Beth Midrash Lição 2016 4T
Beth Midrash Lição 2016 4T
Beth Midrash Lição 2016 4T
CONTEXTUALIZAÇÂO
Editor: Roberto Rheinlander Rebello
Projeto gráfico: Henrique Felix
Contextualização: Thales de
Oliveira, Wesley Felipe de Oliveira e
Roberto Rheinlander Rebello
Revisores: Carlos Muniz, Tamar
Guimarães, Paulo Cardoso, Henrique
Felix, Roger Rheinlander e Alexandre
Vargas.
Conselheiros: Richard Elofer (PhD),
Reinaldo Siqueira (PhD), Wiliam
Cardoso, Rogel Tavares, Thiago ÍNDICE
Fiúza, Lucas Iglesias, Edson Nunes
Jr., Cristiano Silva, Wladmir Souza,
Introdução....................................................................................04
Bruno Santelli Sobre o Autor...................................................................................05
1 O fim...........................................................................................08
2 O Grande Conflito.......................................................................16
3 Iyov não tinha razões para temer a D'us................................24
4 D'us e o sofrimento humano...............................................32
5 Maldito dia!................................................................................40
6 Maldição sem causa...................................................................48
BETH BNEI TSION BRASIL
7 Castigo retributivo.....................................................................56
CONFERÊNCIA GERAL
Dr. Richard Amram Elofer, PhD
8 Sangue Inocente........................................................................64
DIVISÃO SUL AMERICANA 9 Declaração de esperaça..............................................................72
Dr. Reinaldo Siqueira, PhD
10 A ira de Elihu...............................................................................80
BELO HORIZONTE, MG
Rua Aveiro 367 - S. Francisco
11 Do meio da Tempestade............................................................88
Wladmir Souza 12 O redentor de Iyov......................................................................96
CAMPINAS, SP 13 O caráter de Iyov......................................................................104
Rua Espanha, 260 - Bonfim
Lucas Iglesias
14 Algumas Lições de Sefer Iyov..................................................110
Glossário...............................................................................................118
CURITIBA, PR
Av. Munhoz da Rocha, 168 - Juvevê Horários................................................................................................126
Bruno Santelli
Calendário...........................................................................................130
FLORIANÓPOLIS, SC Bençãos Diversas..................................................................................132
Rua Visconde de Ouro Preto, 347 - Centro
Cristiano Silva
MANAUS, AM
Rua M/N, 5 - Morada do Sol
Wilian Cardoso NOTAS
RIO DE JANEIRO, RJ
1. Este guia de estudo é uma versão adaptada das lições da Escola Sabatina
Rua Dezenove de fevereiro, 140 - Botafogo
Thiago Fiúza ao contexto Judaico-Adventista. É usada pelos membros das Beth Bnei Tsion
[Congregações Judaico-Adventistas] como auxiliar e apoio ao estudo se-
SÃO PAULO, SP manal. Visa tornar a linguagem mais acessível a esse contexto. O conteúdo
Rua Armando Penteado, 291 - Higienópolis original é preservado usando apenas adaptações contextuais.
Rogel Tavares 2. As versões bíblicas adotadas nessa contextualização são "Bíblia Judai-
ca Completa" traduzida por David H. Stern, "Bíblia Hebraica" traduzida por
David Gorodovits e Jairo Fridlin e Orthodox Jewish Bible.
3. As referências para estudo semanal (Parashá, Haftará, leitura anual da
Bíblia, Leitura Reavivados por Sua Palavra [RPSP]) e costumes e festas en-
contram-se junto aos estudos diários.
4. Demais informações, horário do pôr-do-sol, acendimento de velas, da-
tas festivas e Glossário encontram-se em Anexos ao final deste guia.
Introdução
A pergunta
permanente
A Apesar da "propaganda" contrária, temos razões lógicas e racionais para acreditar
em D'us. Embora algumas mentes brilhantes declarem que os conceitos evolutivos
de "seleção natural" e "mutação aleatória" explicam a complexidade, o milagre e a
beleza da vida, muitos não acreditam nisso. E, a despeito das declarações "científicas"
de que o Universo surgiu do "nada", a maioria das pessoas considera a ideia de um D'us
que sempre existiu a explicação mais satisfatória para a criação.
No entanto, mesmo que a lógica e a razão estejam firmemente do nosso lado, ainda
há o constante problema do mal e, portanto, a pergunta permanente: Se o Eterno existe
e é tão bom, amoroso e poderoso, por que há tanto sofrimento?
Por isso estudaremos o livro de Jó (Sefer Iyov) neste trimestre. É interessante que
esse livro, que trata dessa pergunta permanente, tenha sido o primeiro livro da Bíblia a
ser escrito. O Eterno nos deu, logo no início, algumas respostas (não todas) para a mais
difícil de todas as questões. Nenhum livro da Bíblia pode responder a todas as questões,
nem mesmo a Bíblia como um todo.
No entanto, Iyov retira um véu e revela a realidade espiritual, além dos nossos sen-
tidos e dos limites da ciência, algo que está muito longe de nós e, ao mesmo tempo, está
muito perto da nossa vida. Iyov mostra que o natural e o sobrenatural estão ligados de
maneira inseparável. Iyov é uma representação dramática de um princípio apresentado
na advertência do Rabbi Shaul em Efésios [Ef] 6:12.
Embora o livro seja sobre um homem, ele é a história de todos nós, pois todos sofre-
mos de um modo que muitas vezes não faz sentido. A história dos quatro homens que
foram a Iyov também reflete a nossa situação, pois quem entre nós já não tentou lidar
com o sofrimento de outras pessoas?
Porém, se limitarmos o livro de Iyov às tentativas humanas de compreender seu so-
frimento, deixaremos de entender um ponto fundamental. A história se dá no contexto
do grande conflito entre o Mashiach e o Satan, e esse conflito é retratado nos termos
mais literais, porque o conflito é a batalha mais literal. Ele começou nos Céus e está
sendo disputado nos corações, mentes e corpos de todos os seres humanos.
O livro de Iyov mostra a razão para viver num mundo de maldade e como devemos
lidar com as perguntas inquietantes. Para nossas perguntas sem resposta, no Mashiach
Yeshua temos as respostas permanentes e "pelo derramar de seu sangue, somos liber-
tados" (Efésios [Ef] 1:7). Através dele obtemos todas as respostas.
Clifford R. Goldstein
O fim
VERSO PARA MEMORIZAR
"Disse-lhe Yeshua: 'Eu Sou a ressurreição e a vida! Quem deposita a confiança em
mim viverá, ainda que morra;'" (Yochanan [Jo] 11:25)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 42:10-17; Bereshit [Gn] 4:8; Mattityahu [Mt] 14:10; 1Coríntios [1Co] 4:5; Daniel [Dn]
2:44; Iyov [Jó] 14:14, 15
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelo Dr. Reinaldo Siqueira, líder da comunidade judaico-adven-
tista da Divisão Sul Americana.
6 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
25 de setembro [ יום ראשוןYom Rishon 22 Elul] Domingo
M uitas vezes as histórias infantis terminam com a frase: "E viveram felizes para
sempre". Em alguns idiomas isso é um clichê. A ideia é que, sejam quais forem os
acontecimentos dramáticos (uma princesa sequestrada, um lobo mau ou um rei perver-
so), o herói e sua nova esposa saem vitoriosos no final.
É assim que termina o livro de Iyov, pelo menos numa primeira impressão. Depois
de todas as provações e calamidades que sobrevieram a Iyov, seu livro termina, na me-
lhor das hipóteses, em um tom relativamente positivo.
Se você perguntasse sobre um livro da Bíblia em que tudo acaba bem para o per-
sonagem principal (um livro com um "final feliz"), muitas pessoas mencionariam
o livro de Iyov.
Afinal de contas, veja tudo o que Iyov possuía no fim da história. Familiares e amigos
que não estiveram ao seu lado durante as provações (com exceção de Eliphaz, Bildad,
Tzofar, Elihu e a esposa de Iyov), foram confortá-lo. Eles também foram generosos, pre-
senteando-o com dinheiro e anéis de ouro. Quando a história chegou ao fim, Iyov tinha
o dobro do que teve no início, pelo menos em termos de riqueza e prosperidade material
(compare Iyov [Jó] 42:12 com Iyov [Jó] 1:3). Ele teve mais dez filhos (sete homens e três
mulheres) para substituir os sete filhos e três filhas que haviam morrido (veja Iyov [Jó]
1:2, 18, 19). Além disso, em toda a terra "não se encontraram mulheres mais formosas
que as filhas de Iyov" (Iyov [Jó] 42:15), o que não é dito das primeiras filhas. Aquele ho-
mem que tinha tanta certeza de sua morte viveu mais 140 anos! "Então, morreu Iyov,
velho e farto de dias" (Iyov [Jó] 42:16 (17)). Em hebraico, a expressão Shevá Yamim - ְׂשבַע
" יָמִ יםfarto de dias" (às vezes curiosamente traduzida como "farto de anos") é usada
para descrever os últimos dias de Avraham (Bereshit [Gn] 25:8), Yitzchak (Bereshit [Gn]
35:29) e David (Divrei-HaYamim Alef [1Cr] 29:28). Essa expressão transmite a ideia de
que alguém está bem e feliz diante de um acontecimento certamente infeliz: a morte.
Gostamos de histórias com final feliz, não é mesmo? Você conhece histórias com final feliz? Que
lições podemos aprender com elas?
ESTUDO DIÁRIO
Final infeliz
A história de Iyov (aquele que morreu "velho e farto de dias") termina com "o
vento soprando a seu favor". Como sabemos, e sabemos muito bem, não é assim
que a história termina para muitas outras pessoas. Mesmo aquelas que foram fiéis,
virtuosas e dignas de honra, nem sempre acabaram em uma situação como a de Iyov.
A Bíblia está repleta de histórias que não tiveram um final feliz. A própria vida
é repleta de histórias sem final feliz. Muitas pessoas não saem das provações de
maneira tão vitoriosa quanto Iyov, sejam elas martirizadas por uma boa causa, mor-
tas por uma doença terrível ou submetidas à miséria e ao sofrimento. Na verdade,
falando honestamente: quantas vezes as coisas dão certo assim como deram para
Iyov? Perceba que nem precisamos da Bíblia para saber desse fato terrível. Quem não
conhece histórias com final infeliz?
Que histórias com final infeliz você conhece? O que você aprendeu com elas?
ESTUDO DIÁRIO
Restauração parcial
A história de Iyov termina num tom positivo, em comparação com a história de ou-
tros personagens bíblicos e, muitas vezes, de outras pessoas em geral. Estudiosos
da Bíblia por vezes discutem a respeito da "restauração" de Iyov. De fato, até certo ponto
muitas coisas lhe foram restauradas.
Mas se esse fosse o completo fim da história, pergunto com toda a sinceridade:
A história realmente estaria completa? Certamente, as coisas melhoraram para Iyov,
e melhoram muito! Mas apesar disso, Iyov um dia acabou morrendo. Todos os seus
filhos e filhas também morreram, todos os seus netos e netas, e assim por diante.
Com certeza, todos eles, de alguma forma, também enfrentaram muitos dos mes-
mos traumas e provações que enfrentamos, aflições que simplesmente retratam a
realidade da vida neste mundo caído.
Pelo que sabemos, Iyov nunca conheceu as razões por trás das calamidades que lhe
sobrevieram. Ele teve mais filhos, mas, e quanto à sua tristeza e luto por aqueles que ha-
via perdido? O que dizer das cicatrizes que ele certamente carregou pelo resto da vida? A
história de Iyov teve um final feliz, porém não foi completamente feliz. Restaram muitas
partes incompletas, muitas perguntas sem respostas.
A Bíblia afirma que o Eterno "mudou a fortuna de Iyov" (Iyov [Jó] 42:10) e, de fato, a
mudou, principalmente quando a comparamos com tudo o que havia acontecido antes.
Mas ainda restavam muitas coisas incompletas, sem resposta, não realizadas.
Isso não deveria nos surpreender, não é mesmo? Afinal de contas, não importa qual
seja o "final" da nossa história neste mundo, bom ou ruim, feliz ou infeliz, algumas coi-
sas ainda continuam incompletas, sem resposta e não realizadas.
Por isso, de certa forma o final da história de Iyov pode ser entendido como um sím-
bolo, embora fraco, do verdadeiro final de todo sofrimento e infortúnio humanos. Ele é
um prenúncio da grande esperança e da promessa que temos, mediante as boas novas de
Yeshua HaMashiach, de uma restauração plena e completa, de modo que a restauração de
Iyov pareça insignificante.
3. De acordo com 1Coríntios [1Cor] 4:5, nesta vida algumas coisas permanecerão
sem resposta, incompletas e não realizadas. Esse texto nos aponta uma esperança.
Que esperança é essa?
ESTUDO DIÁRIO
O último reino
A Bíblia é, entre outras coisas, um livro de história. Porém, ela não é simples-
mente um livro histórico, pois fala de acontecimentos do passado e de eventos
históricos para nos transmitir lições espirituais. A Bíblia utiliza fatos do passado
para nos ensinar verdades de como devemos viver hoje (veja 1Coríntios [1Co] 10:11).
No entanto, a Bíblia não fala apenas do passado. Em teologia, utilizamos o ter-
mo escatologia para nos referir aos eventos dos últimos dias (aharit ha-yamim -
)אחרית הימים. Esse termo é derivado de uma palavra cujo significado é "último". Às
vezes, ele é utilizado para abranger crenças sobre a morte, julgamento, Olam Habá
e Gehinom. Ele também se refere à promessa que temos de uma nova existência, em
um mundo vindouro novo.
A Bíblia fala muitas coisas a respeito do fim dos tempos. O livro de Iyov termina
com sua morte. Se esse fosse o único livro que tivéssemos, poderíamos crer que a
história de Iyov tivesse terminado como terminam todas as outras: com a morte. Não
haveria nenhuma esperança.
A Bíblia, porém, nos ensina algo mais. Ela mostra que, no fim dos tempos, o reino
eterno de D'us será estabelecido. Ele existirá para sempre e será o lar eterno dos re-
midos. Diferentemente dos reinos terrestres que surgiram e caíram, esse será eterno.
4. Leia Daniel 2:44 e 7:18. Esses versículos apontam para uma esperança. Que
esperança é essa?
"O grande plano da redenção tem como resultado trazer de novo o mundo ao fa-
vor do Eterno, de maneira completa. Tudo o que se perdeu pelo pecado é restaurado.
Não somente o homem é redimido, mas também a Terra, a fim de ser a eterna habi-
tação dos obedientes. Durante seis mil anos o Satan tem lutado para manter a posse
da Terra. Agora se cumpre o propósito original do Eterno ao cria-la. 'Mas a realeza
será entregue, como herança, aos sagrados servos do Altíssimo. Ela será mantida por
todo o sempre!'"1 . O livro de Iyov realmente termina com a sua morte. A boa notícia
para nós, e para Iyov, é que o fim de seu livro não é o fim de sua história. E nossa
morte igualmente não será o fim da nossa história.
ESTUDO DIÁRIO
A ressurreição e a vida
5. Leia Iyov [Jó] 14:14, 15. Qual é a pergunta de Iyov? Como ele, à sua própria
maneira, a responde?
Um dos temas abordados no livro de Iyov é a morte. Como poderia ser diferente?
Qualquer livro que considere o sofrimento humano precisa analisar a morte, a ori-
gem de grande parte do nosso sofrimento. Iyov perguntou se os mortos tornariam a
viver, e então disse que esperaria "até que chegasse o dia de [seu] alívio." (Iyov [Jó]
14:14). A palavra hebraica para "esperar" (ayahal - )יחלtambém implica a ideia de ter
esperança. Não é simplesmente aguardar alguma coisa, é ter esperança nela.
A esperança de Iyov era de "ser mudado". Essa palavra vem de outro termo hebrai-
co que pode dar a ideia de "renovação" ou "reposição". Geralmente, ela diz respeito à
mudança de uma peça de roupa. Embora a palavra seja ampla, dado o contexto em que
se questiona qual "renovação" vem depois da morte, uma "renovação" esperada por
Iyov, o que mais essa "mudança" poderia ser, senão da morte para a vida, o momento
em que o Eterno desejaria "reencontrar a criação de Suas mãos." (Iyov [Jó], 14:15)?
Certamente, nossa grande esperança – a grande promessa de que a morte não
será o fim – vem da vida, ministério e morte do Mashiach Yeshua. "Os Escritos da
B'rit Hadashá ensinam que o Mashiach derrotou a morte, a inimiga mais cruel da hu-
manidade, e que D'us ressuscitará os mortos para o juízo final (Yom HaDin). Mas essa
doutrina torna-se central à fé bíblica [...] após a ressurreição do Mashiach, pois ela é
validada e confirmada no triunfo do Mashiach sobre a morte"2
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
I yov é apenas um livro da Bíblia, e não seria correto construir toda uma teologia
com base em apenas um livro. Temos que nos apoiar nas Escrituras. Elas aumen-
tam nosso conhecimento em relação às muitas perguntas difíceis feitas no livro de
Iyov. Os Escritos da Brit Chadashá trazem luz, de maneira especial, a muitas coisas que
não poderiam ter sido plenamente compreendidas nos dias dos Patriarcas e Profetas.
Talvez o maior exemplo disso tenha sido o significado do ritual do santuário. Embora
um israelita fiel pudesse compreender a morte dos animais e todo o serviço sacrifical,
foi apenas mediante a revelação do Mashiach, Sua morte e ressurreição que esse rito
foi mais plenamente elucidado. O livro de Hebreus ajuda a esclarecer grande parte
do verdadeiro significado do ritual do santuário. Embora tenhamos hoje o privilégio
de conhecer "a verdade presente" (2Kefa [2Pe] 1:12) e recebido mais luz do que Iyov
teve sobre muitas questões, ainda precisamos aprender a conviver com perguntas sem
respostas. A revelação da verdade é progressiva e, apesar da grande luz a nós conce-
dida neste tempo, ainda há muito o que aprender. A escritora Ellen G. White nos diz:
"A multidão de resgatados percorrerá um mundo após o outro, e grande parte de seu
tempo será empregada em perscrutar os mistérios da redenção. E por toda a extensão
da eternidade, este assunto estará constantemente se desdobrando à sua mente"3.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 1
1
Daniel [Dn] 7:18; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 342 (contextualizado)
2
John E. Hartley, The Book of Job, NICOT, Accordance eletronic ed. (Grand Rapids: Eerd-
mans, 1988), p. 237 (contextualizado)
3
Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 9 de março, 1886 (contextualizado)
Observâncias de Elul
Elul é tradicionalmente uma época de introspecção e inventário – um tempo para
rever as próprias ações e o progresso espiritual no ano que passou, e de preparar-se
para os "Dias de Reverência" de Rosh Hashaná e Yom Kipur.
O grande conflito
VERSO PARA MEMORIZAR
"E o Eterno disse ao Satan: Que o Eterno te repreenda, ó Satan! Sim, que Aquele que
escolheu Jerusalém te repreenda! Não (percebes) que este homem é como uma brasa
retirada do fogo?" (Zekharyah [Zc] 3:2)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 1:1-12; Zekharyah [Zc] 3:2; Mattityahu [Mt] 4:1; Yechezkel [Ez] 28:12-16; Romanos
[Rm] 3:26; Hebreus [Hb] 2:14
"D ispersas através das páginas da Bíblia Hebraica e dos Escritos Apostólicos
(B'rit Hadashá), encontram-se muitas referências e alusões a uma incessan-
te guerra entre D'us e o Satan, entre o bem e o mal, tanto em nível pessoal quanto
cósmico. Comparando essas passagens, embutimos as percepções individuais delas
para formar um mosaico da verdade, através do qual somos capazes de compreender
a mensagem total da Escritura com maior clareza do que se não o fizéssemos"1.
O tema do grande conflito forma uma grande estrutura que pode nos ajudar a
compreender melhor "a mensagem total" da Bíblia, principalmente o plano da sal-
vação (libertação). Embora esse tema seja bem mais visível na B'rit Hadashá, também
o encontramos no Tanakh. Talvez em nenhuma outra parte da Bíblia Hebraica seja
apresentada uma visão mais clara do Satan e desse conflito e também de como eles
podem afetar poderosamente nossa vida, do que no livro de Iyov.
Nesta semana contemplaremos a realidade maior por trás dessa realidade ime-
diata, que é o foco principal do livro de Iyov. Embora nossa história seja diferente da
história desse personagem, temos uma coisa em comum: assim como ele, estamos
envolvidos nesse conflito.
LEITURAS DA SEMANA
O livro de Iyov começa com um tom positivo. Pelo menos da perspectiva terrestre,
vemos um homem abençoado em todos os aspectos.
1. Leia Iyov [Jó] 1:14. Como era o estilo de vida de Iyov? Quais eram os aspectos po-
sitivos da vida desse patriarca?
Iyov tinha tudo o que alguém pudesse desejar, inclusive um caráter justo. A palavra
tam - ּ ָתםtraduzida como "íntegro" em Iyov [Jó] 1:1 vem de um termo que pode significar
"completo" ou "cheio de integridade". Já a palavra Yashar - י ׁ ָָשר- "reto", significa "di-
reito", o que pode dar a ideia de andar em um caminho direito. Em suma, o livro come-
ça com um cenário edênico, retratando um homem de fé e integridade, abastado e que
tinha tudo que alguém podia desejar. Entretanto, ele levava uma vida quase perfeita em
um mundo após a queda.
2. Ele vivia em um mundo após a queda e afetado pelo mal. Qual é a característica
do mundo, de acordo com Iyov [Jó] 1:5, 6?
"Nas festividades de seus filhos e filhas, Iyov temia que eles desagradassem a D'us.
Como fiel sacerdote do lar, ele oferecia sacrifícios por eles individualmente. Conhecia o
ofensivo caráter do pecado; o pensamento de que seus filhos pudessem se esquecer das
reivindicações divinas o levava a D'us como intercessor em favor deles"2 . Evidentemen-
te, Iyov desfrutava de boas circunstâncias; seria quase impossível ter uma vida melhor
do que a dele. O cenário apresentado é realmente edênico: um homem com uma vida
plena, com uma grande família, um nome importante e muitas posses. No entanto, Iyov
ainda vivia em um planeta após a queda, mergulhado no pecado e, portanto, como ele
logo percebeu, com todos os perigos que vida aqui pode nos trazer.
Que coisas boas fazem parte da sua vida neste momento? Como você pode aprender a ter sempre
uma atitude de gratidão por elas?
ESTUDO DIÁRIO
3. Leia Iyov [Jó] 1:6-12. Em contraste com a boa circunstância de Iyov descrita
nos primeiros versos do livro, o que acontece para mudar a situação?
Há muito o que analisar nesses poucos versos. Eles revelam um conflito cósmi-
co. Não vemos nessa passagem uma conversa calma, pacífica e tranquila. Huma-
namente falando, o Eterno falou de Iyov com um "sentimento de orgulho", como
um pai que tem orgulho de seu filho. O Satan, em contrapartida, zombou do que
o Eterno disse a respeito de Iyov. "Temerá Jó ao Eterno, sem motivo?", respondeu
Satan" (Iyov [Jó] 1:9). Quase podemos ouvir um sarcasmo, um tom de zombaria no
que o Satan disse ao Eterno.
Embora o texto não afirme explicitamente que esse confronto tenha ocorrido
no Céu, certamente foi ali que aconteceu. Portanto, diante do Eterno e de outros
"Bnei haElohim" no Céu, estava aquele ser criado, um anjo caído que O desafiava
face a face. É difícil imaginar alguém falando com um líder terrestre daquela ma-
neira, mas nesse trecho vemos um ser falando assim com o próprio D'us Eterno!
Como isso pôde acontecer?
A resposta se encontra num tema que surge de variadas formas em toda a Bíblia:
o grande conflito. Ele nos oferece um modelo poderoso que nos ajuda a compreender
toda a Bíblia, bem como sua explicação da triste história do pecado e sofrimento na
Terra. Também nos ajuda a compreender mais o que o Mashiach Yeshua realizou por
nós na através de sua morte para resolver o problema do pecado e do sofrimento.
ROSH HASHANA
Horário para o acendimento das velas de Iom Tov (págs. 126-129)
ESTUDO DIÁRIO
O conflito na Terra
O livro de Iyov afasta a cortina diante de nós e revela uma dimensão da vida que nossos
olhos, ouvidos e filosofias terrestres jamais poderiam nos revelar. Se há alguma coisa
que esses versos deveriam nos revelar é como nossos olhos, ouvidos e filosofias terrestres
são limitados no que diz respeito à compreensão da história como um todo. Esses poucos
versos também revelam um conflito entre o D'us Eterno e o Satan. Embora o conflito apre-
sentado no livro de Iyov inicialmente tenha começado no Céu, logo passou para a Terra.
Por toda a Bíblia encontramos textos que apontam para esse conflito em curso, essa guer-
ra que também nos envolve.
4. Leia os textos a seguir. Como eles revelam a realidade do conflito travado aqui na
Terra contra as forças sobrenaturais do mal?
Esses textos são apenas uma pequena amostra das muitas passagens que, de
maneira explícita ou implícita, apontam para um satan literal, um ser sobrenatural
com intenções malignas. Embora muitas pessoas enxerguem o Satan como um mito
primitivo, não devemos cair nesse engano, pois nas passagens citadas acima temos
um testemunho bíblico muito claro a respeito de sua existência.
De que maneira você enxerga a realidade da obra do Satan em nosso mundo? Qual é a
nossa única proteção?
