Ser Rote

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INSTRUÇÕES PARA AMOLA SERROTE.

1. Tipo e Escolha do Serrote:

O serrote comum é composto de uma


lâmina de aço triangular presa a um cabo, em
geral de madeira. A lâmina do serrote é
bastante maleável, a fim de evitar travamento
ao serrar, ou rompimento no manuseio.
Lâminas mais finas tornam o serrote mais
flexível, e o tipo de aço usado
para a confecção deste tipo de lâmina é bem mais mole do que o usado na maioria das ferramentas de
uma marcenaria, tornando-os mais frágeis.
A escolha do serrote mais adequado está sempre vinculada ao tipo de trabalho que se
deseja executar. Em uma boa marcenaria, para começar deve-se ter à mão pelo menos dois
tipos diferentes de serrote comum, a saber: um maior, com 24 a 26 polegadas de
comprimento de lâmina, largo e com lâmina de aproximadamente 1 mm de espessura, com
dentes maiores e espaçados, de 4 a 6 dentes por polegada, para desdobramento de
pranchas; o segundo serrote, para cortar as pranchas de madeira transversalmente, deve ter
comprimento de 20 a 24 polegadas, e dentes de formatos alternados (explicação detalhada a
seguir), com espaçamento de 7 a 9 dentes por polegada (note que a contagem de dentes em
uma serra pode se dar de 2 formas: número de dentes por polegada, como eu faço, ou
número de pontas de dentes por polegadas, o que dá um dente a mais por polegada do que
na minha contagem – atenção para este detalhe em outras leituras sobre o assunto). A lâmina
para este tipo de serrote pode ser de 0,7mm de espessura para serrotes menores de 22
polegadas (desde que o serrote seja largo), e de 1 mm de espessura para serrotes acima de
22 polegadas. Outro detalhe importante a ser observado é o tamanho da trava, que deve ser
de 1,3 a 1,7 vezes a espessura da lâmina do serrote. Serrotes mais travados são apropriados
para corte de madeira verde, ainda que o corte seja mais áspero. Para madeiras secas e
duras o serrote menos travado é mais eficiente e proporciona melhor acabamento de corte.

Além dos serrotes comuns citados, outro muito usado na


marcenaria é o serrote de costa. A lâmina do serrote de
costa é de aço retangular, e por ter espessura bem menor
que a dos serrotes comuns, em geral traz um reforço
metálico em sua aba lisa. Existem, entretanto, serrotes de
costa com lâminas mais espessas (em torno de 0,7mm), que
podem ser usados sem o reforço, possibilitando maiores
profundidades de corte. O serrote de costa é usado
normalmente para
cortes de precisão, como, por exemplo, para cortar encosto de espiga, e por isso requer
dentes alternados. Os mais usados têm em geral 300 mm de comprimento (12 polegadas), e
10 a 14 dentes por polegada. Seu travamento é de 1,3 vezes a
espessura da lâmina, possibilitando cortes bem mais precisos que nos serrotes comuns.
O serrote de costinha ou serrote de faca é muito
usado para corte de rabo de andorinha.Sua lâmina é
estreita e fina (0,5 a 0,6 mm), com dentes menores e
espaçamento de 14 a 18 dentes por polegada. O
comprimento adequado está entre 200 e 250 mm (10 a 12
polegadas). O travamento para este tipo de serrote deve
ser mínimo, ou até inexistente. Pode ser
encontrado com cabo do tipo “pistola”, preferido por alguns marceneiros para este tipo de
serrote.

Outra ferramenta útil para algumas tarefas na marcenaria é a serra


de joalheiro, composta de um arco de serra metálico e de uma lâmina
que pode ser substituída com facilidade. A serra de joalheiro é usada
para cortes de curvas fechadas e delicadas, muito freqüentes em
trabalhos de marchetaria. Para este tipo de serra existem diversos tipos
de lâmina. Para marcenarias em geral, lâminas mais espessas com
travamentos maiores são mais
usuais. Elas devem ser colocadas no arco com os dentes voltados para o cabo, e o corte se
faz puxando a serra e não empurrando, o que pode causar o rompimento da lâmina. Existem
ainda serras com dentes simétricos que permitem seu uso em qualquer direção, de grande
utilidade em alguns casos.

A serra de São José é comum em marcenarias mais


tradicionais. Não existe para vender no mercado, mas pode ser
confeccionada na marcenaria, com lâminas de esquadrejadeiras
manuais ou de serras de fita. A afiação da lâmina para este fim
depende da finalidade. Alguns marceneiros consideram esta a
serra mais importante da marcenaria, devido à sua capacidade de
adaptação para diferentes usos. Antigamente se confeccionavam
serras São José de grande porte para desdobramentos de
troncos inteiros, sendo neste caso usada por 2 pessoas.

