Curso Bem VIndo A Familia
Curso Bem VIndo A Familia
Curso Bem VIndo A Familia
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Introdução....................................................................................... 04
Então o Senhor disse a Noé: “Entre na arca, você e toda a sua família,
porque você é o único justo que encontrei nesta geração”.
Gênesis 7:1
A igreja não é mais um lugar para frequentar, é uma família para pertencer.
Carlito Paes
Outros exemplos bíblicos também nos apontam que o projeto de Deus está esta-
belecido na família:
• Deus criou a família a partir de Adão e Eva (Gênesis 1:28; 2:24);
• Deus mandou construir a arca para salvar a família de Noé (Gênesis 6:17-18);
• Os patriarcas, profetas e reis tinham suas famílias;
bem-vindo INTRODUÇÃO | 4
• Jesus tinha uma família (Mateus 1:1-21),
• Nós somos parte da família de Deus (Efésios 2:19).
Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão
de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua
bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela
graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não
por obras, para que ninguém se glorie.
Efésios 2:6-9
Não fomos chamados para frequentar uma igreja local apenas. No âmbito pessoal,
podemos frequentar shopping centers, supermercados ou farmácias, mas não frequen-
tamos uma igreja. Nossa relação com ela não é impessoal, ainda que seja regular; os
frequentadores de uma igreja não necessariamente são chamados e comprometidos
com o Reino e as pessoas.
A igreja jamais pode se limitar a um lugar de consumo ou de interesse, apesar de
nos identificarmos com ela. A igreja é um lugar ao qual pertencer, um lugar de perma-
necer e ser. Essa é a tônica de nossa igreja local. Temos entendido que o modelo bíblico
e o chamado de Jesus à igreja a diferencia de toda e qualquer instituição. Nosso para-
digma não é uma fábrica, nem uma fantasia, mas uma família. Não frequentamos uma
família, mas pertencemos a ela.
Somos a nossa família, Igreja da Cidade, que é estabelecida para pertencer, trans-
formar vidas e mudar realidades de forma equilibrada. O texto de Efésios 2:19-22, nos
revela como fazer isso.
Em primeiro lugar precisamos entender o paradigma bíblico da igreja-família
como destaca o apóstolo Paulo: “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem fo-
rasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2:19
- grifo do autor).
As palavras em destaque significam sem raízes, sem cultura, e no caso dos foras-
teiros, ilegais, sem pertencimento. Mas como família, somos exatamente o contrário:
somos santos e membros da família de Deus, temos raiz, cultura, legalidade, santidade
e pertencimento. Veja os exemplos:
bem-vindo INTRODUÇÃO | 5
A Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum:
Graça e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Tito 1:4
• No ensino de Jesus
• Elias e Eliseu
Elias disse a Eliseu: “O que posso fazer por você antes que eu seja levado para longe de
você?” Respondeu Eliseu: “Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético”.
Disse Elias: “Você fez um pedido difícil; mas, se você me vir quando eu for separado de
você, terá o que pediu; do contrário, não será atendido”. (...) Eliseu gritou: “Meu pai! Meu
pai! Tu eras como os carros de guerra e os cavaleiros de Israel!
2 Reis 2:9-11,12a
Por isso, não plantamos igreja com profissionais da fé, com boa performance e
formação, só isto não basta; enviamos filhos, flechas da nossa aljava. Assim como o
apóstolo Paulo diz sobre seu filho: “Por essa razão estou lhes enviando Timóteo, meu
filho amado e fiel no Senhor, o qual lhes trará à lembrança a minha maneira de viver
em Cristo Jesus, de acordo com o que eu ensino por toda parte, em todas as igrejas” (1
Coríntios 4:17). Por isso o apóstolo o enviou, porque era seu filho.
Outro ponto importante a considerar é o estabelecimento do ministério no fun-
damento bíblico dos dons espirituais. O texto destaca: “Edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular” (Efésios 2:20).
• Edificado: Fundamento = Profético, Pastoral e Apostólico.
