A Segurança Contra Incêndio No Mundo e No Brasil 3

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A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NO

MUNDO E NO BRASIL

1
Sumário

Sumário .................................................................................................................... 1

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4

SITUAÇÃO .................................................................................................................. 5

COMBUSTÃO ............................................................................................................. 5

PROPAGAÇÃO DO CALOR ...................................................................................... 7

CONDUÇÃO ............................................................................................................... 8

PONTOS DE TEMPERATURA ................................................................................... 8

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO .............................................................. 11

CLASSES DE INCÊNDIO ......................................................................................... 12

MATERIAIS COMBUSTÍVEIS .................................................................................. 13

LIMITES DE INFLAMABILIDADE ............................................................................ 14

CLASSES DE INCÊNDIO ......................................................................................... 14

AGENTES EXTINTORES ......................................................................................... 16

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ............................................................................. 22

CUIDADOS E INSPEÇÃO ........................................................................................ 24

EQUIPAMENTOS PARA INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO ....................................... 30

CLASSIFICAÇÃO DOS EPIS ................................................................................... 31

MANUTENÇÃO DOS EPIS ....................................................................................... 36

UTILIZAÇÃO DE MANGUEIRAS E ESGUICHOS.................................................... 37

ABASTECIMENTO E SUPRIMENTO DE ÁGUA ..................................................... 39

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PRINCIPAIS CAUSAS DOS INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO .................................. 55

COMPORTAMENTO DO FOGO E FATORES DE PROPAGAÇÃO ........................ 56

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO ......................................... 58

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

Como a existência de um incêndio está relacionada à presença de fogo,


nosso estudo se inicia com a compreensão do fogo, seus componentes, fenômenos e
inteirações. O controle e a extinção de um incêndio requerem que os assuntos
tratados neste manual, como a natureza física e química do fogo, os dados sobre as
fontes de calor, a composição e característica dos combustíveis e as condições
necessárias para a combustão sejam entendidos e relacionados entre si. Muito
embora os termos fogo, incêndio, queima e combustão sejam comumente tratados
como se designassem a mesma coisa, precisamos ter em mente que seus conceitos
podem divergir e, ainda que alguns deles configurem parte de um processo, é seu
dever, a partir de agora, conhecer e saber diferenciar estas terminologias.

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SITUAÇÃO

A humanidade incorporou o fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao


longo do tempo, foi estabelecendo melhores formas de controlá-lo e de lidar com ele
de maneira a comprometer cada vez menos sua integridade. Com isso, foram
inseridas na prática humana e aperfeiçoadas tarefas como o aquecimento de
alimentos, objetos, a iluminação de locais, a incineração de resíduos e dejetos entre
outras atividades que, em algum momento da história ou até hoje, utilizaram ou
utilizam o fogo.

No entanto, um dos desafios que ainda perduram é o pleno controle do


fogo. Equipamentos foram desenvolvidos e estratégias elaboradas para que se
previna o alastramento desenfreado das chamas, mas, eventualmente, elas fogem ao
controle, e este episódio chamamos de Incêndio.

Incêndio, portanto, é o nome dado ao fogo que foge ao controle e


consome aquilo a que não deveria consumir, podendo, pela ação das suas chamas,
calor e/ou fumaça, proporcionar danos à vida, ao patrimônio e ao meio ambiente.

COMBUSTÃO

A combustão é definida como sendo uma reação química exotérmica que


se processa entre um combustível e um comburente liberando luz e calor. Para que
esta reação aconteça e se mantenha, são necessários quatro elementos: o
combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia. Estes elementos são,
didaticamente, simbolizados pelo tetraedro do fogo. Um tetraedro é uma figura
espacial que tem quatro lados e, por ter cada lado em forma de um triângulo, foi
escolhido como melhor maneira de ensinar sobre os elementos da combustão, já que,
anteriormente, a figura utilizada para demonstrar tais elementos era o triângulo,
conhecido como o “triângulo do fogo”, que não leva em consideração a reação em
cadeia que mantém a combustão, mas se demonstrou como excelente ferramenta
didática para o ensino de leigos no assunto. Combustível, entende-se como
combustível toda substância capaz de queimar e propiciar a propagação do fogo.

