II Lajes em Concreto Armado

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ / ESCOLA POLITÉCNICA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL / CONCRETO ARMADO


PROFESSOR: CRISTIANO EDUARDO ANTUNES

II – LAJES MACIÇAS EM CONCRETO ARMADO

1. INTRODUÇÃO

As estruturas usuais de concreto armado se comportam em uma espécie de “cascata de


cargas” que ocorre nos elementos de superfície e nos elementos lineares.

Lajes

Vigas

Pilares

Fundação

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Elementos de superfície são aqueles em que uma dimensão é pequena em relação às


duas outras. Podem ser placas, cascas ou chapas, de acordo com seu plano médio e com a
carga que é aplicada.
Lajes são casos típicos de placas, pois estão sujeitas a cargas normais ao seu plano
médio.

Fonte: Marino (2006)

2. TIPOS DE LAJES

2.1. Lajes maciças

São lajes executadas “in-loco”, protendidas ou não. A espessura da laje pode variar
entre 1/25 e 1/40 do menor vão, e os vãos podem atingir 7,50 metros, além do que deixam de
ser econômicos.

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2.2. Lajes nervuradas

Lajes nervuradas são as que têm sua zona de tração constituída por nervuras, entre as
quais podem ser colocados materiais não-estruturais ou de menor resistência, de modo a
tornar plana a superfície inferior da peça. Os principais elementos utilizados como material
inerte são o isopor, o bloco de concreto e o bloco cerâmico (tijolo furado). Observadas
algumas restrições normativas, as lajes nervuradas podem ser calculadas como se fossem lajes
maciças. Lajes nervuradas podem atingir vãos na ordem de 12 a 15 metros e sua altura total
varia entre 1/25 e 1/35 do vão.

Fonte: www.procalc.com.br

2.3. Lajes pré-fabricadas convencionais

Estas lajes são caracterizadas por possuírem viguetas pré-moldadas de concreto armado,
sobre as quais se apóiam blocos com formatos especiais de cerâmica vazada. Estes elementos
são executados em fábricas e transportados para a obra. Depois da colocação das viguetas,
blocos cerâmicos, armaduras de distribuição, eletrodutos e caixas de passagem, é executada
uma camada de concreto com cerca de 3 a 5 cm de espessura na superfície superior, chamada
de capa. A espessura total dessas lajes varia entre 11 cm e 15 cm, podendo vencer vãos de até
5,50 metros.

Fonte: www.grupogretter.com

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2.4. Lajes nervuradas treliçadas

As lajes treliçadas possuem como armadura uma estrutura metálica denominada treliça,
que é incorporada a uma base de concreto, formando assim a vigueta. Podem ser compostas
com blocos de diversos materiais, mas os mais utilizados são os cerâmicos, os de concreto e
os de isopor (EPS). A montagem é feita da mesma forma que a laje pré-fabricada
convencional. Como parte da armadura da vigota fica exposta, o concreto da capa que é
lançado após a montagem da laje, envolve totalmente a treliça favorecendo a aderência. Lajes
treliçadas podem atingir vãos de até 16 metros e sua altura total varia entre 1/25 e 1/40 do
vão.

Fonte: www.concredol.com.br

2.5. Lajes pré-fabricadas alveolares

Consistem de painéis pré-fabricados de concreto protendido com armaduras pré-


tracionadas, com seção transversal com altura constante e alvéolos longitudinais, que reduzem
o peso próprio da peça. Os painéis podem ter altura variando entre 9 cm até mais de 30 cm, e
largura geralmente igual a 120 cm ou 125 cm. O processo de montagem desse tipo de laje é
bastante simples e o rendimento pode chegar a mais de 400 m2 por dia. Após a colocação dos
painéis, é executada a capa de concreto com pelo menos 4 cm de espessura, que pode ter
função resistente ou não. São capazes de vencer grandes vãos (superiores a 12 metros),
mesmo com cargas de utilização elevadas.

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Fonte: www.cilel.com.br

2.6. Lajes lisas e lajes cogumelo

Lajes lisas são aquelas que se apóiam diretamente sobre os pilares, sem a presença de
vigas. As lajes que se apóiam sobre pilares com capitéis (necessários devido ao efeito de
punção) denominam-se lajes cogumelo. Estas lajes podem ser protendidas ou não. Vãos
econômicos podem atingir até 10 ou 12 metros. A espessura da laje pode variar entre 1/25 e
1/45 da distância entre os pilares.

