Combustiveis Sinteticos Viabilidade No C
Combustiveis Sinteticos Viabilidade No C
Combustiveis Sinteticos Viabilidade No C
ARACAJU
2016
PAULO OTÁVIO SOUZA SANTANA
ARACAJU
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus familiares; aos meus pais, Humberto e Marize, pela
compreensão, pelo suporte emocional, por todas as cobranças devidamente feitas e pelo
exemplo que são pra mim.
A tecnologia GTL (Gas to Liquid) para produção de combustíveis sintéticos surge a partir da
retomada das pesquisas sobre a síntese de Fischer-Tropsch (F-T), que foi criada na década de
20 pelos cientistas alemães Franz Fischer e Hans Tropsch. Com a crise do petróleo nos anos 70
e a descoberta de reservas de gás natural remotas pelo mundo, o processo GTL desponta como
alternativa para produção de combustíveis sintéticos, menos poluentes e em certos casos mais
eficiente que os convencionais. O trabalho consiste em apresentar o processo F-T e analisar as
perspectivas para a utilização destes combustíveis no cenário atual, baseado nos aspectos
técnicos, econômicos e ambientais, discutindo assim sua viabilidade. Também é feita uma
análise da tecnologia para o mercado brasileiro, que terá um salto na produção de gás nos
próximos anos com a descoberta da camada do Pré-Sal, que representa um novo cenário de
oportunidades para o País.
GTL technology (Gas to Liquid) for the production of synthetic fuels arises from
the resumption of research on the Fischer-Tropsch (F-T), which was created in the 20's by
German scientists Franz Fischer and Hans Tropsch. With the oil crisis in the 70s and the
discovery of natural gas reserves by remote world, the GTL process is emerging as an
alternative for the production of synthetic fuels, cleaner and more efficient in some cases than
conventional. The work is to present the F-T process and analyze the prospects for the use of
these fuels in the current scenario, based on technical, economic and environmental aspects, as
well discussing its viability. It is also an analysis of the technology to the Brazilian market,
which will have a jump in gas production in the coming years with the discovery of Pre-Salt
layer, which is a new scenario opportunities for the country.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
2. OBJETIVO ...................................................................................................................... 11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 12
3.1 PARTE I – HISTÓRICO DO PROCESSO FISCHER-TROPSCH ....................... 13
3.2 PARTE II - TECNOLOGIA FISCHER-TROPSCH E SUAS REAÇÕES ............ 16
II.1 – REAÇÕES FUNDAMENTAIS ............................................................................... 17
II.1.1 GÁS DE SÍNTESE ................................................................................................ 17
1) Reforma a Vapor (SMR) ......................................................................................... 19
2) Oxidação Parcial (POX) .......................................................................................... 20
3) Reforma Auto-Térmica (ATR) ............................................................................... 21
II.2 QUÍMICA, REAÇÕES E CINÉTICA ....................................................................... 22
II.3 CONDIÇÕES DO PROCESSO (HTFT E LTFT) .................................................... 24
II.4 CATALISADORES ..................................................................................................... 27
II.5 REATORES ................................................................................................................. 28
II.5.1 REATOR DE LEITO FIXO MULTI-TUBULAR ............................................. 30
II.5.2 REATOR DE LEITO FLUIDIZADO CIRCULANTE ..................................... 31
II.5.3 REATOR DE LEITO FLUIDIZADO ................................................................. 31
II.5.4 REATOR DE LEITO DE LAMA (SLURRY)..................................................... 31
II.6 PRODUTOS FISCHER-TROSPCH E DISTRIBUIÇÃO ....................................... 32
3.3 PARTE III – VIABILIDADE DO PROCESSO GTL NO CENÁRIO ATUAL .... 36
III.1 ASPECTOS TÉCNICOS ........................................................................................... 38
III.2 ASPECTOS ECONÔMICOS ................................................................................... 42
III.3 ASPECTOS AMBIENTAIS ...................................................................................... 55
III.4 CENÁRIO GTL PARA O BRASIL ......................................................................... 58
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 63
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 66
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1: Processos de refino para F-T em alta temperatura para produtos básicos. ............... 26
Tabela 2: Processos de refino em baixa temperatura para produtos básicos F-T ..................... 26
Tabela 3: Características gerais dos principais catalisadores ................................................... 27
Tabela 4: Características do diesel GTL comparadas ao comum. Fonte: Amaral et al., 2016. 40
Tabela 5: Sensibilidade da rentabilidade (TIR) em relação às variáveis-chave. ...................... 46
Tabela 6: Características dos sistemas de transporte de gás natural......................................... 49
Tabela 7: Vantagens e desvantagens de Scale-up em diferentes tipos de reatores................... 51
Tabela 8: Níveis de emissão em diferentes processos de produção de diesel. ......................... 58
9
1. INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, o interesse no processo Fischer-Tropsch (F-T) sempre oscilou
de acordo com o mercado petrolífero, com suas constantes altas e baixas; diante também do
pouco interesse dos governos em financiar projetos de pesquisa; como também na sua própria
rentabilidade como combustível a ser utilizado em escala comercial. Porém, com o cenário atual
da economia sustentável, de rigorosos acordos de preservação ambiental, da instabilidade que
cerca a indústria do petróleo e levando em consideração os casos mais recorrentes de ameaças
terroristas, advindas de grupos extremistas que controlam regiões produtoras importantíssimas
no Oriente Médio, a indústria parece estar decidida a aprimorar cada vez mais os processos de
conversão. Desta vez, em substituição ao carvão mineral, o gás natural aparece como a matéria-
prima deste mercado, já que é um insumo mais limpo, abundante e que ao longo do tempo as
indústrias deram pouca importância no seu aproveitamento.