ROSH HASHANA
ESTUDO DIÁRIO
A s cenas iniciais do livro de Iyov revelam alguns pontos cruciais. Em primeiro lu-
gar, como foi afirmado anteriormente, elas revelam a realidade de outra dimen-
são além do que podemos compreender, uma dimensão celestial com seres celestiais
além de D'us. Em segundo lugar, essas cenas mostram quanto nossa vida na Terra está
ligada à esfera celestial. Os acontecimentos da Terra não estão desconectados dos seres
celestiais que atuam neste planeta. Em terceiro lugar, essas cenas revelam um conflito
moral nos Céus que está relacionado ao que ocorre neste mundo.
Em suma, os versos iniciais do livro de Iyov e os que se seguem são um retrato em
miniatura do grande conflito. Embora esse conflito tenha uma escala cósmica, ele se ma-
nifestou na vida de um homem chamado Iyov. Como veremos, as questões envolvidas
nessa guerra estão relacionadas a todos nós.
5. O livro de Iyov mostra o Satan em confronto com o Eterno. O que ele não mostra é como
esse confronto começou. Os versos a seguir nos ajudam a compreender melhor o conflito.
(a) Yeshayahu [Is] 14:12-14 - O desejo do coração do Satan (Samael), chamado de benshahar
- ֶבּן ׁשָ חַר- filho da alva. (b) Yechezkel [Ez] 28:12-16 - A profecia contra o rei de Tzor, que se
aplica à queda do Keruv da guarda. (c) 1Timóteo [1Tm] 3:6 - O orgulho de Satan.
A escritora Ellen G. White se referiu à "lei do amor" como sendo o fundamento do go-
verno do Eterno. Ela observou que, visto que D'us não deseja uma "obediência forçada",
Ele "concedeu o livre-arbítrio" a todas as Suas criaturas morais. Entretanto, "houve um
ser que perverteu a liberdade que o Eterno concedeu às Suas criaturas. O pecado teve ori-
gem com aquele que, abaixo do Mashiach, foi o mais honrado por D'us, e o mais elevado
em poder e glória entre os habitantes dos Céus"3 . Ela ainda cita os textos de Yeshayahu e
Yechezkel a fim de descrever a queda de haSatan.
O conceito crucial aqui é a "lei do amor" e a realidade do livre-arbítrio. A Bíblia nos
diz que o Satan se exaltou e se tornou orgulhoso por causa de sua própria beleza e esplen-
dor. Não sabemos por que isso aconteceu. Deve fazer parte daquilo que 2Tessalonicenses
[2Ts] 2:7 chama de "mistério da iniquidade (Sod HaMufkarut)", uma conexão que faz todo
sentido quando compreendemos quanto a Torá de D'us está intimamente ligada ao fun-
damento de Seu governo. A questão é que, no momento em que o Satan aparece no livro de
Iyov, ele já havia caído, e o conflito proveniente da queda já estava em andamento.
Você tem se deparado com escolhas importantes atualmente? Quais promessas bíblicas po-
dem ser suplicadas para ajudá-lo a fazer as escolhas certas?
ESTUDO DIÁRIO
O livro de Iyov levanta muitas questões importantes. Porém, muitas dessas questões
não são respondidas ali. Precisamos do restante da Bíblia e, mesmo assim, ainda "en-
xergamos de modo obscuro por um espelho" (1Coríntios [1Co] 13:12). Como vimos ontem,
por exemplo, o livro de Iyov não menciona como a rebelião do Satan começou e também
não diz como o Satan será finalmente derrotado no grande conflito. Apesar de seu papel
importante em tudo o que se segue na narrativa, após aparecer somente duas vezes no
livro de Iyov (1:6-12; 2:17), o Satan sai de cena. Ele simplesmente desaparece, embora a
destruição causada por ele tenha permanecido. O restante do livro nem sequer faz menção
a ele. Em vez disso, quase tudo o que se segue no livro trata do D'us Eterno, não do Satan. E
isso faz sentido porque, afinal, o livro de Iyov é sobre o Eterno e como Ele é.
Ainda que muitas questões não sejam respondidas no livro de Iyov, a Bíblia res-
ponde à nossa pergunta a respeito da derrota de Satan no grande conflito; e a morte
de Yeshua é fundamental para essa derrota.
6. Yeshua fez algo que vai pôr um fim no grande conflito. Os textos a seguir aju-
dam a explicar o que Ele fez. Leia Yochanan [Jo] 12:31, 32; Revelação [Ap] 12:10-
12; Romanos [Rm] 3:26 e Hebreus [Hb] 2:14
Como podemos nos alegrar com o que o Eterno fez por nós no madeiro, mesmo em meio às
lutas e provações que enfrentamos no grande conflito?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
A ideia de um conflito entre o bem e o mal perdurou pelos milênios, muitas vezes
expressada através de mitos. Devido à influência da alta crítica e do racionalis-
mo moderno, muitos negam a realidade da existência de um satan literal e de seus
anjos maus. O argumento é este: "O Satan e os outros anjos eram apenas símbolos
de uma cultura primitiva para designar o mal humano e natural." A partir da nossa
perspectiva, é difícil imaginar como a Bíblia poderia fazer sentido sem a crença na
realidade de Satan e de seus anjos.
Um acadêmico, chamado Gregory Boyd, tem escrito extensivamente sobre a re-
alidade da antiga (mas não eterna) batalha entre o Eterno e o Satan. Na introdução
de seu livro God at War, depois de comentar algumas passagens de Daniel 10, Boyd
escreveu: "A Bíblia, do início ao fim, pressupõe que existem seres espirituais 'entre'
D'us e a humanidade, cujo comportamento afeta de maneira significativa a existên-
cia humana, para o bem ou para mal. De fato, apenas essa concepção, eu argumento
neste livro, está no centro da visão bíblica de mundo."4 E como ele está correto!
ESTUDO DIÁRIO
SHABAT SHUVÁ
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 2
1
Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 1070 (contextualizado)
2
Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 3, p. 1291. (contextualizado)
3
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 35. (contextualizado)
4
Gregory A. Boyd, God at War; Downer's Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1997 (contextualizado)
5
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 498, 49 (contextualizado)
Domingo
Não há toque shofar - O shofar não é tocado no dia anterior a Rosh Hashaná para sepa-
rar entre os toques de shofar do mês de Elul, e os toques de Rosh Hashaná.
Anulação de Votos - Após os serviços matinais, Hatarat Nedarim, a anulação de
votos, é realizada.
Véspera de Rosh Hashaná - Hoje é o último dia do ano judaico, um dia de preparação
para Rosh Hashaná.
Segunda
"Bom Ano Novo" Na primeira noite de Rosh Hashaná, desejamos uns aos outros "Lesha-
na Tovah Tekatev Vitechatem" – "Que você seja inscrito e selado para um ano bom."
Maçã e mel - Na refeição da noite, comemos maçã mergulhada em mel e outros ali-
mentos que significam um ano doce e bem-sucedido.
Shofar - No decorrer da manhã e do serviço Mussaf, o shofar é tocado cem vezes. O shofar
serve para trombetear nossa coroação de D'us como Rei do Universo, como um chamado
ao arrependimento.
Dez Dias de Arrependimento - O período de dez dias começando em Rosh Hashaná e
terminando em Yom Kipur é conhecido como "Os Dez Dias de Arrependimento".
Terça
Como no 1º dia de Rosh Hashaná, novamente tocamos o shofar cem vezes.
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 1–2; 1Coríntios [1Co] 4:9; Bereshit [Gn] 3:1-8; Filipenses [Fp] 4:11-13; Mattityahu
[Mt] 4:1-11; Filipenses [Fp] 2:5-8
O livro de Iyov revela uma dimensão completamente nova da realidade. Ele nos
apresenta um vislumbre do grande conflito entre o Mashiach e o Satan. Ao fazer
isso, esse livro também nos oferece um modelo, uma estrutura, um panorama que
nos ajuda a compreender mais o mundo em que vivemos – e que muitas vezes nos
atordoa, confunde e até mesmo nos intimida com o que ele lança em nosso caminho.
Porém, o livro de Iyov também nos revela que esse grande conflito não é meramente
uma batalha de outras pessoas, na qual não temos parte alguma. Ah, se fosse assim!
Mas infelizmente não é: "Mas ai de vocês, terra e mar, porque o Adversário desceu
até vocês, e ele está muito irado, por saber que seu tempo é curto!" (Revelação [Ap]
12:12). O Satan desceu à Terra e ao mar, e sabemos por experiência própria que sua
ira é realmente grande. Quem já não sentiu na própria pele essa ira?
Nesta semana continuaremos estudando os dois primeiros capítulos de Iyov,
buscando obter maior compreensão de como nos encaixamos nesse contexto, à me-
dida que o grande conflito se torna cada vez mais intenso na Terra.
LEITURAS DA SEMANA
"Não o envolveste com uma cerca protetora, sua casa e tudo que lhe pertence?
Abençoaste o trabalho de suas mãos e (por isto) cresceram seus bens sobre a terra."
(Iyov [Jó] 1:10). O livro de Iyov começa fazendo referência não apenas à justiça de Iyov
e ao seu bom caráter, mas também às suas bênçãos materiais e sua família próspera.
Especificamente, essas eram as coisas que ajudavam Iyov a ser reverenciado como "o
mais poderoso de todos os homens do oriente" (Iyov [Jó] 1:3, tradução livre). E essas
também eram as coisas específicas que o Satan "jogou na face" do Eterno, ao dizer
basicamente o seguinte: "Iyov só Te serve porque Tu fazes tudo isso por ele."
O que, então, está implícito na acusação de Satan, quando ele diz que, se o Eterno
tirasse de Iyov todas essas coisas, ele certamente amaldiçoaria o Eterno na Sua face?
(Iyov [Jó] 1:11). Na verdade, esse foi um ataque contra o próprio Criador. Seja como
for, essa é a essência do grande conflito. Se D'us fosse tão maravilhoso e bondoso as-
sim, Iyov obedeceria, temeria e adoraria o Eterno somente por amor e apreço. Afinal
de contas, quem não amaria um D'us que fizesse tanto por ele? Em certo sentido, o
Satan estava dizendo que tudo o que D'us fez foi apenas subornar Iyov para que Lhe
fosse fiel. Por isso, o Satan afirmou que Iyov não servia ao Eterno por amor, mas por
motivos egoístas.
Pense em governantes e líderes políticos indecentes e detestáveis, que têm amigos
fiéis até a morte simplesmente porque esses poderosos foram bons para com eles. Se o
Eterno fosse, de fato, bondoso, amoroso e cuidadoso como O descreviam, então, mes-
mo que Iyov perdesse todas as coisas boas que possuía, ele ainda serviria ao Eterno. No
entanto, ao afirmar que Iyov não permaneceria fiel, o Satan insinuou que até mesmo
Iyov não confiava plenamente em D'us, e que ele era fiel apenas por causa das coisas
que o Eterno lhe havia concedido. Ou seja, no fim, de acordo com o Satan, Iyov conti-
nuaria sendo leal a D'us somente se isso fosse um bom negócio para ele.
Por que você serve ao Eterno? Vamos supor que seus motivos não sejam puros. Se você tivesse que
esperar até que eles se tornassem puros, o que poderia acontecer com você e com sua confiança?
ESTUDO DIÁRIO
O início de Iyov [Jó] 2:13 é quase uma repetição de Iyov [Jó] 1:6-8. A grande di-
ferença é a última parte de Iyov [Jó] 2:3, em que o próprio Eterno fala de como
Iyov permanecia fiel apesar das calamidades que lhe sobrevieram. Portanto, quando
chegamos a Iyov [Jó] 2:3, parece que as acusações de Satan se provaram falsas. Iyov
permaneceu fiel ao Eterno e não O amaldiçoou como o Satan havia dito que ele faria.
2. Leia Iyov [Jó] 2. O que acontece nesse capítulo? Qual é a importância do fato de
que tanto em Iyov [Jó] 1 como em Iyov [Jó] 2, os "Bnei Elohim" estavam ali para
testemunhar o diálogo entre o Eterno e o Satan?
A frase "or bead or - עוֹר ְּבעַ ד עוֹר- pele por pele" é uma expressão idiomática que
tem deixado perplexos os críticos e comentaristas. No entanto, a ideia é a seguinte:
"Permita que algo aconteça com o próprio Iyov, e ele revelará onde realmente está
sua lealdade. Destrua o corpo de Iyov e sua saúde, e veja o que acontecerá."
Curiosamente, o que ocorreu com Iyov também não aconteceu por si só, "do nada".
Ambas as ocasiões do conflito no Céu, reveladas no livro de Iyov, aconteceram no
contexto de um confronto entre esses seres celestiais e D'us. O Satan estava fazendo
suas acusações "publicamente"; isto é, diante de outros seres. Essa ideia se encaixa
perfeitamente no que sabemos sobre o grande conflito: ele está se desdobrando diante
de todo o Universo (veja 1Coríntios [1Co] 4:9; Daniel [Dn] 7:10; Revelação [Ap] 12:79).
"Mas o plano da redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que
a salvação do ser humano. Não foi para isso apenas que o Mashiach veio à Terra; não
foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar
a Torá como ela devia ser considerada, mas para reivindicar o caráter de D'us perante o
Universo [...] O ato do Mashiach ao morrer pela salvação do homem, não somente tor-
naria o Reino Vindouro acessível à humanidade, mas diante de todo o Universo justifi-
caria o Eterno e Seu Filho em Seu modo de lidar com a rebelião de Satan. Estabeleceria
a perpetuidade da Torá e revelaria a natureza e os resultados do pecado"1.
ESTUDO DIÁRIO
O livre-arbítrio é o fundamento do governo do D'us, que tem por base o amor. D'us
quer que O sirvamos por amor, não por obrigação. "Satan insinuou que Iyov servia ao
Eterno por motivos egoístas [...] Ele tentou negar que a verdadeira religião brota do amor
e de uma apreciação inteligente do caráter do D'us Eterno; que os verdadeiros adoradores
amam a religião por causa da própria religião e não da recompensa dela; que os que ser-
vem ao Eterno fazem isso porque tal serviço é correto e não meramente porque o Reino
Vindouro é cheio de glória"2.
4. Compare o que aconteceu em Iyov [Jó] 1 com o que aconteceu com Adam e Havah
em Bereshit [Gn] 3:1-8. Ao comparar as duas situações, por que o pecado dos nossos
primeiros pais parece tão terrível?
Adam e Havah, seres sem pecado num verdadeiro paraíso, transgrediram a lei e caíram
por causa dos ataques de Satan. Iyov, em meio ao absoluto sofrimento, tragédia e ruína,
permaneceu fiel ao Eterno apesar dos ataques de Satan. Em ambos os casos temos um
exemplo das grandes questões em jogo quanto ao livre-arbítrio.
Como a reação de Iyov demonstra quanto podem ser baratas, fáceis e falsas as nossas
desculpas para pecar?
ESTUDO DIÁRIO
A esposa de Iyov
A esposa de Iyov surge apenas em Iyov [Jó] 2:9, 10. Depois disso, ela desaparece
da narrativa. No entanto, considerando tudo o que havia acontecido, quem pode
imaginar a dor e o luto que essa mulher infeliz estava passando? O drama que ela
viveu, bem como a tragédia de seus filhos e das outras vítimas do capítulo 1 reve-
lam a universalidade do sofrimento. Todos estamos envolvidos no grande conflito e
ninguém escapa.
5. Compare Iyov [Jó] 2:3 com Iyov [Jó] 2:9. Que frase semelhante é utilizada pelo
D'us Eterno e pela mulher de Iyov?
6. Leia Iyov [Jó] 2:10. Que testemunho poderoso Iyov deu nessa passagem? (Veja
também Filipenses [Fp] 4:11-13.)
Iyov serviria ao Eterno em momentos bons e ruins. Mas é interessante que o Sa-
tan, nesse momento, desapareça da história. Podemos imaginar sua ira e frustração
com a resposta de Iyov.
Como ser fiel ao Eterno, tanto nos momentos bons quanto nos ruins?
YOM KIPPUR
Horário do término do Yom Tov (págs. 126-129)
ESTUDO DIÁRIO
E m Iyov [Jó] 1:22 está escrito: "E ante tudo isto, Jó não pecou nem atribuiu loucura a
D'us." Iyov [Jó] 2:10 diz: "e a despeito de tudo, Jó não pecou através de suas palavras."
Em ambas as situações, apesar dos ataques de Satan, Iyov permaneceu fiel ao Eterno. Am-
bos os textos destacam o fato de que Iyov não pecou com ações nem com palavras.
É evidente que os textos não afirmam que Iyov era isento de pecado. Eles nunca
diriam algo assim, pois os Escritos Sagrados ensinam que todos são pecadores. "Se
afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos dele um mentiroso, e sua Pa-
lavra não está em nós." (1Yochanan [1Jo] 1:10). Ser "íntegro e correto, temente a D'us
e distanciado de todo mal" (Iyov [Jó] 1:1) não torna uma pessoa impecável. Assim
como todas as pessoas, Iyov havia nascido em pecado e precisava de um libertador.
Entretanto, a despeito de tudo o que lhe sobreviera, ele permaneceu fiel ao Eterno.
Nesse sentido, Iyov pode ser visto como uma espécie de símbolo, um pálido exemplo
de Yeshua (veja a lição 14) que, em meio às grandes provas e tentações não desistiu,
não caiu em pecado e, portanto, refutou as acusações que o Satan tinha feito contra
D'us. Obviamente, o que o Mashiach fez foi muito maior, mais grandioso e mais impor-
tante do que o que Iyov fez. Mesmo assim, permanece esse simples paralelo.
Embora estivesse num ambiente terrível e Seu corpo enfraquecido pela privação
do alimento, Yeshua em Sua humanidade, "com uma natureza semelhante a nossa"
(Romanos [Rm] 8:3), não fez o que o Satan queria que Ele fizesse, assim como Iyov
também não havia feito. E assim como o Satan desapareceu de cena depois que Iyov
se manteve fiel, também depois que Yeshua resistiu à última tentativa de Satan con-
tra Ele, as Escrituras nos dizem que "Então o Adversário o deixou." (Mattityahu [Mt]
4:11; veja também Yaakov [Tg] 4:7).
No entanto, o que Yeshua enfrentou no deserto foi apenas o começo. Seu verda-
deiro teste seria no madeiro e, ali também, apesar de tudo o que Ele havia passado
(coisas piores do que Iyov enfrentou), Yeshua permaneceu fiel até a morte.
Leia Filipenses [fp] 2:5-8. Que esperança a "obediência" de Yeshua "até a morte" nos ofe-
rece? O que ela nos diz a respeito de como devemos viver, em resposta à Sua obediência?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
O s estudiosos do livro de Iyov que "mergulham" na língua hebraica se deparam com um fenô-
meno interessante. As palavras da esposa de Iyov (barech Elohim vemut - )ב ֵָר ְך אֱל ֹהִ ים וָמֻ ת
traduzidas como: "Maldiz ao Criador e morre!" (Iyov [Jó] 2:9). Leia também (Uverchu - ) ּוב ְֵרכ ּוIyov
ּ são
[Jó] 1:5 e (Yevarechecha - ָ ּ ) ְיב ְָרכֶךIyov [Jó] 1:11. Nesses três casos, porém, a palavra traduzida como
"amaldiçoar" vem do termo "abençoar", "bendizer". A palavra cuja raiz é brk ( )ברךé utilizada em
toda a Bíblia para "abençoar"; é a mesma raiz utilizada em Bereshit [Gn] 1:22 (Vaivarech – )וַ ְיב ֶָר ְך,
quando Eterno "abençoou" as criaturas que Ele havia criado. A mesma raiz é utilizada em Tehilim
ּ "Bendigam o nosso D'us, ó povos!" . Por que, então, o mesmo verbo que
[Sl] 66:8: (Barechu - ּ)ב ְָרכו
significa "abençoar" foi traduzido como "amaldiçoar" nos textos do livro de Iyov? Em primeiro lu-
gar, se o significado desses textos fosse "abençoar", os textos seriam absurdos e não teriam sentido
algum. Veja: em Iyov [Jó] 1:5, por que Iyov desejaria oferecer sacrifícios a D'us se seus filhos O tives-
sem "abençoado" (uverchu - ) ּוב ְֵרכ ּוem seus corações? O contexto exige um significado diferente. O
mesmo ocorre com Iyov [Jó] 1:11 e Iyov [Jó] 2:5. Por que o Satan pensaria que Iyov iria bendizer a D'us,
caso a calamidade sobreviesse a ele? Em vez disso, o contexto requer que o significado seja "amal-
diçoar". Além do mais, por que Iyov repreenderia a esposa se ela tivesse sugerido que ele "bendis-
sesse" a D'us (Iyov [Jó] 2:9, 10)? Dado o contexto, o texto somente faz sentido se o significado for
"amaldiçoar". Por que, então, o autor não utilizou uma das palavras comuns para "amaldiçoar"? Os
estudiosos acreditam que isso seja um eufemismo, pois a ideia de escrever o conceito de amaldiçoar
o Eterno era ofensiva às impressões religiosas do autor (também podemos ver que o mesmo ocorre
em Mlakhim Alef [1Rs] 21:10, 13, onde a palavra (Berachtá - ָ)ב ֵַרכְ ת ּ traduzida por "blasfêmia" vem do
hebraico Baruch - ברך, cujo significado é "abençoar"). Portanto, Moshe, utilizou a palavra "abenço-
ar" em vez da palavra apropriada para "amaldiçoar", embora seja óbvio que ele tinha em mente a
ideia de "amaldiçoar".
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 3
1
Ellen G. White,– Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 68, 69. (contextualizado)
2
Comentário Bíblico Adventista, v. 3, p. 557. (contextualizado)
Refeições Festivas - O dia anterior a Yom Kippur é um Yom Tov, dia festivo; pois em-
bora estejamos preparados para ser julgados na Corte Celestial por nossas ações do
ano que passou, temos confiança de que D'us é um Juiz misericordioso, e decretará
um ano de vida, saúde e prosperidade para nós. São feitas duas refeições festivas –
uma ao meio-dia e a outra antes do jejum, que começa ao pôr-do-sol.
Yom Kippur (Dia da Expiação), o dia mais sagrado do ano, começa na noite da véspera
ao pôr-do-sol. Sua observância mais básica é o jejum que tem início ao pôr-do-sol
e dura ate o dia seguinte à noite (um total de cerca de 26 horas) durante as quais
nos abstemos de comida e bebida em cumprimento ao comando bíblico (Vayikrá [Lv]
16:29).
Kol Nidrê - O primeiro dos cinco serviços de prece de Yom Kipur, que começa com a
solene prece Kol Nidrê, é recitado na sinagoga ao anoitecer, no início do dia sagrado.
YOM KIPPUR
Yom Kipur é o dia mais sagrado do ano. É o "Dia da Expiação". O dia é o mais solene do
ano, porém um toque de júbilo o permeia; um júbilo que se revela na espiritualidade
do dia e expressa a confiança de que D'us aceitará nosso arrependimento, perdoará
nossos pecados, e selará nosso veredicto para um ano de vida, saúde e felicidade.
LEITURAS DA SEMANA
Romanos [Rm] 1:18-20; Iyov [Jó] 12:7-10; Revelação [Ap] 4:11; Colossenses [Cl] 1:16, 17;
Mattityahu [Mt] 6:34; Iyov [Jó]10:8-12; Romanos [Rm] 3:14
D iferente de todos os outros livros da Bíblia, o livro de Iyov está completamente separado
do contexto da terra e do povo de Israel. Desde o Bereshit [Gn], com a promessa de que
o Eterno faria de Avraham "uma grande nação" (Bereshit [Gn] 12:2), até o Revelação, em que
há a descrição da "cidade santa" (Yerushalayim Shel zahav) (Revelação [Ap] 22:19), de algum
modo, seja ele direto ou indireto, o contexto de Israel e sua aliança com o Eterno ajuda a
dar forma a cada livro da Bíblia. No entanto, não existe nada disso registrado no livro de
Iyov, nem sequer uma menção ao evento precursor na história do antigo Israel, o Êxodo. A
primeira razão é que Moshe teria escrito o livro de Iyov, juntamente com o livro de Bereshit,
no deserto de Midian (veja também o Comentário Bíblico Adventista, v. 3, p. 1291). O Êxodo
ainda não havia acontecido, o que explicaria porque ele não é mencionado no livro de Iyov.
Mas talvez haja outra razão ainda mais importante. Um dos principais temas do livro
de Iyov, o sofrimento humano, é universal. Esse tema não está limitado a um povo ou
época. Judeus ou goyim, todos entendemos alguma coisa das aflições de Iyov e do sofri-
mento que envolve a existência neste mundo caído. Embora seu sofrimento tenha sido
singular, Iyov representa todos nós em nossos sofrimentos.
LEITURAS DA SEMANA
D'us na natureza
1. Leia Romanos [Rm] 1:18-20. Que evidências da natureza revelam os atributos, o
poder e a divindade do Criador?
Que texto poderoso! A realidade e a existência do Criador são suficientemente reveladas por
meio "as coisas que ele criou", isto é, por intermédio do mundo criado, de tal maneira que as
pessoas serão indesculpáveis por sua incredulidade. Rabbi Shaul diz que, tendo apenas o conhe-
cimento da criação, os seres humanos podem saber o suficiente sobre a existência e a natureza
do Eterno, de modo que possam ser condenados justamente no dia do juízo (Yom Hadim).