Fonte: www.procalc.com.br

2.7. Lajes com forma metálica incorporada – “steel deck”

O Steel Deck é uma laje composta por uma chapa com formato especial e uma camada
de concreto. O aço é utilizado no formato de uma telha trapezoidal, com espessura da ordem
de 1 mm, que serve como fôrma para o concreto durante a concretagem e como armadura
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positiva para as cargas de serviço. Através da utilização de conectores de cisalhamento (stud


bolts), é possível a interação do concreto com o aço, o que possibilita o cálculo de vigas
mistas, permitindo uma redução do peso da estrutura e constituindo um sistema construtivo de
alta eficiência. Vãos de até 12 metros são possíveis, e a espessura da laje pode variar entre
1/25 e 1/35 do menor vão.

Fonte: www.mcleand.ind.br

Neste capítulo serão estudadas apenas lajes maciças apoiadas em vigas.

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3. COBRIMENTO DA ARMADURA

O cobrimento da armadura das lajes varia conforme a classe de agressividade ambiental


(CAA), obtida através da seguinte tabela:

Classe de Risco de
Classificação geral do tipo de
agressividade Agressividade deterioração da
ambiente para efeito de projeto
ambiental estrutura

Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana 1), 2) Pequeno
Marinha 1)
III Forte Grande
Industrial 1), 2)
Industrial 1), 3)
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de
clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em
ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias
de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

Após definida a CAA, o cobrimento é determinado pela seguinte tabela:

Classe de agressividade ambiental


Componente ou elemento I II III IV 2)
Cobrimento nominal (cnom)
Laje 1) 20 mm 25 mm 35 mm 45 mm
Viga 1) e Pilar 25 mm 30 mm 40 mm 50 mm
Em contato com o solo 3) 30 mm 40 mm 50 mm
1) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com
revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como
pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela
podem ser substituídas pelo cobrimento nominal referente ao tamanho da barra ou feixe, respeitando um
cobrimento nominal mínimo de 15 mm.
2) Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de água e
esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente
agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade.
3) No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal ≥ 45 mm

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4. VÃOS EFETIVOS DE LAJES

Segundo a NBR 6118:2014, quando os apoios puderem ser considerados


suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo (lef) pode ser calculado pela
seguinte expressão:

𝑙𝑒𝑓 = 𝑙0 + 𝑎1 + 𝑎2

Sendo:

0,5 ∙ 𝑡1
𝑎1 = 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 {
0,3 ∙ ℎ

0,5 ∙ 𝑡2
𝑎2 = 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 {
0,3 ∙ ℎ

Onde:
lef: vão efetivo da laje
l0: distância entre faces dos apoios (vigas)
t: comprimento do apoio paralelo ao vão da laje analisada
h: espessura da laje

Fonte: Marino (2006)

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5. CURVATURA DAS LAJES

De acordo com os vãos teóricos, as lajes podem apresentar curvatura em uma ou duas
direções:

Fonte: Marino (2006)

Estes tipos de laje são chamados também de lajes armadas em uma direção ou lajes
armadas em duas direções.
Quando a relação entre o vão maior (ly) e vão menor (lx) superar dois, pode-se
considerar a laje armada em uma direção:

𝑀𝐴𝐼𝑂𝑅 𝑉Ã𝑂
> 2,00 → Laje armada em uma direção
𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉Ã𝑂

𝑀𝐴𝐼𝑂𝑅 𝑉Ã𝑂
≤ 2,00 → Laje armada em duas direções
𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉Ã𝑂

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6. ESPESSURAS MÍNIMAS DAS LAJES

Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para a espessura:
a) 7 cm para cobertura não em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de l/42 para
lajes de piso biapoiadas e l/50 para lajes de piso contínuas;
g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.
No dimensionamento das lajes em balanço (caso típico de marquises), os esforços
solicitantes de cálculo a serem considerados devem ser multiplicados por um coeficiente
adicional γn, de acordo com o indicado na tabela seguinte:

h
≥ 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
(cm)
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45
Onde:
𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05 ∙ ℎ

h: altura da laje, expressa em centímetros

NOTA: O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nas


lajes em balanço, quando de seu dimensionamento.

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7. LAJES CONTÍNUAS

No pavimento de um edifício é comum a situação em que várias lajes apresentam-se


contíguas. Desta maneira, é necessário determinar como será o comportamento do conjunto.
Para isso, precisa-se conhecer como será o apoio de cada uma das lajes. Os apoios de lajes
podem ser:
a) Apoio simples ou rotulado, onde a extremidade da laje é considerada rotulada,
transmitindo à viga suporte somente cargas verticais (reação de apoio). Nos
esquemas de cálculo, este tipo apoio é representado por uma linha contínua;
b) Apoio contínuo ou engastado, onde duas lajes contíguas transmitem somente
cargas verticais (reação de apoio) para a viga suporte. Nos esquemas de cálculo,
este tipo apoio é representado por uma hachura;
c) Borda livre, onde a extremidade da laje é considerada em balanço. Nos
esquemas de cálculo, este tipo apoio é representado por uma linha tracejada.

