Codigo de Etica

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

MENSAGEM DA MESA DIRETORA

João Pessoa/PB, em 14 de novembro de 2012.

Senhores Deputados,

Temos a honra de submeter à elevada consideração do Plenário desta


Casa Legislativa, Projeto de Resolução n° _____/2012 - “DISPÕE SOBRE O CÓDIGO
DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DA
PARAÍBA”.
A propositura em referência tem por fim instituir um novo “Código
de Ética e Decoro Parlamentar” desta Casa Legislativa, com o objetivo de modernizar o
referido instrumento normativo que estabelece os princípios éticos e as regras básicas de
decoro parlamentar que devem orientar a conduta dos que estejam no exercício do cargo de
Deputado Estadual, como também, o procedimento disciplinar e as penalidades aplicáveis
no caso de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar, em perfeita e
necessária sintonia que a proposta de Regimento Interno da Casa.
Nestas condições, contamos com o apoio unânime dos Deputados que
compõem essa Casa Legislativa, para aprovação desta propositura, em razão do evidente
interesse público.

Dep. RICARDO MARCELO


Presidente

Dep. BRANCO MENDES


1º Secretário

Dep. ARNALDO MONTEIRO


2º Secretário

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº ______/2012


(Da Mesa)

Dispõe sobre o Código de Ética e Decoro


Parlamentar da Assembléia Legislativa da
Paraíba.

A Assembleia Legislativa resolve:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° O Código de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do


Estado da Paraíba, na conformidade desta Resolução, estabelece os princípios éticos e as
regras básicas de decoro que devem orientar a conduta dos que estejam no exercício do
cargo de Deputado Estadual.
§ 1º Regem-se também por este Código o procedimento disciplinar e as penalidades
aplicáveis no caso de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar.
§ 2º As normas estabelecidas neste Código complementam o Regimento Interno e
dele passam a fazer parte integrante.

Art. 2° O Deputado Estadual, no exercício do mandato, atenderá às prescrições


constitucionais, legais, regimentais e as estabelecidas neste Código, sujeitando-se aos
procedimentos e medidas disciplinares nele previstos.
Parágrafo único. As imunidades, prerrogativas e franquias asseguradas pela
Constituição, pelas Leis e pelo Regimento Interno aos Deputados são institutos destinados
à garantia do exercício do mandato popular e à defesa do Poder Legislativo.

TÍTULO II
DA CORREGEDORIA PARLAMENTAR

Art. 3° A Corregedoria Parlamentar tem por objetivo zelar pela observância dos
princípios e preceitos deste Código e do Regimento Interno da Casa, atuando no sentido da
preservação da dignidade do mandato parlamentar.
§ 1º A Corregedoria Parlamentar constitui-se de um Corregedor Parlamentar e
três Corregedores Parlamentares Substitutos, competindo-lhes:
I – ao Corregedor Parlamentar:
a) promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no âmbito da
Assembléia Legislativa;
b) dar cumprimento às determinações da Mesa, referentes à segurança interna e
externa da Casa;
c) supervisionar a proibição de porte de arma, com poderes para revistar e desarmar;
d) fazer sindicância ou abrir inquérito sobre denúncias de ilícitos no âmbito da
Assembléia Legislativa envolvendo Deputados;
II – aos Corregedores Parlamentares Substitutos:
a) substituir o Corregedor Parlamentar, em eventuais ausências, impedimentos ou
licenças, e sucedê-lo no caso de vaga.
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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

b) desempenhar os encargos que lhe sejam atribuídos pelo Corregedor Parlamentar.


§ 2° O Corregedor Parlamentar e os Corregedores Parlamentares Substitutos
serão escolhidos e designados pela Mesa, logo depois de eleita, nos termos do parágrafo
único do art. 313, do Regimento Interno da Casa.
§ 3° Não poderá ser designado para os cargos de que trata o parágrafo anterior ao
Deputado:
I - submetido a processo disciplinar em curso, por ato atentatório ou incompatível
com o decoro parlamentar;
II - que tenha recebido, na legislatura, penalidade disciplinar de suspensão de
prerrogativas regimentais ou de suspensão do exercício do mandato, da qual se tenha o
competente registro nos anais ou arquivos da Casa;
III - que esteja no exercício do mandato na condição de suplente convocado em
substituição ao titular;
IV - condenado em processo criminal por decisão de órgão jurisdicional colegiado,
ainda que a sentença condenatória não tenha transitado em julga-do.

Art. 4° O Corregedor Parlamentar poderá, observados os princípios e preceitos


regimentais e as orientações da Mesa, baixar provimentos no sentido de prevenir
perturbações da ordem e da disciplina no âmbito da Casa.

TÍTULO III
DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR
CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 5° Compete ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar:


I – zelar pela observância dos preceitos deste Código, atuando no sentido da
preservação da dignidade do mandato parlamentar na Assembleia Legislativa;
II – instaurar o processo disciplinar e proceder a todos os atos necessários à sua
instrução, nos casos de aplicação de penalidade disciplinar de suspensão de prerrogativas
regimentais, suspensão do exercício do mandato e perda do mandato;
III - responder às consultas formuladas pela Mesa, Comissões e Deputados, sobre
matérias relacionadas ao processo político-disciplinar.