Sem dúvida, o mundo natural revela muito a respeito da existência do Criador. A ci-
ência moderna também tem revelado detalhes sobre as maravilhas da criação que nossos
antepassados não poderiam sequer começar a imaginar, mesmo há apenas 300 anos,
muito menos há 3.000 anos. Há também uma ironia interessante aqui: quanto mais a
ciência encontra complexidade na vida, menos provável se torna sua origem por meio do
acaso, como é sugerido pela ciência. Um smartphone, por exemplo, que aparenta ter sido
projetado e atua de maneira planejada, revela tanto por dentro quanto por fora um projeto
e funciona somente por meio de um projeto, obviamente, é um aparelho planejado. O ser
humano, que aparenta ter sido planejado e atua de acordo com um planejamento, revela
tanto por dentro quanto por fora um projeto e funciona apenas mediante um projeto. No
entanto, a ciência dominante afirma que ele é somente um produto do simples acaso.
Infelizmente muitas pessoas são levadas a crer nessas afirmações enganosas.
2. Leia Iyov [Jó] 12:7-10. Como essa passagem reflete a ideia apresentada em Ro-
manos [Rm] 1:18-20?
Nesse texto também podemos ver que a existência de D'us é vista no mundo criado. Em-
bora a natureza não revele o pleno caráter do Eterno, especialmente em seu estado decaído,
ela certamente revela o Seu poder criador e igualmente aspectos de Sua bondade.
Quais coisas na natureza lhe revelam de maneira especial o poder e a bondade de D'us?
Você se sente fortalecido e animado com a mensagem que a natureza lhe traz?
ESTUDO DIÁRIO
Esses textos mostram a explicação mais lógica para a Criação: um D'us que sem-
pre existiu. Alguns pensadores, completamente hostis à ideia da existência de um
Criador, apresentam uma sugestão alternativa. Em lugar de um D'us onipotente e
eterno como Criador do Universo, eles dizem que tudo foi criado pelo "nada". Até
mesmo um cientista famoso como Stephen Hawking, que atualmente ocupa a posição
que um dia pertenceu a Isaac Newton, defende que o "nada" criou o Universo.
"Visto que existe uma lei como a da gravidade, o Universo pode e vai se criar do
nada"1.
Embora Hawking certamente tenha muitos cálculos matemáticos complicados
e profundos para descrever sua ideia, fica a pergunta: aqui estamos nós, a uns 400
anos desde o início da revolução científica, e um dos melhores cientistas do mundo
argumenta que o Universo e tudo o que nele há vieram "do nada"? Erro é erro, mes-
mo quando proferido por um grande cientista.
Nesse contexto, leia 1Coríntios [1Co] 3:19. Por que é importante que mantenhamos sempre
diante de nós essa relevante verdade?
SUCOT I
ESTUDO DIÁRIO
A pesar da propaganda enganosa dos que não acreditam no Criador, os que acredi-
tam Nele possuem muitas boas razões para crer. No entanto, para justificar sua
descrença, muitas pessoas, durante os séculos, têm usado o constante problema do
sofrimento humano e da existência do mal. Se D'us é completamente bom, amoroso
e onipotente, como o mal ainda pode existir? Isso foi e continua sendo uma pedra
no caminho de muitas pessoas. Além disso, se formos honestos, qual crente ou qual
pessoa que tenha provado e experimentado a realidade do Eterno e de Seu amor já
não lutou com essa pergunta?
Dos dois primeiros livros bíblicos a serem escritos, um deles, Iyov, trata do pro-
blema do sofrimento. Isto é, o Eterno sabia que essa seria uma grande questão para o
ser humano e, por isso, desde o princípio, na Palavra, Ele fez com que Moshe escre-
vesse a história de Iyov. D'us nos fez saber, logo no início, que não estamos abando-
nados em nossa dor e sofrimento, mas Ele está aqui conosco e sabe de tudo. Assim,
podemos ter a esperança de que Ele, por fim, consertará as coisas.
Por mais compreensível que seja usar a realidade do mal como argumento contra
a existência de D'us, à luz das Escrituras, isso não faz sentido. Embora a Bíblia en-
sine a realidade de um D'us onisciente, onipotente e totalmente amoroso, ela tam-
bém ensina a realidade do mal, do sofrimento humano e da dor. O mal não é uma
desculpa para não se crer no Criador. Na verdade, uma leitura superficial do livro de
Iyov revela que, mesmo em meio ao seu completo desalento, Iyov nunca questionou
a existência de D'us. A pergunta válida, em vez disso, é: Por que aquelas coisas esta-
vam acontecendo com ele?
É natural ter questões sobre o mal que vemos. Como podemos aprender a confiar na bon-
dade do Eterno a despeito desse mal?
SUCOT II
ESTUDO DIÁRIO
O dilema
5. Qual era a questão com a qual Iyov lutava? Que pergunta ele não fez? Iyov [Jó]
6:4-8; Iyov [Jó] 9:1-12
6. Leia Iyov [Jó] 10:8-12. Como esse texto nos ajuda a compreender as terríveis
perguntas com as quais Iyov lutava?
Sim, a interrogação com a qual Iyov lutava é a mesma com que muitos crentes
lutaram e ainda lutam: Se D'us existe, um D'us de bondade e amor, por que o ser
humano sofre? Por que até mesmo as "boas" pessoas como Iyov enfrentam calami-
dades e provações que, muitas vezes, parecem não servir para nada? Volto a dizer:
Se não houvesse o Criador no Universo, a resposta seria que esse é simplesmente o
significado de se viver em um mundo puramente materialista, no qual o ser humano
é meramente um subproduto acidental de átomos e moléculas.
Iyov sabia que isso não era verdade. Nós também sabemos; por isso, enfrentamos
o mesmo dilema.
SUCOT III
ESTUDO DIÁRIO
Teodiceia
7. Leia Romanos [Rm] 3:14. Embora o contexto imediato dessa passagem seja a
infidelidade de algumas pessoas à aliança com o Eterno, qual é a questão mais
importante ali? O que o Rabbi Shaul disse a respeito do Eterno?
Citando Tehilim [Sl] 51:4, Shaul falou a respeito de como o próprio D'us será "jus-
tificado nas Suas palavras e prevalece no veredícto quando for julgado'" (Romanos
[Rm] 3:4 citando Tehilim [Sl] 51:6(4)). A ideia apresentada aqui aparece em várias
passagens das Escrituras. Ela é chamada de teodiceia, que significa compreender a
bondade do Eterno em face do mal. É a velha questão que temos estudado duran-
te toda a semana. Na verdade, o próprio tema do grande conflito é uma teodiceia.
Diante dos seres humanos, dos anjos e de todo o Universo, a bondade do Eterno será
revelada a despeito do mal que se manifesta no mundo.
"Todas as questões sobre a verdade e o erro no prolongado conflito foram agora
esclarecidas. Os resultados da rebelião, os frutos de se colocar de parte os estatutos di-
vinos, foram revelados à vista de todos os seres criados. Os resultados das ações de Sa-
tan em contraste com as do Eterno foram apresentados a todo o Universo. As próprias
ações de Satan o condenaram. A sabedoria de D'us, Sua justiça e bondade, acham-se
plenamente reivindicadas. Vê-se que toda a Sua ação no grande conflito foi orientada
para o bem eterno de Seu povo, e o bem de todos os mundos que criou" 2.
Por mais difícil que seja entender o sofrimento agora, porque estamos imersos
neste mundo de pecado e sofrimento (e se é difícil para nós, imagine o que Iyov deve
ter pensado!), quando tudo isso tiver terminado, seremos capazes de ver a bonda-
de, a justiça e o amor de D'us em todo o Seu trato com a humanidade, com Satan e
com o pecado. Isso não significa que tudo o que acontece seja bom; claramente não
é! Apenas significa que o Eterno cuida desse assunto da melhor maneira e, quan-
do terminar essa terrível experiência com o pecado, iremos exclamar: ""Grandes
e maravilhosas são as coisas que fizeste, Adonai, D'us dos exércitos celestiais! Teus
caminhos são justos e verdadeiros, Rei das nações!" (Revelação [Ap] 15:3 citando
Amos [Am] 3:13; 4:13).
Por que é tão importante louvar ao Eterno, mesmo agora, em meio às provações que pare-
cem tão difíceis de suportar?
SUCOT IV
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
O escritor C. S. Lewis escreveu um livro que fala sobre a morte de sua esposa e a
luta que ele teve para aceitar e superar essa perda. Lewis escreveu: "Não que
eu esteja (penso eu) correndo o perigo de deixar de crer em HaShem. O verdadeiro
perigo é eu acreditar em coisas tão terríveis sobre Ele. A conclusão que temo não é:
'Então realmente não existe D'us', mas: 'Então é assim que D'us realmente é? Não se
engane mais'"3
Iyov também lutou com essas perguntas. Como vimos anteriormente, ele nunca
duvidou da existência de D'us. O motivo de sua luta era a questão do caráter divino.
Iyov serviu ao Eterno fielmente; ele foi um homem "bom". Portanto, ele sabia que
não merecia as coisas pelas quais estava passando. Dessa forma, ele fez a pergunta
que muitos crentes fazem em meio às tragédias: Como D'us realmente é? E não é essa
a pergunta fundamental do grande conflito? A questão em jogo não é a existência
do Eterno, mas Seu caráter. E embora haja muitas coisas envolvidas na resolução do
grande conflito, não há dúvida de que a morte de Yeshua no madeiro, onde o Mashia-
ch "se entregou a nosso favor como oferta, como sacrifício de aroma suave oferecido
a D'us." (Efésios [Ef] 5:2), mais do que qualquer outra coisa revelou ao Universo o
verdadeiro caráter do nosso Criador. A morte e ressurreição do Mashiach nos mostrou
que podemos confiar em D'us.
SUCOT V
Horário para o acendimento das velas de Shabat (págs. 126-129)
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 4
1
Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, The Grand Design (Nova York: Random
House, 2010), p. 180
2
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 670, 671. (contextualizado)
3
C.S. Lewis, A Anatomia de uma Dor, p. 6, 7. (contextualizado)
Há o costume de comer na Sucá durante os dias de Sucot, recitar a bênção sobre as "Quatro Espé-
cies", etc. Alguns não colocam tefilin durante Chol Hamoed.
Esta festa remete ao trabalho concluído do Messias. Quando Seus trabalhos forem concluídos, o
que seré uma grande alegria e júbilo, tanto na terra e no céu! Seus trabalhos serão recompen-
sados. Sua obra redentora será concluída; Sua salvação gloriosamente triunfante. Assim de uma
forma especial este festival leva a alegria e felicidade.
Leitura para Sucot: Vaykrá [Lv] 22:26-23:44, Z'kharyah [Zc] 14:1-24, Revelação [Ap] 7:1-10 (Erev Sucôt - noite do
dia 27/09)
SUCOT VI
Horário do pôr do sol e Havdalá - término do Shabat (págs. 126-129)
Maldito dia!
VERSO PARA MEMORIZAR
"Tu és digno, Adonai Eloheinu, de receber glória, honra e poder, porque tu criaste
todas as coisas - sim, por tua vontade elas foram criadas e vieram a existir!"
(Revelação [Ap] 4:11)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 3:1-10; Yochanan [Jo] 11:11-14; Iyov [Jó] 6:1-3; Iyov [Jó] 7:1-11; Yakoov [Tg] 4:14;
Iyov [Jó] 7:17-21; Tehilim [Sl] 8:4-6
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelo líder Bruno Santelli de Oliveira da comunidade Judaico-Ad-
ventista de Curitiba, PR, Brasil.
38 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
23 de outubro [ יום ראשוןYom Rishon 21 Tishrê] Domingo
I magine que você seja Iyov. Inexplicavelmente a sua vida e tudo pelo que você traba-
lhou, tudo o que conquistou, todas as bênçãos que o Eterno lhe concedeu, tornam-se
em ruínas. Isso simplesmente não faz sentido. Parece não haver nenhuma razão, boa
nem má, para tal situação.
Há alguns anos um ônibus escolar saiu da rodovia e acabou matando muitas crian-
ças. Naquele contexto, alguém disse que aquilo era o tipo de coisa que podíamos esperar
neste mundo em que não há significado, propósito nem direção alguma. Uma tragédia
como aquela não tinha sentido algum, pois o próprio mundo não tem sentido.
No entanto, como vimos anteriormente, essa resposta não funciona para quem crê em
D'us. E para Iyov, um fiel seguidor do Eterno, essa resposta também não funcionou. Mas
qual era a resposta? Qual era a explicação? Iyov não tinha uma resposta. Tudo o que ele ti-
nha era uma extrema aflição e todas as perguntas que inevitavelmente a acompanhavam.
1. Leia Iyov [Jó] 3:1-10. Como Iyov expressou sua dor e sofrimento? De que maneira
nos identificamos com o que ele falou?
A vida é um presente de D'us. Existimos somente porque o Eterno nos criou (Atos
[At] 17:28; Revelação [Ap] 4:11). Nossa própria existência é um milagre que tem deixado
perplexa a ciência moderna. De fato, alguns cientistas não estão em total harmonia
sobre qual é a definição de "vida", muito menos a respeito de como ela surgiu, ou ainda
mais importante, por que ela surgiu.
No entanto, em momentos de desespero, quem já não questionou se vale a pena
viver? Não estamos nos referindo aos casos infelizes de suicídio. Em vez disso, estamos
falando das vezes em que, a exemplo de Iyov, podemos ter desejado não ter nascido, algo
que ocorre com muitas pessoas.
Um antigo grego uma vez disse que a melhor coisa que poderia acontecer com uma
pessoa, além de morrer, seria nunca ter nascido. Ou seja, a vida pode ser tão miserável
que julgamos que estaríamos em melhor situação se não existíssemos, e assim seríamos
poupados da angústia inevitável que acompanha a vida humana neste mundo caído.
Você já se sentiu como Iyov, desejando não ter nascido? No fim das contas, o que aconte-
ceu? Você superou esse sentimento? Nos piores momentos da vida, qual é a importância da
esperança e da perspectiva de que de as coisas irão melhorar?
SUCOT VII
ESTUDO DIÁRIO
Descanso na sepultura
2. Leia Iyov [Jó] 3:11-26. O que Iyov falou sobre a morte?
Podemos imaginar o terrível sofrimento pelo qual Iyov estava passando. Por mais
difícil que tenha sido a destruição de suas posses e a devastação da sua saúde, Iyov
perdeu todos os seus filhos! Já é muito difícil imaginar a dor de perder um filho, mas
Iyov perdeu todos. E ele tinha dez! Não é de admirar que ele tivesse desejado a morte.
Além disso, Iyov não fazia ideia do contexto por trás de tudo aquilo, e mesmo que
soubesse, talvez ele não teria se sentido melhor, não é mesmo?
Observe, no entanto, o que Iyov diz a respeito da morte. Se ele tivesse morrido, o
que aconteceria? A alegria da presença do Eterno? Tocaria harpa com os anjos? Não há
nenhuma teologia assim em sua fala. Em vez disso, o que Iyov disse? "Porque já agora
repousaria tranquilo; dormiria, e, então, haveria para mim descanso" (Iyov [Jó] 3:13).
3. Leia Kohelet [Ec] 9:5 e Yochanan [Jo] 11:11-14. O que podemos afirmar ao com-
parar esses textos com as palavras de Iyov?
No livro de Iyov, um dos mais antigos da Bíblia, temos o que talvez seja uma das
primeiras declarações do que chamamos de "estado dos mortos". Tudo o que Iyov
queria naquele momento era "descanso". A vida havia ficado repentinamente tão
desagradável, difícil e penosa, que ele ansiava pelo que sabia ser a morte: um des-
canso tranquilo na sepultura. Iyov estava tão triste, tão ferido que, esquecendo-se de
toda a alegria que tivera antes das calamidades acontecerem, ele desejou que tivesse
morrido no momento do seu nascimento.
Temos promessas maravilhosas. Ao mesmo tempo, em meio aos sofrimentos presentes, como
podemos aprender a nos lembrar dos bons momentos que vivemos e obter conforto neles?
SHEMINI ATZERET
ESTUDO DIÁRIO
I yov concluiu seu primeiro lamento, conforme registrado no capítulo 3. Nos dois
capítulos seguintes, um de seus amigos, Eliphaz, pregou-lhe um sermão e o re-
preendeu (voltaremos a esse tema na semana que vem). Nos capítulos 6 e 7, Iyov
continuou falando de seu sofrimento.
4. "Ah, se minhas queixas fossem postas num dos pratos de uma balança, em que no
outro estivessem as desgraças que me atingem! Sei que pesariam mais que as areias
do mar." (Iyov [Jó] 6:2, 3). Como Iyov expressou sua dor?
Essa imagem nos dá uma ideia de como Iyov enxergava seu sofrimento. Se toda a areia
do mar estivesse em um lado da balança e sua "dor" e a "calamidade" no outro, os seus
sofrimentos excederiam o peso de toda a areia.
O sofrimento de Iyov era muito real para ele. Esse sofrimento era apenas dele e de
ninguém mais. Às vezes ouvimos falar do conceito da "soma do sofrimento humano".
Porém, isso não expressa bem a verdade. Não sofremos em grupos. Não sofremos a dor
de ninguém, apenas a nossa própria. Conhecemos somente nossa dor, nosso sofrimento.
A dor de Iyov, por maior que tenha sido, não foi maior do que a dor que outras pessoas po-
deriam sofrer. Algumas pessoas bem-intencionadas poderiam dizer a alguém: "Eu sinto
sua dor". Não sentem; elas não podem sentir. Tudo o que podem experimentar é a própria
dor, que pode vir em resposta ao sofrimento de outra pessoa. Mas é sempre e somente
isso, a dor própria, não a de outra pessoa.
Ouvimos falar em desastres provocados pelo próprio ser humano ou por outras causas,
com alto número de mortes. O número de mortos ou de feridos nos choca. Mal podemos
imaginar um sofrimento de tamanha proporção. Mas no caso de Iyov, e também de toda a
humanidade caída desde Adam e Havah até o fim deste mundo, todos os seres caídos que já
viveram puderam conhecer somente seu próprio sofrimento e não mais que isso.
É evidente que jamais devemos menosprezar o sofrimento individual, pois so-
mos chamados a aliviar o sofrimento quando e onde pudermos (veja Yaakov [Tg]
1:27; Mattityahu [Mt] 25:34-40). Entretanto, não importa quanto sofrimento exista
no mundo, podemos ser gratos pelo fato de que nenhum ser humano sofre mais do
que pode suportar. Há somente uma exceção, como veremos na lição 12.
Reflita sobre a ideia de que o sofrimento humano está limitado apenas a cada indivíduo. Isso
pode lhe ajudar a enxergar o problema do sofrimento em uma perspectiva diferente?
SIMCHAT TORAH
ESTUDO DIÁRIO
A lançadeira do tecelão
5. Leia Iyov [Jó] 7:1-11. Qual foi a queixa de Iyov? Veja também Tehilim [Sl] 39:5,
11; Yaakov [Tg] 4:14.
Vimos que Iyov buscava o descanso e o alívio que viria com a morte. Então ele
lamentou porque a vida passa muito rapidamente. Basicamente, ele disse que a vida
é difícil, repleta de fadiga e sofrimento, e então nós morremos. Eis um dilema que
muitas vezes enfrentamos: nós nos queixamos de como a vida é veloz e passageira,
mesmo quando ela pode ser triste e miserável.
Alguém escreveu um artigo sobre sua luta contra a depressão e até pensamentos
suicidas. Mas escreveu: "A pior parte foi: eu observava do estilo de vida que compro-
vadamente me ajudaria a viver 'seis anos a mais'". Aquilo não fazia sentido. É claro
que em momentos de dor e sofrimento, muitas coisas parecem não fazer sentido. Às
vezes, em meio à nossa dor, a razão e a racionalidade ficam à margem, e tudo o que
conhecemos é nossa dor e nosso medo, e não vemos esperança alguma. Mesmo Iyov,
que realmente sabia que Seu redentor vivia (Iyov [Jó] 19:25), clamou em seu desespe-
ro e desalento: "Ah, recordo que minha vida é como um suspiro, apenas um instante
no tempo! Dentro em pouco, meus olhos já não poderão mais enxergar o que é bom."
(Iyov [Jó] 7:7). Iyov, para quem a perspectiva da morte parecia então mais próxima
do que nunca, ainda se queixou da brevidade da existência, não importando o quanto
sua condição fosse miserável naquele momento.
ESTUDO DIÁRIO
Ma Enosh?*
M ais uma vez, devemos nos colocar no lugar de Iyov. Ele deve ter pensado: "Por
que D'us está fazendo isso comigo", ou "Por que Ele está permitindo que tudo
isso aconteça comigo?" Iyov não enxergava o quadro completo. Como ele poderia
enxergar? Ele sabia apenas o que havia acontecido ao seu redor e com ele, e não
compreendia por que isso ocorria. Quem já não esteve numa situação semelhante?
6. Leia Iyov [Jó] 7:17-21. O que Iyov declarou? Que perguntas ele fez? Conside-
rando a situação dele, por que essas perguntas fazem tanto sentido?
Alguns estudiosos têm argumentado que Iyov estivesse zombando de Tehilim [Sl]
8:4-6 (5-7), que diz: "O que é o ser humano para que dele Te lembres? E o filho do
homem, para que o consideres? Entretanto, pouco menos que os anjos o fizeste e de
glória e esplendor o coroaste. Tu o puseste como soberano sobre as obras de Tuas
mãos; tudo puseste a seus pés" (veja também Tehilim [Sl] 144:3, 4). O problema, no
entanto, é que o livro de Iyov foi escrito muito antes de Tehilim. Nesse caso, então,
talvez o salmista tenha escrito em resposta ao lamento de Iyov.
De qualquer forma, a pergunta "Ma enosh – ?מָ ה אֱנו ֹׁש- Que é o homem?" é uma das
mais importantes que poderíamos fazer. Quem somos nós? Por que estamos aqui? Qual é
o significado e o propósito de nossa vida? No caso de Iyov, por acreditar que o Criador o
houvesse escolhido como "alvo", ele se perguntava por que o Eterno Se dava ao trabalho
de olhar para ele. Se o Eterno é tão grande e Sua criação é tão vasta, por que Ele deveria
lidar com Iyov? Afinal de contas, por que D'us Se dá ao trabalho de olhar para nós?
7. Leia Yochanan [Jo] 3:16 e 1Yochanan [1Jo] 3:1. Por que o Eterno Se relaciona
com a humanidade?
"Ao considerar a altura, profundidade e largura do amor do Pai para com a huma-
nidade a perecer, Yochanan se encheu de admiração e reverência. Ele não pôde achar
linguagem adequada para expressar esse amor, mas convidou o mundo a contemplá-
-lo: 'Vejam quanto amor o Pai nos concedeu ao permitir sermos chamados filhos de
D'us! Porque somos exatamente isto. A razão para o mundo não nos conhecer é que
ele não o conheceu.' (1Yochanan [1Jo] 3:1). Que valor isso coloca sobre o homem! Pela
transgressão, os filhos dos homens se tornaram sob a vontade de Satan. Através do
sacrifício infinito do Mashiach e da confiança em Seu nome, os filhos de Adam se tor-
nam filhos de D'us. Por assumir a natureza humana, o Mashiach eleva a humanidade"1.
* "Ma enosh?– ?שׁוֹנֱא הָמ- Que é o homem?" (Iyov [Jó] 7:17a)
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
"E m uma era tão excepcionalmente iluminada pela ciência e a razão, as 'boas-novas'
do Messias tornaram-se uma estrutura metafísica cada vez menos convincente,
um fundamento menos seguro sobre o qual construir a vida e menos psicologicamente
necessário. A absoluta improbabilidade de toda a sucessão de eventos se tornava dolo-
rosamente óbvia – que um D'us infinito e eterno repentinamente tivesse Se tornado um
ser humano em um lugar e num momento histórico específicos apenas para ser vergo-
nhosamente executado; que uma única pessoa tenha vivido durante poucos anos, há dois
milênios, em uma nação obscura e primitiva, em um planeta hoje conhecido como uma
porção de matéria relativamente insignificante, que gira em torno de uma estrela dentre
bilhões de estrelas em um Universo impessoal e inconcebivelmente vasto; e que tal acon-
tecimento indistinto tivesse um grande significado cósmico e eterno – tudo isso não mais
poderia ser uma crença atrativa para homens racionais. Era completamente improvável
que o Universo como um todo tivesse muito interesse nesta minúscula parte de sua imen-
sidão. Sob os holofotes da exigência moderna pela confirmação pública, empírica e cientí-
fica de todas as declarações de crença, a essência da crença em Yeshua HaMashiach perdeu
seu vigor"2. Qual é o problema com esse pensamento? O que o autor está omitindo? Quais
são os limites do que "ciência e razão" podem conhecer sobre a realidade do Eterno e Seu
amor por nós? O que isso nos revela a respeito da necessidade da verdade revelada, que a
"ciência e razão" humanas não podem obter por si mesmas?
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 5
1
Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 563 (contextualizado)
2
Richard Tarnas, Passion of the Western Mind; Nova York: Ballantine Books, 1991, p. 305
(contextualizado)
A alegria vem num crescente desde a festa de sucot e culmina com Simchat Torá.
Leituras para Simchat Torá: Devarim [Dt] 14:22 - 16:17, B'midbar [Nm] 29:35 - 30:1,
1Reis 8:54 - 9:1 (além da Parasha "Ve Zôt há Brachá" e B'reshit [Gn] 1:1 - 2:3). (Erev
Simchát Torá - noite do dia 04/10)
Maldição
sem causa?
