PPGP Dissertacao Rodrigo Rocha Versao Final 2020071718411941
PPGP Dissertacao Rodrigo Rocha Versao Final 2020071718411941
PPGP Dissertacao Rodrigo Rocha Versao Final 2020071718411941
Dissertação
Rio de Janeiro
2020
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Escola Nacional de Botânica Tropical
Programa de Pós-Graduação Profissional
Biodiversidade em Unidades de Conservação
Rio de Janeiro
2020
iv
Bibliografia.
CDD 346.0467509815
v
Agradecimentos
Desafio tão grande quanto realizar o sonho materializado nesta dissertação, foi
conseguir agradecer a Tudo e a todos em apenas uma página.
Inicio os agradecimentos a Olorum, aos Orixás, aos Guias e Mentores espirituais,
pelas maravilhosas oportunidades, experiências, ensinamentos e proteção, nesta longa
caminhada.
À minha família pelo apoio e sacrifício incondicionais. Em especial à minha esposa
Renata, meu pai Pedro, minha mãe Marcia, sobrinha e princesa Rafaela, filhos Dalai e Júnior.
À Escola Nacional de Botânica Tropical – ENBT e ao Programa de Pós-Graduação
Profissional, através de seu corpo docente, direção e administração por esta honrosa
oportunidade de aprendizado.
Ao Instituto Estadual do Ambiente – Inea, pelo estímulo e apoio ao aprimoramento
contínuo de seus colaboradores.
À professora e orientadora Marinez Ferreira de Siqueira por ter acreditado neste
desafio, pela imensa paciência e por possuir alma e coração enormes.
Aos professores Mônika Richter e Wilson Messias Júnior pela disponibilidade,
paciência e por terem aceitado o convite para compor a banca avaliadora.
À querida Maria Fernanda, que sempre nos acolhia e acudia com um imenso sorriso
no rosto.
A todos os colaboradores do Solar da Imperatriz, sempre cordiais e solícitos.
Aos amigos Ana Carolina Maia, Daniela Pinaud e Paulo Henrique Zuzarte. Sem o
incentivo e apoio de vocês nada disso teria se concretizado.
À Turma 2018 do Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de
Conservação, através dos colegas e amigos Bianca Ambrosio, Calel Passarelles, Daniele
Cury, Fabio Bastos, Lillian Estrela, Marcos Antunes, Reginaldo dos Santos, Roberta Freitas,
Rodrigo Barros e Sergio Bertoche. Obrigado pelo convívio, pela troca de conhecimento e
experiências, pelo apoio e amizade.
Aos amigos do Inea pelo apoio e confiança.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.
Foi uma imensa honra!
vii
Resumo
Abstract
The popularization and the increase in demand for geoinformation has been helping to
consolidate geotechnologies in the scientific scenario. Thus, the use of Geographic
Information Systems (GIS) and Remote Sensing have proven to be fundamental in the
development of automated delimitation methods for Permanent Preservation Areas (PPAs),
based on current legal parameters. However, a negative impact of Law nº 12,651/12 on hilltop
PPAs is estimated. Furthermore, the lack of regulation and methodological standardization of
the terms of the law open precedents for multiple interpretations of forest legislation. This
study aimed to compare the impacts of the application of Law nº 12,651/12 in relation to Law
nº 4,771/65 and Conama Resolution nº 303/02 in the delimitation of hilltop PPAs of the
Federal Environmental Protection Area of the São João/Mico-Leão-Dourado River Basin
(APASJ). In the pre-processing phase, topological analysis of the vectorial data used in the
elaboration of the Hydrographically Conditioned Digital Elevation Model (HCDEM) with
spatial resolution of 5 m, as well as its validation through Error Matrix with calculations of
Kappa index and Global Accuracy. PPAs were generated from automated routines in the
ArcGis 10.2 platform, for Law nº 4,771 (Conama Resolution nº 303/02) (scenario 1) and Law
nº 12,651/12 (scenario 2). The validation of the HCDEM had Kappa index of 0.84 and Global
Accuracy of 87.3%. Scenario 1 presented 48.856,50 ha of hilltop PPAs, covering 32,46% of
APASJ, while scenario 2 presented 111,73 ha (0,07% of APASJ). The difference was
48,744.77 ha, corresponding to the loss of 99.77% of area. In scenario 2, 99.79% of forested
natural areas ceased to be hilltop PPAs, as well as 126 hectares of non-forested natural areas.
Irregular agricultural areas within the PPA in the APASJ corresponded to 11,069.55 ha in
scenario 1, while 99.81% of these areas were amnestied in scenario 2. In the Areas of
Preservation of Natural Resources (ZPRN) and Conservation of Natural Resources (ZCRN)
the loss of hilltop PPAs was 99.83% and 99.90%, respectively; 99.52%, in the Area of
Sustainable Use (ZUS) and Special Use (ZUE), 99.75%. Finally, it was concluded that Law nº
12,651/12 caused a negative impact in the APASJ's hilltop PPAs. Thus, the study
demonstrated a viable method for automatic delimitation of these PPAs, from a GIS,
reinforcing the consolidation and application of geotechnology associated to forest legislation.
PL - Projeto de Lei
PLC - Projeto de Lei da Câmara
PPA - Permanent Preservation Area
REBio - Reserva Biológica
Res. - Resolução
RH-VI - Região Hidrográfica Lagos São João
RL - Reserva Legal
RN - Referência de Nível
Semads - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SFB - Serviço Florestal Brasileiro
SGB - Sistema Geodésico Brasileiro
SIG - Sistema de informações Geográficas
SILV - Silvicultura
SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SNLCS - Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SR - Sensoriamento Remoto
SRTM - Shuttle Radar Topography Mission
TIF - Tagged Image File
TPI - Topographic Position Index
UC - Unidade de Conservação
UTM - Universal Transverse Mercator
VT - Vértice de Triangulação
ZCRN - Zona de Conservação dos Recursos Naturais
ZOC - Zona de Ocupação Controlada
ZPRE - Zona de Proteção da Região Estuarina
ZPRJ - Zona de Proteção do Reservatório de Juturnaíba
ZPRN - Zona de Preservação dos Recursos Naturais
ZREC - Zona de Recuperação
ZUC - Zona de Uso Controlado
ZUE - Zona de Uso Especial
ZUS - Zona de Uso Sustentável
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Principais fatores que levaram à elaboração das primeiras regras florestais. ......... 30
Figura 2 – Evolução das principais leis florestais no tempo. ................................................. 33
Figura 3 – Parâmetros de base para as APPs de topo de morros conforme Resolução Conama
nº 303/2002: a) plano horizontal definido por planície; b) plano horizontal definido por
superfície de lençol d`água adjacente; c) planos horizontais definidos pelas cotas da depressão
mais baixa ao redor, nos relevos ondulados. ......................................................................... 35
Figura 4 – APPs de topo de morros, montes, montanhas e serras: elevações com altura
mínima de 50 (cinquenta) metros e inclinação na linha de maior declividade superior a 17°,
em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado pela cota da depressão mais baixa ao seu redor (Inc. VI, Art. 2º da Resolução
Conama nº 303/2002) (CONAMA 2002). ............................................................................ 35
Figura 5 – Vista do Morro do Baú, Ilhota, SC. Observa-se que os escorregamentos atingiram
severamente as edificações. Tragédia ocorrida em Santa Catarina, em 2008. ........................ 36
Figura 6 – BR 492 em Nova Friburgo. Edificação à direita, no sopé do morro, soterrada pelo
deslizamento ocorrido pela instabilidade das encostas. Tragédia ocorrida na Região Serrana
Fluminense em 2011. ........................................................................................................... 37
Figura 7 – Ocupação irregular em APP de faixa marginal de rio: antes (esq.) e depois (dir.).