Fonte: Marino (2006)


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Quando duas lajes contíguas apresentarem diferentes dimensões sobre um apoio, a laje
de maior vão será considerada engastada se este for igual ou superior a 2/3 do vão menor.

Fonte: Marino (2006)

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8. CARGAS ATUANTES NAS LAJES

As cargas atuantes nas lajes podem ser permanentes (peso próprio, revestimentos) e
variáveis (sobrecarga de utilização). Recomenda-se a leitura da norma ABNT NBR 6120 para
o aprofundamento no assunto.

8.1. Peso próprio

O peso próprio da laje, por unidade de área, é dado por:

𝑝. 𝑝. = ℎ ∙ 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐

sendo h a espessura da laje e γconc o peso específico do concreto, igual a 25 kN/m³

8.2. Revestimentos, contra-piso e enchimentos

A carga atuante, por unidade de área, é dada por:

𝑟𝑒𝑣 = ℎ𝑟𝑒𝑣 ∙ 𝛾𝑟𝑒𝑣

sendo hrev a espessura do revestimento em questão e γrev o peso específico do revestimento.


Alguns pesos específicos de materiais podem ser observados na tabela abaixo.

MATERIAL PESO ESPECÍFICO (kN/m³)


Concreto simples 24
Argamassa de cal, cimento e areia 19
Argamassa de cimento e areia 21
Argamassa de gesso 12,5
Reboco 20
Cerâmica 18
Granito 28
Água 10

Alguns acabamentos podem ser considerados diretamente através da carga final:

ACABAMENTO CARGA (kN/m²)


Cerâmica 0,7
Tacos 0,65
Cobertura de telhas francesas (com vigamento) 0,9
Cobertura de telhas coloniais (com vigamento) 1,2
Cobertura de fibro-cimento (com vigamento) 0,3
Cobertura de alumínio (com vigamento) 0,16

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8.3. Cargas acidentais (sobrecargas de utilização)

De acordo com a NBR 6120, pode-se considerar no mínimo:

CARGA
LOCAL ACIDENTAL
(kN/m²)
Edifícios residenciais – salas, dormitórios, cozinhas e banheiros 1,5
Edifícios residenciais – despensas, áreas de serviço e lavanderias 2,0
Escritórios – salas de uso geral e banheiros 2,0
Escadas – com acesso ao público 3,0
Escadas – sem acesso ao público 2,5
Escolas – salas de aula, anfiteatros e corredores 3,0
Escolas – outras salas 2,0
Bibliotecas – salas de leitura 2,5
Bibliotecas – salas com estantes 6,0
Cinemas e teatros – platéia com assentos fixos 3,0
Cinemas e teatros – platéia com assentos móveis 4,0
Forros sem acesso de pessoas 0,5
Arquibancadas 4,0
Ginásio de esportes 5,0
Lojas 4,0
Restaurantes 3,0
Teatros – palco 5,0
Terraços – com acesso ao público 3,0
Terraços – sem acesso ao público 2,0
Garagens e estacionamentos (para veículos de até 25 kN) 3,0
Casas de máquinas 7,5

8.4. Paredes

O peso das paredes depende do tipo de tijolo (maciço ou furado) e da espessura do


reboco. Este peso normalmente é apresentado por metro quadrado de parede (parede de 1 m
de largura por 1 m de altura).
O peso por unidade de área de uma parede rebocada em ambas as faces é dado por:

𝑝𝑝𝑎𝑟 = 𝛾𝑡𝑖𝑗 ∙ 𝑒𝑡𝑖𝑗 + 𝛾𝑟𝑒𝑏 ∙ 𝑒𝑟𝑒𝑏


Sendo:
ppar: peso da parede por unidade de área (kN/m²)
γtij: peso específico do tijolo (kN/m³)
etij: espessura do tijolo (m)
γreb: peso específico do reboco (kN/m³)
ereb: espessura do reboco (m)

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Para os materiais acima citados podem ser utilizados os seguintes pesos específicos:
Tijolo furado: 12 kN/m³
Tijolo maciço: 16 kN/m³
Reboco: 20 kN/m³

8.4.1. Cargas das paredes em lajes armadas em duas direções

Em lajes armadas em duas direções, pode-se considerar o peso total da alvenaria como
uma carga distribuída em toda a área da laje:

𝑝𝑝𝑎𝑟 ∙ 𝑙𝑝𝑎𝑟 ∙ ℎ𝑝𝑎𝑟


𝑔𝑝𝑎𝑟 =
𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦

Onde:
gpar: carga uniformemente distribuída, devida à alvenaria, por unidade de área,
atuando em toda laje (kN/m²);
ppar: peso da alvenaria por unidade de área (kN/m²);
lpar: comprimento da alvenaria (m);
hpar: altura da alvenaria (m);
lx e ly: dimensões da laje (m).