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Os combustíveis podem se apresentar em todos os estados da matéria:
sólido, líquido e gasoso. No caso da maioria dos combustíveis, o elemento quando
aquecido, transforma-se em vapor antes de reagir com o oxigênio (comburente mais
comum) para que se inicie a combustão.

Exemplos de Combustíveis

* Sólidos Madeira, tecido, papel.

Líquidos Gasolina, álcool.

Gasosos GLP**, hidrogênio * *

Trata-se apenas de exemplos, há outros elementos em cada um dos estados físicos;

Gás Liquefeito de Petróleo – Gás de Cozinha No entanto, alguns sólidos, como ferro
e parafina, transformam-se primeiramente em líquidos para, então, evaporarem e
reagirem com o comburente para que ocorra a queima.

Comburente

Comburente é o elemento que, durante a combustão, dá vida às chamas


e as torna mais intensas e brilhantes, além disso, a presença do comburente permite
a elevação da temperatura e a ocorrência da combustão.

O Oxigênio é o mais comum dos comburentes, dado que sua constante


presença na atmosfera (21% no ar) permite que a queima se desenvolva com
velocidade e de maneira completa. No entanto, em ambientes cuja oferta de oxigênio
é reduzida ou consumida durante a combustão observa-se um empobrecimento da
combustão, com chamas menos entusiasmadas e com uma presença predominante
de brasas quando a concentração está entre 15% e 9% e, finalmente, com a
finalização da combustão ocorrendo em ambientes cuja oferta de oxigênio no ar é
inferior a 9%.

Outros comburentes também são conhecidos, como o Cloro para


determinadas situações, entretanto sua aplicação é específica e ele não abrange todo

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o espectro de situações e combustíveis dos quais o Oxigênio é capaz de possibilitar
a combustão.

Calor

Calor, no estudo da teoria do fogo, é a energia capaz de iniciar, manter


e propagar a reação entre o comburente e o combustível. Especificamente, trata-se
da energia transferida de um ambiente para o outro em virtude da diferença de
temperatura entre eles. São, normalmente, elementos que introduzem calor à reação
de combustão, a chama de um palito de fósforo, um ferro elétrico aquecido, um cigarro
aceso, uma descarga atmosférica, um curto circuito, entre outros.

O último e mais recém estudado componente do “Tetraedro do Fogo” é


a reação em cadeia. Depois de observar que a queima, em certo momento, torna-se
autossustentável, observamos que o calor irradiado das chamas promove a
decomposição do combustível em partículas que, combinadas com o comburente,
queimam, irradiando calor novamente, que iniciará novamente este ciclo, que
chamamos de reação em cadeia. Sinteticamente, trata-se do desencadeamento de
reações, que acontecem durante o fogo, que originarão, novamente, o calor que
ativará a queima do combustível na presença do comburente, enquanto houver todos
estes componentes à disposição.

PROPAGAÇÃO DO CALOR

O equilíbrio térmico de qualquer ambiente pressupõe a transferência de


calor entre objetos de maior para os de menor temperatura e, para que isso aconteça,
o mais frio dos objetos deverá absorver calor até que esteja com a mesma quantidade
de energia do outro. Esta transferência de energia ocorrerá por condução, convecção
e/ou irradiação.

A convecção ocorre pelo movimento ascendente das massas de fluidos


(gases ou líquidos). Isso ocorre devido à diferença de densidade no mesmo fluido.
Fluidos aquecidos e, por conseguinte, com uma distância maior entre suas moléculas,

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são mais leves que fluidos menos aquecidos, e vão, portanto, tender a subir. Um
exemplo disso ocorre quando a água é aquecida num recipiente de vidro. Podemos
observar um movimento, dentro do próprio líquido, de baixo para cima. Na medida em
que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais leve) provocando
um movimento para cima. Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir
para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais
baixos.