VERSO PARA MEMORIZAR
"Poderia o homem, um ser mortal, ser mais justo que D'us? Pode o homem ser mais
puro que seu Criador?" (Iyov [Jó] 4:17)
LEITURAS DA SEMANA
Tehilim [Sl] 119:65-72; Iyov [Jó] 2:11-13; 4:1-21; Romanos [Rm] 3:19, 20; 1Coríntios [1Co]
3:19; Hebreus [Hb] 12:5; Mattityahu [Mt] 7:1
LEITURAS DA SEMANA
As grandes questões
A maior parte das ações no livro de Iyov é relatada nos dois primeiros capítulos. Neles
é levantado o véu que separa os Céus e a Terra, e obtemos um vislumbre de um
aspecto da realidade que, de outro modo, continuaria oculto a nós. Por mais longe que
nossos telescópios possam alcançar e examinar o Universo, eles sequer chegam perto da
possibilidade de nos revelar o que foi mostrado nesse livro, escrito há milhares de anos
em um deserto que muito provavelmente esteja localizado na atual Arábia Saudita. O
livro de Iyov também nos revela a íntima relação entre o mundo sobrenatural (o mundo
de D'us e dos anjos) e o mundo natural (a Terra e os que nela habitam).
Após os dois primeiros capítulos, grande parte do livro de Iyov consiste no que cha-
mamos na televisão de "conversa" ou "batepapo", ou seja, apenas diálogos. Nesse caso,
o diálogo foi entre Iyov e os homens que foram discutir com ele as questões difíceis da
vida: teologia, sofrimento, filosofia, confiança, vida e morte.
E por que não discutir, considerando tudo o que havia acontecido com Iyov? É muito
fácil ficar preso às coisas comuns da vida, aos afazeres do cotidiano, e esquecer quais
são as grandes e importantes questões da vida. Não há nada como uma calamidade, seja
nossa ou de outros, para nos sacudir da nossa letargia espiritual e fazer com que come-
cemos a levantar as perguntas importantes.
O salmista foi capaz de enxergar o bem proveniente dos sofrimentos que o afligi-
ram. Às vezes, os sofrimentos podem ser bênçãos disfarçadas, no sentido de que nos
conduzem de volta ao Eterno ou nos aproximam Dele pela primeira vez. Quem nunca
ouviu histórias de pessoas cuja vida entrou em crise, e somente então fizeram teshuvá,
voltaram a D'us ou finalmente se renderam a Ele? Às vezes, as provações, por mais ter-
ríveis e trágicas que sejam, podem ser usadas para um bem que, com o tempo, podemos
entender. Outras vezes elas parecem arbitrárias e sem propósito.
Você consegue olhar para as provações passadas e ver o bem que surgiu delas? Como você lida
com as provações que aparentemente não lhe trouxeram nada de bom?
ESTUDO DIÁRIO
Q uando ouviram sobre o que havia acontecido com Iyov, aqueles homens "se reuni-
ram para irem condoer-se com Jó e procurar confortá-lo." (Iyov [Jó] 2:11); isto é,
planejaram se reunir para visitar o amigo. Os versos transmitem a ideia de que eles fi-
caram espantados com o que viram, e começaram a compartilhar do sofrimento de Iyov.
Os amigos de Iyov se sentaram em silêncio e não disseram uma única palavra. Afi-
nal, o que você diz a alguém naquela situação? No entanto, assim que Iyov falou pela
primeira vez, externando suas queixas, aqueles homens tiveram muito o que dizer.
3. Leia Iyov [Jó] 4:1-11. Qual é a essência das palavras de Eliphaz a Iyov?
Talvez a fala de Eliphaz pudesse ser um bom começo para um livro sobre acon-
selhamento aos enlutados. O capítulo inicial poderia ser intitulado: "O que não dizer
para um enlutado durante a Shivá". Embora aqueles homens tivessem se compade-
cido de Iyov, essa compaixão tinha limite. Para Eliphaz, a pureza teológica era mais
importante do que o consolo. É difícil imaginar que alguém chegue até um sofredor
e diga, basicamente: "Você deve ter merecido isso, pois D'us é justo, e somente os
perversos sofrem desse jeito."
Que proveito haveria em dizer isso para Iyov? Imagine que um motorista, diri-
gindo em alta velocidade, se envolvesse em um acidente de carro em que toda a sua
família acabasse morrendo. Você consegue imaginar alguém indo até esse motorista
logo depois, em meio ao seu luto, e dizendo bruscamente: "D'us está punindo você
por seu excesso de velocidade"? O problema com as palavras de Eliphaz não era so-
mente a teologia questionável; a grande questão era sua insensibilidade para com
Iyov e tudo que ele estava sofrendo.
Pense numa situação em que pessoas confortaram você (ou que você confortou) em meio a
perda e dor. Que lições você aprendeu com essa experiência?
ESTUDO DIÁRIO
C om suas primeiras palavras, Eliphaz jamais ganharia um prêmio por "tato e solidarie-
dade". Basicamente, ele estava dizendo que era fácil para Iyov ser uma luz e conforto
a outras pessoas quando as coisas lhe iam bem. Mas, depois que o mal lhe havia ocorrido,
ele estava "perturbado". Porém, ele não deveria estar. Afinal de contas, o Eterno é justo e,
portanto, o mal que nos sobrevém é merecido.
4. Leia Iyov [Jó] 4:12-21. Que outro argumento Eliphaz apresentou a Iyov?
Mesmo que estejamos certos em algum ponto, às vezes podemos não expressar a questão da ma-
neira mais útil e redentora. Como evitar esse erro?
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
Julgamento precipitado
M uito do que Eliphaz disse a Iyov estava correto. Isto é, ele fez muitas colocações
válidas, que foram expressas na Bíblia posteriormente. Contudo, havia algo
muito errado em sua resposta a Iyov. O problema foi o contexto, pois as verdades que
ele estava expressando não se aplicavam àquela situação.
Veja esta afirmação da escritora Ellen G. White: "Nenhuma verdade a Bíblia en-
sina mais claramente do que aquela segundo a qual o que fazemos é o resultado do
que somos. Em grande parte, as experiências da vida são fruto de nossos próprios
pensamentos e ações"1 .
Contudo, você poderia imaginar um "tsadik" bem-intencionado indo até alguém
numa situação como a de Iyov e lendo para essa pessoa a afirmação de Ellen G. White
mencionada acima? Teria sido muito melhor se esse "tsadik" bem-intencionado ti-
vesse, em vez disso, seguido este conselho: "Muitos pensam que estão representan-
do a justiça do Eterno, enquanto deixam inteiramente de Lhe representar a ternura e
o grande amor. Muitas vezes aqueles a quem eles tratam com severidade e rispidez
se acham pressionados pela tentação. O Satan está lutando com essas pessoas, e as
palavras ásperas, destituídas de compaixão, desanimam-nas, fazendo-as cair presa
do poder do tentador"2.
Havia muito mais coisas acontecendo ali do que Eliphaz e todos os outros, inclu-
sive Iyov, sabiam. Portanto, o julgamento precipitado de Eliphaz, mesmo com toda a
sua teologia correta, era dificilmente a coisa certa a se fazer, dadas as circunstâncias.
6. Por que os seguintes textos devem ser os primeiros em nossa lista quando li-
damos com alguém que, segundo pensamos, tenha cometido erros? Mattityahu
[Mt] 7:1, 2; Romanos [Rm] 2:13; 1Coríntios [1Co] 4:5.
Mesmo que Eliphaz estivesse certo e Iyov, de fato, fosse o responsável por aquele
sofrimento, as palavras de Eliphaz foram imprudentes e inoportunas. Todos nós, em
algum momento, precisamos de compaixão e solidariedade, não de um "sermão".
É evidente que há um momento e lugar para receber uma advertência. Mas quando
um homem está sentado num monte de cinzas, com sua vida arruinada, seus filhos
mortos e seu corpo coberto de feridas, esse com certeza não é o momento certo.
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
C omo vimos, não é que Eliphaz não tivesse compaixão de Iyov; é que simplesmente ela
ficou em segundo plano, pois ele via como sua maior necessidade defender o caráter
de D'us. Afinal de contas, Iyov estava sofrendo muito, e o Eterno é justo. Portanto, Iyov
devia ter feito algo para merecer o que havia acontecido com ele. Eliphaz concluiu que
essa seria a essência da justiça de HaShem. Portanto, Iyov estava errado em sua queixa.
É evidente que o Eterno é justo. Mas isso não significa automaticamente que veremos
a manifestação de Sua justiça em tudo que ocorre neste mundo após a queda. A verdade
é que muitas vezes isso não acontece. A justiça e o juízo virão, mas não necessariamente
agora (Revelação [Ap] 20:12). Parte do que significa viver pela fé (emuná) é confiar em
D'us, crendo que a justiça tão escassa hoje será revelada e manifestada um dia.
O que vemos com Eliphaz também aparece na atitude de alguns mestres da Torá e
alguns Prushim para com Yeshua. Aqueles homens estavam tão presos ao seu desejo
de ser "fiéis" e religiosos, que sua ira por causa das curas que o Eterno realizava no
dia de Shabat (Mattityahu [Mt] 12) superou a alegria que eles deveriam ter sentido,
pois o enfermo havia sido curado, e o sofredor, aliviado. Por mais específicas que te-
nham sido as palavras do Mashiach no texto a seguir, elas têm um princípio que nós,
que amamos ao Eterno e somos zelosos por Ele, devemos sempre nos lembrar: "Ai
de vocês, mestres da Torá e prushim, hipócritas! Dão o dízimo da hortelã, do endro e
do cominho, mas têm negligenciado as questões mais importantes da Torá: justiça,
misericórdia e fidelidade. Estas são as coisas para as quais vocês devem dar atenção,
sem negligenciar as outras!" (Mattityahu [Mt] 23:23).
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 6
1
Ellen G. White, Educação, p. 146 (contextualizado)
2
Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 163 (contextualizado)
Dois Rosh Chôdesh ("Cabeça do Mês") para o mês de Chesvan (quando um mês tem
30 dias, o último dia do mês e o primeiro do mês seguinte servem como Rosh Cho-
desh do mês vindouro).
Castigo
retributivo
VERSO PARA MEMORIZAR
"Podes apreender o que há de mais recôndito em D'us? Podes conhecer os propósitos
do Todo-Poderoso?" (Iyov [Jó] 11:7)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 8:1-22; 11:1-20; Yeshayahu [Is] 40:12-14; Bereshit [Gn] 6:5-8; 2Kefa [2Pe] 3:5-7
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Flávio Siqueira e Carlos Muniz da comunidade Ju-
daico-Adventista do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
54 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
6 de novembro [ יום ראשוןYom Rishon 5 Cheshvan] Domingo
Mais acusações
C omo se já não bastasse receber um sermão de Eliphaz, Iyov também encarou o dis-
curso de Bildad, que disse coisas semelhantes ao que Eliphaz havia dito. Infelizmen-
te, Bildad foi ainda mais rude e duro com Iyov do que Eliphaz. Imagine ir até alguém cujos
filhos morreram e dizer a essa pessoa: "Se os seus filhos pecaram contra D'us, Ele os
castigou por sua transgressão" (Iyov [Jó] 8:4).
Isso é irônico, pois o primeiro capítulo de Iyov [Jó] (1:5) deixa claro que Iyov oferecia
sacrifícios em favor de seus filhos exatamente por essa razão, caso eles houvessem peca-
do. Portanto, vemos um contraste entre a compreensão da graça, vista nas ações de Iyov,
e as primeiras palavras de Bildad, que revelam uma distorção legalista e punitiva. Mas
ainda pior é que Bildad falou dessa maneira numa tentativa de defender o caráter de D'us.
1. Leia Iyov [Jó] 8:1-22. Qual foi o argumento de Bildad? Quanta verdade ele profe-
riu? Se você se esquecesse do contexto imediato e observasse apenas as opiniões
expressas, encontraria algum erro nas palavras de Bildad?
Quem pode encontrar algum erro no que Bildad disse? "pois nossa vida é curta, como
se somente ontem tivéssemos nascido; e nada sabemos, pois nossos dias são como uma
sombra passageira sobre a terra." (Iyov [Jó] 8:9). Essas são palavras poderosas, verda-
deiras e muito bíblicas (Yaakov [Tg] 4:14). Ou ainda, que há de errado com sua adver-
tência de que os ímpios que colocam sua esperança em coisas terrestres e temporais
estão, de fato, confiando em algo cuja firmeza é como a "teia de aranha" (Iyov [Jó] 8:14)?
Pensamento mais bíblico que esse é difícil de encontrar.
Talvez o maior problema é que Bildad estava apresentando apenas um aspecto do
caráter de D'us. É como estar em uma vala de um ou de outro lado da estrada. Nenhum
desses lugares é onde você realmente deveria estar. Alguém pode, por exemplo, se con-
centrar apenas na Torá, na justiça e na obediência, enquanto outra pessoa pode focalizar
a graça, o perdão e a substituição. A ênfase exagerada em ambos os casos geralmente
leva a uma imagem distorcida do Eterno e da verdade. Vemos na fala de Bildad um pro-
blema semelhante.
Devemos sempre lutar pelo equilíbrio entre Torá (Lei) e graça em nosso trato para com
as pessoas que erram. A Torá seria diminuída se estendêssemos a graça aos que caíram
profundamente? Por quê?
ESTUDO DIÁRIO
Há muita coisa sobre o Eterno que não conhecemos e, apesar de todos os nossos
esforços para perscrutá-Lo por nós mesmos, ainda continuaremos conhecendo bem
pouco. Um dos filósofos mais famosos do século 20, o falecido Richard Rorty, basi-
camente argumentou que nunca compreenderemos a realidade e a verdade, e que,
portanto, devemos desistir de tentar entendê-las. Em vez de tentar compreender
a realidade, argumentou Rorty, tudo o que podemos fazer é tentar lutar com ela. É
impressionante que 2.600 anos de tradição filosófica ocidental culmine nessa ex-
pressão de derrota. Se toda a nossa busca e investigação tem nos deixado nas trevas
quanto à natureza da realidade em que vivemos, será que poderemos, mediante o
estudo, compreender o Criador – Aquele que, primeiramente, criou a realidade, e por
isso é muito maior do que ela? Rorty essencialmente confirmou o que acabamos de
ler no discurso de Tzofar, como parte de um argumento errôneo contra Iyov.
3. Leia Iyov [Jó] 11:1-20. O que está correto na fala de Tzofar? O que há de errado
com o seu argumento?
É muito difícil entender como alguém pôde ir até um homem que estava sofren-
do como Iyov e dizer a ele, basicamente: "Você está recebendo o que merece. Não,
na verdade, você está recebendo menos do que merece." O pior é que Tzofar estava
fazendo isso, assim como os outros dois amigos, numa tentativa de defender a bon-
dade e o caráter do Eterno.
ESTUDO DIÁRIO
Retribuição divina
C entral nos argumentos dos amigos de Iyov foi a ideia de que o Eterno é justo e que o
pecado atrai o castigo divino sobre os maus e bênçãos especiais sobre os bons. Não
sabemos a época exata em que aqueles homens viveram. No entanto, por aceitarmos que
Moshe escreveu o livro de Iyov enquanto estava em Midian, então eles devem ter vivido
algum tempo antes da época do Êxodo. É muito provável também que eles tenham vivido
após o Dilúvio.
4. Leia Bereshit [Gn] 6:5-8. Embora não saibamos quanto Eliphaz, Bildad e Tzofar
conheciam do Dilúvio, como essa história pode ter influenciado a teologia deles?
5. Como a difusão do mal e a ideia do juízo retributivo é vista em Bereshit [Gn] 13:13,
18:20-32 e 19:24, 25?
Não importa se Eliphaz, Bildad e Tzofar conheciam bem essas histórias bíblicas, o
fato é que elas revelam a realidade do juízo divino sobre o mal. O Eterno não estava
simplesmente abandonando os pecadores aos seus pecados e deixando que o próprio
pecado os destruísse. Assim como no Dilúvio, o Eterno foi o agente direto do castigo
dos ímpios de Sodoma e Gomorra. Ali, D'us atuou como juiz e destruidor da impie-
dade e do mal.
Por mais que desejemos (e devamos) nos concentrar no divino caráter de amor, graça e
perdão, por que não devemos nos esquecer da realidade da Sua justiça? Pense em todo o
mal que ainda está impune. O que isso nos diz sobre a necessidade da retribuição divina,
não importando quando ou como ela venha?
ESTUDO DIÁRIO
7. Leia Bamidbar [Nm] 16:1-33. O que esse incidente nos ensina sobre a realida-
de do castigo retributivo de D'us?
Dada a maneira surpreendente pela qual os rebeldes foram destruídos, esse inci-
dente não pode ser atribuído à ideia do "pecado provocando o seu próprio castigo".
Aquelas pessoas sofreram o direto castigo divino por seu pecado e rebelião. Nesse
caso vemos manifestações sobrenaturais do poder de D'us. Parece que as próprias
leis da natureza haviam sido mudadas. "Mas se D'us criar uma criação inédita, e a
terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é deles e descerem vivos ao abismo
– então sabereis que estes homens iraram o Eterno! Eterno" (Bamidbar [Nm] 16:30).
O verbo "criar - yivra - "יִבְ ָראnesse verso vem da mesma raiz (bara - )בראutilizada
ּ em Bereshit [Gn] 1:1. O Eterno queria que todos soubes-
para a palavra "criou - bará- "ב ָָרא
sem que foi Ele mesmo que, de maneira imediata e direta, havia trazido aquele castigo
sobre os rebeldes.
ESTUDO DIÁRIO
HaMavet HaSheni*
8. Leia 2Kefa [2Pe] 3:57. O que o texto nos diz sobre o destino dos perdidos?
"Do Eterno desce fogo do Céu. A Terra se fende. São retiradas as armas escondidas
em suas profundezas. Chamas devoradoras irrompem de cada abismo imenso. As pró-
prias rochas estão ardendo. Vindo é o dia que arderá "como forno" (Malakhi [Ml] 4:1).
Os elementos fundem-se pelo vivo calor, e também a Terra e as obras que nela há são
queimadas (2Kefa [2Pe] 3:10). A superfície da Terra parece uma massa fundida – um
vasto e fervente lago de fogo. É o tempo do grande Yom Hadim (Dia do juízo) e perdição
dos homens maus – "dia da vingança do Eterno, ano de retribuições pela luta de Tsion"2.
Embora o pecado possa trazer, como consequência, seu próprio castigo, com cer-
teza há situações em que o próprio Eterno pune diretamente o pecado e os pecado-
res, conforme argumentaram os protagonistas do livro de Iyov. É verdade que todo
sofrimento neste mundo veio do pecado. Mas não é verdade que todo sofrimento é
castigo do Eterno pelo pecado. Esse certamente não foi o caso de Iyov, e não aconte-
ce na maioria das situações. O fato é que estamos envolvidos no grande conflito, e
temos um adversário que está à solta para nos causar dano. A boa notícia é que, em
meio a tudo isso, podemos ter certeza de que o Eterno está conosco. Sejam quais fo-
rem as razões para as provações que enfrentamos, ou as atuais consequências dessas
provações, temos a garantia do amor de D'us – um amor tão grande que Yeshua veio
e morreu por nós, um único ato que promete dar um fim a todo sofrimento.
Como podemos ter certeza de que o sofrimento de alguém é um castigo direto do Eterno?
Se não podemos ter certeza, qual é a melhor atitude a tomar para com a pessoa sofredora,
ou até mesmo para com nosso próprio sofrimento?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 7
1
Ellen G. White, História da Redenção, p. 63 (contextualizado)
2
Yeshayahu [Is] 34:8; Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 672, 673 (contextualizado)
3
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, p. 1291 (contextualizado)
Sangue
inocente
VERSO PARA MEMORIZAR
"A confiança é a certeza do que esperamos, convencidos das coisas que não vemos"
(Hebreus [Hb] 11:1)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 10; Yeshayahu [Is] 53:6; Romanos [Rm] 3:10-20; Iyov [Jó] 15:14-16; Iyov [Jó] 1:18-
20; Mattityahu [Mt] 6:34
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Eduardo Kahl e Cynthia Wainz da comunidade Ju-
daico-Adventista Buenos Aires, Argentina.
62 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
13 de novembro [ יום ראשוןYom Rishon 12 Cheshvan] Domingo
O protesto de Iyov
E liphaz, Bildad e Tzofar tinham um argumento: D'us pune o mal. Infelizmente, o ar-
gumento deles não se aplicava à situação de Iyov. O sofrimento de Iyov não era um
exemplo de castigo retributivo. O Eterno não o estava punindo por seus pecados, como
posteriormente Ele fez com Korach, Datan e Aviran. Iyov também não estava colhendo
o que plantara, como muitas vezes pode ser o caso. Nada disso! Iyov era um tzadik; o
próprio D'us havia dito isso (Iyov [Jó] 1:8). Portanto, Iyov não somente não merecia o que
havia lhe acontecido, ele sabia que não merecia aquilo. Foi isso que tornou suas queixas
tão fortes e amargas.
1. Leia Iyov [Jó] 10. Ao considerar as circunstâncias de Iyov, suas palavras ao Eterno
faziam sentido? O que estava errado e o que estava certo em seu discurso?
O que você pode dizer a alguém que acredita que está sofrendo injustamente?
ESTUDO DIÁRIO
Sangue inocente?
Além do claro testemunho das Escrituras, qualquer pessoa que tenha conhecido o
Eterno pessoalmente e tido um vislumbre da bondade e santidade de D'us conhece a re-
alidade da pecaminosidade humana. Nesse sentido, quem dentre nós é verdadeiramente
"inocente"? (Vamos desconsiderar por enquanto a questão dos bebês e das crianças).
Por outro lado, não é bem essa a questão. Iyov era um pecador. Nesse sentido ele
não era inocente, assim como seus filhos também não eram. Contudo, o que ele ha-
via feito, ou eles haviam feito, para merecer a sorte que recaiu sobre eles? Não seria
essa, talvez, a grande pergunta da humanidade em relação ao sofrimento? Diferente
dos "provérbios de cinza" (Iyov [Jó] 13:12) de seus amigos, Iyov sabia que não merecia
o que lhe estava acontecendo.
ESTUDO DIÁRIO
Destinos injustos
3. Leia Iyov [Jó] 15:14-16. Que verdade Eliphaz apresentou a Iyov?
Novamente Eliphaz falou a verdade, assim como os outros amigos haviam falado, des-
sa vez, porém, a respeito da pecaminosidade de todo ser humano. O pecado é uma reali-
dade universal da vida na Terra, assim como o sofrimento. E, como também sabemos, no
fim das contas todo sofrimento é resultado do pecado. Além disso, não há dúvidas de que
D'us pode usar o sofrimento para nos ensinar lições importantes. "O Eterno sempre tem
provado Seu povo na fornalha da aflição. É no calor da fornalha que a escória se separa do
verdadeiro ouro do nosso caráter"2.
Há, porém, um problema mais profundo com relação ao sofrimento. O que dizer das
vezes em que não vemos benefício algum como resultado do sofrimento? E quanto ao
sofrimento dos que não tiveram, em seu caráter, a escória separada do ouro, pois foram
mortos instantaneamente? O que dizer dos que sofrem sem conhecer o D'us único e ver-
dadeiro ou qualquer coisa a Seu respeito? E as pessoas cujos sofrimentos apenas as torna-
ram amargas, furiosas e revoltadas com o Criador? Não podemos ignorar esses exemplos
nem tentar coloca-los numa fórmula simples. Fazer isso talvez nos tornasse culpados
dos mesmos erros cometidos pelos acusadores de Iyov. Independentemente das lições que
Iyov e seus acusadores pudessem aprender, e da derrota que o Satan enfrentaria mediante
a fidelidade de Iyov, o destino dessas outras pessoas certamente não parece justo. O fato é
que essas coisas não são justas, nem razoáveis ou corretas.
Enfrentamos desafios semelhantes hoje. Uma criança de seis anos morre de câncer.
Isso é justo? Uma universitária de vinte anos é tirada à força de seu carro e abusada se-
xualmente. Isso é justo? Uma mulher de trinta e cinco anos, mãe de três filhos, morre em
um acidente automobilístico. Isso é justo? O que dizer dos 19 mil japoneses mortos no
terremoto de 2011? Todos eles eram culpados de alguma coisa, para que aquele terremoto
fosse considerado uma punição justa? Se não, essas mortes também não foram justas.
Essas são questões difíceis.
ESTUDO DIÁRIO
A Bíblia reflete uma realidade cruel a respeito da vida em nosso mundo caído: o
mal e o sofrimento são reais. Somente fazendo uma leitura superficial das Sagradas
Escrituras e tirando alguns textos do contexto, poderíamos pensar que a vida aqui seja
razoável, justa e boa, e que, se apenas permanecermos fiéis ao Eterno, não teremos
sofrimento. É evidente que a fidelidade pode trazer muitas recompensas hoje, mas
isso não quer dizer que ela construa uma barreira completa para a dor e o sofrimento.
Na derashá do Monte, Yeshua falou uma mensagem poderosa, indicando por que
devemos confiar em D'us e não nos preocupar com o que comeremos, beberemos
ou vestiremos. Yeshua utilizou exemplos da natureza como lições objetivas sobre as
razões pelas quais podemos confiar na bondade do Eterno para satisfazer nossas ne-
cessidades. Ele então acrescentou estas famosas palavras: "Não se preocupem com
o amanhã - o amanhã se preocupará consigo mesmo! O dia de hoje já possui tzarot
suficientes!" (Mattityahu [Mt] 6:34).
