Manual de Iniciação - Goalball

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MANUAL

INICIAÇÃO AO
ESPORTE PARALÍMPICO

GOALBALL

1
Este Manual de Iniciação ao Esporte Paralímpico do Goalball Seja bem-vindo, ilustre amigo do movimento paralímpico brasileiro, a
é um material produzido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e este manual de iniciação ao universo do desporto adaptado. A equipe
dirigido pela Academia Paralímpica Brasileira. do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) preparou este compêndio
introdutório com o intuito de reforçar a promoção e aumentar o
fomento da prática esportiva para pessoas com deficiência.

Este Comitê se fia no poder transformador do esporte para formar


cidadãos, moldar caráteres, proporcionar um estilo de vida mais
saudável. Os benefícios da atividade física vão muito além do
aspecto físico, como se percebe.

A melhor fase para fixar o conteúdo e estimular a cultura esportiva


é a juventude.

Peço-lhes licença para falar em primeira pessoa neste caso


específico, porque o futebol de cinco (para cegos) foi o catalisador
da mudança na minha vida. Perdi a visão ainda criança, fui
apresentado ao futebol de cegos na pré-adolescência e, por meio do
esporte, recuperei minha autoestima e fez com que eu tivesse uma
percepção diferente da minha deficiência e dos desafios que ela me
imporia. Fui eleito melhor do mundo na modalidade, e bicampeão
paralímpico, em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Neste manual do goalball, profissionais de educação física


especializados em trabalhar com jovens com deficiência ensinam
regras, contexto, técnicas e metodologias, sempre referenciados,
para auxiliar na iniciação.

Assim, além de promover a prática desportiva, como dissemos no


início deste texto, aumentamos a base de atletas e multiplicamos a
possibilidade de surgimento de novos campeões e ídolos do Brasil
nas próximas edições dos Jogos Paralímpicos.

Mizael Conrado
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro
AUTORES AGRADECIMENTOS
RICARDO APARECIDO DE OLIVEIRA Agradeço ao Comitê Paralímpico Brasileiro, à Academia
Graduado em Educação Física, licenciatura ple- Paralímpica, à Coordenação de Esporte Escolar Paralímpico, à
na, pela Universidade Camilo Castelo Branco. Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais
Atuou como coordenador nacional de goalball (CBDV) e aos técnicos da seleção brasileira de goalball masculina
(2009-CBDC), auxiliar técnico da seleção femi- e feminina; pelas contribuições e oportunidade de desenvolver um
nina de goalball (2013-CBDV) e técnico de equi- trabalho prático, teórico e descritivo.
pes com tricampeonato da Copa Brasil da mo-
dalidade (2005/2011/2012). Atualmente trabalha como professor da CONTRIBUIÇÃO
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e como professor
de goalball da Escola Paralímpica de Esportes do Comitê Paralímpi- Academia Paralímpica Basileira - professor Décio Calegari,
co Brasileiro. professor Ivaldo Brandão Vieira, professor José Fernandes Filho.

Coordenação de Esporte Escolar Paralímpico – Escola de


Esportes Paralímpicos: professor Ramon Pereira de Souza,
professora Elza Maria Leão Pereira e professor Filipe Lopes
Barboza.
LETÍCIA PEREIRA DA SILVA
Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes
Graduada em Educação Física, bacharel e licen-
Visuais - professor Alessandro Tosim - técnico da seleção
ciatura, na Instituição de Ensino Centro Univer-
brasileira de goalball masculina e Dailton Freitas do Nascimento
sitário SENAC – Santo Amaro. Trabalha no Co-
- técnico da seleção de goalball feminina; e suas respectivas
mitê Paralímpico Brasileiro com o goalball desde
comissões técnicas.
maio de 2018.

4 5
SUMÁRIO 10 - Origem da bola .................................................................... 41

11 - Percepção auditiva e tátil ................................................. 42

História do goalball ............................................................................ 11 12 - Preparação para a alavanca de lançamento ............. 43

Elegibilidade e classificação funcional ....................................... 14 13 - Posicionamento defensivo individual........................... 45

Regras básicas ...................................................................................... 16 14 - Deslize defensivo ................................................................ 47

Metodologia .......................................................................................... 19 15 - Percepção auditiva e defesa individual ...................... 49

Estratégias de intervenção e propostas 16 - Jogo reduzido inicial .......................................................... 50

Metodológicas .............................................................................. 19 17 - Jogo reduzido sequencial ................................................ 51

Elementos técnicos básicos .................................................... 21 18 - Jogo coletivo ......................................................................... 52

Atividades .............................................................................................. 25 19 - Percepção auditiva ............................................................. 53

1 - Orientação espacial .............................................................. 26 20 - Jogo do quarteto ............................................................... 54

2 - Percepção auditiva e tátil .................................................. 27 21 - Posicionamento individual ............................................... 55

3 - Manejo de corpo ................................................................... 28 22 - Sistemas defensivos iniciais ............................................ 56

4 - Manejo de bola ...................................................................... 32 23 - Utilização do óculos de proteção ................................ 57

5 - Percepção auditiva ............................................................... 36 24 - Movimentação prévia ....................................................... 58

6 - Percepção auditiva .............................................................. 37 25 - Origem e alvo ....................................................................... 59

7 - Orientação e mobilidade ................................................... 38 26 - Jogo recreativo específico ...................................................... 60

8 - Desenvolvimento da direção ........................................... 39 27 - Goalball alvo .............................................................................61

9 - Passes ........................................................................................ 40 28 - Pacman sonoro .................................................................... 63

6 7
29 - Caça ao tesouro ................................................................. 64

30 - Queimada sentado ............................................................ 65

31 - Goalball gigante ................................................................... 67

32 - Passe na mão ........................................................................ 68

33 - Losango defensivo ............................................................. 69

34 - Agilidade defensiva............................................................ 70

35 - Jogo do bobinho ................................................................. 72

36 - Penalidades .......................................................................... 73 Imagem do atleta do goalball realizando


um arremesso frontal com a mão direita.
Foto: Daniel Zappe.

37 - Adequação defensiva ....................................................... 76

38 - Jogo de torball .................................................................... 78

39 - Jogo do rodízio .................................................................... 79

40 - Origem x alvo ...................................................................... 80

Modelo de plano de aula ................................................................. 83

Erros comuns na iniciação esportiva ........................................... 84

Considerações finais ......................................................................... 93

Referências bibliográficas ................................................................ 96

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HISTÓRIA DO
GOALBALL
O esporte para pessoas com deficiência é uma ferramenta
favorável à socialização, pois a convivência diária com atletas e
técnicos, e as viagens realizadas para competições, possibilitam
Imagem da atleta da seleção brasileira,
Gleyce Priscila, em posição de expectativa. a interação social e a possibilidade de criar vínculos de amizade
Foto: Alexandre Schneider.
(LABRONICI, 2000; OLIVEIRA et al., 2013).

Dentre as modalidades esportivas paralímpicas, encontra-se o


goalball. O esporte surgiu na Alemanha, após a Segunda Guer-
ra Mundial, criado pelo austríaco Hans Lorenzen e pelo alemão
Sett Reindle como forma de terapia para os soldados que fica-
ram cegos e para reintroduzi-los na sociedade. É o único esporte
paralímpico que foi criado especialmente para as pessoas com
deficiência visual, pois todos os outros esportes foram adaptados
de esportes convencionais (VELASCO et al., 2017).

A criação da modalidade segue as diretrizes das origens de


outros esportes paralímpicos e também tem sua prática iniciada
mediante a inegável influência de programas médicos e esporti-
vos após as duas grandes Guerras Mundiais, para o desenvolvi-
mento e a reabilitação de veteranos de guerra acometidos por
lesão (ADAMS, 1985; ARAÚJO, 1998).

O goalball é um esporte que não envolve contato físico e os


atletas são vendados para que não haja vantagem de nenhum jo-
gador que possua algum grau de acuidade visual. As equipes são
compostas de até seis atletas, sendo três titulares e três reservas.
A quadra possui 18 metros de comprimento e nove de largura. O
objetivo do jogo é fazer gols na equipe adversária por meio de ar-
remessos, ao mesmo tempo que precisam defender o gol da sua
equipe. No goalball as traves têm nove metros de largura e 1,30m
de altura que ficam posicionadas atrás dos atletas, delimitando a
área do gol. Os atletas utilizam a trave para se localizar e para pre-
parar seus arremessos durante o jogo (VELASCO et al., 2017).

11
A quadra é marcada com barbante e fita para que os atletas ganizar a modalidade nos Jogos Paralímpicos e Parapan-America-
sintam o relevo e possam se localizar. Há locais específicos para nos (IBSA, 2010).
os atletas se posicionarem e aguardarem o arremesso do adver-
sário. A bola utilizada durante o jogo possui um guizo, permitindo Em termos de competições internacionais, os Jogos Para-
que os atletas se orientem por meio do som emitidoe possibili- límpicos é o mais importante evento da modalidade. A segunda
tando identificar a sua localização (VELASCO et al., 2017). A bola competição internacional mais importante é o Campeonato Mun-
deve ser arremessada rente ao solo ou tocar em pontos especí- dial de Goalball, realizado em ciclos de quatro anos. Além dessas
ficos da quadra antes de chegar à equipe adversária. Caso essa principais competições, existem ainda outras importantes com-
regra não seja observada, a equipe é punida e sofrerá uma penali- petições internacionais como: Parapan-Americano e Mundial de
dade (um pênalti onde se enfrentam um atacante e um defensor). Cegos da IBSA (IBSA, 2010).

O goalball é um jogo dinâmico de defesas e ataques, em


que os atletas podem passar a bola para seus companheiros de MUNDIAIS
equipe antes de realizarem o arremesso ofensivo e, a cada lan- MASCULINO FEMININO
ce, as equipes dispõem de segundos para realizar o arremesso,
caso contrário, precisam defender uma penalidade (VELASCO ANO LOCAL
CAMPEÃO VICE 3º LUGAR CAMPEÃO VICE 3º LUGAR
et al., 2017).

No Brasil, a modalidade teve seu início na década de 1980 (AL- Espoo Estados Estados
2014 Brasil Finlândia Rússia Turquia
MEIDA et al., 2008; MATARUMA et al., 2005). Em 1982, a Inter- Finlândia Unidos Unidos

national Blind Sports Federation (IBSA) começou a gerenciar o


goalball. A modalidade foi implementada no Brasil em 1985 com Malmo
2018 Brasil Alemanha Bélgica Rússia Turquia Brasil
o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI), na cidade de Suécia

São Paulo, por intermédio do professor Steven Dubner. O pri-


meiro Campeonato Brasileiro foi disputado em 1987, na cidade Fonte: IBSA, 2019.
de Uberlândia-MG (SILVA; ALMEIDA; ANTÉRIO, 2015).

Atualmente o goalball é organizado no Brasil pela Confedera- JOGOS PARALÍMPICOS


ção Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), geren- MASCULINO FEMININO
ciando também mais duas modalidades paralímpicas, sendo elas
o futebol de 5 e o judô. Nos campeonatos regionais, o Brasil é ANO LOCAL
CAMPEÃO VICE 3º LUGAR CAMPEÃO VICE 3º LUGAR
dividido em cinco regiões, de acordo com o número de times ca-
dastrados e, no Campeonato Brasileiro, só participam as equipes
vencedoras das etapas regionais. Hoje temos como atuais campe- Rio de
Estados Estados
2016 Janeiro Lituânia Brasil Turquia China
ões brasileiros no cenário nacional as equipes do SANTOS-SP, em Brasil
Unidos Unidos

ambos os gêneros (CBDV, 2019).


Tóquio Estados
2021 Brasil China Lituânia Turquia Japão
Internacionalmente, o goalball é gerenciado pela IBSA, res- Japão Unidos

ponsável pela organização do Campeonato Mundial, além de or-


Fonte: IPC, 2022.

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O goalball é classificado em B1, B2 e B3, do qual a letra B
“blind” significa “cego” em português, e a classificação visual para

ELEGIBILIDADE E deficientes visuais são as seguites (CPB, 2019; IBSA, 2019).

B1: cegos totais ou com percepção de luz até acuidade visual


CLASSIFICAÇÃO de LogMar 2.60, porém com incapacidade de reconhecer o for-
mato de uma mão a qualquer distância ou direção.

FUNCIONAL B2: capacidade de reconhecer a forma de uma mão, até a


acuidade visual de LogMar 1/50 a 2/60 (0,03) e/ou campo visual
inferior a 10 graus.
A classificação esportiva paralímpica surgiu no esporte para-
límpico com o objetivo de assegurar a legítima participação de B3: da acuidade visual de LogMar 1/40 a 1/00 (0,03) à acui-
atletas com deficiência, independente da natureza e do grau da dade visual de 6/60 (0,1) e/ou campo visual superior a 10 graus
deficiência (CASTELLANO et al., 2008), assim a classificação e inferior a 40 graus.
utilizada no esporte paralímpico constitui-se em um nivelamento
entre os aspectos da capacidade física e competitiva, colocando As três diferentes categorias de classificação competem jun-
as deficiências semelhantes em um grupo determinado (FREI- tas em igualdade de condições, pois os atletas têm os olhos
TAS, 2005). devidamente vendados para impossibilitar o uso de qualquer
resquício visual.
O surgimento de um sistema de classificação esportiva pa-
ralímpica (que abrange os 3 tipos de deficiência: física, visual e
intelectual) foi de crucial importância nas diversas modalidades
paralímpicas, e se tornou um fator de nivelamento no que diz
respeito aos aspectos competitivos, garantindo direitos e condi-
ções de igualdade e minimizando injustiças dentro do desporto Imagem do atleta da seleção brasileira, Emerson
Ernesto, em posição de defesa com o tronco elevado.
paralímpico (TWEEDY et al., 2009). Foto: Washington Alves.