• Profético: Transforma a Terra a partir dos princípios e valores do Céu.
bem-vindo INTRODUÇÃO | 6
• Pastoral: Cura e cuida com os dons dados ao Corpo.
• Apostólico: Empodera e envia para cumprir a missão.
Uma igreja-fábrica está voltada para cargos, comissões, atas, burocracias, hierar-
quias, etc. Uma igreja-família está voltada para sonhos, missão, discipulado, Palavra,
conhecimento, votos, jejuns, crescimento espiritual e maturidade.
Para o apóstolo Paulo ter o foco na santidade para a edificação da igreja também é
fundamental: “No qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário
santo no Senhor” (Efésios 2:21).
O desenvolvimento da igreja com o foco na santidade gera a adoração profética,
ativação sobrenatural, ambientes de santidade, honra, atmosfera de Céu na Terra. Uma
igreja pode ser apenas um prédio, um edifício, mas também pode se transformar em um
templo de adoração ao Senhor.
Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus.
1 Coríntios 3:9
bem-vindo INTRODUÇÃO | 7
AULA 01
DEFININDO
A CULTURA
1. A CULTURA É O NOSSO TETO
A cultura é nosso teto. Vamos tão alto quanto a cultura permite. A cultura
é a cobertura sob a qual nos movemos e que abriga e protege a família da fé.
Carlito Paes
Todo organismo saudável precisa ter equilíbrio para que tenha saúde. Assim também
é na igreja: precisa de equilíbrio nos propósitos bíblicos e nas faixas etárias de
alcance, porque nenhuma igreja crescerá de forma saudável desequilibradamente.
Carlito Paes
Uma igreja com propósitos, portanto, equilibra suas ações e sua estrutura em tor-
no desses cinco desígnios. É uma igreja equilibrada, crescente e reprodutiva, de forma
bem simples e natural. A igreja primitiva cumpriu todos esses propósitos, conforme
descreve Atos 2:41-47:
Comunhão Crianças
Discipulado Adolescentes
Serviço Jovens
Missões Adultos
Assim, temos um líder responsável por cada propósito, que chamamos em nossa
realidade local de “base”. Esse líder demonstra um chamado específico para aquela área
em especial, e é responsável por ser um “embaixador” da essência do propósito que
lidera em toda a igreja. Ele supervisiona ministérios que estão diretamente ligados à
sua área, como também intervém nas faixas etárias naquilo que elas realizam dentro
do propósito sob sua responsabilidade. Não há uma hierarquia entre os propósitos; os
cinco são igualmente importantes e precisam ser ensinados, concretizados e vivencia-
dos por toda a igreja.
A outra parte da Matriz 5x5 é formada pelos líderes de faixas etárias. A principal
função desses líderes é que eles tenham a certeza de que os cinco propósitos sejam
devidamente contextualizados para suas realidades e necessidades. Eles precisam co-
3. GRUPOS DA CIDADE
DEFININDO
AS BASES
1. CELEBRAÇÕES CONTEXTUALIZADAS
E INSPIRADORAS
As bases são o nosso alicerce. São a sustentação de quem somos. Mesmo que não
sejam sempre vistas, elas permitem que toda a estrutura esteja segura, forte e firme.
Os propósitos de Deus para a igreja formam essas bases e são responsáveis por
assegurarem o equilíbrio em tudo que fazemos.
Carlito Paes
• Enraizados em Jesus
Um dos símbolos que utilizamos para o discipulado em nossa igreja é o de uma
árvore, pois ela descreve bem a realidade de nossa existência em Cristo na Terra, como
lemos nas Escrituras:
Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende
as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o ca-
lor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa
no ano da seca nem deixará de dar fruto.
Jeremias 17:8
Uma vez que tenhamos nascido na família de Deus, Ele quer que prossigamos
crescendo até a maturidade espiritual. O que seria isso? Maturidade espiritual é nos
tornarmos como Jesus na forma de pensar, de sentir e de agir. Quanto mais você de-
senvolver o caráter de Cristo, mais dará glória a Deus. Esse é o coração do discipulado.