CONDUÇÃO

A condução de calor ocorre nos sólidos e é feita molécula a molécula de


um corpo contínuo. Como exemplo, podemos citar uma barra de ferro aquecida em
uma das extremidades. O aquecimento acontecerá gradualmente pelo corpo da barra
até chegar à outra face, ou seja, moléculas da extremidade aquecida absorverão calor,
então, vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas,
transferindo-lhes calor. Um item a se observar é que quando dois ou mais corpos
estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem um só corpo.
Irradiação A irradiação é a propagação do calor por ondas de energia que se deslocam
através do espaço. Estas ondas se deslocam em todas as direções e a intensidade
com que afeta os corpos diminui ao passo que se aumenta a distância entre eles.

PONTOS DE TEMPERATURA

A combustão acontece quando o calor transforma os combustíveis


possibilitando a combinação deles com o comburente. Esta transformação acontece
de forma diferente para cada combustível e sempre na medida em que ele vai sendo
aquecido. Para que se possa entender como ocorre esta transformação, três pontos
distintos são destacados, de acordo com suas diferenças em relação à manutenção e
à autonomia da chama produzida. Veja a tabela abaixo e entenda, na sequência, as
informações que ela traz:

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COMBUSTÍVEL PONTO DE FULGOR PONTO DE IGNIÇÃO

Gasolina -42,8°C 257,2°C

Álcool 12,8°C 371°C

Diesel 65°C 400°C

Óleo Lubrificante 168,3°C 417,2°C

Ponto de Fulgor

É a temperatura mínima em que um combustível desprende vapores em


quantidade suficiente para que, na presença de uma fonte externa de calor, se
inflamem. No entanto, nesta temperatura, a chama não se manterá uma vez que for
retirada a fonte de calor.

Ponto de Combustão

É a temperatura em que um combustível desprende vapores em


quantidade suficiente para que, na presença de uma fonte externa de calor, se
inflamem e mantenham-se inflamando, mesmo na retirada da fonte externa de calor.

Ponto de Ignição

É a temperatura em que um combustível desprende vapores em


quantidade suficiente para que, em contato com um comburente, se inflamem e
mantenham-se inflamando, independentemente da existência de uma fonte externa
de calor.

Fases do Incêndio

Didaticamente, o incêndio foi dividido em três estágios de


desenvolvimento:

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Fase Inicial - É a fase em que grande parte do calor está sendo consumido no
aquecimento dos combustíveis. A temperatura do ambiente, neste estágio, está ainda
pouco acima do normal. O calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento das
chamas.

Características Particulares Ampla oferta de oxigênio no ar (>20%);

Temperatura ambiente por volta de 38°C;

Produção de gases inflamáveis;

Fogo produzindo vapor d’água (H2O),

Dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros gases.

Queima Livre - É a fase em que o ar, em virtude do suprimento de oxigênio, é


conduzido para dentro do ambiente pelo efeito da pressão negativa provocada pela
convecção, ou seja, o ar quente é expulso do ambiente para que ocupe lugares mais
altos, enquanto o ar frio é “puxado” para dentro, passando pelas aberturas nos pontos
mais baixos do ambiente. Os bombeiros envolvidos no combate a incêndio devem se
manter abaixados e utilizar equipamento de proteção respiratória, já que, além da
temperatura ser menor nos locais mais baixos, a inalação de gases aquecidos pode
ocasionar queimaduras nas vias aéreas e demais consequências destes danos.

Características Particulares - Gases aquecidos espalham-se, preenchendo o


ambiente de cima para baixo; A elevação das temperaturas dos locais mais altos, pela
concentração de gases quentes, pode provocar a ignição de combustíveis lá situados;
Temperatura nos locais mais altos pode exceder aos 700°C.