Bairro Campo Grande, Teresópolis, RJ. Tragédia ocorrida na Região Serrana Fluminense em
2011. Enxurrada com deslizamentos de terra, acarretando no assoreamento do corpo hídrico.
............................................................................................................................................ 37
Figura 8 – Demonstração de que o ponto de sela é aquele ponto mais baixo localizado entre
duas isolinhas fechadas de mesma cota altimétrica, compreendido na mesma linha de
cumeada (divisor de águas) entre dois cumes. ...................................................................... 39
Figura 9 – APPs de topo de morros, montes, montanhas e serras: elevações com altura
mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, em áreas delimitadas a partir
da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em
relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado pela cota do ponto de
sela mais próximo da elevação (Inc. VIII, Art. 4º da Lei 12.651/2012) (BRASIL 2012). ...... 41
Figura 10 – Quadro com as alterações dos parâmetros das APP de Topo de Morros na
legislação. ............................................................................................................................ 42
Figura 11 – Localização da Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-
Leão-Dourado no Estado do Rio de Janeiro. ......................................................................... 45
Figura 12 – Distribuição e classificação de relevos com base em declividade (%), na APA da
Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ. .................................................................. 47
Figura 13 – Unidades Geomorfológicas na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-
Dourado, RJ. ........................................................................................................................ 49
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 17 – Impacto da aplicação das leis 4.771/65 e 12.651/12 sob as APPs de topo de
morros calculadas na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado. ....................... 108
Tabela 18 – Impacto nas APPs de topo de morros das Classes de Uso e Cobertura da Terra,
pela comparação entre as Leis nº 4.771/65 e nº 12.651/12, na APA da Bacia do Rio São
João/Mico-Leão-Dourado, RJ. ........................................................................................... 111
Tabela 19 – Impacto nas APPs de topo de morros em relação ao Zoneamento da APA da
Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ, pela comparação entre as Leis nº 4.771/65 e
nº 12.651/12. ...................................................................................................................... 112
xviii
LISTA DE EQUAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
Num país de dimensão continental como o Brasil, com uma grande carência de
informações adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e
ambientais, as geotecnologias apresentam enorme potencial. Câmara e Davis (2001, p. 2)
definem geotecnologia (antigo geoprocessamento) como "a disciplina do conhecimento que
utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica".
Para Santiago & Cintra (2017) as geotecnologias são um conjunto de tecnologias utilizadas
para realizar a coleta, o processamento, análise e disponibilização de informações com
referência geográfica de uma determinada localidade. Ainda de acordo com o autor, o termo é
utilizado para designar todas as etapas que envolvem o uso e a análise espacial de dados
geográficos, assim como o compartilhamento dessas informações, envolvendo hardware,
software e peopleware.
Como mencionam Câmara e Monteiro (2001), a geotecnologia aproxima diferentes
disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambientais e urbanos, de forma transversal.
Neste contexto, fica claro que as ferramentas computacionais para geotecnologias permitem
realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes. O mais preocupante,
contudo, é constatar que o problema fundamental desta transversalidade é a tradução do
espaço geográfico em diferentes formas de representação computacional.
É importante ressaltar que a tradução acima mencionada torna-se uma espécie de
normalização das diversas fontes de informação. Mas para isso, tais fontes precisam ser
reduzidas a algoritmos e dados estruturados utilizados para armazenamento e tratamento dos
dados geográficos. Sendo assim, do ponto de vista do usuário, este deve escolher as
representações computacionais mais adequadas a fim de representar a semântica de seu
domínio. Já do ponto de vista do desenvolvedor, este deve oferecer um ambiente
computacional com o maior conjunto possível de estruturas de dados e algoritmos que permita
representar o espaço geográfico.
22
Jacovine et al. (2008) aplicaram como base os terraços ou os cursos d’água mais
próximos, a partir das funções de hidrologia de um SIG para identificar os morros e
montanhas. Costa et al. (1996) consideraram como base dos morros os locais correspondentes
ao relevo fortemente ondulado (> 20º), em uma área de 185 ha na escala 1:10.000, enquanto
que Catelani et al. (2003) não explicam como definiram as cotas de base. Já Santos et al.
(2007) trabalharam em uma microbacia de 4.000 ha onde a altitude da planície foi
considerada como a cota de base de todos os morros.
Com o intuito de padronizar e simplificar a delimitação das APPs,
Ribeiro et al. (2002) utilizaram as funções de hidrologia para identificar a cota de base das
elevações dispensando intérprete. Assim, os autores desenvolveram a primeira metodologia
para automatização da delimitação de APPs de topo de morros através de SIG, com base nos
critérios estabelecidos pela Legislação Ambiental Brasileira. Desta forma, a delimitação
automática das APPs eliminaria a subjetividade do processo, viabilizando o fiel cumprimento
do Código Florestal brasileiro, favorecendo a fiscalização ambiental. Contudo, os autores
enfatizam que, diferente dos processos simplificados para delimitação de APPs de faixa
marginal e de declividade superior a 45 graus, que possuem comandos específicos para sua
obtenção, as de topo de morros exigiriam processos muito mais complexos com uma série de
comandos intermediários.
Com o método automatizado de Ribeiro et al. (2002) e a disponibilização gratuita de
modelos digitais de elevação, a exemplo dos dados da Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM1) a partir do ano de 2000, as análises de APPs de topo de morros se popularizaram.
Com isso, vários autores como Hott, Guimarães e Miranda (2004), Nascimento et al. (2005),
Oliveira et al. (2007), Victoria et al. (2008), Victoria (2010), Peluzio et al. (2010), dentre
outros, se destacaram em estudos de delimitação dessas áreas protegidas.
1
A missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) é um esforço de pesquisa internacional que obteve
modelos digitais de elevação em uma escala quase global para gerar o banco de dados topográfico digital de alta
resolução mais completo da Terra (NASA 2016) antes do lançamento do ASTER GDEM em 2009.
25
2
A inconstitucionalidade de parte da Res. Conama 303 foi convalidada pelo Enunciado 3 da Res. Inea nº
187/2019. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/wp-
content/uploads/2019/10/RESOLU%C3%87%C3%83O-INEA-N%C2%BA-187.pdf
26
Segundo os autores, o objetivo do estudo foi desenvolver uma nova metodologia para
a cartografia automatizada das APPs de topo em relevo ondulado, de acordo com a Lei nº
12.651/12. Francelino e Silva (2014) estudaram a bacia hidrográfica do rio Cacaria (7.309 ha),
RJ, sobre o potencial de morros baseado em declividade para delimitação das APPs. Como
resultados, o critério 1 (Res. Conama 303) indicou 2.295 ha de morros (31,4% da bacia); o
critério 2 (Lei nº 12.651) estimou 36 ha (0,5%); enquanto que o critério 3 (Lei nº 12.651 com
declividade modificada), 1.795 ha (24,5%).
O tema APPs de topo de morros da Lei nº 12.651 ainda tem sido pouco explorado em
plataformas Open Source (softwares livres). Na literatura foram observados apenas três
estudos sobre estas áreas protegidas, todos com uso da plataforma QGis. Bossle (2016)
descreve um método não automatizado para delimitação de APPs de topo com base na Lei nº
12.651. Silva et al. (2016) propôs identificar os topos de morro no estado do Paraná
classificados como APPs, aplicando as regras da Lei nº 12.651/12, a partir da utilização de
SIG em software livre. Já Toniolo e Brandão (2018) realizaram estudo para um grupo de
municípios da Região Metropolitana de São Paulo, tendo como resultado 2,47 ha de APPs,
equivalente a 0,24% da área estudada.
De acordo com Ramos (2018), a demarcação de APPs de topo tem sido abordada na
literatura específica, concentrando-se em estudos sobre metodologia. Contudo, tanto o
conhecimento quanto a interpretação da legislação ambiental neste tema têm sido, de certa
forma, negligenciados. Isto porque métodos desenvolvidos para parâmetros correspondentes à
lei anterior (4.771) têm sido aplicados sem adaptações para a Lei nº 12.651, ou parâmetros da
lei em vigor são alterados arbitrariamente, incidindo em possíveis resultados superestimados
ou incoerentes (e.g. Santos (2013), Luppi et al. (2015), Silva et al. (2016), Bonfatti e Moreira
(2017), Lira Filho, Holanda e Farias (2018), Toniolo e Brandão (2018), Assis e Amorim
(2019)).
Lira Filho, Holanda e Farias (2018) realizaram estudo com o objetivo de analisar APPs
de topo de morro no ambiente do CAR, instituído pela Lei nº 12.651. Segundo os autores,
para o cálculo das APPs utilizou-se método descrito por Luppi et al. (2015), que se baseia na
Lei nº 4.771 e Res. Conama nº 303. Já Bossle (2016) segue todos os parâmetros legais, exceto
para a declividade, na qual utiliza valores simples superiores a 25º ao invés da média superior
a 25º.
28
demais formas de vegetação como bens de interesse comum, seja em propriedade pública ou
privada, além de instituir as áreas de preservação permanente.
Durante o Estado Novo, uma tentativa de consolidar leis, normas e costumes
relacionados às florestas resultou na publicação do Código Florestal (CF) de 1934. Neste
código as florestas protetoras tinham como funções: conservar o regime de águas; evitar a
erosão das terras pela ação dos agentes naturais; fixar dunas; proteger sítios por sua beleza;
asilar espécimens raros de fauna indígena (autóctone); dentre outras (BRASIL 1934). Estas
florestas evoluíram na forma das áreas de preservação permanente (APP), instituídas pelo
Novo Código Florestal (NCF).