Repare: "O dia de hoje já possui tzarot suficientes!" Yeshua não estava negando
a presença do mal em nossa vida, mesmo a presença diária do mal (o termo vem de
uma palavra cujo significado pode ser "maldade", "depravação" e "malignidade").
Na verdade, era o contrário. Yeshua estava reconhecendo o predomínio e a presença
do mal em nosso dia a dia. Como o Mashiach poderia não reconhecer isso? Como Se-
nhor, Ele tinha muito mais conhecimento sobre o mal no mundo do que qualquer um
de nós poderia ter, ainda que todos nós já conheçamos bem esse assunto.
Quem já não provou um pouco, ou muito, do quanto a vida pode ser injusta e amarga? O
fato de que Yeshua reconheceu a realidade do mal pode nos trazer conforto e força em meio
à maldade deste mundo?
ESTUDO DIÁRIO
Embora o caso de Iyov seja extremo, ele reflete a triste realidade do sofrimento
em nosso mundo após a queda. Não precisamos da história de Iyov nem de outras
histórias da Bíblia para ver essa realidade. Nós a vemos ao nosso redor. De fato, to-
dos nós a vivemos até certo ponto.
"O homem nascido de uma mulher tem uma vida curta, e seus dias são repletos
de infortúnios. Ele nasce como uma flor, mas logo fenece. Passa como uma sombra
e desaparece." (Iyov [Jó] 14:1, 2).
Portanto, a questão com a qual lutamos é: como explicarmos o sofrimento, aque-
le que parece não fazer sentido para nós, no qual é derramado sangue inocente?
Como os primeiros capítulos do livro de Iyov revelam, e conforme o que a Bíblia
também mostra em outras partes, o Satan é um ser real e é a causa, direta ou indi-
reta, de tanto sofrimento. Como vimos anteriormente neste trimestre (veja a lição
dois), o conceito do grande conflito é muito eficaz para nos ajudar a lidar com a
realidade do mal em nosso mundo.
No entanto, às vezes é difícil compreender por que algumas coisas acontecem.
Muitas vezes, as coisas simplesmente não fazem sentido. Em momentos como es-
ses, quando acontecem coisas que não entendemos, precisamos aprender a confiar
na bondade do Eterno. Precisamos aprender a confiar em D'us mesmo quando não
podemos ver facilmente as respostas. Mesmo quando não é possível ver coisas boas
como resultado do mal e do sofrimento ao nosso redor.
6. Hebreus [Hb] 11:1 diz: "A confiança é a certeza do que esperamos, convenci-
dos das coisas que não vemos." A partir das coisas que vemos, como podemos
aprender a confiar em D'us sobre as coisas que não vemos? Pelo que lemos do
livro de Iyov até agora, em que sentido Iyov aprendeu a fazer exatamente isso?
Como podemos aprender a fazer o mesmo?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
A lbert Camus escreveu muitas coisas sobre sua luta para encontrar respostas para
a questão do sofrimento e o significado da vida que se torna mais problemática
por causa do sofrimento. Sua citação mais famosa mostra que seu progresso foi pe-
queno: "Há apenas um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se vale
a pena viver equivale a responder a questão fundamental da filosofia"3. A questão do
sofrimento humano não é fácil de responder.
Há, porém, uma diferença crucial entre as pessoas que lutam sem D'us para obter res-
postas e aquelas que o fazem com o Eterno. De fato, o problema do sofrimento se torna
mais difícil quando se acredita na existência do Criador, devido aos problemas inevi-
táveis que a existência Dele traz em face do mal e da dor. Por outro lado, temos o que
ateus como Camus não têm: a possibilidade e a perspectiva da resposta e da resolução.
(Há evidências de que Camus tivesse posteriormente buscado o Criador e logo mor-
reu em um acidente automobilístico). Temos a esperança de que D'us "Ele enxugará
dos olhos deles toda lágrima. Não haverá mais morte; nem tristeza, nem choro, nem
dor; porque a antiga ordem já passou" (Revelação [Ap] 21:4). Mesmo que alguém não
acreditasse nessa promessa, essa pessoa teria que admitir que, se não houvesse nada
mais que isso, a vida seria muito mais agradável por termos ao menos essa esperança.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 8
1
Albert Camus, The plague; New York: First Vintage International Edition, 1991, p. 218
(contextualizado)
2
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 129 (contextualizado)
3
The Myth of Sisyphus and Other Essays ["O mito de Sísifo e outros ensaios"]; Nova
York: Vintage Books, 1995, p. 3 (contextualizado)
Declarações
de esperança
VERSO PARA MEMORIZAR
"Isto contribuirá para minha salvação, pois um hipócrita não ousaria justificar-se
ante a Sua presença." (Iyov [Jó] 13:16)
LEITURAS DA SEMANA
Mishlei [Pv] 17:28; Iyov [Jó] 13:1-15; Yaakov [Tg] 2:20-22; 1 Coríntios [1Co] 15:11-20; 1 Kefa
[1Pe] 1:18-20; Bereshit [Gn] 22:8
O ensaísta britânico William Hazlitt escreveu: "O homem é o único animal que ri e
chora, pois ele é o único animal surpreendido pela diferença entre o que as coi-
sas são e o que elas deveriam ser."
Certamente, as coisas não são o que deveriam ser. Porém, para o seguidor do
Mashiach que vive com a promessa da segunda vinda de Yeshua, há esperança: A
grande esperança do que as coisas se tornarão (2Kefa [2Pe] 3:13). Elas se torna-
rão uma realidade tão maravilhosa que nós, com mentes obscurecidas pelo pecado
(1Coríntios [1Co] 13:12), mal podemos imaginar. Essa é uma esperança que a mente
secular, em toda a sua estreiteza e pobreza de espírito, perdeu há muito tempo.
Nesta semana, ao continuar estudando a questão do sofrimento no livro de Iyov,
descobriremos que, mesmo em meio à injusta calamidade que lhe sobreveio, que
não fazia sentido algum e que não era justificada, Iyov ainda foi capaz de proferir
palavras de esperança. Qual era essa esperança? O que ela nos diz que nós também
podemos esperar?
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Matt & Tina Munson da comunidade Judaico-Adven-
tista de Cleveland, GA, USA.
70 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
20 de novembro [ יום ראשוןYom Rishon 19 Cheshvan] Domingo
Inventores de mentiras
"M esmo um tolo, se permanece em silêncio, é reputado por sábio; aquele que
mantém fechada sua boca pode passar por inteligente" (Mishlei [Pv] 17:28).
Podemos dizer muita coisa sobre Iyov, mas não dá para declarar que ele ficaria ali
sentado, em meio ao seu sofrimento, ouvindo em silêncio as palavras que seus ami-
gos lhe dirigiam. Ao contrário, em grande parte de seu livro, Iyov rebateu o que sabia
ser uma mistura de verdade e erro. Como vimos, aqueles três homens não estavam
demonstrando muito tato e solidariedade. Eles alegavam falar em nome de D'us ao jus-
tificarem o que havia acontecido com Iyov. Basicamente eles disseram que Iyov estava
recebendo o que merecia, ou que ele merecia coisas ainda piores! Qualquer uma dessas
linhas de raciocínio já teria sido ruim o bastante, mas todas as três juntas (e ainda ou-
tras) já era demais! Então, Iyov as rebateu.
1. Leia Iyov [Jó] 13:1-14. Como Iyov respondeu ao que haviam dito a ele? Quais fo-
ram seus argumentos?
No capítulo 2 de Iyov [Jó], vimos que, quando aqueles homens foram visitá-lo
pela primeira vez, não lhe disseram nada durante sete dias. Considerando o que, por
fim, começou a ser dito por eles, essa poderia ser a melhor abordagem. Com certeza
foi isso que Iyov pensou.
Perceba também que Iyov não apenas disse que aqueles homens estavam dizendo
mentiras, mas que estavam falando mentiras sobre o Eterno! (Isso é interessante à
luz do que acontece no final do próprio livro [veja Iyov [Jó] 42:7]). Com certeza seria
melhor não falar nada do que falar coisas erradas. Quem já não sentiu quanto isso
é verdade? Porém, parece que dizer coisas erradas sobre D'us é muito pior. A ironia
era que aqueles homens realmente achavam que estavam defendendo o Eterno e Seu
caráter contra as queixas amargas de Iyov sobre o que havia acontecido. Embora Iyov
continuasse sem entender por que todas aquelas coisas haviam lhe acontecido, ele
sabia o bastante para reconhecer que a fala daqueles homens fazia deles "forjadores
de mentiras" (Iyov [Jó] 13:4).
Você já disse coisas erradas e precipitadas sobre pessoas ou situações? Você se arrependeu
de suas palavras? Como evitar esse erro novamente?
ESTUDO DIÁRIO
N o começo deste trimestre, fomos direto para o fim do livro de Iyov e vimos como
as coisas acabaram bem para ele. Vimos que, mesmo em meio ao seu terrível
sofrimento, Iyov tinha realmente uma esperança. Na verdade, vivendo nestes dias
e conhecendo toda a Escritura, de Bereshit à Revelação, podemos perceber que Iyov
tinha muito mais a esperar do que ele sequer podia imaginar naquela época.
Porém, quando seus filhos morreram, quando sua propriedade foi tomada e sua
saúde foi arruinada, Iyov não teve a vantagem de saber como as coisas terminariam.
Em vez disso, sabia que a vida, de repente, havia se tornado horrível.
Entretanto, mesmo em meio aos seus amargos lamentos, Iyov ainda expressava
esperança, e essa esperança estava no Eterno – o mesmo D'us que, aos seus olhos,
estava lidando de maneira muito injusta com ele.
2. Leia Iyov [Jó] 13:15. Que esperança é apresentada nesse verso? O que Iyov
estava dizendo?
"Ainda que Ele me matasse, eu Nele confiaria." Que poderosa declaração de con-
fiança! Com tudo o que lhe havia acontecido, Iyov sabia que muito possivelmente a
última coisa, a única que ainda não lhe tinha ocorrido, a morte, poderia acontecer –
e o Eterno também poderia causá-la. No entanto, mesmo que isso acontecesse, Iyov
morreria confiando no Eterno de toda maneira.
"As riquezas da graça do Mashiach devem ser conservadas diante da mente. Ente-
soure as lições providas por Seu amor. Que sua confiança seja como a de Iyov, de maneira
que você possa declarar: 'Ainda que Ele me matasse, eu Nele confiaria.' Apodere-se das
promessas do Avinu Shebashamayim, e lembre-se da maneira pela qual Ele tratou você
e Seus servos no passado, pois 'todas as coisas cooperem para o bem de quem o ama'"1.
De uma perspectiva puramente humana, Iyov não tinha razão para ter esperança.
Mas ele não estava olhando a partir de uma perspectiva humana. Se tivesse feito isso,
que esperança poderia ter? Em vez disso, quando Iyov fez essa maravilhosa declaração
de confiança e esperança, ele o fez no contexto de D'us e de sua confiança Nele.
Como Iyov conseguiu manter sua confiança em HaShem em meio a tudo o que lhe acontecera?
Leia Iyov [Jó] 1:1 e Yaakov [Tg] 2:20-22. Como esses textos ajudam a responder a essa pergunta?
Qual é a importância da fidelidade e da obediência em nossa vida religiosa? (Veja a lição 13).
ESTUDO DIÁRIO
Declarações de esperança
3. "Isto contribuirá para minha salvação, pois um hipócrita não ousaria justificar-
-se ante a Sua presença." (Iyov [Jó] 13:16). Esse verso vem logo depois daquele que
lemos ontem. Como ele confirma ainda mais a ideia de que, apesar de tudo, Iyov ti-
nha esperança, e de que sua esperança estava em D'us?
Q ue frase interessante para dar sequência ao que fora dito antes! Mesmo que Iyov
tivesse que morrer, mesmo que o Eterno o matasse, Iyov ainda confiaria em D'us
para a salvação. Embora, de um lado, seja um estranho contraste, por outro, essa
declaração faz todo sentido. Afinal de contas, o que é a salvação senão a libertação
da morte? E a morte, pelo menos para os salvos, nada mais é do que um breve mo-
mento de descanso, um instante de sono, seguido da ressurreição para a vida eterna.
Não tem sido a ressurreição a grande esperança de todo o povo de D'us ao longo dos
milênios? Essa também era a esperança de Iyov.
Além disso, após essa forte declaração de confiança na salvação, Iyov disse que o
"hipócrita (hanef - )חָ נֵףnão virá perante Ele". A raiz (hanef - )חנףsignifica "profano"
ou "ímpio", uma palavra com conotações muito negativas no hebraico. Iyov sabia
que sua salvação devia ser encontrada apenas em D'us, somente em uma vida sub-
missa em fiel obediência a Ele. É por isso que o homem mau e ímpio, o hanef - חנף,
não tinha essa esperança. Muito provavelmente Iyov estivesse expressando o que ele
entendia como sua "certeza de salvação". Embora ele oferecesse fielmente sacrifí-
cios de animais pelo pecado, não sabemos o nível de sua compreensão a respeito do
significado deles. Antes do Mashiach, a maioria dos fiéis seguidores do Eterno, tais
como Iyov, certamente não tinha uma compreensão ampliada da salvação como pas-
samos a ter após o Mashiach. Entretanto, Iyov conhecia o bastante para saber que sua
esperança de salvação seria encontrada somente em D'us, e que aqueles sacrifícios
eram uma expressão de como essa salvação deveria ser encontrada.
ESTUDO DIÁRIO
Q uem dentre nós, tendo passado por tudo o que Iyov passou, poderia fazer uma de-
claração de esperança tão poderosa? As palavras de Iyov são um testemunho eterno
da realidade da sua vida de confiança e obediência. Iyov tinha esperança porque servia ao
Eterno da esperança. Apesar de todas as sórdidas histórias da pecaminosidade humana
desde a queda de Adam e Havah no Gan Eden (Bereshit [Gn] 3) até a queda de Bavel no fim
dos tempos (Revelação [Ap] 14:8), a Bíblia é um livro repleto de esperança e da visão de
algo que vai além do que este mundo oferece. "O mundo foi confiado ao Mashiach, e por
Seu intermédio tem vindo toda bênção do Eterno à humanidade depois da queda. Era o
Redentor, tanto antes como depois da encarnação. Assim que houve o pecado, existiu
um Salvador"2. E quem é o Salvador senão a grande Fonte da nossa esperança?
"Que, então, diremos dessas coisas? Se D'us é por nós, quem poderá ser contra nós?" (Romanos [Rm]
8:31). Como você pode fazer desta a sua esperança mesmo em meio às lutas que esteja enfrentando?
ESTUDO DIÁRIO
Imagens de esperança
6. Leia os textos abaixo. Que esperança cada um deles nos revela?
Gálatas[Gl] 2:16
Siga o desenvolvimento do raciocínio apresentado nesses textos. Juntos, o que eles nos di-
zem sobre a esperança que temos em Yeshua?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
D o início ao fim, a Bíblia está repleta de maravilhosas palavras de esperança. "Eu lhes
disse essas coisas para que, unidos em mim, vocês tenham Shalom. Neste mundo,
vocês terão aflições. Mas sejam fortes. Eu venci o mundo" (Yochanan [Jo] 16:33). "E
lembrem-se: estarei sempre com vocês, até o fim da era" (Mattityahu [Mt] 28:20). "O
Mashiach nos redimiu da maldição pronunciada na Torá ao se tornar amaldiçoado em
nosso lugar" (Gálatas [Gl] 3:13). "Tão distante quanto o Oriente do Ocidente, Ele dis-
tanciou de nós as transgressões que outrora praticamos." (Tehillim [Sl] 103:12). "Porque
estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem outros governantes ce-
lestiais, nem o que existe nem o que está por vir, nem poderes do alto, nem das pro-
fundezas, nem qualquer outra coisa criada será capaz de nos separar do amor de D'us
que procede mediante o Messias Yeshua, nosso Senhor." (Romanos [Rm] 8:38, 39). "E
estará o arco na nuvem, e vê-lo-ei para recordar a aliança eterna entre D'us e entre toda
alma viva e toda criatura que esteja sobre a terra." (Bereshit [Gn] 9:16). "Vejam quanto
amor o Pai nos concedeu ao permitir sermos chamados filhos de D'us! Porque somos
exatamente isto. A razão para o mundo não nos conhecer é que ele não o conheceu."
(1Yochanan [1Jo] 3:1). "Lembrai que o Eterno é D'us; Ele nos fez e somente a Ele perten-
cemos. Somos Seu povo, o rebanho de Quem é pastor." (Tehillim [Sl] 100:3).
Que esperança teríamos se não fosse a partir do que nos é revelado nas Escrituras?
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 9
1
Romanos [Rm] 8:28 citado em Ellen G. White, Para Conhecê-Lo, p. 254 (contextu-
alizado)
2
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 210 (contextualizado)
3
Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 492 (contextualizado)
A ira
de Elihu
VERSO PARA MEMORIZAR
"Assim como muito acima da terra estão os céus, Meus caminhos são mais
elevados que os vossos, e Meus pensamentos muito mais profundos que os vossos."
(Yeshayahu [Is] 55:9)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 13:28; 28:28; 32:1-5; 34:10-15; Yechezkel [Ez] 28:12-17; Iyov [Jó] 1; 2:1-10
A intensa discussão entre Iyov e aqueles três homens continuava. Às vezes, eles fala-
vam palavras intensas, profundas, belas e verdadeiras. O livro de Iyov é muito cita-
do, até mesmo dos discursos de Eliphaz, Bildad e Tzofar. A razão para isso é que, como já
vimos repetidas vezes, os três amigos de Iyov de fato tinham muitas coisas boas a dizer.
Acontece que eles simplesmente não as disseram no lugar, momento e circunstância
certos. Isso deveria nos ensinar a verdade poderosa de Mishlei [Pr] 25:11-13:
"Uma palavra dita oportunamente é como maçãs de ouro em recipientes de prata.
Como um pendente de ouro ou como uma joia lavrada é a repreensão sensata ao ouvido
obediente. O mensageiro fiel é, para quem o envia, como o frio da neve na época da co-
lheita, porque refresca a alma de seu amo.".
Infelizmente, não eram essas as palavras que Iyov estava ouvindo de seus amigos.
Na verdade, o problema ficaria pior, pois em vez de apenas três homens dizerem que
Iyov estava errado, um novo homem surgia em cena.
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Mariel Ravinovich & Arieh Lattes da comunidade
Judaico-Adventista da Universidad Adventista del Plata, Argentina.
78 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
27 de novembro [ יום ראשוןYom Rishon 26 Cheshvan] Domingo
Consoladores miseráveis
M esmo após a poderosa declaração de confiança feita por Iyov (Iyov [Jó] 13:15, 16), a
discussão continuava. Ao longo de muitos capítulos, aqueles homens debateram
questões profundas e importantes sobre o Eterno, o pecado, a morte, a justiça, os ím-
pios, a sabedoria, e a natureza transitória da humanidade.
Iyov [Jó]15:14-16_______________________________________
O debate continuou por todos esses capítulos e nenhum lado se rendia. Eliphaz, Bil-
dad e Tzofar, cada um em sua própria maneira, com seus próprios objetivos, não arrefe-
ciam em seu argumento de que as pessoas recebiam o que mereciam na vida. Portanto,
o que havia acontecido com Iyov só podia ser um castigo justo pelos seus pecados. En-
quanto isso, Iyov continuava a lamentar seu destino cruel, certo de que ele não merecia
aquele sofrimento. Eles discutiam sem cessar; cada "consolador" acusava Iyov de dizer
palavras vãs e inúteis e Iyov também os acusava.
No fim das contas, nenhum deles, nem Iyov, compreendia o que estava acontecendo.
Como podiam compreender? Eles falavam a partir da perspectiva limitada que todos os
seres humanos têm. Se podemos aprender uma lição do livro de Iyov (que deveria ser
óbvia neste momento, especialmente depois de todos os discursos daqueles homens), é
que nós, seres humanos, precisamos ter humildade quando professamos falar do Eterno
e de Sua atuação. Podemos ter algum conhecimento da verdade, talvez até muito, mas
às vezes, como no caso daqueles três homens, pode ser que não saibamos necessaria-
mente a melhor forma de aplicar as verdades que conhecemos.
Olhe para o mundo natural. Por que só esse fato já nos revela quanto nosso conhecimento
é limitado, até mesmo em relação às coisas mais simples?
ESTUDO DIÁRIO
P Dos capítulos 26 a 31, Iyov, o trágico herói dessa história, fez seu último discurso aos
três homens. Apesar de eloquente e impetuoso, Iyov basicamente repetiu o argu-
mento que vinha usando ao longo de todo o livro: "Não mereço o que está acontecendo
comigo. Ponto final."
Iyov representa a humanidade no sentido de que muitas pessoas sofrem coisas que
não merecem. E a questão, a mais difícil em muitos aspectos, é: por que isso acontece?
Em alguns casos a resposta para o sofrimento é relativamente simples. As pessoas cla-
ramente trazem problemas para si mesmas. Mas muitas vezes, especialmente no caso
de Iyov, não é isso que acontece, e assim a questão do sofrimento continua.
À medida que o capítulo 31 vai chegando ao fim, Iyov fala sobre a vida que levava, na
qual nada do que ele havia feito justificava o que estava lhe acontecendo. Em seguida,
o último verso do capítulo diz: "Assim terminaram as palavras de Jó." (Iyov [Jó] 31:40).
Essa é a primeira vez que Elihu é mencionado no livro de Iyov. Embora não saiba-
mos quando exatamente ele entrou em cena, é óbvio que ele ouviu parte das longas
discussões. Elihu deve ter chegado mais tarde, pois não é mencionado junto com os
outros três amigos quando estes foram visitar Iyov pela primeira vez. Seja qual for
a parte do diálogo que ele acompanhou, o que sabemos é que Elihu ficou insatisfeito
com as respostas que ouvira. Na verdade, nesses cinco versos, vemos que sua "ira"
se acendeu por quatro vezes por causa do que ouvira. Então, nos seis capítulos se-
guintes, Elihu procurou dar seu parecer e sua explicação sobre as difíceis questões
com as quais aqueles homens lidaram por causa das calamidades que atingiram Iyov.
Iyov [Jó] 32:2 afirma que Elihu ficou irado com Iyov, pois "ele procurou justificar a si mes-
mo, antes que a D'us.", o que era uma distorção da verdadeira atitude de Iyov. Devemos
ter muito cuidado com nossa maneira de interpretar as palavras de outras pessoas. Como
interpretar da melhor maneira o que as pessoas dizem?
ESTUDO DIÁRIO
F oram escritos muitos comentários sobre Elihu e seu discurso ao longo dos sécu-
los. Alguns consideram suas palavras um momento decisivo na direção do diá-
logo. Porém, não é muito fácil perceber em que aspecto Elihu acrescentou alguma
coisa tão inovadora a ponto de modificar a dinâmica do diálogo. Em vez disso, Elihu
parece ter apresentado os mesmos argumentos que os outros três amigos haviam
apresentado na tentativa de defender o caráter de D'us contra a acusação de injustiça
em relação aos sofrimentos de Iyov.
3. Leia Iyov [Jó] 34:10-15. Quais verdades Elihu expressou nesse texto? Qual é o pa-
ralelo entre essas verdades e as palavras dos outros amigos de Iyov? Embora suas
palavras fossem verdadeiras, por que elas foram inapropriadas àquela situação?
Talvez o que percebemos em Elihu e nos outros três homens seja medo. Talvez
eles tivessem medo de que o Eterno não fosse o que eles imaginavam. Eles queriam
acreditar na bondade, na justiça e no poder de D'us. Portanto, o que fez Elihu senão
expressar verdades sobre a bondade, a justiça e o poder do Eterno?
"Pois seus olhos se pousam sobre os caminhos dos seres humanos e Ele vê tudo o
que fazem. Não há trevas, nem mesmo as sombras da morte, onde se possam ocultar
os iníquos." (Iyov [Jó] 34:21, 22).
"Vê que D'us é poderoso, mas a ninguém despreza, pois também em compreen-
são Ele é magnânimo. Não preserva a vida dos iníquos, mas atende aos direitos do
necessitado. Não desvia Seus olhos do íntegro e o coloca num trono entre outros reis,
onde é exaltado incessantemente." (Iyov [Jó] 36:5-7).
"O Todo-Poderoso, que não podemos perceber, é imenso em poder, grandioso no
julgamento e abundante em justiça, e a ninguém oprime. Por isto é temido pelos ho-
mens, e não olha (de forma especial) aos que se julgam sábios." ( Iyov [Jó] 37:23, 24).
Se tudo isso é verdade, então a única conclusão lógica a que podemos chegar é de
que Iyov estava recebendo o que merecia. O que mais poderia ser? Elihu estava ten-
tando "proteger" sua própria compreensão do Eterno em face do mal tão terrível que
estava acontecendo com um homem tão bom como Iyov.
Você já enfrentou uma situação que o fez temer por sua confiança? Como você reagiu? Olhando
para trás, o que poderia ter feito diferente?
ESTUDO DIÁRIO
A irracionalidade do mal
4. Leia Yechezkel [Ez] 28:12-17. A queda de Satan e a origem do mal fazem sen-
tido? Por quê?
Ali estava um ser perfeito, criado pelo Criador perfeito, em um ambiente perfeito.