Fonte: Marino (2006)

8.4.2. Cargas das paredes em lajes armadas em uma direção

As cargas de paredes apoiadas em lajes de uma só curvatura podem recair em duas


situações:
a) Paredes paralelas ao lado maior da laje;
b) Paredes paralelas ao lado menor da laje.
A carga de parede paralela ao lado maior é considerada como uma carga linear
uniformemente distribuída ao longo de sua largura, cujo valor é dado por:

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𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑝𝑝𝑎𝑟 ∙ ℎ𝑝𝑎𝑟

Sendo:
gpar: carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de
comprimento (linear), atuando ao longo da largura da parede (kN/m);
ppar: peso da parede por unidade de área (kN/m²);
hpar: altura da parede (m).

Fonte: Marino (2006)

A carga de parede paralela ao lado menor é considerada como uma carga


uniformemente distribuída na área de dimensões lx por 0,5 lx, cujo valor é dado por:

𝑝𝑝𝑎𝑟 ∙ 𝑙𝑝𝑎𝑟 ∙ ℎ𝑝𝑎𝑟


𝑔𝑝𝑎𝑟 =
𝑙
𝑙𝑥 ∙ 2𝑥

gpar: carga uniformemente distribuída, devida à parede, por unidade de área,


atuando na área de dimensões lx por 0,5 lx (kN/m²);
ppar: peso da parede por unidade de área (kN/m²);
lpar: comprimento da parede (m);
hpar: altura da parede (m);
lx: menor dimensão da laje (m).

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Fonte: Marino (2006)

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9. ESFORÇOS EM LAJES

Segundo Marino (2006), para a determinação dos esforços em lajes maciças de concreto
armado, duas hipóteses são adotadas:
a) Existe uma separação virtual (imaginária) entre as lajes e as vigas que as
suportam;
b) A reação de apoio das lajes nas vigas é uma carga uniformemente distribuída.

Fonte: Marino (2006)

Embora concretadas em conjunto, supõe-se que as lajes e vigas sejam elementos


independentes, de maneira que possam ser calculadas individualmente. As vigas que apoiam
as lajes são consideradas como apoios indeslocáveis, podendo-se então admitir que as reações
serão uniformes.

Fonte: Marino (2006)

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10. ESFORÇOS EM LAJES ARMADAS EM UMA DIREÇÃO

Lajes armadas em uma direção são calculadas como vigas. Uma laje é dita armada em
uma direção quando a relação entre o maior e o menor vão respeita a seguinte condição:

𝑙𝑦
> 2,00
𝑙𝑥

10.1. Lajes sobre dois apoios articulados

𝑞 ∙ 𝑙𝑥
𝑅𝑥 = 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
2 𝑀𝑥 =
8

Fonte: Gorges (s. d.)

10.2. Lajes com um engaste e um apoio articulado

5 ∙ 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑅𝑥1 = 𝑀𝑥 =
8 14,22

3 ∙ 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑅𝑥2 = 𝑋𝑥 = −
8 8
Fonte: Gorges (s. d.)

10.3. Lajes com dois engastes

𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑀𝑥 =
𝑞 ∙ 𝑙𝑥 24
𝑅𝑥 =
2 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑋𝑥 = −
12
Fonte: Gorges (s. d.)

10.4. Lajes em balanço

𝑞 ∙ 𝑙𝑥 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑅𝑥 = 𝑋𝑥 = −
2 2

Fonte: Gorges (s. d.)


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11. ESFORÇOS EM LAJES ARMADAS EM DUAS DIREÇÕES

Lajes armadas em duas direções podem ser calculadas por diversos métodos. Uma laje é
dita armada em duas direções quando a relação entre o maior e o menor vão respeita:

𝑙𝑦
≤ 2,00
𝑙𝑥

Entre os métodos de cálculo de lajes podem ser citados Teoria da Elasticidade, Teoria
das Placas, Processo de Marcus, Tabelas de Czerny, Analogia de Grelha, Método dos
Elementos Finitos, entre outros.

