fRAGILIZAÇÃO POR HIDROGENIO
fRAGILIZAÇÃO POR HIDROGENIO
fRAGILIZAÇÃO POR HIDROGENIO
CAMPINA GRANDE
2021
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CAMPINA GRANDE
2021
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CDU 620.193(043)
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECÁRIA MARIA ANTONIA DE SOUSA CRB
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5
AGRADECIMENTOS
Inicialmente gostaria de agradecer aos meus pais, Teresa e Francisco, por todo
apoio e paciência comigo. Sem eles este trabalho não teria sido realizado.
Ao Prof. Eudésio por toda paciência, todas as dúvidas tiradas e conversas formais
e informais, agradeço e sou muito grato pelo orientador que tenho.
Gostaria de agradecer a Esdras por disponibilizar o metal de base usado neste
trabalho, assim como agradecer pela usinagem das amostras.
Aos técnicos do Departamento de Engenharia Mecânica Danielle e João Victor,
por realizarem meus experimentos de MEV e Tração.
Agradeço ao Prof. João Batista por disponibilizar os laboratórios para realização
dos meus experimentos fora do LEEQ.
Agradecer a todos colegas do LEEQ por tornarem a experiência do trabalho
acadêmico mais agradável, agradeço também por todos os momentos de conversa e
descontração.
Á Dra Mirtes minha psiquiatra que cuidou de mim no que talvez foi o momento
mais difícil da minha vida e por ajudar imensamente na minha recuperação, o que tornou
este trabalho ter sido concluído.
À minha namorada Lilianne, por me aguentar durante este tempo todo, por me
apoiar e não me deixar desistir, por isto tudo eu sou eternamente grato
Ao programa de Pós-Graduação em Engenharia química da UFCG por viabilizar
o desenvolvimento do doutorado e a todo seu corpo docente.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
7
RESUMO
ABSTRACT
The embrittlement by hydrogen, of a metal or an alloy, is an industrial problem that can
lead to structural damage, when in optimal conditions it will happen. Based on this
premise, the present study aimed to study the mitigating effect of hydrogen permeation,
by the Zn-Ni alloy electrodeposited on SAE 1020 Steel. This alloy, with low carbon
content, is one of the most commonly used steels in the process industry , with an
excellent cost-benefit ratio compared to other steels intended for the same purpose. Two
methodologies were chosen to galvanize this steel with the Zn-Ni alloy; one based on
chlorides and the other based on sulfates, in order to compare their effects to hydrogen
permeation. Initially, a characterization of the electrochemical corrosion of these and its
morphological analysis was performed, where it was found that these coatings protect the
base metal both to corrosion and hydrogen diffusion, but the Zn-Ni electrodeposition
process based on sulfates obtained a higher nickel concentration and better corrosion
resistance according to the obtained data and permeation. Zn-Ni coatings decreased the
susceptibility of SAE 1020 to hydrogen permeation; where the coating based on sulfates
obtained an elongation ratio of 95%.
LISTA DE FIGURAS
Figura 54- MEV da fratura do MBDZNCl hidrogenado com aumentos de (a) 61 vista
superior; (b) 90 vista lateral; (c) 200 vista superior e (d) 2000 vezes, vista superior ... 107
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição Nominal do Aço SAE-1020 (ISHAK et al. 2014) .................... 23
Tabela 2 - Propriedades mecânicas do aço SAE 1020 ................................................... 23
Tabela 3 - Principais diferenças entre a adsorção física e adsorção química
(GABRIELLI et al. 2006)............................................................................................... 30
Tabela 4- Permeabilidade ao hidrogênio de alguns metais selecionados a 500 °C
(NEMANIČ, 2019). ........................................................................................................ 43
Tabela 5 - Composição e parâmetros operacionais do banho a base de cloretos
(CALCIOLARI, 2011) ................................................................................................... 61
Tabela 6 - Composição e parâmetros operacionais do banho ácido (GHAZIOF & GAO,
2014) ............................................................................................................................... 62
Tabela 7 – Composição química das ligas eletropositadas Zn-Ni, por EDX. ................ 81
Tabela 8 - Dados da extrapolação da curva de Tafel ...................................................... 83
Tabela 9 - Parâmetros do Circuito Equivalente .............................................................. 92
Tabela 10 - Teor de Hidrogênio absorvido durante o procedimento de eletrodeposição 95
Tabela 11 - Estimativa dos parâmetros Difusividade Permeabilidade e Solubilidade ... 98
Tabela 12 - Propriedades mecânicas retirados do gráfico tensão vs deformação ........ 100
14
LISTA DE SÍMBOLOS
c0 – Concentração de hidrogênio de subsuperfície; [mol.m -3]
J(t) – Fluxo de difusional do Hidrogênio; [µA.cm-3]
c – Concentração de Hidrogênio; [mol.m-3]
x – Distância; [m]
t – tempo [s]
D – Difusividade [m .s-1]
JSS – Fluxo difusional do hidrogênio no estado estacionário [µA.cm-3]
tL – Time-lag [s]
A2 – Parâmetro da equação Sigmoidal para estimativa da difusividade
[-]
P – Permeabilidade [mol.m-1.s-1]
S – Solubilidade [mol.m-3]
Ewe – Potencial do Eletrodo de Trabalho [V]
Z – Impedância Eletroquímica [-]
R – Resistência Elétrica [Ω]
RP – Resistência a polarização [Ω]
Icorr – Corrente de corrosão [A]
Ecorr – Potencial de Corrosão [V]
IF – Indice de Fragilização [-]
σRT - Resistência a Tração [Pa]
σRTH -Resistência a Tração do material hidrogenado [Pa]
16
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18
1.1 Justificativa ...................................................................................................... 19
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 20
2.1 Objetivos Gerais .............................................................................................. 20
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 20
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 21
3.1 Aço carbono ..................................................................................................... 21
3.2 Fragilização por Hidrogênio ............................................................................ 24
3.2.1 Interação Hidrogênio-Metal ..................................................................... 26
3.2.2 Mecanismo interno de difusão do hidrogênio .......................................... 31
3.2.3 Tipos de Danos Induzidos Pelo Hidrogênio em Metais e Ligas .............. 33
3.2.4 Difusão do Hidrogênio em Metais e Ligas ............................................... 34
3.2.5 Técnica Eletroquímicas de Permeação de Hidrogênio ............................. 40
3.3 Método de Prevenção da Fragilização por Hidrogênio por Eletrodeposição .. 42
3.4 Eletrodeposição ................................................................................................ 47
3.4.1 Fundamentos teóricos sobre a Eletrodeposição ....................................... 48
3.4.2 Eletrodeposição Zn-Ni.............................................................................. 50
3.5 Ensaios Eletroquímicos.................................................................................... 53
3.5.1 Impedância Eletroquímica (EIS) .............................................................. 53
4 METODOLOGIA ................................................................................................... 58
4.1 Fluxograma da metodologia aplicada .............................................................. 58
4.2 Preparação das amostras .................................................................................. 60
4.3 Eletrodeposição ................................................................................................ 61
4.4 Ensaios Eletroquímicos.................................................................................... 64
4.4.1 Ensaio de Resistência a Corrosão (RP) .................................................... 64
4.4.2 Polarização Potenciodinâmica .................................................................. 65
4.4.3 Voltametria Cíclica (CV) ......................................................................... 66
4.4.4 Impedância Eletroquímica ........................................................................ 67
4.4.5 Hidrogênio retido no processo de eletrodeposição ................................... 68
4.4.6 Ensaio de Permeação ................................................................................ 71
4.5 Ensaios de hidrogenação .................................................................................. 74
4.6 Ensaios de Tração ............................................................................................ 75
4.7 Análise Morfológica ........................................................................................ 76
17
1 INTRODUÇÃO
A combinação de baixo custo, associada à boa resistência mecânica e a fácil
manipulação, torna o aço carbono, do tipo AISI 1020, muito atrativo para a construção de
estruturas e equipamentos. No entanto, como este aço não tem adição de elementos de
liga, como cromo, manganês entre outros, logo possui baixa resistência à corrosão,
podendo assim apresentar falhas mecânicas, que são os locais preferidos para a iniciação
para o ataque do hidrogênio, onde este é um dos motivos que causam a fragilização e
degradação das propriedades mecânicas dos aços (CALLISTER, 2002).