Ele era exaltado, cheio de sabedoria, perfeito em beleza, coberto de pedras preciosas;
era um "Keruv ungido", que estava "no monte santo de D'us". No entanto, mesmo
com tudo isso e tendo recebido tantos privilégios, esse ser se corrompeu e permitiu
que o mal o dominasse. O que pode ser mais irracional e ilógico do que o mal que
contaminou Satan?
ESTUDO DIÁRIO
O desafio da confiança
C om certeza, os principais personagens do livro de Iyov, meros mortais que viam "de
modo obscuro por um espelho," (1Coríntios [1Co] 13:12), estavam agindo de acordo com
uma perspectiva muito limitada e uma compreensão muito estreita da natureza do mundo
físico, e muito menos do espiritual. Também é interessante notar que em todos aqueles de-
bates sobre o mal que havia ocorrido com Iyov, nenhum deles, nem mesmo Iyov, falou sobre
o papel do adversário, que era a causa direta e imediata de todas as aflições de Iyov. Aqueles
homens, principalmente Elihu (veja Iyov [Jó] 36:1-4), tinham convicção de que estavam
certos. Porém, suas tentativas de explicar racionalmente o sofrimento de Iyov não foram
suficientes. Além disso, é evidente que Iyov sabia que as tentativas deles haviam falhado.
Como vimos anteriormente, não foi a maldade de Iyov que lhe trouxe o sofrimento.
Longe disso! Na verdade, foi precisamente sua bondade que fez com que o Eterno o desta-
casse diante do Satan. Então foi a bondade de Iyov e seu desejo de ser fiel a D'us que fizeram
com que tudo aquilo acontecesse com ele? Como podemos entender isso? E mesmo que Iyov
soubesse o que estava acontecendo, não teria ele clamado: "Por favor, use outra pessoa.
Devolva meus filhos, minha saúde e minha propriedade!"? Iyov não tinha se oferecido como
cobaia. Quem faria isso? Portanto, o que aconteceu com Iyov e sua família foi justo?
Enquanto isso, embora o Eterno tenha vencido o confronto com o adversário, sabemos que o
inimigo não admitiu a derrota (Revelação [Ap] 12:12). Qual era então o propósito de tudo aquilo?
Além do mais, não importa o bem que tenha resultado dos sofrimentos de Iyov, será que valeu a pena
a morte de todas aquelas pessoas e toda a aflição que Iyov passou? Se ainda temos essas perguntas
(embora estejamos esperando mais respostas no futuro), imagine todas as perguntas que Iyov tinha!
Contudo, eis aqui uma das lições mais importantes que podemos tirar do livro de Iyov: devemos
viver pela emuná (fé) e não pelo que vemos; devemos confiar no Eterno e permanecer fiéis a Ele
mesmo quando não pudermos racionalizar nem explicar a razão das coisas que acontecem. Não
vivemos por ela quando tudo é explicado de maneira plena e racional. Andamos pela fé quando con-
fiamos em D'us e a Ele obedecemos, mesmo sem entender as coisas que acontecem ao nosso redor.
Em quais coisas você precisa confiar no Eterno, mesmo quando não as compreende? É pos-
sível continuar construindo essa confiança, ainda que não tenhamos as respostas?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
O autor John Hedley Brooke escreveu sobre o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-
1804) e sua tentativa de compreender os limites do conhecimento humano,
principalmente no tocante às obras de D'us. Para Kant, "justificar os caminhos de
D'us ao homem era uma questão de confiança, não de entendimento. Como exem-
plo de uma postura autêntica em face da adversidade, Kant escolheu Iyov, que foi
despojado de tudo, exceto da consciência limpa. Sujeitando-se diante de uma or-
dem divina, ele estava certo em resistir aos conselhos dos amigos que buscavam
apresentar as razões do seu infortúnio. A força da atitude de Iyov consistia em saber
o que então sabia: o que D'us pensava que estava fazendo ao acumular infortúnios
sobre ele"2. Eliphaz, Bildad, Tzofar e Elihu julgavam que podiam explicar o que havia
acontecido com Iyov em uma simples relação de causa e efeito. A causa era o pecado
de Iyov; o efeito era seu sofrimento. O que poderia ser mais claro, teologicamente
correto e racional do que isso? No entanto, o raciocínio deles estava errado – um
exemplo poderoso do fato de que a realidade e o Eterno que a criou e a sustenta não
necessariamente obedecem nossa compreensão do Criador e do funcionamento do
mundo criado por Ele.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 10
1
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 492, 493 (contextualizado)
2
Science and Religion ["Ciência e religião"]; Nova York: Cambridge University Press,
2006, p. 207, 208 (contextualizado)
3
Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 468 (contextualizado)
Dois Rosh Chodesh (Cabeça do Mês) para Kislev (quando um mês tem 30 dias, o úl-
timo dia do mês e o primeiro do mês seguinte servem como Rosh Chodesh do mês
vindouro).
Horário para o acendimento das velas de Iom Tov encontra-se (págs. 126-129)
Do meio da
tempestade
VERSO PARA MEMORIZAR
"Onde estavas quando construí as fundações da terra? Diz-me, já que tanto sabes!"
(Iyov [Jó] 38:4)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 38–39; Yochanan [Jo] 1:29; Mattityahu [Mt] 16:13; 1Coríntios [1Co] 1:18-27; Iyov [Jó]
40:1-4; 42:1-6; Lucas [Lc] 5:1-8
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelo povo judeu da Divisão Inter-europeia e pelo Novo Centro
Judaico-Adventista em Paris, França.
86 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
4 de dezembro [ יום ראשוןYom Rishon 4 Kislev] Domingo
Do meio da tempestade
1. Leia Iyov [Jó] 38:1. O que ocorre nesse verso, diferentemente de tudo o que ocor-
re nos outros diálogos?
De maneira repentina, o Eterno reaparece no livro de Iyov pela primeira vez desde
Iyov [Jó] 2:6: "Eis que ele está em tua mão, mas preserva-lhe sua alma (da morte)."
Nada prepara o leitor para a súbita aparição de D'us. Iyov [Jó] 37 termina com o discurso
de Elihu, e então somos informados de que "Então, de dentro de um turbilhão, o Eterno
respondeu a Jó" (Iyov [Jó] 38:1). Instantaneamente o diálogo passa a ser apenas entre
D'us e Iyov.
A palavra redemoinho (turbilhão - haseara - )הַ סְ עָ ָרהvem de um termo hebraico (Sara
- )סערהque significa "tempestade" ou "temporal", e tem sido usada em relação à ma-
nifestação de HaShem (ver Yeshayahu [Is] 29:6; Zekharyah [Zc] 9:14). Ela também foi
usada no contexto do arrebatamento de Elyahu (ver Mlakhim Bet [2Rs] 2:1).
Embora não seja dado nenhum detalhe físico sobre essa todavia (manifestação vi-
sível do Eterno à humanidade), o texto deixa claro que D'us não estava falando com Iyov
em "uma voz mansa e delicada." (Mlakhim Alef [1Rs] 19:12). Em vez disso, o Eterno Se
manifestou de maneira muito poderosa, que certamente chamou a atenção de Iyov.
2. D'us estaria realmente perto nós? Bereshit [Gn] 15:16; 32:24-32; Yochanan [Jo]
1:29
A Bíblia nos ensina a grande e importante verdade de que o Eterno não é um D'us
distante, que criou o mundo e, em seguida, nos abandonou aqui. Ao contrário, Ele in-
terage conosco intimamente. Não importam as nossas dores, problemas e dificuldades,
podemos ter a certeza de que D'us está perto de nós e podemos confiar Nele.
Uma coisa é acreditar que o Eterno está próximo de nós; outra bem diferente é experimen-
tar essa proximidade. Como você pode se aproximar de D'us e obter esperança e conforto a
partir desse relacionamento?
ESTUDO DIÁRIO
A pergunta do Eterno
D epois do que deve ter parecido um longo silêncio para Iyov, D'us finalmente falou
com ele, ainda que as primeiras palavras do Eterno possam não ter sido exatamente
o que Iyov queria ouvir.
3. Qual foi a primeira pergunta que D'us fez a Iyov, e o que estava implícito nes-
sa pergunta? (Iyov [Jó] 38:2)
Iyov tinha muito a dizer sobre D'us. Mas o Eterno obviamente queria que ele per-
cebesse que, na verdade, havia muito que ele não sabia nem compreendia sobre o seu
Criador. A primeira pergunta que D'us fez a Iyov se assemelha a algumas palavras que
aqueles três homens também disseram a ele (ver Iyov 8:1, 2; 11:13; 15:13).
Se o Eterno lhe perguntasse algo sobre sua vida hoje, o que Ele perguntaria? O que você
responderia? O que a pergunta e a resposta lhe ensinariam sobre si mesmo?
ESTUDO DIÁRIO
Se Iyov esperava uma explicação detalhada sobre a razão para as calamidades que lhe
haviam acontecido, ele não a obteve. Em vez disso, o que Iyov recebeu foi uma chuva de
perguntas retóricas. Essas perguntas comparavam o poder criador de D'us com a transi-
toriedade e a ignorância do pobre Iyov.
O Eterno começou a perguntar: "Onde estavas quando construí as fundações da terra?
Diz-me, já que tanto sabes!" (Iyov [Jó] 38:4). Depois de repetir algumas das primeiras
cenas de Bereshit – por exemplo, a origem da Terra, o mar, a luz e a escuridão – D'us disse
a Iyov, essencialmente: É claro que você sabe de todas essas coisas, "Tu por acaso o sabes,
porque já eras nascido naquele tempo e imenso é o número de teus dias?" (Iyov [Jó] 38:21).
Em seguida, o Eterno mencionou as maravilhas e mistérios da criação, novamente
através de uma série de perguntas retóricas que não abrangiam apenas os fundamentos
da Terra, mas também os mistérios do tempo e até mesmo das próprias estrelas. "Podes
atar as correntes das Plêiades ou afrouxar as de Órion?" (Iyov [Jó] 38:31). D'us então dirigiu
a atenção de Iyov de volta à Terra e discorreu sobre temas que vão desde a sabedoria vista
na criação das nuvens e meteoros (Iyov [Jó] 38:36) até a vida dos animais selvagens (Iyov
[Jó] 38:39-41) – um tema desenvolvido com muito mais detalhe no capítulo 39 de Iyov.
Se o livro de Iyov fosse escrito hoje, o Eterno poderia ter perguntado: "Quem liga os quarks
em prótons e nêutrons?", "Onde você estava quando Eu medi a massa de Planck? É pelo
seu entendimento que a gravidade curva o espaço e o tempo?"
A resposta para todas essas perguntas é a mesma: É claro que não! Iyov não esta-
va em nenhum desses eventos, e pouco sabia sobre qualquer um desses fenômenos
mencionados pelo Eterno. A intenção de HaShem era mostrar a Iyov que, mesmo com
toda a sua sabedoria e conhecimento, e ainda que tivesse falado o que era "direito"
(Iyov [Jó] 42:7) a respeito do Eterno (diferentemente daqueles outros homens), Iyov
ainda sabia bem pouco! Sua falta de conhecimento foi revelada por meio de sua
grande ignorância a respeito do mundo criado.
Se Iyov sabia tão pouco sobre a criação, quanto ele podia compreender sobre o Criador?
Que diferença há entre o Criador e a criatura, entre D'us e a humanidade! O que somos nós,
comparados ao Eterno? Porém, veja o que esse D'us fez para nos salvar e para nos oferecer
a esperança de comunhão eterna com Ele.
ESTUDO DIÁRIO
A partir da nossa perspectiva hoje, é fácil olhar para as perguntas que o Eterno fez
a Iyov e perceber que um homem como ele, que viveu há milhares de anos, en-
tendia bem pouco sobre o mundo criado! Foi somente em 1500 e.c., por exemplo, que
o homem finalmente compreendeu que o movimento do Sol no céu era o resultado
da rotação da Terra sobre o próprio eixo, e não a órbita do Sol em torno da Terra.
Essa é uma verdade que a maioria de nós vê com a maior naturalidade hoje.
Graças, principalmente, à ciência moderna, temos hoje uma compreensão do
mundo natural que as pessoas nos tempos bíblicos sequer poderiam começar a ob-
ter. No entanto, mesmo com todo esse conhecimento adquirido, ainda somos muito
limitados em nossa percepção do mundo natural e de suas origens!
6. Leia as perguntas que D'us fez a Iyov nos capítulos 38 e 39. As pessoas hoje
poderiam responde-las de maneira mais satisfatória?
É evidente que a ciência tem nos revelado facetas da realidade que estavam an-
teriormente ocultas. No entanto, ainda temos muito o que descobrir. A ciência não
pôs um fim à majestade e ao mistério da criação de D'us. Longe disso! De muitas
maneiras, ela os tornou ainda mais impressionantes, revelando uma profundidade
e complexidade do mundo natural sobre as quais as gerações anteriores não faziam
ideia. "'As coisas ocultas pertencem ao Eterno, nosso D'us. Porém, as reveladas nos
pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para cumprir todas as palavras desta
Torá.' (Devarim [Dt] 29:28 (29)). Precisamente como Eterno realizou a obra da cria-
ção, jamais Ele o revelou ao homem. A ciência humana não pode descobrir os segre-
dos do Altíssimo. Seu poder criador é tão incompreensível quanto Sua existência"1.
Mesmo com todo o conhecimento que o ser humano tem acumulado nos últimos
séculos, a criação continua repleta de mistérios e maravilhas que mal podemos son-
dar. Quanto mais descobrimos sobre o mundo criado, mais surpreendente e miste-
rioso ele parece para nós. Em quais aspectos o mundo criado deixa você maravilhado
diante do poder do nosso D'us?
ESTUDO DIÁRIO
Arrependendo-se no pó e na cinza
8. Leia Iyov [Jó] 40:14 e Iyov [Jó] 42:16. Qual foi a resposta de Iyov diante da re-
velação do próprio Eterno?
Iyov ficou desconcertado com o que D'us tinha lhe mostrado. Na verdade, no ca-
pítulo 42:3, ao dizer: "Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre
o conselho?", Iyov estava simplesmente repetindo a primeira pergunta que o Eterno
havia lhe feito. Mas Iyov então soube a resposta: foi ele próprio que falou sobre o que
realmente não conhecia.
Note, igualmente, o que Iyov disse no capítulo 42:5. Embora ele só tivesse ouvi-
do falar sobre o Eterno, ele então O via, isto é, tinha uma visão melhor de D'us. Ele
começou a enxergar a si mesmo. Foi por isso que Iyov reagiu daquela maneira, abo-
minando a si mesmo e se arrependendo no pó e na cinza.
9. Leia Yeshayahu [Is] 6:1-5 e Lucas [Lc] 5:1-8. Qual é a semelhança entre as
reações descritas nesses textos e a de Iyov?
Imagine que você estivesse diante do Eterno. Qual seria a sua reação?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
"O Eterno permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o mun-
do, tanto nas ciências como nas artes; mas quando professos cientistas tra-
tam esses assuntos de um ponto de vista meramente humano, chegam a conclusões
errôneas. Pode ser inofensivo pesquisar além do que a Palavra de D'us revelou, se
nossas teorias não contradizem fatos encontrados nas Escrituras. Mas aqueles que
deixam os Escritos Sagrados e procuram explicar Suas obras criadas por meio de
princípios científicos, estão vagando sem mapa nem bússola em um oceano desco-
nhecido. Os maiores estudiosos, se não são guiados pelas Escrituras Sagradas em sua
pesquisa, desencaminhamse em suas tentativas de traçar as relações entre a ciência
e a revelação. Visto acharem-se o Criador e Suas obras tão além de sua compreensão
que são incapazes de os explicar pelas leis naturais, consideram a história bíblica
como indigna de confiança. Os que duvidam da exatidão dos registros do Tanakh e
da B'rit Hadashá, serão levados a um passo a mais, e duvidarão da existência de D'us.
Então, tendo perdido sua âncora, são abandonados a bater de um lado para outro nas
rochas da incredulidade"2.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 11
1
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 113 (contextualizado)
2
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 113 (contextualizado)
3
A. N. Whitehead, Diálogos de Alfred North Whitehead (contextualizado)
O redentor
de Iyov
VERSO PARA MEMORIZAR
"Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou
sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de D'us e oprimido." (Yeshayahu [Is]
53:4)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 19:25-27; Yochanan [Jo] 1:1-14; Iyov [Jó] 10:4, 5; Lucas [Lc] 2:11; Gálatas [Gl] 4:19;
Lucas [Lc] 9:22; Yeshayahu [Is] 53:1-6
O livro de Iyov atinge seu clímax com a manifestação repentina do próprio D'us, a
partir do capítulo 38. O Eterno Se revelou a Iyov de maneira poderosa e miraculosa,
e isso resultou em sua confissão e arrependimento. D'us, então, repreendeu os três
amigos de Iyov por suas palavras erradas e Iyov orou por eles. "o Eterno fez mudar a
fortuna de Jó, quando este orou por seus amigos, e o Eterno lhe concedeu o dobro do
que possuíra antes." (Iyov [Jó] 42:10). Iyov viveu uma vida longa e plena depois disso.
Há, no entanto, algo inquietante e insatisfatório na história de Iyov e no final
dela. D'us e o Satan discutiram no Céu e o conflito foi decidido aqui na Terra, na vida
do pobre Iyov? Não parece justo nem razoável que Iyov tenha suportado o terrível
fardo desse conflito entre o D'us e o Satan, enquanto o Eterno permanecia no Céu
simplesmente assistindo.
Devia haver algo mais nessa história. E há. Esse "algo mais" foi revelado muitos
séculos mais tarde, na morte de Yeshua o Mashiach. Somente no Mashiach encontra-
mos respostas maravilhosas e confortadoras para as perguntas que o livro de Iyov
não responde plenamente.
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Vania Siqueira Krueger & Eduardo Carambula da
comunidade Judaico-Adventista de Montevidéo, Uruguai.
94 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
11 de dezembro [ יום ראשוןYom Rishon 11 Kislev] Domingo
Q uando o Eterno apareceu a Iyov no capítulo 38, Ele Se revelou como o Criador que
"abriu os canais para que ocorressem inundações", Aquele que fez um "ou estabe-
lece rotas para os relâmpagos dos trovões, para que desabe a chuva sobre o deserto onde
não habita qualquer homem" (Iyov [Jó] 38:25, 26). O Eterno, Nosso D'us, porém, não é
apenas Criador. Ele também tem outro título e função cruciais.
Com esses versos famosos, Iyov demonstrou que tinha algum conhecimento do
Redentor, uma compreensão de que, embora as pessoas morressem, havia esperança
além da sepultura, e essa esperança se encontrava no Redentor, que viria à Terra um
dia. Estas palavras de Iyov apontam para a verdade bíblica mais importante e funda-
mental: D'us é nosso Redentor. Sim, Ele é nosso Criador. Mas neste mundo caído, em
que pecadores estão condenados à morte eterna, precisamos de algo mais do que um
Criador. Também precisamos de um Redentor. É exatamente isso que nosso D'us é:
Criador e Redentor (veja Yeshayahu [Is] 48:13-17). É Dele, nessas duas funções, que
obtemos a grande esperança da vida eterna.
2. Leia Yochanan [Jo] 1:1-14. Como Yochanan ligou o Mashiach, o Criador ao Redentor?
É evidente que em Yochanan [Jo] 1:1 há uma alusão a Bereshit [Gn] 1:1 (O Eterno
como Criador). E, como se isso não bastasse, as seguintes palavras tornam insepa-
rável o elo entre Yeshua HaMashiach como Criador e Redentor: "Ele estava no mundo
- o mundo foi feito por meio dele [...] No entanto, a todos que o receberam, aos que
depositaram confiança na pessoa e no poder dele, ele lhes deu o direito de se torna-
rem filhos de D'us" (Yochanan [Jo] 1:10-12). Na verdade, somente por ser o Criador,
Ele também pode ser o nosso Redentor.
Se tivéssemos apenas um Criador, mas não Redentor, que esperança teríamos? Por que o
Mashiach como Redentor é tão importante para nós?
ESTUDO DIÁRIO
O Filho do Homem
3. Leia Iyov [Jó] 10:4, 5. Qual foi a queixa de Iyov? Ele tinha razão nesse ponto?
4. Como os seguintes textos respondem à queixa de Iyov? Lucas [Lc] 2:11; Yo-
chanan [Jo] 1:14; Lucas [Lc] 19:10; Mattityahu [Mt] 4:2; 1Timóteo [1Tm] 2:5; He-
breus [Hb] 4:15.
A queixa de Iyov, de que o Eterno não era um ser humano e que, portanto, não
poderia conhecer a miséria e aflição humanas, foi respondida plenamente quando
Yeshua veio na condição de homem. Embora nunca tenha perdido Sua divindade, o
Mashiach também foi plenamente humano. Assim como Iyov e todos os seres huma-
nos, Ele sabia o que é sofrer e lutar. Na verdade, vemos na Bessorá a realidade da hu-
manidade do Mashiach e os sofrimentos pelos quais Ele passou na condição humana.
Yeshua respondeu à queixa de Iyov.
"Não foi uma humanidade de faz de conta que o Mashiach tomou sobre Si. Ele
tomou a natureza humana e viveu a natureza humana. [...] Não só tornou-Se ser
humano, mas tornou-Se em semelhança ao ser humano após o pecado"1.
O que significa o fato de que Yeshua assumiu a humanidade? O que isso lhe diz sobre a
proximidade do relacionamento que Ele pode ter com você nas lutas que você enfrenta?
ESTUDO DIÁRIO
A morte do Mashiach
5. O que os seguintes textos nos dizem sobre Yeshua e como devemos considerá-Lo
?
1Yochanan [1Jo] 2:6 ______________________________________
Sem dúvida, o Mashiach é o homem-modelo. Sua vida (Seu caráter) é o exemplo que
todos que O seguem devem, pela graça do D'us, procurar imitar. O Mashiach é o único
exemplo perfeito que temos de como viver a vida para a qual o Eterno nos chama. En-
tretanto, Yeshua HaMashiach não veio a esta Terra apenas para nos dar o exemplo. Nossa
situação como pecadores exigia mais do que apenas o desenvolvimento do caráter, como
se reformar nosso caráter e moldarnos à Sua imagem fossem as únicas exigências de Sua
obra como Redentor. Precisamos de algo mais do que isso: Necessitamos de um Substitu-
to, Alguém que pague a pena pelos nossos pecados. Yeshua não veio apenas para viver de
maneira irrepreensível a fim de nos dar o exemplo. Ele também veio para morrer a morte
que merecemos para que Sua vida perfeita possa ser creditada a nós.
Yeshua precisou morrer por nós, pois a obediência à Torá, embora fundamental à
vida, não é o que salva o pecador. "Isso significa que a parte legal da Torá se opõe às
promessas de HaShem? De maneira nenhuma! Pois, se a parte legal da Torá, dada por
D'us, tivesse em si mesma o poder de conceder vida, então a justiça verdadeiramen-
te procederia da obediência legalista dessa Torá." (Gálatas [Gl] 3:21). Se alguma lei
pudesse salvar o pecador, seria a Torá de D'us. Porém, nem mesmo a Torá pode nos
salvar. Somente a vida irrepreensível de nosso Exemplo perfeito, o Mashiach, é capaz
de nos redimir. Portanto, Yeshua veio para oferecer a Si mesmo, "para sempre, um
único sacrifício pelos pecados" (Hebreus [Hb] 10:12).
Nem sempre obedecemos à Torá. Como isso nos revela nossa necessidade de um Substituto?
ESTUDO DIÁRIO
Yeshayahu [Is] 53:4 diz que Mashiach levou as nossas enfermidades e as nossas dores.
Isso também inclui as enfermidade e as dores de Iyov; e não apenas as de Iyov, mas de todo
o mundo. Foi pelo pecado de todos os seres humanos que já viveram que Yeshua HaMashiach
morreu.
Portanto, é somente na morte do Mashiach que o livro de Iyov pode ser colocado na pers-
pectiva correta. Na morte, vemos o mesmo D'us que havia Se revelado a Iyov. Ali, o Eterno que
ensina a águia a voar e liga os quarks aos prótons e nêutrons sofreu mais do que qualquer
ser humano já sofreu ou pode sofrer, até mesmo Iyov. As enfermidades e dores que indivi-
dualmente experimentamos, Ele assumiu de maneira coletiva. Ninguém, então, pode Lhe
dar lições sobre sofrimento, pois Ele, em Sua humanidade, tomou sobre Si o peso de todo o
sofrimento que o pecado espalhou ao redor do globo. Conhecemos apenas nossas próprias
enfermidades e dores; na morte, Yeshua experimentou todas elas.
O Eterno, que perguntou a Iyov: "Conheces as leis do céu ou podes estabelecer seu domínio
sobre a terra?" (Iyov [Jó] 38:33), tornou-Se ainda mais incrível quando nos damos conta de
que, embora Ele tenha criado "as leis dos céus", Ele também tomou sobre Si a natureza hu-
mana e nela morreu para que, "por sua morte, pudesse tornar inoperante aquele que tinha o
poder da morte (isto é, o Satan - o Adversário – o anjo da morte)" (Hebreus [Hb] 2:14).
O livro de Iyov faz mais sentido se for contemplado através da morte do que sem ela, pois
a morte responde muitas questões que o livro deixa sem resposta. E eis a maior questão de
todas: Teria sido justo o Eterno estar no Céu, enquanto Iyov, na Terra, era forçado a sofrer a
fim de refutar as acusações de Satan? A morte do Mashiach nos mostra que, não importando
quanto Iyov ou qualquer outro ser humano tenha sofrido neste mundo, nosso D'us voluntaria-
mente sofreu muito mais do que qualquer um de nós poderia sofrer. Tudo isso foi feito para
que tivéssemos a esperança e a promessa da salvação.