As APPs foram distribuídas em várias tipologias, situadas: em faixa marginal ao longo
de cursos d'água; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; nas
nascentes e "olhos d'água"; nas encostas com declividade superior a 45°, equivalente a 100%
na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas; em altitude superior a 1.800 metros, nos
campos naturais ou artificiais, as florestas nativas e as vegetações campestres; e no topo de
morros, montes, montanhas e serras (BRASIL 1965). Contudo, a primeira norma técnica a
definir componentes de relevo plano e ondulado foi a Resolução Conama 04/1985.
Esta Resolução trazia o entendimento de que o relevo deveria ser tratado conforme sua
ocorrência. Os montes (morros isolados na paisagem) constituíam relevos planos, restando
clara a atribuição da linha horizontal definida por planície ou superfície de lençol d'água
adjacente. Enquanto que a base para morros e montanhas foi definida a partir dos parâmetros
para relevo ondulado. De certa forma, tais conceitos sobreviveram e se mantiveram nas
normas e leis atuais, a exemplo da Res. Conama nº 303/2002. Porém, o conceito das APPs foi
incluído na Lei nº 4.771 somente após 35 anos, através da Medida Provisória nº 1.956-
50/2000.
Segundo Laureano e Magalhães (2011), o CF não é uma lei amplamente conhecida
pela população brasileira. No entanto, os pontos a seguir marcaram sua trajetória:
1961-1964: Reforma do CF de 1934, coordenado pelo Desembargador Osny Duarte
Pereira;
1965: Promulgação da Lei nº 4.771 – Novo Código Florestal;
1985: Resolução Conama nº 004 - primeira norma técnica a definir cumes, morros,
montanhas, serras, base de morro ou montanha e a proteção de topo de morros;
32
Por todo o exposto, percebe-se a evolução das principais leis florestais do mundo até a Idade Média, com 7 regras em 4.142 anos. A partir daí, apenas
no Brasil foram 13 normas florestais em pouco mais de 407 anos.
34
Figura 3 – Parâmetros de base para as APPs de topo de morros conforme Resolução Conama nº 303/2002: a) plano
horizontal definido por planície; b) plano horizontal definido por superfície de lençol d`água adjacente; c) planos
horizontais definidos pelas cotas da depressão mais baixa ao redor, nos relevos ondulados.
Fonte: Rocha (2016).
Figura 4 – APPs de topo de morros, montes, montanhas e serras: elevações com altura mínima de
50 (cinquenta) metros e inclinação na linha de maior declividade superior a 17°, em áreas delimitadas a partir da
curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo
esta definida pelo plano horizontal determinado pela cota da depressão mais baixa ao seu redor (Inc. VI, Art. 2º da
Resolução Conama nº 303/2002) (CONAMA 2002).
Fonte: Adaptado de Faria (2005, p. 24).
Figura 5 – Vista do Morro do Baú, Ilhota, SC. Observa-se que os escorregamentos atingiram severamente as
edificações. Tragédia ocorrida em Santa Catarina, em 2008.
Fonte: Schäffer et al. (2011, p. 17).
37
Figura 6 – BR 492 em Nova Friburgo. Edificação à direita, no sopé do morro, soterrada pelo deslizamento
ocorrido pela instabilidade das encostas. Tragédia ocorrida na Região Serrana Fluminense em 2011.
Fonte: Schäffer et al. (2011, p. 65).
Figura 7 – Ocupação irregular em APP de faixa marginal de rio: antes (esq.) e depois (dir.). Bairro Campo
Grande, Teresópolis, RJ. Tragédia ocorrida na Região Serrana Fluminense em 2011. Enxurrada com
deslizamentos de terra, acarretando no assoreamento do corpo hídrico.
Fonte: Schäffer et al. (2011, p. 65).
Já o fluxo gênico tem como função permitir a interligação entre espaços territoriais
protegidos como Reservas Legais, Unidades de Conservação, e outros fragmentos florestais
(SCHÄFFER et al. 2011). Por isso, as APPs atuam como corredores biológicos, contribuindo
para a diminuição de vulnerabilidade de espécies à extinção. As demais funções ambientais
como de preservação da paisagem, da biodiversidade e de assegurar o bem-estar das
populações humanas são diretamente dependentes das funções anteriormente descritas.
38
3
ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema). Parecer
ASJUR/FEEMA/PGE RD nº 04/2008, de lavra do Procurador do Estado Rafael Lima Daudt d’Oliveira.
Aprovado nos autos do procedimento administrativo nº E-07/203.724/2008 pela Subprocuradoria Geral do
Estado, em janeiro de 2009.
40
Figura 9 – APPs de topo de morros, montes, montanhas e serras: elevações com altura mínima de 100 (cem)
metros e inclinação média maior que 25°, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação (Inc. VIII, Art. 4º da Lei 12.651/2012) (BRASIL
2012).
Fonte: Adaptado de Faria (2005, p. 24).
Por fim, as alterações propostas para APPs de topo de morros provocaram incertezas e
insatisfações. Incertezas, pois a suspensão do GT pelo Conama forçou a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) a regulamentar procedimentos para delimitação
destas APPs, através da Decisão de Diretoria nº 148/2010/L, de 11/05/2010, uma vez que o
requerimento realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de São Paulo junto ao
Conama (processo nº 02000.001147/2007-27) não atingiu seu objetivo. Já as insatisfações
foram manifestadas pelo Ministério Público de São Paulo, que concluiu não haver sustentação
científica que justificasse redução da proteção ambiental com as alterações
propostas, configurando retrocesso e afronta ao princípio da precaução (MPSP 2010).
Contudo, após apresentação da Nota Técnica nº 037/2010 pelo Serviço Florestal Brasileiro
(SFB) ao Conama, as alterações propostas na Resolução nº 303 foram aprovadas no 25º
CTGTB, em 13/08/2010. Em 2012, este texto foi incorporado ao PL 1876/1999 após retornar
do Senado Federal, sendo promulgado através da lei nº 12.651 em 25 de maio daquele ano.
A seguir, apresenta-se um Quadro (Figura 10) com as alterações dos parâmetros das
APP de Topo de Morros.
42
Figura 10 – Quadro com as alterações dos parâmetros das APP de Topo de Morros na legislação.
Fonte: Própria (2020).
43
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
Para o alcance do objetivo geral do estudo, um dos passos foi a avaliação da qualidade
topológica dos dados vetoriais utilizados na elaboração do modelo digital de elevação
hidrograficamente condicionado (MDEHC), bem como verificar o seu grau de acurácia. Em
seguida, as APPs de topo de morros foram delimitadas com base nos parâmetros estabelecidos
na Lei nº 4.771/1965, Resolução Conama nº 303/2002 e Lei nº 12.651/2012. Estes últimos
passos foram considerados como cenários e seus resultados, comparados entre si.
Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas pesquisas bibliográficas
que se basearam em publicações científicas nas áreas do conhecimento em geotecnologias e
legislação ambiental, com os principais autores: Ribeiro et al. (2002), Hott, Guimarães e
Miranda (2004), Victoria et al. (2008), Peluzio et al. (2010) e Rocha (2011), dentre outros. A
plataforma utilizada nesse estudo foi o ESRI ArcGIS® 10.2 (Licença ArcInfo), sendo que toda
a base de dados foi previamente projetada para o Sistema de Projeção UTM com datum
horizontal SIRGAS 2000 e planejada de forma a propiciar rotinas automatizadas para os
cenários envolvidos.
A escolha da APA como estudo de caso dessa pesquisa, justifica-se, por se tratar de
unidade de conservação (UC) com grande representatividade de unidades geomorfológicas no
território fluminense. A grande quantidade de estudos realizados nessa UC, com ênfase em
aspectos voltados para a conservação da biodiversidade (Carvalho et al. 2004;
Rambaldi 2007; Carvalho et al. 2008; Teixeira et al. 2009; Gonçalves 2011; entre outros), foi
outro fator que contribuiu para a seleção da UC nesse estudo.
45
4.1.1 Localização
A APA da Bacia do rio São João insere-se na região administrativa das Baixadas
Litorâneas, no Estado do Rio de Janeiro, parcialmente, na bacia hidrográfica de mesmo nome.
46
4.1.2 Declividade
Como se observa na Figura 12, maior parte dos relevos plano e suave ondulado (região
de baixada) fica localizada na porção leste da APA, enquanto que o restante segue à montante
nos vales do rio São João e de seus afluentes. Essas duas classes de relevo ocupam juntas
34,7% da UC, sendo o relevo plano correspondente a 22,6% e o suave ondulado, 12,1%.
Figura 12 – Distribuição e classificação de relevos com base em declividade (%), na APA da Bacia do
Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ.
Fonte: Adaptado de Dantas (2000, p. 65).