A forma ideal de se prevenir a corrosão, desde que se tenha conhecimento do meio
corrosivo e dos esforços mecânicos a que a peça esteja sujeita, é a escolha correta do
material a ser utilizado. Porém, muitas vezes o custo elevado e a incapacidade do material
de ser útil para determinada atividade são fatores que podem impedir que o determinado
aço tenha resistência à corrosão desejada. Nesse sentido, e levando em consideração que
a corrosão é comumente um fenômeno superficial, uma forma possível e de mais baixo
custo de combatê-la é aplicar um revestimento protetor sobre o material, suscetível à
corrosão, na forma de revestimentos metálicos e não metálicos (CALCIOLARI, 2011).
A evolução incessante das exigências ambientais e de resistência à corrosão na
indústria de processos conduziu, no final dos anos 90, ao desenvolvimento de
revestimentos formados por ligas metálicas de zinco. O zinco (Zn) e seus revestimentos
de liga, tem aplicações em diferentes indústrias como automotiva, elétrica, aeroespacial,
sendo usado como revestimentos metálicos de sacrifício para a proteção de componentes
de aço, como alternativa ecolológica ao procedimento mais utilizado: o revestimento
tóxico de cádmio. O revestimento com Zn-Ni pode conferir boas propriedades mecânicas,
como dureza, resistência ao desgaste etc., em comparação com os revestimentos puros de
Zn (CALCIOLARI, 2011).
A absorção do hidrogênio atômico, ocorre comumente, em aços, com o uso de
proteção catódica, galvanoplastia, corrosão dentre outros processos eletroquímicos. Em
todos os casos os átomos de hidrogênio podem se combinar rapidamente para formar
moléculas de H2 que podem coalescer formando bolhas que se desprendem da superfície
do metal, porém uma porção de hidrogênio adsorvido na superfície do metal, permanece
na sua forma atômica sendo absorvido, em seguida, pela estrutura cristalina do material.
Entretanto esta fração absorvida pode vir a causar danos na estrutura do metal, originando
perda das suas propriedades mecânicas como: resistência à tração, tenacidade à fratura,
taxa de propagação de trincas necessário para causar falha. O dano a estrutura pode ser
19
1.1 Justificativa
A fragilização por hidrogênio é pouco frequente em certas industrias como a
automobilistica, em outras é um problema frequente, como a petrolifera. É um problema
insidioso que pode levar a uma falha repentina de componentes de aço. Nas condições
favoráveis, a fragilização por hidrogênio, irá ocorrer.
Desta forma o presente trabalho se propõe em testar dois banhos eletroliticos de
revestimento de Zn-Ni, um a base de cloretos e outro a base de sulfatos, gerando assim
uma liga metálica com propriedades mecânicas desejáveis, como microdureza, resistência
ao desgaste e ductilidade, alta proteção anticorrosiva e potencial de aplicação. Além disso,
saber sua suceptilidade em mitigar a difusão do hidrogênio no metal de base e assim
diminuir a fragilização por hidrogênio.
20
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Este trabalho temo como objetivo avaliar, a partir de dois banhos de
eletrodeposição (soluções a base de cloreto e sulfato), a influência da camada formada
pela liga Zn-Ni, sobre a permeação do Hidrogênio no metal de base constituído pelo aço
de baixo carbono SAE 1020.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
de carbono define sua classificação em: baixo (até 0,30% de carbono), médio (entre 0,3
a 0,6% de carbono) e alto (acima de 0,6% de carbono), neste caso quanto maior a
concentração de carbono, mais resistente o aço é. Além de ferro e carbono, este aço possui
alguns elementos resultantes do processo de fabricação como o Manganês (0,3 a
0,6%), silício (0,1 a 0,3%), fósforo (até 0,04%), enxofre (até 0,05%). Esses elementos
de liga são adicionados para aumentar a resistência, dureza, resistência ao desgaste e
tenacidade. As quantidades de elementos de liga podem variar entre 1 e 50%)
(CHIAVERINI, 1996).
Esses elementos resultantes do processo são normalmente especificados da seguinte
forma e tem os seguintes efeitos (CALLISTER, 2002):
• Carbono (C): responsável pela dureza do material em recozimento e
normalização e pela sua temperabilidade. Ocorre o endurecimento do ferro
pela têmpera pelo motivo da formação da martensita.
• Silício (Si): n caso de concentração é um elemento desoxidante, neutralizando
a ação de óxido de carbono.
• Manganês (Mn): elemento desoxidante e dessulfurante, e ao se combinar
com o enxofre, forma sulfeto de manganês, eliminando a fragilidade a quente
que pode ocorrer.
• Fósforo (P): junto com o enxofre é considerado elemento nocivo, fragilizando
a frio, diminuindo a resistência ao choque à temperatura ambiente do material.
• Enxofre (S): reduz a tenacidade do aço, às vezes causando desintegração
devido a formação de fissuras no caso de forjamento ou laminação.
está em saber quais são os efeitos causados pela difusão de hidrogênio nos materiais
metálicos e também na busca de formas para evitar a permeação e, consequentemente, a
fragilização pelo hidrogênio. A fragilização por hidrogênio é um fenômeno muito
conhecido em materiais de alta resistência. O efeito da fragilidade é que o material falhou
catastroficamente abaixo de sua força ou tensão desejável. Portanto, o estudo da mecânica
da fratura é necessário para o conhecimento de como a trinca pode crescer no material
devido ao efeito do hidrogênio ou da reação de corrosão, porque às vezes a reação de
corrosão pode produzir átomo de hidrogênio (DWIVEDI et al. 2018; MCCARTY et al.
1996).
