Domingo Da Divina Misericórdia

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DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

Com grande alegria celebramos hoje a


memória de Santa Faustina Kowalska. É grande
a devoção suscitada pelo nome desta santa,
apóstola da Divina Misericórdia. Nosso Senhor
quis que confiássemos na sua misericórdia e
usou dessa humilde religiosa polonesa, que viveu
no início do séc. XX, para que a Divina
Misericórdia fosse conhecida nos quatro cantos
da Terra.
Quem diria, aliás, que ao pedido de Jesus a
Santa Faustina para que se instituísse na Igreja
universal uma festa da Divina Misericórdia seria
atendido um dia por um papa, e um papa polonês
como Santa Faustina, João Paulo II!
Todos nós conhecemos os ensinamentos de
Santa Faustina e o quanto Nosso Senhor insiste
em que devemos confiar na Divina Misericórdia.
Ele mesmo disse que nada o ofende e
entristece mais do que ver as pessoas
duvidarem da sua misericórdia e do seu amor.
Para ter uma visão real desse grande atributo
de Nosso Senhor, tal como foi pregado por Santa
Faustina, vale a pena recordar um trecho
do Diário em que se descreve o dia em que a
santa teve uma visão do inferno. Estamos ao
redor do dia 30 de outubro de 1936; Santa
Faustina, na entrada n.º 741, descreve o inferno e
as inúmeras pessoas ali condenadas.
Alguém já deve estar pensando: “Mas,
padre, ela não prega a Divina Misericórdia?” Sim.
“Então por que falar do inferno?” Exatamente por
isso: Faustina prega a Divina Misericórdia, e uma
das misericórdias de Deus foi nos ter revelado
que é agora, nesta vida, o tempo da
misericórdia; depois, quando terminar a nossa
peregrinação terrena, virá o tempo da justiça.
Com efeito, não se pode entender a pregação
de Santa Faustina, nem suas visões e o conteúdo
do Diário, ou mesmo a devoção e a confiança na
Divina Misericórdia, se não se entende que todo
esse ensinamento se refere a esta vida. Jesus
disse-lhe: “Faustina, eu terei a eternidade para
fazer justiça; agora é o tempo da misericórdia ”.
O que significa isso? Santa Faustina foi
levada por um anjo até as profundezas do
inferno, onde viu pessoas atormentadas de várias
maneiras. Vejamos o que está no Diário.
Escreve ela: “Percebi uma coisa: o maior
número das almas que estão no inferno é
justamente o daqueles que não acreditavam que
o inferno existisse”. Nós cremos que existe o
inferno e que ele é eterno; faz parte das
misericórdias e bondades de Deus.
Jesus, a Divina Misericórdia encarnada,
pregou sobre ele, e Santa Faustina não seria
apóstola legítima dessa devoção, se se calasse
sobre o assunto.
Ora, Jesus falou sobre o inferno
exatamente porque quer exercer misericórdia,
mas aqui nesta vida. Santa Faustina diz
solenemente: “Eu, Irmã Faustina, por ordem de
Deus, estive nos abismos do inferno para que
possa falar às pessoas e testemunhar que o
inferno existe”. E qual é a finalidade do
testemunho? “Para que nenhuma alma se
escuse, dizendo que não há inferno ou que
ninguém esteve lá ou que não sabe como é”.
Logo, não há mais quem possa dizer:
“Ninguém esteve no inferno para saber sabe
como é”. Não. Faustina lá esteve, viu como é e
voltou para o contar.
Como, afinal, é o inferno? Faustina lista sete
tormentos. — 1) O primeiro e o pior deles é a
privação de Deus, ou seja, as almas no inferno
sofrem por terem perdido a Deus.
— 2) O  segundo é o remorso. Os réprobos
remordem sem cessar a consciência por causa
de seus pecados. Não se trata de
arrependimento. (Um retrato vivo do que é o
remorso, nós o vemos naquela cena da Paixão
de Cristo em que Judas, depois de dar o beijo da
traição, foge transtornado e, sem conseguir
aceitar seu crime, começa a lacerar os lábios na
pedra até os deixar em carne viva. Judas se
arrependeu? Não. Mas teve remorsos, que o
levaram não a pedir perdão e a propor-se nunca
voltar a pecar, mas a detestar os efeitos de sua
ação sem conseguir aceitar a própria culpa.) Ora,
como no inferno não há espaço para o
arrependimento, os condenados, conscientes de
suas faltas, não podem senão remoê-las, como
um cão que volta ao próprio vômito sem poder se
limpar.
3) O terceiro tormento do inferno provém do
conhecimento que têm os condenados da
eternidade de suas penas. Quando se sofre
algum mal na terra ou mesmo no purgatório, há
pelo menos um consolo: saber que tal situação
não é definitiva. No inferno não; o inferno e suas
penas duram eternamente.
4) O quarto tormento é o fogo que atravessa
a alma sem destruí-la nem se consumir.
5) O quinto é a vergonha de ter os próprios
pecados descobertos e o horror de conhecer os
dos outros condenados; de fato, embora no
inferno não haja luz, todos ali se veem
mutuamente e não podem esconder suas culpas:
é um reino de trevas, mas que não sufoca a luz
da consciência, a qual já não pode ocultar suas
culpas nem a si, nem aos outros.
6) O sexto tormento é o infligido pelos
demônios de que cada um se fez escravo ainda
em vida, ao cair em tentação: Eles mesmos são
escravos da corrupção, pois que se é escravo
daquele por quem se foi vencido (2Pd 2,19).
7) O sétimo e último é o terrível desespero e
ódio contra Deus, com maldições e blasfêmias.
Quem está no inferno não quer se arrepender e
odeia a Deus; no inferno não há amor. Os
demônios não se amam nem amam os homens
condenados; ali só há ódio, ódio mútuo e ódio a
Deus.
Eis a visão do inferno que teve Santa
Faustina. É importante recordá-lo para nos
darmos conta de que essa doutrina faz parte do
nosso Catecismo, faz parte da nossa fé, e se
Cristo veio do céu para nos revelar o inferno, é
porque Deus é misericórdia e quer que nós nos
arrependamos enquanto há tempo. Lembremos
sempre a palavra de Jesus: “Faustina, eu terei a
eternidade para fazer justiça; agora é o tempo da
misericórdia”.

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