Queima Lenta - O consumo das fases anteriores torna o comburente insuficiente para
manter a combustão plena, então, caso não haja suprimento suficiente de ar (ou de
aberturas para que ele entre), as chamas podem deixar de existir. Com a
concentração de oxigênio entre 0%e 8%, o fogo é reduzido a brasas. Neste momento,
exige-se bastante atenção e reconhecimento dos bombeiros, dado que uma abertura

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feita de maneira indiscriminada pode levar a um suprimento abrupto de oxigênio e
uma retomada das chamas de forma explosiva.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Levando-se em conta o “Tetraedro do Fogo” e seus componentes, os


métodos de extinção de incêndio baseiam-se na eliminação de um ou mais dos
elementos que compõem o fogo. Didaticamente, se um dos lados do “tetraedro” for
quebrado, eis que a combustão será extinta.

Resfriamento

O resfriamento é aplicando o agente extintor (normalmente água) de


forma (jatos) que ele absorva mais calor do que o incêndio é capaz de produzir. É,
sem dúvida, o método mais utilizado de combate a incêndios, dado que principal
agente extintor utilizado é a água. O método consiste em reduzir a temperatura do
combustível que está em queima, então, reduzindo o calor, diminui-se a liberação dos
gases inflamáveis.

Abafamento

O abafamento consiste na interrupção do fornecimento do comburente


da reação. Podem ser utilizados inúmeros agentes extintores para este fim, como, por
exemplo, areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, entre
outros. Não havendo comburente, não haverá combustão.

No entanto, existe uma exceção à esta regra: elementos que tenham


oxigênio em sua composição e que o liberem durante a queima, ou seja, que

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independem de comburente externo, como é o caso dos peróxidos orgânicos e do
fósforo branco.

Isolamento

O isolamento é a retirada do material combustível que ainda não queimou


ou mesmo separá-lo do combustível que ainda queima. Desta forma, sem mais
combustível, a combustão se encerrará por falta do que consumir. Possivelmente,
esta é a forma mais simples de combate a incêndios. Pode ser feita com o fechamento
de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, com a
retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, com a realização de
aceiro, entre outros.

Quebra da Reação em Cadeia

Substâncias que inibem a capacidade reativa do comburente com o


combustível se interrompe a reação e, assim, não haverá fogo. Isso é possível
utilizando-se certas substâncias que, ao sofrerem ação do calor, reagem sobre a área
das chamas e interrompem a “reação em cadeia”, realizando, portanto, uma extinção
química das chamas. Ocorrerá pelo fato de o comburente não conseguir mais reagir
com os vapores combustíveis e, via de regra, só será possível quando ainda existirem
chamas.

CLASSES DE INCÊNDIO

Muito embora a reação de combustão, representada pelo tetraedro do


fogo, ocorra nos incêndios dos diferentes tipos de materiais, é necessário que os
materiais combustíveis sejam classificados em classes distintas, para que as formas
de queima e as propriedades dos materiais sejam levadas em consideração na
escolha das melhores táticas e técnicas de combate e dos melhores agentes
extintores a se utilizar.

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MATERIAIS COMBUSTÍVEIS

Combustível é toda substância suscetível de se inflamar e alimentar a


combustão, além de ser o elemento que serve de campo de propagação ao fogo. Os
combustíveis podem ser líquidos, sólidos ou gasosos, mas, a grande maioria precisa
passar pelo estado gasoso para que, então, se combine com o oxigênio e se inflame.

Combustíveis Sólidos

Combustíveis como a madeira, o papel, os tecidos, entre outros, são


conhecidos como combustíveis sólidos. Na maioria dos casos, são os vapores
emanados deles, após seu aquecimento, que se inflamam, no entanto, sólidos como
o ferro, cobre, bronze e a parafina, quando aquecidos, tornam-se, previamente,
líquidos para só então emanar os vapores que se inflamarão.