A permeação de hidrogênio, que pode dar origem aos danos no metal, compreende
duas etapas básicas: adsorção do átomo de hidrogênio à superfície metálica, formando
uma camada de recobrimento e a difusão de H absorvido para o interior do metal (JAMBO
et al. 2008).
Considera-se que átomos de hidrogênio entram na estrutura cristalina do metal por
um mecanismo de dois estágios: indireto onde o hidrogênio é primeiro adsorvido na
superfície do material e depois absorvido; ou por um mecanismo de absorção direta. As
equações químicas abaixo são descritas assumindo-se que ambos os processos ocorram
em paralelo, conforme esquematizado na Figura 2 (AMOKRANE et al. 2007).
27
𝐾𝐾
𝐻𝐻2 𝑂𝑂 + 𝑀𝑀 + 𝑒𝑒 − ↔𝐾𝐾1−1 𝑀𝑀𝐻𝐻𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 + 𝑂𝑂𝐻𝐻 − (1)
𝐾𝐾
𝐻𝐻3 𝑂𝑂+ + 𝑀𝑀 + 𝑒𝑒 − ↔𝐾𝐾1−1 𝑀𝑀𝐻𝐻𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 + 𝐻𝐻2 𝑂𝑂 (2)
28
𝐾𝐾
𝑀𝑀𝐻𝐻𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + 𝑀𝑀𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 ↔𝐾𝐾1−1 𝑀𝑀𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 + 𝑀𝑀𝐻𝐻𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎(𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟) (5)
Difusão
MH abs → MH ads (Volume ) (6)
Na adsorção física a molécula de gás, através de forças fracas de Van der Waals,
tornam-se fracamente ligadas à superfície. As moléculas neste estado são móveis sobre a
superfície e podem formar multicamadas. O calor envolvido neste tipo de adsorção atinge,
no máximo, algumas kcal/mol. Na adsorção química ocorrem fortes interações entre as
moléculas e os átomos da superfície sólida. Ocorre reação química entre os átomos da
molécula fisicamente adsorvida e da superfície. Em geral, esta reação leva à dissociação
ou à decomposição da molécula de gás, o que em geral eleva o calor de adsorção química
para algumas centenas de kcal/mol. A reação de penetração ou absorção através de uma
superfície envolve a passagem de um átomo de gás de um estado de quimissorção para o
de solução intersticial, ou solução propriamente dita; para que isto aconteça é preciso que
o átomo de hidrogênio supere uma barreira de potencial (VIANNA, 2005).
A ligação da molécula com o substrato na quimissorção pode ser de dois tipos;
covalente: forma-se quando os elétrons responsáveis pela ligação se movem em orbitais
entre o substrato e o adsorvido. O caso mais extremo quando números inteiros de elétrons
são transferidos do adsorvido ao próximo átomo da superfície, ou vice-versa, uma ligação
iônica se forma. A adsorção química acontece, geralmente, de forma mais rápida que a
adsorção física. A interação, neste caso, também é mais forte. Em muitos casos a adsorção
é irreversível e difícil de separar adsorvido de substrato (GABRIELLI et al. 2006). Na
Tabela 3 mostra as diferenças entre os tipos de adsorção.
30
Um caso especial que vale ser mencionado são as trincas causadas por sulfetos,
onde este é um caso à parte da fragilização por hidrogênio, onde compostos a base de
sulfetos aumentam a entrada de hidrogênio atômico no retículo cristalino do metal
(ARAÚJO, 2009).
que uma estrutura CCC, sendo capazes de dissolver uma quantidade maior de átomos de
hidrogênio (COSTA, 2018).
A concentração abaixo da superfície (C0), determina um gradiente de
concentração, acarretando na força motriz para a difusão. Este fenômeno é descrito pela
primeira e segunda lei de Fick, descrita pelas Equações 7 e 8.
• Primeira Lei de Fick.
𝜕𝜕𝜕𝜕
𝐽𝐽(𝑡𝑡) = −𝐷𝐷 (7)
𝜕𝜕𝜕𝜕
∂c( x, t ) ∂ 2 c ( x, t )
=D (8)
∂t ∂x 2
C(x,0) = 0
J0 = cte; em t > 0 e x = 0;
C(L,t) = 0; em t > 0.
∑ cos
π n=1 2n + 1 2 L
exp −
4 L2
Onde F0 = JSS/D
É comprovado experimentalmente que C0 e CL são mantidos constantes, portanto:
∞
1 (2n + 1)π x (2n + 1) 2 π 2 Dt
c( x, t )= F0 ( x − L) + 8 F0 L ∑ 2 2
cos exp − (10)
n = 0 (2n + 1) π 2L 4 L2
L2
tL = (12)
2D
39
𝐽𝐽(𝑡𝑡) 𝐿𝐿2 1
= . �1 + 𝑝𝑝 � (13)
𝐽𝐽𝑆𝑆𝑆𝑆 𝐷𝐷⋅𝑡𝑡𝐿𝐿 𝑡𝑡
1+� �
𝑡𝑡1/2
L2 L2
A2
= D
→= (14)
D ⋅ tL A2 ⋅ tL
Resumidamente para estimar o valor do coeficiente de difusão pelo método
descrito por Carvalho et al. (2017): uma vez com a curva experimental de permeação de
hidrogênio, faz-se uma admensionalisação relacionando o fluxo de hidrogênio J(t),
dividindo-o seu valor em estado estacionário, JSS. Em seguida, a curva experimental será
ajustada a função sigmoide utilizando-se um software adequado, com intuito de se estimar
os parâmetros desta função a saber: A2, P e t1/2. Com estes parâmetros definidos, usa-se o
valor de A2 para se determinar o valor da difusividade utilizando-se a Equação 13.
Uma vez com o valor da difusividade estimado, pode-se calcular os parâmetros de
Permeabilidade (P) e Solubilidade (S). Os parâmetros de difusividade, solubilidade e
permeabilidade são definidos da seguinte forma:
• A difusividade: também conhecida como coeficiente de difusão. Esta
propriedade quantifica a velocidade de propagação do hidrogênio no
interior do metal, sendo o parâmetro de comparação mais importante entre
os metais;
• A solubilidade: concentração máxima de hidrogênio que o material pode
reter. Na realidade, a maioria das vezes está relacionada à concentração
máxima de hidrogênio absorvido na superfície do metal; e, no volume do
material;
• A permeabilidade: quantidade máxima de hidrogênio que atravessa uma
lâmina metálica de espessura conhecida num tempo determinado.
40
P J SS ⋅ L
= (15)
S = P/D (16)
al. 2010; HAQ et al. 2013). Portanto, a intensidade da corrente de oxidação do hidrogênio
atômico é uma medida direta do seu fluxo de permeação.
A praticidade desta técnica é devida ao fato de que a corrente anódica medida na
célula de extração ou detecção é uma medida direta da permeação de hidrogênio através
da membrana. Dividindo-se a corrente de permeação pela constante de Faraday, obtém-
se o número de átomos de hidrogênio que difundiram através da membrana num dado
instante. Em função de sua grande estabilidade, esta técnica é utilizada para se estudar a
presença de hidrogênio em metais suscetíveis à fragilização por este elemento, bem como,
a possibilidade de utilização de materiais como matrizes sensores no monitoramento de
hidrogênio permeado (MAKISHI, 2010; FALLAHMOHAMMADI et al. 2014).