CAPÍTULO II
Da Composição
Seção I
Disposições Gerais

Art. 6º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar compõe-se de 07 (sete)


membros titulares e igual número de suplentes.
§ 1° A designação dos membros do Conselho far-se-á por Ato do Presidente, no
prazo de trinta dias úteis da instalação da primeira e da terceira sessões legislativas de
cada legislatura, para mandato até a posse dos novos integrantes.
§ 2° O término do mandato dos membros do Conselho se dará com a posse dos
novos integrantes, salvo na última sessão legislativa da legislatura, cujo encerramento
fará cessar os mandatos no Conselho.
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§ 3° No Conselho, cada partido ou bloco parlamentar terá tantos suplentes quantos


forem os seus membros efetivos.
§ 4º A representação numérica de cada partido e bloco parlamentar atenderá ao
princípio da proporcionalidade partidária, assegurando-se, tanto quanto possível à
representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participem da
Casa.
§ 5° Cabe aos Líderes, no prazo de setenta e duas horas, depois de notificado,
apresentar ao Presidente da Assembléia Legislativa, os nomes dos Deputados indicados,
para compor o Conselho, na medida das vagas que couberem ao respectivo partido ou
bloco parlamentar.
§ 6° O Presidente da Assembléia Legislativa fará, de ofício, a designação se, no
prazo previsto no parágrafo anterior, a liderança não comunicar os nomes de sua
representação para compor o Conselho.
§ 7º As indicações pelos partidos ou bloco parlamentares ou a designação de ofício
pelo Presidente da Assembleia de que trata os parágrafos anteriores, deverão observar as
restrições o previstas no art. 7º.
§ 8° Durante o exercício do mandato de membro do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar, o Deputado não poderá ser afastado de sua vaga no colegiado, salvo por
término do mandato, renúncia, falecimento ou perda de mandato no colegiado, não se
aplicando aos membros do colegiado as disposições constantes do art. 278 do Regimento
Interno Assembleia Legislativa.

Seção II
Dos Impedimentos

Art. 7° Não poderá ser membro do Conselho os membros da Mesa, bem como os
Líderes de Partido ou Bloco Parlamentar, e ainda, o Deputado:
I - submetido a processo disciplinar em curso, por ato atentatório ou incompatível
com o decoro parlamentar;
II - que tenha recebido, na legislatura, penalidade disciplinar de suspensão de
prerrogativas regimentais ou de suspensão do exercício do mandato, da qual se tenha o
competente registro nos anais ou arquivos da Casa;
III - que esteja no exercício do mandato na condição de suplente convocado em
substituição ao titular;
IV - condenado em processo criminal por decisão de órgão jurisdicional colegiado,
ainda que a sentença condenatória não tenha transitado em julga-do.

CAPÍTULO III
Da Presidência e Vice-Presidência
Seção I
Disposições Gerais

Art. 8º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar terá 1 (um) Presidente e 1 (um)


Vice-Presidente, eleitos por seus pares dentre os membros titulares, permitida a reeleição
para o mesmo cargo na eleição subsequente.

Art. 9º Ao Presidente do Conselho compete:


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I - convocar e presidir todas as reuniões do Conselho e nelas manter a ordem


necessária;
II – designar dentre os membros do Conselho, Secretário “a doc”, para secretariar
os trabalhos durante as reuniões;
III - fazer ler, a ata da reunião anterior;
IV - designar relator ao processo sujeito a parecer;
V - submeter a voto as questões sujeitas à deliberação do Conselho e proclamar o
resultado da votação;
VI - solicitar ao Presidente da Assembléia a designação de substitutos;
VII - resolver de acordo com este Código, ou quando omisso, de acordo com o
Regimento Interno da Casa, as questões de ordem ou reclamações suscitadas.
§ 2° Ao Presidente, compete ainda, desempatar as votações ostensivas nas
deliberações do Conselho, e votar em escrutínio secreto, contando-se a sua presença, em
qualquer caso, para efeito de quorum.
§ 3° O Presidente não poderá funcionar como Relator.

Art. 10. O Presidente do Conselho será, nas suas ausências, impedimentos ou


licenças, substituído pelo Vice-Presidente e, na ausência deste, pelo mais idoso dos seus
membros.
Parágrafo único. Compete ainda, ao Vice-Presidente, desempenhar os encargos
que lhe sejam atribuídos pelo Presidente.

Seção II
Das Eleições

Art. 11. A eleição para Presidente e Vice-Presidente do Conselho dar-se-á em


reunião especialmente convocada para este fim pelo Presidente da Assembleia
Legislativa, aplicando-se, no que couber, os procedimentos estabelecidos no art. 8º do
Regimento Interno.
§ 1º Presidirá a reunião o último Presidente do Conselho, se reeleito Deputado ou
se continuar no exercício do mandato, e, na sua falta, o Deputado mais idoso, dentre os de
maior número de legislaturas estaduais.
§ 2º O membro suplente e os Corregedores da Assembleia não poderão ser eleitos
Presidente ou Vice-Presidente do Conselho.

CAPÍTULO IV
Das Reuniões

Art. 12. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar atuará mediante provocação


do Presidente da Assembleia Legislativa, para instaurar o processo disciplinar, contra
Deputados, nos casos e termos deste Código.
§ 1° Havendo consulta formulada ao Conselho, processo disciplinar em andamento
ou qualquer matéria pendente de deliberação, o Presidente do Conselho convocará os
membros para se reunirem na sede da Assembléia Legislativa, em dia e hora prefixados,
observado, no que couber, o disposto no Regimento Interno.
§ 2º As consultas formuladas ao Conselho recebem autuação em apartado, sendo-
lhes designado Relator, que emitirá parecer no prazo de cinco dias úteis.
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§ 3° As reuniões serão abertas pelo Presidente, com a presença da maioria absoluta


de seus membros, ou com qualquer número se não houver matéria para deliberar.
§ 4º O Conselho poderá reunir-se, extraordinariamente, fora da sede da
Assembleia Legislativa, em audiência pública, por deliberação da maioria de seus
membros e com autorização do Presidente da Assembleia.
§ 5º A reunião do Conselho não poderá ser presidida por Autor ou Relator da
matéria em debate.