Combustíveis Líquidos

Combustíveis líquidos são classificados como combustíveis e


inflamáveis, dependendo do seu ponto de fulgor. Quando o seu ponto de fulgor é
inferior a 37,8°C (padronização da NFPA/EUA - National Fire Protection Association)
considera-se o líquido como inflamável. Para pontos de fulgor superiores a esta
temperatura, considera-se o líquido como combustível. Os combustíveis líquidos
carregam consigo a particularidade de se queimarem em superfície, ou seja, seus
vapores formam, nas proximidades da superfície do líquido, uma atmosfera propícia
à combustão – considere-se, neste caso, as misturas entre ar e vapores que
possibilitará a queima. É interessante que se observe as propriedades dos líquidos
combustíveis dado que, em sua maioria, os líquidos inflamáveis são menos densos
que a água, por isso, flutuarão sobre ela. Ademais, há que se considerar a capacidade
que eles têm de se misturar à água, que é alta, como no caso dos solventes polares
(ex: álcool, acetona) e diminuída, como nos hidrocarbonetos (ex: derivados do
petróleo).

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Combustíveis Gasosos

Combustíveis gasosos tem de se concentrar numa mistura ideal para que


se inflamem, e cada gás tem seus próprios limites de inflamabilidade.

LIMITES DE INFLAMABILIDADE

Combustíveis

Concentração de Gás Limite Inferior Limite Superior Metano 1,4% 7,6%


Propano 5% 17% Hidrogênio 4% 75% Acetileno 2% 85%

Os dados desta tabela nos mostram, por exemplo, que o Acetileno


queimará em qualquer concentração (considerando sua mistura com o ar) entre 2 e
85%, o que o torna um gás bastante temido nos casos de incêndio.

Ainda sobre os gases combustíveis, sempre há que se considerar que se


o gás é mais denso que o ar, tende a se acumular nos contornos do terreno e, se ele
é menos denso que o ar, tende a dissipar-se e, portanto, oferecer um menor potencial
ofensivo.

CLASSES DE INCÊNDIO

Com o objetivo de se agrupar os incêndios pelas propriedades dos


materiais combustíveis e, com isto, tornar mais eficiente sua extinção, a NFPA
elaborou uma classificação de incêndios que se divide em quatro classes e é adotada
pela maioria dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil:

 Classe “A”: Combustíveis sólidos;

 Classe “B”: Combustíveis líquidos;

 Classe “C”: Equipamentos energizados;

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 Classe “D”: Metais pirofóricos.

Classe A

Os combustíveis agrupados nesta classe são todos aqueles que são


sólidos e comuns, tal como a madeira, o papel, o plástico, a borracha, entre outros.
Estes combustíveis queimam em razão de sua largura, comprimento e profundidade
e, ainda, deixam resíduos após sua queima. Portanto, o método mais indicado para a
extinção deste tipo de incêndio é o resfriamento com a utilização de água, embora já
existam gases, pós e espumas capazes também de realizar esta extinção.

Classe B

Os combustíveis agrupados nesta classe são os líquidos inflamáveis,


líquidos combustíveis e gases inflamáveis, dado que todos eles queimam em
superfície e não deixam resíduos provenientes de sua queima. Quando se trata de
líquidos, os métodos de extinção mais utilizados são o abafamento (espumas) e a
quebra da reação em cadeia (pós), mas quando se trata de gases, o mais utilizado é
o isolamento, ou seja, a retirada ou controle do material combustível (retirando as
fontes ou fechando registros, por exemplo).

Classe C

São agrupados nesta classe os equipamentos que estão submetidos à


energia elétrica, já que a utilização de água, nestes casos, pode resultar na condução
da energia e em risco para quem combate o fogo. Deve-se levar em consideração que,
uma vez que o material não está mais energizado, se é sólido, assume características
de incêndio classe A, mas, caso possua capacitores ou equipamentos que mantém a
energia elétrica ainda que ele esteja desligado de uma fonte de energia, os
procedimentos de extinção a serem observados são os prescritos para a classe C.