A liga de zinco com níquel reduz bastante essa penetração de hidrogênio no aço
porque o níquel se deposita primeiro e forma uma barreira de difusão. O níquel forma
uma barreira de difusão ao hidrogênio quando revestido em aço; a difusividade do
hidrogênio no níquel à temperatura ambiente é de cerca de 5 × 10 - 11 m2 s – 1. Às vezes, o
hidrogênio pode passar pelo revestimento e depende da difusividade do hidrogênio no
revestimento. Além disso, em alguns casos, o hidrogênio adsorvido se combina em um
local para formar uma molécula e antes de entrar no revestimento, eles escapam formando
bolhas. Então o níquel pode, portanto, ser aplicado para impedir a infusão de hidrogênio
no aço; obviamente, o revestimento deve ser implementado de maneira a não introduzir
hidrogênio no aço (BHADESHIA, 2016).
Vale ressaltar que a passagem de hidrogênio através de um revestimento depende não
apenas de sua difusividade, mas também da capacidade do hidrogênio adsorvido de
recombinar na forma molecular e escapar como bolhas antes de poder entrar no
45
molecular, como serve por uma barreira que mitiga a passagem de hidrogênio
(SRIRAMAN et al. 2013).
3.4 Eletrodeposição
O transporte de íons metálicos do seio da solução até o PEH é realizado por migração,
difusão e convecção. Ao atingir o PEH, os íons solvatados adquirem uma configuração
adequada para a ocorrência do fenômeno de tunelamento dos elétrons do eletrodo para os
íons, e perdem parcialmente (ou totalmente) sua carga inicial bem como suas moléculas
de solvatação. Após a reação de transferência de carga, inicia-se a etapa de
eletrocristalização (Nucleação), onde as espécies reduzidas se adsorvem (adatomos) na
superfície do eletrodo e se deslocam num processo de difusão superficial até um sítio
energeticamente favorável onde contribuem para a formação de um novo núcleo ou para
o crescimento da camada. A Figura 15 apresenta, esquematicamente, as etapas de
transferência de massa, transferência de carga e início da eletrocristalização.
49
uma vez que apresentam, de maneira geral, maior resistência à corrosão, melhor
uniformidade e maior adesão ao substrato, além do que, são mais adequados do ponto de
vista estético. Os fatores principais que influenciam as características do depósito são a
densidade de corrente, a concentração do eletrólito, a temperatura e o tipo de substrato
(SILVA, 2017).
Ao contrário dos métodos de Tafel e de resistência à polarização linear, que são feitos
alterando-se o potencial contínuo, a Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS)
consiste em aplicar um potencial de corrente alternada em diversos valores de frequência.
Ela permite elucidar mecanismos de eletrodeposição e eletrodissolução. Além disso, essa
técnica é bastante útil nos casos em que o material está revestido por uma camada de
proteção orgânica, como tintas anticorrosivas por exemplo. Além disso, a realização da
EIS permite obter a capacitância da dupla camada elétrica e a resistência de polarização
numa mesma medida, a qual não é possível de obter pelas curvas de polarização. Outra
vantagem da realização da EIS é que ela aplica sinais pequenos que não degradam o
material testado (MOREIRA, 2019).
Esta técnica é utilizada quando se busca uma visão completa e detalhada das
características elétricas da interface eletrodo/solução, onde estas informações são de
grande interesse na eletroquímica aplicada ou básica. A técnica de espectroscopia de
impedância é uma técnica de caracterização elétrica, que permite estudar o
54
Uma vez escolhido o circuito elétrico que melhor descreve o processo, pode-se extrair
valores numéricos para todos os elementos que compõem o circuito, através do ajuste dos
dados experimentais ao modelo matemático equivalente do circuito. A Figura 19 mostra
diagramas de Nyquist juntamente com seus circuitos equivalentes.
57
4 METODOLOGIA
Para a abordagem experimental deste trabalho, foi realizada a usinagem do aço SAE
1020, em seguida foi feito o lixamento e polimento. Com as amostras polidas, foi
realizado o procedimento de eletrodeposição com a liga Zn-Ni, utilizando dois eletrólitos,
um a base cloretos e outro a base de sulfatos, em seguida tanto caracterizou-se, as
amostras galvanizadas e de metal de base, eletroquimicamente. Estas amostras foram
caracterizadas morfologicamente. Foi levantado curvas experimentais de permeação de
hidrogênios nas amostras revestidas com Zn-Ni e do metal de base. Em um segundo
momento foi estudado a fragilização por hidrogênio das amostras galvanizadas e do metal
de base, utilizando a técnica de dopagem por hidrogênio, em seguida nestas amostras foi
realizados ensaios de tração, e em seguida foi caracterizado morfologicamente a região
fraturada.
De forma resumida, a Figura 20 abaixo mostra o fluxograma experimental, usado neste
trabalho. O trabalho fica dividido em dois momentos, ensaios eletroquímicos Figura 20
(a) e ensaios mecânicos (b).
59
O aço utilizado no experimento foi o SAE 1020, gentilmente cedidos e uzinados pelo
Laboratório de Solidificação Rápida (LSR- CT- UFPB). Usinou-se em amostras, com 40
mm de diâmetro e de aproximadamente 1mm de espessura, como mostra com a Figura
21, para os testes eletroquímicos, e em corpos de prova, para ensaios de tração de
acordo ASTM E8/ E8M-15 (2015) com geometria disponível na Figura 22.
Com as amostras usinadas, Figuras 21 e 22, as superfícies das mesmas passaram por
um processo de lixamento (lixas d’água 220, 360, 400, 600 e 1200), em seguida o
polimento foi realizado com suspenção de alumina de granulometrias 1µm, 0,3 µm e
0,05 µm respectivamente. A amostra foi protegida com Pomada Veselina 100%, envolta
em um lenço de papel e acondicionada até a hora de uso. Para a realização dos testes
eletroquímicos limpou-se cada amostra com etanol, em seguida os corpos de prova, foram
imersos em um béquer contendo acetona e submetida a um banho de ultrassom em uma
lavadora ultrassônica Unique Ultrassonic Cleaner – Modelo USC 1450A, por cerca de
vinte minutos. Este último procedimento é necessário para remoção de possíveis resíduos
61
e/ou impurezas que tenham permanecido sobre a superfície. As amostras finais estão
representadas na Figura 23.
(b
Figura 23- Amostras do aço SAE 1020, usinadas e polidas; (a) amostra para análise
eletroquímica, (b) amostra para teste de tração
(b
(a)
4.3 Eletrodeposição
Esta etapa foi realizada utilizando dois tipos de solução para eletrodeposição
ácida: uma a base de cloreto e a outra a base de sulfato.
O banho ácido a base de cloretos (MBDZNCl) será realizada com a seguinte
composição e parâmetros operacionais.