O serrote de ponta é a melhor opção para se fazer cortes no


centro de uma prancha de madeira, que não podem “vazar” para
as laterais. Como é um pouco difícil se encontrar o serrote de
ponta no mercado, o que eu fiz foi adaptar um serrote de gesso
para uso em madeira, simplesmente duplicando o número de
dentes, e invertendo
sua direção para que o serrote seja usado puxando ( como os serrotes japoneses), o que
permite que ele tenha uma lâmina mais estreita e de menor espessura.
.

Existe ainda um serrote para cortes rentes à superfície, de


pequeno porte e com lâmina bem fina sem costa, que neste caso
deve envergar ao uso. Até hoje não consegui descobrir o nome
deste tipo de serrote em português. Os dentes devem ser
direcionados para se puxar o serrote no manuseio. É um serrote
igualmente difícil de encontrar pronto no mercado,
podendo então ser confeccionado com a lâmina da esquadrejadeira manual, ou com uma
serra pequena sem travamento.

Para este tipo de corte também existe o serrote de faca com a


lâmina dobrada para permitir cortes rentes à superfície da
madeira. Neste caso, o serrote de faca vem com o cabo
reversível, o que permite o corte nas duas direções. Os dentes
têm formato simétrico e travamento somente no lado superior da
lâmina, proporcionando o direcionamento do corte para a
superfície, e não para a porção interna da prancha de madeira.

O serrote japonês está ficando cada vez mais popular


na marcenaria ocidental. Existem diversos tipos de
serrotes japoneses, mas o mais usado para trabalhos
de marcenaria no Japão é o
“Ryoba-Noko”, que significa “os dois”, já que possui de um lado dentes próprios para
desdobramento de pranchas e cortes longitudinais, e de outro, dentes para cortes transversais
às fibras da madeira. Existem serrotes “Ryoba” com vários comprimentos de lâmina, mas
para marcenaria os mais apropriados são os médios e pequenos. É um serrote de uso geral,
inapropriado para encaixes e trabalhos mais delicados. Seus dentes são menores próximos ao
cabo e aumentam em direção à ponta, o que permite que se faça um canal inicial para depois
proceder ao corte usando toda a extensão da lâmina. Por ser bem mais rígido que o serrote
ocidental, deve-se ter cuidado ao empurrá-lo no corte, pois a lâmina pode se romper com mais
facilidade ao dobrar. A dureza da lâmina, no entanto, tende a diminuir com o uso, pois a lâmina
se destempera ao aquecer. Os marceneiros,na verdade,acham bom, e dizem que quando
chegam neste estado, os serrotes já estão acostumados a trabalhar.

Aqui está outro serrote da maior importância nas


marcenarias japonesas, que equivale ao serrote de
costa ocidental. Para cortes longitudinais, o nome
dado a este tipo de serrote é “Tatebiki”, ou mais
precisamente “Hozobiki-Noko”.
“Noko”significa serrote e “Hozo”significa espiga. “Biki”é mesma coisa de “Hiki” que significa
puxar. Como o próprio nome diz, o Hozobiki serve para cortar encaixes, por isso sua lâmina
é bem mais fina e tem reforço no lado liso.

O serrote “Dozuki-Noko”ou simplesmente “Dozuki”


é um “Hozobiki” com dentes alternados (yokobikime)
para cortes transversais na madeira.
Dozuki”significa encosto da espiga. É sempre bom ter os dois serrotes para a confecção de
encaixes. Atualmente existem serrotes como este com lâminas descartáveis, que cada vez
mais profissionais acabam utilizando por serem mais baratos e apresentarem têmpera e
afiação muito boas.
Neste caso, existe hoje no mercado um serrote
intermediário, com dentes um pouco maiores do que os
do “Dozuki”, e sem reforço na lâmina inteira,
possibilitando cortes sem limite de profundidade.
Como não é um serrote tradicional não tem um nome certo, e cada fabricante acaba dando a
ele um nome diferente. Existem para ele lâminas de diversos tipos, para cortes transversais e
longitudinais, com dentes maiores e menores, que sendo da mesma marca servem em um
único cabo.

O serrote ao lado se chama “Azebiki-Noko” ou “Azebiki”.


Não é tão conhecido no ocidente, mas a maioria dos
marceneiros no Japão tem, em geral, dois deles, com
tamanhos diferentes de dentes, ou um do tipo “Ryoba”, que
possui dois tipos de dentes na mesma lâmina. Servem para
cortes pequenos no meio de uma prancha, ou para rasgos
longitudinais.