Todo cristão é chamado a servir. Na nossa igreja, essa premissa é mais do que um
axioma; é uma verdade bíblica e um valor de discipulado cristão. O ministério, portanto,
é mais do que uma base de serviço, é um dos propósitos de Deus para a nossa vida. Não
fomos criados apenas para receber, termos conforto e prazeres, mas para deixarmos uma
contribuição ao mundo, dando a glória a Deus. Este é um pilar essencial na vida de cada
cristão e de cada igreja. Ela precisa proporcionar e ensinar uma cultura que pratique a
verdade de que todo cristão é um indivíduo criado por Deus, realizado em Cristo Jesus,
para que faça as boas obras preparadas para ele antes da fundação do mundo.
Entendemos que esse propósito divino pessoal é também seu propósito como
corpo de Cristo. O desafio de mobilizar e engajar pessoas, que é tão comum a diversos
tipos de instituições, está no cerne do “ser igreja”. Igrejas-família inspiram as pessoas
ao serviço e as encorajam a viver com um sentido maior: o de servir e abençoar.
Um aspecto de ser família é que todos têm suas responsabilidades. O senso de
pertencimento traz consigo o senso de engajamento. Quem se relaciona com a igreja
como simplesmente um local a se frequentar tende a vê-la sob uma perspectiva crítica
e consumista. Você não decide deixar de pertencer a uma família porque o jantar foi
• Grupos X Ministérios
Temos um axioma em nossa igreja: por meio dos ministérios, a igreja cuida de
pessoas ao servir; por meio dos Grupos, a igreja serve pessoas ao cuidar. Há uma rela-
ção de mutualidade entre Grupos e ministérios que visa desenvolver pessoas, lapidar
líderes e permitir o avanço do Reino em suas múltiplas formas. Grupos são excelentes
ambientes para o cuidado intencional e pessoal, bem como para o processo de desen-
volvimento ministerial de acordo com o chamado de cada um. Os ministérios serão
beneficiados por esses indivíduos que, sendo cuidados e mentoreados nos Grupos, po-
derão exercer seus dons e talentos de forma específica nesses ambientes. Cabe também
frisar que não necessariamente um indivíduo servirá somente em ambientes minis-
teriais da igreja, mas também será inspirado a atuar em diferentes realidades para o
Reino, nos sete montes de influência da sociedade.
A ESTRATÉGIA FAROL
• Fundar novas igrejas: ações para a plantação de novas igrejas dentro da rea-
lidade das Igrejas da Cidade, de forma orgânica e natural. Não plantamos igrejas
abrindo “lojas grandes”, colocando placas e, com isso, atraindo muitos evangéli-
cos de outras igrejas. Vivemos em uma época em que precisamos zelar por isso,
devido à quantidade de evangélicos “sem igreja” por conta de pecados não trata-
dos, problemas relacionais, rebeldia por espírito de orfandade e doenças emocio-
nais e mentais não curadas. Precisamos plantar igrejas a partir do evangelismo e
do discipulado em grupos.
• Ajudar o próximo: ações de caráter social com foco em pessoas em situação
de vulnerabilidade, como na saúde, no aspecto familiar e educacional ou na
dependência química.
A estratégia F.A.R.O.L. não é somente resultado do seu foco, mas é também, como
um farol, de sua intensidade para iluminar longas distâncias a partir de onde a igreja
está. Somos farol e devemos gerar luz para os que estão perto, mas nosso alvo será
sempre iluminar as trevas até bem longe de nós, conduzindo as pessoas mais distantes
em segurança ao seu destino.
Jesus nunca disse que seria fácil ou barato, mas sim que essa seria a missão. Ele até
mesmo nos adiantou sobre os riscos, fazendo a comparação de que somos como “ovelhas
no meio de lobos”. No entanto, Ele também prometeu que estaria sempre conosco.
DEFININDO
O ALCANCE
E OS PERFIS
O alcance e os perfis são nossas janelas. Em um lar existem diferentes pessoas e a
igreja-família deve alcançar cada uma delas. Cada janela mostra um ângulo diferente
da paisagem, mas todas compartilham a mesma edificação. Perfis são sobre alcançar
gerações e permitem que o ambiente seja “ventilado” com novas perspectivas.