11.1. Processo de Marcus

Para as direções X e Y, pode-se ter os seguintes dados:


lx e ly: vãos efetivos da laje
Mx e My: momentos fletores positivos no meio do vão
Xx e Xy: momentos fletores negativos nos apoios (vigas)
Rx e Ry: reações de apoio

11.1.1. Tipos de lajes

Laje tipo 1: quatro lados articulados  lx é qualquer um dos lados

Fonte: Gorges (s. d.)

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Laje tipo 2: um lado engastado  lx é perpendicular ao engaste

Fonte: Gorges (s. d.)

Laje tipo 3: dois lados adjacentes engastados  lx é qualquer um dos lados

Fonte: Gorges (s. d.)

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Laje tipo 4: dois lados paralelos engastados  lx é perpendicular aos dois engastes

Fonte: Gorges (s. d.)

Laje tipo 5: três lados engastados  lx é perpendicular aos dois engastes

Fonte: Gorges (s. d.)

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Laje tipo 6: quatro lados engastados  lx é qualquer um dos lados

Fonte: Gorges (s. d.)

Observações:
a) lx é o vão teórico correspondente à direção que corta o maior número de
engastes;
b) Para uma certa direção, a reação de apoio no apoio engastado é maior do que
no apoio articulado.

11.1.2. Uso das tabelas de Marcus para determinação dos momentos fletores

São conhecidos:
a) Vãos teóricos (lx e ly);
b) Carga distribuída total da laje (q);
c) Tipo da laje.

Determina-se a relação ly / lx.

Através da respectiva tabela, obtêm-se os coeficientes mx, my, nx e ny.

Calculam-se os momentos fletores Mx, My, Xx e Xy através das seguintes equações:

𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2 𝑞 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑀𝑥 = 𝑀𝑦 = 𝑋𝑥 = − 𝑋𝑦 = −
𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑛𝑥 𝑛𝑦

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Observação: se a carga distribuída total da laje (q) corresponder a um valor


característico (q = gk + qk) os momentos fletores resultarão característicos (Mk). Se a carga
corresponder a um valor de cálculo (q = γg ∙ gk + γq ∙ qk), os momentos fletores resultarão de
cálculo (Md).

11.1.3. Método das charneiras plásticas para o cálculo das reações de apoio

As reações em cada apoio são as correspondentes às cargas atuantes nas regiões


formadas pelas charneiras plásticas.
Essas reações podem ser consideradas uniformemente distribuídas nos elementos que
lhes servem de apoio.
As charneiras podem ser aproximadas por retas inclinadas, a partir dos vértices, com os
seguintes ângulos:
a) 45° entre dois apoios do mesmo tipo;
b) 60° a partir do apoio engastado, se o outro for simplesmente apoiado;
c) 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.

Fonte: Marino (2006)

Para a viga Vn, a reação de apoio devido a carga da laje será:

𝑞 ∙ 𝐴𝑛
𝑟𝑉𝑛 =
𝑙𝑖

Sendo:
rVn: reação de apoio distribuída na viga Vn
q: carga total atuante na laje
An: área n definida pelo trapézio de base li
li: vão da laje e da viga

Para auxiliar os cálculos, podem ser utilizadas as equações abaixo explicitadas:

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LAJE REPRESENTAÇÃO REAÇÕES

TIPO 1
𝐴1 = 𝐴2 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,25 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑦
≤ 1,00 𝐴3 = 𝐴4 = 0,25 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑥

TIPO 1
𝐴1 = 𝐴2 = 0,25 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑦
> 1,00 𝐴3 = 𝐴4 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,25 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑥

𝐴1 = 𝐴2 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,34151 ∙ 𝑙𝑦 2
TIPO 2

𝑙𝑦 𝐴3 = 0,25 ∙ 𝑙𝑦 2
≤ 0,732
𝑙𝑥
𝐴4 = 0,43301 ∙ 𝑙𝑦 2

𝐴1 = 𝐴2 = 0,18301 ∙ 𝑙𝑥 2
TIPO 2
𝐴3 = 0,36603 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,13397 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑦
> 0,732
𝑙𝑥
𝐴4 = 0,63397 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,23205 ∙ 𝑙𝑥 2

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LAJE REPRESENTAÇÃO REAÇÕES

𝐴1 = 0,36603 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,18301 ∙ 𝑙𝑦 2
TIPO 3
𝐴2 = 0,63397 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,31699 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑦
≤ 1,00 𝐴3 = 0,18301 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑥
𝐴4 = 0,31699 ∙ 𝑙𝑦 2

𝐴1 = 0,18301 ∙ 𝑙𝑥 2
TIPO 3
𝐴2 = 0,31699 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑦
> 1,00 𝐴3 = 0,36603 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,18301 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑥
𝐴4 = 0,63397 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,31699 ∙ 𝑙𝑥 2