O serrote “Kugihiki-Noko” ou “Kugihiki” serve para


cortar pequenas protuberâncias na superfície da madeira,
como cavilhas, “borboletas” etc. Possui dentes alternados
(yokobikime) e menores do que qualquer outro tipo de
serrote, o que no Japão chamamos de “Keshime”, ou
dentes de sementes de
papoula. Em algumas regiões do Japão também o chamam de “Oshibiki-Noko”.
“Oshibiki” é diminutivo de “Oshimizobiki”, que é diminutivo de “Oshimawashibiki”, o que leva a
algumas confusões ao se adquirir este tipo de serrote, pois seu nome pode variar conforme a
região.
“Mawashibiki-Noko” é um serrote de ponta com dentes alternados para cortes mistos
(Ibarame), e como a maioria dos serrotes japoneses, feito para se usar puxando. Os serrotes
deste tipo para uso empurrando são chamados “Oshimmawashi-Noko” ou “Oshibiki-Noko”.

2. Formatos de serras e afiação

2.1 Tipos de Dentes do


Serrote:

Já mencionei acima
alguma coisa sobre formatos de
dentes, mas acho importante
ressaltar de forma
mais detalhada este item. Existem basicamente 2 grupos de formatos de dentes, identificados
pelo ângulo lateral dos dentes. Serrotes de dentes
normais, ou seja, sem os pequenos “chanfros” nas laterais, são eficientes
para cortes longitudinais às fibras da madeira, como exemplificado nas
imagens através do uso de formões (a posição do formão no corte deixa
mais clara a influência do ângulo no corte), ou seja, para desdobramentos
de pranchas. Se usados para cortes transversais às fibras, os serrotes d

e dentes normais podem rachar a madeira, como mostra a imagem ao lado. Para esse fim os
melhores são os serrotes de dentes alternados, porém a técnica de afiação para dentes
alternados é bem mais complexa e demorada, e por isso, muitos profissionais acabam não
usando serrotes com dentes alternados, apesar da sensível diferença na qualidade do corte.
No ocidente as formas mais comumente usadas na afiação de serrotes são as mostradas nas
imagens “A” e “C” da figura abaixo, que são formas de afiação muito eficientes para cortes de
madeiras duras ou médias, na direção das fibras no caso “A” e na transversal às fibras no
caso “C”. No Japão, como as coníferas são muito utilizadas na construção civil, se
desenvolveu serrotes com afiação adequada para madeiras moles e médias, como mostram
as imagem

“B” e “G”. Os dentes afiados desta maneira se tornam mais eficientes para o corte dessas
madeiras, mas também são mais frágeis e só se afiam com limas especiais. O formato “B” é
usado no Japão nos serrotes para cortes longitudinais (tatebikiba) e o formato “G” para cortes
transversais (yokobikiba). O formato “C” e “D” (ibarameba ou barameba) são usados para
serrotes de cortes mistos, para qualquer sentido, como por exemplo, serrotes de ponta
(Mawashibiki-Noko) ou serrotes para bambu ou madeiras duras.Com a lima triangular
comum se consegue afiar os dentes de formato
“D”. O formato “E” de dentes é encontrado em alguns serrotes no
mercado, e não são bons para nenhum tipo de corte. O que
sugiro neste caso é afiá-los no formato “F”, que evita que os
dentes se dobrem nas pontas, e pode ser o primeiro passo para
uma modificação completa no formato dos dentes. O formato “G”,
muito comum no Japão, hoje também é encontrado com
freqüência nos serrotes comuns e serrotes de costa ocidentais.
Alguns profissionais usam uma única forma de afiação para
qualquer caso, mas quem já experimentou mais de uma forma
acaba preferindo usar formas diferentes para cada caso. Para
quem quer aprender, sugiro que comece pela afiação tipo “A”, e
depois passe à “C”. Assim já se pode ter

uma boa noção das primeiras nuances acerca das técnicas de afiação. Abaixo temos
explicações mais detalhadas do processo.

