Arte Da Lingua Brasilica - 1621
Arte Da Lingua Brasilica - 1621
Arte Da Lingua Brasilica - 1621
ll, 3
f 4f f
arte
DA LiNGVA
brasílica,
Compoãa pel o Padr
gueiIEraSF^heol e Lui s
daCompanhiogo,a de Fi ¬
EM LISBOA.'
Com iiccrçaòosS péríofc?;
ftT S.u.w[ </.f Silua.
.1
P -•'APZOPACÀM.
Or ordem do P. Frincif o Fernã-
des da Companhia de ÍESV Rei¬
tor defte Collegio de Pernambu¬
co, vi com cUriofidade, & deuagar exa*
minei a arte da lingua Brafií ca compo-
fíapeloP. LUis Figueira da mefma Cô-
panhla: ,& na infalibilidade das regras
gerais qUe dâ , & nas annotaçóes parti¬
culares,que põe, & exccições que tira,
não achei fallencia algúasque foífe con¬
tra o corumuin fallar dos índios do Brà
fil. Naordem.&difpofição das cõufas,
que propoem, na clarefa das regras, &
preceitos, que de nouo dá pera as for,
inações dos vérbos,& íeus modos>& té
pos;na mudança que faz de algCisdeiles*
& outras coufas curiofas, que de hquo
acrecetitou.ficá a obra muy proiteitoíà
& curiofa;& fe deue ao P. Luís Figueira
muito agradecimento,por facilitar com
feurrabalhoío muito,que os que aprers
demefta lingua Brafilicã cõftumaoteri
náoobftante aartedoP.lofcph Auchie
ta, que por fçr o primêiço parto deou
muy
ZAPZOVACáM.
jr.úy diminuta, & confuía, como todoj
experimentamos j & íccoufa ha de lín¬
gua do Braíil, que com suais pxoueitd
ic poíTa imprimir hc eila arte pera o
hm fobrçdito. ôiynda & Dezembros?.
à<\6io.
Manoel Carãojb«
PROLO-
PZO LOGO AO LEITO Rl
LVaIc
Das
Das letraslínquegua,fe vfao nejla
ZArtc dd UnguÀ!Braflical
'“l
I
0 & cafos.
$ nomes nefta língua, efimum-
mente, não tem dininçao de
numeros» iingular» & piiuar;
nem também dc cafos *, mas a mel ma
voz fecue em ambos os numeros, & em
todos os catos. v.g. Oca,caía» ou cafas.
A pVaba,ho*é,ou homés..
Os numeros porem fe diftinguemeo
alaQs nomes adjeâ:(uos,que feruern to«
mente de ikgular,ou de plutar; ou nao
auendo cites,fe entende do modo dc ta
lar. E os calos Te conhecem por alguas
prcpofiçoís, ou modos de collocar os
nomes entre fij ou também com os ver
O
Nomes adyãim do fagular,#?^
S nomes adjeótinos, que fign»*,
fkáo coufas Iingulares, ou do
pUrarfomentejfaõ numerais;
^rtt cia língua Brafllica, 3
& os que não iaô numcnds.náo tem di-
fiinção de plurar, &íingvilar,
Ò> Numerais dofingular í:?5oS ie-
guintes. Oycpe,hum; Ymo ôyi, ofe-
gurdo: Ymoçapyra,o terceiro. Oyepe-
umbcjhu&hu. Oyepeyepe, cada hum
per íi.
Os numerais do plurar faó osicguin-
tes. Mocõi.dous.Moçapyc, tres. Mo-
írherúdic, quatro. Ambò, cincò: f. hãa
imõ.que tem cinco dedos. Opacombò»
dez.f. ambas as maõs,
Xepo xepyg, rneus^és, & raaõs; què
faó vinte, Amò amò, alguns. Ccta,ceta
ete, muitos. Ceyj, muitos. Mobyr, al-
gús,ou quantos’ Mobyriõ,muitos. Opa
cpabenhe, opacatu; todos. Oyepcgua-
çu, todos juntos cm hnm cõfpo.
©yepe, junto com verbo no plurar To¬
dos juntos. Na; cíoftrando os dedos,
Tantos. Cic,Pabéj Todos. Yabiõ, ca¬
da hum,. 1. íinguli.
Com os fobcedítos nomes adjeâiuos
Juntos aos fuftantiuos > íignificamos a
jnulúdaõ. Ahc»
dArie da tingtia 'Brajiltar.
Ahe, he o mdmo que hic,cfte,he íítv
g íhr Aõa.he o meftro que hi',eftfS,hc
pinrar. Teya,iignifica multidão de geit
tc.» hecolkéhuo.
Não ha rriois diífonção d,' numeros»
A
D.i dipnçdÓ dos cafos,
Síicomo nu hVtgtn Portugucfa1
cm lugar de cafos ajuntamos ai-
gõis prepoíiçõcs aos nomes. v.
g. Pedro, De P^dro, A Pedro, Pera Pe~
droj Com Pedro^c. A£i também nc-
fta lingua qualquer nome íuftantiuo hc
gouernado, & varia com ptepoíiçócs.-
Th NorrÀmthiQ.
Do DjthiõJ
J)o VocdtíHO.
PRIMEI R A
CONIVGAC, A.M
geral dos vcrbus do JL
: l artigo A.
Modo.Jndicatiuú.
Tempos, Prelente. lmpef£
A
Pretcnto* PlufquaperfV
sdmoUçao i;
ZAnmta^aô i]
Ao pretérito perfeito também fc ajSJ
ta muitas vezes cffa partícula, vman , 1,’
vmosn,que fígoifíca o mefeo que , li;,
vt A jucaumtn, já matei. Ainda quecftá
me fma partícula vman, também poda
íèruir noutro» modo? dç fallar •, como
B9
CÀrlt ddlMguá&rtiJUita! $
fio Impcratuo; vt Tiajucà vman, mat«-
raosja, ou noprdcnte, Ajucvaun, ja
ycnhojouja ycu»
+?• i j o *_. i j! o! • • n v. - *31 *:{ > *v'
Annotaçao 5 «
Excàfao r«
Os verbos» que depois do Artigo À,’
ímmediatamente tiuerem algúa defíaS
quatro fy llabas Ra,Re jRo, Ru, entre rae-
íertõ efta fyllaba Gué, entre o artigo, &
atalfyllaba, mas ifto na terceira pcífóa
fomente: vt Araço, cu Icao ; Ercráço,
tu leu as; Ogucraço, çllelcua. Arcco,cu
tenho; Ercreco /©guereco. Aroqucr,
Eraroquer, Ogucroquer. Arur,Ererur,
fiôu.«çr, &ç.
B3 Bxcei-
t 'lArtl da língua
:vv .. Í,;- :IC-1
:i;fijcce<ifao-2.
JJo.v< • ive.^rhw.
Oi verbos, quedefpois do aríigoim.
piediataroen^ccrn algúa t{eftas iyJIabas
Yo,Nbo; na terceira pdíoa perdem a
tal íyllaba ;ytAy*çVfetcy$y\fyf%oç,
dar de ponta cora algum pao.Aplíotirty
Erenbo.tjiPiptim; çpterrar,o« ptantar^.
íia o - ■■ tiÉiívi-~-í'i A 37 • O/li. 3Vai
FutHfVt.in sãnx pfiSaa
'Ajucane:
Erejucane, Tuniâtaras,
.©joçànei ob ■c£lb'm0*ràyy. r,y >o
t1 • ■ . • Plural..if^.s _
YJí-^nçv./.' vtsMatwwt'; n
FuturOfmodowanddtiuo.
Tcrcjucane. Matar as tu.
Plu.
Tapejucanc. MAtareis vts ontres'.
Modo Optatino.
*r<mpo|>refcnw,& imperfeito,!
. Futuro*
3ljuciraõm5. Oxalamtteeul
ErejucimomSi *3taim tu.