4.1.3 Geomorfologia
O estudo das formas de relevo, sua gênese, composição e dos processos que nelas
atuam permitem a análise de fenômenos e interações que podem interferir nos tipos de erosão,
deposição, distribuição e composição de solos, na aptidão agrícola, na criação de barreiras
para determinadas espécies, no clima, bem como na criação de condições favoráveis ou
desfavoráveis às atividades humanas, entre outros fatores (FLORENZANO 2008; SEABRA
2012). De acordo com as formas de relevo, mudanças climáticas globais podem estar
afetando, por exemplo, a distribuição de espécies tanto da flora como da fauna, geografica ou
altimetricamente, podendo inclusive levar à sua extinção. Como outro exemplo, formas de
relevo podem influenciar no sucesso de processos de recuperação florestal expondo
determinadas áreas a um maior sombreamento ou seu fracasso, por excesso de insolação. O
relevo também pode interferir no estabelecimento de áreas pelo acúmulo de umidade e
nutrientes, ou por sua dispersão.
Neste contexto, as formas de relevo da APASJ são descritas neste estudo de acordo
com Dantas (2000), onde a hierarquização escolhida para compartimentação da
geomorfologia teve por base as Unidades Geomorfológicas e seus respectivos Sistemas de
Relevo. As Unidades Geomorfológicas presentes na APASJ são demonstradas na Figura 13.
49
Tabela 3 – Sistemas de Relevo que ocorrem na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado.
(111) Planícies Aluviais (Planícies de Inundação,
Relevo de Agradação Continental
Terraços Fluviais e Leques Alúvio-Coluviais)
(121) Planícies Costeiras (Terrenos Arenosos de
Relevo de Agradação Litorâneo Terraços Marinhos, Cordões Arenosos e Campos de
Dunas)
(124) Planícies Flúvio-Lagunares (Terrenos Argilosos
Relevo de Agradação Litorâneo
Orgânicos de Paleolagunas Colmatadas)
4.1.4 Hidrografia
Figura 15 – Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro a partir de 2013. Destaque para a RH-VI
Lagos São João.
Fonte: Adaptado de Acselrad et al. (2015, p. 203).
Com superfície de 2.160 km² e perímetro de 266 km a bacia do Rio São João possui
67 km em sua maior distância no sentido leste-oeste, e 43 km no sentido norte-sul. Faz limite
a oeste com a bacia da Baía da Guanabara, ao norte e nordeste com as bacias dos rios Macaé e
das Ostras e ao sul com as bacias do Rio Una e das lagoas de Araruama, Jacarepiá e
Saquarema, segundo Primo e Völcker (2003) (Figura 16).
53
A bacia do rio São João é dividida em 4 sub-bacias: Alto e Médio Cursos do São João,
Baixo Curso do São João, Bacaxá e Capivari (Figura 17). Seu principal rio nasce na Serra do
Sambê, em Cachoeira de Macacu, a 800 m de altitude, percorrendo seu alto curso de 5 km,
chegando à altitude de 60 m no seu médio curso. Deste ponto, segue 50 km até a represa de
Juturnaíba. Da barragem, serpenteia um longo trecho de 65 km até desaguar no oceano, junto
a cidade de Barra de São João, em Casimiro de Abreu. Tem como principais afluentes, pela
margem direita, os Rios Gavião, do Ouro, Bacaxá, Capivari e Morto; os Córregos Salto
d’Água e Cambucás, a vala do Consórcio e o Rio Gargoá e; pela margem esquerda, os Rios
Águas Claras, Pirineus, Taquaruçu, da Bananeira, Maratuã, Aldeia Velha, da Lontra, Dourado
e a vala dos Medeiros.
54
Figura 17 – Principais sub-bacias que compõem a bacia hidrográfica do rio São João.
Fonte: Adaptado de Seabra (2012, p. 11).
As sub-bacias do Alto e Médio São João, bem como do Baixo São João possuem
606 km² e 805 km², respectivamente. A sub-bacia do Capivari abrange, aproximadamente,
200 km² e seu principal rio possui 21 km de extensão, desaguando na represa de Juturnaíba. Já
o rio Bacaxá, cuja sub-bacia apresenta 520 km², percorre cerca de 34 km até sua foz, também
na represa de Juturnaíba.
Antes da construção da represa, uma das peculiaridades da bacia, descrita por Lamego
(1946), era a existência da Lagoa de Juturnaíba (Figura 18), formada pelas águas do rio
Capivari e Bacaxá, que eram barradas pelos aluviões do Rio São João, no qual desaguava. De
acordo com o autor, Juturnaíba significa, em tupi, lago medonho ou mal-assombrado,
(Notoronia-aíba ou Notoronga-aíba), nome atribuído a presença de grandes quantidades de
jacarés-de-papo-amarelo. A lagoa tinha cerca de 6 km² e uma profundidade média de 4 m,
atingindo mais de 8 m no período chuvoso (SEMADS 2001).
55
Figura 18 – Bacia hidrográfica do rio São João e a distribuição de brejos e matas ribeirinhas, em 1956. Destaque
para a Lagoa de Juturnaíba formada pelos rios Bacaxá e Capivari.
Fonte: Adaptado de Cunha (1995) apud Primo e Völcker (2003, p. 17).
Primo e Völcker (2003) descrevem que ao longo da bacia brejos ocupavam extensões
consideráveis, chegando a alcançar mais de 140 km², ao lado de matas ribeirinhas tanto em
áreas secas quanto inundadas. Os autores citam, de acordo com Sofiatti Neto (2001), dois
importantes registros. O primeiro refere-se à exploração madeireira na bacia do Rio São João
em razão da grande diversidade de árvores, com mais de 70 espécies florestais exploradas na
bacia, em especial, 3 variedades de pau-brasil. O segundo registro menciona como este rio era
usado no transporte de cargas. Com o melhor calado entre aqueles divagantes de planícies
pantanosas, Lamego (1946) confirma que o rio era utilizado para o transporte de toras de
madeira por trechos de quase 30 km até o porto de Três Morros, 50 km acima da foz.
56
A primeira alteração sofrida na bacia do rio São João, de acordo com Góes (1934)
citado por Primo e Völcker (2003), foi para a construção da Estrada de Ferro Leopoldina,
onde um trecho do rio Aldeia Velha foi transposto para o rio Capoeira. Mais à jusante, deixou
de ser um afluente do rio São João, sofrendo nova transposição para o rio Indayassú, fazendo
com que o traçado da nova via contornasse uma vasta área pantanosa, como mostra a Figura
19. Com isso, a ferrovia foi inaugurada em 1888, fazendo com que o rio São João perdesse
sua função de importante via de transporte.
A partir das décadas de 1950 a bacia do rio São João sofreu uma série de grandes
obras hidráulicas pelo Departamento Nacional de Obras e Saneamento – DNOS. Entre as
décadas de 1950 e 1960 os rios Bacaxá e Capivari foram parcialmente retificados (18 km e
15 km, respectivamente), assim como um pequeno trecho do rio São João para facilitar as
obras da rodovia BR-101 (SEMADS 2001; PRIMO e VÖLCKER 2003). Ainda segundo os
autores, em 1972 o Ministério do Interior anunciou a intenção de construir a barragem de
Juturnaíba para possibilitar o abastecimento público dos municípios da Região dos Lagos,
realizar obras de macrodrenagem e promover o aproveitamento hidroagrícola da baixada.
57
Entre 1974 e 1980, de acordo com SEMADS (2001) e Primo e Völcker (2003), um
trecho do leito do rio São João desde Gaviões até as proximidades da represa foi aprofundado,
alargado e retificado, o mesmo ocorrendo com o baixo curso dos rios Águas Claras, Pirineus,
Bananeiras, Maratuã, Salto d’Água e do Ouro. Na década de 1980, à jusante da represa, foi a
vez do baixo curso dos rios Aldeia Velha, Indayassú, Lontra e Dourado a sofrer retificação e
ainda a abertura de um canal reto de 24,5 km no baixo São João, com inúmeras valas
construídas para dessecamento de sua imensa área de brejo. A Figura 20 demonstra o
resultado das intervenções na bacia do rio São João, pelo DNOS.
Figura 20 – Bacia hidrográfica do rio São João após projeto de intervenção do DNOS.
Fonte: Adaptado de Cunha (1995) apud Primo e Völcker (2003, p. 23).
58
A bacia do Rio São João historicamente sofre com o uso e ocupação inadequado do
solo (ICMBIO 2008, p. 135). O século XVII foi marcado pelo desmatamento, exploração de
madeira e o início da ocupação com lavouras. No século XVIII o destaque foi a devastação de
extensas áreas para o plantio da cana-de-açúcar. Com seu declínio os canaviais foram
abandonados e a região passou a ser ocupada com criação de gado e com continua extração de
madeira. Já no século XIX foi a vez da cafeicultura predominar. No entanto, foi no século XX
que ocorreram as intervenções mais drasticamente relevantes, como obras de aterro, de
construção de barragens e drenagens realizadas através de políticas governamentais de
incentivo à ocupação da região (PRIMO e VÖLCKER 2003; ICMBIO 2008).