2.2 O travamento correto:

O travamento do serrote se faz através de pequenas


dobras dos dentes para as laterais alternadamente,
tornando o corte maior do que a espessura da lâmina,
evitando dessa forma o atrito entre a madeira e a lâmina.
Na figura ao lado podemos ver que o travamento mais
adequado é aquele que alterna as dobras nos dentes
mantendo uma superposição entre eles, ou seja, com
ângulos de travamento pequenos
( em azul, à esquerda da imagem). O corte final da madeira deve ter espessura variando de
1,3 a 1,8 vezes a espessura da lâmina, nunca chegando ao dobro da sua espessura. Para
madeiras mais duras e secas, o travamento deve ser menor, para madeiras verdes e fibrosas,
maior. Para cortes muito rasos não é necessário o travamento dos dentes. E se o corte não
saiu reto, uma possibilidade é a de o travamento não estar simétrico. Eu às vezes faço
propositadamente o travamento desigual, para fins específicos. De qualquer forma, quanto
menor for o travamento, melhor a superfície de corte.
2.3 A afiação:

Existem algumas formas de se afiar serrotes. O mais comum e fácil, para restaurar o “corte”
do serrote, começa pelo nivelamento dos dentes, através de 2 ou 3 passadas de lima chata a
90º da lâmina. Caso o serrote seja travado, a etapa seguinte é o acerto do travamento original,
seguido da afiação propriamente dita feita com lima triangular.
Para casos em que
os dentes já estão
muito desnivelados,
onde a lima chata
precisa ser passada
muitas vezes, (como
na
imagem à direita) o melhor é alternar as passadas da lima chata com as da lima
triangular, para evitar se perder o “passo” pré-existente (forma e espaçamento dos dentes
originais da serra). Depois de nivelados os dentes, executa-se então o travamento e afiação
final.
Se a intenção for de modificar formatos e/ou espaçamentos dos
dentes, o procedimento é o mesmo, apenas mais demorado.
Para dobrar o número de dentes de uma serra, se inicia por retirar o
travamento, batendo os dentes sobre uma superfície de madeira bem dura
ou de ferro (bigorna). Em seguida deve-se passar a lima chata de forma a
diminuir pela metade a altura dos dentes. Criar os novos dentes no
espaçamento entre os dentes existentes com a lima triangular e proceder ao
nivelamento, travamento e afiação.

Reduzir pela metade o número de dentes também começa pelo destravamento, seguido da
retirada de dentes alternados em um esmeril elétrico com rebolo fino desbastado no formato
do dente. O passo seguinte é refazer os dentes que ficaram com a lima triangular, nivelá-los,
travar e afiar o serrote.
Para casos mais graves, onde os dentes deixaram de existir, a primeira coisa a fazer é
redesenhar os dentes na lâmina do início ao fim. Se inicia o corte dos dentes com o rebolo fino
no esmeril (1/4”), e se termina com a lima triangular. Verifica-se o nivelamento dos dentes, e
se termina pelo travamento e afiação.

2.3.1 Detalhamento do processo de adequação do serrote para o trabalho:

Inicialmente observe se seu serrote está reto e como


está o travamento. Para ter certeza vale a pena retirar o
cabo para verificar também a parte da serra que está
dentro do cabo. Se o travamento estiver exagerado
(acima de 2 vezes a espessura da lâmina), a serra deve
ser colocada sobre uma superfície dura e plana de
madeira e o travamento minimizado com o uso de um
martelo, dos dois lados, para que fique travado
simetricamente. Se a lâmina estiver torta a correção é
feita com as mãos ou levemente com o martelo.
Como fazer Nivelamento

O nivelamento se faz através da fixação da lâmina em


um suporte, deixando mais de 3 cm de espaço entre o
suporte e os dentes, a fim de possibilitar o manuseio da
lima na lâmina. Segurando a lima com as duas mãos e
usando um dos dedos como apoio por baixo da lima em
contato com a lâmina se garante o ângulo reto, como na
imagem ao lado. A lima deve ser passada no sentido do
cabo para o final da lâmina. Para serrotes em bom estado,
2 passadas são suficientes. Alguns marceneiros preferem
deixar os dentes da área central da lâmina mais altos que
os das pontas, para facilitar o corte. Para isso, passam um
pouco mais a lima nas pontas. Se você não tem
segurança para manter a lima a 90º da lâmina, pode se
utilizar de uma guia, como mostra a imagem.

Na figura ao lado, podemos ver as diferenças entre os dentes. O nivelamento deve prosseguir
até que todos os dentes estejam na mesma altura.