Carlito Paes
Temos como visão para o ministério infantil alcançar todas as crianças e juniores
para Jesus, conduzindo-os a uma vida de intimidade com Deus. O nome do ministério
Ignição traz o sentido de prepará-las e lançá-las ao seu pleno potencial. Temos como
missão capacitá-las a viver os propósitos de Jesus, servindo a Deus e às pessoas, de
forma que avancem para o alvo de serem como Cristo, sejam luz para os seus amigos,
alegrem o coração de Deus e promovam restauração nas suas famílias.
Temos como valores dentro desse ministério:
• Ensinar de forma divertida e criativa;
• Oferecer suporte aos pais;
• Pastorear os corações das crianças, sempre em inovação e sem abrir mão dos princí-
pios bíblicos, com transparência e respeito pelas suas individualidades e identidades;
• Respeitar a ótica das crianças;
• Promover segurança física, emocional e espiritual, num ambiente de amizade e alegria;
• Empoderar crianças e juniores para que saibam tomar boas decisões,
• Treinar e preparar os voluntários continuamente, sempre com otimismo e excelência.
O nosso alvo para a juventude é que ela viva uma realidade acima do normal, do
rotineiro e do casual. Queremos, de forma contextualizada e autêntica, levar os nossos
jovens e adolescentes a elevarem as suas vidas ao sobrenatural de Deus, impactando
sua identidade, atitude e ministério, de forma a edificarem e renovarem a igreja e al-
cançarem a sua geração para Cristo.
3. Liderando juventudes
Por ser uma faixa etária extensa, fez-se evidente ao longo dos anos que um ca-
minho para trabalhar com adolescentes e jovens é entender com mais detalhamento
cada fase de vida pela qual eles passam. Na nossa prática ministerial, a faixa etária que
engloba a juventude é a de 13 a 35 anos. Obviamente, este é um universo demasiada-
mente grande para enquadrarmos todos os interesses e perfis perfeitamente. Dos 13 ao
35, as transições são diversas e profundas: da adolescência e final da puberdade à vida
de solteiro, namoro, noivado e aos primeiros anos de casamento; e da vida na escola à
escolha profissional, a vida universitária e a colocação no mercado de trabalho.
Sob a perspectiva desse quadro, trabalhamos na Juventude Eleve com quatro fai-
xas etárias, ou quatro ambientes principais, para os jovens:
• Adolescentes de 13 a 17 anos (Eleve Xtreme);
• Jovens em idade universitária de 18 a 29 anos (Eleve Bold);
• Jovens adultos com mais de 30 anos (Eleve UP);
Queremos edificar uma igreja com adultos maduros, que sejam pais espirituais,
líderes de referência para os que estão dentro e fora da igreja, e exemplos de amor, fé e
fidelidade para as novas gerações que chegam à igreja.
A atuação no ministério de adultos é focada em trabalhar no aspecto da essência
de cada um, em uma atmosfera de cura e liberdade, reforçando quem são e o que nas-
ceram para ser.
Na nossa realidade local, temos trabalhado com respectivas celebrações mensais
para homens e para mulheres. Esses ministérios visam ensinar, inspirar e empoderar.
Não são substitutos dos Grupos da Cidade ou dos programas de discipulado, mas fun-
cionam como ambientes onde assuntos específicos são tratados e conexões por identi-
ficação são feitas. Os encontros mensais são mais longos, com mensagens direcionadas
e adoração mais introspectiva. A atuação do ministério de casais, por sua vez, é voltada
para uma perspectiva de mais praticidade e dinamicidade. A atmosfera das celebrações
mensais nesse caso é mais descontraída; a duração, mais breve, e a ênfase é dada ao
avançar e conquistar.
• Ministério Feminina
Uma mulher curada é um grande potencial nas mãos de Deus. Ela terá um papel
extremamente importante na redenção de pessoas, cidades e do mundo, pois, além de
cumprir o seu propósito, permitirá que o homem ocupe seu lugar de sacerdote, e receba
dela todo o suporte e cuidado necessário.