NH4Cl 150 pH = 5
62
O banho ácido com solução a base de sulfato (MBDZNSO4), será utilizado para
galvanoplastia de revestimentos de liga de Zn-Ni. A composição do banho original e os
parâmetros de eletrodeposição estão resumidos na Tabela 6.
Tabela 6 - Composição e parâmetros operacionais do banho ácido (GHAZIOF & GAO,
2014)
Composição do banho Concentração (g/L) Parâmetros operacionais
ZnSO4·7H2O 35 Temperatura: 25ºC
NiSO4·6H2O* 35 Densidade de Corrente:
80mA/cm2
Na2SO4 80 pH = 2
Tempo de banho: 420s
(a) (b
(a)
βa βc
I corr = (17)
2,3R p ( β a + β c )
Onde:
Icorr: densidade de corrente de corrosão (A.cm-2);
βa: coeficiente de Tafel anódico (V / década);
βc: coeficiente de Tafel catódico (V / década);
Rp: resistência à polarização (Ω.cm2).
65
como solução eletrolítica. Esta técnica foi realizada tanto para o MB quanto para as
amostras eletrodepositadas.
𝑡𝑡 9𝑡𝑡 25𝑡𝑡
8 (−𝜏𝜏) 1 1
𝐼𝐼𝐻𝐻2 = 𝐼𝐼𝐻𝐻2∞ �1 − 2 �𝑒𝑒 + 𝑒𝑒 (− 𝜏𝜏 ) + 𝑒𝑒 (−𝜏𝜏
)
… �� (22)
𝜋𝜋 9 25
𝐿𝐿2
Onde 𝜏𝜏 = 2
𝜋𝜋 𝑡𝑡
Após um grande espaço de tempo, a equação 22 se aproxima a expressão descrita na
Equação 23:
70
𝑡𝑡
8𝐼𝐼𝐻𝐻2∞
𝐼𝐼𝐻𝐻2 = 𝑒𝑒 (−𝜏𝜏) (23)
𝜋𝜋2 𝜏𝜏
Onde:
8𝐼𝐼𝐻𝐻2∞
𝛼𝛼𝐻𝐻2 = (25)
𝜋𝜋2 𝜏𝜏
1
𝛽𝛽𝐻𝐻2 = − (26)
0,2303𝜏𝜏
Assim, após um certo tempo, o logaritmo da taxa dessorção é uma função linear
(veja as Figuras 31/32). A partir da inclinação valor, o coeficiente de difusão pode ser
encontrado:
𝛼𝛼𝐻𝐻2
𝐼𝐼𝐻𝐻2 = −0,536 (28)
𝛽𝛽𝐻𝐻2
Resumindo a técnica: incialmente faz-se uma análise da amostra virgem, após isto
realiza-se análise com a amostra carregada com hidrogênio, uma vez com as curvas em
mãos, subtrai-se uma a outra, com o gráfico subtraído, encontra-se os valores α e β, assim,
com o auxílio da equação 28, encontra-se o valor do hidrogênio retido na amostra.
Como foi citado anteriormente é necessário polarização anódica, numa solução
alcalina sob potencial constante, assim foi aplicado a técnica de cronoamperometria,
usando o mesmo setup experimental do item 4.4.2, aplicando um potencial de +300mV
vs SCE, com eletrodo de Pt como contra eletrodo. Como no estudo não indica um tempo
ótimo para esta análise, foi escolhido um tempo onde a corrente lida se mantém constante,
este tempo estimado foi de três horas, todas as amostras foram submetidas as mesmas
condições.
𝐻𝐻 → 𝐻𝐻 + + 𝑒𝑒 − (29)
Figura 36- Célula eletrolítica para os ensaios de hidrogenação: (a) eletrodo de DSA, (b)
Eletrodo de DSA junto com o corpo de prova
(b
(a)
Este ensaio foi realizado utilizando 0,1M de NaOH como solução eletrolítica e
eletrodo de DSA® (DE NORA – Dimensional Stable Electrode) como contra-eletrodo.
Para que a amostra fique saturada com hidrogênio, aplicou-se a mesma corrente
encontrada nos ensaios de polarização potenciodinâmica, o controle deste parâmetro foi
realizado com uma fonte de corrente contínua Agilent modelo E3336A. Este ensaio durou
um período de 24 horas. (SIQUARA, 2006; ARAÚJO, 2009). Após o ensaio todas as
amostras foram imersas em um banho de Sulfato de Cobre saturado para evitar a
dessorção do hidrogênio para a atmosfera (VIANNA, 2005).
𝐴𝐴𝐴𝐴𝐻𝐻
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑙𝑙 = (30)
𝐴𝐴𝐴𝐴𝑛𝑛𝑛𝑛
Onde os valores de AlnH e AlH são os valores de alongamento das amostras não
hidrogenadas e hidrogenadas, respectivamente.
Nesta técnica, a área a ser analisada é irradiada por um feixe ele elétrons. Como
resultado da interação do feixe com a superfície da amostra, uma série de radiações são
emitidas, tais como elétrons secundários e retroespelhados. Estas radiações irão fornecer
informações características sobre a amostra (topografia e cristalografia). Portanto MEV é
uma técnica utilizada para analisar microestrutura, defeitos e propriedades de um material
(DUARTE et al. 2003; MALISKA, 2004).
As estruturas de MB e eletrodepositadas, fraturadas e não fraturadas, com e sem
hidrogênio foram avaliadas por MEV (MEV Veja 3 TESCAN) com aumento de 50-
77
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 38- Metalografia Aço SAE 1020 (MB) com aumento de 200X.
Figura 39- Microscopia do Aço SAE 1020 eletrodepositado com a liga Zn-Ni a base de
uma solução de cloretos (MBDZNCl) com aumentos de: (a) 2.000X; (b) 10.000X.
(a) (b)
(a) (b)
(c)
80
Esses revestimentos têm uma estrutura mista de duas fases; fase rica-η em zinco e
fase γ com maior conteúdo de Ni. A fase γ confere maior resistência à corrosão para as
ligas de Zn-Ni. Para Moreira (2019) considera que os depósitos com características
heterogêneas com formato piramidal (como as do MBDZNSO4), consistem em duas
fases: uma fase de liga policristalina predominante e uma fase intermetálica Ni5Zn21 (fase
γ), porém Nady & Negem (2018) afirmam que amostras com características homogêneas
(como as do MBDZNCl) apresentaram fases γ -NiZn3, γ -Ni2Zn11 e Ni3Zn22, no entanto,
a textura da fase de uma liga e revestimentos compostos que possuem uma fase γ diminui
a taxa de corrosão.
Com base em todos os resultados descritos, considerando a estrutura de fase dos
revestimentos, conclui-se que a eletrodeposição à base de sulfatos (MBDZNSO4)
apresenta maior concentração de níquel do que a galvanização do que a base de solução
de cloretos, porém a concentração de níquel entre 12 e 15% em massa apresentam um
melhor desempenho para proteção galvânica ao aço conforme constatado pelos trabalhos
de (HSU, 1984; SMITH & BALWIN, 1992).