CAPÍTULO V
Das Ausências as Reuniões

Art. 13. A ausência do membro titular garante ao suplente participar,


automaticamente, da reunião do Conselho, cedendo lugar quando do comparecimento
daquele, exceto se iniciada a votação da matéria em apreciação até que seja ultimada a
decisão.
Parágrafo único. O membro suplente não poderá ser designado Relator, exceto nos
casos de impedimento ou licença do titular.

CAPÍTULO VI
Do Afastamento da Função no Conselho

Art. 14. O membro do Conselho que se enquadrar na situação de impedimento


previsto no art. 7º será de imediato afastado da função, de ofício pelo Presidente do
Conselho, devendo perdurar até a modificação da situação ou decisão final sobre o caso.
§ 1° Quando do afastamento do titular, houver impedimento para assunção do
respectivo suplente, compete ao Líder do partido ou bloco parlamentar a que pertença, no
prazo de quarenta e oito horas, depois de notificado, pelo Presidente da Assembléia,
indicar o substituto para exercício temporário, observado o previsto no art. 7° e § 5° do
art. 6°.
§ 2° Cessado os motivos do impedimento, o titular retornará às suas atribuições no
Conselho, caso contrário, o substituto, assumirá definitivamente o exercício da função,
para concluir o mandato do titular.
§ 3° Quando se tratar de afastamento do Presidente, ou do Vice-Presidente, os seus
respectivos Suplentes no Conselho, serão convocados, para o exercício temporário da
função de membro titular no Conselho.

§ 4° O Presidente, no caso de afastamento do Vice-Presidente, ou membro mais


idoso do Conselho, na hipótese de afastamento do Presidente e do Vice-Presidente,
convocará os respectivos suplentes, conforme previsto no parágrafo anterior, bem como
convocará e presidirá a reunião para eleição dentre os membros titulares, do Presidente
ou do Vice-Presidente, conforme o caso, para exercício temporário da Presidência e Vice-
Presidência do Conselho, por votação nominal e aberta, aplicando-se o previsto nos §§ 1°
e 3°, deste artigo.

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CAPÍTULO VII
Das Vagas

Art. 15. A vaga no Conselho verificar-se-á em virtude de término do mandato,


renúncia, falecimento ou perda do mandato no colegiado, neste último caso quando o
membro titular deixar de comparecer a 5 (cinco) reuniões consecutivas ou,
intercaladamente, a 1/3 (um terço) das reuniões durante a sessão legislativa, salvo motivo
de força maior justificado por escrito ao Presidente do Conselho, a quem caberá declarar
a perda do mandato.

Art. 16. A vaga no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar será preenchida por
designação do Presidente da Assembléia Legislativa, aplicando-se o estabelecido nos §§ 5°
e 6° do art. 6°.

Art. 17. Se vagar o cargo de Presidente ou de Vice-Presidente do Conselho,


proceder-se-á a nova eleição para escolha do sucessor, salvo se faltarem menos de três
meses para o término do mandato, caso em que será provido na forma indicada no art. 10.

CAPÍTULO VIII
Do Sistema de Acompanhamento e Informações do Mandato Parlamentar

Art. 18. Ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é assegurado o pleno acesso,


exclusivamente para fins de consulta, ao Sistema de Acompanhamento e Informações do
Mandato Parlamentar disponibilizado pela Secretaria Legislativa e demais sistemas ou
bancos de dados existentes ou que venham a ser criados na Assembleia Legislativa, onde
constem, dentre outros, os dados referentes:
I - ao desempenho das atividades parlamentares, e em especia1 sobre:
a) cargos, funções ou missões que tenha exercido no Poder Executivo, na Mesa, em
Comissões ou em nome da Casa durante o mandato;
b) número de presenças às sessões ordinárias, com percentual sobre o total;
c) número de pronunciamentos realizados nos diversos tipos de sessões da
Assembleia Legislativa;
d) número de pareceres que tenha subscrito como relator;
e) relação das Comissões e Subcomissões que tenha proposto ou das quais tenha
participado;
f) número de propostas de emendas à Constituição, projetos, emendas, indicações,
requerimentos, recursos, pareceres e propostas de fiscalização e controle apresentado;
g) número, destinação e objetivos de viagens oficiais ao exterior realizadas com
recursos do poder público;
h) licenças solicitadas e respectiva motivação;
i) votos dados nas proposições submetidas à apreciação, pelo sistema nominal, na
legislatura;
j) outras atividades pertinentes ao mandato, cuja inclusão tenha sido requerida pelo
Deputado;
II - à existência de processos em curso ou ao recebimento de penalidades
disciplinares, por infração aos preceitos deste Código.

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Parágrafo único. Os dados de que trata este artigo serão armazenados por meio de
sistema de processamento eletrônico e ficarão à disposição dos cidadãos por meio da
internet ou de outras redes de comunicação similares, podendo, ainda, ser solicitados
diretamente à Secretaria Legislativa.

TÍTULO IV
DOS DEPUTADOS
CAPÍTULO I
Dos Direitos dos Deputados

Art. 19. São direitos dos Deputados:


I - exercer com liberdade o seu mandato em todo o território estadual;
II – tomar parte das sessões, oferecer proposições, discutir, votar e ser votado;
III – solicitar na forma regimental, informações sobre fatos relacionados com a
matéria legislativa em tramitação ou sobre fato sujeito a fiscalização da Assembléia
Legislativa;
IV – fazer parte das comissões;
V – falar, quando julgar necessário, pedindo previamente a palavra ao Presidente,
observadas as disposições regimentais;
VI - integrar as comissões externas e desempenhar missão autorizada;
VII – examinar, a todo tempo, quaisquer documentos existentes no arquivo da
Assembléia Legislativa, respeitado os lacrados em razão de sessão secreta;
VIII – requisitar da autoridade competente, por intermédio da Mesa ou diretamente,
providências para garantia de suas imunidades.
IX - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer autoridade, contra a
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
X - gozar de licença, nos termos regimentais.