Ao observar a matriz energética mundial, vê-se que o petróleo está em ativa desde o
final do século XIX, sendo cada vez mais consumido à medida que o mercado consumidor
aumenta e os avanços tecnológicos são evidentes. Porém, não há uma certeza absoluta sobre
quando o petróleo chegará ao seu limite produtivo, contudo há um consenso que a oferta desta
10
commoditie talvez não acompanhe a demanda. Desta forma, vários estudos estão direcionados
para o desenvolvimento de novas fronteiras energéticas, principalmente os recursos renováveis,
como o gás natural.
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar a tecnologia de conversão de gás
em combustíveis líquidos pelo processo GTL (Gas to Liquid) e fazer um estudo de viabilidade
a partir de aspectos específicos, visando as questões técnicas, econômicas e ambientais.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A tecnologia de conversão do gás natural em líquido tem uma longa história que se
inicia na década de 1920, quando os cientistas alemães Franz Fischer e Hans Tropsch
introduziram o processo de conversão do gás de síntese, produzido a partir do carvão, em
combustíveis líquidos (VIEIRA, 2007).
Com o uso do gás natural esta rota tecnológica é conhecida como Gas To Liquid (GTL)
sendo uma transformação química que gera faixas de hidrocarbonetos líquidos e estáveis à
temperatura e pressão ambientes. Este processo tem como etapa principal a reação F-T, pois
transforma gás de síntese resultante da reforma do gás natural em hidrocarbonetos líquidos que
ao serem refinados tornam-se importantes produtos para indústria petroquímica, de transporte
e áreas afins (LIRA, 2012).
beneficiada com o aproveitamento das reservas remotas. É nessa conjuntura que a tecnologia
de produção de combustíveis líquidos a partir do gás natural através da síntese Fischer-Tropsch
pode ser considerada como o refino do futuro, pois permite obter combustíveis para motores a
diesel de alta qualidade, nafta petroquímica, bases para lubrificantes e alfa-olefinas de alta
qualidade, desprovidos de metais pesados e compostos nitrogenados presentes no petróleo
(RAMOS et al., 2011).
Os principais fatores que tornam a tecnologia GTL viável para aplicações offshore são
a vasta disponibilidade de gás natural em ambientes geograficamente ou economicamente
remotos, a demanda por flexibilidade no transporte e utilização deste gás, o descontrole no
preço da commodity petróleo, além do amadurecimento da legislação ambiental, em caráter
globalizado. Além destes fatos, por serem obtidos produtos no estado físico líquido, há uma
facilitação no seu transporte em ambiente offshore, não sendo necessário o uso de navios
gaseiros e dutos no oceano (SANTOS et al., 2012).
Segundo Ramos et al. (2011), o principal nicho de mercado para a tecnologia GTL
deve ser a valorização do gás produzido.
que atendessem à nova demanda de carros, veículos de carga, trens. A descoberta do petróleo
e das suas propriedades energéticas mudou o cenário econômico mundial, diante das vantagens
que esse produto oferecia sobre o minério bruto.
Todavia, o óleo cru era um suprimento que ficava restrito a alguns países,
principalmente no Oriente Médio, com algumas jazidas na Rússia, EUA, em regiões Árticas, o
que lhe garantia uma grande especulação em questões de oferta e procura. Daí percebeu-se que
era preciso alternativas para se obter hidrocarbonetos que não necessariamente fossem oriundos
do petróleo.
A África do Sul foi considerada a exceção a esse grupo, sendo que a iniciativa partiu
do governo, criando uma estatal para exploração e pesquisa do carvão mineral, voltada para o
mercado interno, e que ao longo dos anos não sofreu interferência do mercado petrolífero. O
resultado foi um conhecimento adquirido que hoje em dia tornou-se referência e concorre com
multinacionais no cenário mundial.
De acordo com Linhares Junior (2009), o uso do gás natural como fonte de energia
e como matéria-prima para a produção de produtos químicos e combustíveis líquidos tem vindo
15
a aumentar desde os anos 90, quando a prospecção e processamento de gás natural tornaram-se
economicamente favoráveis. Conversão de gás natural no transporte de combustíveis líquidos,
como gasolina, querosene de aviação e diesel é muito interessante, porque os combustíveis
líquidos são mais fáceis de transportar e distribuir. Os processos usando o gás natural são
conhecidos desde a Segunda Guerra Mundial, mas só nesta década de 90 tornaram-se
economicamente viáveis por causa do desenvolvimento de novas tecnologias de processamento
e de catálise.