Figura 41– (a) Polarização Potenciondinâmica de Tafel; (b) Polarização Potenciodiâmica para estimar
a corrente de produção de hidrogênio. Ambas realizada com 0.1mol.L-1 de NaOH e à 25oC, para o
2
MB, MBDZNCl e MBDZNSO4.
1 (a)
0
log (|<J>/mA/cm²|)
-1
-2
-3
MB
-4
-5
MBDZNSO4
-6
MBDZNCl
-7
-1 MB
-2
MBDZNSO4
-3
-4 MBDZNCl
-5
-6
-3 -2 -1 0
Ewe/V v s. SCE
Bai et al. (2017) e Moreira (2019) confirmam a diferença nos valores dos dados da
extrapolação de Tafel, de acordo com a concentração de níquel na eletrodeposição, o autor
84
A voltametria cíclica, CV, é uma técnica eletroquímica que fornece informações sobre
o comportamento cinético das várias espécies eletroativas, envolve a varredura do
potencial do eletrodo de trabalho e a medindo da resposta mediante a uma variação de
potencial causado pelo ensaio (GHAZIOF & GAO, 2014; BADAWY et al. 2017). A
Figura 42 mostra o gráfico CV contendo os resultados para o MB, MBDZNCl e
MBDZNSO4.
85
Figura 42 - Gráficos de Voltametria Cíclica (CV) realizada com NaOH 0,1 M à 25oC para: MB (a),
MBDZNSO4 (b) e MBDZNCl (c)
1
(a)
0
<J>/mA/cm²
-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-1,5 -1 -0,5 0 0,5
Ewe/V vs. SCE
1,5
1
(b)
0,5
0
<J>/mA/cm²
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
3
(c)
2
1
<J>/mA/cm²
-1
-2
-3
-4
-5
Foi observado picos para cada varredura catódica com potenciais na faixa entre -1,5-
-1,8 V vs. SCE. Esse pico está relacionado à reação de evolução do hidrogênio na
superfície do cátodo (CASANOVA et al., 1997; ABOU-KRISHA et al., 2007), também
foi notado, a formação de bolhas deste gás, diretamente durante o experimento. Dentro
dessa faixa de potencial, a densidade da corrente aumentou gradualmente, atingindo o
valor máximo a taxa de evolução do hidrogênio aumenta de acordo com o aumento do
potencial, resultando em um aumento do pH próximo à superfície do cátodo.
Observando o gráfico referente a Figura 42 (a) é possível observar no sentido catódico
como reação mais provável a redução do próton (2H+ + 2e- H2) e na direção anodica,
tem-se a reação de dissolução ativa do ferro (Fe Fe2+ + 2e-), caracterizado pelo pico
(aproximadamente -0,5 V vs SCE) de corrente (ZIMER, 2009).
A Figura 42 (b) e (c) mostra os CV’s obtidos para revestimento de Zn-Ni no eletrodo
de platina, foram registrados dois picos anódicos atribuídos à oxidação do zinco em
produtos solúveis; o primeiro pico anódico é formado do íon zinco (Zn(OH)4-2) e o
segundo é a espécie solúvel de Zn+2 (LOS et al., 1993). A deposição Zn (II) → Zn (0)
começou em aproximadamente -1,15 V. Segundo a literatura mostra que o processo de
redução do zinco é controlado pelo transporte de massa.
O Zn corroído determinado com as seguintes reações químicas, exposto abaixo
(TAFRESHI et al., 2016).
+2
𝑍𝑍𝑍𝑍(𝑠𝑠) → 𝑍𝑍𝑍𝑍(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 2𝑒𝑒 − (30)
−
𝑂𝑂2 (𝑔𝑔) + 2𝐻𝐻2 𝑂𝑂(𝑙𝑙) + 4𝑒𝑒 − → 4𝑂𝑂𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑎𝑎) (31)
+2 −
𝑍𝑍𝑍𝑍(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 2𝑂𝑂𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑎𝑎) → 𝑍𝑍𝑍𝑍(𝑂𝑂𝑂𝑂)2(𝑆𝑆) (32)
Com base nessas equações, Zn(OH)2 e ZnO são formados como produtos de
corrosão na superfície dos filmes de Zn. Esses produtos atuam como uma barreira na
superfície e diminuem a taxa de corrosão. Considerando os potenciais padrão do Zn, Ni
e aço St37, (760, 250 e 440 mV, respectivamente), pode-se concluir que a taxa de
87
dissolução do Zn pode ser aumentada pela liga com adição de Ni devido à sua grande
diferença de potencial (TAFRESHI et al., 2016).
A detecção do pico durante a oxidação eletroquímica das ligas tem sido atribuída à
oxidação sequencial de diferentes fases. Consequentemente, a varredura catodica pico
(+0,40V vs SCE) está relacionado à dissolução de Zn de uma fase Zn-Ni. Em ligas
eletrodepositados, as fases formadas muitas vezes não estão em equilíbrio termodinâmico
e podem ser subsaturadas ou supersaturadas em comparação com suas contrapartes no
diagrama de fases de equilíbrio (ELIAZ et al., 2010).
Como mencionado anteriormente ocorre a reação catódica da evolução do hidrogênio,
com potenciais na faixa entre -1,5 a -1,8 V vs. SCE, nas Figuras 42 (b) e (c). Em soluções
alcalinas concentradas (>0,1 M NaOH), ocorre passivação como consequência a corrente
anódica diminui. Um óxido ou óxido hidratado é formado sobre a parte de zinco, na liga
Zn-Ni, quando imerso em solução de hidróxido de sódio. O ZnO ou Zn(OH)2 é uma fase
insolúvel que recobre a superfície do eletrodo criando a região do platô (-1 – 0,25 V) onde
a densidade de corrente é independente do potencial. Nos CVs para as ligas galvanizadas
a presença de Ni com Zn diminui o processo de dissolução mudando o potencial de pico
de oxidação de Zn para a direção positiva. Assim, no caso das ligas, o valor da densidade
da corrente anódica diminui com o aumento do teor de Ni. Não foram observados picos
catódicos para as ligas durante a varredura catódica. A presença de níquel reduz a
decomposição de Zn devido à formação de um filme passivo compacto de NiO na
superfície do eletrodo em soluções alcalinas (BADAWY et al. 2017). Observa-se que a
intensidade dos picos descritos, são menores para o revestimento galvanizado a base de
sulfato em relação ao à base de cloreto.
materiais galvanizados exibem dois semicírculos para cada amostra, um é muito pequeno,
o diâmetro do que o outro semicírculo, representando a resistência à corrosão da amostra.
O gráfico de Nyquist das ligas eletrodepositadas, Figura 43 (b) e (c), apresenta um
semicírculo único na faixa de frequência de 100 kHz a 0,01 Hz. Este semicírculo está
relacionado à dupla camada elétrica, formada entre o revestimento e o eletrólito. A
formação de um pequeno semicírculo em altas frequências, como nessas amostras, podem
ser atribuída à formação de produtos de corrosão nos poros em contato com a solução
(TAFRESHI et al., 2016).