Art. 20. Quando no curso de uma discussão ou em outra circunstância, um


Deputado for acusado de ato que ofenda sua honorabilidade, pode pedir ao Presidente da
Assembléia ou de Comissão que mande apurar a veracidade da argüição e o cabimento de
censura ao ofensor, no caso de improcedência da acusação.
Parágrafo único. O Presidente da Assembléia ou da Comissão, no prazo de setenta
e duas horas, encaminhará o expediente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que
instituirá o processo na forma deste Código.

Art. 21. Por quaisquer atos praticados em decorrência da atividade do mandato


parlamentar, o Deputado será representado judicial ou extrajudicialmente pela
Procuradoria da Assembléia Legislativa, desde que por este expressamente solicitada.

CAPÍTULO II
Dos Deveres dos Deputados

Art. 22. São deveres fundamentais dos Deputados:


I - promover a defesa dos interesses populares, do Estado e do País;
II – respeitar e cumprir a Constituição, as leis e as normas internas da Assembléia
Legislativa;
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III – zelar pelo prestígio, aprimoramento e valorização das instituições


democráticas e representativas e pelas prerrogativas do Poder Legislativo;
IV – exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade
popular, agindo com boa-fé zelo e probidade;
V – apresentar-se à Assembléia Legislativa durante as sessões legislativas
ordinárias e extraordinárias e participar das sessões do Plenário e das reuniões de comissão
de que seja membro;
VI – examinar todas as proposições submetidas a sua apreciação e votar sob a ótica
do interesse público;
VII – tratar com respeito e independência os colegas, as autoridades, os servidores
da Assembléia Legislativa e os cidadãos com os quais mantenha contato no exercício da
atividade parlamentar, não prescindindo de igual tratamento;
VIII – prestar contas do mandato à sociedade, disponibilizando as informações
necessárias ao seu acompanhamento e fiscalização;
IX – respeitar as decisões legítimas dos órgãos da Assembléia Legislativa.

CAPÍTULO III
Das Declarações Obrigatórias

Art. 23. O Deputado apresentará à Mesa ou, no caso do inciso II deste artigo,
quando couber, à Comissão as seguintes declarações:
I - ao assumir o mandato, para efeito de posse, bem como quando solicitado pelo
órgão competente da Assembleia Legislativa, "declaração de bens e valores que compõem
o seu patrimônio privado, com a indicação das fontes de renda”, ou cópia da Declaração
de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física e às respectivas retificações entregues
à Secretaria da Receita Federal do Brasil”, para os fins de cumprimento da exigência
contida no art. 13 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, no art. 1° combinado com o art.
7º da Lei nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, a afim de ser arquivada no serviço de
pessoal.
II - durante o exercício do mandato, em Comissão ou em Plenário, ao iniciar-se a
apreciação de matéria que envolva direta e especificamente seus interesses patrimoniais,
declaração de impedimento para votar.
§ 1° As declarações referidas no inciso I deste artigo serão autuadas, fornecendo-se
ao declarante comprovante da entrega, mediante recibo em segunda via ou cópia da mesma
declaração, com indicação do local, data e hora da apresentação.
§ 2° Uma cópia das declarações de que trata o § 1° será encaminhada ao Tribunal
de Contas do Estado, para os fins previstos no § 2° do art. 1° combinado com o art. 7º da
Lei nº 8.730, de 10 de novembro de 1993.
§ 3° Os dados referidos nos §§ 1° e 2° terão, na forma da Constituição Federal
(art. 5°, XII), o respectivo sigilo resguardado, podendo, no entanto, a responsabilidade
por este ser transferida para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, quando esse os
solicitar, mediante aprovação de requerimento, em votação nominal.
§ 4° Os servidores que, em razão de oficio, tiverem acesso às declarações referidas
neste artigo, ficam obrigados a resguardar e preservar o sigilo das informações nelas
contidas, nos termos do parágrafo único do art. 5° combinado com o art. 7º da Lei nº
8.730, de 10 de novembro de 1993, e do inciso VIII do art. 106 da Lei Complementar nº
58, de 30 de dezembro de 2003.
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TÍTULO V
DOS PRECEITOS ÉTICOS E DE DECORO PARLAMENTAR
CAPÍTULO I
Dos Atos Incompatíveis com o Decoro Parlamentar

Art. 24. Constituem procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar,


puníveis com a perda do mandato:
I – abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros da
Assembleia Legislativa (Constituição Estadual, art. 57, § 1°);
II – perceber, a qualquer titulo, em proveito próprio ou de outrem, no exercício da
atividade parlamentar, vantagens indevidas (Constituição Estadual, art. 57, § 1°);
III – celebrar acordo que tenha por objeto a posse do suplente, condicionando-a a
contraprestação financeira ou à prática de atos contrários aos deveres éticos ou regimentais
dos Deputados;
IV – fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos
legislativos para alterar o resultado de deliberação;
V – omitir intencionalmente informação relevante, ou, nas mesmas condições,
prestar informação falsa nas declarações de que trata o artigo anterior.
VI – praticar irregularidades graves no desempenho do mandato ou de encargos
decorrentes, que afetem a dignidade da representação popular.