A figura 1 apresenta uma esquematização prática da reação F-T, com ênfase nas
etapas que compõem este processo.
Há a necessidade de que o enxofre seja removido junto com outros compostos com
heteroátomos (nitrogênio, oxigênio) presentes na carga de gás natural. Esses compostos são
grandes agentes envenenadores, pois desativam os catalisadores de maneira muito rápida. Para
que a descontaminação da carga seja realizada é empregado um processo de hidrotratamento,
chamado de hidrodessulfurização (HDS). Neste processo, o hidrogênio é adicionado sob alta
pressão e há a quebra das ligações carbono-enxofre formando H2S. Nesta fase o percentual de
enxofre na corrente de saída não pode exceder 1 ppm. Para que o processo venha a ocorrer, a
temperatura deve estar por volta de 400ºC, e para isso faz-se um pré-aquecimento da carga para
que esta temperatura seja alcançada utilizando um forno; neste forno se utiliza gás natural como
fonte de energia. A partir daí o gás natural é misturado com vapor ou CO2 e é alimentado ao
pré-reformador (AMARAL et al., 2016).
Este processo consiste da reação provocada pela mistura de vapor d'água e gás
natural, formando o gás de síntese. Utiliza-se nesse tipo catalisadores de níquel (Ni) ou cobalto
(Co) suportado em alumina.
É uma técnica que envolve altos custos, por ser realizadas em altas temperaturas,
necessárias para romper a estabilidade do metano, que é o principal insumo usado neste
processo. Dessa maneira, sua aplicação será considerada somente em certos casos, como: i)
usina relativamente pequena de GTL; ii) H2 adicional puder ser aplicado em outras situações;
20
iii) o gás natural tem um elevado teor de CO2, pois deslocaria a reação 2 para a formação de
CO; iv) quantidade disponível de água que pode ser obtida a um baixo custo.
Processo não catalítico onde ocorre a reação do gás natural com oxigênio (O2) em
alta temperatura e pressão, com o objetivo a produção do gás de síntese. O reator onde o
processo ocorre é uma peça refratária e pressurizada disposta de 34 queimadores. A entrada do
gás ocorre através dos queimadores, localizados no topo do reator, e o produto sai pelo fundo
do reator. Seu custo é elevado devido à necessidade da purificação do O2, além das temperaturas
e pressões operacionais serem acentuadas, pois não se utiliza catalisadores nesta.
Visto que o processo ATR consiste na combinação do POX catalítico com o SMR,
o calor liberado em cada reação atribui uma característica muito peculiar à operação como um
todo, tornando-a energeticamente mais eficiente (GEROSA, 2007).
𝑛𝐶𝑂 + 2𝑛𝐻2 ↔ (𝐶𝐻2 )𝑛 + 𝑛𝐻2 𝑂 ∆𝐻𝑅 (227 º𝐶) = −165 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙 −1 (16)
23
Entretanto, o esforço tecnológico nesta área é bem menor que os relacionados aos
catalisadores de F-T e a produção do gás de síntese, por ser um processo comum à indústria do
refino, onde os equipamentos já são bem conhecidos e a tecnologia bastante difundida
(VIEIRA, 2007).
Tabela 1: Processos de refino para F-T em alta temperatura para produtos básicos.
Processo Objetivos
Oligomerização de produtos Aumentar a razão diesel/gasolina
leves Reduzir a pressão de vapor da gasolina
Aromatização, isomerização e Melhorar octanagem, densidade e propriedades a frio (ex:
alquilação ponto de fluidez)
Hidrogenação Remover alcenos, dienos, oxigenados, melhorando assim
a estabilidade para estocagem
Fonte: Amaral et al., 2016.
Processo Objetivos
Hidrocraqueamento de produtos Reduzir a faixa de ebulição das frações médias,
pesados (parafinas) melhorar as propriedades a frio.
Hidrotratamento Saturar os alcenos e eliminar oxigenados para
melhor estabilidade do produto
Desparafinação catalítica/ Produzir óleos lubrificantes
Hidroisomerização
Fonte: Amaral et al., 2016.
27
II.4 CATALISADORES
Para a realização do processo, faz-se necessário que se utilizem substâncias que irão
acelerar a reação dos compostos. São os chamados catalisadores, que desempenham papel
estratégico no resultado dos produtos que a indústria pretende obter.
Um catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas emerge
do processo inalterado. Um catalisador normalmente promove um caminho molecular diferente
para a reação. Por exemplo, hidrogênio e oxigênio gasosos são virtualmente inertes à
temperatura ambiente, mas reagem rapidamente quando expostos à platina, que por sua vez, é
o catalisador da reação (LINHARES JUNIOR, 2009).
II.5 REATORES
De acordo com Bezerra (2015), vários tipos de reatores são usados na síntese F-T,
destacando-se os reatores de leito fixo, de leito fluidizado e os de leito de lama. Todos possuem
vantagens e desvantagens em relação aos fenômenos de transferência de massa e calor. Apesar
de usados, nenhum deles propiciam todas as características adequadas para esse tipo de reação.