60
4
Mais informações: http://www.inea.rj.gov.br/olho-no-verde/ . Acesso em: 13 maio 2020.
61
Tabela 4 – Distribuição das Classes de Uso e Cobertura da Terra, da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-
Dourado, RJ. As classes foram divididas em dois grandes grupos de acordo com suas características de interferência
humana: áreas antrópicas e áreas naturais.
Tipo Classes ha %
Áreas Antrópicas Agrícolas (AAG) 75.887,67 48,05
Antrópicas
Figura 23 – Valores proporcionais das classes mapeadas da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-
Dourado.
Fonte: Própria (2020).
63
No grupo das áreas naturais, Água é a segunda classe mais importante da APASJ,
principalmente em função da represa de Juturnaíba, correspondendo a 2,54% da área ou
4.018,6 ha. Como citado anteriormente, Primo e Völcker (2003) descreveram que ao longo da
bacia do rio São João, brejos ocupavam extensões consideráveis, superiores a 14.000 ha, ao
lado de matas ribeirinhas tanto em áreas secas quanto inundadas. Esta vegetação natural
enquadra-se na classe Áreas Naturais Não Florestadas (NNF), que atualmente encontra-se
reduzida a 0,74% da APASJ, ou seja, 1.174 hectares. Pode-se deduzir com isso que em
4 séculos (XVII a XX) somente esta classe perdeu mais de 92% de sua cobertura original.
Seguindo o mesmo raciocínio, as classes Restingas e Manguezais destacam-se pela baixíssima
representatividade atual (0,43% e 0,18%, respectivamente), como mostra a Figura 24. Esta
baixa representatividade é justificada, inclusive, pela pressão da especulação imobiliária
devido à localização litorânea. Ressalta-se que, ainda assim, o manguezal localizado na foz do
rio São João é bastante significativo.
Figura 24 – Área em hectares das classes mapeadas da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado.
Fonte: Própria (2020).
64
No grupo das áreas antrópicas, as classes Silvicultura (SILV), Áreas Antrópicas Não
Agrícolas (ANA) e Áreas Antrópicas Agrícolas não Consolidadas (AAG_N_CONS), juntas
totalizam 2.269,34 ha, isto é, ocupam 1,44% da APASJ. A classe Silvicultura (SILV) ocupa
cerca de 1% (1.626 ha) da APA, com predomínio nos municípios de Silva Jardim e Casimiro
de Abreu. Com 0,38% da APA, a classe Áreas Antrópicas Não Agrícolas (ANA) representa,
principalmente, as áreas urbanas ou de expansão urbana ao longo das rodovias, ocupando
cerca de 540 ha. A classe Áreas Antrópicas Agrícolas não Consolidadas (AAG_N_CONS)
apresenta ocupação inexpressiva na APASJ, com 0,03% do território (c.a. 50 ha).
A APASJ possui “grande relevância internacional, seja por abrigar uma das espécies
de primatas cujo programa de conservação inclui diversos países, ou por estar situada em um
dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, a Mata Atlântica” (ICMBIO 2008, p. 20).
Criada através do Decreto Federal s/nº de 27 de junho de 2002, a APASJ tem como objetivo e
finalidade a proteção e conservação de seus mananciais, regularização do uso dos recursos
hídricos e o parcelamento do solo, de forma a garantir o uso racional dos recursos naturais e
proteção dos remanescentes de floresta atlântica e o patrimônio ambiental e cultural da região,
segundo Brasil (2002).
65
Das espécies que compõem a flora da APASJ, muitas se encontram com populações
reduzidas, devido ao extrativismo secular na região. Mesmo com a fragmentação de habitats,
estudo realizado por Carvalho et al. (2008) na bacia do rio São João apontou acentuada
riqueza no padrão de famílias/gêneros. Por outro lado, Cansi (2007) analisou nove fragmentos
na mesma bacia, integrantes do Programa Conservação do Mico-leão-dourado, onde estima-se
que estejam isolados há 50 anos.
Zoneamento da APA
Figura 27 – Zoneamento da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, conforme seu Plano Diretor.
Nota: A Zona de Recuperação (ZREC) não foi fornecida.
Fonte: Adaptado de ICMBio ([2020b]).
5
A ferramenta Topo to Raster utiliza um método de interpolação projetado especificamente para a criação de
modelos de elevação digital hidrograficamente condicionados (MDEHCs), baseado no programa ANUDEM
desenvolvido por Michael Hutchinson (1988, 1989, 1996, 2000, 2011) (ESRI [2020]).
71
a b
Figura 28 – Testes visuais: a) avaliação de posicionamento de um ponto cotado em relação à isolinha mais
próxima; b) avaliação de encaixe da hidrografia em relação às curvas de nível.
Fonte: Própria (2020).
Tabela 5 – Regras adicionadas à análise topológica das curvas de nível para correção de imperfeições.
Regra Inconsistência Exemplo Fonte
Linhas sobrepostas;
geralmente linhas que se
Must not Overlap
sobrepõem por possuírem
um vértice em comum.
Ribeiro et al.
(2015, p. 70)
Segmentos de corpos
Overlap hídricos se
sobrepõem.
Ângulo mínimo de
conexão de um França (2018, p.
Minimum Angle
segmento ao restante 17)
do corpo hídrico.
Segmentos de corpos
Crossing Lines
hídricos distintos
Segmentos de corpos
Line Not Connected hídricos não se
conectam.
França (2018, p.
Network Inconsistency
18)
O fluxo d’água
França (2018, p.
Loop retorna para o mesmo
19)
ponto.
74
Os scripts ainda entregam uma feição referente aos pontos identificados na rede
drenagem, como mostra a Figura 29, com os seguintes atributos:
Início de Drenagem (Start Point);
Final de Drenagem (End Point);
Confluência (Confluence);
Ramificação (Branch); e
Mudança de atributos (Attribute change).
A Matriz de Confusão é uma matriz quadrada, onde as linhas correspondem aos dados
classificados e as colunas expressam os dados de referência. De acordo com Congalton e
Green (2009), a eficiência de representação da precisão dos mapas a partir da matriz de
confusão está na descrição clara das precisões individuais de cada classe, em conjunto com
erros de inclusão e de exclusão na classificação. A análise Kappa baseia-se na diferença entre
a concordância real na matriz de confusão e a concordância de chance indicada pela linha e
coluna totais, tornando-se componente fundamental nas avaliações de precisão. Desta forma,
o índice Kappa calculado foi comparado aos conceitos de desempenho sugeridos por Landis e
Koch (1977) (Tabela 7). No caso da Precisão Geral, Congalton e Green (2009) sugerem como
resultados aceitáveis, valores iguais ou superiores a 85%.
Tabela 7 – Critérios utilizados na avaliação de concordância
com base no índice Kappa.
Kappa Concordância
≤0 Péssima
0,0 < K < 0,2 Ruim
0,2 ≤ K < 0,4 Razoável
0,4 ≤ K < 0,6 Boa
0,6 ≤ K < 0,8 Muito boa
0,8 ≤ K < 1,0 Excelente
Fonte: adaptado de Landis e Koch (1977, p. 165).
Figura 30 – Estações geodésicas como pontos de referência de amostragem na Área de Proteção Ambiental da
Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, utilizados para validação do Modelo Digital de Elevação.
Fonte: Própria (2020).
77
Tabela 8 – Distribuição das estações geodésicas nas classes de altitude, para a Área de Proteção
Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, com informações de altimetria e seus
respectivos nomes.
Estação Altitude (m) Classe (m) Estação Altitude (m) Classe (m)
3329B 3,22 0 - 10 2826D 19,42 10 - 20
2828H 3,51 0 - 10 2825V 20,46 20 - 30
3328N 3,55 0 - 10 91968 21,13 20 - 30
9003L 3,57 0 - 10 2813N 21,94 20 - 30
9003K 3,64 0 - 10 2826A 22,02 20 - 30
3072E 3,66 0 - 10 2827F 22,27 20 - 30
3328L 3,73 0 - 10 2826C 22,59 20 - 30
3088N 3,82 0 - 10 96136 23,01 20 - 30
3329C 3,83 0 - 10 2813M 23,51 20 - 30
3072D 3,84 0 - 10 2813J 24,48 20 - 30
3072G 3,91 0 - 10 2826J 24,81 20 - 30
2827C 3,96 0 - 10 2826M 25,32 20 - 30
96350 4,06 0 - 10 2826G 25,61 20 - 30
9003J 4,22 0 - 10 2826V 27,22 20 - 30
3328J 4,25 0 - 10 2825S 27,68 20 - 30
3137J 4,33 0 - 10 2825R 29,41 20 - 30
2827D 4,40 0 - 10 2825N 31,95 30 - 40
3072J 5,73 0 - 10 2813F 33,47 30 - 40
2828G 7,95 0 - 10 2813R 35,07 30 - 40
2826P 12,51 10 - 20 2825L 37,84 30 - 40
2826X 12,51 10 - 20 2813S 46,00 40 - 50
2826R 13,05 10 - 20 2825P 46,44 40 - 50
2826U 14,05 10 - 20 2825J 46,75 40 - 50
2826T 14,13 10 - 20 2825G 48,56 40 - 50
9356R 14,75 10 - 20 91966 52,10 50 - 60
2813L 15,23 10 - 20 8400 52,53 50 - 60
2826H 16,40 10 - 20 2813H 52,56 50 - 60
2825X 16,88 10 - 20 2825F 67,14 60 - 70
2826B 17,27 10 - 20 2032 307,78 300 - 310
91964 17,50 10 - 20 8374 729,14 720 - 730
2826L 17,68 10 - 20 8373 912,48 910 - 920
2825T 17,86 10 - 20 - - -
Fonte: Adaptado de IBGE (2017).