CAPÍTULO II
Dos Atos Atentatórios ao Decoro Parlamentar

Art. 25. Atentam, ainda, contra o decoro parlamentar as seguintes condutas,


puníveis na forma deste Código:
I – perturbar a ordem das sessões da Assembléia Legislativa ou das reuniões de
comissão;
II – praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta nas dependências da Casa;
III – praticar ofensas físicas ou morais nas dependências da Assembléia ou
desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou comissão, ou os respectivos
Presidentes;
IV – usar os poderes e prerrogativas do cargo para constranger ou aliciar servidor,
colega ou qualquer pessoa sobre a qual exerça ascendência hierárquica, com o fim de obter
qualquer espécie de favorecimento;
V – revelar conteúdo de debates ou deliberações que a Assembléia Legislativa ou
comissão hajam resolvido devam ficar secretos;
VI – revelar informações e documentos oficiais de caráter reservado, de que tenha
tido conhecimento na forma regimental;
VII – usar verbas de gabinete em desacordo com os princípios fixados no “caput”
do art. 37 da Constituição Federal;
VIII – relatar matéria submetida à apreciação da Assembléia Legislativa, de
interesse específico de pessoa física ou jurídica que tenha contribuído para o
financiamento de sua campanha eleitoral;
IX – fraudar, por qualquer meio ou forma, o registro de presença às sessões, ou às
reuniões de comissão.

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X – deixar de observar intencionalmente os deveres fundamentais do Deputado,


previstos no art. 22.
Parágrafo único. As condutas puníveis neste artigo só serão objeto de apreciação
mediante provas.

CAPÍTULO III
Das Penalidades Aplicáveis
Seção I
Disposições Gerais

Art. 26. São as seguintes as penalidades aplicáveis por conduta atentatória ou


incompatível com o decoro parlamentar:
I – censura, verbal ou escrita;
II – suspensão de prerrogativas regimentais;
III – suspensão do exercício do mandato;
IV – perda do mandato.
§ 1° Na aplicação de qualquer sanção disciplinar prevista neste artigo serão
considerados a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
para a Assembleia Legislativa, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes do infrator.
§ 2° O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar decidirá ou se manifestará,
conforme o caso, pela aplicação da penalidade requerida na representação tida como
procedente e pela aplicação de cominação mais grave ou, ainda, de cominação menos
grave, conforme os fatos efetivamente apurados no processo disciplinar.
§ 3° Sem prejuízo da aplicação das penas descritas neste artigo, deverão ser
integralmente ressarcidas ao erário as vantagens indevidas provenientes de recursos
públicos utilizados em desconformidade com os preceitos deste Código, na forma de Ato
da Mesa.

Seção II
Da Censura Verbal

Art. 27. A censura verbal será aplicada, de ofício, pelo Presidente da Assembléia
Legislativa, em sessão, ou de Comissão, durante suas reuniões, ao Deputado que incidir
nas condutas descritas nos incisos I e II do art. 25.
Parágrafo único. Contra a aplicação da penalidade prevista neste artigo poderá o
Deputado recorrer ao respectivo plenário, que se manifestará, imediatamente, deferindo ou
não aplicação penalidade.

Seção III
Da Censura Escrita

Art. 28. A censura escrita será aplicada pela Mesa, por provocação do ofendido,
nos casos de incidência na conduta do inciso III do art. 25, ou, por solicitação do
Presidente da Assembléia Legislativa ou de Comissão, nos casos de reincidência nas
condutas referidas no artigo anterior, não cabendo recurso desta decisão.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

§ 1° Antes de deliberar sobre a aplicação da sanção a que se refere o “caput” a


Mesa assegurará ao Deputado o exercício do direito de defesa pelo prazo de 5 (cinco)
dias úteis.
§ 2° Contra a aplicação da penalidade prevista neste artigo, poderá o Deputado
recorrer ao Plenário da Assembleia Legislativa no prazo de 2 (dois) dias úteis.

Seção IV
Da Suspensão de Prerrogativas Regimentais

Art. 29. A suspensão de prerrogativas regimentais será aplicada pelo Plenário da


Assembléia Legislativa, ao Deputado que incidir nas condutas previstas nos incisos VI a
VIII do art. 25, em votação secreta e por maioria absoluta de seus membros, após a
conclusão de processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar, na forma deste código, observado o seguinte:
I – são passíveis de suspensão as seguintes prerrogativas:
a) usar a palavra, em sessão, no horário destinado ao Pequeno ou Grande
Expediente;
b) encaminhar discurso para publicação no Diário do Poder Legislativo;
c) candidatar-se a, ou permanecer exercendo, cargo de membro da Mesa, de
Corregedor Parlamentar ou Corregedor Parlamentar Substituto, de Presidente ou Vice-
Presidente de comissão, ou de membro de Comissão Parlamentar de Inquérito;
d) ser designado relator de proposição em comissão ou no Plenário;
II – a penalidade aplicada poderá incidir sobre todas as prerrogativas referidas no
inciso I, ou apenas sobre algumas, a juízo do Conselho, que deverá fixar seu alcance tendo
em conta a atuação parlamentar pregressa do acusado, os motivos e as conseqüências da
infração cometida;
III – em qualquer caso, a suspensão não poderá estender-se por mais de seis meses.

Seção V
Da Suspensão do Exercício do Mandato

Art. 30. A suspensão do exercício do mandato, de no máximo 6 (seis) meses será


aplicada pelo Plenário da Assembleia Legislativa, ao Deputado que incidir nas condutas
previstas nos incisos IV, V, IX e X do art. 25, em votação secreta e por maioria absoluta
de seus membros, em virtude de provocação da Mesa ou de Partido Político representado
no Assembleia Legislativa, após a conclusão de processo disciplinar instaurado pelo
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, na forma deste código.
Parágrafo único. Na hipótese de suspensão do exercício do mandato superior a
120 (cento e vinte) dias, o suplente do parlamentar suspenso será convocado
imediatamente após a publicação da resolução que decretar a sanção.