Classe D

Talvez os combustíveis com maior número de particularidades, os


agrupados na classe D tem uma característica que inspira bastante cuidado: a
impossibilidade de se utilizar água como agente extintor, ou como parte dele. Esta
classe engloba os metais combustíveis (maioria alcalinos). Muitos deles queimam de
forma violenta, com elevada produção de luz e calor e, pelo explicado acima, o fogo

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oriundo desta queima exige pós especiais para sua extinção, que atuarão por
abafamento e a quebra da reação em cadeia.

AGENTES EXTINTORES

Agentes extintores são aqueles elementos, encontrados na natureza ou


sintetizados pelo homem, capazes de extinguir um incêndio pela sua ação em um ou
mais dos componentes do tetraedro do fogo. Já aparelhos extintores são
equipamentos para a utilização humana que contém, em seu interior, um agente
extintor e um método de expedição deste agente de forma a se combater princípios
de incêndio.

Água

A sua facilidade de obtenção e transporte e seu baixo custo fazem da


água o agente extintor mais utilizado e conhecido. Sua indicação principal é para
incêndios de classe A e seu método principal de extinção das chamas é o resfriamento,
ou seja, sua ação de retirada do calor da reação de combustão. A água também age,
secundariamente, por abafamento.

Características da água

1- Alta capacidade de absorção de calor

Para que a água evapore, é necessário que ela consuma o calor do ambiente. Por
exemplo: ao elevar a temperatura de um litro de água de 0° para 100° serão
consumidas 100 calorias.

2- Elevado grau de expansão

Além da energia (calor) que será absorvida do ambiente, o vapor d’água ocupará cada
vez mais espaço no ambiente, tomando assim o lugar do comburente. Esclarecendo:
para cada litro de água são produzidos 1.700 litros de vapor d’água.

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3- Alta Tensão Superficial

A gota d’água nada mais é do que a capacidade de que as moléculas de água


permaneçam juntas devido à atração mútua. Levando-se em consideração esta
atração, sabemos que, por causa dela, a água tem sua capacidade de penetração
prejudicada, no entanto, ela se concentrará e se escorrerá com mais fluidez quão
maior for a “coesão” entre as moléculas.

4- Condutibilidade elétrica

Da forma como é encontrada na natureza ou como sai em nossas torneiras e hidrantes,


a água contém componentes que a tornarão condutora de eletricidade, por isso, deve
ser considerado este risco nos combates a incêndios que envolverem sua utilização,
que é, via de regra, desencorajada e desaconselhada.

5- Baixa viscosidade

A água escorre rapidamente nos locais onde é aplicada devido à sua baixa
viscosidade, o que compromete sua capacidade de penetração nos corpos. Uma vez
que ela não fica estagnada, ou seja, não se fixa às superfícies onde é lançada, não
tem toda sua capacidade de absorção de calor utilizada, nem sua capacidade
abafamento totalmente aproveitada.

6- Reage com alguns elementos

A água reage com alguns materiais liberando gases inflamáveis e, por isto, nestes
casos, é desaconselhado seu uso. Exemplos destes materiais são o Magnésio, o
Carbureto de Cálcio, o Sódio Metálico e o Lítio.

Pós Químicos

São compostos de pós de pequenas partículas, geralmente de


Bicarbonato de Sódio (NaHCO3), Bicarbonato de Potássio (KHCO3), Uréia-
Bicarbonato de Potássio (KC2N2H3O3), Cloreto de Potássio (KCl) ou Fosfato de
Amônia (NH4H2PO4). Os Pós Químicos são, basicamente, classificados de acordo
com as classes de incêndio que combatem e são destinados à utilização em incêndios
de sólidos e líquidos. Os mais comuns, ainda hoje em dia, são os Pós BC (utilizados

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para combate a incêndios das classes B e C), no entanto, não é mais raro se encontrar
Pós ABC (para incêndios das classes A, B e C), à base de fosfato de amônia. Existem,
também, pós para combate a incêndios de classe D.