Cada modalidade esportiva possui seu próprio sistema de


classificação, o que faz com que o atleta que compete em mais
de um esporte receba classificações diferenciadas. Esse sistema
se baseia nas habilidades funcionais do indivíduo e na identifi-
cação das áreas chaves (membros ou órgãos do corpo que são
essenciais para a execução dos movimentos e das ações espor-
tivas da modalidade) que afetariam o desempenho para a per-
formance básica do esporte escolhido. A habilidade funcional
necessária independe do nível de habilidade ou treinamento
adquirido (CPB, 2019).

14 15
REGRAS BÁSICAS HIGH BALL: Esse comando é utilizado quando o ata-
cante não obedece a regra que determina que a bola deve to-
car o solo pelo menos uma vez na área de lançamento (linha de
6m), depois de ser lançada pelo jogador; ou seja, ao sair da sua
Vamos destacar algumas regras básicas para determinar o mão. O comando paralisa a jogada e a equipe infratora sofrerá
bom entendimento e a realização do jogo, desde que não inter- uma penalidade.
firam profundamente no objetivo e na lógica da modalidade.
TEN SECONDS (10”): O “ten seconds” acontece quan-
Podemos dividi-las em dois grupos: as infrações (transgres- do o jogador demora mais de 10 segundos para arremessar a
são da regra de jogo que ocasionarão a perda da posse de bola) bola em direção ao adversário, caracterizando uma penalidade.
e as faltas (que ocasionarão a penalidade máxima = pênalti) A contagem dos dez segundos inicia desde o controle de bola,
(GOMES; TOSIM, 2016). passando pela execução do lançamento, até a transposição da
bola no meio da quadra.
A explanação nas aulas sobre as regras são importantes para
a conduta na formação da criança quanto ao aprendizado dos EYESHADES: Qualquer ação realizada com um toque
valores éticos do esporte, devendo ser introduzidas no cotidiano na venda (óculos de proteção) sem autorização prévia do árbitro.
aos poucos, de acordo com a sequência pedagógica para que Infração também punida com penalidade.
possam tomar decisões futuras sobre suas ações nos jogos; pois
as mesmas estarão ligadas as jogadas e prescritas nos jogos de NOISE: O “noise” acontece quando a equipe que está
goalball (ALMEIDA, 2008). com a posse de bola, ao arremessar, faz algum tipo de barulho
que poderá atrapalhar a equipe adversária, ocasionando uma pe-
nalidade. Acontece também quando há algum barulho externo
PLAY: O “play” é o comando utilizado sempre que for excessivo, sendo dado um comando de “noise”, para interrupção
dado início à partida, seja para início ou reinício do tempo ou no do jogo, até que cesse o barulho.
caso de ocorrer algum contratempo durante o jogo. No momento
em que o árbitro disser “play”, os jogadores reservas, técnico e a OBS.: Lembrando que as regras do goalball são regidas pela In-
torcida devem manter silêncio. ternational Blind Sports Federation (IBSA), que elegeu a língua
inglesa como padrão para a uniformização dos comandos.
OUT: Comando executado para informar ao aluno que a
bola saiu da área de jogo.

BLOCK OUT: Já o “block out” acontece quando um jo-


gador, ao arremessar a bola em direção ao adversário, faz com
que a defesa rebata a bola para fora. Neste caso, o árbitro re-
posiciona a bola para o jogador que fez a defesa e, assim ele irá
executar um arremesso após o comando de “play”.

16 17
ENTENDA O METODOLOGIA
GOALBALL ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO E
PROPOSTAS METODOLÓGICAS
São dois times de três jogadores em quadra e, no máximo, três na
reserva. O objetivo é fazer com que a bola, arremessada com as mãos
rasteiramente, como no boliche, toque as linhas pré-determinadas, A iniciação no goalball segue uma didática respeitando as eta-
até o gol adversário. pas do desenvolvimento motor para a modalidade. Desta forma
exigir resultados imediatos seja um risco, principalmente para
Os jogadores devem estar totalmente alunos cegos ou com baixa visão, podendo causar um trauma por
vendados, para não obterem vantagem uma bolada ou um choque entre companheiros de equipe.
sobre um adversário cego.
Planejar atividades de acordo com a maturidade de cada
Os atletas ficam restritos a uma criança será essencial para o aprendizado da modalidade, pois
área de 6m da quadra que defen- para se chegar ao domínio de habilidades desportivas, é neces-
dem, de modo que não há qual- sário um longo processo; onde as experiências com as habilida-
quer contato entre os oponentes. des básicas (movimentos fundamentais) são de fundamental im-
portância (TANI et al., 1998, p. 70).

A metodologia aplicada para as crianças e adolescentes de 7


a 17 anos na Escola Paralímpica de Esportes do CPB, tem a preo-
cupação de desenvolver algumas práticas pedagógicas seguindo
uma linha de desenvolvimento no processo ensino-aprendiza-
gem da modalidade descritas a seguir.

ACOLHIDA E MOTIVAÇÃO: Como recepcionar esse


aluno iniciante desde sua chegada até o momento da aula e seu
retorno? Muitos dos nossos alunos não exercitaram a orientação
e mobilidade em ambientes desconhecidos, e o sentimento é de
medo. Porém oferecer a prática de uma habilidade em situações
variadas parece importante não só para motivar o educando
A bola é semelhante à diante de novos desafios, mas também para estimular sua ca-
de basquete, só que com pacidade de responder à variação das condições ambientais, e
Área de Orientação
1,250kg e guizos dentro.
Área de Lançamento dar esse suporte, principalmente emocional, acompanhando-os
Área Neutra durante grande parte do tempo, proporcionando segurança e
Quadra padrão CPB/CBDV.
referência do blog da profª Luci -
Educação Física Movimento e Saúde, 2019.

18 19
credibilidade ao professor em relação ao aluno; ou seja, culmi- ELEMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS
nando com o esforço do indivíduo de concluir uma tarefa (DE
ROSE JR et al., 2002). O goalball é uma modalidade esportiva desenvolvida espe-
cificamente para pessoas com deficiência visual. É baseado nas
ORIENTAÇÃO AUDITIVA E TÁTIL: Sendo uma mo- percepções auditivas, táteis e na orientação espacial, caracte-
dalidade coletiva, o goalball é jogado em quadra coberta, em piso riza-se como uma atividade dinâmica, interessante e especial
de paviflex (ou similar) e a lógica do jogo consiste em arremessar (CONDE, 2019).
a bola com as mãos contra o gol adversário. A bola deve ser lan-
çada junto ao solo, de forma que os guizos internos produzam São três jogadores em cada equipe, que lançam a bola, ro-
sons capazes de indicar a direção da bola, permitindo que os lando no piso da quadra, para tentar fazer o gol. A outra equipe
atletas vendados do outro lado consigam identificar a trajetória tenta impedir o gol com os três jogadores deitando-se no piso
da bola (NASCIMENTO, 2012). para realizar a defesa da bola lançada pelo adversário. O jogo
é disputado de tempos de doze minutos com três minutos de
Portanto nos trajetos, e principalmente no espaço das aulas, a intervalo, e vence o jogo a equipe que conseguir o maior número
orientação auditiva deve ser bem definida e objetiva, narrando o de gols (NASCIMENTO, 2006).
espaço físico do desenvolvimento das aulas, bem como os mate-
riais a serem utilizados; explicitando o ambiente, e a proximidade Vale salientar que, segundo a Base Nacional Comum Curri-
do cenário de um possível jogo, permitindo que o aluno construa cular – MEC (BNCC, 2010), os esportes escolares estão classi-
um mapa mental do ambiente da atividade (ALMEIDA, 2008). ficados de acordo com a sua cultura corporal, segundo a lógica
interna de funcionamento; e assim no âmbito escolar o goalball,
SEGURANÇA NAS AULAS: Poder apresentar uma juntamente com outros esportes, recebe a classificação e no-
modalidade de maneira gradativa, seja quanto aos elementos menclatura de esporte de “quadra dividida”, conforme seu eixo
técnicos básicos (diferentes intensidades de arremessos), seja temático esporte (caracterizadas por volear, arremessar, lançar
com os materiais utilizados, como bolas adaptadas (tamanhos ou rebater um objeto em direção a setores da quadra adversá-
diferentes e pesos variados), e/ou jogos reduzidos, observando ria ou meta, como exemplo: voleibol, peteca, tênis de campo e
principalmente ações de mudanças no espaço, oferecendo no- mesa, badminton, goalball, pelota basca, squash, espirobol etc.).
vas orientações aos participantes por meio de questões propos- As técnicas defensiva e ofensiva são utilizadas durante todo o
tas como: Onde estou? Para onde quero ir? e Como vou chegar jogo, sendo fundamental conhecer como elas são realizadas.
ao meu objetivo? (ALMEIDA, 2008).
A técnica defensiva é a forma correta de se posicionar para o
ato da defesa e as respectivas movimentações que possibilitarão
evitar o gol adversário e recuperar a posse da bola.

Ela inicia com a fase de expectativa/atenção, na qual o aluno


se posiciona concentrado, com um joelho fixo no piso, e a outra
perna estendida lateralmente, tronco inclinado para frente com
os dois braços com as mãos apoiadas ao solo.

20 21
A segunda ação é a movimentação prévia, que corresponde A orientação em quadra depende principalmente do domínio
ao comportamento dos alunos antes do lançamento, que consis- da “área de orientação” (linha de 3m distante da trave, delimitada
te em identificar o posicionamento ofensivo adversário, deslo- lateralmente por 9m) e contribui para que as pessoas com defici-
cando o corpo lateralmente para uma nova fase de expectativa, ência visual se localizem de forma segura e independente.
em relação à direção da bola.
O jogador identifica determinados pontos da quadra (traves,
Por fim, a terceira fase é finalização/impacto, na qual o de- demarcações de posições dos jogadores e linhas da quadra), per-
fensor encontra-se deitado lateralmente, cotovelos estendidos cebendo o ambiente que o cerca, estabelecendo relações cor-
acima da linha do ombro de forma a proteger o rosto, pernas porais, espaciais e temporais com esse novo ambiente por meio
um pouco afastadas e também estendidas, com perna superior dos sentidos remanescentes.
ligeiramente voltada para frente, com a musculatura tensionada,
rosto ligeiramente voltado para trás entre os braços, bem como o Dessa forma, a “mobilidade” é desenvolvida de forma prática,
corpo deverá estar ligeiramente à frente para facilitar o controle possibilitando ao aluno se mover e reagir aos estímulos internos
da bola, caso o defensor recupere sua posse. ou externos, em equilíbrio estático ou dinâmico. A mobilidade
será executada com ações seguras e propiciará a evolução mo-
A técnica ofensiva consiste na forma correta de lançar a bola tora necessária para a realização dos exercícios técnicos, melho-
à meta adversária, executando os movimentos característicos rando sua orientação em quadra (ALMEIDA, 2008).
que determinam a nomenclatura do arremesso e têm por objeti-
vo fazer o gol. Também ressaltamos a importância do fundamento técnico
do passe, como sendo a técnica de entregar a bola ao compa-
Está dividida em empunhadura da bola, que corresponde nheiro para uma ação ofensiva. Esta estratégia é muito utilizada
à fase preparatória: o aluno encontra-se em pé, concentrado, nos jogos para confundir o adversário, pois o adversário imagina
de frente para a equipe adversária, pernas ligeiramente sepa- a bola sendo lançada de um lado e ela acaba sendo lançada de
radas, segurando a bola com a mão do braço que irá realizar outra posição.
o arremesso.
Para execução desse fundamento o receptor e o passador
Na sequência ele inicia o deslocamento do corpo, fase de combinam e/ou treinam um código sonoro, sempre atentos à “re-
progressão ou evolução: o aluno inicia seu movimento com a gra dos dez segundos (ten seconds)”.
perna esquerda (primeiro passo), elevando o braço que se-
gura a bola para frente do corpo, em seguida realizará o se- A técnica, por utilizar grande parte desse tempo, precisa ser
gundo passo com a perna direita, levando o braço que segura ensinada/treinada constantemente, pois deve haver uma sinto-
a bola para trás do corpo. nia entre os jogadores para que a ação seja efetiva (CAMAR-
GO, 2012).
Finaliza o movimento com a alavanca, que é o arremesso pro-
priamente dito. O aluno executa o terceiro passo com a perna es-
querda, inclinando o tronco à frente, alavancando o braço direito
que segura a bola de trás para frente através de um movimento
pendular, soltando-a paralelamente ao piso (rasteira); acontecen-
do neste momento a fase mais importante do arremesso, que é a
soltura da bola (CAMARGO, 2012; TOSIM, 2016).