Um reator ideal para a F-T precisa possuir as características seguintes:
entre os reatores estão baseadas na forma e na disposição dos tubos por onde é introduzido o
gás de síntese (PINHEIRO, 2002).
Figura 5: Esquema básico dos tipos de reatores usados na síntese de Fischer-Tropsch. Fonte: Ramos et
al., 2011.
Segundo Lira (2012), os reatores de leito fluidizado circulante têm como foco a
produção de olefinas, já que a produção de óleos pesados e parafinas geram um desgaste no
catalisador. Os hidrocarbonetos menos voláteis podem se acumular nas partículas do
catalisador, aderindo em outras partículas e fazendo com que o leito fluidizado perca sua
propriedade de fluidização. O controle de temperatura é feito por meio da remoção do calor via
trocadores de calor e corrente de gases efluentes do reator.
De acordo com Santos (2013), os reatores de leito de lama são similares aos reatores
do tipo leito fluidizado, exceto pelo catalisador estar suspenso em uma fase líquida. Nesses
reatores, o gás de síntese é alimentado pelo fundo, sendo distribuídos pelo vaso no qual se
encontram dispersos produtos líquidos da reação com partículas do catalisador sólido
32
suspensas. Os gases reagentes se difundem das bolhas de gás através da fase liquida para a
partícula do catalisador, onde reagem.
Uma das principais vantagens dos reatores de leito de lama é que o controle de
temperatura e a recuperação do calor são facilmente alcançados. Além disso, pode-se manter a
atividade catalítica global constante pela adição de pequenas quantidades de catalisador em
cada ciclo, durante a operação batelada, ou pela alimentação constante durante a operação
contínua (LINHARES JUNIOR, 2009).
de fundo. A concentração de cada uma irá depender das condições os quais foram submetidos
os reagentes, tais qual a pressão, a temperatura, o balanço estequiométrico, o tipo de reator, os
catalisadores, enfim uma gama de circunstâncias.
A corrente que sai do topo do reator, conhecida no jargão industrial como tail gas
ou off-gas, é composta predominantemente por CO e H2 (não convertidos), CO2 e
hidrocarbonetos leves formados na reação de F-T. Tal mistura tem poder calorífico
relativamente alto e pode ser usado diretamente como combustível em caldeiras a vapor para
geração de energia térmica e/ou elétrica, sendo este seu principal uso. Outra alternativa é a
reforma térmica, admitindo-se gás natural no processo, gerando-se mais CO e H2, que podem
ser separados e reciclados para o reator de síntese. A corrente de fundo do reator de F-T é
conhecida como “óleo cru sintético” (syncrude), cuja separação e melhoramentos são bastante
similares aos processos usados no processamento primário e nas refinarias de petróleo. O
fracionamento dessa corrente normalmente começa pela separação da água (e compostos
oxigenados nela dissolvidos) da mistura complexa de hidrocarbonetos, a qual contém partículas
de catalisador como impurezas indesejáveis (RAMOS et al., 2011).
Em Callari (2007), afirma-se a mesma ideia, que as correntes dos produtos gerados
são refinadas de modo a se obter os combustíveis ultra limpos. Ainda em comparação aos
processos convencionais de refino de petróleo, este processo é menos severo, consome menos
hidrogênio, as temperaturas e pressões são menores, e o catalisador tem a sua vida útil
34
aumentada, pela ausência de enxofre, metais pesados e aromáticos, sendo assim, mais
econômico.
A tecnologia GTL envolve três etapas básicas: produção de gás de síntese - syngas
(CO + H2) a partir de uma fonte de carbono, em reações denominadas por reformas;
transformação do gás de síntese em hidrocarbonetos a partir do processo Fischer-Tropsch, com
o objetivo de formar hidrocarbonetos de maior massa molar por meio de reações exotérmicas;
etapa de upgrading, no qual são obtidos os produtos finais, podendo se valer dos processos
tradicionais de refino como hidrotratamento, isomerização, dentre outros (RAMOS et al.,
2011).
Ainda sobre o upgrading, Branco (2008) afirma que nesta etapa são produzidos os
produtos finais a partir dos produtos obtidos na etapa de transformação do syngas. Processos
convencionais de refino como, por exemplo, o hidrocraqueamento, reforma catalítica,
hidrotratamento, alquilação e isomerização, podem ser utilizados na etapa de upgrading.
36
Figura 8: Fluxograma simplificado de uma planta GTL atualmente. Fonte: Ramos et al., 2011.