A Igreja da Cidade atua para ser um ambiente em que seus idosos sejam amados
e honrados, e para que se cumpra a palavra de que na velhice ainda darão frutos e
serão viçosos.
DEFININDO AS
ESTRATÉGIAS
As estratégias são as nossas portas. Elas são meios para um fim.
Eventos, comunicação, administração e ações para a expansão são portas que
permitem que pessoas se acheguem ao ambiente do lar e circulem bem nele.
Carlito Paes
1. A COMUNICAÇÃO NA IGREJA-FAMÍLIA
Se desejamos alcançar as pessoas que vivem no século XXI, não podemos usar a
comunicação do século XX na nossa igreja-família. Precisamos tirar todo proveito da
mídia de forma efetiva e eficaz, contextualizando a nossa mensagem para os atuais
meios de comunicação e mídias em geral.
Mais do que nunca, estamos na era da comunicação. A comunicação de Deus com
os homens já foi oral, escrita e, agora, é também estética e visual. Deus continua falan-
do de muitas formas, e a Igreja precisa se lembrar disso ao pregar o Evangelho. Jesus é
o Verbo encarnado, isto é, Jesus é a Palavra, a comunicação encarnada. Por isso, o Evan-
gelho significa boas notícias ao mundo. Contudo, uma boa notícia só será boa se chegar
na hora certa e para a pessoa certa; não existe boa notícia atrasada.
Como Igreja, comunicamos a mensagem mais poderosa da Terra. Assim, busca-
mos desenvolver uma comunicação eficiente e relevante, com processos claros e in-
tencionais para continuar alcançando as pessoas. Como Paulo escreveu aos romanos:
A administração da igreja não é um fim em si mesma, mas uma ponte forte e firme
que serve de forma efetiva para que a visão seja alcançada e a missão cumprida. Des-
de os primeiros anos da Igreja, vemos a necessidade de pessoas que cuidassem da sua
organização e gestão financeira. Em Atos 6, lemos que os apóstolos escolheram sete
homens para que cuidassem da distribuição de doações às viúvas, homens de “bom
3. ESTRATÉGIAS DE EXPANSÃO
A Igreja da Cidade em São José dos Campos nasceu em 1942, como Igreja Evan-
gélica Batista de São José dos Campos. Um tempo depois mudou para Igreja Batista da
Praça Kennedy e, em 1982, passou a chamar-se Primeira Igreja Batista em São José dos
Campos. Assim como mudou de nome também mudou algumas vezes de endereço. Ao
todo foram cinco. Hoje, temos vários pontos de presença da igreja em diferentes luga-
res de São José dos Campos, em várias outras cidades da região e outros estados do Bra-
sil. Preparamo-nos para expandir ainda mais, e, em breve, estaremos em mais cidades.
O Campus Colina é a nossa plataforma de preparo e envio para estas novas igre-
jas. Mais do que nunca, é muito perceptível que vivemos um novo tempo de Deus, que
nos encaminha a uma nova realidade, para continuarmos sendo uma igreja saudável,
balizada pelos propósitos bíblicos, crescente, multiplicadora, perseverante em Jesus,
renovada em sua estrutura, contextualizada em sua comunicação, pastoreada por uma
Rede de Grupos da Cidade e guiada pelo Espírito Santo.
Quando adquirimos a área em que hoje está o Campus Colina, em 2004, não havia
nada além de um campo vazio, em um local afastado da cidade, sem acesso próprio,
estrada, água ou luz. Em milagres caminhamos e edificamos nosso campus, com fide-
lidade e doação de discípulos extraordinários. Em 2012 mudamos para a Colina. Nesse
movimento, realizamos a “Marcha da Conquista”, na qual milhares de pessoas saíram
da antiga sede e marcharam pela cidade até o Campus Colina onde a igreja celebrou
mais uma grande vitória.