Como fazer Travamento

O travador tipo alicate é uma ferramenta muito prática para se fazer


um travamento uniforme com maior facilidade. O alicate mostrado
na imagem ao lado é o mais comumente encontrado aqui no Brasil.
Ele possui 2 regulagens, uma para ajustar a profundidade conforme
a profundidade dos dentes, e outra para ajustar a curvatura de
travamento. O outro tipo mostrado na imagem abaixo possui
apenas uma regulagem, através de um “disco” onde se escolhe o
número correspondente ao tamanho do travamento pretendido.
Esse tipo de alicate é mais fácil de usar por que se consegue ver o
dente dobrando quando se faz o travamento. Aperta-se o dente
até que ele se encoste à parede do alicate, então se repete o
procedimento, sempre alternado os dentes. Procure começar
sempre pelos dentes mais próximos do cabo, que são os menos
usados, para verificar se o travamento está de acordo com o
previsto. Como existe a alternância na inclinação dos dentes, o
mais apropriado é se fazer o travamento dos dentes de um lado, e
depois o travamento dos dentes do outro lado.
Afiação de dentes normais (para cortes longitudinais)

Depois de travado o serrote, inicia-se o processo de afiação propriamente dito. Deve- se


iniciar pela ponta da lâmina, usando uma lima chata somente para o lado externo do primeiro e
último dentes, a fim de evitar a deformação destes dentes.

A lima deve ser passada até que o topo dos dentes se torne novamente pontiagudo. A partir
do lado interno do primeiro dente, o mais adequado é o uso da lima triangular, sempre se
tendo o cuidado de não alterar o formato original dos dentes. O ângulo frontal do dente deve
ser de 0 a 10º para madeiras mais moles, e de 5 a 10º para madeiras duras.

A imagem ao lado mostra outras


formas de se prender a serra.

No final da afiação, para retirar as rebarbas do travamento e da


afiação pode-se passar a lima chata nas superfícies curvas dos
dentes, de um lado e do outro, no sentido longitudinal do serrote,
sempre do cabo para o final da lâmina.

Modificação de dentes normais para alternados.


Para alternar os dentes de um serrote de dentes normais deve-se em primeiro lugar escolher
um serrote de dentes uniformes, ou uniformizar os dentes do serrote em questão. A afiação se
dá alternando os dentes, como no processo de travamento, da ponta do serrote para o cabo.
Olhando de cima, faça com a lima um ângulo de 60º a 75º em relação à lâmina no lado de trás
do dente e inicie a afiação,
passando 3 a 4 vezes a lima em cada dente. Para visualizar melhor o
ângulo de afiação, pode-se traçar linhas de referência na prancha de
madeira usada para prender o serrote na bancada. O lado da frente deve
ter inclinação de 90º ou 75º para trás. Depois de afiar um lado, vire o
serrote e repita o procedimento do outro lado, nos dentes que

não foram mexidos. Depois de feito o ângulo lateral nos dentes, é bom verificar se as pontas
dos dentes não ficaram em forma de triângulo, vistas
de cima. Caso isto ocorra deve-se retomar a afiação, sempre
respeitando os ângulos de 60º e 75º.

Afiação alternada comum (para corte transversal).


Se seu serrote já tem os dentes alternados, a afiação começa pelos
dentes mais próximos ao cabo. Procede-se á afiação com a lima
em ângulo de 60º a 70º , alternado o lado a ser afiado a cada dente.
Eu costumo fazer a afiação de todo o serrote de um lado, passando
depois ao outro lado com a lima no ângulo simétrico. Na madeira
que prende o serrote pode- se também neste caso fazer as linhas
de referência dos ângulos, para facilitar a inclinação da lima.
Depois de afiar todos os dentes, passe a lima chata nos 2 lados da lâmina para retirar as
rebarbas.

Afiação de serrote japonês de dentes alternados.

Hoje em dia normalmente os serrotes no Japão são


afiados por especialistas, ou já foram substituídos
pelos serrotes de serras descartáveis, eliminado
este processo. De qualquer forma, para quem
possui serrotes tradicionais japoneses, segue uma
dica de afiação para o formato de dentes mostrado
na imagem ao lado. A lima triangular, apesar de não
ser igual á usada no Japão, pode ser usada neste
caso. Uma chapa metálica deve ser

encostada na face do dente subseqüente ao que será afiado para protegê-lo. Afia-se então
somente a lateral do dente em questão. No mercado pode-se encontrar às vezes o kit de
afiação próprio para este tipo de serrote

O suporte para serra

Um bom suporte para se


proceder à afiação do serrote
é composto de 2 pedaços de
madeira, unidos lateralmente
por 2 cavilhas colocadas nos
extremos e presos à bancada
com grampos. Uma das partes
de madeira deve ter um
“chanfro” longitudinal, para
facilitar a fixação da lâmina.
Para que a lâmina fique mais
firmemente presa ao suporte,
pode-se fazer uma
leve curvatura na face interna da madeira de fora, como mostra a
imagem da direita.

Uma dica extra só para complementar: para evitar a oxidação das lâminas e melhorar o corte,
eu costumo usar silicone spray nos meus serrotes, que faz a lâmina deslizar na madeira sem
“engripar”.

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