Pjuvatucraáj ’ U*tj eU*i
fjLrtt da Tmgf* Brafiltcil !©
Plur.
yajucamomSJjOrojucaraomã. Matei
mos no >.
Pcjucamomn. ^M&Uisvts,
©lucamtímá. Matem elhh
Modo Termifsino.
*
Prefcntt.
Preterir opcrf.&plufq.perf,
AjiicaumanmoiLajucaumanbecmo- té
eu teria morto.
ErajiJCíumanmo. Ia tu, &c. r
Ojucdumanmo. Iaelle então teria morto»
Plur. >. .
Yajuca,lj Oroj ucauvnanbccmo. Ia nos
*■ *'• entai teríamos.morto*
Pcjucauimnmo. Ia vos outroi&ç,
.G,acaumánmo. Iaellcs<,&c*
Futyrh
'fajucane.’ Matam tu embora*
Ycrejucanc \SMatarastu *
ToitJcanc. Matar aellt*
Plut»
\Artt da líng ua Braplicd, xi
Plur.
Torojucane. Mataremos noc.'
'“Tapejucane. Matarás vos,
Tojucane. xlMatarÁõ tiles.
^ Modo Conjtmtíuo,
Prcfente, Imperfeito, Pretérito,
PJufquaii) perf. Futuro> ■
Modo Infnitml
Prefente, Imperfeito?
Futuro imperfeito)
Prefente.Impfirf. PretCiíto?
Plafquam perf.
Futuro negàtiuo.
Najucaixoene. Eunáo matarti.
N ierejucaixoene. Tu não mataras'.
Nojucaíxoene. EIIc nao matara»
■ P\ur.
Ndiajucaixõene, 1, NdorojucaixocneJ
rNj)s nãomataremos.
Napcjncaixoene. Vos não matarás.
Nojucaíxoene, EUes na» matarao.
*■ >
Àrté da língua 'Braflicd, i5
Tojucaume. N ão mate tile.
Plur»
Tiajucáume» ‘H&o matemos nos&vósl
Pc]ueaume. ^ão mateis vos.
Tujiicàumc. *l%Jb matem tiles.
■,---*-*>---
Modo Optatiuonegatiuoi
Prefcntc* imperfeito,
**' •■ ■ 1 -i-' ±
Najucaixoetemomãí Oxalanâo Matara
eu, ou mataffe. ,*
Wdercjucaixoctemomâ.TV^í' mataras tu
Kojucaixoecemomã. T{ão matajfeelle.
Piur.
D;a jncai, 1; dorojtJcaixoetefaoftiã. T\^So
maiajjewos no.u
" C2 N.ip-i-
CArte da língua 'Braflicàl
Napcjucaíxoctemomã.Z^io/Buííim/wyí
Nojucajxoetcmcmã. Nao matafiê eUes.
+ —--
Futuro'',
[lrtt da Ungud Braflicãl i~6
Futuro,
Pmro.
^ylYte da linfftd 3rafilica.17
Taiueaumenc. Não matarei,eu.
Tísreiacaumene. *»at*ras tu.
Toiucaumsnc. Não matara tile.
Piar.
•Tiajucauaicne, 1, Torojucaumene.
matar tmesnoi.
Tapeiucaumene. Naó matareis vos.
Tnhicaumene, Não matar ao ellcs.
Prefentc. Impçrfeito,'
lucaeynaá. %/o matar,ou qutniom**0}
‘ r ' C4 *a9
CÀrte da língua 'Bnfilicd ?
»sàb mataua -} naõ matas, naomátauai];
;
nao mata , natimataua nao matamos t
ruo tnatauamos\ naõ matais 3 naõ mata-
ueis$ nao rsjatao>aaò mataua8.
Preteriu, Pfo/quamperf.
Jucacymagoera3!,Iuca3gocreymã.7Vííj
ter morto-3 ou que nao matei 3 não matà-
ra-} nao matajle,&c. ■
(Yjucapyreymaõama, 1, YjíucapyrâmsyS
jna. Coufa cjuenatiba de fer mor-
ttjdigna deferuo matar*
Gtmdiol
Otite da língua Br afilie a. iS
Cerun4ie,&Supino aflitto.'
Iucaeyuu; An ao matar.] Ter a nao mi
tar.
SEGVNDA’
CONIVGACAm
geral dos verbos, que
começao per pro¬
nome, Xc.
Futuro.
'Xemaenduarine. Eu me lembrara.
Kdemaenduatine. “Tu.
Ymaenduarine. Elle.
P'ur.
Yandemaenduarine^Oremaenduarine.
Pemaenduarine» Vos.
Ymaendua rifie. • Elks.
Negatiuo.
Naxemaenduarixoene, Eu não me,&c.
Nádemaenduarixocne. Tu não.
Njiua-
ZArtt da língua 'Brafilica,
Nymaenduarixocnc1. Ellt ntô.
Piur.
Ndíandemaenduarixocne, 1, Ndòreráã
L.« J
«nduarixocnc. Nosnao.
Napemacr.duarixoene» Vosnao,
.Ny,maenduaiixoenc. Ellesnaoft Um-
brarao.
Modo mperdtiuol
Prefenteí
Demacnduar. Lcmbr&tc tu»
Ti m an du a r. ttmbrefe tUe.
Piur.
Tiandemaenduar. Lembrtmonosl
Pcmaenduar. Le-mbraiuoj vos. ..
Tunaenduaj*. Lcmbremfe tiles»
V
Ncgatiuo.
Futuro,
Tandcrnâcnduáríiie. Lembtarteasl
- . P^ur*
Tapcmacnduarinc. ^Letnbraruojèi s vot.
Neguttuo.
i'andemaenduarumene*..V4gíf/fcwl
Plur.
Tápçmacnduaiumtac. ‘NJ-o vo$ lem*
brareis,
Modo OptAtiuo*
Preíçnte. Imperfeito:
Xeraaenduarremomá. Oxala me lembra'*
ra eUiOU me lembra/Jc.
Nderoacnduartejr.orcá. Te lcbràr.y ut
Yoiacndiifrctffion 5. Sc lembrara cíle.
Plur.
, Arte da linguaTBMplica j
Yandcmaenduai,l,oremaenduartcm(J
má. Oxala nos lembráramos, ou In
brajftmos,
Pcmaenduartcmomã. Vos lembrareis vii
Ymaenduarccmomomâ. it ltu>brar&'
tiles.
Negatiuol
Kaxematnduanxoetcmomã. Oxalaig
não lembrara enramelembr oji.
Kandcmaenduaríxoeteraomã, ‘?£12<mí
lembraras. •' *
Nlmaendiiarixoètemotriã. T^Jofelení
brara tile,
PluÍT
Diandemaenduarixoctemomã, 1, do’é-
maçnduarixoctetijomã, Oxala tos
não nos. ,
Napemaenduarixoetériíomã. Vos nãilc
trarei s.
Nimaendi^rixoctCmoma* Stnãolmj
bxarao„
Prefeito
JtYte da língua %rafil\cál
Pretérito, Plufjudm perf.
Negatiuo*
Naxemâcnduaríxoemeimãjljmeímoniã*
Oxala me nào tinem eut ou tiuejjè le-
brade.
Kandeidacnduarixocnieiniãi Ij mefaxH
ma- Tu*
Nymacnduaríxoemeíraás 1, meimoniSL
Elle.
P!ur*
Dyandemaendaanxoc.l.Dòreraaendu-
D i m
.£ÀrU h Imitia ‘Btafilicãi x
arixocmeimá, 1 meimotr.ã, ^C,os.
K3pemaenciir.nxOv,racimã, 1, meimc|
má. lrot» _ . _
KymEcnduaiixocmcimã»I > mcunoitiji
Elles. ■
Turno.
Xeir.acndusriuomã. ‘PrazaaVtes^it
me Umbre.