Um evento-ponte, como o próprio nome define, tem como meta fazer uma pon-
te, ou seja, gerar diálogo entre a igreja e a comunidade. Apesar de acontecer muitas
vezes, não necessariamente vemos conversões diretas em um evento-ponte. O alvo
principal é iniciar um contato que terá continuidade por meio de outras ações evan-
gelísticas diretas.
Quando existe visão e propósitos definidos, os eventos-ponte são realizados com
excelência e sob muita oração. Eventos são ferramentas poderosas para o engajamento
de pessoas, o estabelecimento de culturas e a propagação de valores. Procuramos rea-
lizar eventos que são movimentos, que geram vida, edificam os salvos da família da fé
ou ganham novas pessoas para Jesus.
Como exemplo, realizamos anualmente em nossa cidade o espetáculo Auto de
Páscoa, que envolve teatro, coro, orquestra, dança e outras expressões artísticas. Per-
cebemos que a nossa região é formada por uma forte tradição cristã católica romana,
ainda que muitas pessoas não sejam praticantes, e isso gera uma abertura muito gran-
UMA FORÇA EM
MOVIMENTO
Como igreja, somos um movimento do Céu na Terra, constantemente crescendo,
absorvendo novas dinâmicas e mudando para que seus propósitos sejam cumpridos
na Terra. Por sermos um movimento, somos uma obra inacabada, que sempre
precisará se reinventar e renovar-se para que continue fazendo sentido para as
pessoas e cumprindo sua missão divina e social na Terra.
Carlito Paes
Temos como forte missão lapidar constantemente novos líderes, porque acredita-
mos que deles dependerá a renovação, criatividade e vitalidade da igreja no futuro. Esse
processo assegura a doutrina, a prática da Palavra, o testemunho dos santos e a mul-
tiplicação saudável do corpo de Cristo. O papel da igreja em auxiliar nessa formação e
preparo começa pelo discipulado. Porém há, nesse processo de discipulado, um aspecto
muito importante para a vida da igreja: a formação de novos líderes, em especial, que
entenderam o seu chamado específico à liderança pastoral na igreja.
A estes chamamos de vocacionados, que recebam formação teológica em parale-
lo à ministerial, de forma que possam crescer em ambas as áreas sem deixar de servir
a igreja local. Preparamos os vocacionados por meio de um ensino avançado em três
áreas: teológica, ministerial e liderança pastoral.
• A formação teológica dos líderes é essencial para assegurar que a igreja cresça
com maturidade doutrinária e aplique os valores do Reino em suas vidas e nos
locais onde estão inseridos.
• O ensino focado em capacitar os vocacionados na área ministerial faz com que
cada líder conheça seus dons, compreenda a missão que lhes foi dada por Deus e
encaixe-se no lugar adequado para cumprir essa missão com êxito e dedicação.
• A capacitação para a liderança pastoral é importante para que o vocacionado
amplie a sua compreensão sobre a ética cristã, aplicando os princípios da Palavra
em sua vida e na dinâmica ministerial.
Na nossa realidade local, temos trabalhado com uma plataforma de ensino online,
com cursos avançados de conhecimentos teológicos e de formação ministerial. Hoje, o
IPE atua com três formações principais: a formação em Teologia em formato de curso
superior; o curso Karis, focado no ministério sobrenatural, e o de Psicoteologia, que
trabalha a formação de conselheiros cristãos. O IPE tem sido nosso centro de treina-
mento para os vocacionados na nossa igreja sede, extensões e plantações, bem como
abençoado outras igrejas parceiras e pessoas de todo o Brasil e em outros países.
Quando um vocacionado ao ministério pastoral encerra sua formação teoló-
gica, ele pode ser indicado pelo colegiado ao concílio pastoral. Essa indicação tem
como prerrogativas o reconhecimento do chamado, a liderança local, o caráter e
outras características.
Entendemos que há diversas formas com que as igrejas têm realizado a prepa-
ração e consagração de vocacionados ao ministério. Sabemos que todo cristão é um
ministro, mas que alguns têm um chamado específico para o ministério pastoral, sendo
ele integral ou não.