Iyov considerava D'us como Criador. Depois da morte no madeiro, nós O vemos como
Criador e Redentor, ou precisamente, o Criador que se tornou nosso Redentor (Filipenses [Fp]
2:68). Para que isso fosse possível, Ele teve que sofrer pelo pecado de um modo que nenhum
outro ser humano, inclusive Iyov, sofreria ou seria capaz de sofrer. Portanto, como Iyov, o que
podemos fazer diante de tal cena, senão exclamar: "Retrato-me de minhas palavras e delas
me arrependo, percebendo que nada mais sou que pó e cinzas"? (Iyov [Jó] 42:6).
ESTUDO DIÁRIO
O Satan é desmascarado
8. Leia Yochanan [Jo] 12:30-32. O que Yeshua disse sobre o Satan no contexto da
sua morte e do grande conflito
Depois de falar sobre a morte de Yeshua, a escritora Ellen G. White escreveu so-
bre o forte impacto que ela teve no Céu e também para o Universo expectante. "As
mentirosas acusações de Satan contra o caráter e governo divinos apareceram sob
sua verdadeira luz. Ele acusou D'us de procurar simplesmente a exaltação de Si mes-
mo, exigindo submissão e obediência de Suas criaturas, e declarou que, enquanto
o Criador cobrava abnegação de todos os outros, Ele mesmo não a praticava e não
fazia sacrifício nenhum. Viu-se então que, para a salvação da humanidade caída e
pecadora, o Governador do Universo fizera o máximo sacrifício que o amor poderia
efetuar, pois 'D'us estava no Messias, reconciliando consigo o mundo' (2Coríntios
[2Co] 5:19). Viu-se também que, enquanto o Satan (Samael) abrira a porta para o pe-
cado por seu desejo de honras e supremacia, o Mashiach, a fim de destruir o pecado,
Se humilhara e Se fizera obediente até a morte"2.
9. Leia 2Coríntios [2Co] 5:19. Como a morte do Mashiach reconciliou com o Eter-
no o mundo caído?
O mundo havia caído em pecado e rebelião e se havia aberto aos planos e proje-
tos de Satan, conforme podemos ver tão claramente, por exemplo, no livro de Iyov.
Porém, quando o Mashiach veio como homem (embora nunca tivesse perdido Sua di-
vindade), Ele formou um laço indestrutível entre os Céus e a Terra e, com Sua morte,
garantiu a destruição final do pecado e de Satan. Por sua morte, Yeshua pagou a pena
legítima pelo pecado, reconciliando assim com D'us o mundo caído. Embora sejamos
pecadores condenados à morte, mediante a confiança podemos ter a promessa da
vida eterna em Yeshua HaMashiach.
Não importam os pecados que você cometeu, o Mashiach pagou o preço por eles morrendo.
Por que essa incrível verdade deveria mudar sua vida e motivá-lo a viver em obediência a Ele?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
"'C hegou a hora de este mundo ser julgado; agora será expulso o governante
deste mundo. Quanto a mim, quando for levantado da terra, atrairei todos a
mim'. Ele disse isso para indicar o tipo de morte que sofreria.' (Yochanan [Jo] 12:31-
33). 'Esta é a crise do mundo. Se Me torno a Kapparah pelos pecados dos homens, o
mundo será iluminado. O domínio de Satan sobre o coração dos homens será despe-
daçado. A desfigurada imagem de D'us será restaurada na humanidade, e uma famí-
lia de crentes tzadikim herdará afinal o reino vindouro.' Esse é o resultado da morte
do Mashiach. O Libertador perde-Se na contemplação da cena de triunfo evocada
diante Dele. A morte, a cruel e vergonhosa morte do Mashiach, com todos os horrores
que a cercam, Ele a vê resplendente de glória. Mas não é somente a obra da redenção
humana que é realizada pela morte do Mashiach. O amor de D'us manifesta-se ao
Universo. O príncipe deste mundo, o Satan, é expulso. São refutadas as acusações que
o Satan fez contra o Eterno. É para sempre removida a mancha que ele atirou sobre os
Céus. Os anjos, bem como os homens, são atraídos para o Redentor"3.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 12
1
Comentário Bíblico Adventista, v. 5, p. 1255 (contextualizado)
2
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 502 (contextualizado)
3
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 625, 626 (contextualizado)
O caráter
de Iyov
VERSO PARA MEMORIZAR
"Você pode ver que a fé cooperou com as ações; mediante as ações, a fé foi
completada." (Yaakov [Tg] 2:22)
LEITURAS DA SEMANA
Iyov [Jó] 1:1, 8; 29:8-17; 31:1-23; Shemot [Êx] 20:17; Mattityahu [Mt] 7:22-27; Mattityahu
[Mt] 5:16; Efésios [Ef] 3:10
E ntre todas as principais questões abordadas no livro de Iyov, não devemos perder
de vista outro tema crucial: o próprio Iyov. Quem foi esse homem em quem o
Eterno tanto confiava, a ponto de desafiar o Satan quanto à sua fidelidade e integri-
dade? Quem foi esse homem que não entendia a razão de tudo que estava lhe acon-
tecendo, que sabia que nada daquilo era justo, que expressou ira e frustração sobre
suas tragédias, e ainda assim permaneceu fiel até o fim?
Embora a essência do livro de Iyov trate da vida dele após as calamidades que lhe
atingiram, a partir dessa história, podemos colher informações sobre a vida anterior
desse personagem. O que aprendemos sobre o passado de Iyov e sobre o tipo de ho-
mem que ele era, nos dá maior compreensão da razão pela qual ele permaneceu fiel
ao Eterno, mesmo em meio a todo aquele terrível sofrimento e a tudo o que O Satan
tinha feito para tentar afastá-lo de D'us.
Como era o caráter de Iyov? Que lições aprendemos sobre sua maneira de viver
que podem nos ajudar a ser seguidores mais fiéis de D'us?
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelo líder Dr. Richard Elofer diretor do Centro Mundial de Fra-
ternidade Judaico-Adventista.
102 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
18 de dezembro [ יום ראשוןYom Rishon 18 Kislev] Domingo
O homem de Uz
1. Leia Iyov [Jó] 1:1 e 1:8. Como era o caráter de Iyov?
Embora Iyov tivesse ouvido ao longo dos diálogos que todo aquele mal que lhe havia
acontecido devia ser consequência de seus erros, parece que a situação era o oposto. Sua
bondade e fidelidade fizeram dele o alvo especial de Satan.
Até que ponto Iyov foi bom e fiel? Em primeiro lugar, o texto diz que ele era "perfei-
to". Essa palavra não implica necessariamente ausência de pecado, como foi o caso do
Mashiach. Significa, em vez disso, plenitude, integridade, sinceridade, mas num sentido
relativo. O homem 'perfeito' aos olhos do Eterno é aquele que alcançou o grau de desen-
volvimento que o Céu espera dele num determinado momento. O termo hebraico tam -
תָ םé equivalente ao grego τελειος, que é frequentemente traduzido como 'perfeito' na
B'rit Hadashá, mas que seria mais bem traduzido como 'plenamente desenvolvido' ou
'maduro'1. As experiências posteriores de Iyov revelam que ele não havia alcançado a
máxima perfeição de caráter. Embora fosse fiel e reto, ele ainda estava "crescendo".
Em segundo lugar, o texto diz que Iyov era reto. A palavra significa "ereto",
"firme", "justo", "correto". Iyov vivia de tal maneira que era digno de ser chamado
de "bom cidadão".
Em terceiro lugar, o texto diz que Iyov era "temente a D'us". O Tanakh retrata a ideia
de "temer" a D'us como parte do que significava ser um judeu fiel. Porém, esse termo
também foi usado na B'rit Hadashá para se referir aos goyim que serviam fielmente ao
D'us de Israel (veja Atos [At] 10:2, 22).
Por fim, Iyov "evitava" o mal ou dele se desviava. Essas características de Iyov foram
confirmadas pelo próprio D'us, quando Ele disse ao Satan: "Viste Meu servo Jó, inigualá-
vel em toda a terra por ser íntegro, justo, temente a Mim e distanciado de todo o mal?"
(Iyov [Jó] 1:8).
Iyov foi um tzadik cuja confiança foi revelada por sua maneira de viver. Dessa forma,
ele realmente testemunhou "para todo o Universo, para anjos e homens." (1Coríntios
[1Co] 4:9) sobre o que uma pessoa pode ser no Mashiach.
ESTUDO DIÁRIO
E nquanto Iyov lutava para aceitar a calamidade que lhe sobreviera, pensava em
seu passado, em como sua vida tinha sido boa e na maneira pela qual tinha vivi-
do. Ao falar sobre seu passado, Iyov afirmou que naquela época ele havia lavado "os
pés em leite" (Iyov [Jó] 29:6).
Por exemplo, em Iyov [Jó] 29:2, o patriarca falou sobre o tempo "em que D'us (o)
guardava". A palavra hebraica para "guardar - Shamor - " שמרvem de um termo
comum usado em todo o Tanakh para se referir ao vigilante cuidado do Eterno para
com Seu povo (veja Tehilim [Sl] 91:11; Bamidbar [Nm] 6:24). Sem dúvida, Iyov tinha
uma vida boa. É importante notar que ele reconhecia isso.
2. Leia Iyov [Jó] 29:8-17. Como as outras pessoas viam Iyov e como ele tratava os
que tinham dificuldades?
Podemos ver nesse trecho quanto Iyov era respeitado. A frase "quando eu saía à
porta da cidade ou quando preparava meu assento na praça" (Iyov [Jó] 29:7) trans-
mite a ideia de uma espécie de governo local, do qual Iyov, obviamente, fazia parte.
Tais "assentos" normalmente eram dados aos membros mais velhos e respeitados
da sociedade, e entre esses membros Iyov era muito estimado.
Porém, podemos ver que até as pessoas mais humildes da sociedade o amavam e
o respeitavam. Os pobres, os que pereciam, os cegos, as viúvas, os órfãos e os coxos
– aqueles que não tinham sido abençoados como Iyov eram exatamente aqueles a
quem Iyov ajudava e confortava.
"O Eterno dá em Sua Palavra a descrição de um homem próspero, cuja vida foi, na
mais exata acepção da palavra, um êxito, um homem que tanto o Céu como a Terra
se deleitavam em honrar"2.
Passagens como essas e outras que veremos a seguir nos mostram porque Iyov
tinha sido uma pessoa muito bemsucedida em todos os aspectos, tanto aos olhos dos
homens como aos olhos do Eterno.
É fácil ser gentil e respeitoso com os ricos, poderosos e famosos. Como, porém, você trata
aqueles que nada têm a lhe oferecer?
ESTUDO DIÁRIO
Coração e olhos
U ma primeira leitura dos textos abaixo poderia sugerir que Iyov estivesse se van-
gloriando, como se ele ostentasse sua santidade, virtude e boa conduta diante
das outras pessoas. É exatamente esse tipo de atitude que a Bíblia condena (veja
Mattityahu [Mt] 23). Mas não era isso que Iyov estava fazendo. Novamente, é impor-
tante lembrar o contexto: os três amigos de Iyov lhe disseram que sua vida passada
(supostamente muito má) era a causa de seu sofrimento. Entretanto, Iyov sabia que
isso simplesmente não podia ser verdade e que nenhum de seus atos o fizeram me-
recer os males que lhe sobrevieram. Portanto, Iyov usou a ocasião para relatar a vida
que ele havia tido e o tipo de pessoa que ele era.
3. Leia Iyov [Jó] 31:1-23. O que mais Iyov diz sobre como ele vivia antes das cala-
midades?
Note, igualmente, que Iyov não estava se referindo apenas às suas ações exterio-
res. O verso "meu coração seguiu meus olhos" (Iyov [Jó] 31:7) revela que Iyov com-
preendia o mais profundo significado da santidade, do certo e do errado e da Torá de
D'us. Parece que Iyov sabia que o Eterno Se preocupa com o coração, com os nossos
pensamentos, assim como Se preocupa com nossas ações (veja Shmuel Alef [1Sm]
16:7; Shemot [Êx] 20:17; Mattityahu [Mt] 5:28). Iyov sabia que era errado cobiçar uma
mulher e não apenas cometer adultério com ela. (Que evidência poderosa de que o
conhecimento do verdadeiro D'us existia mesmo antes que o Eterno chamasse a na-
ção de Israel para ser Sua testemunha e povo da aliança!).
4. Leia Iyov [Jó] 31:13-15. O que o patriarca disse? Por que essa mensagem é tão
fundamental?
Nesse trecho, Iyov demonstrou que tinha uma compreensão incrível, especialmen-
te para seu tempo, da igualdade fundamental de todos os seres humanos. O mundo
antigo não reconhecia nem seguia os conceitos de direitos e leis universais. Grupos
de pessoas se consideravam melhores e superiores a outros e, às vezes, não se im-
portavam em lhes negar a dignidade e os direitos básicos. Aqui, porém, Iyov revelou
quanto entendia de direitos humanos e que esses direitos se originavam no Criador.
Em alguns aspectos, Iyov estava à frente não só de seu tempo, mas do nosso também!
ESTUDO DIÁRIO
Não é de admirar que D'us tivesse elogiado a vida e o caráter de Iyov. Ele era um
homem que vivia sua emuná (fé), um homem cujas ações revelavam a realidade de
seu relacionamento com o Eterno. Isso, naturalmente, tornava sua queixa ainda mais
amarga: "Por que isto está acontecendo comigo?" E, claro, fazia com que os argu-
mentos de seus amigos se tornassem inúteis e vazios. Mas há uma mensagem ainda
mais profunda e importante que podemos extrair da vida fiel e obediente de Iyov.
Observe a íntima ligação entre sua vida passada e a maneira pela qual ele reagiu às
tragédias que lhe sobrevieram. Não foi por acaso, sorte, nem pura força de vontade
que Iyov se recusou a maldizer o Criador e morrer (Iyov [Jó] 2:9). Não! Foi porque
todos aqueles anos de fidelidade e obediência a D'us concederam-lhe a fé e o caráter
que o habilitaram a confiar no Eterno, apesar do que lhe havia acontecido.
6. Leia Mattityahu [Mt] 7:22-27 e responda: Por que Iyov permaneceu fiel
A chave para a grande vitória de Iyov estava em todas as vitórias "menores" que
ele havia obtido antes (veja também Lucas [Lc] 16:10). Sua adesão à justiça foi tão
fiel que ele não estava disposto a fazer concessões – isso fez de Iyov o que ele era.
Vemos em Iyov um exemplo do que o livro de Yaakov diz a respeito do papel das ações
na vida religiosa: "Você pode ver que a fé cooperou com as ações; mediante as ações,
a fé foi completada" (Yaakov [Tg] 2:22). Que importante princípio de vida é revelado
nesse verso! Na história de Iyov, vemos esse princípio se manifestando de maneira
poderosa. Iyov era de carne e osso como todos nós; no entanto, pela graça de D'us e
seu próprio esforço diligente ele teve uma vida de fiel obediência a D'us.
Que escolhas você precisa fazer para viver de maneira tão fiel quanto Iyov?
ESTUDO DIÁRIO
7. Leia Mattityahu [Mt] 5:16. Como esse verso ajuda a responder à pergunta que
Eliphaz fez a Iyov?
Eis a urgente questão do livro de Iyov: Manteria Iyov sua lealdade? O Satan disse
que não; o Eterno disse que sim. Portanto, a fidelidade de Iyov seria definitivamente
uma vantagem para o Eterno, pelo menos nessa batalha específica contra O Satan.
No entanto, a história de Iyov era apenas uma pequena representação de questões maio-
res. A primeira mensagem angélica nos ordena a "dar glória" a D'us (Revelação [Ap] 14:7).
Além disso, Yeshua explicou em Mattityahu [Mt] 5:16 que, pelas nossas boas ações, podemos
glorificar o Eterno. Foi isso que Iyov fez; é isso que também podemos fazer.
8. Leia Efésios [Ef] 3:10. Como o princípio expresso nesse texto se revela no li-
vro de Iyov, mas em escala menor?
O que vemos nesse verso, e no livro de Iyov, são expressões do fato de que D'us
atua na vida de Seus seguidores a fim de transformá-los, para a Sua glória, em Sua
própria imagem. "A própria imagem de D'us tem que ser reproduzida na humanida-
de. A honra do Eterno, a honra do Mashiach, acha-se envolvida no aperfeiçoamento
do caráter de Seu povo"3. Embora Iyov tenha vivido há milhares de anos, sua vida
foi um exemplo de como os seres humanos podem revelar esse princípio. O povo de
D'us, em todas as épocas, também tem o privilégio de viver da mesma forma.
Quais aspectos de sua vida glorificam a D'us? O que sua resposta lhe diz sobre si mesmo, sua
maneira de viver e sobre o que você precisa mudar?
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
T empos atrás, a grande verdade da salvação somente pela confiança foi resgatada.
Essa verdade foi sugerida pela primeira vez no próprio GanEden (veja Bereshit [Gn]
3:15) e, em seguida, expressada mais plenamente na vida de Avraham (veja Bereshit
[Gn] 15:6; Romanos [Rm] 4:3) antes de ser sucessivamente revelada nas Escrituras até
o Rabbi Shaul. No entanto, a verdade da salvação pela confiança sempre incluiu a ação
do Ruach HaKodesh na vida, não como meio de salvação, mas como a expressão dela.
Encontramos na vida e no caráter de Iyov um grande exemplo do caráter dessa ação.
Alguns sábios às vezes a chamam de Kedoshim, que significa, basicamente, "san-
tidade". Essa ação é tão significativa nas Escrituras que somos ordenados a buscar
"a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor." (Hebreus [Hb] 12:14). O signifi-
cado básico de kedoshim é "separado para uso santo", uma ideia aplicada ao povo
da aliança (Vayikrá [Lv] 19:2). Embora a palavra e seu conceito apareçam de várias
maneiras, tanto no Tanakh quanto na B'rit Hadashá, eles se referem ao que o Eterno
faz em nós. Kedoshim pode ser entendida como um crescimento moral em bondade e
rumo à bondade. É "um processo gradativo de mudança moral pelo poder do Ruach
HaKodesh em cooperação com a vontade humana"4.
Embora essa ação seja algo que somente o Eterno pode realizar em nós, assim como
não somos forçados à justificação - teshuvá, também não somos forçados à santifica-
ção - kedushim. Nós nos entregamos ao Eterno, e o mesmo D'us que nos justifica pela
emuná (fé), também nos santifica, moldandonos à imagem de D'us, como Ele fez com
Iyov, pelo menos até onde for possível antes de recebermos a eternidade. Por isso, Shaul
escreveu: "meus filhos queridos, sofro as dores de parto por todos vocês novamente e
este processo continuará até que o Messias seja moldado em vocês." (Gálatas [Gl] 4:19).
A escritora Ellen G. White escreveu: "o Mashiach é nosso modelo, o perfeito e santo exem-
plo que nos foi dado para seguir. Não podemos nunca igualar o modelo, mas podemos
imitá-Lo e nos assemelharmos a Ele segundo nossa capacidade"5.
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
Horário para o acendimento das velas de Iom Tov encontra-se (págs. 126-129)
Algumas lições
de Sefer Iyov
VERSO PARA MEMORIZAR
"Vejam, consideramos abençoados aqueles que perseveraram. vocês ouviram a
respeito da perseverança de Iyov e sabem qual era o propósito de Adonai: Adonai é
muito compassivo e misericordioso." (Yaakov [Tg] 5:11 citando Shemot [Êx] 34:6; Tehilim [Sl] 103:8; 111:4)
LEITURAS DA SEMANA
2Coríntios [2Co] 5:7; Iyov [Jó] 1; 2:1-8; Mattityahu [Mt] 4:10; 13:39; Yochanan [Jo] 8:1-11;
Hebreus [Hb] 4:15; 11:10
C hegamos ao final do estudo deste trimestre sobre Iyov [Jó]. Embora tenhamos
abordado muitas coisas do livro, devemos admitir que há ainda muito mais a
abordar e a aprender. É evidente que, mesmo no mundo secular, tudo o que apren-
demos e descobrimos leva a outras coisas que precisamos aprender e descobrir. Se é
assim com átomos, estrelas, águas-vivas e equações matemáticas, quanto mais com
as Escrituras Sagradas!
"Não temos motivos para duvidar das Escrituras Sagradas, pelo fato de não poder-
mos compreender os mistérios de Sua providência. No mundo natural, estamos cons-
tantemente rodeados de maravilhas além de nossa compreensão. Deveríamos, pois,
surpreender-nos ao encontrar também no mundo espiritual mistérios que não pode-
mos sondar? A dificuldade jaz unicamente na fraqueza e estreiteza da mente humana"1.
É claro que ainda permanecem mistérios, especialmente em um livro como o de
Iyov, onde são levantadas muitas das questões mais difíceis da existência. No en-
tanto, vamos considerar algumas lições que podemos tirar dessa história, lições que
nos ajudem a, como Iyov, ser fiéis a D'us em meio a um mundo cheio de problemas.
LEITURAS DA SEMANA
Ore esta semana pelos líderes Gary Krause & Rick McEdward do Escritório da Con-
ferência Geral.
110 Sefer Iyov - O Livro de Jó - ספר איוב
25 de dezembro [ יום ראשוןYom Rishon 25 Kislev] Domingo
O contexto de 2Coríntios [2Co] 4:18 se refere ao fim dos tempos, quando seremos
revestidos de imortalidade. Essa é uma promessa que devemos aceitar pela confiança
no Eterno, pois ela ainda não se cumpriu. Da mesma forma, o livro de Iyov mostra que
a realidade é muito maior do que aquilo que se vê. Porém, isso não deveria ser um con-
ceito tão difícil de compreender, sendo que a ciência tem revelado a existência de forças
invisíveis ao nosso redor.
Um sábio estava em um Templo em uma grande cidade. Ele pediu que a congregação
ficasse em silêncio. Por alguns segundos, não houve som algum. Em seguida, ele pegou
um rádio e o ligou, passando o marcador pelas estações. Todos os tipos de sons então
saíram do rádio. "Deixe-me perguntar", disse ele. "De onde esses sons vieram? Será
que eles se originaram no próprio rádio? Não! Esses sons estavam no ar ao nosso redor
através de ondas de rádio, ondas tão reais como a voz que lhes fala agora. Mas a estru-
tura em que somos formados não nos permite ter acesso a elas. Porém, o fato de que não
podemos vê-las, senti-las nem ouvi-las, não significa que elas não existam, certo?"
CHANUCÁ DIA 1
ESTUDO DIÁRIO
Um ser mau
3. Leia Iyov [Jó] 1:1 a 2:8. Como esses dois capítulos nos ajudam a entender o
papel de Satan quanto ao mal que prevalece no mundo?
No caso de Iyov, o Satan foi o responsável direto pelo mal, tanto moral (ações do
homem) quanto natural (desastres), que sobrevieram a esse homem. Mas o que ve-
mos no livro de Iyov não significa necessariamente que todos os exemplos do mal ou
do sofrimento estejam diretamente relacionados à obra demoníaca. Como os perso-
nagens do livro de Iyov, não conhecemos todas as razões para as coisas terríveis que
acontecem. Na verdade, o nome "Satan" nunca sequer surge nos diálogos sobre os
infortúnios de Iyov. Os interlocutores culpam D'us e Iyov, mas nunca o próprio Satan.
No entanto, o livro de Iyov mostra quem, afinal, é o responsável pelo mal na Terra.
Que exemplos você pode dar sobre a influência negativa de Satan em sua vida? Como você
pode se proteger contra ele?
CHANUCÁ DIA 2
ESTUDO DIÁRIO
A o longo do livro de Iyov, os três (e depois quatro) homens que foram falar com o
patriarca tinham bons motivos. Eles tinham ouvido o que havia acontecido com
ele, e foram "condoer-se com Jó e procurar confortá-lo." (Iyov [Jó] 2:11). No entan-
to, depois que Iyov começou a falar, lamentando as tragédias que haviam ocorrido,
parece que eles acharam mais importante colocar Iyov em seu lugar e corrigir sua te-
ologia do que incentivar e levantar o ânimo do amigo sofredor. Diversas vezes aque-
les homens se equivocaram completamente. Mas vamos supor que eles estivessem
certos. Vamos imaginar que todas aquelas coisas tivessem acontecido porque Iyov as
merecesse. Eles poderiam estar teologicamente corretos, mas e daí? Iyov precisava
de teologia correta ou de algo totalmente diferente?
5. Leia Yochanan [Jo] 8:1-11. O que Yeshua demonstrou que faltou em grande
medida aos amigos de Iyov
Como podemos ter mais compaixão por aqueles que estão sofrendo, até mesmo os que sofrem por
seus próprios caminhos errados?
CHANUCÁ DIA 3
ESTUDO DIÁRIO
C
omo todos sabemos, e alguns sabem muito bem, a vida é dura. No GanÉden, logo após a
queda, quando o Eterno mostrou aos nossos primeiros pais alguns resultados da trans-
gressão, foram dados alguns indícios de como a vida seria difícil (veja Bereshit [Gn] 3:16-24).
No entanto, foram apenas sinais. Afinal de contas, se os únicos desafios que enfrentássemos
na vida fossem os espinhos e cardos, a vida seria radicalmente diferente de como é hoje.