'Ndemaendoarmoírã. Que te lembres tu
Ymacnduarmomã. Que/e lembre elle.
PJur.
Yandemaenduar, 1, Orcmaunduarmo-,
j- ■ n ã, Vrttza aDtos q nos libremos ncs
Pcmacnduarmomã. Que vos lembreis.
Ymacnduarvrioma. Quefe lembrem,
Negatm,
NaxemaeiiduarixoemoHiá* Praza*
Veos que v~io me lembre eu,
Nandemacnduarixoemonaã.Qwe nao voi
Nymacnduarixocmomã. Elle.
Plnr.
KJiandcaiaenduanxoemoinã, I, DorC*
maendua;
^irtt da Ungua Sr apical '±4
rnaenduarixosmomá. Qutnão nos
lembremos.
NapinueiídiUrixocmo ma. Vos.
N y m 3 enda aí íxo cra 0 tnã. Eíles.
Modo Pcrml[sim.
Preícnte,
Taxemacnduar. Lembrerns eu%
Tandcmaanduar. Ttt,
Tyraacaduar. Éllel
Plur.
Tiandímaenduar>UTcremaénd«ár. nos\
Tapemaendtiar. Vos.
Jimaçnduar. EHes.
Negativo.
Taxemáenduarurae. cl{jati me lembre eu\
Tandemaenduarume. Tu.
Tymaitidiarumc. Elle.
Tíande,!, Toremacnduarvimc. TS^osl
Tapemaenduarume. Vos.
Tymâenduarume. EH ui
Pl " tmP#<
CArte da língua, 'Brdflica,
Negatiuo,
Kaxcmaenduarixocmo, í, Naxctnaè*f
dnarixoeumanmo.I, Naxemacnd-
arixocbeemo. Nao me lembrai#
tu-, ou naí me leria tu lembrado.
Handemaenduarixóerno,&c. Tu,
Nyn\ocnduanx.oemo,&c. Bile.
Plur.
Náiandcmaeíiduari.xQcmo,l> dorematf
duarixoemõ,&c. cNj>s,
" "■ “í *■
ydrte dalinguítíBraflicA. íj
Kapcmacnduàrix ,cmo,&c. Vos..
Nymacnduarixocmoj&c.. Elltt.
Futuro].
Taxemãanduaune. Lcmirem íi£
Tademaenduarinc* Lembrejle tu.
LTimaénduasinc« Ltmbreji tile.
Plur.
(Tyandemaenduarinc, 1, Tòremaendmr^
rinc. Ltmbremonos nos.
Tapemasnduatinc. Ltmbr a uos vesl
Jymaenduarinç. Lmbrmjt tiles.\
NegAtm]
Modo Con)mtiuil
Megacm.
Modo Injtmttuo,
Prcfente, Imperfeito?
Negdtmo'.
Negdtiuol
Xemaenduaragoereyma,!, Xemaend*;
arei mago era. 7^45 m ter lembra*
do]
jtrti da lingtã Er afilie a] 27
do,oH que me nao lembre ,nemlcbrarat
Ndemaenduaragocreyma,l.demacndu-
reymagoera. Tu.
Ymaenduaragoercyma, 1, Ymacniuar-
cymagoera. Bile.
Plur.
Yande,l, Oremaenduaràgoereyraa, I»
Orcmacnduarcy magoei a. TSios.
Pemaenduaragoereyrr,a,l,Pemaenuuaf
eymagocra. Vos,
Ymaenduaragoereyma,!, Yraaenduar-
cymagoera. Biles nttòjt terem lene»
brado,
Futuro perf.
Xemaenduaraóama. Ver* me auer d’e
lembrar.
Kdcmacnduaraõama. Tera teauerej.
Yiaacnduacaõama. ‘Reraelltfe.
Plur.
Yàndemaer(duaraõama»lj Orcwaenduar
aõatna.
Pernacn:
ZArte da Ungua ‘Braflica,
Pcwaenduaiaõama.
Ynuenduaraôáma
Negatittõi
Kctnacnduareymaóama,l,xCmàendu2r
aóamcyma» Tera mt naoauerd
lembrar.
N Icraaendnareyimõ ama, &c.’
Futuro imptrf.
Nègxtiuol
SCeráacndtiarnmboercyitiaí Qtiemvao
oauera de lembrar, &c.
Gtrunlio, tySttpmt
&nt àà íiriguA Braftlica. z8
Kíraaenduaramo. Lembrandorni eu j A
me lembrar, & fera me lembrar.
Ndcmaenduararao. Ltnbrádcte
Omacnduaramo. Lcmbrandofe elle; &c.
Plur.
VandemaccduáraffiOj l Ortir.acnduar-*
amo.
Pemaenduaramo* Uehrar.âouos vos,q^c.
Omaenduaraaio. Lembravdefe clles>&c±
Negdtko]
JJCcmãendúareyínan o. Nao neUmlrã-
do etr3 ou A me nao lembrar. ‘Pera mi
nao Urr.br ar.
Kdemacnduarcymamo’. j^dotelemlrari
do tu.
Pmacnduarcymsmo. ‘JSiaofe lembrará
do elle.
Plut\
^audfircachdiiarcymámoj, 'Orctnaei**
duareymamo.
Pemaenduareymsnso, &c.
1Omaendiureymamo,&c:_ _
No tefç que nos gerúndios o i rono^e
^Arte da língua Braflica.
nas terceiras peíTo-a. fempec ne O ; afft
neftes verbos de pronome, como nos
verbos neutros de artigo.
O
* Dê verbo Di^er,
Prefente.
'Ae. Eu digo. ^
ErrI 7“u diZ.es.
Eí. ElledíZ.
Piur;
Yae,I, Oroè. 3\£w.’
Pejè. Va dlztiít
Ei. Ellesd!zem'.
Terceira pelíòa relatiua. Yeú.
—--— ■ --
Imperativo,
Prefcnte.’
Conjuntiuo. Ereme.
InjinitsiiO. E. Eagoèro. Eramãj
Eirtínboéra. Eaõáma,
Gervndio Supinot
Prcfentc,'
Conjuntiuú.
Turetne.
Infin. Tura. Turagcèra. Turátná,
Tuiamboéta* “
Sup. Turaõâma.
Gtrun. Guyiú. Eiu. OiS.
Pluiv
Yaju,l, Otòju. Pej& OiV:
Verbal. Tuçaba. Tempo,ou caminho por
ondejè vem.
DoDerbo Apoti.
^potí, Er^pôti, Ogucpoti, I, Opotíj
Terceira pefToa relatíua. Ccpotíuí
Jmferat. Epoti, Toguepoti.
Conjunt. Tepotircme, Cepotireine.' "
J/ifinit. Teppti, Ccpoti/Cepotiagoc -
ra, &c. -
Gerund. Guipotiabo, Epotíabo, Opo-
tisbo, &c_
V/rlais. Po tiara, Potiaba.’
2>,
yyirte da língua B ra flka. 54
DrterbêJtf. Envou.
Aço,ErcçojOçó, &c. x
Terceira peíToa reiatiua. C,ou.
Impeytt. Ecoai, l,Ecoà, Toço. Pccoãí»
l,Pccoá-
Conjunt. C,orcme.'
InfniU C,o.
Cerund. Guyxobo,Eçobo, Oçoboj&c.
Verb*it» çoara, coàba._
A rezaõ da variedade das letras das
terceiras pefloas relatiuas, que corr.bi-
fiaò comasdoConjuntiuo, & Infiniti-
uo, feverà melhor adiante nas annot.a-
çõesgerais,qac pomos fobre os verbos.’
P<t irregularidade de alguns yerbos ae-
tmos, jHe defpois do artigo tem im~
mediatamente algi*a defl as
Jjllabas R af%etIlo,RutJ>t
Araço, Ar eco > Aro-
qtter, Arur.