• IC College
O homem não é um ser que vive na Terra uma experiência espiritual. Somos seres
espirituais que vivenciamos na Terra uma experiência humana, de forma breve, tempo-
rária e passageira. Logo retornaremos para a eternidade. A única questão a ser decidi-
da aqui é se viveremos essa eternidade fora ou dentro da presença do Eterno Criador.
Como uma igreja biblicamente saudável, não podemos dispensar a fé sobrenatural para
alcançar e servir as pessoas.
Diversas etapas foram vividas nessa transição e plantação natural de uma cultura
do sobrenatural na nossa igreja. Mais recentemente, uma delas trouxe mudanças sig-
nificativas nos ministérios ligados a essa área, que foi o entendimento mais profundo
dos cinco dons de governo, ou dons de Cristo, dados à igreja conforme Efésios 4:11-12:
“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e
outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do minis-
tério, para que o corpo de Cristo seja edificado (...)”.
Sem uma expressão completa e madura dessas graças (dons de governo) que
equipam os santos, o povo de Deus não pode ser preparado adequadamente para
receber o que Deus está derramando e liberar isso para o mundo que o cerca.
Danny Silk
Devemos manter nossa fome por Deus e por Suas manifestações, a exemplo do
que diz Bill Johnson: “Deus, preciso mais do Senhor a qualquer custo”. Acreditamos
que os nossos melhores anos na visão e prática do ministério profético, para dentro e
fora da igreja, ainda estão por vir. Estamos somente no começo, simplesmente porque
ALICERCES DA
NOSSA FÉ
Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a
qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só
fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos,
por meio de todos e em todos. E a cada um de nós foi concedida a
graça, conforme a medida repartida por Cristo.
Efésios 4:4-7
As crenças não demonstram a sua importância até que sejam traduzidas em ações.
Fundamentados no que a Bíblia ensina, adotamos as seis práticas abaixo:
5. Cremos que a nossa vida precisa ser dirigida pelo Espírito Santo.
Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele,
esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.
João 15:5
2. NOSSOS ALICERCES
Nossa igreja tem um sólido referencial teológico e doutrinário que nos identifica
como uma igreja evangélica genuinamente bíblica cristã. Esses alicerces, assim como
nossos princípios e a nossa história, também nos dão a identidade de uma igreja
pertencente à Denominação Batista Histórica, filiada à Convenção Batista Brasileira.
• Sobre Deus
Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é igual ao Pai. Jesus viveu uma vida humana
sem pecado e Se ofereceu a si mesmo, morrendo na cruz, como sacrifício perfeito
pelos pecados de todos os povos. Ele ressuscitou dos mortos depois de três dias, para
demonstrar o Seu poder sobre o pecado e a morte, subiu à glória do Céu e voltará à
Terra para reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Mateus 1:22-23; Isaías 9:6).
O Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho. Ele está presente no mundo para despertar
a consciência dos homens para a necessidade de aceitar a Jesus Cristo. Ele também
passa a habitar em cada cristão a partir da conversão, dá poder para o viver cristão,
entendimento das verdades espirituais e direção para a escolha do que é certo. Dá a
todos os crentes dons espirituais. Como cristãos procuramos viver sob Seu controle.
(Mateus 28:19; Efésios 4:30, 5:18).
A Bíblia é a palavra de Deus para nós. Foi escrita por homens, sob a orientação
sobrenatural do Espírito Santo. É a fonte suprema da verdade para a fé e a prática dos
cristãos. Porque é inspirada por Deus, a Bíblia é a verdade, sem qualquer sombra de erro
(2 Timóteo 3:16; 2 Pedro 1:20-21; Isaías 40:8).
• Sobre a Salvação
A salvação é uma dádiva graciosa de Deus para nós, mas precisamos aceitá-la. Nunca
poderemos nos livrar do pecado por meio de boas obras ou melhora de comportamento.