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Seção VI
Da Perda do Mandato

Art. 31. A perda do mandato aplicada pelo Plenário da Assembleia Legislativa, ao


Deputado que incidir nas condutas previstas no art. 24 deste Código e nas hipóteses
previstas nos incisos I, II e VI do art. 57, da Constituição Estadual, em votação secreta e
por maioria absoluta de seus membros, em virtude de provocação da Mesa ou de Partido
Político representado na Assembleia Legislativa, após a conclusão de processo disciplinar
instaurado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, na forma deste código.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos III a V do art. 57 da Constituição
Estadual, a perda será declarada pela Mesa da Assembléia, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado na
Assembléia Legislativa.

TÍTULO VI
DO PROCESSO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares

Art. 32. As representações relacionadas com o decoro parlamentar deverão ser


feitas diretamente à Mesa da Assembleia Legislativa.
§ 1° Qualquer cidadão é parte legítima para requerer à Mesa da Assembleia
Legislativa representação em face de Deputado que tenha incorrido em conduta
incompatível ou atentatória ao decoro parlamentar, especificando os fatos e as
respectivas provas.
§ 2° Recebido o requerimento de representação com fundamento no § 1°, a Mesa
instaurará procedimento destinado a apreciá-lo, devendo exarar despacho fundamentado,
no prazo de cinco dias úteis, findo o qual, se concluir pela existência de indícios
suficientes e pela inocorrência de inépcia:
I - encaminhará a representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no
prazo de 3 (três) dias úteis, quando se tratar de conduta punível com as sanções previstas
nos incisos II, III e IV do art. 26; ou
II - adotará o procedimento previsto no art. 27 ou 28, em se tratando de conduta
punível com a sanção prevista no inciso I do art. 26.
§ 3º Se concluir pela inexistência de indícios ou pela inépcia da petição determinará
o seu arquivamento.
§ 4° A decisão da Mesa no caso do parágrafo anterior é irrecorrível.
§ 5° A representação subscrita por partido político representado na Assembleia
Legislativa, nos termos do § 2° do art. 57 da Constituição Estadual, será encaminhada
diretamente pela Mesa ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no prazo a que se
refere o inciso I do § 2° deste artigo.
§ 6° O Corregedor da Assembleia Legislativa poderá participar de todas as fases
do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, inclusive das discussões, sem
direito a voto.
§ 7° O Deputado representado deverá ser intimado de todos os atos praticados
pelo Conselho e poderá manifestar-se em todas as fases do processo.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

§ 8º A partir da instauração de processo ético-disciplinar, nas hipóteses de que


tratam os arts. 29, 30 e 31, não poderá ser retirada a representação oferecida pela parte
legitima.

CAPÍTULO II
Da Instauração do Processo
Seção I
Disposições Gerais

Art. 33. A representação encaminhada pela Mesa será recebida pelo Conselho, cujo
Presidente instaurará imediatamente o processo, determinando as seguintes providências:
I – o registro e autuação da representação;
II – designação de Relator para promover as devidas apurações dos fatos e das
responsabilidades;
III – notificação ao deputado representado, acompanhada da cópia da respectiva
representação e dos documentos que a instruam, para apresentar defesa no prazo estipulado
no artigo seguinte.
§ 1° Na designação do Relator, o Presidente do Conselho procederá a escolha
observando que o Deputado escolhido:
a) não poderá pertencer ao mesmo Partido ou Bloco Parlamentar do Deputado
representado;
b) em caso de representação de iniciativa de Partido Político, não poderá
pertencer à agremiação autora da representação.
§ 2° No caso de impedimento ou desistência do Relator, o Presidente do Conselho
designará Relator Substituto, no prazo de vinte e quatro horas.

Seção II
Da Defesa

Art. 34. A partir do recebimento da notificação, o Representado terá o prazo de 10


(dez) dias úteis para apresentar sua defesa prévia escrita, indicar provas e arrolar
testemunhas, em número máximo de 8 (oito).

Art. 35. Transcorrido o prazo de dez dias úteis, sem que tenha sido apresentada a
defesa ou a indicação de provas, o Presidente do Conselho deverá nomear defensor dativo
para, em prazo idêntico, oferecê-la ou requerer a produção probatória, ressalvado o direito
do Representado de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança ou a si mesmo defender-
se.
Parágrafo único. A escolha do defensor dativo ficará a critério do Presidente, que
poderá nomear um Deputado não membro do Conselho.

Art. 36. Ao Representado é assegurado amplo direito de defesa, podendo


acompanhar o processo em todos os seus termos e atos, pessoalmente ou por intermédio de
procurador.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

Parágrafo único. O Representado deverá ser intimado de todos os atos do


processo, pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelos menos,
de vinte e quatro horas, sendo-lhe permitido assistir às diligências e audiências, bem como
formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da
defesa.

Seção III
Da Instrução Probatória

Art. 37. Findo o prazo para apresentação da defesa, o Relator procederá às


diligências e a instrução probatória que entender necessárias.
§ 1° A instrução probatória em qualquer das hipóteses prevista neste Código, será
processada em, no máximo, quarenta e cinco dias.
§ 2° As diligências a serem realizadas fora do Estado da Paraíba dependerão de
autorização prévia do Presidente do Conselho.

Art. 38. Em caso de produção de prova testemunhal, na reunião em que ocorrer


oitiva de testemunha, observar-se-ão as seguintes normas:
I – a testemunha prestará compromisso e falará somente sobre o que lhe for
perguntado, sendo-lhe defeso qualquer explanação ou consideração inicial à guisa de
introdução;
II – ao Relator será facultado inquirir a testemunha no início do depoimento e a
qualquer momento que entender necessário;
III – após a inquirição inicial do Relator, será dada a palavra ao Representado;
IV – a chamada para que os deputados inquiram a testemunha será feita de acordo
com a lista de inscrição, chamando-se primeiramente os membros do Conselho e a seguir
os demais deputados;
V – será concedido a cada membro o prazo de até dez minutos improrrogáveis para
formular perguntas e o tempo máximo de três minutos para a réplica;
VI – será concedido aos deputados que não integram o Conselho a metade do tempo
dos seus membros;
VII – o deputado inquiridor não será aparteado;
VIII – a testemunha não será interrompida, exceto pelo Presidente ou pelo Relator;
IX – se a testemunha se fizer acompanhar de advogado, este não poderá intervir ou
influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas, sendo-lhe permitido consignar
protesto ao Presidente do Conselho, em caso de abuso ou violação de direito.