Delia forte de verbos farsifiõs meít'
faq adiante i nu§ porque f.Õ ta.nbcm
lArtt da língua %■ afilie a,
irregulares, aínaa queguardaõentrefiâ
meima ordem, porcinos aqui húacon-
junçãodelles, fazédofomentemenfaõ
de íiias irreg ularidades, nos modos, &
tf mp.os - cm que as tem» t
f
* i
nome, Vtrbo, Participio. PrepQ
ffao,Aduerbio, Interjei-
A
çaoy Conjunfao.
Segunda regri.
Todos os verbos a&iuos,(& não oij
trosj/que fe começaõ por ç, comzeura,
conferuáo o ta 1 ç,quando ficão rclatir
uamente. f. quando o accnfatiuo não fi¬
ca immediatamente antes, vt, Baccatu.
aceTupãraucuba; Baecatu Tupá ace
çauçuba. Sendo accufatiuo do verbo
cauçuba,o nome Tupá,na primeira ora¬
ção fica irarnediato aoyerbo,& mudafe
Arteâa hngua ÍBrafUia. 39
-oç,do verbo em r: E ria ícguuda ora-
çaõ por não cftar o accuíatiuo, Tupã,
immediaro ao verbo, faláfe por relatiuo
& por iílo fica o çauçuba por rcla^
tiuo.
Bo e?ronomcl
Pronome hé aquelle, quê fe põe crS
lugar de nome dc qualquer couta. Eí-
tes íaõ contados. Xc, Yxe, cra lugar da
primeira pcífba.cu* Nde, cnde,em lugar
da fegunda peffoa Tu. Ac, Ahé cm lu¬
gar da rerccira pcíToa cHc, Piur. Ya ndc
N os com vofe© juntamente. Ore, Nos
íem vos. Pcé> Vos outros. Aõa> Elles,
OH aquelles,
Ae,Aéaê,AcmemCj elle, ou elles.C4
I, Yco, cfte.ou cfles;Cobc.e, Ang, yang,
Anga,uí, Ebul, Ebuinga, cffe, ou efles.
Aqueij Aqueya, Eboquei, Eboqucva,
Aipo 5 alpobae , efíe, ou eftc, ou eftes,
&Ci EfteSjdc alguns mais, que fe acha¬
rem, feruem a ambos os numeros, & a
todos osgcncros.
9
xArte da língua SraflicA]
DO VEMO,
Jnnotdfíto /.
Anmaçdo II •
Annouçao III.
Nas conjugaçoens fizemos muitas ve
Arte dAltpgMBraJiUcÀ
zesmcR.faõda terceira peuoa rcíatfúíj
agora fe deue aduertír', qne cr,ufafeja,
&he de muita importância efta-anno'
tacão.
Todas as terceiras pefloas de qual-]
iquer verbo, quando antes delias fica a.l-
gõ iduerbio,ou prepofícáo.ou gerúdio;
ou fe relatamos acoufa.de q jaYalamoS
pertencédo ao tal verbo(fendo neutro,
como nominatiuo;& fedo adliuo.como
accufatiuo ) nos tais cafos as terceiras
pefloas feformaõ doutro modo.vt Ebo
quei Pero f ou. Eis la vai Pedro. Cori-
teim yxou, agora vai>ou foi, Ndacrojai
ymaenduari,nem por iflo felenbra.
Epcrafefabervfarde/hí mdodefal
lar.fe p5e as feguintes regrasjcercada
formarão defta terceira pelfourclatiua.
Primeira re^-ct.
Se o verbo he de artigo, tirafelhéo
3'tigonaqueJIap;íToa.Efe hedeprono
me, tendo na terceira pcffoay, ficaíhc
cífe
CÃrit da Ymgua 'BrafiCica. $1
Efleyj não citando o nome prefente:
&fetemjo com zcura,ouT , também
lhe ficaõ, & citando o come prefente,
fe mudaõ em R. Exemplos fcjaõ qs fc-
guintes.
QuecC Pedro coií, ontem Pedro foi::
â terceira peífoa Oco, perde o artigo ò.'
Quccc Pedto ndcrcce ymaenduari: on¬
tem Pedr o de tife lébrou. A 3.peffoa té
y,rclatiuo, Mas fe Pedro eftiuera imme-
diaro antes do verbo,efeuiaria o y, refa-
tiuo: defta maneira Quéce ndcrcce Pe¬
dro maenduari. Qpece caa rupi Pedro
oguatabo fopari. Sc Pedro eftiuera im¬
iti ediato ao verbo,mudaria Of, cm r,vt
Quecc caa rupi oguatabo Pedro ropa-,
ri.
Com os verbos á<io*, tirandolhe b
artigo, O, neceífaríamente fe lhe ha de
por antes dellc o accufatiut* nome, ou
ícurelatiuo, vt Coriteí Pedro xeruba
roónguetau, Agora Pedro com meu
pay fdlou. ( Xeruba^ hc aceufatiuo
itnmediato ao verbo , Monguctau.
E não
TArte Ia língua Brafilie a,
Enío cftaiidoimmediato,0uu:ra(leéfc
tar o rclatíuo y, vt Xe ruba coritcim Pe
droymonguctau. Sempre o relatiuo re-.
fere o nome que fica raaís longe. Baete-
tiruáace çaucubacoce,acc Tupáraucu-
b', Ama homem a Dcos mais do qne a-,
ma apodas as coutas. Bactetiruã, hc ac-
eufatiuo do verbo çau^uba, que por fi¬
car longe, temo verbo feu relatiuo ç.
E no fegundo lugar, por ficar o accufati
uo Tupã.immediato ao veibo, mudafe
o ç. emK,Tupá rau.ubi f, . .
Os feis verbos Ayofoc, Ayocib, À-'
yocub, Aixuban, Ayxoo, Ayxutl.Náo
perdem o c.nem o mudão em fUomo ta
bem os verbos neutros, começados por
fiCom zeura Mas fe lhe ficar y, relatiuo
iinmediatOjmudaraó o c,em x, com® ja
temos dito. vt Quece pajé bacacibora
epbani, ontem.o feiticeiro chupou o cn
feimo. Bacacibora, beaccufatíuodover
bo aéliuo fubani: & fc o accufatiuoficà
ralcngc.diriamos, yxubani,vt Quecc
baeaci bora paic y*ubani.
Ate*
sAm da língua Braplica, y3
lAícgora temos dro ncita primeira re¬
gra ,& teus appendiceSjdo principio, ou
primeira letra da terctita peíToa , a que
chamamos rclatiua. Agora trataremos
daslctras, em que cila fe acaba . Seja
pois por ordem 2.
Segundaregrai
Terceira regra.
Quarta regra,
Todos os acabados em álgum diph-
tongo c om til.ou fcm til, não tira, nem
acreccnta nada no fira- Acai,CJ, Aim o
fãi,
lArte âa lingHA Brafilia 2
çSijttioçãi.
Pera ic negar efta terceira pcíToâj
os verbos » que tomãov»oil jota»
mutião eílas letras em efta diçaõ, Eimi,
vt mondou,mondoeymi. Os acabados
cm diphtongo>nâo mudáo nada,mas a-
crccentaõ a mcíma diçãoj Eymi. Cáí,
Cáicymi.
He muito pera aducrttr, que aeflas
terceiras peíToasrclatiuasjnão folheie*
ucrade nominatiuos as terceiras pcf~
íoas3mas também a primeira fnue; vt
F.bcqoei Pedro çoU, Eis que vai Pedro.
Eboqueixeçou, Eis que cu voj. Mará:
p« xcçoueymi.não fei porqueíáofuú
Todos os verbos a£liuos,qxdeipois
do artigo tem algúa das iyllalxsRa.Re»
fto,Rr,dos quaes diíEmos, ircteré naS
terceiras peffoas a fyllab3 Gue.ias tercei
ras peíToas rclatiuas,miidaó a ?a\ íyllaba
Guè,cm Ce. vr Araço, Ogocraço, & na
íelatiua, Ccraçou.