TIPO 4
𝐴1 = 𝐴2 = 0,43301 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑦
≤ 0,577 𝐴3 = 𝐴4 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,43301 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑥

TIPO 4
𝐴1 = 𝐴2 = 0,14434 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑦
> 0,577 𝐴3 = 𝐴4 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,14434 ∙ 𝑙𝑥 2
𝑙𝑥

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LAJE REPRESENTAÇÃO REAÇÕES

TIPO 5 𝐴1 = 0,36603 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,23206 ∙ 𝑙𝑦 2

𝐴2 = 0,63397 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,40192 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑦
≤ 0,789
𝑙𝑥 𝐴3 = 𝐴4 = 0,31699 ∙ 𝑙𝑦 2

TIPO 5
𝐴1 = 0,14434 ∙ 𝑙𝑥 2

𝑙𝑦 𝐴2 = 0,25 ∙ 𝑙𝑥 2
> 0,789
𝑙𝑥
𝐴3 = 𝐴4 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,19717 ∙ 𝑙𝑥 2

TIPO 6
𝐴1 = 𝐴2 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,25 ∙ 𝑙𝑦 2
𝑙𝑦
≤ 1,00
𝑙𝑥 𝐴3 = 𝐴4 = 0,25 ∙ 𝑙𝑦 2

TIPO 6 𝐴1 = 𝐴2 = 0,25 ∙ 𝑙𝑥 2

𝑙𝑦 𝐴3 = 𝐴4 = 0,5 ∙ 𝑙𝑥 ∙ 𝑙𝑦 − 0,25 ∙ 𝑙𝑥 2
> 1,00
𝑙𝑥

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12. EQUILÍBRIO E COMPENSAÇÃO DE MOMENTOS FLETORES

Como as tabelas de Marcus proporcionam resultados para lajes isoladas, é necessário,


quando existir um painel de mais de uma laje, equilibrar momentos negativos e compensar
momentos positivos.

Xx,1

Xx,2

Fonte: Gorges (s. d.)

O momento negativo equilibrado Xx,e será o maior valor entre a média dos momentos
negativos ou 80% do maior momento negativo em módulo. Desta maneira (desprezar o sinal
do momento negativo nas equações):

𝑋𝑥,1 + 𝑋𝑥,2
𝑋𝑥,𝑒 = 𝑀𝐴𝐼𝑂𝑅 { 2
0,8 ∙ 𝑋𝑥,1

Para uma determinada direção, a compensação do momento positivo que teve o seu
momento negativo rebaixado é feita acrescentando-se ao momento positivo a metade da
diferença entre o momento negativo original e o equilibrado (desprezar o sinal do momento
negativo nas equações):

𝑋𝑥,1 − 𝑋𝑥,𝑒
𝑀𝑥,𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑀𝑥,𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 +
2

Caso os momentos negativos sejam rebaixados em dois bordos opostos, a compensação


do momento deve ser feita duas vezes, uma para cada momento negativo equilibrado.
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13. ARMADURA DE FLEXÃO

13.1. Armaduras principal e secundária

Para as lajes armadas em duas direções (curvatura em duas direções ortogonais), todas
as armaduras de flexão (armaduras longitudinais) são consideradas como principal.
Para as lajes armadas em uma só direção (uma só curvatura na direção do vão menor), a
armadura considerada como principal é aquela posicionada na direção do vão menor. Na
direção do vão maior deve-se, obrigatoriamente, colocar uma armadura de distribuição
denominada armadura secundária.

Fonte: Marino (2006)

13.2. Dimensionamento

Para o dimensionamento das armaduras de flexão, continuam valendo os critérios vistos


quando do estudo das vigas.
A armadura será determinada para cada metro de laje (bw = 100 cm).
Para a determinação da altura útil é conveniente adotar-se a altura útil da armadura mais
afastada da borda tracionada.

d = h – cob – 1,5 ∙ øl

Fonte: Marino (2006)

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É altamente recomendável evitar armadura de compressão em lajes. Desta maneira, as


equações para o dimensionamento da armadura para fck ≤ 50 MPa são:

𝑀𝑑
Determina-se: 𝑘𝑐 =
𝑏𝑤 ∙ 𝑑2 ∙ 𝑓𝑐𝑑

Se kc ≤ 0,251, não há necessidade de armadura de compressão

𝑘𝑐
Calcula-se: 𝑘𝑥 = 1,25 − √1,5625 −
0,272

Calcula-se: 𝑘𝑧 = (1 − 0,4 ∙ 𝑘𝑥 ) ∙ 𝑓𝑦𝑑

𝑀𝑑
Área de armadura: 𝐴𝑠 =
𝑘𝑧 ∙ 𝑑

13.3. Armadura mínima

Determina-se a taxa de armadura mínima (ρmin) de acordo com o fck do concreto:

fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
ρmin (%) 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208