78
O software utilizado nesse estudo foi o ESRI ArcGIS® 10.2 (Licença ArcInfo) e toda a
base de dados foi previamente projetada para o Sistema de Projeção UTM com datum
horizontal SIRGAS 2000. Optou-se por utilizar a extensão TIF para os rasters gerados neste
estudo, pois estes permitem um limite maior de caracteres em relação ao formato
nativo GRID (máx. 13), ao nomear os arquivos. Todos os processos e etapas da delimitação
das Áreas de Preservação Permanente de topo de morros aqui relacionados foram produzidos
de forma a propiciar rotinas automatizadas. Sendo assim, com a finalidade de alcançar os
objetivos deste estudo, são descritos nesta metodologia os 2 cenários a seguir:
Cenário 1: método de delimitação de APPs de topo de morros de acordo com a
Lei nº 4.771/65 e Resolução Conama nº 303/2002; e
Cenário 2: método de delimitação de APPs de topo de morros conforme a Lei
nº 12.651/2012.
Figura 31 – Etapas para delimitação de APPs de topo de morros conforme a Lei nº 4.771/65 e Resolução
Conama nº 303/2002.
Fonte: Adaptado de Peluzio et al. (2010).
Figura 32 – Agrupamento de duas ou mais elevações cujos cumes distem menos de 500 metros entre si, onde as
APPs de topo são delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura em relação à base
do morro ou montanha de menor altura do conjunto (CONAMA 2002).
Fonte: Adaptado de Nowatzki, Santos e Paula (2010, p. 5).
80
Figura 33 – Subestimativa do método de Peluzio et al. (2010) e Victoria (2010) no processo de agrupamento de
elevações com distância de proximidade inferior a 500 metros e aplicação da altitude da menor elevação, sob
outra interpretação do texto da Resolução Conama 303; a) pontos representam os cumes das elevações com suas
respectivas cotas altimétricas do terço superior; os buffers foram criados com base nos pontos, considerando raio
de 249,5 metros – representa a distância inferior a 500 metros entre dois cumes, ou seja, menos de 250 metros
para cada cume; b) os menores valores de cada ponto são transferidos para os buffers que os contém; c) os
menores valores de cada buffer são transferidos para os pontos que os contém; observou-se que para um mesmo
conjunto de morros ou montanhas várias elevações menores foram obtidas.
Fonte: Rocha (2011, p. 11).
6
ETAPA 8: Agrupamento dos morros ou montanhas com distância de proximidade inferior a 500 metros e
aplicação da altitude da menor elevação.
81
O método para delimitação das APPs em topo de morros com base na Lei
nº 12.651/2012 aqui proposto foi parcialmente adaptado por aquele reproduzido por Peluzio et
al. (2010), e suas etapas estão demonstradas na Figura 36. Utilizou-se o mesmo MDEHC
descrito anteriormente. Algumas diferenças são apresentadas como:
a ausência do agrupamento de morros e montanhas;
a obtenção da declividade média superior a 25 graus; e
os procedimentos para obtenção dos pontos de sela mais próximos das
elevações.
83
Figura 36 – Etapas para delimitação de APPs de topo de morros conforme a Lei nº 12.651/2012.
Fonte: Adaptado de Rocha (2011, p. 14).
Depressões e picos espúrios são anomalias, geralmente, causadas pela resolução dos
dados ou por arredondamentos das elevações para o valor inteiro mais próximo. Estas
anomalias devem ser preenchidas para garantir o delineamento adequado de bacias
hidrográficas e corpos d’água, do contrário, poderão interromper redes de drenagem,
causando sub ou superestimativas de funções derivadas destas (ESRI 2009a). Tarboton et al.
(1991) descobriram que de 0,9% a 4,7% das células em um MDE eram sumidouros. O ajuste
médio dessas anomalias variou de 2,6 a 4,8 metros. Isso significa que, para uma grade de 1
milhão de células (1.000 x 1.000 pixels), pode haver de 9.000 a 47.000 sumidouros/picos a
serem preenchidos/ajustados. Por isso é tão importante o uso da ferramenta de preenchimento
Fill para obtenção de informações hidrológicas corretas em MDEs.
Para geração da layer de cumes, Extent, Cell size e Mask foram configurados para
receber MDEHC_Fill. Como pré-requisito, foram produzidas as layers: a) MDEHC Invertido
(MDEHC_Inv), b) direção de fluxo d’água invertido (Dir_Fluxo_Inv), e c) Máscara de cume
(Cume_Masc).
84
Figura 37 – Inversão do MDEHC necessário para delimitação dos domínios das elevações e dos cumes, através
de ferramentas de hidrologia (Fill, Sink, Flow Direction, Basin).
Fonte: Rocha (2011, p. 16).
Figura 38 – Perfis indicando a localização de cumes em um MDEHC normal e os sinks (depressões espúrias) a
partir do MDEHC invertido, com a ferramenta Sink, para a geração das máscaras de cumes.
Fonte: Rocha (2011, p. 17).
Para geração da layer de domínios das elevações (Bacias_Inv), Analysis Mask foi
configurada para receber a layer MDEHC_Fill. Como input para a ferramenta Basin, a layer
Dir_Fluxo_Inv foi aplicada e como output, Bacias_Inv. A Figura 39 apresenta a distribuição
dos domínios das elevações na paisagem. Em seguida, criou-se uma tabela de atributo VAT
para esta layer com a ferramenta Build Raster Attribute Table. Peluzio et al. (2010)
argumentam que as Grids (imagens matriciais utilizadas no ArcGIS 10.2®, por padrão)
inteiras representam dados discretos e seus atributos são armazenados numa tabela de atributo
VAT, onde um registro é apresentado para cada valor exclusivo nesta Grid. A tabela de
atributo VAT foi fundamental para aplicação da layer Bacias_Inv em diversos processos.
Figura 39 – Distribuição dos domínios das elevações (Bacias_Inv) na paisagem; como se observa em
perspectiva, as linhas de cor preta demarcam os limites de cada elevação.
Fonte: Rocha (2011, p. 19).
87
Nesta etapa foi utilizada a estatística por zonas (Zonal Statistics) para geração da layer
Cumes_Maximos. Esta função calcula as estatísticas dos valores de uma imagem matricial nas
zonas de outro conjunto de dados (ESRI 2009a). Neste caso, o objetivo foi obter a cota de
maior valor em cada feição de Cumes e transferi-la para cada domínio de elevação. Com a
ferramenta Zonal Statistics utilizou-se os seguintes parâmetros:
Input raster or feature zone data: Bacias_Inv;
Zone field: VALUE;
Input value raster: Cumes;
Output raster: Cumes_Maximos;
Statistics type: MAXIMUM
Em sequência, para a geração da layer Cumes_MDE, Analysis Mask foi configurada para
receber a layer Cumes. Com a ferramenta Raster Calculator utilizou-se a expressão (4)
resultando na layer Cumes_MDE como output. Na prática, este comando significou que
quando cada pixel de Cumes coincidisse com o mesmo valor de Cumes_Maximos, este pixel
assumiria este valor em Cumes_MDE, do contrário assumiria um valor NoData (sem dados).
Como demonstrou Rocha (2008), o ponto de sela é aquele ponto mais baixo localizado
entre duas isolinhas fechadas de mesma cota altimétrica, compreendido na mesma linha de
crista (divisor de águas) entre dois cumes. Diante disto, observou-se que os limites dos
domínios das elevações sempre interceptam pontos de sela. Assim, ao obter o limite de um
domínio de elevações (bacias_inv) e em seguida atribuir-lhe valores de altimetria do
MDEHC, seu pixel máximo, ou seja, o ponto de maior cota altimétrica, corresponderá ao
ponto de sela como mostra a Figura 40.
