Unidade 1 - o Dogma
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GENÉTICOS
VOCÊ SABIA?
Genoma é a denominação dada à sequência completa do DNA de um
organismo. Em outras palavras, é a sequência de DNA que designa os
genes do ser vivo. O conhecimento do genoma de um organismo
possibilita uma vasta gama de informações, que pode auxiliar no
entendimento de como ocorrem os processos celulares e moleculares da
espécie.
A proposta de Crick era baseada nos diversos estudos anteriores, tanto da sua
equipe quanto de outros pesquisadores. Crick e Watson propuseram, pouco após
a revelação da estrutura do DNA, como ocorria sua replicação, como ocorriam as
mutações e como essas alterações poderiam influenciar no produto final: as
proteínas. Em 1958, Crick publicou um novo artigo, propondo o Dogma Central. A
partir dessa publicação, ficou estabelecido que o fluxo da informação genética
seria do DNA gerando a molécula de RNA por meio do processo denominado
transcrição. O RNA, por sua vez, daria origem à proteína, pelo processo da
tradução. O DNA seria gerado a partir de uma molécula de DNA prévia, pelo
processo de replicação do DNA. De lá para cá, poucos ajustes foram feitos no
Dogma Central, não modificando sua estrutura principal, mas inserindo-se
exceções na maioria causadas pelos vírus. Descobriram-se enzimas, como a
transcriptase reversa, que gera uma molécula de DNA a partir de uma molécula
de RNA, por exemplo, mas o cerne do dogma permanece como verdadeiro até os
dias atuais.
A seguir, vamos conhecer como é a estrutura dessas moléculas e como ocorrem
seus processos de formação.
Bases púricas
VOCÊ O CONHECE?
Rosalind Franklin era uma cientista britânica, segunda de cinco filhos de
uma importante família judaica. Formou-se em Ciências da Natureza pelo
Newnham College, faculdade restrita às mulheres da Universidade de
Cambridge. Seu Ph.D. foi obtido com uma pesquisa sobre o carvão,
importante substância para a indústria britânica na época da Segunda
Guerra Mundial. A partir dessa pesquisa, Rosalind passou a estudar outras
substâncias, entre elas o DNA e RNA. De fato, as pesquisas de Franklin
foram fundamentais para a descoberta da molécula do DNA, mas,
infelizmente, a pesquisadora não pôde receber o prêmio Nobel, em 1962,
pela sua contribuição, pois faleceu prematuramente, em 1958, e o prêmio
somente é entregue a pesquisadores vivos.
Dado 2
A concentração total de pirimidinas (T+C) era
sempre igual a de purinas (A+G) em uma mesma
molécula (portanto, temos a equação T+C=A+G).
1
esaremilop ed edadivitA
’5 oditnes on aiedac ad otnemicserc o asilataC
.’3 arap
2
’5 >--- ’3 esaelcunoxe ed edadivitA
3
’3 >--- ’5 esaelcunoxe ed edadivitA
Figura 4 - Representação de uma forquilha de replicação, com demonstração da fita líder e da fita com os
fragmentos de Okazaki
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2017, p. 243.
#PraCegoVer: estrutura de uma forquilha de replicação de DNA. À esquerda, uma
forquilha de replicação com DNA recém-sintetizado em vermelho; as setas
indicam a direção 5’-3’ da síntese do DNA. Como as duas fitas-filhas de DNA são
polimerizadas na direção 5’-3’, o DNA sintetizado na fita retardada deve ser feito
inicialmente em uma série de pequenos segmentos de DNA, os fragmentos de
Okazaki, chamados assim por causa do cientista que os descobriu. À direita, a
mesma forquilha pouco tempo depois. Na fita retardada, os fragmentos de
Okazaki são sintetizados em sequência, sendo os mais próximos à forquilha os
fragmentos de síntese mais recente.
DNA
primas
e
DNA
helicas
e
DNA
topois
omera
se
Proteín
as
ligador
as de
fita
simple
s de
DNA
(SSB,
de
single
strand
DNA-
bindin
g)
Figura 6 - Forquilha de replicação e algumas das diversas enzimas que auxiliam no processo de replicação
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2017, p. 249.
#PraCegoVer: Diagrama mostrando uma visão atual da disposição das
proteínas de replicação em uma forquilha de replicação durante a síntese de
DNA. A fita retardada está dobrada para aproximar-se da molécula de DNA-
polimerase da fita retardada e formar um complexo com a DNA-polimerase da
fita-líder. Esse enovelamento também aproxima a extremidade 3’ de cada
fragmento de Okazaki completado do ponto de início do próximo fragmento de
Okazaki. Como a DNA-polimerase da fita retardada permanece ligada ao resto
das proteínas de replicação, ela pode ser reutilizada na síntese dos sucessivos
fragmentos de Okazaki. Nesse diagrama, ela está quase liberando o fragmento
de DNA completo e move-se para o iniciador de RNA que está sendo sintetizado.
As proteínas adicionais (não mostradas) que auxiliam na manutenção dos
diferentes componentes proteicos na forquilha permitem que o complexo
funcione como uma maquinaria proteica coordenada.
RNA
mensa
geiro
(mRNA
)
RNAs
ribossô
micos
(rRNA)
MicroR
NAs
(miRN
As)
RNAs
transp
ortado
res
(tRNAs
)
Outros
RNAs
não
codific
adores
VOCÊ SABIA?
Os genes eucarióticos são compostos de sequências denominadas
íntrons (do inglês, intervening sequences ) e éxons (do inglês, expressed
sequences ). Os primeiros não são sintetizados em proteínas, sendo
retirados pelo processo de splicing. O fato de os genes eucarióticos
serem “interrompidos” permite que sejam feitos rearranjos pós-
transcricionais e a modificação da sequência que será traduzida,
possibilitando a formação de proteínas diferentes a partir de um único
transcrito primário, de acordo como os éxons serão rearrumados na
retirada dos íntrons.
Somente após essas modificações do RNA é que ele é reconhecido como um
RNA maduro e pode, enfim, ser transportado para o citoplasma. Chegando ao
citoplasma, caso se trate de um mRNA, imediatamente ele será traduzido pelos
ribossomos para a formação das proteínas.
Tal qual acontece com os RNAs, a produção de proteínas ocorre várias de uma
única vez, proporcionando a produção de centenas de moléculas a partir de um
único mRNA que chega ao citoplasma. Há a possibilidade de fazer controle ainda
nessa fase, de acordo com a necessidade da célula.
Terminado o processo de tradução, a sequência de aminoácidos formada passa
por transformações conformacionais para que possa assumir a forma funcional
e desempenhar suas funções na célula.
CONCLUSÃO
Referências
ALBERTS, B. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed,
2009.