De acordo com o tipo de armadura, pode haver uma redução da armadura mínima
necessária:

TIPO DE ARMADURA TAXA MÍNIMA


Armadura negativa ρmin
Armadura positiva de lajes armadas em duas direções 0,67 ∙ ρmin
Armadura positiva principal de lajes armadas em uma direção ρmin
0,5 ∙ ρmin
Armadura positiva secundária de lajes armadas em uma direção 0,2 ∙ As
0,9 cm²/m

13.4. Diâmetro máximo da armadura

O máximo diâmetro da armadura que pode ser utilizada em uma laje é igual a:

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ø𝑙 = ℎ⁄8

Sendo h a altura da laje em questão.

13.5. Espaçamentos das armaduras

As armaduras principais das lajes devem ter um espaçamento:

2∙ℎ
𝑠≤{
20 𝑐𝑚

O espaçamento máximo das armaduras secundárias é de 33 cm.


Como espaçamento mínimo entre as barras, recomenda-se o valor de 7 cm.

13.6. Comprimentos das barras

13.6.1. Armadura positiva

Fonte: Marino (2006)

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13.6.2. Armadura negativa

Barras não alternadas

Fonte: Marino (2006)

Barras alternadas

Fonte: Marino (2006)

Observação: Na determinação do comprimento das barras, lxi é o menor vão de cada


uma das várias lajes do painel. lx,maior é o maior dos menores vãos das lajes.
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13.6.3. Lajes em balanço

Barras não alternadas

Fonte: Marino (2006)

Barras alternadas

Fonte: Marino (2006)

Observação: Na determinação do comprimento das barras, lx é o menor vão da laje.


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13.6.4. Armadura de fissuração nas vigas de contorno

Fonte: Marino (2006)

Observação: Na determinação do comprimento das barras, lxi é o menor vão de cada


uma das várias lajes do painel.

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14. ESFORÇO CORTANTE EM LAJES

A armadura transversal é dispensada quando:

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 ∙ 𝑘 ∙ (1,2 + 40 ∙ 𝜌1 )] ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑

Onde:
0,0525 3
𝜏𝑅𝑑 = ∙ √𝑓𝑐𝑘 2
𝛾𝑐
(fck em MPa)

VSd: força cortante solicitante de cálculo (por metro de laje), podendo ser assumidas as
reações de apoio.
VRd1: força cortante resistente de cálculo (por metro de laje).
τRd1: tensão resistente de cálculo ao cisalhamento.
Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega no apoio k = 1.
Para os demais elementos k = 1,6 – d, não menor do que 1, com d em metros.
ρ1: é a taxa de armadura na região do apoio.
d: altura útil da laje.

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15. EXEMPLOS

15.1. Exemplo 1

Determinar a carga total em uma laje de edifício residencial destinada a dormitório. A


laje terá de 12 cm de espessura, contra-piso (argamassa de cimento e areia) de 2 cm,
acabamento superior 2,5 cm de granito e acabamento inferior com forro de gesso de 1 cm de
espessura.

15.2. Exemplo 2

Determine os momentos fletores atuantes nas lajes L1 e L2 abaixo representadas,


sabendo que a carga total atuante, com exceção da parede, é q = 6,0 kN/m². A parede
existente na laje L2 é de 15 cm de espessura, sendo 14 cm de tijolos furados e 0,5 cm de
reboco em cada face.

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15.3. Exemplo 3

Seja o esquema da forma de um pavimento qualquer mostrado abaixo, sem escala.


Considerar os seguintes dados:
a) Revestimento inferior: argamassa de cal, cimento e areia de 2,5 cm de espessura;
b) Revestimento superior: argamassa de cal, cimento e areia de 3,5 cm de espessura;
c) Piso em granito com 2,0 cm de espessura (γgranito = 28 kN/m³);
d) Sobrecarga acidental nas lajes: 1,5 kN/m²;
e) Paredes com tijolos cerâmicos furados de 9 cm e reboco de 3,0 cm em cada face;
f) Concreto C25;
g) Aço CA-50;
h) Cobrimento da armadura: 2,5 cm.

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Para cada uma das lajes, determinar o tipo que deve ser utilizado no processo de
Marcus, os vãos teóricos lx e ly, a carga total atuante (q) e os momentos fletores positivos e
negativos originais.