22 23
ATIVIDADES
De acordo com as aulas Escola Paralímpica de Esportes do
Comitê Paralímpico Brasileiro e segundo as orientações de
(NASCIMENTO, 2006), as atividades de iniciação ao goalball fo-
ram elaboradas seguindo uma sequência pedagógica de acordo
com a maturidade dos alunos, exercitando técnicas ofensivas e
defensivas, chegando a situação de jogo, utilizando jogos reduzi-
dos e recreativos, até chegar aos jogos com as regras oficiais.

Imagem da atleta de goalball


realizando uma defesa com a
bola entre os braços.
Foto: Marco Antônio Teixeira.

24 25
1. ORIENTAÇÃO ESPACIAL 2. PERCEPÇÃO AUDITIVA E TÁTIL

Objetivo: orientação espacial. Objetivo: percepção auditiva e tátil.

Material: quadra, bola pequena com guizo e trave. Material: quadra, bola pequena com guizo e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: percorrer a trave Procedimento/Descrição/Estratégia: localizar uma boli-


de um lado para o outro, deslizando uma das mãos na trave e nha com guizo que será lançada na “área de orientação” (Fig. 2),
com a outra levar uma bolinha com guizo para o companheiro; os próximo a uma das laterais da trave (linha de 1,5m); e deslocar-se
alunos estarão dispostos em dois grupos, sendo um de cada lado até a “área de lançamento” (linha de 6m), retornando ao ponto de
da trave (Fig. 1). partida (Fig. 2.1).

Variação: estimular que o companheiro chame outro aluno Variação: após a progressão dos alunos, estimular um lançamen-
com o barulho produzido pelo guizo, para familiarização desse som to característico de cada aluno em direção ao chamado do professor.
característico da bola de goalball.
Dica: poderemos usar uma bola envolvida com papel celofane
Dica: podemos utilizar barbante esticado com cones para a ou sacola plástica.
simulação da trave.
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).

Figura 1 - Orientação espacial. Aluno de pé, cego, fazendo o reconhecimento da baliza de goalball com as
Figura 2 - Percepção auditiva. Aluna utilizando óculos Figura 2.1 - Percepção tátil. Aluna utilizando óculos de
mãos. Foto: Ale Cabral.
de proteção, está agachando em direção a uma bolinha proteção, levantando e segurando a bolinha rosa com
rosa com guizo que está à sua frente. Foto: Ale Cabral. guizo em sua mão esquerda. Foto: Ale Cabral.

26 27
Figura 3.3 - Seis alunos vendados, dispostos
separadamente na área de orientação de pé,
simulando o arremesso por baixo das pernas.
3. MANEJO DE CORPO Figura 3.4 - Seis alunos vendados, dispostos
separadamente na área de orientação de pé,
simulando o arremesso de frente.
Fotos: Marcello Zambrana.

Figura 3 - Imagem corporal. Em primeiro plano, sete bolas separadas em colunas na parte neutra da quadra, em segundo plano sete
alunos em pé, de mãos dadas de frente para as bolas. Foto: Ale Cabral. Executar giro no sentido horário e anti-horário a partir de uma
posição estática, como estando de frente para uma das traves e
virar de costas para a mesma (Fig. 3.5 e 3.6).
Objetivo: manejo de corpo (imagem e esquema corporal).

Material: barbante, fita de cetim ou elástico.

Procedimento/Descrição/Estratégia: trabalhar os segmen-


tos corporais a partir dos comandos do professor para tocar partes
do corpo (Fig. 3) ou executar um movimento corporal de membros
inferiores e/ou superiores como elevação de braços/pernas (Fig. 3.1
a Fig. 3.2), extensão dos mesmos ou flexão de quadril (movimentos
próprios e divididos das ações do goalball) (Fig. 3.3 e 3.4).

Figura 3.5 - Seis alunos vendados, dispostos separadamente na área de orientação de pé, realizando saltos para cima.
Figura 3.6 - Seis alunos vendados, dispostos separadamente na área de orientação de pé, realizando saltos com giro.
Fotos: Ale Cabral.

Figura 3.1 - Seis alunos vendados, dispostos separa-


damente na área de orientação de pé, tocando seus
ombros. Figura 3.2 - Seis alunos vendados, dispostos
separadamente na área de orientação de pé, com os
braços estendidos. Fotos: Marcello Zambrana.

28 29
Figura 3.10 - Esquema corporal. Duas alunas vendadas, dispostas na área de movimentação, uma na ala direita e uma no centro, em
posição de expectativa com elástico preso entre as duas. Foto: Ale Cabral.

Ao som de palmas, percorrer um caminho e, conforme escu-


tar o aumento da intensidade das palmas, aumentar o ritmo do seu
deslocamento, podendo variar com paradas bruscas (Fig. 3.7 e 3.8).

Por último, a “posição de feto” (Fig. 3.11), que consiste ficar em


decúbito lateral, com joelhos próximos ao peito, e as mãos apoiadas
nos joelhos; porém que ao comando de “estende”, deverão ficar na
posição de finalização de defesa (Fig. 3.12), e posteriormente ao co-
mando de “encolhe”, voltarão à posição original.

Variação: utilizar exercícios característicos do goalball sem bola.

Dica: possibilitar aos alunos o contato sequencial com trave,


quadra (espaço e marcações) e posteriormente bola (manejo de bola).

Figura 3.7 - Sete alunos vendados, dispostos separadamente perto da baliza, realizam corrida para frente. Figura 3.8 - Sete alunos Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Bas-
vendados, dispostos separadamente na linha de 6 metros, estão agachados tocando a mão na linha em alto relevo. Na frente deles
7 bolas. Fotos: Ale Cabral.
quete Metodologia do Ensino.

Já a lateralidade trabalharemos com elásticos presos aos alu-


nos, em trios; contudo, ao comando de direita/esquerda, todos ali-
nhados deverão dar um determinado número de passadas laterais,
ou executar o deslize lateral, sem que o elástico seja tensionado de
modo oposto ao comando pedido (Fig. 3.9 e 3.10).

Figura 3.9 - Três alunas vendadas, dispostas na área de orientação, uma na ala direita, uma no centro e uma na ala esquerda, em Figura 3.11 - Seis alunos vendados, dispostos na área de orientação, deitados lateralmente, segurando os joelhos flexionados próxi-
posição de expectativa com elásticos presos entre as alunas. Foto: Ale Cabral. mo ao tronco. Figura 3.12 - Seis alunos vendados, dispostos na área de orientação, deitados lateralmente estão simulando a posição
de defesa final. Fotos: Ale Cabral.

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Figura 4.3 - Sustentar. Três alunos de pé, dispostos separadamente na área de orientação seguram a
bola com as duas mãos e braços estendidos acima da cabeça. Foto: Marcello Zambrana.

4. MANEJO DE BOLA

Objetivo: manejo de bola (contato com a bola).

Material: variadas bolas em tamanhos e textura.

Procedimento/Descrição/Estratégia: é um fundamento
que tem como objetivo melhorar a habilidade geral do aluno no Figura 4.4 - Quicar. Aluno de
pé vendado aguarda bolinha
contato com a bola nas diversas possibilidades de movimentos com amarela com guizo quicar à sua
frente. Foto: Ale Cabral.
a mesma, como rolar, tocar, quicar, segurar, lançar, enfim, permitir
o manuseio nos diversos planos do corpo, criando intimidade com
a bola.

Exercícios estáticos de controle de bola: manusear e cir-


cundar a bola (Fig. 4 a 4.2); sustentar (Fig. 4.3), quicar (Fig. 4.4), rolar Figura 4.5 - Rolar. Aluna vendada e
com os joelhos no chão, apoia com as
(Fig. 4.5), e experimentar o movimento da alavanca parado (Fig. 4.6 palmas das mãos a bola de goalball.
Foto: Ale Cabral.
- 4.6.1 - 4.6.2).

Figura 4 - Manusear. Aluna de pé, com as pernas


afastadas, manuseia bola de iniciação ao goalball
entre suas pernas. Foto: Ale Cabral.

Figura 4.6 - Alavanca-fase 1. Aluno de pé, segura a bola de


iniciação de goalball com a mão direita e braço estendido
atrás de seu corpo. Foto: Marcello Zambrana.

Figura 4.1 - Circundar. Aluna de pé, com o tronco flexio-


nado e pernas afastadas, manuseia bola de iniciação ao
goalball entre suas pernas. Foto: Ale Cabral.

Figura 4.6.2 - Alavanca-fase 3. Três


alunos de pé, troncos flexionados,
colocam a mão direita na bola de
iniciação de goalball, que está no solo,
para empurrá-la para frente.
Foto: Marcello Zambrana.

Figura 4.6.1 - Alavanca-fase 2. Aluno de pé, tronco flexio-


Figura 4.2 - Circundar. Aluna de pé, segurando com as duas mãos a nado, coloca a mão direita na bola de iniciação
bola de iniciação ao goalball por trás da cabeça. Foto: Ale Cabral. de goalball que está no solo. Foto: Marcello Zambrana.

32 33
Exercícios dinâmicos de condução de bola: levar e
devolver (Fig. 4.7), jogar e pegar (Fig. 4.8 e 4.9), movimentos
preparatórios e balanceio da bola, alavanca em progressão (Fig.
4.10 a 4.12).
Figura 4.10 - Movimento preparatório. Dois
alunos de pé, seguram a bola de goalball
Variação: na sequência dos exercícios, incluir a bola de com os braços estendidos, um aluno com
os braços para frente e o outro para cima
goalball, em exercícios específicos, de modo gradativo. Foto: Ale Cabral.

Dica: variar o tamanho, peso e textura da bola.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) o Livro Basque-


te Metodologia do Ensino.

Figura 4.11 - Balanceio da bola. Dois alunos


de pé, seguram a bola de goalball com uma
das mãos, ao lado do corpo, simulando
arremesso de frente. Foto: Ale Cabral.

Figuras 4.7, 4.8 e 4.9 - Condução de bola. Figura


4.7 - Alunos caminham com uma bola na mão
de uma lateral da quadra para a outra. Figura
4.8 - Aluna parada no centro da imagem com
uma bola de iniciação na mão. Ao fundo outro
aluno caminha com a bola de uma lateral para
a outra. Figura 4.9 - Aluna parada no centro da
imagem com os braços estendidos para a frente
esperando a bola de iniciação cair em seus bra-
ços. Ao fundo os alunos permanecem realizando
a atividade anterior. Fotos: Ale Cabral.

Figura 4.12 - Alavanca em progres-


são. Dois alunos de pé, seguram a
bola de goalball com uma das mãos,
ao lado do corpo, simulando arre-
messo de frente. Foto: Ale Cabral.

34 35
5. PERCEPÇÃO AUDITIVA 6. PERCEPÇÃO AUDITIVA

Objetivo: percepção auditiva. Objetivo: percepção auditiva.

Material: quadra, bola com guizo, barbante e fita. Material: bolas com tamanhos e sons variados.

Procedimento/Descrição/Estratégia: receber uma bolinha Procedimento/Descrição/Estratégia: localizar diferentes


lançada por um orientador, localizá-la interceptando a mesma (Fig. 5) sinais sonoros provenientes de batidas no solo; porém identificar
e lançar de volta para a origem da bolinha (Fig. 5.1). com precisão a bola de goalball (Fig. 6). O professor será o
orientador, que executando barulhos ao seu comando, provenientes
Variação: alternar o local da saída da bolinha, de vários pontos do quicar de cada bola para os alunos disponibilizados a sua frente,
específicos da quadra. que tentam localizar a origem do som característico da bola de
goalball (Fig. 6.1).
Dica: executar as marcações apenas na área de orientação.
Variação: disposição dos alunos em círculo ou já adequando
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB). outras formações defensivas.

Dica: estimular distâncias progressivas para a localização do


sinal sonoro (3m, 6m, 9m e assim por diante), até chegar a distância
real do jogo de uma trave à outra.

Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).


Figuras 5 e 5.1 - Percepção auditiva. Figura 5 - Aluno
vendado e agachado, aguarda uma bolinha na sua
direção lançada pelo professor. Figura 5.1 - Aluno com
tronco inclinado lança a bolinha a sua frente na dire- Figuras 6 e 6.1 - Percepção auditiva. Figura
ção do professor, que observa. Fotos: Ale Cabral. 6 - Alunos cegos, sentados, percebem o som da
bola que o professor faz à frente. Figura 6.1 -
Seis alunos cegos, sentados, levantam as mãos
para tentar adivinhar o som reproduzido pelo
professor. Fotos: Ale Cabral.

36 37
7. ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE 8. DESENVOLVIMENTO DA DIREÇÃO

Objetivo: orientação e mobilidade (O e M). Objetivo: desenvolvimento da direção (alvo).