^Armotacâo IV,
Ainda que o comum das Ihguas fcjaj
cçncoí*
CArtt dàtingiã Êr'apeai
Concordar o nomçfingular com o verba
3rto fingularj& o de multidaõ com o vec
bo no phlrar^com tudo ncfta liagiia to¬
das as vezes qur fe ajutaô dpus nomes
terceiras peftbas>hú dos quaes aja de fcC
ap£tíinatiUo,& oucr© accuíatiuo>o q he
nominatiuo do íingular pode ter o ver¬
bo r.a primeira pefíoa inclufnia, do plu-
rarí mas iíto-/© mente nos modos, qua
cem artigo. (í lndieatiuo,& ©putiuo.í
pera dizermos, Pedro rnatou húa co-,
bra, podemos dizer de duas maneiras.
Pedro Boyá ojucá-, ou,Pcd/o boia,'Ya~
iucá. OxaíâlcuaíseDeoscedo á meu pai
pera o ceo; podemos dizer,Ogueraço-
temo çapyâ ibacupeTiipana xcruba mh
Du melhor,Yaracotemo çapyâ.&c.Pare
cera barbatia,concordar teteeira peííoa
no i<ngular,c6 a primeira do plurar.MaS
tiao he de cftranbar, poi's também na !in
gua Grega elegãtifllm temos CxempJo
íemelhante, porque cqmUmente os no¬
mes neutros no pjurac> pedem o verbo
no CiDRular: vt treKu Afoiwalia
H Currit;
Jirte da lingtia Braplica.
cur.rir j faõ modos de faiiar d'e varias lín ¬
guas.
Annetaçaó V.
Acerca do ImperaTuo,êípermiflíud
dos verbos,fe ha de aduertir,que neftcs
dous modos fe ajunta ordinariamente1
a letra T, ao artigo do Indic'atiuo-,& o
modo de fe ajuntar he o feguiri te.
Todas as vezes que o tal T„acha diã
tc dc íi letra vogal, faz c0m ellaiíyllabaí
ou cíía letra vogal fí ja do artig;ojou fe.’
jado pronomesnos verbosde pronoraej
ou ícja doaccufctiuo dos verbos
uos, quando otiucrcm ímmediato aít;
E todas as vezes que ofobredito T, a-
cha letra confoante.toma a letra A, pc*:
ra fazer/yliaba antes da talconfoante.
Exemplos. Aiucá,TaiucâfTereiucà,&c.'
Tymaenduar, Toremaehduar. Comac.
cuíãtiuo do verbo aél;no;vt Tyandeiu*
cà, Tore iuca, matenos. Neftes exem¬
plos vemos como o T, ía2 íyllaba com
ai
^Artt àa IhgUd $ra]ilic*l\ $5?
âslctrds vogais.qne acha» Nos feguínteS
toma A. Yâpcjucà, Taxemaenduar, T*$
xejUcá.
O mefmo q je diífemos do T , fc ha
de entender das letras fcguintes, KD»
Nd. nas negações dos verbos, vt Naiu
cai, Ndercjiucai, Doittcai. Naxemaen-
duari, Sec.
Annouçao VI.
Acerca do Conjtimiuo fc hà de no¬
tar primeiramente,que ncllc,&nos roais
modos,q.ie fe leguem,fe perde o artigo
dós.verbos,que o tem (ainda que .os ge¬
rúndios dos verbos neutros tem feut
artigos)
Sègundariamente fe ha de notar,que
todoscftes mefmós modos fe formaõ
da terceira peflba do Indicatiuo. E ad-
Uirtafe, que na formaçaô deites modos
da terceira peffoa conflftem as princi¬
pais dificuldades da grammatica defta
lingua>& pera as vencer facilmente,po*
Ha reinos
Me â(t Imgutt %-ofiliá,
rcmósflqui regras certas,& claras.'
*** à. C * 1 * • *-* • J #> •' • - *- - 4*- ^ • . * */./'> i1 *
Z‘S"l> * ,,
Todo
,-Arte da lingua^Rraflica. 57
Todo o verbo acabado rio Indicati¬
vo cm qualquer vogal fingella da primei
ra feria acima, ácrècenta ao Indicatiuo
cfta diçaõ.Reme, pera formar o conjun-
tiuo,vt Aiuca, Iucareme-
2. T odo ove rbo acabado no Indica-
tiuo em algúa das vogais com til da fe-
gunda feria,acrefcéta efta diçaõ Neme,
pera formar o Conjuntiuo.vt Ainupã,
Nupanemc»
3. Todo o yerbo acabado em algum
diphtongofem til,oU com til,da tercei¬
ra, & quarta feria; acrcícenta a fyllaba
Me,pera formar o conjuntiuo.vt Acai,
Caime. AcenòUcenõitne. A cites
fc ajuntaõ os acabados na letra confoã-
te B, vt Aimondeb, mondebme.
4. Todos os verbos acabados na letra
M,acrefcentaõ hum E, Anhotim, Time.
5. Todos os verbos acabaduS em al¬
gúa das outras letras confoantes C.Ng.
>í.R.acrefccnracftadiçáo, Eme, pera
formar o Çonjuotiuo 5 vt Apac, pake-
me. Aimonhang, monhang-eme.
H4 Aya-
Cirte da littgmlBrãfôcdl
ÍAyaiuban,iubancrac-.Ajpocar, pòãrg
gje. ■
Da nega fao do Conjuntivo,
: or ’ . "
tf.Rcgra, Todoseftes verbos noC3«
juntiuo fe nègaõ ccrr, fe mudar o ç acre
çentaõ,ncfla dição Eyme .vt Iucarcmc*
iucaeyme, CaimejCaieyme, &c.
Daformacao do Jnfimttúò? -
Segunda regra.
Todo o verbo acabado em afgú dipH
tongo, ou tenha til, 011 não. E todos os
acabados em algua confoantc.hiís &ou
trosacrefcentãoaletra A»no ínfíoitiuQ.
vtAçài, Càia. Acenõís cenõia. Aquer,
gúera.
Da negação do lnfniúuól
Pera fe negarem eftes iofínitiuos, os
verbos da primeira regra tomáo efla di
ção>Eyma:& os da fegunda regra mudã
a letra A, na meima dição Eyma. Iuca,
Jiicaçynta. Qucra, Qucreyma.
Terceira regra]
Todo o verbo de Artigo acabado nas
letras I, V, nao purpj acreccríta no ge¬
rúndio Abo/Aiquttí, quitiábo, Aipord,
Póruabo.
Quarta Regra]
Todo o verbo de artigo acabado èm
V, puro, muda cífe V, cm Guabo. vt
Ambaeú, mbaeguabo. AIS, Guabo. Afc
XUÚj^uguabo,
Uginh*
r lArte da ItugnA^Êraflich
■. •.- ■
Quinta regra.
i -' '•>!»■'»- ■ (_ ■
Todos os verbos acabados ne(las li*
tras com til, 1, u, acreícentio no gcrui
di > Amo. vt Aiquítí, Quitiámo. Aim»
niiemú, Monhemuamo.
Sexta regra.
Todos os verbos acabados neftas le¬
tras com tíl ã, c, õ, aciecemaó no gerú
dio Mo. vt Aitiupã, nupárnoj Aimoeé,
Moeémo. Açapirõ, çapirõmo*
2:.*i cbsd-; ?.*: ~ . A -;.b cchc / or.boT
Sétima regra.