Laje L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8
Tipo
q (kN/m²)
lx (m)
ly (m)
ly / l x
Mx (kNm/m)
My (kNm/m)
Xx (kNm/m)
Xy (kNm/m)

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Fazer o equilíbrio de momentos fletores negativos e a compensação dos momentos


positivos onde necessário. Preencher o esquema do pavimento com os momentos finais para
dimensionamento.

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Determinar a armadura necessária para os momentos fletores.

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Armadura Inferior

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Armadura Superior

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Determinar as reações de apoio das lajes nas vigas.

Laje L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8
Rx1 (kN/m)
Rx2 (kN/m)
Ry1 (kN/m)
Ry2 (kN/m)

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16. EXERCÍCIOS

Fonte: Gorges (s. d.)

16.1. Exercício 1

Determinar a carga total em uma laje de biblioteca (sala de leitura) com 12 cm de


espessura, considerando-se:
a) Revestimento inferior: gesso com 1 cm de espessura (γgesso = 12,5 kN/m³)
b) Revestimento superior: argamassa com 2 cm de espessura (γarg = 19 kN/m³)
c) Piso: madeira com 1,3 cm de espessura (γmad = 9 kN/m³)

R: q = 6,122 kN/m²

16.2. Exercício 2

Determinar a carga total das paredes atuantes na laje abaixo esquematizada. A altura das
paredes é de 2,50 m e são executadas com tijolos cerâmicos furados de 14 cm de espessura e
reboco de 0,5 cm em cada face.

R: ppar = 1,880 kN/m²; gpar = 1,232 kN/m²

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16.3. Exercício 3

Determinar a carga das paredes atuantes nas lajes L1 e L2 esquematizadas abaixo. A


altura das paredes é de 2,50 m e são executadas com tijolos cerâmicos furados de 9 cm de
espessura e reboco de 3 cm em cada face.

R: ppar = 2,280 kN/m²


L1 - gpar = 5,700 kN/m
L2 - gpar = 3,603 kN/m²

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16.4. Exercício 4

Seja o painel de laje esquematizado abaixo. Considerando uma carga total de 6,20
kN/m², determinar os momentos fletores pelo processo de Marcus, e as reações de apoio pelo
método das charneiras plásticas.

R: Mx = 2,179 kNm/m; Xx = 4,735 kNm/m; My = 4,577 kNm/m; Xy = 9,946 kNm/m.

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16.5. Exercício 5

Para o painel de lajes abaixo representado, determine os momentos fletores equilibrados


e compensados e calcule as armaduras necessárias. Em seguida, faça um desenho esquemático
das armaduras das lajes, contendo diâmetros, espaçamentos e comprimentos de cada trecho
das barras. Sabe-se que a soma das cargas permanentes (exceto o peso próprio) e variáveis
atuantes é de 5,0 kN/m². À essa carga deve ser adicionado o peso próprio de cada laje. O
concreto é o C25, aço CA-50 e o cobrimento da laje é 2,5 cm.

R:
My = 2,650 kNm/m

My = 2,682 kNm/m

My = 3,480 kNm/m

Xe = 10,817 kNm/m Xe = 12,992 kNm/m

Mx = 4,36 kNm/m
Mx = 5,072 kNm/m Mx = 6,322 kNm/m

Momento
4,36 10,817 5,072 12,992 6,322 2,65 2,682 3,48
(kNm/m)
As
2,25 6,96 1,97 5,84 2,48 1,30 1,20 1,31
(cm²/m)
Armadura
ø6,3 c/ 13 ø10 c/ 11 ø6,3 c/ 15 ø10 c/ 13 ø6,3 c/ 12 ø5 c/ 15 ø5 c/ 16 ø5 c/ 15
adotada

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16.6. Exercício 6

Determine os momentos fletores originais e as reações de apoio nas vigas para as lajes
L1, L2, L3 e L4 abaixo representadas. Considerar:
a) Revestimento inferior: argamassa de cal, cimento e areia com 1 cm de espessura
b) Revestimento superior: argamassa de cal, cimento e areia com 2 cm de espessura
c) Piso: granito com 2,0 cm de espessura
d) Edifício destinado a escritórios

R:

q = 5,63 kN/m²

L1: Xx = -5,517 kNm/m


Rx = 3,941 kN/m

L2: Mx = 1,013 kNm/m


Rx = 3,378 kN/m

L3: Xx = -2,271 kNm/m


Mx = 1,135 kNm/m
Rx = 6,193 kN/m

L4: Xx = -2,815 kNm/m


Mx = 1,584 kNm/m
Rx1 = 7,038 kN/m
Rx2 = 4,223 kN/m

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GORGES, Wilson. Notas de Aula.

MARINO, M. A. Concreto armado da UFPR. Notas de aula. 2006.

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