End C-130
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Julho/23
Introdução
O processo de ensaios não destrutivos é um dos principais ensaios que tem a capacidade
de verificar a integridade física de um material que não altere sua forma e permaneçam com suas
propriedades físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais. Os ensaios não destrutivos
representam um conjunto amplo de técnicas de análise utilizadas na indústria aeronáutica para
avaliar as propriedades de um material, componente ou sistema, sem causar danos, baseando-se
na aplicação de fenômenos físicos tais como ondas eletromagnéticas, acústicas, elasticidade,
emissão de partículas subatômicas, capilaridade, absorção e qualquer tipo de teste que não
implique um dano considerável à amostra examinada (Andrade, 2018).
O presente trabalho tem por objetivo geral estudar as aplicações dos ensaios não
destrutivos em aeronaves C-130 Hércules, atendendo as normas especificas para cada ensaio e de
acordo com o manual de manutenção do fabricante.
Revisão Bibliográfica
Aeronave Militar C-130 Hércules
Segundo Rodrigues (2015), o Lockheed C-130 Hércules (Figura 1) é um avião com quatro
turbo propulsores, cuja função principal é a de transporte aéreo em várias forças armadas em todo
o mundo. Ele é capaz de aterrar ou decolar em pistas pequenas ou improvisadas, foi concebido
com o intuito de transporte de tropas e carga.
Atualmente desempenha uma larga gama de papéis, incluindo transporte de paraquedistas,
reconhecimento climático, reabastecimento aéreo, combate aéreo a incêndios e evacuação
médica. Existem mais de quarenta modelos do Hércules utilizados em mais de cinquenta nações.
Com mais de cinquenta anos de serviço, a família C-130 estabeleceu um sólido recorde de
confiabilidade e durabilidade, participando em missões militares, civis e de ajuda humanitária.
A família C-130 detém o recorde de mais longo ciclo de produção de aviões militares em
toda a história. O primeiro protótipo, o YC-130 voou a 23 de agosto de 1954 decolando nas
instalações da Lockheed em Burbank, na Califórnia.
Figura 1. Lockheed C-130B Hércules (Pinterest, 2017).
Histórico C-130
Em 1951, após a primeira crise com a URSS, os Estados Unidos decidiram modernizar a frota
de transporte, constituída essencialmente pelos C-47 Skytrain e C-119 Flying Boxcar que
participaram na Segunda Guerra Mundial. Assim, a USAF inicia uma demanda por aviões de assalto
que pudessem decolar e aterrar em pistas rudimentares (PEREIRA NETO, 2004).
Em 1952 a USAF aceita o projeto YC-130A da Lockheed e encomenda duas aeronaves. A 23
de agosto de 1954 o protótipo faz o seu primeiro voo e dois anos depois, a 9 de dezembro o C-130A
entra ao serviço da USAF (RODRIGUES, 2015).
Segundo Pereira Neto (2004), a Força Aérea Brasileira recebeu seus primeiros três C-130E
em 1964. Outras cinco aeronaves se juntaram a frota até 1968. Estas aeronaves equiparam o 1º/1º
Grupo de Transporte. Em 1969, foram recebidos três SC-130 para busca e salvamento (SAR) para
equipar o 1º/6º Grupo de Aviação e, a partir de 1988, para o 1º/1º Grupo de Transporte.
Finalmente em 2001, foram compradas dez aeronaves C-130H da Itália. Estas últimas estão
passando por um amplo processo de modernização, recebendo cockpit digital e um sistema de
autodefesa com chaffs e flares. Isto permitirá o emprego operacional destas aeronaves inclusive
em zonas de combate, bem próximo à linha de frente ou com ameaça aérea inimiga.
Em sua história, a FAB operou 29 aeronaves C-130.São missões do C-130 na FAB: transporte
de carga, transporte de tropas, apoio ao programa antártico brasileiro, lançamento de
paraquedistas, reabastecimento em voo e busca e salvamento.
Materiais e Métodos
O planejamento experimental apresenta a metodologia aplicada para atender os objetivos
do trabalho, desde o tipo de aeronave, partes e ensaios executados, respeitando as características
de cada componente e materiais, para posterior análise de dados e discussão, conforme
fluxograma da Figura 4.
Figura 4. Fluxograma do planejamento experimental da aeronave C-130 Hércules.
Figura 6. Inspeção da superfície do centro da asa inferior na junção da asa direita e esquerda (USAF,
2009).
Figura 7. Inspeção ao redor dos fixadores e nos raios da moldura do para-brisa (USAF, 2009).
Figura 9. Inspeção na superfície superior do alojamento do trem de pouso de nariz (USAF, 2009).
Figura 11. Estrutura inferior do alojamento do trem de pouso de nariz (USAF, 2009).
Conclusão
Foi estudado a aplicação dos ensaios não destrutivos em aeronaves C-130 Hércules, para
asa, estrutura, trem de pouso, estabilizadores e rampa, atendendo as normas especificas para cada
ensaio e de acordo com o manual de manutenção do fabricante.
Foram estudadas e interpretadas todas as seções do manual de manutenção do fabricante,
antes de iniciar a execução dos ensaios por técnico qualificado, TO 1C -130A-36, Technical Manual
de 2009.
Foi desenvolvido o pleno domínio das técnicas de ensaios não destrutivos aplicados no
manual do fabricante da aeronave C-130 Hércules, para os ensaios de líquidos penetrantes
fluorescentes, partículas magnéticas fluorescentes, Eddy Current, ultrassom e raios-X.
Foram interpretados os resultados obtidos dos ensaios não destrutivos, onde foram
detectados defeitos na asa, frame da janela inferior e estabilizador horizontal frontal.
Portanto, fica garantida a vida útil de cada componente inspecionado pelas técnicas de
ensaios não destrutivos e com isso garantindo a confiabilidade e a aeronavegabilidade na aeronave
C-130 Hércules.
Referências
HARZALLAH, S.; CHABAAT, M., CHABANE, K. Numerical study of eddy current by Finite Element
Method for cracks detection in structures. Frattura Ed Integrità Strutturale, v. 11, n. 39, 2017.
LOCKHEED C-130A HÉRCULES. Fotografia sem autoridade conhecida. Disponível em
https://br.pinterest.com.
PEREIRA NETO, F. C. A aviação militar brasileira. Rio de Janeiro: Editora Revista Aeronáutica,
2004.
RAJ, B.; JAYAKUMAR, T.; RAO, B. P. C. Non-destructive testing and evaluation for structural
integrity. Sadhana, v. 20, n. 5, p. 5-38, 1995.
RODRIGUES, L. E. M. J. Lockheed C-130 Hércules. São Paulo: Taperá Aerodesign; GEA – Grupo
de Estudos Aeronáuticos, 2015