De acordo com Wolynec, (2003) diagramas de Nyquist que possuem arcos com maior
diâmetro (parte real) indicam ligas com maior resistência à corrosão. Segundo Badawy et
al. (2017) o diâmetro do semicírculo aumentou com o acréscimo do teor de Ni nas ligas
eletrodepositadas. Portanto, nota-se que as ligas a base de sulfatos (Figura 43 (b)) são
mais resistentes à corrosão do que aquelas com cloretos (Figura 43 (c)).
A parte imaginária impedância no diagrama de Nyquist, quando atinge valores
positivos em frequência baixas é atribuída ao comportamento de indutância dos
revestimentos de liga devido à mudança no potencial de corrosão na interface (RASHMI
et al. 2017).
Em experimentos realizados por: (TAFRESHI et al., 2016; BADAWY et al. 2017;
SILVA, 2017; MOREIRA 2019) obtiveram diagramas de Nyquist semelhantes aos
obtidos por este estudo, ou seja, com a presença de um semicírculo de raio menor na
região de altas frequências e um arco maior em baixas frequências. A alta densidade de
corrente indica que os catodos de Zn-Ni eletrodepositados possuem a maior atividade
eletrocatalítica em direção a da reação de evolução de hidrogênio (NADY & NEGEM,
2018), em outros termos, quanto maior o arco (parte imaginária) produzido no EIS, menor
reação de evolução de hidrogênio, e maior reatância da superfície, esta característica é
notada para a liga galvanizada com solução de sulfato.
É bem conhecido que a capacitância das camadas de óxido é normalmente muito baixa
e sua resposta de impedância geralmente aparece na faixa de alta frequência. A constante
de tempo de alta frequência pode, portanto, ser atribuída à formação de uma camada de
óxido porosa (produto de corrosão), enquanto a constante de tempo de baixa frequência
deve estar relacionada ao próprio processo de ativação. Outro fator importante neste
estudo é sobre a constante de fase, em outras palavras a defasagem entre o potencial e a
corrente. Quanto maior a constante de fase, maior a reatância da dupla camada,
caracterizada pelas altas frequências. Em outras palavras, quanto maior a constante de
89
fase, maior a reatância assinalando uma interface menos reativa. quanto menor a
defasagem entre potencial e corrente alternada menor a constante de fase, aproximando-
se de um capacitor ideal.
Em virtude da semelhança dos espectros de impedância apresentados neste
trabalho com os obtidos por (TAFRESHI et al., 2016; BADAWY et al. 2017) optou-se
por utilizar o modelo de circuito elétrico equivalente derivado por estes autores, no qual
está apresentado na Figura 44 (a), para as ligas eletrodepositadas, para o MB foi
empregado o modelo simples presente na Figura 44(b).
Figura 43- Espectros de Impedância para: (a) MB; (b) MBDZNSO4 (c) MBDZNCl
. Realizadas com NaOH 0,1 M à 25oC.
(a)
30.000
25.000
-Im(Z)/Ohm
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 50.000
|Z|/Ohm
(b) 160
140
120
-Im(Z)/Ohm
6
100 (b)
-Im(Z)/Ohm
4
80
60 2
40
0
20 22 22,5 23 23,5 24 24,5 25 25,5 26
|Z|/Ohm
0
100 200 300 400
|Z|/Ohm
90
(c)
8.000
6.000
-Im(Z)/Ohm
Im peancia_SO4_3_C01_C09.m pr
-Im(Z) vs. |Z|
6.000
4.000
-Im(Z)/Ohm
4.000
2.000
2.000
0 5.000 10.000
|Z|/Ohm
0
0 10.000 20.000
|Z|/Ohm
(a) (b)
1
𝑍𝑍𝑄𝑄 = (34)
𝑄𝑄(𝑗𝑗ω)𝑎𝑎1
Onde Q é a função de admitância geral (sn / ohm) e está conectada com a área de superfície
ativa dos depósitos, ω é a frequência angular (rad /s) e a1 é um coeficiente relacionado ao
desvio entre a capacitância real e ideal podendo ser usado como uma medida da não
homogeneidade da superfície. Q e a1 são independentes da frequência, o valor de n é
variado na faixa de -1 a 1, onde -1, 0 e 1 representam o elemento de fase constante como
92
Esta técnica é baseada em Zakroczymski (1982) onde foi realizada uma medição de
corrente em relação ao tempo (Cronoamperometria) com o metal de base sem hidrogênio
residual, em seguida é realizado o procedimento onde esta amostra irá ser submetida a
este gás, neste caso o procedimento de eletrodeposição, e assim é realizada uma segunda
cronoamperometria. Estas curvas foram levantadas para as duas ligas eletrodepositadas,
afim de saber o quanto de hidrogênio ficou retido durante o processo de galvanoplastia.
A Figura 46 abaixo mostra as medidas de corrente em função do tempo.
MB
MBDZNSO4
20 500
(a) 450
400
15
350
300
J/ µA/cm2
J/ µA/cm2
10 250
200
150
5
100
50
0 0
20 200
MB
MBDZNCL
15 150
(b)
J/ µA/cm2
J/ µA/cm2
10 100
5 50
0 0
A defasagem, ou seja, a diferença entre as curvas foi maior para o depósito a base
de sulfatos, podendo indicar que este absorveu mais hidrogênio durante a galvanoplastia.
A Figura 47, abaixo, representa a taxa de dessorção de hidrogênio na amostra.
800
(a)
600
IH2/µA
400
200
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
t/ s
95
300
250
(b)
200
IH2/ µA
150
100
50
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
t/ s
Fonte: Autoria Própria
Com base nos gráficos da taxa de dessorção, pode-se estimar o teor de hidrogênio
retido na amostra, durante o processo de eletrodeposição, utilizando a equação 27, os
resultados estão disponíveis na Tabela 10.
Com base nos dados apresentados na Tabela 10, pode-se afirmar que a quantidade de
hidrogênio retido não obteve diferença significativa comparando um método de
revestimento para o outro, porém a galvanosplastia a base de cloretos teve valor um menor
que a com base de sulfatos. Este resultado se correlaciona as imagens de MEV, Figuras
39 e 40, onde foi observado microfissuras no revestimento MBDZNCl, assim, é provável
que para o Zn–Ni a maior parte da adsorção de hidrogênio ocorra ao longo das
96
MB
0,5 MBDZNSO4
MBDZNCl
0,4
J/ µA/cm2
0,3
0,2
0,1
0,0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
t/ s
A difusividade aparente estimada pela Eq. (12) diz respeito ao método estimativo de
acordo com as normas ISO e ASTM, enquanto que a Eq. (13) foi proposta por Carvalho
et al. (2017). Os padrões citados, não levam em consideração a forma no qual o
hidrogênio é produzido, ou seja, a potencial ou corrente constante, podendo assim
subdimensionar o parâmetro da constante de difusão. Comparando os valores calculados
com cada equação, percebe-se, quando comparado, que a difusividade mensurada com o
método de Carvalho et al. (2017) foi menor do que o estimado pelas normas ISO e ASTM.