Apenas confiando em Jesus Cristo como oferta de Deus para o perdão, somos salvos
da condenação dos pecados. Quando deixamos nossa vida desregrada e nos voltamos
para Jesus por meio da fé, somos salvos. A vida eterna começa no momento em que
recebemos Jesus, pela fé, em nossa vida (Romanos 6:23; Efésios 2:8-9; João 14:6).
• Sobre a Segurança
Deus nos dá a vida eterna em Cristo Jesus; o verdadeiro crente está convicto da
salvação para a eternidade. Se você foi genuinamente salvo, não pode perder a salvação.
A salvação é mantida pela graça e pelo poder de Deus, e não pelo esforço próprio do
cristão. A graça e o poder de Deus nos dão segurança (João 10:28-29; 2 Timóteo 1:12; 1
Pedro 1:3-5,1 Coríntios 5:1-5).
1. Uma vez salvo, salvo para sempre.
2. Salvação e vida eterna não podem ser conquistadas (herdadas) e também não
podem ser perdidas.
3. Não somos salvos por causa do que fazemos, mas por confiarmos no que Cristo
fez por nós.
A ordenança do batismo foi estabelecida por Jesus como parte da Grande Comissão:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Em outra passagem, Jesus depois de
ordenar diz: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem
crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16:15-16). A
prescrição do batismo foi, portanto, claramente determinada por Jesus.
A palavra batismo simplesmente é uma transliteração da palavra grega baptisma,
cuja forma verbal é baptizo. O significado primário da palavra é imersão ou submersão.
Logo, o batismo literalmente é pôr debaixo da água.
O batismo é o símbolo do compromisso que o crente assume com Deus, de sua
união com Cristo, da regeneração, da confissão de pecados e também da sua consagração,
a fim de andar em novidade de vida. Com o ato do batismo, a pessoa testemunha o seu
novo nascimento e sua nova identidade em Cristo, fazendo parte da família de Deus. O
batismo está relacionado com vários temas que iniciam a fé cristã:
• O perdão dos pecados (Atos 2:38);
• A regeneração (Tito 3:5; João 3:5);
• Sepultado com Cristo e ressuscitado com ele (Romanos 6:3-4; Colossenses 2:12);
• União com Cristo e unidade com outros crentes (Gálatas 3:27-28),
• Compromisso de pertencer ao Senhor (Lucas 12:8).
Os que devem ser batizados são os que crêem e confessam Jesus Cristo. Isso é
evidente em todas as passagens do Novo Testamento relacionadas ao tema:
• “Os que aceitaram a mensagem foram batizados” (Atos 2:41);
• “No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres”
(Atos 8:12),
• “Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor, ele e toda a sua casa; e dos coríntios
que o ouviam, muitos criam e eram batizados” (Atos 18:8).
Foi instituída por Jesus na época da páscoa dos judeus, como relata o texto bíblico:
“Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Isto é o meu corpo
dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim’. Da mesma forma, depois da
ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em
favor de vocês’” (Lucas 22:19-20). A Ceia é uma autêntica celebração de triunfo, gratidão
• DÍZIMOS E OFERTAS
• Sobre a Eternidade
As pessoas foram criadas para viverem para sempre. Podemos viver eternamente
separados de Deus, por causa do pecado, ou eternamente com Deus por meio do perdão
e da salvação. Estar eternamente separados de Deus é inferno. Estar eternamente em
união com Deus é vida eterna. Céu e inferno são realidades da existência eterna (João
3:16; Romanos 6:23; 1 Coríntios 2:7-9).
O viver “cheio do Espírito” deve ser visto como uma posição de boa saúde espiritual.
A saúde pode ser experimentada em qualquer idade, contudo a falta de uma boa saúde
é um impedimento ao crescimento formal, tanto no reino físico quanto no espiritual.
As experiências de “encher-se do Espírito” e “ser batizado com o Espírito” têm sido
frequentemente confundidas. Como esperado, o enchimento acompanhou o batismo
em Atos 2, mas confundi-los é um sério erro que acaba pervertendo ambas verdades
bíblicas. O batismo com o Espírito foi determinado para o dia do novo nascimento. No
dia que a pessoa crê, ela recebe o batismo com o Espírito.