Material: quadra, barbante, fita e trave. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: deslocar-se pela Procedimento/Descrição/Estratégia: executar lançamentos


quadra, passando por 4 pontos que estarão dispostos na área de característicos (próprios do repertório de cada aluno), ao comando do
orientação (Fig.7 a 7.3), possibilitando um deslocamento no sentido professor, explorando várias direções solicitadas (alvo) (Fig. 8).
horário completo, onde em cada vértice da quadra serão dadas
pistas ou comandos para iniciar. Variação: quando acertar o alvo solicitado, o aluno deverá
confirmá-lo, indicando a localização do mesmo.
Variação: inverter o sentido do trajeto e possibilitar a
localização progressiva em direção da trave para frente e vice-versa. Dica: importante neste trabalho inicial orientar apenas 3
direções básicas para o aluno, em relação ao adversário; sendo elas:
Dica: ainda não precisa marcar um grande espaço da quadra, (D) direita, (C) centro e (E) esquerda (Fig. 8.1).
apenas pontos estratégicos de localização para o aluno ou jogador.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Manual de
Orientação para Professores de Educação Física (CPB, 2006).
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).

Figura 8 - Direção (alvo). Nove


alunos, estão divididos em 3 colu-
nas com 3 alunos. Os primeiros de
cada coluna recepcionam a bola.
Foto: Ale Cabral.

Figuras 7, 7.1, 7.2 e 7.3 - Orientação e mobilidade. Figura 7 - Aluno vendado, de pé, apoia a mão esquerda na parte superior da
baliza, com o tronco virado para a lateral da quadra (ala direita). Figura 7.1 - Aluno vendado, de pé, apoia a mão esquerda na parte Figura 8.1 - Três direções básicas (alvo). Sete alunos, seis dispostos na área de orientação em posição de expectativa
superior central da baliza, com o tronco virado à frente. Figura 7.2 - Aluno vendado, na ala esquerda, coloca a mão direita na linha enquanto um aluno arremessa bola na direção deles. Foto: Ale Cabral.
em alto relevo. Figura 7.3 - Aluno vendado, na ala direita em posição de expectativa. Fotos: Marcello Zambrana.

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9. PASSES 10. ORIGEM DA BOLA

Objetivo: passes. Objetivo: origem da bola.

Material: quadra, bola e trave. Material: bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: executar passes, Procedimento/Descrição/Estratégia: os alunos dispostos


após o comando “play” acionado pelo professor. Os alunos em círculo realizarão passes à vontade, de modo direto (Fig. 10).
estarão sentados em círculo, e um dos alunos executa o passe Um aluno de posse de bola acionará a bola ao solo com uma batida
com a bola partindo da altura do tórax, com braços flexionados e chamará um companheiro pelo nome, que responderá com “duas
(Fig. 9), que serão estendidos em direção ao chamador, sendo palmas” para orientá-lo da direção que passará a bola, e assim
este aluno que recepcionará a bola com as duas mãos; esse passe poderá ser executado o devido passe; porém deverá utilizar um
é executado em forma de parábola (trajetória); e assim, os alunos passe com trajetória parabólica (quicado) para o receptor.
executam sucessivos passes até todos experimentarem a ação
completa do passe. Variação: explorar várias posições partindo do solo, até
evoluir para a posição em pé; na qual chegarão mais próximo da
Variação: deixar os alunos trocarem passes entre si (Fig. execução adequada (situação jogo).
9.1), aproveitando já a distância de uma ala (D) para outra ala (E),
próximos à linha de 1,5m. Dica: no início da atividade fixar os alunos em seus lugares
uns próximos aos outros, e posteriormente permitir uma distância
Dica: para a recepção de bola deverá ser observada a posição maior entre os mesmos, possibilitando um deslize lateral para a
das mãos, que devem estar com palmas voltadas para a direção do localização da bola.
passe, e dedos direcionados para baixo.
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) da Carpeta
del Goalball.

Figura 9 - Passe e recepção (círculo). Alunos sentados na


quadra de goalball em círculo com uma bola no centro.
Foto: Ale Cabral.

Figura 9.1 - Passes e recepção (coluna). Alu-


nos dispostos nas duas laterais da quadra
próximos a baliza, realizam o passe para o
outro lado. Foto: Ale Cabral.

Figura 10 - Execução do passe. Alunos sentados em círculo jogam a bola um para o outro. Foto: Ale Cabral.

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11. PERCEPÇÃO AUDITIVA E TÁTIL 12. PREPARAÇÃO PARA A ALAVANCA DO LANÇAMENTO

Objetivo: percepção auditiva e tátil. Objetivo: preparação para a alavanca do lançamento.

Material: bola, barbante e fita. Material: bola, barbante e fita.

Procedimento/Descrição/Estratégia: posicionados no Procedimento/Descrição/Estratégia: partindo da posição


solo, um de frente para o outro (formação em duplas), e explorando ajoelhado, elevar a perna contrária ao braço de arremesso, deixando um
algumas posições da área defensiva; um aluno ao perguntar o nome joelho apenas no solo e tentar executar um arremesso para o parceiro, de
do companheiro (chama), executa um rolamento com auxílio de uma modo rasteiro com auxílio de um braço apenas, apoiando a bola no solo
ou duas mãos em direção ao parceiro (Fig. 11), que anteriormente (Fig. 12), e finalizar o arremesso com dedos voltados para baixo (Fig. 12.1),
responde ao comando de chamada com as palmas. impulsionando a bola para frente (Fig. 12.2).

Variação: explorar as posições dos jogadores explicando


Variação: pode alternar, conforme o desenvolvimento adquirido, para
sobre a função dos alas (direito e esquerdo) e pivô (central).
a alavanca de braço propriamente dita, acertando o posicionamento do ar-
remesso (Fig. 12.3 a 12.5).
Dica: ainda não definir posição de defesa (técnica aproximada),
apenas interceptação da bola como localização da origem da
Dica: já pode corrigir alguns posicionamentos em relação aos segmen-
mesma (Fig. 11.1).
tos corporais; ou seja, em relação a uma postura boa e confortável para
execução, bem como direcionamento dos pés em relação à direção da bola.
Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Manual para Entrena-
dores de Goalball.
Figura 11 - Percepção tátil. Dois alunos, um na
posição de expectativa e o outro de frente
iniciando o arremesso. Foto: Ale Cabral.

Figura 11.1 - Percepção auditiva. Aluna na


lateral da quadra em posição de expectativa
aguarda um arremesso, proveniente da
aluna em pé a sua frente, que apoia a mão
esquerda na bola de iniciação.
Foto: Ale Cabral.

Figura 12 - Apoio. Aluno agachado com o Figura 12.1 - Rolamento. Aluno agachado com Figura 12.2 - Finalização. Aluno agachado com
joelho direito no solo e a mão direita atrás da o joelho direito no solo e com a mão direita o joelho direito no solo e o braço direito à
bola de goalball. Foto: Ale Cabral. empurra a bola de goalball. Foto: Ale Cabral. frente do rosto, finalizando o movimento.
Foto: Ale Cabral.

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13. POSICIONAMENTO DEFENSIVO INDIVIDUAL
Figura 12.3 - Elevação. Aluno
agachado com o joelho direito Objetivo: posicionamento defensivo individual (3 fases).
no solo e com a bola na mão
direita atrás do corpo, iniciando
o movimento de arremesso
frontal. Foto: Ale Cabral. Material: bola, barbante e fita.

Procedimento/Descrição/Estratégia: explicar e demonstrar


para os alunos as posições defensivas conforme suas fases de expec-
tativa/atenção (Fig. 13), movimentação prévia (Fig. 13.1) e finalização/
impacto (Fig. 13.2) por meio de exercícios educativos, executados
de modo passo-a-passo. Primeiramente mostrar a posição das mãos
apoiadas à frente do corpo e no solo, deixando a base de apoio la-
teral das pernas à escolha do aluno (posição mais confortável). Pas-
samos para a demonstração e explicação da segunda fase da defesa,
que deverá acontecer partindo da posição de atenção com um leve
deslocamento da posição “A” (primeiro apoio das mãos) para a po-
sição “B” (deslocamento das mãos para um segundo apoio lateral)
conforme a origem da bola lançada ao solo, completando assim a mo-
Figura 12.4 - Alavanca.
Aluno agachado com o joelho vimentação prévia. Completando a terceira fase da defesa, o aluno
direito no solo e com a bola
na mão direita atrás do executa a extensão total do seu corpo, em decúbito lateral, voltando
corpo, com o movimento de
arremesso frontal já iniciado. sua cintura para cima com a barriga em direção ao impacto da bola,
Foto: Ale Cabral.
com pernas ligeiramente afastadas e braços estendidos protegendo
o rosto, que deve estar com o queixo voltado para cima e para trás,
com rotação do pescoço.

Variação: lembrando que este exercício é uma sequência lógica


da interceptação, e que poderemos logo após trabalhar com bolas
lançadas para as adequações defensivas.

Dica: ainda não executar correções técnicas, e sim deixar fluir o


entendimento dos conceitos, quanto à nomenclatura das fases; e pos-
teriormente dos procedimentos para compor toda a ação defensiva.
Figura 12.5 - Soltura. Aluno agacha-
do com o joelho direito no solo e
com a bola na mão direita atrás do Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
corpo, finaliza o movimento de arre-
messo frontal. Foto: Ale Cabral. ball: Invertendo o jogo da inclusão.

44 45
14. DESLIZE DEFENSIVO

Objetivo: deslize defensivo.

Material: bola, barbante e fita.

Procedimento/Descrição/Estratégia: partindo da posição de


expectativa/atenção (Fig. 14), explicar o deslize para o lado direito e
para o lado esquerdo, procurando ainda não definir um padrão cor-
reto, mas adequando apoios de mãos e pernas. Ou seja, quando for
executar o deslize para o lado dos pés, transferir as mãos do ponto
de apoio para mais próximo das pernas (Fig. 14.1) e empurrar o solo
Figura 13 - Fase de expectativa/atenção. Quatro alunas dispostas na área
de orientação em posição de expectativa. Foto: Ale Cabral. em direção as pernas (Fig. 14.2), fazendo com que o aluno progrida em
Figura 13.1 - Fase da movimentação prévia. Quatro alunas dispostas na área de
orientação em posição de movimentação prévia. Foto: Ale Cabral. relação à distância que a bola estará chegando ao centro de gravida-
de (CG). Já para o lado oposto dos braços (Fig. 14.3), quem executará
a força de ação no solo será a perna que está flexionada e apoiada
com o respectivo pé no chão (Fig. 14.4), possibilitando que o aluno se
desloque em direção aos braços que procuram a bola direcionada
para esse lado (Fig. 14.5).

Variação: conforme evolução poderá ser acrescentado ao exer-


cício a bola com guizo para localização, explorando defesa com as
pernas e pés, bem como com braços e mãos (definindo assim, a sua
base defensiva).

Dica: reforçar a importância do “centro de gravidade” para a boa


defesa e posse de bola.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-


ball: Invertendo o jogo da inclusão.

Figura 13.2 - Fase de finalização/impacto. Quatro alunas dispostas na área de orientação em


posição de defesa final. Foto: Ale Cabral.
Figura 14 - Apoio (mãos). Aluno sentado, em posi- Figura 14.1 - Deslize (força). Aluno inicia movi- Figura 14.2 - Finalização. Aluno finaliza movi-
ção de expectativa. Foto: Marcello Zambrana. mento de defesa com apoio das mãos no solo. mento de defesa deitado lateralmente com as
Foto: Marcello Zambrana. pernas estendidas. Foto: Marcello Zambrana.

46 47
15. PERCEPÇÃO AUDITIVA E DEFESA INDIVIDUAL

Objetivo: percepção auditiva e defesa individual.

Material: quadra, bola e trave.


Figura 14.3 - Apoio (perna). Aluno
sentado, em posição de expectativa.
Foto: Ale Cabral.
Procedimento/Descrição/Estratégia: após perceber a bola
lançada ao solo e proveniente de uma origem paralela e/ou diagonal,
o aluno deverá primeiramente indicar de onde sairá a bola (origem)
(Fig. 15), e posteriormente executar a defesa local (contra-ataque);
onde o aluno parte da posição em pé para a devida posição de fina-
lização (Fig. 15.1).

Variação: quando o aluno encaixar a bola poderá executar um


arremesso.

Figura 14.4 - Deslize (força). Aluno


Dica: com alunos novos ou que não passaram pela sequência dos
sentado inicia movimento de defesa
com ação da perna flexionada.
educativos defensivos, salientar a relação da defesa partindo da posi-
Foto: Ale Cabral. ção em pé, em relação à distância entre o solo e a sua cabeça, para a
sua devida finalização com segurança.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-


ball: Invertendo o jogo da inclusão.

Figura 15.1 - Finalização da defesa. Aluno


vendado, está deitada em posição de
defesa com a bola tocando sua barriga.
Foto: Marcello Zambrana.
Figura 14.5 - Finalização. Aluno deitado
lateralmente com braços e pernas esten-
didas em posição de defesa final.
Foto: Ale Cabral.

Figura 15 - Origem do som. Aluna vendada, de pé


aponta com a mão para sua frente.
Foto: Marcello Zambrana.