A difusividade do MB se apresentou maior do que os eletrodepositados, o que indica
inibição da difusão do hidrogênio causada pelos depósitos. Unindo este parâmetro com o
valor do JSS, confirma-se que a galvanoplastia causou tanto uma barreira tanto física,
quanto eletroquímica. O aspecto físico fica evidenciado com a o atraso (breakthrough
time) para começar a permeação, o aspecto eletroquímico, como foi discutido, é a
capacidade do revestimento em diminuir a produção de hidrogênio na superfície da
amostra, atenuando assim a absorção, deste elemento, no substrato.
Ambos revestimentos atenuaram a difusão do hidrogênio na amostra, porém a
eletrodeposição a base de sulfatos, apresentou melhor resultado. A presença de falhas, na
forma de poros e fissuras nos depósitos, pode resultar na exposição do substrato do aço a
99
MB
MB H
MBDZNSO4
600
MBDZCl
500
400
Stress / Mpa
300
200
100
0 5 10 15 20 25
Deformação / %
Onde σRT é o limite de resistência a tração, ou seja, a tensão na qual o material sofre
a ruptura; o σLE é o limite de escoamento, quando o material migra da fase elástica para a
fase plástica, E é o módulo de elasticidade, fisicamente, pode ser exemplificado como a
propriedade mecânica que mede a rigidez de um material sólido. Como foi falado
anteriormente o RAl é a razão de alogamento, a medida de quanto o material foi
fragilizado por hidrogênio em relação ao material sem hidrogênio. A Elongação
representa aumento percentual do comprimento da peça sob tração, no momento da
ruptura.
Os testes de fragilização por hidrogênio em aço frequentemente exibem uma variação
de tempos até a falha quando realizados em condições experimentais aparentemente
idênticas. Isso se deve às diferenças no número, tamanho e distribuição das falhas
microestruturais dentro da amostra em que o hidrogênio se acumula e leva à fratura. Além
disso, falhas e falta de uniformidade no revestimento de sacrifício levariam a diferenças
na taxa de absorção de hidrogênio pelo aço e isso também afetaria o tempo de falha. A
extensão em que a fragilização ocorre em um teste particular depende de vários fatores
(Elisei, 2008) o potencial eletroquímico do revestimento e o potencial de acoplamento
resultante com o aço Chiaverini, 1988; a presença de falhas de espessura no revestimento,
que deixam áreas de aço expostas (Callister, 2002), a taxa de absorção de hidrogênio pelo
aço exposto (Ishak et al. 2014), transporte e aprisionamento de hidrogênio no aço
(Almeida, 2012), a suscetibilidade de sua microestrutura à iniciação e propagação de
trincas (FIGUEROA & ROBINSON, 2008).
Observando a curva tensão vs deformação de engenharia (Figura 50), juntamente com
a Tabela 12, nota-se uma atenuação nos valores do limite de escoamento e do módulo de
elasticidade entre o MB e o MB saturado com hidrogênio, sugerindo um amolecimento
do material hidrogenado. Comparando, agora, os valores obtidos, o MBDZNCl abrandou-
se mais, pois apresenta menor valor de σLE do que o MB hidrogenado. Nota-se a formação
de um primeiro platô entre a fase elástica e a plástica, nas amostras do MB com H e do
MBDZNCl, ou seja, um patamar definido de escoamento chamado de bandas de Lüders,
onde uma região com concentração de tensões forma-se uma banda de deformação que
se propaga no corpo de prova (ARAÚJO, 2009). Outro aspecto da curva relevante, todas
as amostras não tiveram fratura do tipo frágil, e sim obtiveram um rompimento do tipo
dúctil. O parâmetro de Elongação foi aparentemente constante, onde o valor mais alto foi
obtido para o revestimento a base de sulfatos.
102
Figura 51- MEV da fratura do MB com aumentos de (a) 38 vista superior; (b) 38
com visão lateral; (c) 200 vista superior e (d) 2000 vezes; vista superior.
(a (b
(c (d
Figura 52- MEV da fratura do MB saturado com hidrogênio com aumentos de (a) 38 vista
superior; (b) 38 com vista lateral; (c) 200 vista superior e (d) 2000 vezes, vista superior.
(b)
(a)
(c) (d)
Figura 53- MEV da fratura do MBDZNSO4 hidrogenada com aumentos de (a) 65 vista
superior; (b) 65 X com visão lateral; (c) vista superior 200 e (d) 2000 vezes, vista superior.
(b)
(a)
(c) (d)
Figura 54- MEV da fratura do MBDZNCl hidrogenado com aumentos de (a) 61 vista
superior; (b) 90 vista lateral; (c) 200 vista superior e (d) 2000 vezes, vista superior
(a) (b)
(c)
(d)
Analisando ambas as imagens dos depósitos, observa uma fratura do tipo dúctil,
porém mais plástica do metal de base sem hidrogênio. Nota-se também o aumento dos
dimples comparado com o MB sem hidrogenação (Figura 51 (d)), porém em menor
concentração e de tamanho menores do que o MB saturado com hidrogênio (Figura 52
(d)). Quando comparados entre si (ou seja, a fratura de cada material eletrodepositado)
108
6 CONCLUSÕES
Através do estudo experimental realizado neste trabalho foi possível constatar
que:
• Pela caracterização eletroquímica dos materiais revestidos, conclui-se que:
1. O revestimento de Zn-Ni a base de cloretos obteve maior resistência a
corrosão em todos os parâmetros testados;
2. A taxa de hidrogênio retido no processo de eletrodeposição de Zn-Ni foi
praticamente igual para ambos os métodos testados;
3. O revestimento de Zn-Ni diminuiu a difusão de hidrogênio, sendo a
galvanoplastia a base de Sulfatos que obteve menor difusividade;
• Pela caracterização Morfológica dos depósitos de Zn-Ni, conclui-se que:
1. A morfologia do deposito de Zn-Ni a base de cloretos foi mais uniforme,
porém sua estrutura foi caracterizada por microfissuras;
2. A morfologia do deposito de Zn-Ni a base de sulfatos foi mais
heterogênea, com sua estrutura de forma piramidal ou esponjosa;
3. O deposito o MBDZNSO4 obteve concentração de cerca de 30% em
Níquel, enquanto que o MBDZNCL obteve 12,50%.
• Pela análise dos ensaios de tração dos corpos de prova com e sem hidrogênio,
concluiu-se que:
1. Os revestimentos de Zn-Ni diminuíram a susceptibilidade da difusão de
hidrogênio;
2. O depósito MBDZNSO4. obteve 95% de razão de alongamento, sendo o
método que mais mitigou a fragilização por hidrogênio.
• Resumidamente:
1. O Revestimento de Zn-Ni aumenta a resistência a corrosão do material,
diminui a difusividade por hidrogênio.
2. Até certo ponto quanto maior for a concentração de níquel no depósito,
melhor suas características de resistência a corrosão e a difusão do
hidrogênio, na literatura este valor este valor ótimo é de 14%.
110
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