Art. 39. A Mesa da Assembleia, o Representante, o Representado ou qualquer


Deputado poderá requerer a juntada de documentos em qualquer fase do processo até o
encerramento da instrução.

Art. 40. Nos casos puníveis com perda ou suspensão de mandato, o Conselho, em
petição fundamentada, poderá solicitar à Mesa, em caráter de urgência, que submeta ao
Plenário da Assembléia Legislativa, requerimento de quebra de sigilo bancário, fiscal e
telefônico do Representado.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

Parágrafo único. Na justificação do requerimento, além de circunstanciar os fatos


e determinar a causa do pedido, o Conselho deverá precisar os documentos aos quais
necessita ter acesso.

Art. 41. O levantamento e a transferência de dados sigilosos, a que se referem o


artigo anterior, só serão admissíveis em relação à pessoa do Representado, somente
sendo permitida a solicitação de acesso às informações sigilosas de terceiros, mediante
relatório preliminar circunstanciado justificando a necessidade da medida.

Art. 42. Concluída a instrução, será aberta vista do processo no Conselho ao


Representado, para apresentar as razões finais escritas, no prazo, improrrogável de cinco
dias úteis.
§ 1º Esgotado o prazo de que trata o “caput” deste artigo, com ou sem a
apresentação das razões finais, o Relator apresentará Parecer, no prazo de cinco dias
úteis.
§ 2º Nas hipóteses previstas para aplicação de pena de suspensão de prerrogativas
regimentais, suspensão do exercício do mandato e perda de mandato, o parecer poderá
concluir pela improcedência, sugerindo o arquivamento da representação, ou pela
procedência, caso em que oferecerá, em apenso, o respectivo projeto de resolução.

Art. 43. Recebido o Parecer do Relator, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar,


no prazo três dias úteis se reunirá para apreciá-lo, distribuído cópias do Parecer em avulsos
aos Membros do Conselho e ao Representado, nas quarenta e oito horas, que anteceder a
reunião de deliberação.

Seção VII
Da Manifestação do Conselho

Art. 44. O Conselho aprovará, ao final da investigação, parecer que:


I - determinará o arquivamento da representação, no caso de sua improcedência;
II - determinará a aplicação das sanções previstas nos artigos 29, 30 e 31, no caso
de ser procedente a representação;
III - proporá à Mesa ou ao Plenário que aplique sanção menos grave, conforme os
fatos efetivamente apurados no processo; ou
IV - proporá à Mesa que represente em face do investigado pela aplicação de
sanção mais grave, conforme os fatos efetivamente apurados no processo, hipótese na
qual, aprovada a representação, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reabrirá o
prazo de defesa e procederá à instrução complementar que entender necessária, nos
termos deste Código, antes de deliberar.

Seção IV
Da Apreciação do Parecer no Conselho

Art. 45. Na reunião de apreciação do parecer do Relator, o Conselho observará o


seguinte procedimento:
I – anunciada a matéria pelo Presidente passa-se a palavra ao Relator, que
procederá a leitura do seu Parecer;
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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

II – a seguir é concedido o prazo de vinte minutos, prorrogáveis por mais dez, ao


Representado ou seu procurador para defesa oral;
III – inicia-se a discussão do parecer, podendo cada membro do Conselho usar a
palavra durante dez minutos improrrogáveis e, por cinco minutos, os deputados que a ele
não pertençam, sendo facultada a apresentação de requerimento de encerramento de
discussão após falarem dez Deputados;
IV – a discussão e a votação realizar-se-ão em reunião pública;
V – ao membro do Conselho que pedir vista do processo, ser-lhe-á concedida por
quarenta e oito horas, e se mais de um membro, simultaneamente, pedir vista, ela será
conjunta.
VI – é facultado, a critério do Presidente, o prazo de dez minutos improrrogáveis ao
Relator para a réplica e, igual prazo, à defesa para a tréplica;
VII – o Conselho deliberará em processo de votação nominal e por maioria
absoluta;
VIII – é vedada a apresentação de destaque ao parecer;
IX – aprovado o parecer, será tido como do Conselho e, desde logo, assinado pelo
Presidente e pelo Relator; constando da conclusão os nomes dos votantes e o resultado da
votação;
X – se o parecer for rejeitado pelo Conselho, a redação do parecer vencedor será
feita no prazo de quarenta e oito horas, pelo novo Relator designado pelo Presidente,
dentre os que acompanharam o voto vencedor.

Seção V
Dos Recursos

Art. 46. Da decisão de questão de ordem ou de reclamação resolvida


conclusivamente pelo Presidente do Conselho caberá recurso, sem efeito suspensivo, ao
Presidente da Assembleia.

