Thaísa Martins Moreira Barbosa
Thaísa Martins Moreira Barbosa
Thaísa Martins Moreira Barbosa
SÃO PAULO
2018
THAÍSA MARTINS MOREIRA BARBOSA
SÃO PAULO
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que esteve e está sempre comigo nas minhas lutas e
me fortalece para que eu supere cada obstáculo no meu caminho. Ao Rogério
por ser meu pastor e me orientar durante minha caminhada. À minha mãe por
me incentivar. Às professoras Fernanda e Sueli, por tamanha dedicação e
cuidado ao me orientar para que meu trabalho fosse concluído.
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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Deus partindo do gênero masculino. (GEBARA, 2007). Por esta razão, torna-se
necessária uma crítica da hermenêutica da teologia feminista ao patriarcado já que
essa hermenêutica, segundo Furlin (2011) é um discurso que, aparentemente
‘invisível’, questiona as estruturas do pensamento teológico.
Diante disso, o fundamento teórico se fará a partir de Ivone Gebara, por ser
uma das expoentes da Teologia Feminista brasileira, trabalhando inicialmente com a
teologia da libertação e evoluindo a seguir para a teologia feminista latino americana.
Deus lhe falou: “Veja! A aliança que eu faço com você é esta: você
será pai de muitas nações. E não se chamará mais Abrão, mas o seu
nome será Abraão, pois eu o tornarei pai de muitas nações. Eu o
tornarei extremamente fecundo. De você farei surgir nações, e de você
nascerão reis. Vou estabelecer para sempre a minha aliança entre
mim e você, como aliança eterna. Serei o Deus de você e o Deus de
seus futuros descendentes. Vou dar a você, e a seus futuros
descendentes, a terra em que agora você vive como imigrante, toda a
terra de Canaã, como posse perpétua. E eu serei o Deus de vocês”
(Gn 17,1-8).
Sara era esposa de Abraão, considerada estéril e não lhe tinha dado filho. Eis
o drama do casal, escohido para darem origem a uma grande descendência, mas
ambos em idade avançada, como procriariam?
Nos capítulos de Gênesis em que é narrada a história de Sara, há um forte
teor do machismo patriarcal. Sara era considerada estéril. Não poderia dar um filho a
Abraão, portanto, era ‘desgraçada’ diante da sociedade da época, o que também
significava perda de posição social.
Certamente não se podia contar com os recursos da ciência para afirmar se a
esterilidade estava em Sara ou em Abraão. E, Josi Eisemberg, entende que esta
mesma maldição não se estende ao homem: “a poligamia ou o concubinato lhes dá
múltiplas chances de procriar” (Eisemberg, 1998, p 27-28, apud Candiotto, 2008, p.
47).
O caso de Sara era tão emblemático, que ela então lançou mão de uma lei à
época que permitia que o esposo tivesse filhos com escravas. Foi a própria Sara
quem tomou a iniciativa:
Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos; mas tinha uma escrava
egípcia chamada Agar. Então Sarai disse a Abrão: “Javé não me deixa
ter filhos: una-se à minha escrava, para ver se ela me dá filhos”. Abrão
aceitou a proposta de Sarai. Dez anos depois que Abrão se
estabeleceu na terra de Canaã, sua mulher Sarai tomou sua escrava,
a egípcia Agar, e a entregou como mulher a seu marido Abrão. Este se
uniu a Agar que ficou grávida. Vendo que estava grávida, Agar perdeu
o respeito para com Sarai. (Gn 16,1-5ss).
A sequência da narrativa toma outro rumo. Agar deu um filho a Abraão, Ismael
que, pela cultura da época é aceito como o varão, mesmo gerado por uma escrava.
Sara sentiu-se rejeitada e passou a maltratar Agar. Estamos diante de um círculo
vicioso que não trata apenas da opressão homem-mulher, mas também da mulher
sobre outra. Elza Tamez fala de uma representação patriarcal: “Nesse círculo sem
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necessário para que assim o fizesse, assim como deve acontecer com as mulheres
nos dias de hoje, já que a TF vem para desconstruir essa imagem que Sara adotou,
de mulher calada, anulada, sem participação ativa na sociedade, propondo uma
nova forma de pensar e agir começando por mudar a forma de pensar das próprias
mulheres já que a sociedade coloca desde cedo na cabeça das meninas uma forma
patriarcal de viver, ensinando que o papel da mulher é inferior ao do homem, que o
homem deve ser o responsável por levar o sustento para a casa, embutindo assim
dentre tantas outras afirmações, a ideia de que o homem deve ser mais bem
remunerado em suas atividades, enfim, distorcendo desde o início qual o verdadeiro
lugar da mulher.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. Edições Paulinas, São Paulo, Brasil, 1990.
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BRUNELLI, Delir, Teologia e Gênero. In: SUZIN, Luiz Carlos (org). Sarça Ardente –
Teologia na América Latina: Prospectivas. São Paulo: Paulinas, 2000, pp.209, 215,
221.
FURLIN, Neiva. Teologia feminista: uma voz que emerge nas margens do discurso
teológico hegemônico. In: Rever • Ano 11 - No 01 - Jan/Jun 2011, pp. 142, 144.
Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/rever/article/view/6034/4380