Todbs os verbos acabados era dfphtotii
gos com dl,ou fem til; & todos os aca-
dos cm qailqúerconfoantes acrefeen-
raó no gerúndio a letra A.vt AcàdCaii*
Aimongarâo, moíigaràoa. «fí ScforB,
rr.udaríehaemP* Vt Aiiuonadcb. moin-
depa. '
Èx:ei‘
J4rte âa língua Brafilicfi
Excei$áo'yrijcil
Todos os verbos’ acabados na letfi
R, no gerúndio o perdem, vt Aquer.*
Guiquê. Açacaar , çacaà. Aimopor,
Mopo.
Da negâfao dos Gerúndios,
Todos os gerundioj dos verbos dc
artigo,de que ategora falíamos,ou fcjão
neqcros,ou a&iuos, fc negaõ mudando
lhé todas as letras,ou letra, que fe lhe a-
Crefcemou,ncfta dição Byma. E os que
mudaraõ algúa letra fua , a tornão a to¬
mar; & os que perdem a letra R, a tor¬
não a cobrar. Dc modo que eftandocõ
a lerra final da terceira peífoa do prefen
te do Indicstiuo,& acrefccntando Ey-
ma,ficão gerúndios negados,vt Iuca cy-
ma. Mondo cyma;GuyquerdmaiMon
dcbèyma.
Aduirtafe,que cs gerúndios aífi affir
jnatiuo$,corao negatiuosdos verbos de
artigo %
Arte dalingua *Br afilie a
àrtíeo, mu.tas vez $ recorrem coni õf
infiniuuos, afirmarmos; ou negatíuoi.
outras vezes eiifrer m, f rincipalmcnce
no affir.matnip : o que íc entenderá das
íçgras acim3 portas.
Segunda regrai
Todós os verbos acabados na letra
N. E nos diphcongos com til, ãi3 íj, ai>
úi, formaõ os verbais em Dara . Daba.
Aípoban, Pobandara, Pobandab3. Ai*
mofãij motãidara, mocãidaba.
T ercetra
CArte da língua 'Brajilicai
Terceira regra.
Quarta regrai
Todòs os verbos acabados em Bj
dão oB.cmPára, Pàba, vt Accrtdubi(
çendupâra, cendupàba.
Qumtaregràl
Todos os verbos acabados em C,foi
ínaó os verbais cm Cara, Caba, fem ze-
ura. vt Aimondoc, Mondocara, Moa*
docaba. .f '
Sextarogra.
► Todos os verbos acabados émNg,
ãcrecentão Ara, Aba, vt Aimonhang,
inonhangara, Hionfaangaba,
Sttb
lArtt da Ungtta Brafiliea. 6j
Settima regra.
Todos os verbos acabadoã èmM’
àcrecentáo Bara, Baba 9 vt Anhotiin’
Timbãra> Timbàba*
Oicaua regrai
Todos os verbos acabados em R,mu
dão o tal R,em çara, çaba, vt Aimboúr,
bóUfara, bouçába, o ç, com zeura.
Todos eftes verbais fe fazem preté¬
ritos, ou futuros com algúa variedade
de letras ,ou perdimento delias,vt Iuca.
^ára, Iucaçaroera, Iucaçaráma,&c.
^Rece) ou no relatiuoCcc£,íignifca o
mefmo que propter. Tupárcrr r>ora~
mor de Dcos,ou por Dcos, & afli e ;u-
raporDeos. ^ Também he o me imo
que Cum. Aba omendat cunha tcce,hGr
homem cafa com huamolher. ^iTam-^
bem fe diz mui elegantemente. Naxe-
rub potaride tece, náo vos quero ter
por pay. Naxerayg potari de rece, não
te quero ter por filho. H Atupã mong
-eta dc rece; roguei a Deos por ti, ou
cncomendeite a Dcos. XÇ anguicoaib
dc rece. por ti ando affligido. Ndema’
enduarxerece,lembraiuos de mim. Na-
xcreparai nde rece; eu não meefqueco
/irte da lingua "Bra filie d
Hévos. Apoar de lecene 5 eiuosdèdã?
muita pancada. Oiço cunha rece, habet
rein cumfsemina. Naicoide tece j não
entendo corn vofco* Enhemoncerai-,
ume xe rece-, náo zombeis dc mim , ou
náo brinqueis comigo, Apococ bae
recc ; às vezes fignifica furtar * & ou.
Cras vezes applicaríe ao trabalho.
) He o mcfmo que a de cima Rc-
cc; algúas vezes fo a melhord>úa , que
a outra, ... .
Cotyg) heome/mo, queVérfus:
Tapijraoço oçacotyg. As vacas foraõ
jpera a banda das cafas.
Pupé; he o mefmo, que In; com
blatiuo. Xeroca pupé, em minha caía.
Tambcm íigoifica Corq ^ como com
alguminftrumento fazer, ou obrar al-
gõa coufa. Ainupã xerayra ybyràpu-
pè; açoutei meu filho com hua vara, ou
pao.
Cagei) de traucj , Ex aduerfo,
Our xera gc, fahiome de trauçs. Cagei
Rciatiuc,
Roire,
Cirte dá lingm Brafilica? 65
Koire; Rirê; Ke ) íaõ o mefmo , que
Poft, ou Poftquam. vt Xeço roiie.tere-
ço: Ireis d.cfpois de cu ir: çudeípoisde
minha ida,
Eymebe) he o mefmo que Antci
du Priufquam.vt Xeçoeimebé, tereço,
ireis antes de eu ir.
Yanonde) he o mefmo que a de cí-
na; mas fempre fe fopõc auer de ter
rífeito o precedente, vt Xeço yanonde
mtes de eu ir,& reucra eide ir.
I.) A letra I, jota, também he pro-
joíiçáo algúas vezes, junta com nomes
ie parte,ou lugar, & fignifica o mefmo
queCirca ,vel Ad. vt, Enhonong de
itaingapema ndecuai , ponde a voffa
efpadaàilharga, i.íidecua rece, Atoai,
i. Atdá rece 5 ás coftas fobre os homw
bros. Pygtai, feu pygta rece, no calJ
canhar. Ai uri, ao pefcoço. Ygbyrí^
ao longo. Guiri. i. Guira rece, debaixo.'
Taquipoeri, polo rafto. C,obai. i. ço-
baiarece, da banda dalem. Xecopocui,
cm quanto «u vour
í Arte da língua Braplica]
Pyrij fignifíca o meimo que a prepo*
fiçaõ AdjCom accufàtiuo de peíToa.Aco
xeruba py rí,vout<fr com mCu pay. Ta.
pijra oço ogoapíxara pyri, o boy foipc*
ra os outros feus companheiros. Mas
nunca tem accufatiuo de lugar.
Note/e que todas eftas fc pofpoema^
os nomes.
JDo Adverbio.
Aduerbios de tempo.
Hrimbaêpe? Quando?
Baèremepc ? Em que conjuiiçaÕ, ou
horas?
Uelugarl
Vmápe, l,vmàmcpe? Aonde; em quê
lugar?
Mamôpe? Pera onde? E também Aõde?
Mamoçuípe, 1. Vmaçuípe? Donde vem?
Mamorupipeíl, Vmaxupípc? Por onde?
Marangotípt? Pera que parte efta incli¬
nado 1
Aos Aduerbios de tempo Erimbae-
pejBaeremspe, refpondem os feguin-
tes.
£oyg,l,coygr. Ouje, agora.’
Irã
Arte Jd lingua %r aplica}
Irá. Ao diante. lei, foi ja hoje}
leijè. Hoje mcfmo,& hão hotitem.
Ieibé. Foi ja hoje bem cedo.
£o,ème. Pela menhã.
Carúcumc. A tarde. Áribo, de dia.'
Pygtunume. De noite- y Pygçajc,alts
noite.
Arèbo. cada dia. Pygçarebo,cada noi
te,1, toda a noite.
Nàncme. a citas horas.
Àmúme. algúas vezes. «T Amómc, o
mefmo.’
Bípe- em algua conjunção.