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16. JOGO REDUZIDO INICIAL 17. JOGO REDUZIDO SEQUENCIAL

Objetivo: jogo reduzido inicial. Objetivo: jogo reduzido sequencial.

Material: quadra e bola. Material: quadra e bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: executar jogos reduzi- Procedimento/Descrição/Estratégia: progredir para o jogo


dos (1x1) de lateral a lateral (área de 3m invertida), onde a bola não reduzido 2x2 (Fig. 17), onde serão colocados limites de arremesso en-
poderá passar pelo aluno (Fig. 16) que defende a mesma arremessada tre os jogadores como regra básica, para que todos possam lançar e
pelo parceiro (Fig. 16.1), por meio do arremesso assimilado e a defesa praticar o passe também. Deverão estar distribuídos na área de 6m;
compreendida em exercícios anteriores. sendo que as duplas estarão uma de frente para a outra, e os parceiros
posicionados em alas opostas.
Variação: após experimentar a distância curta (9m), passar para
jogos nas dimensões da quadra normal, com todos os alunos. Variação: utilizar vários tipos de bolas e até rolamentos conforme
a faixa etária.
Dica: organizar jogos já introduzindo as regras básicas, com os
comandos da arbitragem, possibilitando a comunicação entre os com- Dica: já pode ser feito um rodízio entre os alunos, para variar as
panheiros também. posições dos alas direito e esquerdo.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal- Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
ball: Invertendo o jogo da inclusão. ball: Invertendo o jogo da inclusão.

Figura 16 - Arremesso. Duas


alunas, uma em cada lateral da
quadra de frente para a outra,
uma em posição de expectativa
e a outra com a bola de iniciação
na mão para arremessar.
Foto: Ale Cabral.

Figura 16.1 - Defesa. Duas alunas,


uma em cada lateral da quadra de
frente para a outra, uma arremessa
a bola de iniciação enquanto a outra
inicia movimento de defesa.
Foto: Ale Cabral.

Figura 17 - Jogo reduzido 2x2. Quatro alunos estão divididos em duplas, cada dupla em uma
lateral da quadra (6m), jogam entre si. Foto: Ale Cabral.

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18. JOGO COLETIVO 19. PERCEPÇÃO AUDITIVA

Objetivo: jogo coletivo. Objetivo: percepção auditiva (figura do árbitro).

Material: quadra, bola e trave. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: conforme o desenvol- Procedimento/Descrição/Estratégia: executar o jogo 3x3


vimento das duas primeiras atividades, poderemos progredir para (Fig. 19) para assimilação da lógica do jogo, passando a explicar algumas
jogos coletivos 3x3 (Fig. 18), aproximando da dinâmica real do jogo, regras que interferem nessa lógica: como exemplo os 10” (dez segun-
e utilizando a quadra nas dimensões oficiais; ou seja, na formatação dos), o “high ball” (bola alta) e “noise” (barulho), sem a preocupação da
real (gol a gol). assimilação prévia.

Variação: pode-se também executar essa formatação de Variação: pode aqui executar o “joguinho das regras”, soman-
modo reduzido, diminuindo a quadra em 3m, diminuindo o padrão do pontos à equipe que comete menos infrações; ou que saiba
trave a trave. respondê-las.

Dica: ainda não cobrar os alunos sobre regras de penalida- Dica: perguntar sempre ao aluno que cometeu a infração se o
des e infrações, salientar pode ser importante, mas sem uma co- mesmo sabe o que ocorreu, como conceito e procedimento; bem
brança excessiva. como a consequência da penalidade.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal- Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
ball: Invertendo o jogo da inclusão. ball: Invertendo o jogo da inclusão.
Figura 18 - Jogo coletivo. Alunos na quadra de goalball disputando uma partida com o time da esquerda arremessando.
Foto: Ale Cabral.

Figura 19 - Regras básicas. Alunos na quadra de goalball disputando uma partida com o
ala esquerda fazendo um arremesso frontal. Foto: Ale Cabral.

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20. JOGO DO QUARTETO 21. POSICIONAMENTO INDIVIDUAL

Objetivo: jogo do quarteto. Objetivo: posicionamento individual.

Material: quadra, bola e trave. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: a partir do jogo 3x3, Procedimento/Descrição/Estratégia: definir algumas for-


explorando os passes, pequenos deslocamentos para buscar a bola mações em trios (Fig. 21) ou duplas (Fig. 21.1) conforme o número
e os lançamentos, proporcionar o “jogo do quarteto”, que nada mais de alunos para executarem jogos em equipes, e possibilitar o ro-
é do que um jogo coletivo com 4 jogadores em cada equipe (Fig. dízio das posições defensivas e ofensivas (Fig. 21.2 e 21.3) ou seja,
20). Sendo as posições definidas como as tradicionais (alas e pivô), possibilitando que todos os alunos passem pelas variadas situações
porém agora com a presença do quarto jogador que ficará no ponto de jogo, conforme as funções dos jogadores, as ações defensivas e
“T”, atrás do pivô (Fig. 20.1) que fica embaixo da trave (ponto de ofensivas nas mais diversas situações e explorando a lateralidade
marcação para os jogadores localizarem o centro da trave). da quadra.

Variação: proporcionar uma nova apresentação da disposi- Variação: pode-se realizar rodízios horários e anti-horários.
ção dos atletas, e trabalhar os 3 direcionamentos básicos nessa fase
de iniciação; sendo apresentado apenas como alvo, as direções (di- Dica: importante explicar para o aluno a proximidade que está da
reita, centro e esquerda). lateral referente à sua posição e ao braço de arremesso correspondente.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Manual de
Dica: Você pode, desta formação, partir para o aumento de Orientação para Professores de Educação Física (CPB-2006).
jogadores, posicionando-os em pontos estratégicos, para o bom de- Figura 21.1 - Duplas. Quatro alunos divididos em duas duplas, cada dupla em uma
senvolvimento da defesa sem risco de choques entre os jogadores Figura 21 - Trios. Três alunos realizando movimento de defesa na área de
orientação, próximos a linha de 3m. Foto: Ale Cabral.
lateral da quadra, estando três em posição de expectativa e um ajoelhado pronto
para o arremesso. Foto: Ale Cabral.
e, assim, possibilitar uma participação maior dos alunos quanto a
cobertura e comunicação.

Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).

Figura 20 - Jogo do quarteto. Quatro alunos estão dispostos Figura 20.1 - Aluno realizando uma defesa, no detalhe na
na área de orientação, um em cada posição, em finalização de posição do “quarteto”. Foto: Ale Cabral. Figura 21.2 - Rodízio dos trios. Aluno de pé, realiza um arremesso frontal, Figura 21.3 - Rodízio das duplas. Dois alunos, um de frente para o outro, estando um
defesa; aguardando a chegada da bola oficial. Foto: Ale Cabral. observado por seus dois companheiros de equipe. Foto: Ale Cabral. arremessando para frente com o joelho no chão na direção do aluno que aguarda
em posição de expectativa. Foto: Ale Cabral.

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22. SISTEMAS DEFENSIVOS INICIAIS 23. UTILIZAÇÃO DO ÓCULOS DE PROTEÇÃO

Objetivo: sistemas defensivos iniciais. Objetivo: utilização do óculos de proteção.

Material: quadra, bola e trave. Material: quadra, bola e venda.

Procedimento/Descrição/Estratégia: utilizando o jogo 3x3 Procedimento/Descrição/Estratégia: apresentar os ócu-


aplicar as seguintes formações defensivas: triângulo (Fig. 22) e funil los de proteção (Fig. 23) para os alunos experimentarem de maneira
(Fig. 22.1). Esta apresentação inicial dos dois sistemas é importante mais efetiva, pois o mesmo faz parte do material obrigatório de uso
para o entendimento das variações defensivas do jogo, conforme do atleta de goalball. Deixá-los executar o manuseio do material
novas formações defensivas coletivas, com a aplicação das regras (Fig. 23.1) para a compreensão do formato, adequação ao rosto e
básicas e suas interferências na prática da modalidade. ajustes possíveis.

Variação: poderá ser feito um desafio de sistemas, e alter- Variação: executar jogos com a devida autorização para me-
nância conforme um certo número de arremessos durante o pró- xer no óculos de proteção ou venda de pano, aplicando a devida
prio jogo. regra de toque nos óculos sem permissão.

Dica: explicar algumas vantagens e desvantagens entre os sis- Dica: essa aula pode ser adequada com o tempo de sua es-
temas táticos, como a falta de cobertura, os espaços deixados pela colha, conforme a progressão da turma, e principalmente para os
falta de compactação e dificuldades para recomposição defensiva. alunos com baixa visão. Caso não possua os óculos de proteção
nacional ou internacional, poderá utilizar uma venda feita de pano
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes do Manual para Entre- (Fig. 23.2).
nadores de Goalbal.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Manual de
Orientação para Professores de Educação Física (CPB, 2006).

Figura 22 - Defesa triângulo Figura 23 - Óculos de proteção. Aluno ajeita óculos de Figura 23.1 - Manuseio do óculos. Alunos sentados
(pivô avançado). Três alunos em proteção oficial com as mãos. Foto: Ale Cabral. ajeitam seus óculos de proteção. Foto: Ale Cabral.
posição de expectativa na área de
orientação. Foto: Ale Cabral.

Figura 22.1 - Defesa funil


(pivô recuado). Três alunos
em posição final de defesa
na área de orientação.
Foto: Ale Cabral.

Figura 23.2 - Vendas de pano. Alunos em pé, colocam suas


vendas de proteção. Foto: Ale Cabral.

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24. MOVIMENTAÇÃO PRÉVIA 25. ORIGEM E ALVO

Objetivo: movimentação prévia. Objetivo: origem e alvo.

Material: quadra, bola e trave. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: com auxílio do pro- Procedimento/Descrição/Estratégia: com os alunos dis-


fessor, que está na meia quadra, os alunos devem perceber qual ponibilizados em colunas do lado direito e esquerdo da quadra,
sinal sonoro será executado com a batida da bola ao chão (Fig. 24), propiciar o entendimento do alvo, por meio de arremessos parale-
indicando o lado que o som é produzido; e assim devem execu- los e diagonais (Fig. 25). Num primeiro momento, realizar o chama-
tar várias movimentações prévias (2ª fase defensiva), em sequência mento para orientação dos tipos de arremesso quanto à direção
(Fig. 24.1). informada e solicitada (Fig. 25.1); porém conforme evolução dos alu-
nos, permitir que pratiquem o exercício apenas com o comando
Variação: pode-se aumentar a distância dos estímulos sono- inicial da informação do lado a executar (Fig. 25.2).
ros, conforme a progressão dos alunos.
Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, es-
Dica: todas as posições devem executar o exercício mantendo timulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”.
a coesão da defesa.
Dica: sempre que possível passar o feedback para os alunos
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Manual para quanto ao seu êxito ou discrepância de alvo.
Entrenadores de Goalball.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
ball: Invertendo o jogo da inclusão.

Figura 25 - Arremessos
paralelos e diagonais. Alunos
distribuídos em três colunas na
Figura 24 - Origem do som. área de orientação, arremessam
Alunos em posição de expectativa. a bola na direção do professor.
Foto: Ale Cabral. Foto: Ale Cabral.

Figura 24.1 - Movimentação


prévia (dir.). Alunos realizam a movi-
Figura 25.2 - Alvo solicitado. Aluno com
mentação prévia. Foto: Ale Cabral.
tronco flexionado aguarda a chegada da
Figura 25.1 - Orientação bola à sua frente. Foto: Ale Cabral.
dos arremessos. Alunos distribuídos
em três colunas na área de orien-
tação, recepcionam de pé, a bola
arremessada pelo professor.
Foto: Ale Cabral.

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26. JOGO RECREATIVO ESPECÍFICO 27. GOALBALL ALVO

Objetivo: jogo recreativo específico (“fugi-fugi”). Objetivo: goalball alvo (fundamento ofensivo - arremesso).

Material: marcações e bolinhas com guizo. Material: quadra, bola, cones, material reciclado, “joão teimo-
so” e trave.
Procedimento/Descrição/Estratégia: no espaço do goal-
ball disponibilizado para os alunos, posicionar os mesmos na lateral Procedimento/Descrição/Estratégia: os participantes se-
da quadra (ou uma das marcações de quadra = linha de 3m) para rão posicionados em colunas ou em pontos estratégicos (origem)
atravessarem para o outro lado (ou linha demarcatória oposta a (Fig. 27), distribuídos de acordo com o número de participantes, po-
cada 3m), com deslocamentos no solo (tipo arrastão). Sendo que sicionando-se de frente para seu respectivo cone à 9m de distância.
um aluno de posse de uma minibola com guizo será o pegador (Fig. Ao sinal do professor o primeiro aluno (Fig. 27.1) de cada coluna exe-
26), que pergunta: “quem é que pega?” – e os alunos respondem: cutará um arremesso com a bola de goalball em direção ao seu res-
“fugi-fugi”; sendo neste momento que se inicia o deslocamento, e a pectivo cone, tentando acertá-lo (Fig. 27.2) e retorna ao final da sua
tentativa do pegador interceptar os alunos que tentam atravessar coluna. Assim, quando todos os alunos de suas respectivas colunas
para a outra lateral (Fig. 26.1). (Obs.: na sequência pedagógica desse arremessarem, será feita a contagem de acertos de cada coluna.
jogo, acrescentamos a barreira dos pegadores; que quando forem
pegos, devem ficar no local de posse de uma bolinha também, para Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, esti-
a orientação auditiva). mulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”.

Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, esti- Dica: para essa atividade serão utilizadas cinco bolas de go-
mulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”. alball, e cinco cones, ou material similar. Organizar a disputa com
pontuação progressiva (mexeu, tirou do lugar, derrubou). Variar as
Dica: sempre que possível passar o feedback para os alunos formas de arremesso (de frente, de costas, rasteira, quicada). Possi-
quanto ao seu êxito e bom auxílio com a bolinha com guizo para a bilitar também adaptações para a faixa etária sub-10 (Fig. 27.3 e 27.4).
devida orientação do pegador.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) da Carpeta del
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) da brincadeira Goalball.
convencional pega-pega.
Figura 27 - Posicionamento dos alunos para a atividade. Alunos divididos em 2 grupos perto da baliza tentam acertar com um
arremesso um cone ou isopor a sua frente. Foto: Ale Cabral.
Figura 26 - Pegador
e alunos na posição inicial. Alunos (bub-10)
sentados sobre a linha de 3m, de frente para um
aluno que está sobre a linha central segurando uma
bolinha com guizo. Foto: Ale Cabral.

Figura 26.1 - Deslocamento dos alunos


para o lado oposto definido. Alunos
sentados, espalhados pela metade da
quadra. Foto: Ale Cabral.

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28. PACMAN SONORO

Figura 27.1 - Aluno posicionado Objetivo: pacman sonoro (orientação e mobilidade).


para o arremesso. Aluno realiza um arremesso
frontal tentando acertar a bola entre dois objetos
(cone e isopor). Foto: Ale Cabral.
Material: quadra, marcações com fita e barbante, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: essa atividade acon-


tecerá em espaço similar às dimensões da quadra de goalball, sendo
que as linhas demarcatórias (barbante e fita) serão os caminhos para
os alunos percorrem abaixados com deslocamentos rasteiros; esca-
pando desta forma de um aluno-pegador (Fig. 28), que estará produ-
zindo som com uma bolinha com guizo; sendo este o “pacman”. Este
utilizará o mesmo caminho para se deslocar e ir atrás dos alunos (Fig.
Figura 27.2 - Execução do 28.1) que quando for alcançado e tocado pela bolinha do pegador,
arremesso em direção ao alvo. Aluno
arremessou a bola de goalball a sua passará a auxiliar na função de pegador também.
frente, e no detalhe acertou o isopor ao
lado do cone. Foto: Ale Cabral.
Variação: pode-se variar com os alunos que são pegos, em vez
de se tornarem pegadores, a opção de ficar parado no local onde
foram pegos, formando assim um obstáculo no caminho (barreiras).

Dica: para essa atividade serão utilizadas bolas pequenas


com guizo.
Figura 27.3 - Adaptação para alunos (sub-10)
posicionados para o arremesso. Três alunos com Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Educa-
uma bola de iniciação tentam acertar um boneco ção de Corpo Inteiro.
inflável à frente. Foto: Marcello Zambrana.

Figura 28 - Pegador. Alunos estão sentados, dispostos separadamente pela


quadra, e uma aluna de posse da bolinha. Foto: Ale Cabral.

Figura 27.4 - Adaptação para alunos


(sub-10) finalizarem o arremesso. Três
alunos aguardam a trajetória da bola
em direção ao boneco inflável. Foto:
Marcello Zambrana.

Figura 28.1 - Locomoção dos alunos. Alunos procuram a bolinha


com guizo pelas linhas em alto relevo. Foto: Ale Cabral.

62 63
29. CAÇA AO TESOURO 30. QUEIMADA SENTADO

Objetivo: caça ao tesouro (percepção tátil e auditiva). Objetivo: queimada sentado (fundamento defensivo - deslo-
camento).
Material: quadra, bolinhas com guizo e sacolinhas plástica.
Material: bola, óculos de proteção ou venda de pano e mar-
Procedimento/Descrição/Estratégia: utilizaremos um es- cações.
paço similar a quadra oficial de goalball, com marcações adaptadas
formando um campo demarcatório para deslocamento dos alunos Procedimento/Descrição/Estratégia: duas equipes fica-
(Fig. 29). O objetivo da atividade é localizar as bolinhas com gui- rão uma de frente para a outra (Fig. 30), a uma distância de 9m, deli-
zo, que estarão dispostas em pontos variados da quadra (Fig. 29.1), mitadas por linhas paralelas. Essas linhas serão utilizadas como limi-
sobre as linhas em alto-relevo. Ao sinal do professor os alunos po- tes de distância entre as equipes para a tentativa de queima, e para
derão deslocar-se pelas linhas (Fig. 29.2), procurando o máximo de fugir da bola que virá proveniente de um arremesso rasteiro. Todos
bolinhas que localizarem (Fig. 29.3), e assim, terminará a atividade os alunos de uma equipe que fujam da bola deverão estar sentados
quando todas as bolinhas forem localizadas. ou em posição de defesa (Fig. 30.1). Ao comando de queima, um alu-
no de posse de bola vai rolar a bola em direção à equipe contrária
Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, es- (Fig. 30.2), e os alunos da equipe, ao perceberem a aproximação
timulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”. da bola deverão deslocar o corpo para o lado direito ou esquerdo,
fugindo da mesma (Fig. 30.3). Os alunos queimados permanecem no
Dica: para esta atividade é importante a utilização da venda jogo, mas a cada queima a equipe soma seu ponto.
(óculos de proteção). Formação por duplas deverá ser estimulada
para facilitar a localização de acordo com a deficiência. Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, es-
timulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Educa-
ção de Corpo Inteiro.
Dica: para essa atividade é importante a utilização da venda
(óculos de proteção).
Figura 29 - Campo demarcatório. Em destaque,
bolinha azul com guizo em cima da linha em alto
relevo. Foto: Ale Cabral.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Educa-
ção de Corpo Inteiro.
Figura 29.1 - Localização das bolinhas. Aluno venda-
do e de joelhos procura bolinha com guizo, que está
bem próxima. Foto: Marcello Zambrana.

Figura 29.2 - Deslocamento dos alunos. Alunos


se deslocam pelas linhas em alto relevo
procurando bolinhas com guizo, espalhadas
sobre elas mesmas. Foto: Marcello Zambrana.

Figura 29.3 - Contagem das bolinhas. Alu- Figura 30 - Alunos em posição de expectativa na zona neutra observam a bola ao centro da quadra. Foto: Ale Cabral.
nos sentados em círculo contam as bolinhas
com guizo que acharam. Foto: Ale Cabral.

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31. GOALBALL GIGANTE

Figura 30.1 - Posicionamento dos alunos.


Objetivo: goalball gigante (princípios do jogo coletivo).
Alunos atentos, sentados de frente para
um aluno. Foto: Ale Cabral.
Material: quadra, apito, bolas pequenas com guizo e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: será demarcado um


espaço para realização do jogo de goalball, utilizando marcações
pré-estabelecidas nas áreas de 6m, posicionando os participantes
em pontos específicos para a devida adequação de espaço e mobi-
lidade entre os jogadores. Será dado o comando de início do jogo,
onde os alunos na linha frontal (time A) executam arremessos a
cada comando do orientador (Fig. 31), retornando ao ponto de defe-
sa, e assim sucessivamente até todos executarem seus arremessos,
enquanto a outra equipe (time B) executa somente a interceptação
dos lançamentos (Fig. 31.1). Ao final do lançamento de todos os joga-
Figura 30.2 - Tentativa de queima. Aluno
sentado, com as mãos apoiadas em
dores da equipe, contaremos quantas bolinhas entraram no gol. Em
uma bola de iniciação. Foto: Ale Cabral. seguida, inverteremos as ações ofensiva e defensiva, dando a possi-
bilidade da experimentação para todos os jogadores de cada time.

Variação: possibilitar a experimentação de várias origens, es-


timulando a mobilidade na “área de orientação e lançamento”.

Dica: para essa atividade é importante a utilização da venda


(óculos de proteção).

Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).


Figura 30.3 - Fugindo da bola. Aluno
sentado, arremessa com as duas mãos
uma bola de iniciação. Foto: Ale Cabral.
Figura 31 - Arremessos. Alunos em pé, dispostos
em frente a baliza segurando com uma mão
bolinhas com guizo. Foto: Ale Cabral.

Figura 31.1 - Ações defensivas. Alunos (sub-10)


deitados lateralmente aprendendo a posição de
defesa. Foto: Ale Cabral.

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32. PASSE NA MÃO 33. LOSANGO DEFENSIVO

Objetivo: passe na mão. Objetivo: losango defensivo.

Material: quadra, bola e trave. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: trabalhar o “passe Procedimento/Descrição/Estratégia: posicionar os alu-


de meio” através da troca de passe proveniente do ala que defende nos em pontos estratégicos da quadra (marcações próprias do po-
uma bola (Fig. 32), com controle de bola total, que será encarregado sicionamento dos jogadores de goalball) (Fig. 33), ou mesmo em
de levar a bola ao ala oposto no ponto de encontro (Fig. 32.1), que um espaço que defina a figura geométrica. Os quatro alunos esta-
será o meio da trave; possibilitando um lançamento para esse aluno rão abaixados na posição de atenção, e executarão lançamentos
que recebe a bola (Fig. 32.2). rasantes, sem levantar para tal ação. Deverão chamar seu compa-
nheiro correspondente da esquerda (sentido horário) e lançar a
Variação: possibilitar alvos diferentes para os lançamentos. bola em sua direção (Fig. 33.1), é quando o defensor instantanea-
mente executa a ação defensiva de finalização, reagindo ao deslo-
Dica: importante a orientação para os companheiros de um camento da bola. Os correspondentes deverão executar o mesmo
aluno que está na função de pivô. exercício até que a bola retorne à sua origem. Pode-se executar
quantos ciclos forem necessários, com correções e adequações,
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Artigo Se- até que a bola esteja sendo direcionada corretamente e as defe-
quenciando Fundamentos Táticos do Goalball.
sas estejam sendo executadas.

Variação: aumentar a distância do losango conforme evolu-


ção da turma

Dica: adaptar o tipo de bola de acordo com a faixa etária da


turma.
Figura 32 - Defesa e posse da bola. Três alunos na área de
orientação. Os dois alas em posição de defesa e o central na Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).
posição de expectativa. Foto: Ale Cabral.

Figura 33 - Posicionamento para o axercício


(formação em losango). Quatro alunos estão
Figura 32.1 - Passe na mão. Três alunos na área de dispostos na área de 6m, em forma de losango,
orientação. Os dois alas em pé e bem próximos fa- e passam a bola um para o outro no sentido
zem o passe na mão do outro, e o central permanece horário. Foto: Ale Cabral.
na posição de expectativa. Foto: Ale Cabral.

Figura 32.2 - Execução do arremesso. Figura 33.1 - Lançamento da bola para a defesa
Três alunos na área de orientação. Com imediata. Quatro alunos estão dispostos na área de
a posse da bola, ala esquerda se prepara 6m, em forma de losango, e passam a bola um para
para arremessar. Foto: Ale Cabral. o outro no sentido horário; onde um aluno executa o
movimento de defesa. Foto: Ale Cabral.

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34. AGILIDADE DEFENSIVA

Objetivo: agilidade defensiva.

Material: quadra e bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: estando os alunos


em formação de equipe, realizar a finalização da defesa após alguns
comandos iniciais a partir da saída de posições variadas, antes da
fase de expectativa, passando rapidamente para a finalização da de- Figura 34.1 - Posicionando-se para a defesa. Três alunos vendados, estão dispostos na área de orientação

fesa. [Exemplo: partindo da posição “em pé e de costas” (Fig. 34), ir iniciando a posição de defesa. Foto: Ale Cabral.

para a posição de expectativa e a seguir interceptar a bola com a


devida finalização (Fig. 34.1)]. Os lançamentos partirão do centro da
quadra executados pelo professor.

Variação: mudança das posições iniciais de saídas para a


defesa [ajoelhados (Fig. 34.2), decúbito lateral, sentados de costas
(Fig.34.3), decúbito ventral, etc.].

Dica: Adaptar o tipo de bola de acordo com a faixa etária


da turma.

Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB). Figura 34.2 - Partindo da posição de joelhos. Três alunas vendadas, estão ajoelhadas na área de orientação. Foto: Ale Cabral.

Figura 34 - Partindo da posição de costas. Três alunos estão dispostos na área de orientação
em pé, de costas para a foto e de frente para a baliza. Foto: Ale Cabral. Figura 34.3 - Partindo da posição de costas. Três alunos estão dispostos na área de orientação sentados,
e com as mãos na nuca, de frente para a baliza. Foto: Ale Cabral.

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35. JOGO DO BOBINHO 36. PENALIDADES

Objetivo: jogo do bobinho. Objetivo: penalidades.

Material: quadra e bola. Material: quadra, bola e trave.