Figura 40 – Ponto de Sela em um domínio de elevação (em lilás) na paisagem – visão ortogonal; como se
observa, o ponto de sela localiza-se na cota máxima do perfil C-C’.
Fonte: Rocha (2011, p. 21)
89
Para geração dos pontos de sela, foram produzidas as layers: a) Máscara de bacias
(Bacias_Masc); b) Bacias_Mde: contornos das bacias que assumem os valores coincidentes de
MDEHC_Fill, com o uso de Bacias_Masc como máscara; c) Bacias_Max, que detecta o pixel
de maior valor em Bacias_Mde, através de estatística de zonas; d) Selas_MDE; e e)
Selas_prox.
b) Layer Bacias_Mde
Para a geração da layer Bacias_MDE, Analysis Mask foi configurada para receber
a layer Bacias_Masc. Com a ferramenta Raster Calculator utilizou-se a expressão
(5) resultando na layer Bacias_MDE como output. Assim, cada pixel de
Bacias_Masc assumiu o valor de MDEHC_Fill.
c) Layer Bacias_Max
A layer Bacias_Max foi gerada com o objetivo de se obter a cota de maior valor
em cada feição de Bacias_MDE e transferi-la para cada domínio de elevação. Com
a ferramenta Zonal Statistics os seguintes parâmetros foram utilizados:
Input raster or feature zone data: Bacias_Inv;
Zone field: VALUE;
Input value raster: Bacias_MDE;
Output raster: Bacias_Max;
Statistics type: MAXIMUM.
d) Layer Selas_MDE
Para a geração da layer Selas_MDE, Analysis Mask foi configurada para receber a
layer Bacias_MDE. Com a ferramenta Raster Calculator utilizou-se a expressão
(5) resultando na layer Selas_MDE como output. Assim, cada pixel de
Bacias_MDE coincidente com o valor de Bacias_Max assumiu este valor em
Selas_MDE, senão NoData.
e) Layer Selas_prox
Em seguida, aplicou-se a ferramenta Spatial Join. Esta ferramenta cria uma junção
de tabelas na qual os campos de uma layer são anexados à tabela de atributos de
uma terceira camada com base nos locais relativos das duas outras. Os seguintes
parâmetros foram utilizados:
Target feature: Cumes_mde_ponto.shp;
Join features: Selas_ponto.shp;
Output feature class: cumes_selas_prox.shp;
Join Operation (optional): JOIN_ONE_TO_ONE;
Keep All Target Features (optional): sim;
Match option (optional): CLOSEST.
Neste caso, as cotas dos pontos de sela mais próximos aos seus respectivos pontos
de cume (target) foram anexadas à tabela de atributos da layer
cumes_selas_prox.shp. A partir deste ponto, os processos a seguir permitiram
calcular a altura das elevações, para posterior seleção daquelas iguais ou superiores
a 100 metros.
Na layer cumes_selas_prox.shp foram adicionados os campos com field name:
“cota_cume”, “cota_sela” e “altura” através da ferramenta Add Field e os seguintes
parâmetros:
Input table: cumes_selas_prox.shp;
Field type: DOUBLE;
Field Precision (optional): 10;
Field Scale (optional): 0.
A próxima ferramenta utilizada foi Calculate Field para cada campo recém-criado,
onde foram inseridas as expressões com os parâmetros a seguir:
- Campo “cota_cume”
Input table: cumes_selas_prox.shp;
Field name: cota_cume
Expression: [GRIDCODE];
Expression Type (optional): VB.
- Campo “cota_sela”
Input table: cumes_selas_prox.shp;
Field name: cota_sela
92
Expression: [GRIDCODE_1];
Expression Type (optional): VB.
- Campo “altura”
Input table: cumes_selas_prox.shp;
Field name: altura
Expression: [cota_cume] - [cota_sela];
Expression Type (optional): VB.
Para selecionar as alturas iguais ou superiores a 100 metros e armazená-las em um
novo layer, utilizou-se a ferramenta Select com os seguintes parâmetros:
Input Features: cumes_selas_prox.shp;
Output Feature Class: altura_sup100m.shp;
Expression (optional): “altura” >= 100.
Um dos requisitos para o enquadramento de uma elevação, além das selas mais
próximas como mencionado anteriormente, é a declividade média superior a 25 graus. Desta
forma, para a determinação da declividade média foram produzidas as layers: a)
MDEHC_dec; b) MDEHC_dec_med, com a declividade média para cada domínio de
elevação; c) Decliv_dec, produzido a partir da layer MDEHC_dec_med utilizando-se uma
máscara com Cumes_MDE; d) Dec_med_int; e) Dec_med_ponto; e f) Dec_med_sup25.
a) Layer MDEHC_dec
Esta layer foi produzida com a ferramenta Slope para geração da declividade, em
graus, com os seguintes parâmetros:
Input raster: MDEHC_Fill;
Output raster: MDEHC_dec;
Output measurement (optional): Degree.
93
b) Layer MDEHC_dec_med
Nesta layer foi calculado o valor médio da declividade para cada domínio de
elevação. Com a ferramenta Zonal Statistics (Figura 41) foram utilizados os
seguintes parâmetros:
Input raster or feature zone data: Bacias_Inv;
Zone field: VALUE;
Input value raster: MDEHC_dec;
Output raster: MDEHC_dec_med;
Statistics type: MEAN.
c) Layer Decliv_med
Para a geração da layer Decliv_med, Analysis Mask foi configurada para receber a
layer Cumes_MDE. Com a ferramenta Raster Calculator utilizou-se a expressão
(7).
d) Layer Dec_med_int
Os valores da layer foram transformados para inteiro a fim de possibilitar sua
conversão para ponto, necessário aos próximos processos.
e) Dec_med_ponto
Com a ferramenta Raster to Point, Dec_med_int foi convertido para
Dec_med_ponto.shp.
94
f) Dec_med_sup25
Neste processo utilizou-se Select para selecionar as declividades médias superiores
a 25 graus e armazená-las em um novo layer, com os seguintes parâmetros:
Input Features: Dec_med_ponto.shp;
Output Feature Class: Dec_med_sup25.shp;
Expression (optional): “GRID_CODE” (ou qualquer outro campo que
armazene os valores de declividade média) > 25.
No processo a seguir, para agregar esses valores de terço superior aos seus respectivos
domínios de elevação, a ferramenta Spatial Join foi utilizada com os seguintes parâmetros:
Target feature: bacias_pol.shp;
Join features: cumes_selas_declive.shp;
Output feature class: bacias_pol_terco_sup.shp;
Join Operation (optional): JOIN_ONE_TO_ONE;
Keep All Target Features (optional): sim;
Match option (optional): CONTAINS.
Assim, o último processo desta etapa final foi a conversão de APP_TM_R para
polígono a partir da ferramenta Raster to Features:
Input raster: APP_TM_R;
Field: VALUE;
Output geometry type: Polygon;
Classification > Method: Equal Interval;
Generalize lines: SIM;
Output features: app_tm_vetor.shp.
97
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises topológicas obtidos pela ferramenta Topology da ESRI para
a feição Curvas de Nível são apresentados na Tabela 9 a seguir.
Tabela 9 – Resultados da Análise Topológica para Curvas de Nível.
Regra Erro %
Must Not Overlap 1 0,01
Must Not Intersect 1 0,01
Must Not Have Dangles 4.418 26,73
Must Not Have Pseudo Nodes 3.963 23,98
Must Not Self-Overlap 1 0,01
Must Not Self-Intersect 1 0,01
Total 8.385 50,74
Total geral de Curva de Nível 16.527 100,00
Total geral de Curva de Nível após correção topológica 178
A feição Curva de Nível apresentou 16.527 segmentos de linha, onde 51% destes
apresentaram algum tipo de erro topológico. A presença de nós soltos foi responsável por
cerca de 27% das inconsistências encontradas (Figura 42a), enquanto que 24%
corresponderam a falsos nós (Figura 42b).
a b
Figura 42 – Resultado da análise topológica na feição curvas de nível da APA da Bacia do rio São João/Mico-
Leão-Dourado para: a) nós soltos; b) falsos nós.
Fonte: Própria (2020).
Figura 43 – (A) Hidrografia da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado; destaque para grandes
aglomerados de canais retificados no baixo curso do rio São João (B); Em (C) um exemplo de ocorrência de
loop (pontos na cor verde) e problemas de rede (pontos em roxo), nos canais retificados.
Fonte: Própria (2020)
99
Figura 44 – Hidrografia da APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ, após correção topológica; os
canais na cor preta foram removidos, por causarem erros topológicos, em sua maioria loops.
Fonte: Própria (2020).