Aonhenhc-. Taujé: Taujebè. Logo.'
ííorh Corijé, 1, Corijccorí. Hoje feri,
dc futuro.
$eibé. fogo entaõ. «í C,upibé, iojmef-
mo.
Çoece.honte. Coecc coecé, anteomé,
Acó coece coecêj trafantontem.
Oirá, Girandè, Amenhã.
Coecenheim; antigamente.
Acoéine. antigamehre.
Aêremcjl, Aeremeé. Entaõ.
Coara
lÀrte da língua 'Brajifaa " 70t
IntcrrogAtiim.
Maràp:? Que vai? que queres?
Maràoamope? Porque ta vila, otuezão?
Maráiitmcped, Mbaerenu-pç? Em qué
conjonçaõde tempo?
Baeràtuapeí- Pera que fim?
Iv 2 A-.r...
Jirte da lingua Braplica]
Affmatim.
Pá. S!m, do homem foraenté-
Hthé. Sim, da raolher, & também do
homem.
'Anhè,!, Ayé, Anheraú. Afilhe*
Ayecatu, Ayeracó» Ayeipò. Aflihe-
Anhereá, I, Anheracoreã. Dos homés
fomente. Aflihe.
Anhercí, 1, Anheracorcí, dasmolheres
fomente. Aflihc.
Emonà, Emonaraco. Deffa maneira,'
Negdtiuos.
Incitatiuos.
Nêí. Plur. Péi,Penei. Hurafus, appli-
caiuos.
Keremé Depreffa fazei.
Córiteí. Dcprelfa, logo. Ainda agora;
Ncibé. ©utra ves tornai a fazer.
PfMitiuos.
Aujè. Aujeranbè. Baíte \n
Nanho, Nanhoranhè. Baila.
Aàni, Aaniá Iffonáo.
Aanumè. Não feja a/fi.
K4 fiteu-
Cirie da Ungua *BrdJ%}c$f
Etínmó. Guãrtc náofjças.
Peteim.e, J, Petcpcamc. P]Ur. Náo fa-
CS 15 VOS.
Permifsitíos,
■ • ' • -;q
■ ~:
Nei^Aujebetc. Seja embota.
;Ycpc. Seja, tnas debalde. Ycpe aço.irei
r. hebaldc.
■' *
jTcinhè. Deixaofazer. •
Ldtidaúuos}
Vcatjiet^ Muito bem;
MatuetejYrraruteRbe.Eflà muibe f«ít<
* ' ' Jr,;iU'a> folgo que .lhe. acontecei
***' ■
Jrté da tmgttâidraÇilicá, 74
rAcbbê. mui a propoíko.
Csiipí, çupicatu. muito bem.
Maracteíj marangatu. muito bem.
fcfoétci .náètcnhc. GraiVdem.ente*
Muruangâba.- Muito bem. Òçõ mnru
angába.
"iAdulrlios àmrfos.
Irõ? -Po^ Vedes já? -
Coi c, Denjcjue. Então» depois diffo.
YanJú. Se vçinàinaõ. Oçó yandu.
YpàbPtar ventura. Na verdade.
Naçaubi- Náo fem cauía.
Cocotyg- E por outra pa rte.
Ndaercpú. E nem poriíío.
Maétepc, MaétacòjMaéteranhe. hora
vede agora.
'Amè. Aííi he. às vezeshc ironia.
Memé, Meincce, Mcroètipo, Memcte-
ne, Quanto mais?
Bíá. Mas. Debalde.
Abiã- Ainda cá, quanto mais là. Yquc
ábiã; memétipo Eb.ipò.
Tcnhe'
Arte da lingua Brafilie dj.
Tcnlié. Debalde. Ocótenhè, Foi de*
bilde. • •
Aujcnbé. B;rn cftà afli.
Aujetérawo. Aujebètemo, Ainda bem
qucaíli feja, ou foííe.
Nandè. Mas anres aífi.
M nr.mdè. Mab & como não deuia.'
Aé.no? E çom.tndo iíTo? Aémo erecò,
E com tuioiíTo vas?
Amo. Ainda agora. Aluramo,-arnd»
agora venho.
Aandc. Mas não foi, ou náoheaifi. /
Coriccrfaub, 1, Coriauaub. Muiro dc*
prefía.
DA IN TE RI EI C, AM,
fetimaparte da araç&o.
Yararnê.
Yarameté. $d» fcltdo âf
Yaçoaramonaê* .. >. ptcomo nao he.
Ccrainonae.
Yaçoaramonaemoi
Ceramonacmo.
Rõ. Igitur.l. Yrõ? VedcSifto?
Teipo. Finalmente.
Erombyg.jFmalmente. _.
Ya> Yabê, yabenhé» Yacatú, Yacafi
tunhé. Do mefmo modo.
tCjUpicatú, çupibè. Damefma manei*;
ra.
Coyte, Hnt3õ, defpois difto. p-
!No. Também, outra vc$. ^
Nho> Nhonhe, Nhote. Somente. •
Anhe. Afli he.
Émonanamo. E poriffo, & por tanto.‘_
Rameí, Bcrameí,Becameteí. Semelhai*
temente, &c.
Arte Ia Vingm 'BraplícÀ',
pA SINTAXAy OVCONS*
trate ao das partes da
orafaõt c
Segunda regrai
K 'Quando arcrceira peíToahc tiotpi-
hatiuo> & a primeira^ ou a fegunda iaõ
áccufatiuo • em tal caio a terceira
pcífoa
C^rttid ktgn ptyaflicÚ
pcffoa não tem. .o.artigò cíaroVVt P«3
droxejuca, Pedro me mata j & nãofç
dizOioca. Ndtí íuca,tema a ; Yandç-
iuca,nos mata j Peiuca, vos mata a vos
Outros. E fe o verbo a&iuo fordos
quecomíçãopolas fyllabas Yo, Nho,
perde a tal fyliaba,y;iPedro defoc. Pe¬
dro te picai Ó verbo còt>> ~iíc Ayõcoc.
E os verbos aâiuos , que Te come-
^aõ por ç, cqjozcum, mudaó o ç, etn
R. vt Pedro de rauçub, Pedro tc ama.
farcetrtrtgra*
Quando a tal t$rç!eira pcíToa em no?
mina tiuo fc ajunta com o verbo no Per
miífiiiomodo, ouno Imperatiuo, os
quais tem por artigo Tò, vtToiuc3» ma
te elle j auendo deter accufatiuo a pri*
meira, ou fegunda pefloa, porícha da
maneira feguinte. Taxèiuca Pedro.Tart
dcjucá; mateme Pedro i &matetc a ti.
Tiande iucà, matenos a nos. Tapeiuca,
matcuos a yos ©utros. Tandcrauçub,
7 ame-
(jirtt da língua Br afilie a. * 83
ámete. A letra T,perfeuera,& faz fylla-
ba com a primeira Vogal do nome fc-
guintej & ie o nome feguinte fe come¬
çar por confoante} o artigo To s fe mu¬
da em Ta ; vt Taudepoc, piquete , &c2
De modo que neftes modos Imperati-
úó,& Pérmifliuo , conferuafea letra T,
do artigo: & porque fe entremetem os
accuíàtiuos, Xe, Ndc, que fe começaõ
por letras confoantes , ajuntafe a letra
A,ao T,pera fazer fyllaba com clle.
Quarta Regra,
Quando a terceira peífoá he nomina-’
tiuó, & tem outra terceira peííoa por
acçuíatiuo, em tal cafo leua o verbo o
feu artigo nos tempos s que tem artigo.
Pedro oiuca íaguara. Yoiuca iaguat a,
&c. Pedro oçaupub Tupana. Pedro ama
a Dcos. Pedro oçoc iaguara, &c.
Quinta regra.