Fazendo um apanhado das fases da tecnologia GTL durante o século XX, podemos
identificar alguns pontos relevantes:
37
Diante disso, muitos estudos vêm sendo feitos a respeito do tema, tanto pelas
empresas como em universidades, no intuito de desenvolver cada vez mais a tecnologia, em sua
maioria na tentativa de otimizar as etapas de obtenção do gás de síntese, no aproveitamento
38
As seções a seguir irão se basear em três aspectos: dos pontos de vista técnico, que
leva em conta a qualidade do combustível no desempenho, na comparação com os encontrados
no mercado; ponto de vista econômico, no qual salientar-se-á os custos de produção, a
disponibilidade dos recursos necessários, a compatibilidade da estrutura de distribuição atual
de combustíveis para se adequar os novos combustíveis; e nos aspectos ambientais, no qual os
combustíveis GTL levam vantagem aos demais, no que tange à suas características de emissões
quase zero de poluentes na queima, demanda recorrente das normas internacionais para a
sustentabilidade.
Amaral et al. (2016) afirma que uma das grandes vantagens do GTL é o fato dos
produtos poderem ser misturados aos produtos tradicionais de petróleo, possibilitando o
transporte de produtos do processo GTL através da infraestrutura atual, sem a necessidade do
"gás tankers" (navios designados para o transporte de insumos como o gás natural liquefeito).
Ademais, a tecnologia GTL pode ser acoplada à infraestrutura de uma planta tradicional de
produção de derivados de petróleo, sendo possível realizar a transição de combustíveis
tradicionais para os combustíveis GTL sem incorrer com custos extras.
Esse fato aponta um dos motivos do processo Gas to Liquid estar se tornando mais
atrativo do que outros meios de transporte do gás (GNL, GTS, Gas to Wire, etc). Estes processos
são úteis quando o gás não apresenta outros meios de aproveitamento, seja pela distância dos
39
campos pros centros consumidores, pela logística de produção, entre outros fatores. Porém, com
a possibilidade de transformar este insumo pouco rentável em um outro com grande demanda
no mercado, muitas empresas estão pesquisando meios de instalar plantas de transformação em
unidades embarcadas.
Em Callari (2007), ele afirma que os principais fatores que tornam a tecnologia
GTL viável para aplicações offshore são a vasta disponibilidade de gás natural em ambientes
geograficamente ou economicamente remotos, a demanda por flexibilidade no transporte e
utilização deste gás, o descontrole no preço da commodity petróleo, além do amadurecimento
da legislação ambiental, em caráter globalizado.
Uma das vantagens de uma unidade GTL embarcada é a possibilidade de esta ser
remanejada para outro campo quando a produção deste entrar em declínio (SANTOS et al.,
2012).
A maioria das plantas GTL está direcionando suas operações para a produção do
chamado “diesel GTL”, embora a nafta e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) também sejam
resultados do processo produtivo. Fazendo os ajustes no processo F-T, a combinação de
produtos pode ser alterada. De qualquer maneira é sempre válido lembrar que o padrão do
processo produtivo de uma planta GTL é diferente do processo de uma refinaria tradicional,
embora os produtos GTL se direcionem para os mercados das atuais refinarias de óleo
(VIEIRA, 2007).
diesel pode ser misturado ao diesel comum ou ao diesel B5 (diesel com 5% de biodiesel) sem
a necessidade de um motor específico, conforme mostra a tabela 4, além de outras propriedades.
Tabela 4: Características do diesel GTL comparadas ao comum. Fonte: Amaral et al., 2016.
• Possui viscosidade menor que o diesel comum; a viscosidade influencia num melhor
processo de atomização durante a combustão, que promove uma combustão mais
eficiente, resultando em mais potência.
• Possui número de cetano maior que o diesel comum. Quanto maior o número de cetano,
menor é o "delay" (atraso) de ignição, portanto quanto maior o número, mais rápido a
combustão começa; como regra geral, quanto maior o número de cetano, melhor a
performance do motor: mais fácil de dar a partida, menos barulho e menores emissões
de poluentes.
41
• Possui poder calorífico inferior (P.C.I) maior que o diesel comum. Um poder calorífico
maior induz à um melhor aproveitamento energético e, portanto, melhor eficiência do
motor.
• Possui teor de aromáticos menor que o diesel comum. Alto teor de aromáticos diminui
a eficiência do motor (aumenta o número de cetano) e gera material particulado.
• Possui razão H/C maior que o diesel comum. Uma razão H/C maior indica um menor
teor de aromáticos;
• Possui temperatura de destilação menor que o diesel comum, segundo o teste padrão de
destilação ASTM 95%.
Em todo projeto industrial, uma das questões centrais a serem abordadas será como
transformar os meios de produção em processos viáveis economicamente. Fazer esse
questionamento leva os interessados a buscarem soluções práticas para obterem lucros e
mercado consumidor ativo.
energética e que melhore seus padrões de vida. A agência ainda projetou que a energia utilizada
no desenvolvimento dos países se aproximará da energia usada por países desenvolvidos até
2025.
Estudos como este mostram a clara preocupação com a demanda energética, que
tende a crescer ano após ano. Procurar alternativas para este problema impulsiona os estudos
para buscar novos meios de obtenção de energia.
O gás natural, por ser produzido na forma associada e não associada ao petróleo, é
um insumo encontrado em abundância na natureza. A partir da crise do petróleo nos anos 70,
as atenções das nações e das grandes empresas voltaram-se para o melhor aproveitamento deste
produto.