Procedimento/Descrição/Estratégia: posicionar os alu- Procedimento/Descrição/Estratégia: desenvolver os con-


nos em círculo, utilizando até mesmo marcações da quadra, e um ceitos e procedimentos para as normas de cobranças de pena-
aluno ao centro desse círculo. Ao sinal do aluno que está de posse lidades, conforme localização, orientação espacial e execução da
de bola, por meio do comando de chamamento do nome de outro técnica defensiva: posição inicial (Fig. 36), definição da origem da
aluno que está no círculo (que deve responder com “duas palmas”), bola (Fig.36.1), deslocamento lateral (Fig. 36.2) e finalmente a finaliza-
será executado um passe para o mesmo (Fig. 35) que, nesse momen- ção da defesa (Fig. 36.3). Esse trabalho deverá ser executado para
to, deverá ser interceptado pelo aluno central (Fig. 35.1). o lado direito (Fig. 36.4 a 36.7) e esquerdo, possibilitando a experi-
mentação da lateralidade defensiva para tal fundamento por parte
Variação: pode alterar o aluno do meio, conforme um “com- de todos os alunos.
binado”, ou mesmo quando esse aluno central retomar a posse de
bola, pelo aluno que tentou o passe. Variação: dar a possibilidade de o aluno posicionar-se a diver-
sas distâncias da trave.
Dica: experimentar com vários tipos de bolas e distâncias.
Dica: partir de alturas diferentes para adequação da distância
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Educa- em relação ao nível de altura da “cabeça ao solo”.
ção de Corpo Inteiro.
Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
ball: Invertendo o jogo da inclusão.
Figura 35 - Passe para o companheiro chama-
do. Alunos estão dispostos na área neutra em
círculo, com um aluno no centro na posição
de defesa, e um aluno segurando a bola de
iniciação. Foto: Ale Cabral.

Figura 35.1 - Tentativa de interceptação da


bola. Alunos estão dispostos na área de
movimentação em círculo, com um aluno no
centro tentando interceptar a bola na posição
de defesa. Foto: Ale Cabral.

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Figura 36.4 - Posição inicial.
Aluno vendado, em posição
Figura 36 - Posição inicial. de expectativa de pé.
Aluna vendada, em posição Foto: Marcello Zambrana.
de expectativa de pé.
Foto: Ale Cabral.

Figura 36.5 - Definição da


origem da bola. Aluno vendado,
Figura 36.1 - Definição da ori- em posição de movimentação
gem da bola. Aluna vendada prévia. Foto: Marcello Zambrana.
inicia deslocamento lateral
com a bola na sua direção.
Foto: Ale Cabral.

Figura 36.2 - Deslocamento


lateral (e). Aluna vendada inicia Figura 36.6 - Deslocamento lateral
o deslize em direção a bola na (d). Aluno vendado, em posição de
sua frente. Foto: Ale Cabral. defesa. Foto: Marcello Zambrana.

Figura 36.7 - Finalização da


defesa (d). Aluno vendado
finaliza posição de defesa
Figura 36.3 - Finalização da com a bola bem próxima.
defesa (e). Aluna vendada Foto: Marcello Zambrana.
finaliza a defesa, deitada com o
corpo estendido e com a posse
de bola. Foto: Ale Cabral.

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37. ADEQUAÇÃO DEFENSIVA

Objetivo: adequação defensiva para cobertura do pivô.

Material: quadra, garrafa pet (joão bobo) e bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: posicionar o aluno


no pivô (Fig. 37), na fase de atenção, deixá-lo deslocar-se até o pon-
to de contato definido pelo professor, do lado direito (Fig. 37.1) e do
esquerdo (Fig. 37.2), para reconhecimento da distância de finaliza-
ção dos membros inferiores e superiores; bem como do objeto que Figura 37.1 - Deslize para conferência do lado direito. Aluno vendado, deitado lateralmente em posição de defesa com
braços e pernas estendidas, entre duas garrafas plásticas. Foto: Ale Cabral.

deverá ser alcançado do ponto de partida, até a origem da cober-


tura do ala. Ao comando do professor, realizar o deslize, com vigor,
até alcançar com um movimento, completando a ação defensiva no
ponto determinado.

Variação: possibilitar defesas repetidas para ambos os lados,


sem a preocupação da definição da base defensiva.

Dica: utilizar material leve para o contato das mãos ou pés do


aluno (Fig.37.3).

Referência: Atividade desenvolvida na Escola Paralímpica de Esportes (CPB).


Figura 37.2 - Deslize para conferência do lado esquerdo. Aluno vendado, deitado lateralmente em posição de
defesa, tenta tocar a garrafa plástica a sua esquerda. Foto: Ale Cabral.

Figura 37 - Posição inicial ou atenção. Aluno vendado, em posição de expectati-


va sentado lateralmente, entre duas garrafas plásticas. Foto: Ale Cabral.

Figura 37.3 - Sequência adaptada para a categoria sub-10. Aluno (sub-10) vendado, em posição de expectativa,
sentado entre dois bonecos infláveis. Foto: Marcello Zambrana.

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38. JOGO DE TORBALL 39. JOGO DO RODÍZIO

Objetivo: jogo de torball. Objetivo: jogo do rodízio.

Material: quadra, bola, barbante, guizos e trave. Material: quadra e bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: conscientizar os Procedimento/Descrição/Estratégia: os alunos estarão


alunos sobre a dinâmica deste jogo adaptado do goalball, para que na formação defensiva triângulo (Fig. 39), e ao comando do profes-
possam, por meio da orientação sonora de um barbante esticado sor deverão trocar de posição no sentido do relógio (sentido horá-
com guizos na linha central, experimentar os arremessos lisos (Fig. rio); ou seja, o ala esquerdo irá para a posição do pivô (Fig. 39.1), este
38), onde possam perceber como cada arremesso está saindo de se deslocará até a posição do ala direito (Fig. 39.2), que deverá ir
suas mãos; ou seja, a cada arremesso executado corretamente (ras- para a ala esquerda (Fig. 39.3).
teiro) a bola passará por baixo do barbante sem acionar os guizos,
porém se a bola sair alta, ocasionará uma bola de trajetória quicada, Variação: inverter o sentido, e acrescentar a relação do rodi-
e tocará no barbante, produzindo o barulho característico do guizo. zio com defesa da bola.
Isso orientará o aluno em suas próprias correções.
Dica: as repetições ou o ciclo do rodízio fica a critério do orientador.
Variação: em vez da bola passar somente por baixo, podere-
mos adequar os arremessos quicados, por meio da progressão das Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Livro Goal-
ball: Invertendo o jogo da inclusão.
distâncias de execução.

Dica: após, estimularemos um jogo com esta dinâmica, para Figura 39 - Formação inicial. Três alunos posicionados na área
de orientação em posição de expectativa. Foto: Ale Cabral.
que possam adequar seus arremessos (Fig. 38.1), e como disputa
colocaremos como regra que após um toque no barbante será co-
brada uma penalidade.

Referência: Inspirado no Jogo de Torball.

Figura 38 - Arremessos rasteiros por baixo do barbante Figura 39.1 - Ala esquerdo indo para o pivô. Ala direita, de pé, caminhando em
com guizos. Alunos distribuídos em 2 grupos com 3, direção a ala esquerda, tocando a mão esquerda na baliza. Foto: Ale Cabral.
cada grupo em uma linha de frente para o outro. Um
aluno agacha para pegar a bola, que passa por baixo
do barbante esticado acima da linha central.
Foto: Ale Cabral. Figura 39.2 - Pivô indo para ala direita. Pivô, de pé, trocando de
posição utilizando a baliza como referência. Foto: Ale Cabral.

Figura 38.1 - Jogo adaptado de torball (detalhe


do guizo no barbante). No detalhe, um guizo
amarrado em um barbante elevado.
Figura 39.3 - Ala direita indo para a esquerda. Mais
Foto: Ale Cabral.
uma troca de posição, agora da ala direita indo para a
ala esquerda. Foto: Ale Cabral.

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40. ORIGEM X ALVO

Objetivo: origem x alvo (desafio).

Material: quadra e bola.

Procedimento/Descrição/Estratégia: realizar arremessos


orientados pelos professores, conforme localização pré-estabele-
cida (Fig. 40) e estímulos sonoros, e posteriormente por meio de
distribuição dos espaços numéricos (origem de 1 a 6 = trave de 9m
dividida em 6 espaços de 1,5m, partindo da ala direita para a ala
esquerda) (Fig. 40.1), para a execução de tarefas (desafios) passadas
aos alunos para determinado alvo; ou seja, partindo de uma posição
Figura 40.1 - Espaços numéricos (ala esq. = 6). Aluna faz o arremesso por baixo das pernas observada por outros alunos. Foto: Ale Cabral.
determinada (origem), executar o lançamento em determinado alvo
pedido (Fig. 40.2), em direção a meta adversária.

Variação: deixar os alunos indicarem a origem e o alvo.

Dica: fazer a conferência com o aluno sobre sua execução e


passar o feedback ao mesmo, para sua ampla assimilação.

Referência: Adaptada para a Escola Paralímpica de Esportes (CPB) do Artigo Se-


quenciando Fundamentos Táticos do Goalball.

Figura 40.2 - Desafios passados aos alunos. Seis alunos divididos em 2 colunas com 3 cada. Os primeiros de cada coluna fazem o arremesso frontal. Foto: Ale Cabral.

Figura 40 - Arremessos orientados. Seis alunos divididos em 2 colunas com 3 cada. Os primeiros de
cada coluna empurram a bola para frente. Foto: Ale Cabral.

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MODELO DE
PLANO DE AULA
Imagem da atleta Victoria Amorim da seleção
brasileira realizando um arremesso por baixo
das pernas. Foto: Daniel Zappe.
Exemplo/modelo: contendo os 5 blocos de conteúdos que
formalizam a base da iniciação esportiva aplicada na Escola de
Esportes Paralímpicos, na modalidade goalball, com algumas das
ações necessárias para o desenvolvimento do jogo (Legenda: PI
= parte inicial, PP = parte principal e PF = parte final).

OBJETIVO Bloco de conteúdos da iniciação esportiva

Percepção tátil e auditiva; orientação e


CONTEÚDO mobilidade e fundamentos específicos
(ataque, passe/recepção e defesa)

PI: 4.4.1. Manejo de corpo e bola (vide exercícios nº 3 e 4)


PP: 4.4.2. Orientação e mobilidade (O e M).
4.4.3. Percepção tátil e auditiva.
4.4.4. Fundamentos específicos
(ataque, passe/recepção e defesa).
Exercício nº 1: percorrer a trave de um lado para o outro,
levando uma bolinha com guizo para o companheiro,
onde os alunos estarão dispostos em dois grupos,
DESCRIÇÃO estando cada grupo de um lado da trave.
DAS Exercício nº 2: localizar uma bolinha que será lançada na área de
ATIVIDADES defesa (linha dos 3m), próximo a uma das laterais da trave
(linha de 1,5m), deslocar-se até a área de
lançamento (linha de 6m), e retornar ao ponto de partida.
Exercício nº 16: Executar jogos de lateral a lateral (1x1), onde a bola
não poderá passar pelo aluno que defende a bola
arremessada pelo parceiro, por meio do arremesso
assimilado e a defesa compreendida (área de 3m).
PF: 4.4.5. Jogo coletivo orientado ou atividade recreativa (vide
exemplos de jogos (sugestão de exercício nº 20 ou nº 29)

Bolas (guizo), bolinhas menores e marcações da


MATERIAL
quadra de goalball

Somativa = conforme atividades aplicadas, verificar, por meio da


AVALIAÇÃO parte final, o desenvolvido dos alunos feito por um levantamento
prévio do conhecimento adquirido sobre o goalball

82 83
1. EMPUNHADURA DO LANÇAMENTO COM
BRAÇO SEMIFLEXIONADO (FIG. 1.1): movimento que

ERROS COMUNS NA inicia a ação ofensiva, e faz com que tenhamos uma ala-
vanca de lançamento apropriada na sua finalização (Fig. 1).

INICIAÇÃO ESPORTIVA CORRETO

No processo de implantação da Escola Paralímpica de Esportes do


Comitê Paralímpico Brasileiro, desenvolvidas pelas oito modalidades
da iniciação esportiva, detectamos, por meio dos exercícios aplicados, ERRADO
alguns erros comuns, que valem a pena destacar para a boa orientação
dos professores e amantes do goalball, que acessarão esse manual de
iniciação esportivo. Figura 1 - Estendido. Aluno fazendo o movimento correto de
empunhadura com o braço estendido. Foto: Ale Cabral.
Figura 1.1 - Flexionado. Aluna fazendo o movimento incorre-
to de empunhadura com os braços flexionados, e apoiando
a bola ao corpo. Foto: Ale Cabral.

2. BOLA APOIADA AO CORPO (FIG. 2.1): apoio da


bola junto ao corpo fazendo com que a alavanca de lan-
Imagem da atleta Jéssica Vitorino da seleção
brasileira realizando uma defesa com a mão çamento (Fig. 2) seja prejudicada no percurso do mesmo.
esquerda. Foto: Douglas Magno.