* Quandq a fegunda peflba he nomi-
lUtiuo
y^irte da lingua Brafilica?
jhatiuo/& tipa-por accufatiuo a primei¬
ra , náojcua o verbo artigo, coroo dif-
femos,mai fempre lèua configo cila di<«
çaõ Yepé; vt De xeiucàyepc,tu me ma*
tas. Nde xç çoc yepe; tu me picas. Xe*
iucâ yepe. matam* tu.Xerauçubyepcj
amanse tu.
Sexta regra.
Quando a primeira peffoahê rtotnlna-
tiuo, & a fegunda hc accufatiuo, não fc
põe artigo no verbo, & ferue de accu-;
íatiuo dafcgundapcífoa eíla palaura O'
rò,quc he o mcírao que Tc, no fingufar;
& no plurar cftoutra palaura Opo, q he
o mefmoqucvos. vt Xe orojuca ,eu te
inato-, Opoiuca,euvosmáto a vos ou¬
tros. Ore oroiucajnos te matamos.Ore
opoiucà, nos vos matamos a vos. % Os
verbos cj fe comerão por ç, com zeura,
perde o ç. vt Xe oro aucub ; & não fe
diz Oroçaufiibi Xeopoauíub, &n5o,
Oppf^Ufub. ©s verbos que come-i
i/irte da língua Br a filha, 84
fãõpolas fyllabas Nho, Yo, também as
peidem , vt Xe oro.tim , eu te enterro.
Orofoc, eute pico. Os feis verbos
aâiuos.dc que temos feito meníaõ atraS
nunca perdem a letra f,com zeura, nem
a mudáo em R, em nenhum cafo dos fo
breditos, como também os verbos r.eu
tros,que fe corne^aõ pola mefma ictr^
ç, com zeura. Huns, & outros porem
a mudão em X. quando antes dê fi tiuc-
rem concurrcnciadaletra Y, corno fica
dito algúas vezes.
Tudo ò que fe contem nas leis regras
precedentes fe vfa afíi nos tçmpos, &
modos que tem artigos, que faõ todoS
ate o conjuntiuo cxciufíuamente.Mas pe
ra os modos, que não recebem artigos,
que faõ o conjuntiuo,&maisque fe fe-
guem,fcja por ordem.
Septima regrai
Pondofe quacfquer duas peffoas
juntas a qualquer verbo a&iuo , a que
cftiucr iaimediatameme antes do verbo
lhe
J&vit da língua Braflica.
lhe fica fendo accúiàtiuo. vt Ndexeíã2
caremc . Sc vos me matardes a mim.
Yxc dc jucareme,fe eu vos matar a vos
Xe Pedi olncareme, fe eu matar a Pe¬
dro. Pedro íaguara incareme, fe Pedro
matar a onça Jagàara Pedro iucarcmc,
fe a onça matar a Pedro. Damefmama-;
ncira no infinitiuo>& gerúndios,Naipó
tari nde.xcíuca , não quero que tu me
mates. Oço Pedro íaguara iucabo , foi
Pedro a matar a onça,&c. ç Os ver¬
bos adiuos. que çomeçaõ por ç,com zc
ura ("tirando os feis,de que fizemos mg.
çáo acima na fexta regra ) guardão o q
temosditoacima acerca da mudança,
ou perdi,mento dotal ç. Equandoo
accufatiuo fica atras longe do verbo ,o
tal ç, com zeura não fe perde, nem mu.
da,masferue dereíátiuó. vt Tupãace
çauçubmè 5 amando homçm a Dcos,
Tupã he accufatiuo do verbo Açauçub,
niasriáoeftá immediato ao Verbo, porq
fe entremete o nome Acc,
Todo o Ycrboa&iuo alem do feu ca-
fo
'Cirtí da língua firafilha. 8 y
fo direito,a q chamamos ac£.ufatiuò,po.
deter outro algum nome com algua
prcpofiçaõ. vt AimongaCtaTupâ nde
recc, fallocomDcosdc vos. i, rogo a
Deosporvos, .._ ,>
Os verbos neutros todos tem prepo
.(içõescom íeuscaíos.
Quando dous verbos fe ajuntaõ na
oração» pera fe faber em que modos fe
haõ de por; fc haó de aduertir as regras
fcguintes.
Trimtira regr*,
Ajuntandofe dous verbos com hiias
Que, tio mcyo. Ofegundofepõeno in
fimtiuo, vt, Quero que vasj Aipotarde»
có. % Efe oleguudofora<ftiuo,iraao
infinitiuo, líuando confígo feu cafo ex-
preflb. vt Naipotari de xeruba iucij
não quero que tu mates a meu pay.
Efe for eíTefegundo neutros po¬
derá ter feu cafo com fua prepofícáorvt
Aicuab xc recede maenduara j bem fei
que vos lembrais de mim. 5 E fe o pri
meiro
Arte da Imgua Suplica
'melro for neutro, oadliuu com feucã-
foíhe ícruiraõ de cafo con.algúa pre»
pofifâo> vtXcmaenduar dexvraucuba
rcce, icipbromc de que rne amais.
Segunda regra,
Aj.uR.tan d o fc dous verbos fem terem
. Que,no mcyo: prJipariamente fe com-
põe hum verbo com outro ,.hzendofe
"«íclloiishum Iq verbo: vt Quero ir, A-
fOpotar. Qucro.inaiar, A iu capotar. Sei
fazev, Airrionhanguab, Fa^o matqr, A-
^ucauc.ar, &ca . ......
JI! ou t)õ;| 01 ob.'.i,'2 i C. .• O
Terceira regra.,
ç,f; *•; *|0 # Afrflr" . . ’j\ H
-/. Todo.o verbo pofto no mfimtiuopcj.
.de feruir de cafo ao outro verbo, ou cõ
feu cafo, fendo aebuo, como fica dito:
ou não fendo a&iuo, (em cafo,não figni-
íicando pe^modode aceáo. vtEfte ver
bo ço, eítarido no infinitiuo, íignifica ir»
peiVaododc^e/âpiou iigmfica ida per
da língua %rdfi/ica; sg
rhododc nomes deftaícgunda raancira
poefe como nome, & regefe doutro VCP
bo, ou dc prepofição. vt Naiporarí da
fo, não quero ru i ida Xe tfaenduar dc
tui a rece- bem me lembro de voíTa yin-
M QutrtA
Jirte da lingua Traflica,
Quarta Regra,
O verbo fe põe no fupi'no,quarido ã'
linguagem falia do fppino,vt A ver,Pe,
ra ver. Aco xcruba repiacaóama. vou
a ver meu pay. Ellc fu pino também recc
be prcpoííçóes ? porque também fetue
como os infinitiuos, vt Aiur de repia->
caõama rece.
Quinta regrà,
O verbo fe põe no gerúndio quando
a lingoagem falia delle- o qual também
ferue de fupinoj mas não admitte fee
nome,nem fe rege dc verbos , nem de
prepofíções. Aico Tupá mong-etaboj
Eílou fallandocom Deos.
DA SÍLLA3A.
•V?-- - _ .
'T' Òdoí os verbos defta litigua, ou fe
-*• acabem em vogal, ou coníoante,
11a fua voz direita do indicatíuo tem o
acceúto na vitima, vt Aiuca, Aquer,
&c.
Nos maiá modos, ou tempos, em,
que tem incrementos* não nuidaõ o af-
fentoda meíma fyilaba j & as mais íylh-
bas, que crecera> fe facm corridas , de
* — “ "“ ~ ta!
úirte da Imgn p*Bra(jlicd,
ta! mineira, que não fe faz aílento cS5
íicnhu.i delias; vt Iucà , Iucabo> lucá-,
bo, Iucárcmc. i
Nos nomes ha muita variedade,ma$
náó difficuldadc, pelo que cfojfamos fa
zer grande volume.
■ t-j •].'> • " :ii:j
FI NI $; ;;
LA V S D E O,
V IRGINIQVE
mate i.