Ação extintora

Os pós-químicos devem ser aplicados sobre as chamas e as extinguirão


por:

1. Abafamento

O calor das chamas promoverá a decomposição térmica do pó, liberando dióxido


de carbono e vapor d’água, que ocuparão o lugar do comburente no ambiente.

2. Resfriamento

Para sua decomposição, o pó absorverá parte do calor liberado pela combustão.

3. Quebra da reação em cadeia

Dada como a principal propriedade extintora do pó-químico, ocorre pela


interferência que ele exerce na concentração de íons, provenientes da reação em
cadeia, presentes na combustão, diminuindo o poder de reação com o comburente
e extinguindo as chamas.

4. Proteção contra a irradiação do calor

A nuvem produzida pela aplicação do pó-químico torna opaco o ambiente nas


proximidades do incêndio e dificulta a irradiação do calor

Dióxido de Carbono (CO2)

Também conhecido como Anidrido Carbônico e, mais comumente, como


Gás Carbônico, trata-se de um gás inerte, inodoro, sem cor e não condutor de

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eletricidade, que atua ocupando o espaço do comburente, ou seja, por abafamento.
Uma de suas vantagens importantes é a de não deixar resíduos, por ser um gás que,
portanto, se dissipará posteriormente. A maior recomendação de seu uso é para
incêndios envolvendo equipamentos e materiais eletrificados ou aqueles em que seja
prejudicial que fiquem resíduos do agente extintor. Por isso, é recomendado para
focos em equipamentos eletrônicos e computadores, onde a aplicação de agentes de
deixem resíduos ou umidade pode danificar outros componentes além dos atingidos
pelas chamas. Sua utilização, embora menos incentivada, estende-se a pequenos
focos em líquidos e gases inflamáveis, o que o torna um agente extintor para as
classes B e C.

Espumas

A utilização de espuma para o combate a incêndio surgiu para satisfazer


a necessidade de se achar um método mais eficiente que a água para a aplicação em
focos ocorridos em líquidos inflamáveis, uma vez que ela é menos densa e, por isso,
tem maior probabilidade de permanecer na superfície dos líquidos. A formação da
espuma mecânica ocorre a partir da mistura de um líquido gerador de espuma (LGE)
com a água. Esta mistura terá, ainda, a introdução de ar por meio de um processo
mecânico para que seja, finalmente, formada a espuma que será utilizada no combate
ao foco. A espuma age por abafamento, separando o comburente do líquido que se
incendeia pela formação de uma camada de espuma na superfície do líquido. Para
que, com a aplicação da espuma, o líquido em chamas não se espalhe, recomenda-
se voltar os jatos para a parede do recipiente que contém o líquido, para que a espuma
escorra e vá, gradualmente, cobrindo toda a superfície exposta do líquido. Pode
também ser utilizada para o combate a incêndios em sólidos combustíveis. O LGE,
quando misturado com a água, reduz a tensão superficial da mistura final, e a espuma,
uma vez formada, tem uma aderência maior e uma penetração maior no combustível,
facilitando sua utilização para o resfriamento. A espuma mais conhecida e aplicada
pelos Corpos de Bombeiros Militares é feita à base de um concentrado conhecido
como AFFF (pronuncia-se A3F), Aqueous Film-Forming Foam (literalmente: Espuma
Formadora de Filme Aquoso).

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Outra característica da espuma é a sua expansividade. Para cada litro
da mistura água e LGE, serão produzidos tantos litros quanto for a taxa de expansão
do LGE.

