transferência nem sempre positiva (ou produtiva) com
67
o novo profissional apresentado ao grupo de atletas. Por ser uma área ainda
pouco divulgada e conhecida, é comum que promova uma ansiedade paranoide
no grupo dando ao psicólogo a tarefa inicial de lidar com a resistência e até
negação da importância de seu trabalho e sua presença.
A percepção que cada ser humano tem diante do psicólogo também é
bastante variável. Lacrampe e Chamalidis (1995) asseveraram que a percepção
do serviço de Psicologia do Esporte depende também das expectativas do
grupo, confiança mútua e, sobretudo, da especificidade da situação e do
momento em que o profissional inicia a atuação.
O psicólogo assume, assim, o papel de “continente” para receber os
conteúdos emocionais da equipe (“contido”) e poder filtrá-los com o intuito de
auxiliar na redução das pressões internas. As tensões cotidianas são geradoras
de experiências e pensamentos em formas de partículas que são jorradas na
busca de um continente que possa comportá-las. Alguns treinadores entendem
que estão aptos a realizar esse processo de patriação de conteúdos e, não raro,
promovem ainda mais turbulência na saúde psíquica individual e coletiva das
equipes.
Por se tratar de uma área pouco (re)conhecida, é recomendável que o
profissional que irá iniciar seu trabalho num clube realize uma apresentação
sobre os objetivos e funções da área em que irá atuar. Essa apresentação e o
pré-projeto psicológico são de extrema valia para o desempenho de suas
funções. Uma explicação simples sobre a área e atividades previstas,
envolvendo informações sobre sua atuação, irá esclarecer sobre a dinâmica de
sua atuação evitando, assim, eventual associação entre a psicologia e
psicopatologia.
Em grande número de casos os psicólogos costumam ser lembrados
somente quando há dificuldades já bastante enraizadas no grupo. No entanto,
esse tabu vem sendo gradativamente alterado visto que a função do psicólogo é
ser mais um profissional que atuará, desde o início das temporadas, ao lado dos
demais integrantes da área da saúde no esporte. Cabe a ele estabelecer, desde
o início, um bom vínculo com a equipe técnica, os dirigentes e atletas.
A posição do psicólogo esportivo nos clubes deve ser discreta. As
informações por ele colhidas são de uso interno e suas normas de atuação
68
devem respeitar algumas etapas de implantação de seu programa de Psicologia
Esportiva, como veremos a seguir.
69
Assim como o trabalho físico ou técnico, o trabalho psicológico também
precisa de tempo e treino para mostrar resultados. Além da investigação
científica, a psicologia do esporte também atua a partir de intervenções no
contexto esportivo. Seja com atletas, equipes, treinadores, dirigentes etc. Por
isso, busca-se melhorar o desempenho, ao mesmo tempo em que se minimizam
ou neutralizar os pontos fracos.
70
Um dos suportes principais também é o emocional, proporcionando
condições para lidar com as cobranças, expectativas, competitividade, derrotas
e vitórias e as consequências socioeconômicas que isso pode trazer para a vida
do atleta e do treinador.
Todo esse processo começa a partir do estabelecimento de um contrato,
com objetivos e expectativas para a realização do esporte. A partir daí é possível
realizar uma avaliação prévia da equipe com pesquisas periódicas. Analisar os
dados e determinar um panorama geral. Com isso, é feito o planejamento das
intervenções para a prática esportiva.
Nos últimos anos foi possível notar que grandes potências mundiais do
cenário esportivo vêm recorrendo à preparação mental. Seja em grandes
modalidades como: vôlei, futebol, tênis, até esportes que estão crescendo na
atualidade, como o crossfit.
1. INFORMAÇÃO
2. PRÉ-PROGRAMA
71
O pré-programa é estruturado de acordo com as informações obtidas pelo
psicólogo sobre a dinâmica e histórico da instituição e do grupo esportivo e, em
seguida, deverá ser apresentado aos dirigentes e grupo técnico (BECKER,
2000). Após a aprovação do pré-programa, ele passará a ser o programa de
atuação do psicólogo esportivo com os atletas.
3. PROGRAMA
72
atletas e equipes. Essa tendência visa compreender e atuar os fenômenos
esportivos de maneira multi e interdisciplinar. Dessa forma se torna possível uma
leitura e compreensão mais profundas dos aspectos psicológicos e sociais dos
protagonistas das ações esportivas (COZAC, 2013).
Com várias décadas de estudos e pesquisas sendo realizados por
algumas universidades de todo o mundo e aplicados junto a atletas de elite
mundial, a psicologia esportiva vem atraindo a atenção e curiosidade na
preparação esportiva em diversos países visto que o trabalho da psicologia
esportiva voltado para a otimização de performance é uma alternativa valiosa
como auxiliar na obtenção de padrões de desempenho mais altos e constantes.
73
Esporte recreativo: visa primordialmente o bem-estar e a diversão. É
praticado por indivíduos de diferentes faixas etárias, classes sociais e
econômicas. Pode ser praticado em vários espaços e com diversas
motivações.
74
Academias de ginástica: o foco é o apoio aos professores diante da
compreensão dos perfis psicológicos dos praticantes de exercício físico,
bem como elaborar uma consultoria institucional visando promover a
qualidade do ambiente, dos serviços internas e das inter-relações;
75
REFERÊNCIAS
76