Surge então uma nova oportunidade de mercado, pois com estes poços de gás não
aproveitados, sua desvalorização é imediata, fazendo com que processos inovadores de
obtenção de combustíveis, como o GTL, que transforma um produto com valor depreciável em
outro com projeção de mercado despontem como ferramenta de valorização do gás natural.
Abaixo (figura 11) segue um mapa de distribuição das reservas de gás natural
provadas pelo mundo, com dados de 2015.
trouxesse retorno financeiro a qualquer projeto de larga escala neste setor. Em localização
estratégica favorável, o Catar tem fácil acesso aos mercados europeus e asiáticos, e com isso a
região desponta como ótimo local para o desenvolvimento de plantas GTL (VIEIRA, 2007).
Figura 10: Produção de combustíveis sintéticos pela rota GTL (previsão WEO/DOE, 2025). Fonte:
GEE/IE/UFRJ, 2006.
Em 2005, a Shell começou a construir no Qatar, que tem a terceira maior reserva
de gás natural do planeta, a maior planta de conversão de GTL do mundo. Essa planta, chamada
Pearl, produz combustíveis e óleos básicos 100% sintéticos que são a matéria-prima dos
lubrificantes de alto desempenho. Em parceria com a Qatar Petroleum, a Shell investiu US$ 20
bilhões na construção da planta que, em 2010, foi considerada a maior obra civil em andamento
no mundo. Ela tem tamanho equivalente à metade de Belo Horizonte e produz um milhão de
toneladas por ano de óleos básicos, o que dá à Shell 30% da capacidade mundial de produção
(LUBES, 2015).
Dessa forma, a tecnologia GTL representa uma opção para se monetizar reservas
de gás sem a necessidade de negociações contratuais difíceis e complexas. A ideia é produzir
combustíveis que poderiam ser comercializados no mercado internacional já estabelecido.
Atualmente, o grande obstáculo para viabilizar esta estratégia é a viabilidade econômica das
plantas GTL. O consumo de gás natural para uma dada capacidade de produção dependerá da
eficiência energética da planta. Quanto maior esta eficiência, menor será o consumo de gás
natural, para se produzir uma dada quantidade de combustível sintético.
Variáveis Elasticidades
Variação do preço do petróleo 2,27
Variação do preço do gás natural 0,36
Variação do custo de investimento 0,93
Variação do consumo de gás 1,06
Fonte: Almeida et al., 2004.
47
O mercado GTL pode ser dividido em dois tipos de trajetórias ou esforços: na área
energética e na área tecnológica. No primeiro caso, destacam-se as empresas de petróleo e gás
(Shell, ExxonMobil, etc.), que procuram alternativas para um melhor aproveitamento do gás
natural. No segundo, aparecem empresas de inovação tecnológica (Syntroleum, Rentech), que
buscam novos métodos de obter combustíveis de maior qualidade.
Quando se analisa os mercados atuais de gás natural (GNV, GNL, etc.), estes são
firmados em contratos de interdependência, como cita Almeida et al. (2002). Ou seja, os
investidores neste ramo se veem amarrados aos seus fornecedores, pois a estrutura que se monta
(gasodutos, plantas de liquefação, navios metaneiros) somente funciona neste ramo específico
de distribuição de gás. A partir do momento em que se transforma este gás em líquido, abre-se
a oportunidade de utilizar a mesma rota de escoamento dos produtos refinados de petróleo.
mercado globalizado e de grande liquidez. Desta forma, os ativos deixam de ser específicos, na
medida em que podem ser dedicados a um grande número de transações. O risco de
oportunismo passa a ser praticamente inexistente, já que o produto pode ser vendido por
contratos de curto prazo, com reduzida interdependência entre compradores e vendedores
(ALMEIDA et al., 2002).
Para Dunham et al. (2006), flexibilizar a transformação do gás natural também cria
novas oportunidades para as empresas de energia, permitindo operar com um conjunto de
recursos e mercados muito mais amplo. Uma carteira de ativos (reservas e plantas) com
capacidade de adaptação às mudanças no ambiente de negócios é um fator altamente desejável.
A tecnologia de conversão do gás natural em combustíveis sintéticos abre caminhos para
realizar a mediação entre os recursos disponíveis e a demanda existente de energia.
representa a maior parte dos investimentos em GTL. Apesar da conversão indireta ser uma
tecnologia mais estabelecida, a rota de conversão direta do gás natural em líquidos representa
talvez a chave para os combustíveis GTL concorrerem diretamente com os refinados.
Apesar de as três etapas do processo GTL, por via indireta, estarem individualmente
bem estudadas e existirem tecnologias disponíveis para comercialização, ainda se busca uma
combinação ótima que permita a redução de custos das plantas comerciais de produção. Além
dos aspectos técnicos da conversão, esta combinação ótima deve considerar o tamanho das
plantas, a disponibilidade de fontes de energia e água, o volume de gás natural disponível nos
campos a serem explorados, entre outros fatores. A implementação prática destes processos
propiciaria total eliminação dos custos de capital associados à construção e operação das
unidades de gás de síntese. Essa rota representa o potencial de inovações radicais em GTL. Isso
parece claro ao se considerar que a BP decidiu, em 2001, financiar, durante dez anos, pesquisas
em conversão direta nas universidades de Berkeley e Caltech, destinando US$ 1 milhão por
ano, para cada uma delas (ALMEIDA et al., 2002).