Tabela 11 – Comparação entre os resultados original e corrigido das análises topológicas para a
feição hidrografia.
Quantidade
Item Tipo
Original Corrigida
Inconsistência de geometria line not connected 73 0
Inconsistências na rede de network problem 723 0
drenagem loop 422 0
Total geral de trechos de drenagem 14.533 9.126
Figura 45 – Morro de São João. Posicionamento de pontos cotados e hidrografia em relação às curvas de nível –
APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ.
Fonte: Própria (2020).
4 4 1 5
5 3 1 4
6 1 2 3
7 1 1
8 1 1
9 1 1
10 1 1
Total colunas 19 14 15 4 4 3 1 1 1 1 55
Erro omissão (%) 0,00 14,29 26,67 0,00 25,00 33,33 0,00 0,00 0,00 0,00
Erro comissão (%) 9,52 20,00 0,00 20,00 25,00 33,33 0,00 0,00 0,00 0,00
(**) – 1: 0-10; 2: 10-20; 3: 20-30; 4: 30-40; 5: 40-50; 6: 50-60; 7: 60-70; 8: 300-310; 9: 720-730; 10: 910-920.
Figura 46 – Distribuição de elevações na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ, com base na
Lei nº 4.771/65 e Resolução Conama nº 303/2002. As elevações foram categorizadas como: i) morros: elevações
entre 50 e 300 m de altura, com declividade superior a 30%; ii) montanhas: elevações com altura superior a 300
m; iii) demais elevações com altura inferior a 50 m.
Fonte: Própria (2020).
De acordo com a tabela anterior, das 11.343 elevações da APASJ pelo cenário 2,
apenas 22 atenderam aos critérios de altura e declividade média para serem considerados
morros, montes, montanhas e serras, como estabelece o diploma legal. A Figura 48 permite
comparar as elevações delimitadas com base nos parâmetros da Lei nº 12.651 e da Lei nº
4.771 (Res. Conama nº 303).
107
Figura 48 – Comparação entre as elevações obtidas conforme parâmetros das Leis nº 12.651/12 e nº 4.771/65
(Res. Conama nº 303/02) na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ.
Fonte: Própria (2020).
Comparando-se as áreas totais de elevações da lei anterior (163.742,89 ha) com a atual
(24.156,28 ha), verifica-se uma diminuição significativa na ordem de 139.568,61 ha. Isto é
reforçado ao se observar que 4.622 elevações (98.931,97 ha) eram enquadradas como
morros/montanhas, enquanto que, atualmente, somente 895,01 ha distribuídos em 22
elevações são assim enquadradas. Desta forma, estas elevações consideradas morros, montes,
montanhas e serras, conforme a lei em vigor, são apresentas pela Figura 49.
108
Figura 49 – Morros, montes, montanhas e serras conforme parâmetros da Lei nº 12.651/12 na APA da Bacia do
Rio São João/Mico-Leão-Dourado, RJ. Foram considerados como morros, montes, montanhas e serras, as
elevações a partir de 100 m de altura (cuja base é a cota do ponto de sela mais próximo da elevação) e inclinação
média maior que 25º.
Fonte: Própria (2020).
Figura 50 – APPs de topo de morros na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado no Cenário 1,
com 48.856,5 hectares, através do método de delimitação de APPs de topo de morros de acordo com a Lei nº
4.771/65 e Resolução Conama nº 303/2002.
Fonte: Própria (2020).
A APA apresenta área de 150.530 hectares. Sua cobertura com APPs de topo de
morros de acordo com o extinto Código Florestal correspondia a 32,46% desta área.
110
Figura 51 – APPs de topo de morros na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado no Cenário 2, com
111,73 hectares, através do método de delimitação de APPs de topo de morros de acordo com
a Lei nº 12.651/12; destaque para duas APP de topo no Morro de São João.
Fonte: Própria (2020).
Os resultados observados no Cenário 2, com base na Lei atual, indicam cobertura com
APPs de topo de morros correspondente a 0,07% da área da APA São João. Como bem
sintetizou Lelis (2011), ao analisar os resultados do PL nº 1.876/1999 (promulgado como a
Lei nº 12.651 em 25/05/2012) “a proteção das APPs formadas por topo de morros tornou-se
fictícia”.
Sob o ponto de vista técnico, uma das poucas vantagens foi a facilitação para o cálculo
de obtenção da declividade média de cada elevação, com o uso de Sistema de Informações
Geográficas (SIG). O mais preocupante, contudo, foi observar que tanto a alteração da base
das elevações para o ponto de sela quanto o aumento do parâmetro da altura reduziram
drasticamente a quantidade de APPs de topo de morro, a ponto de dizimá-las em algumas
regiões. Além disso, as elevações inferiores a 100 metros de altura ficaram desprotegidas,
mesmo em casos de fragilidade geológica.
111
Como observado, a lei atual permitiu que 99,79% de áreas naturais florestadas
deixassem de ser protegidas, assim como 126 hectares de áreas naturais não florestadas que,
antes encontravam-se dentro de APP, agora estão excluídas. No que concerne às áreas
antrópicas, a classe AAG possuía mais de 11.000 hectares irregulares dentro de APP de topo
de morros. Com a lei atual, 99,81% desta classe foi anistiada. Da mesma forma, as classes
Silvicultura, Áreas Antrópicas Não Agrícolas e Áreas Antrópicas Agrícolas Não
Consolidadas, pelo Código Florestal (lei 4.771) caracterizavam-se como uso irregular dentro
de APP. Porém, com a lei de 2012 estas classes perderam a condição de área protegida
integralmente.
Em relação ao Zoneamento da APA, os impactos causados pela mudança na legislação
dentro das APPs de topo de morro podem ser observados na Tabela 19. Durante a vigência da
Lei nº 4.771/65 sete zonas possuíam APPs de topo de morro, totalizando 49.142,64 ha
protegidos.
112
Com a lei atual (12.651/12) ocorrem APPs de topo em apenas 4 zonas, num total de
111,73 ha. Não ocorreram APPs nas Zonas de Proteção da Região Estuarina (ZPRE) e de
Recuperação (ZREC), para ambas as leis. No entanto, nas Zonas de Preservação dos Recursos
Naturais (ZPRN) e de Conservação dos Recursos Naturais (ZCRN) a perda de APPs de topo
de morros foi de 99,83% e 99,90%, respectivamente.
Tabela 19 – Impacto nas APPs de topo de morros em relação ao Zoneamento da APA da Bacia do Rio São
João/Mico-Leão-Dourado, RJ, pela comparação entre as Leis nº 4.771/65 e nº 12.651/12.
Lei Impacto*
Zoneamento
4.771 (ha) 12.651 (ha) (ha) (%)
Zona de Preservação dos Recursos Naturais (ZPRN) 2.530,10 4,25 -2.525,86 -99,83
Zona de Conservação dos Recursos Naturais (ZCRN) 25.422,47 26,33 -25.396,15 -99,90
Zona de Proteção do Reservatório de Juturnaíba (ZPRJ) 200,36 - -200,36 -100,00
Zona de Proteção da Região Estuarina (ZPRE) - - - -
Zona de Uso Controlado (ZUC) 299,84 - -299,84 -100,00
Zona de Uso Sustentável (ZUS) 12.996,56 62,22 -12.934,34 -99,52
Zona de Uso Especial (ZUE) 7.639,84 18,94 -7.620,90 -99,75
Zona de Ocupação Controlada (ZOC) 53,46 - -53,46 -100,00
Zona de Recuperação (ZREC) - - - -
Total 49.142,64 111,73 -49.030,91 -99,77
(*) - Impacto: área da Lei 12651 – área da Lei 4771; sinal (+): ganho; sinal (-): perda.
Ainda com base na tabela supra observa-se que 3 zonas perderam áreas de preservação
integralmente, tais como: Zona de Proteção do Reservatório de Juturnaíba (ZPRJ), Zona de
Uso Controlado (ZUC) e a Zona de Ocupação Controlada (ZOC). A ocorrência de APPs de
topo de morros nas Zonas de Uso Sustentável (ZUS) e de Uso Especial (ZUE) foi
drasticamente reduzida, com 99,52% e 99,75%, respectivamente.
Diante destes resultados, percebe-se que além do impacto quantitativo negativo em
área, a lei nº 12.651/12 também trouxe sérios impactos negativos para as APPs de topo de
morros em termos qualitativos. Áreas naturais, florestadas ou não, deixaram de ser protegidas,
ao passo que áreas antropizadas agrícolas ou não, antes irregulares, perderam este status com
a lei atual. Perdas substanciais também foram observadas no Zoneamento da APA São João,
principalmente, nas zonas de maior importância ambiental (ZPRN e ZCRN), além das demais.
113
6 CONCLUSÃO
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ANEXO 1
ANEXO 2