Olhamos ao redor, e o que vemos senão sofrimento, doença, pobreza, guerra, crime,
depressão, poluição e injustiça? Heródoto, historiador da antiguidade, escreveu sobre
uma cultura em que as pessoas lamentavam – sim, queixavam-se quando um bebê
nascia, porque conheciam a dor e o sofrimento inevitável que a criança teria que en-
frentar se ela atingisse a idade adulta. Parece doentio, mas quem pode refutar tal lógica?
No livro de Iyov, porém, há uma mensagem sobre a condição humana. Como vimos, o pa-
triarca poderia ser considerado um símbolo de toda a humanidade, no sentido de que todos nós
sofremos, muitas vezes de maneiras que simplesmente não parecem justas nem adequadas
em relação aos pecados que tenhamos cometido. Não foi justo para Iyov e não é justo para nós.
Contudo, em meio a tudo isso, o livro de Iyov nos ensina que o Eterno está conosco.
Ele sabe. Ele afirma que tudo isso não precisa ser em vão.
Muitos escritores seculares e ateus têm dificuldade para aceitar a insignificância de
uma vida que sempre termina em morte. Eles lutam e se esforçam para obter respostas,
porém, não chegam a lugar algum, pois esta vida não oferece nada. Há uma filoso-
fia ateísta chamada niilismo, que vem de uma palavra latina, nihil, cujo significado é
"nada". O niilismo ensina que nosso mundo e nossa vida não significam nada.
O livro de Iyov, no entanto, mostra uma realidade transcendente, além do nihil com
o qual nossa vida mortal nos intimida. O livro nos mostra o Eterno e uma esfera de exis-
tência da qual podemos obter esperança. Ele nos diz que tudo o que acontece conosco
não acontece no "vácuo", mas existe um Criador que sabe tudo o que ocorre e que pro-
mete consertar as coisas no final. Sejam quais forem as grandes perguntas que o livro
de Iyov deixa sem resposta, ele não nos deixa apenas com as cinzas de nossa vida (veja
Bereshit [Gn] 3:19; Iyov [Jó] 2:8). Em vez disso, ele nos dá a grande esperança de algo
além do que é apresentado aos nossos sentidos.
Quais textos bíblicos afirmam explicitamente que temos uma grande esperança que transcende
tudo o que este mundo oferece? (Veja, por exemplo, Hebreus [Hb] 11:10; Revelação [Ap] 21: 2).
CHANUCÁ DIA 4
ESTUDO DIÁRIO
Yeshua e Iyov
E studiosos das Escrituras Sagradas ao longo dos séculos têm procurado encontrar
paralelos entre a história de Iyov e a história de Yeshua. Embora Iyov não seja
exatamente um "tipo" de Yeshua (como os animais no sistema sacrifical), existem
algumas semelhanças. Nelas podemos encontrar outra lição de Iyov: o que nossa
libertação custou ao Eterno.
6. Compare Iyov [Jó] 1:1 com 1Yochanan [1Jo] 2:1, Yaakov [Tg] 5:6 e Atos [At] 3:14.
Quais são as semelhanças?
7. Leia Mattityahu [Mt] 4:1-11. Quais são as semelhanças entre Yeshua e Iyov?
8. Leia Mattityahu [Mt] 26:61; Lucas [Lc] 11:15, 16 e Yochanan [Jo] 18:30. Como
esses textos se assemelham à experiência de Iyov?
9. Compare Iyov [Jó] 1:22 com Hebreus [Hb] 4:15. Que semelhança existe?
CHANUCÁ DIA 5
ESTUDO DIÁRIO
Estudo adicional
A o longo dos séculos, o livro de Iyov tem emocionado, iluminado, e desafiado leitores no
judaísmo, cristianismo e até mesmo no islamismo (que possui sua própria variante do
relato bíblico). Dizemos desafiado porque, como vimos, o livro deixa muitas perguntas sem
resposta. Por um lado, isso não deveria ser de tal maneira surpreendente. A Bíblia não respon-
de a todas as questões que ela levanta. Se os temas abordados pelas Escrituras, como a queda
da humanidade e o plano da salvação, são assuntos que estudaremos por toda a eternidade
(ver O Grande Conflito, p. 678), como um livro limitado, ainda que seja inspirado pelo Eterno
(2Timóteo [2Tm] 3:16), poderia nos dar todas as respostas agora?
O livro de Iyov [Jó] faz parte de um quadro muito maior revelado nas Escrituras Sagradas.
E, como parte de um grande mosaico espiritual e teológico, ele nos apresenta uma mensagem
poderosa, com um apelo universal, pelo menos para os seguidores de D'us. A mensagem é:
fidelidade em meio à adversidade. Iyov foi um exemplo vivo das palavras de Yeshua: "Mas
quem suportar até o fim será libertado." (Mt 24:13). Quem já não enfrentou o mal inexplicável?
Qual pessoa, ao buscar ser fiel ao Eterno, não enfrentou desafios à fé? Qual filho de Elohim, ao
buscar conforto, não enfrentou, em vez disso, acusações? No entanto, o livro de Iyov apresenta
o exemplo de alguém que, ao enfrentar tudo isso e muito mais, manteve a confiança e a inte-
gridade. E quando, pela confiança e pela graça, confiamos Naquele que morreu no madeiro por
Iyov e por nós, a mensagem para nós é: "Vá e faça o que ele fez" (Lucas [Lc] 10:37).
CHANUCÁ DIA 6
Horário para o acendimento das velas de Shabat (págs. 126-129)
ESTUDO DIÁRIO
ESTUDO DIÁRIO
REFERÊNCIAS LIÇÃO 14
1
Ellen G. White, Educação, p. 170 (contextualizado)
2
Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 199, 200 (contextualizado)
3
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 462 (contextualizado)
CHANUCÁ DIA 7
Horário do pôr do sol e Havdalá - término do Shabat (págs. 126-129)
A
ABBA [Aramaico corresponde a Av em He- ANTES DA ERA COMUM (AEC) Referido ao perí-
braico] Meu Pai, Pai; A palavra abbá odo usualmente chamado de antes de
em aramaico corresponde à forma en- Cristo (a.C.).
fática ou definida de av, significando ASHUR Assíria
literalmente "o pai" ou "ó Pai". ASSERET HADIBROT Mais comumente co-
ACHAZ Acaz nhecida como os Dez Mandamentos.
ACHARIT HAYAMIM Literalmente, "o fim dos A tradução que mais se aproxima de
dias". O tempo do fim ou os "últimos Assêret Hadibrot é "Dez Falas" ou
dias", quando o 'alam hazeh chega ao "Dez Ditos", sendo que estes são dez
fim e o 'alam haba está a ponto de princípios que incluem toda a Torá e
iniciar-se (l Coríntios 10.11 +). seus 613 preceitos.
ACHIM (do hebraico )אָ חִ יםIrmãos AV em Hebraico Corresponde a "Abba"
ADAM (do hebraico )אָ דָ םAdam, Adão; do aramaico quer dizer: Papai, Meu
masc. Homem Pai. [HA'AV] - O Pai
ADON OLAM Senhor do Universo AVINU Nosso Pai; Avinu, Malkeinu: Nosso
ADONAI (em hebraico: ֲאדֹנָי, "meu Senhor") Pai, nosso Rei
O Eterno Eterno de Israel. AVINU SHEBASHAMAYIM Nosso Pai celestial,
ADONEINU Nosso Senhor Nosso Pai que está no céu
AMHA'ARETZ literalmente povo da terra. AVIMELEK (hebraico: )אבימלךAbimeleque
Pessoas comuns, iletradas usado pe- AVIYAHU Abias
jorativamente no primeiro século EC. AVODAH ZARAH (Avoda zará) Adoração es-
AMMA'US Emaús trangeira, paganismo, Idolatria, ado-
AMONI Amonitas ração a deuses estrangeiros.
A.E.C Vide ANTES DA ERA COMUM AVRAM Abrão
AVRAHAM Abraão
B
BAVEL Babilônia BERESHIT (Bereshit) Gênesis - Livro
BEIT-LECHEM Belém BIMÁ O púlpito onde lê-se a Torá
BEIT HAKNESSET - KNESSET Templo, Sinagoga BERACHOT HASHACHAR Benção da aurora,
BEIT HAMIQDASH Bet Hamikdash, Templo devoção matinal
Sagrado B'RIT (Berit) Aliança; Brit Hadashá: Nova
BEIT'ZATA Betesda Aliança. Também usado para referir-se
BAMIDBAR (BEMIDBAR, BAMIDBAR) Números aos livros sagrados ou período do novo
(livro), do hebraico "no deserto" testamento; B'rit Milá: circuncisão
BEN Filho; Ben HaAdam: Filho dos homens; BETH MIDRASH LESHABAT Casa de estudo do
Ben HaElohim: Filho de D'us Shabat. Usado também como refe-
B'NEI HAELOHIM Filhos de D'us rência a Escola Sabatina.
BESSORÁ vide HaBessorá
C
COHEN (Kohen) Sacerdote CHAVA vide Hava - Eva
COHANIM (Kohanim) Sacerdotes CHAVER Amigo (Hebrew: חבר, literalmen-
COHEN GADOL (Kohen Gadol) Sumo Sacerdote te, "amigo") Chaverim: Amigos (He-
CORBAN (Korban) Holocausto, Sacrifício; brew: חברים, literalmente, "amigos")
CORBANOT Plural Holocaustos, Sacrifí- CHAVEROT amigas
cios; é o nome dado aos diversos ti- CHUMASH (Humash do hebraico חומשvindo
pos de sacríficios e ofertas. do termo chamesh (fem.)/ chamisha
CHAG MATZOT Festa dos pães ázimos, ver (mas.), cinco. E também Pentateuco.
também Pêssach Faz alusão aos cinco livros atribuídos a
CHASIDIM Piedosos Moisés)
D
DAMMESEK Damassés seu nome completo.
DEVARIM (Devarim) Deuteronômio (Livro) DERASHÁ Sermão, palestra. DERASHÁ AL
D-S, D-US, ETERNO Forma respeitosa de HAAR Sermão da Montanha, sermão
escrever o nome de Deus sem citar do monte
E
E.C Vide ERA COMUM EHYEH Ehyeh Asher Ehyeh ou Eheye
ECHAD É um. ex: Adonai Echad; Um - Ela Asher Eheye = Eu sou o que Sou
é utilizada no tradicional Shemá, De- "Ehyeh" (hebraico: ) אֶ הְ יֶהou "Ehyeh-
varim 6:4. Ouve ó Israel, Adonai nosso -Asher-Ehyeh" (hebr: אהיה אשר אהיה
D'us é Um. שמע ישראל יהוה אלקינו יהוה אחד "- conforme em Shemot 3:14)
Shemá Isra'el Adonai Eloheinu Ado- EL'AZAR Lázaro
nai Echad. Outros Exemplos Exem- ERA COMUM (EC) Refere-se ao período co-
plo: "Deixará portanto o homem seu mumente chamado de Anno Domini
pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, (AD) ou depois de Cristo (dC).
e serão ambos uma só carne" - Be- EMISSÁRIO(S) Apóstolo(s), HaShaliach,
reshit [Gn] 2:24 obreiro.
EL'AZAR Lázaro
G
GALIL Vide Hagalil GOY (Hebrew: יוג, Regular plural goyim
GAN'EDEN Paraíso. Literalmente jardim- )םיוגNação, gentil, não judeu.
-do-Éden; no judaísmo o termo tam-
bém refere-se ao paraíso. GOYIM (goyim )םיוגPlural de Goy nações
GAT-SH'MANIM (Getsêmani) Jardim onde (gentios) não judeus
Yeshua orou e foi preso pela guarda GUET (do hebraico )גטÉ o nome dado ao
do templo. O termo significa literal- documento de divórcio dentro do ju-
mente "prensa de óleos". daísmo.
GAVRI'EL Gabriel GUEULÁ ( )גאולהRedenção
GER גרConverso goy (não-judeu)
H
HA'AV O Pai, ver "Av" e "Abba" sicas que celebram a vida; É uma ora-
HABESSORÁ (do hebraico שו ָֹרה ׂ )הַ ְּבA palavra ção judaica baseada em Tehilim (Salmos
Bessorá significa novidades, notícias, 113-118), que é utilizada como louvor e
mensagem, um comunicado que re- agradecimento, recitada pelos judeus
cebeu, sentido do grego Evangelion. nas festividades judaicas.
Boas Novas. Normalmente referente HALACHÁ Leis Judaicas
às boas novas de Yeshua HaMashiach. HANANYAH Ananias; Hananyah e Shappi-
HAELYON El Elyon = O Eterno Altíssimo rah = Ananias e Safira
HAFTORÁ ou HAFTARÁ (em hebraico ;הפטרה HAMATVIL O imersor; Batista.
plural haftarot ou hafTorás) é um HAMASHIACH Ver Yeshua HaMashiach e
trecho de texto dos Neviim (Os profe- Mashiach. O Ungido.
tas) lidos na sinagogas geralmente HANOKH Enoque
após a leitura da Parashat haShavua HANUCÁ ou Chanuká (do Hebraico Dedi-
HAG'VURAH Ha·G'vu·rah. "O Poder", eu- cação); Também faz-se referência à
femismo para designar Y-H-V-H festa da dedicação ou festa das luzes
(Mattityahu 26.64). HAR HAZEITIM הר הזיתיםO Monte das Oli-
HAGALIL [ ]הגלילGalileia, Galil veiras
HALLEL [( ]הַ לְ לdo hebraico הלל, "Louvor") é HASATAN o Adversário, o Satan
de origem aramaica e significa "cânti- HASHACHAR [alvorecer]
co de louvor e exaltação a Deus", mú- HASHALIACH Emissário; Apóstolo
I
IGUERET (carta em Hebraico) A palavra IZEVEL Jezabel
Epístola vem do latim epistula e do
Grego epistolé.
K
K'FAR-NACHUM Cafarnaum
KANAI [ = ]קנאיZelote - alguém que zela KENEH ou qenéh ( )קנהCanônico
pelo nome do Eterno KOHANIM Ver Cohanim
KAPARAH Propiciação, expiação, Interces- KOHEN ver Cohen
são, mediação KOHEN GADOL ver Cohen Gadol
KAPPORETH ּ ַכ ּפ ֹ ֶרתTampa da Arca, Propicia- KEHILÁ Congregação, Comunidade
tório, lugar de intercessão, Expiação. KOL GOYIM Todas as Nações
KASHER Vide Kosher KOSHER (KASHER) A comida de acordo com
KAYIM Caim a lei judaica. Baseada na Torá.
KAYAFA Caifás KORBAN Ver CORBAN
KEDOSHIM Tornar Santo, Povo Santo, KORBANOT Ver CORBANOT
Santificação KASDIM Caldeus
KEFA Pedro
L
LAVAN Labão mau, então a melhor tradução seria lín-
LASHON HARÁ (em hebraico )לשון הרע, Lashon gua má, ou língua maledicente. Fofoca.
significa língua e hará significa o mal/ LEMEKH Lameque
M
MAASSER Dízimo mentos"; plural, mitzvos ou mitzvot;
MALAKHI מלאכיmeu mensageiro, Malaquias. plural de Mitzvá.
MALSHIN Acusador, informante, diabo. MISHLEI [Pr] Livro de Provérbios [provérbios
MASHIACH (do hebraico mashiah, Moshiah, de]. Forma plural construta da palavra
Mashiach, or Moshia") Que significa o mashal [provérbio, parábola] que literal-
ungido. O Messias e traduzido para o mente significa "provérbios de". Mishlei
grego como Χριστός - Cristo. Shlomo = Provérbios de Salomão.
M'NASHEH Menasheh Manassés MESHALIM Provérbios no plural (não se
METUSHELÁ Matuzalém referindo ao livro em si) forma plural
MEZUZOT Umbrais das portas, plural de Mezuzah simples de provérbio, parábola.
MISHCAN Santuário, Tabernáculo MOA'VI Moabitas
MIKVÁ OU MIKVÉ [ ]מִ ְקוָהÉ o nome dado à MOLECH Moloque
imersão ritual em água utilizada no MOSHÊ Moisés
judaísmo. imersão. MOSHIA Salvador
MITZVÁ [em hebraico: ]מצוה: "Manda- MOSHIENU Nosso Salvador
mento" de צוה, tzavá, "comando") MOSHIIM Salvadores
MITZVOT: [em hebraico: ]מצוות: "Manda-
N
NAKDIMON Nicodemos NEVIIM (do hebraico )נביאיםou Profetas; é o
NOACH Noé nome de uma das três seções do Ta-
NETILAT-YADAYIM Ritual de lavar as mãos. nakh, estando entre a Torá e Kethuvim.
O
OLAM HAZÊ Este mundo OLAM RABÁ Mundo vindouro, reino Eter-
no, Céu dos céus.
P
PAGA Intercessão P'RUSH Parush, Fariseu; P'rushim:
PAROKHET Cortina. Especificamente a que Parushim Fariseus
dividia o Santo dos Santos do restan- P'LISHTI filisteu (plural: P'lishtim)
te do templo ou tabernáculo. PÊSSACH Páscoa judaica, páscoa bíblica
PURIM Festa de Purim.
R
RABBAN Título dado ao rabino superior RECHAVAM Roboão
(presidente) do Sinédrio, da qual ele é o ROSH Cabeça, líder
primeiro dos sete nomeados líderes da RUACH ELOHIM Espírito de D'us
escola de Hilel, que tiveram este título. RUACH HAKODESH Espírito daquele que é
RABBANIM Rabinos Santo, Espírito de D'us
RABBI Rabino; mestre
S
SANHEDRIN סנהדריןSinédrio pentecostes, festa das semanas
SANCHERIV Senaqueribe SHEKEL (em hebraico: ;שקלplural: shekels,
S'DOM Sodoma sheqels, sheqalim, em hebraico:
SOFERIM סופריםEscribas, Especialistas da Torá )שקלים, ou siclo em português, refere-
SHACHARIT (em hebraico: )שַ ח ֲִרתé a Tefilah -se a uma das mais antigas unidades
(oração) diária da manhã do povo ju- de peso, utilizada posteriormente
deu, um dos três momentos de oração como nome da moeda corrente do
de cada dia. É o agostor serviço diário, povo israelita. Este shekel possuía
incluindo várias orações, mais do que cerca de (11,4 gramas).
os outros serviços do dia; culto, liturgia SHEM Sem, filho de Noach
SHALOM Paz. Paz dada por D'us; Shalom SHEMITÁ (hebraico) שמיטה, literalmente
Aleichem: Paz seja convosco "libertação"), também chamado de
SHAPPIRAH Safira; Hananyah e Shappirah = Ano Sabático
Ananias e Safira SHEMOT Êxodo (Livro)
SHAMOR VEZAHOR "Zachor" [recorda, lem- SHE'OL [ ]שאולcorrespondente ao hades,
bra-te] " e "Shamor" [guarda] que são as vezes traduzido por inferno e gee-
mencionadas nos Dez Mandamentos. na [do hebraico הִ נֹּם-גֵיא בֶן, transl. Geh
SHARÁTH Serviço, Ministério Ben-Hinom]
SHAUL (do hebraico )שאולSaul, Apóstolo SHIM'ON Simão
Paulo, Rabbi Shaul SHOMRON Samaria, [de Shomron: samaritana(o)]
SHAVUOT (do hebraico semanas) Festa de SUCOT Festa dos Tabernáculos/Festa das Cabanas
T
TALMID Seguidor, discípulo, estudante; TANAKH (ou Tanakh em hebraico )תנ״ךÉ
TALMIDIM Plural de talmid. Discípulos, um acrônimo utilizado para deno-
seguidores. minar seu conjunto de livros sagra-
TALMIDOT Discípulado dos Torá, Neviin(profetas) Ketuvin
V
VEACHAVTA LEREACHA KAMOCHA Amarás a teu VAYIKRÁ ("E chamou" em Hebraico), Li-
próximo como a ti mesmo. vro de Levíticos.
Y
YARDEN Jordão. do Talmud dentro do judaísmo.
YEHOSHAFAT Josafá YESHUA Jesus, O nome hebraico Yeshua
YEHORAM Jeorão ( ַ י ֵׁשוּע/ )ישועé uma forma alternativa de
YEHUDAH Judas; Yehudah de K'riot: Yehoshua, Josué, e é o nome comple-
Judas Iscariotes. to de Jesus.
YEHU Jéu. YESHUAH Salvação.
YAKO'OV Jacó, correspondente em hebrai- YIBUM Levirato.
co para Tiago. YITZAK (Yitzchak) Isaque.
YISHMAEL Ismael. YOCHANAN João, (Yochanan Hamatvil: Yo-
YERICHÓ Jericó. chanan o imersor, João Batista).
YERUSHALAYIM Jerusalém. YOM HADIM Dia do Juízo
YESHAYAHU Isaías. YOM KIPUR Dia da Expiação.
YESHIVÁ ישיבהPl. yeshivot é o nome dado YONAH Jonas.
às instituições para estudo da Torá e YOSHIYAHU Josias.
Z
ZAKKAI Zaqueu
Fontes do glossário: Centro Mundial de Fraternidade Judaico-adventista, Shalom Adventure, Bíblia Judaica
Os horários do Pôr do Sol, Acendimento das Velas e Havdalá tem por referência os
horários fornecido pelo aplicativo ShabbatTimes. As correções para Horário Brasi-
leiro de Verão foram realizadas (Exceto Manaus, Fortaleza e Recife).
Os horários do Pôr do Sol, Acendimento das Velas e Havdalá tem por referência os
horários fornecido pelo aplicativo ShabbatTimes. As correções para Horário Brasi-
leiro de Verão foram realizadas (Exceto Manaus, Fortaleza e Recife).
1 28
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Parashá Nitzavim
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Rosh Chodesh
Cheshvan Parashá Noach
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Parashá Lech-Lecha
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Parashá Vayera
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Rosh Chodesh
Kislev Parashá Toldot
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Parashá Vayetzei
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Parashá Vayeshlach
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Parashá Vayeshev
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Rosh Chodesh
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hrvt tvkrb
Bênção para estudo da Torá
Baruch ata Adonai Bendito sejas Tu, Eterno, hwhy hT'a; %WrB'
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do %l,m,( Wnyhe(l{a/
haolam, asher universo, que nos destes rv,a] ~l'A[h'
nátan lánu torat a Lei da verdade e tr:AT Wnl'( !t;n)"
emet vechaie olam plantastes a vida ~l'A[ yYEx;w> tm,a/
nata betochênu. eterna entre nós. Wnke(AtB. [j;n"
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, hwhy hT'a; %WrB'
noten hatora. que nos deste a Torá. hr"ATh; !teAn
hruphh tvkrb
Bênçãos para estudo da Haftará (profetas)
Benção anterior à leitura Benção anterior à leitura _hayrqh ynpls hkrbh
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, hwhy hT'a; %WrB'
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do %l,m,( Wnyhe(l{a/
haolam, asher báchar universo, que escolhestes rx;b(' rv,a] ~l'A[h'
bineviim tovim bons profetas ~ybiAj ~yaiybin>Bi
veratsa bedivrehem e que quisestes Suas ~h,yrEb.dIb. ac'r"w>
haneemarim palavras ditas ~yrIm'a/G<h;
beemet. verdadeiramente. tm,a/B,
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, hwhy hT'a; %WrB'
habocher batora que escolhestes a Torá, hr"ATB; rxeABh;
uvemoshe avdo Teu servo Moshê, Teu ADb.[; hv,mob.W
uveisrael amo uvinvie povo de Israel e profetas yaeybin>biW AM[; laer"f.yIb.W
haemet vehatsédek. da verdade e da justiça. qd,C,(h;w> tm,a/h'
Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura _rmwa hlwOh tayrqh rHaw
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, hwhy hT'a; %WrB'
Elohênu mélech nosso D'us, %l,m,( Wnyhe(l{a/
haolam, Rei do universo, ~l'A[h'
tsur kol haolamim, rocha de todos os ~ymil'A[h' lK' rWc
tsadik bechol hadorot, mundos, justo em todas as tArADh; lk'B. qyDIc;
hael haneeman, haomer gerações. D'us fiel que rmeAah' !m'a/N<h; laeh'
veosse, hamedaber realiza o que anuncia, que rBed:m.h; hf,A[w>
umekaiem, shechol promete e cumpre, e que lK'v, ~YEq;m.W
devarav emet vatsédek. todas as Suas palavras são qd,c,(w" tm,a/ wyr"b'D>
Neeman ata hu Adonai verdade e justiça. Fiel és hwhy aWh hT'a; !m'a/n<
Elohênu veneemanim Tu, ó Eterno, nosso D'us, ~ynIm'a/n<w> Wnyhe(l{a/
devarêcha, vedavar e fiéis são as Tuas rb'd"w> ^yr)<b'D>
echad midevarêcha promessas, e nenhuma ^yrb<) 'D>mi dx'a,
achor lo iashuv sequer das Tuas palavras bWvy" al{ rAxa'
rekam,ki El mélech jamais se tornará vã, %l,m,( lae yKi ,~q'yrE
neeman verachaman pois és Eterno e Rei fiel e hT'a' !m'x]r:w> !m'a/n<
áta. Baruch ata misericordioso. Bendito hT'a; %WrB'
Adonai, hael sejas Tu, Eterno, Eterno laeh' hwhy
haneeman bechol que é fiel em todas as lk'B. !m'a/N<h;
devarav Suas palavras. wyr"b'D>
hrvt tvkrb
Bênção para estudo da Torá
Benção anterior à leitura
_hayrqh ynpls hkrbh
Benção anterior à leitura