Paralelo a isso, tem-se feito muitas análises a respeito da melhor configuração para
as escalas de plantas GTL, visto que dimensionar o tamanho das plantas influencia no custo da
produção, sendo assim fator imprescindível para viabilizar qualquer projeto.
Segundo Almeida et al. (2002), as escalas das plantas apresentam-se como uma
dimensão importante do posicionamento estratégico do mercado GTL. Por um lado, alguns
atores se posicionam na busca de escalas maiores, dentro da trajetória natural das indústrias de
processos químicos visando à redução do custo de produção e rentabilização dos volumosos
investimentos exigidos. As grandes empresas de petróleo que possuem grandes reservas de gás
natural irrecuperáveis (Shell e ExxonMobil, por exemplo) são as mais interessadas nas grandes
escalas. Por outro lado, algumas empresas buscam plantas eficientes em escalas menores
(abaixo dos 10.000 barris por dia), capazes de explorar um grande número de pequenos campos
de gás natural. As plantas embarcadas propostas pela Syntroleum representam de forma
expressiva o conceito de escalas pequenas.
Um dado que deve ser levado em conta é o tempo de construção de uma planta
GTL, que é relativamente grande. Em Almeida et al. (2004), ele afirma que o tempo de
construção da planta pode afetar sobremaneira o fluxo de caixa do projeto. De acordo com a
empresa de engenharia Black & Veatch, o tempo de construção de uma planta GTL varia entre
38 a 48 meses, dependendo da escala da planta. Assim, tendo em vista que a fase de construção
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da planta pode levar até 4 anos, os custos financeiros associados à imobilização do capital e ao
financiamento nesta fase são expressivos.
Figura 11: Faixas de aplicação das tecnologias de aproveitamento de gás. Fonte: Vaz, 2009.
Mas para tudo isso se tornar mais eficiente, é preciso eliminar os custos também
com o transporte, já que o cenário mostra que a maioria das reservas estão muito longe dos
centros consumidores. Uma das alternativas interessantes é viabilizar plantas GTL que possam
ser embarcadas em plataformas localizadas em alto-mar.
instalação de uma planta GTL de microcanais offshore, via F-T, para produção de
hidrocarbonetos, aproveitando-se o gás natural em excesso, que se encontra associado ao
petróleo em áreas remotas.
Uma outra análise foi feita por Santos et al. (2012), que optou pela rota indireta de
produção de hidrocarbonetos líquidos sintéticos por seu estado da arte mais avançado e pela
reforma a vapor de metano para a produção de gás de síntese a partir do gás natural, por
características tais como não necessitar de uma planta de produção de oxigênio, possuir maior
eficiência térmica e um baixo consumo de água a tornam mais vantajosa para compor a
tecnologia GTL embarcado. Pela análise econômica do processo obteve-se um capital fixo de
investimento de R$33,1 Milhões, capital de giro de R$ 3,6 Milhões, resultando em um capital
total de investimento de R$ 36,8 Milhões. Ao ser analisado o fluxo de caixa acumulado,
observou-se que este se apresenta positivo após o quinto ano de operação da planta.
econômicos que precisam de respostas num curto prazo. São muitas as áreas envolvidas, que
incluem engenharia química, engenharia de produção e economia. Partindo do fato de que 50%
das reservas mundiais de gás se encontram em campos offshore, há a necessidade de se estudar
tudo o que se refere à construção e operação de plantas flutuantes de GTL.
Figura 13: Ilustração do espaço necessário para uma planta 1000 bbl/dia. Fonte: Branco, 2008.
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De qualquer forma, por não haver ainda muitas plantas GTL operando em escala
comercial no mundo, continua-se pesquisando métodos que possam permitir a consolidação
deste tipo de modelo, pois apresenta perspectivas interessantes no que tange à otimização do
gás natural produzido e a opção de escoar o combustível liquido já sintetizado através das linhas
de produção já estabelecidas.
Quando olhamos para o século XXI, vemos que a sociedade está mais preocupada
com as questões que atentam para os impactos ambientais causados pelas atividades humanas,
como os efeitos da industrialização, do aumento da frota de automóveis, e principalmente das
atividades petrolíferas.
A partir dos anos 80, com a popularização dos movimentos ativistas pelo meio
ambiente, e também de inúmeros estudos acerca dos efeitos dos poluentes à natureza,
realizaram-se alguns eventos direcionados ao controle e monitoramento das emissões de
compostos nocivos. Destacaram-se o Protocolo de Kyoto, o Energy Policy Act (EPA), o
European Clean Fuel Charter e o California Air Resources Bureau (CARB). Estes programas
recrudesceram a legislação ambiental, lançando medidas para conter as poluições e impondo
severas sanções às instituições que fugissem do acordo.