Art. 47. Da decisão do Conselho em processo disciplinar caberá recurso à


Comissão de Constituição Justiça e de Redação.
§ 1º Concluído o processo disciplinar, o Representado poderá recorrer, no prazo
de 5 (cinco) dias úteis, à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, com efeito
suspensivo, contra quaisquer atos do Conselho ou de seus membros que tenham
contrariado norma constitucional, regimental ou deste Código, hipótese na qual a
Comissão se pronunciará exclusivamente sobre os vícios apontados, observando, para
tanto, prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 2º Concluída a tramitação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou na
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na hipótese de interposição do recurso a
que se refere o parágrafo anterior, o processo será encaminhado à Mesa para inclusão na
Ordem do Dia.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

Seção VI
Da Apreciação do Parecer do Conselho

Art. 48. O Processo Disciplinar, encaminhado à Mesa, com o respectivo Parecer


pelo arquivamento ou procedência da representação, será no prazo de dois úteis dias lido
no Pequeno Expediente, publicado do Diário do Poder Legislativo e distribuído em avulsos
com os Deputados, e em seguida:
I - nos casos de aplicação de pena de suspensão de prerrogativas regimentais,
suspensão do exercício do mandato e perda do mandato, nas hipóteses previstas nos arts.
29, 30 e 31, observada a ressalva prevista no parágrafo único do art. 31, seja no prazo de
três dias, incluído na Ordem do Dia, para decisão pelo Plenário;
II - nos casos da declaração da pena de perda do mandato, nos hipóteses previstas
no parágrafo único do art. 31, seja no prazo de três dias, reunida a Mesa da Casa para
decisão.

Art. 49. Na sessão de julgamento pelo Plenário, o Processo será lido, integralmente,
e, a seguir, os Deputados que o desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo
máximo de dez minutos cada um, e, ao final o Representado, ou seu Procurador, terá o
prazo máximo de uma hora, para produzir sua defesa oral.
§ 1° Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações secretas, quantas forem as
infrações na denúncia.
§ 2° Considerar-se-á suspensas as prerrogativas regimentais, afastado, temporária
ou definitivamente do cargo, conforme o caso, o denunciado que for declarado incurso em
qualquer das infrações especificadas na representação.
§ 3° Concluído o julgamento, o Presidente da Assembléia proclamará
imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne a votação secreta sobre cada
infração e, se houver condenação, expedirá competente Resolução, destinada à declaração,
conforme o caso, de suspensão de prerrogativas regimentais, suspensão temporária do
exercício do mandato ou perda do mandato. Se o resultado for absolutório, o Presidente
determinará o arquivamento do processo.

CAPÍTULO III
Disposições Finais

Art. 50. É facultado ao Deputado, em qualquer caso, em todas as fases do processo


de que tratam os arts. 29, 30 e 31, inclusive no Plenário da Assembleia Legislativa,
constituir advogado para sua defesa ou fazê-la pessoalmente ou por intermédio do
parlamentar que indicar, desde que não integrante do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar.

Parágrafo único. Quando a representação ou requerimento de representação contra


Deputado for considerada leviano ou ofensivo à sua imagem, bem como à imagem da
Assembleia Legislativa, os autos do processo respectivo serão encaminhados à
Procuradoria da Casa para que tome as providências reparadoras de sua alçada, nos termos
do art. 69 da Constituição Estadual.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

Art. 51. Os processos instaurados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar


destinada à declaração de suspensão de prerrogativas regimentais, suspensão temporária do
exercício do mandato ou perda do mandato não poderá exceder o prazo de noventa dias
úteis para sua deliberação, pelo Conselho, pelo Plenário ou pela Mesa, conforme o caso.
§ 1° Esgotados os prazos previstos no “caput” deste artigo:
I - se o processo se encontrar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar,
concluída sua instrução, passará a sobrestar imediatamente a pauta do Conselho;
II - se o processo se encontrar na Comissão de Constituição, Justiça e Redação,
para fins de apreciação do recurso previsto no art. 47, passará a sobrestar imediatamente
a pauta da Comissão;
§ 2° A inobservância pelo relator dos prazos para apresentar o Parecer autoriza o
Presidente a avocar a relatoria do processo ou a designar relator substituto, observadas
as condições previstas nas alíneas “a” e “b” do § 1º do art. 33, sendo que:
I - se a instrução do processo estiver pendente, o novo relator deverá concluí-la em
até 5 (cinco) dias úteis;
II - se a instrução houver sido concluída, o parecer deverá ser apresentado ao
Conse1ho em até 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º Publicado o Parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a
representação figurará com preferência sobre os demais itens da Ordem do Dia de todas
as sessões de1iberativas até que se ultime sua apreciação.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 52. Para a apuração de fatos e das responsabilidades previstas no Código de


Ética e Decoro Parlamentar, o Conselho poderá solicitar, por intermédio da Mesa da
Assembleia, auxílio de outras autoridades públicas.

Art. 53. Havendo necessidade, o Presidente, ouvido o Conselho, requererá à Mesa


da Assembleia que submeta ao Plenário a prorrogação do prazo a que se refere o “caput”
do art. 51, deste Código.

Art. 54. A renúncia do Deputado submetido a processo que vise ou possa levar à
perda do mandato, nos termos deste Código, terá seus efeitos suspensos até as deliberações
finais.

Art. 55. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar poderá deliberar no período


de recesso parlamentar, desde que matéria de sua competência tenha sido incluída na
pauta de convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, nos termos do § 6° do art.
59 da Constituição Estadual.

Art. 56. Os prazos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contar-se-ão em


dias úteis, inclusive em se tratando de recurso ou pedido de vista, ficando suspensos no
recesso, salvo na hipótese de inclusão de matéria de sua competência na pauta de
convocação extraordinária, nos termos do artigo anterior.

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Código de Ética e Decoro Parlamentar – Proposta 2012

Art. 57. Fica mantida a atual composição do Conselho de Ética e Decoro


Parlamentar.

Art. 58. Os projetos de resolução destinados a alterar este Código obedecerão às


normas de tramitação do art. 259 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa.

Art. 59. Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de fevereiro de 2013.

Art. 60. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução n°


847, de 10 de dezembro de 2003 e suas alterações.

Paço da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, “Casa de Epitácio Pessoa”,


João Pessoa, em 14 de novembro de 2012.

Dep. RICARDO MARCELO


Presidente

Dep. BRANCO MENDES


1º Secretário

Dep. ARNALDO MONTEIRO


2º Secretário

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