CORRETO

ERRADO

Figura 2 - Braço. Aluno fazendo o movimento correto Figura 2.1 - Corpo. Aluna fazendo o movimento incorreto
de apoio da bola, somente com as mãos e punho. Foto: de apoio da bola, apoiando a mesma no tronco. Foto:
Ale Cabral. Ale Cabral.

84 85
3. FICAR COM PERNAS PARALELAS (FIG. 3.1) 4. PASSE PARA O COMPANHEIRO DE MODO
PARA FINALIZAR O LANÇAMENTO TIPO ALAVANCA: RASTEIRO (FIG. 4.1): é fundamental que o passe, prin-
importante que o aluno já comece a familiarizar-se com cipalmente abaixado, seja executado pelo passador com
a nomenclatura da “perna de apoio” (Fig. 3), fundamental a bola saindo de uma pequena altura das mãos (Fig. 4), e
para paradas bruscas, equilíbrio e sustentação corporal; não rolando, produzindo assim uma trajetória quicada e
lembrando que essa perna sempre será aquela contrária facilitando a localização do receptor.
ao seu braço de lançamento.
ERRADO

CORRETO
CORRETO

ERRADO
Figura 4 - Quicada. Aluna fazendo o movimento correto Figura 4.1 - Rolando. Aluno fazendo o movimento incorreto para
para realizar o passe, segurando a bola no alto com as realizar o passe, apoiando as mãos sobre a bola que está no
mãos. Foto: Ale Cabral. solo. Foto: Ale Cabral.

5. PASSE (CHAMO) E RECEPÇÃO (RESPONDO):


inverter esses comandos de comunicação (Fig. 5.1), ou não
os realizar, dificultará o aprendizado para essa ação do go-
alball, fundamental como estabelecimento de um código
para o passe. A criança que quer passar “chama” o compa-
Figura 3 - Anteroposterior. Aluna fazendo o movimento Figura 3.1 - Pernas paralelas. Aluno fazendo o movimento
nheiro, e o aluno que deve receber a bola “responde” (Fig.
correto de pernas para arremessar, com uma perna a
frente da outra. Foto: Ale Cabral.
incorreto de pernas para arremessar, com as pernas paralelas.
Foto: Ale Cabral. 5), para a devida orientação do percurso que a bola fará
para chegar até o receptor.

CORRETO ERRADO

Figura 5 - Passador x receptor. Aluna sentada batendo palmas Figura 5.1 - Receptor x passador. Aluna sentada com a bola de
para chamar o aluno sentado à sua frente, que está com a iniciação em suas mãos apoiado no solo não executa o passe
bola nas mãos, pronto para executar o passe corretamente. corretamente; pois não responde ao chamado do aluno sentado
Foto: Ale Cabral. à sua frente batendo palmas. Foto: Ale Cabral.

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6. CORRER OU MOVIMENTAR-SE PARA QUAL- 7. DEITAR À PRIMEIRA BATIDA DA BOLA NÃO
QUER LADO SEM TER CERTEZA DE SUA ORIGEM EXECUTANDO A “MOVIMENTAÇÃO PRÉVIA” (FIG.
(FIG. 6.1): como a modalidade goalball possui marcações 7.1): o aluno deve começar a familiarizar-se com a diferença
táteis (fita e barbante), além da trave e os próprios com- entre a reposição de bola (feita pelo árbitro ou professor) e
panheiros que nos orientam no espaço de jogo; é funda- o trajeto da bola executada pelo lançador e, assim, perce-
mental que o aluno se oriente por esses estímulos so- ber qual a origem da bola e orientar-se para o devido sen-
noros e táteis, sempre de frente para o adversário (Fig. tido que a bola está percorrendo (Fig. 7), e somente nesse
6), principalmente para sua segurança, evitando choques momento deverá tentar interceptá-la com a fase defensiva
desnecessários e para a determinação inicial de sua ori- de finalização (corpo estendido em decúbito lateral).
gem e alvo.

Figura 6 - Posição de expectativa. Dois alunos na posição correta de orientação na área de movimentação, um em casa ala.
Foto: Ale Cabral.

CORRETO ERRADO

Figura 7 - Bola lançada. Aluno com o corpo completamente Figura 7.1 - Bola acionada. Aluna com joelhos e cotovelos
estendido e protegendo o rosto, realizando o movimento flexionados, realizando o movimento incorreto de defesa,
CORRETO correto de defesa, aguardando o impacto da bola. Foto: com a bola em sua direção. Foto: Ale Cabral.
Ale Cabral.

ERRADO
CORRETO

Figura 6.1 - Posição aleatório. Dois alunos sem orientação pela área de movimentação se posicionam de forma incorreta.
Foto: Ale Cabral.

88 89
8. DEIXAR DEDOS VOLTADOS PARA O IMPAC- 10. APÓS IMPACTO DA BOLA NÃO PROCURAR
TO DA BOLA (FIG. 8.1) AO ESTENDER BRAÇOS APÓS A MESMA: ao iniciar o aprendizado muitas das crianças
A FASE DE FINALIZAÇÃO DA DEFESA: esse erro pre- pensam que já executaram a defesa (Fig. 10.1), pelo fato da
cede a questão da segurança em primeiro lugar, pois a mesma não ter passado pelo sistema defensivo; porém, é
palma das mãos deverá estar voltada para o impacto da de fundamental importância que a criança comece a ser
bola (Fig. 8), evitando lesões na iniciação do aprendizado acionada para a procura da bola (Fig. 10), facilitando a pos-
dessa ação defensiva; em posterior ação de extensão dos se da mesma, e propiciando mais tempo para o lançamen-
braços para sequência da finalização. to dentro da regra dos “dez segundos” (ten seconds).

CORRETO

ERRADO CORRETO ERRADO

Figura 8 - Palma da mão voltada para impacto. Aluno com o Figura 8.1 - Dedos voltados para impacto. Aluno com os braços Figura 10 - Deslocamento. Aluno se levanta após contato Figura 10.1 - Estático. Aluna continua na sua posição após
corpo completamente estendido e dedos esticados e firmes, estendidos à frente do corpo, realizando o movimento incorre- de defesa com a bola afim de encontrá-la a frente, reali- contato de defesa com a bola, não procurando a, realizan-
realizando o movimento correto de defesa com as mãos. Foto: to de defesa, que está com dedos voltados para o impacto da zando a ação correta. Foto: Ale Cabral. do a ação incorreta. Foto: Ale Cabral.
Ale Cabral. bola. Foto: Marcello Zambrana.

9. NÃO APOIAR AS MÃOS AO SOLO NA “FASE


DE EXPECTATIVA/ATENÇÃO DA DEFESA” (FIG. 9.1):
essa ação defensiva, como parte integrante de todo o pro-
cesso defensivo, requer uma atenção especial, pois a mes-
ma consolidará um aprendizado posterior para os deslizes
laterais (Fig. 9); ou seja, ela causará uma defasagem de
aprendizado posterior na progressão do aluno.

CORRETO
ERRADO

Figura 9 - Posição de atenção. Aluna realizando o movi- Figura 9.1 - Posição sem apoio das mãos. Aluno realizando o
mento de expectativa corretamente, colocando as mãos movimento de expectativa incorretamente, colocando um dos
apoiadas ao solo, na frente do corpo. Foto: Ale Cabral. braços apoiado ao joelho. Foto: Ale Cabral.

90 91
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Após um ano da Escola Paralímpica de Esportes vimos a
consolidação de um trabalho onde pesquisamos, planejamos,
executamos e reavaliamos ações próprias da modalidade. Mas
no início já tínhamos uma pergunta formulada: “Quais as vanta-
gens de uma criança com deficiência visual praticar a modalida-
de de goalball”?

Nesse processo ensino-aprendizagem, foi muito importante


descrever uma sequência didática das várias formas de aplicar
a modalidade para os iniciantes, observando e corrigindo, princi-
palmente por meio de jogos e atividades recreativas, o conceito
aplicado de modo lúdico para posterior desenvolvimento técnico
dos fundamentos.

Tal aplicabilidade passou por um processo de reconsidera-


Imagem da atleta Ana Gabrielly da seleção brasilei- ções conforme as turmas se formavam, de acordo com as difi-
ra que pula e vibra muito. Foto: Douglas Magno.
culdades apresentadas, em prol dos mais próximos acertos para
o desenvolvimento das mesmas, corroborando com o tempo de
aprendizado de cada aluno na modalidade; haja visto que, a filo-
sofia de trabalho aplicada no projeto prevê o rodízio dos alunos
nas modalidades, e que favorece o ganho motor para todos os
alunos, em termos de experimentação das capacidades físicas e
habilidades motoras, envolvidas em cada esporte.

Especificamente no goalball os alunos puderam executar mo-


vimentos próprios da modalidade, culminando com ações efeti-
vas do jogo, aprimorando sua parte física em termos de agilidade,
velocidade, força, resistência aeróbia e anaeróbia. Também por
meio dos movimentos e das ações da modalidade conseguiram
melhorar suas habilidades motoras (locomoção, manipulação e
equilíbrio) próprias para o jogo, como: andar, saltar, manipular,
equilibrar, quicar, arremessar e receber.

92 93
Com todo esse trabalho prático desenvolvido por meio Todo esse processo de ensino-aprendizagem na atividade
dos exercícios aplicados (planos de aula) aos alunos do proje- física proposta pelo programa de iniciação esportiva busca
to, chegamos à conclusão que teríamos que desenvolver outras oportunizar o direito ao erro, com aplicabilidade dos exercícios
ferramentas para manifestar nossa observação quanto à efetiva mais simples até alguns mais complexos, de acordo com a faixa
evolução dos mesmos. Esse questionamento culminou com a ela- etária do seu desenvolvimento motor, com recursos e materiais
boração de fichas individuais que registram o desenvolvimento adaptados nos mais diversos estilos de ensino, dentro da par-
do aluno para a possível indicação dos mesmos para a turma T II ticularidade de cada pessoa com deficiência, sem restrição de
de aperfeiçoamento. alcance ao seu sucesso motor.

Mas um dado importante que constatamos no projeto é tam- Para que possamos identificar o talento motor que poderá
bém o ganho social desses participantes, que se envolvem em se tornar o talento esportivo, estaremos cumprindo nosso com-
festivais das modalidades e nos circuitos escolares, que demons- promisso profissional e contribuindo para que o CPB cumpra sua
tram uma integração entre os alunos, cada qual com sua defici- missão: “promover o esporte paralímpico da iniciação ao alto ren-
ência, juntamente com a participação dos familiares. Sendo mais dimento, e a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade”.
uma ferramenta de desenvolvimento não só motora como pesso-
al para sua vida diária; seja escolar, familiar ou social.

Nesse contexto eu me vejo hoje, após exercer a função de Imagem do atleta Leomon Moreno, da
seleção brasileira, que segura uma bola
técnico por equipes de São Paulo e auxiliar da seleção nacional de goalball. Foto: Douglas Magno.

feminina de goalball, tendo hoje a grata missão como professor


da iniciação da modalidade goallball na Escola Paralímpica de
Esportes do Comitê Paralímpico Brasileiro, para poder contri-
buir com o fomento de qualidade para futuras gerações do go-
alball brasileiro.

Ao participar dessa construção nas diversas iniciativas do Co-


mitê Paralímpico Brasileiro, no seu percurso natural e estrutura-
do dos caminhos que o aluno percorre, com a participação efe-
tiva nas modalidades apresentadas pela Escola Paralímpica de
Esportes, e que poderá percorrer ainda mais com a participação
nas Paralímpiadas Escolares, passando pelo Camping Escolar,
podendo evoluir para uma seleção de base, possivelmente em
outro tempo dos Jogos Universitários; e quem sabe chegando ao
alto rendimento participando dos Jogos Paralímpicos?

Mas se na sua iniciação esportiva ela não obtiver a chance de:


I – Oportunizar os princípios e ações do jogo ou da modalidade; II
– Minimizar as dificuldades dentro das atividades e III – Estimular
a sua progressão esportiva; não poderemos responder “Porque a
criança teve o direito a sua participação: na iniciação esportiva”.

94 95
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98 99
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e
da Academia Paralímpica Brasileira
Mizael Conrado
Vice-presidente
Yohansson do Nascimento

Superintendente
Nelson Hervey

Diretor Jurídico e Compliance


Paulo Losinskas

Diretor do Centro de Treinamento


Paraolímpico Brasileiro
Marcos Garcia

Diretor de Esportes de Alto Rendimento


Jonas Freire

Diretor de Desenvolvimento Esportivo


Ramon Pereira

Colaboração
José Fernandes Filho, Luciana Gobbis, Daniel Brito
Filipe Lopes Barboza, Lucas Gabriel dos Santos Borba,
Silvana Cristina de Souza e Soraia Cabral
Projeto Gráfico
Rafaela Costa
Diagramação
Thaysa Torres
Fotos
Arquivo CPB (Alessandra Cabral, Alexandre Schneider,
Daniel Zappe, Douglas Magno, Marcello Zambrana, Marco
Antônio Teixeira e Washington Alves) e Divulgação

Revisão
TranscritoJá
João Paulo Casteleti de Souza

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