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Segundo Callari (2007), tanto o gás queimado, quanto o ventado, são extremamente
prejudiciais para o planeta, quando se fala do aquecimento global através do efeito estufa gerado
pela atmosfera carregada de metano e dióxido de carbono, também resultado desta queima e
liberação destes gases.
• Pode ser considerada uma maneira indireta de se colocar gás natural, carvão ou
biomassa no tanque dos automóveis na forma de combustíveis líquidos limpos;
Além disso, o GTL diesel pode ser misturado ao diesel comum ou ao diesel B5
(diesel com 5% de biodiesel) sem a necessidade de um motor específico; ademais, motores
específicos para o GTL diesel podem ainda potencializar a eficiência na redução de emissão de
poluentes (AMARAL et al., 2016).
produção é bastante poluente, emitindo volumes relativamente altos de CO2 por litro. Portanto,
para que se alcance um nível de emissão reduzido em todo o ciclo produtivo do combustível,
será necessário promover uma mistura de combustíveis sintéticos com os produzidos a partir
do petróleo em processos convencionais, para que os benefícios ambientais na utilização final
de um deles sejam mesclados aos encontrados no processo de produção de outro (PINHEIRO,
2002).
A tabela 8 avalia a emissão de CO2 na produção de diesel com base em tipos obtidos
em alguns países e estima projeções futuras.
No início dos anos 2000, o Brasil passou a dar maior relevância a este modal, a
partir da implementação da parceria para a construção do gasoduto Brasil-Bolívia (GASBOL),
em 1999. O desenvolvimento industrial e a demanda de automóveis movidos à GNV
alavancaram o consumo do gás em nosso país.
Figura 15: Distribuição percentual das reservas provadas de gás natural, segundo unidades da
federação. Fonte: ANP,2016.
sintéticos também como forma de melhor aproveitar o gás existente no Pré-Sal, o que facilita
seu transporte pela compressão do gás. Atualmente, uma das dificuldades para utilização do gás
do Pré-Sal é o seu transporte para o mercado consumidor, devido à distância dos reservatórios
à costa consequentemente ao mercado consumidor e o elevado custo para sua liquefação (LIRA,
2012).
A outra parceria, com operação piloto prevista para inaugurar até o final de 2011, é
com um consórcio formado pela integradora de navios japonesa Modec, a empresa de
engenharia também do mesmo país Toyo e a americana especializada em microtecnologia
Velocys (subsidiária da inglesa Oxford Catalysts). Esta última empresa desenvolve
microrreatores tubulares por microcanais (menores do que um milímetro) e instalará o sistema
na unidade de lubrificantes do Nordeste, a Lubnor, em Fortaleza - CE, para produção piloto de
até oito barris por dia (FURTADO, 2011).
4. CONCLUSÃO
A tecnologia GTL toma impulso em cima destes problemas atuais, pois com as
severas legislações ambientais para redução das emissões de poluentes, principalmente sobre
as empresas petrolíferas, a tecnologia GTL representa a nova fronteira dos combustíveis do
futuro. Isto já foi percebido pelas multinacionais, que desde as primeiras crises do setor
petrolífero, nos anos 70, até os dias atuais, já investiram bilhões de dólares em pesquisas e
desenvolvimento de plantas de conversão Gas to Liquid.
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Uma condição que deve ser avaliada com atenção quando se trata da tecnologia
GTL se refere ao tempo necessário de instalação de uma planta. É um processo ainda demorado,
que leva cerca de 35 a 45 meses em média, a depender claro da escala que se aplicará, um tempo
relativamente longo. Dessa maneira, tem-se realizado muitos estudos de avaliação econômica
desta tecnologia, quando se depara com cenários de mercado tanto positivos quanto negativos,
a fim de se encontrar melhores resultados de retorno financeiro.
Todos estes fatores mencionados fazem crer que os combustíveis sintéticos são a
nova fronteira do mercado, sendo que a demanda mundial energética só tende a crescer, o
mesmo pode se dizer da preocupação com a sustentabilidade. Deste modo, é preciso que as
empresas ou centros de pesquisa interessadas continuem com os investimentos e inovações
tecnológicas na área, para assim termos no futuro melhores resultados e dispormos de produtos
mais eficientes e mais limpos no mercado.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ERNST & YOUNG TERCO BRASIL. Brasil Sustentável: Perspectivas Dos Mercados De
Petróleo, Etanol E Gás. 2011
LUBES. Shell Ressalta Vantagens De Parcerias Com A Tecnologia Gtl. Disponível em: <
http://www.lubes.com.br/Newsletter/News/2015/150815/lubes-shell-ressalta-vantagens-de-
parcerias-com-a-tecnologia-GTL.php> Acesso em 12 de novembro de 2016.
RIBEIRO, SUZANA KAHN; REAL, MÁRCIA VALLE. Novos Combustíveis. Rio de Janeiro:
E-papers, 2006.
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