Classificação Taxa de Expansão

Baixa Expansão Até 20 vezes

Média Expansão 20 até 200 vezes

Alta Expansão Mais de 200 vezes

Por exemplo: para uma espuma com a taxa de expansão igual a 100,
significa dizer que para cada litro da mistura água+LGE serão adicionados 99 litros de
ar, que produzirão 100 litros de espuma. Por conter água e, portanto, conduzir
eletricidade, a utilização de espumas não é indicada para focos em equipamentos
energizados e, por possuir uma pressão de utilização menor, nem para focos em
gases inflamáveis. A espuma, portanto, é de utilização indicada para focos em líquidos
combustíveis e sólidos combustíveis, embora, para este último, represente uma
elevação no custo do combate.

Outros agentes extintores, Halogenados (Halon, FM200, FE-36, NAF SIII,


Halotron), Inergen, Argônio, Cloreto de Sódio e Limalha de Ferro Halogenados são
produtos químicos compostos por elementos halogênios (Flúor, Cloro, Bromo e Iodo)
que atuam como catalisadores positivos na quebra da reação em cadeia e,
secundariamente, por abafamento. Os compostos halogenados são ideais para
combate a incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis, com uma
eficiência superior à do CO2, dado que, inclusive, podem ser utilizados para incêndios
das classes A e B, além da C. Inergen e Argônio são compostos de gases inertes que
atuam pelo mesmo princípio do CO2 (abafamento) e são mais utilizados em sistemas
fixos de combate a incêndios, atuando de maneira mais eficiente contra incêndios das
classes B e C. Tal qual os halogenados e o CO2, se dissipam em locais abertos,

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perdendo seu poder de extinção. O Cloreto de sódio é um composto que é utilizado
para incêndios de Classe D. Em incêndios em metais pirofóricos como o magnésio, a
deposição do pó feito à base de Cloreto de Sódio se compacta ao ter contato com a
alta dissipação do calor no foco do incêndio, formando uma camada encrustada que
isola o material do comburente. Uma outra forma de extinção de incêndio em metais
(classe D) é a aplicação de misturas de areia seca, limalha de ferro e outros
componentes inertes ao metal que está sendo queimado.

Extintores de Incêndio

Extintores de incêndio são equipamentos (normalmente na forma de


cilindros) que são utilizados para o combate a princípios de incêndio por conterem
pequenas quantidades de agente extintor sob pressão.

Os extintores de incêndio possuem as seguintes características:


Vantagens Eficácia Portabilidade Mobilidade Classificação Portátil: concebido para
ser transportado, com peso inferior a 20kg; Sobre rodas: devido ao seu maior peso e
maior quantidade de agente extintor, deve ter seu peso apoiado em rodas. A aplicação
do agente extintor deve ser feita de forma correta. Limitações: Todas relacionadas à
baixa quantidade de agente extintor. A escolha do agente deve ser adequada em
razão da classe do incêndio. A utilização deve ser feita apenas para princípios de
incêndio. Além das características principais, anteriormente descritas, os extintores de
incêndio seguem regras quanto à capacidade extintora, de utilização, manuseio e
aplicação descritos abaixo:

1. Capacidade extintora é a medida do poder de extinção de um aparelho extintor e


está diretamente relacionada à quantidade, tipo e eficiência do agente extintor, além
das proporções e classe do foco (Normatizada pelas NBRs 9443 e 9444);

2. Para a segurança da operação, o operador do extintor deverá manusear o aparelho:

a. Mantendo uma distância segura do foco de incêndio;

b. Observando a direção do vento;

c. Utilizando o extintor mais adequado em relação à classe do foco de incêndio que


vai combater;

21
d. Cuidando para que o combate seja feito, com extintores, apenas contra princípios
de incêndio.

3. Os aparelhos extintores devem ser inspecionados periodicamente para que seja


verificada sua localização, o acesso até eles, a visibilidade, o rótulo de identificação,
lacre e selo da ABNT, peso, integridade física do casco, obstrução do bico ou da
mangueira e pressão dos manômetros. a. Dependendo do resultado da inspeção,
poderá ser indicada a necessidade de reparos ou substituições extraordinárias de
peças, para que não seja comprometida a funcionalidade do extintor. Os problemas
encontrados poderão indicar manutenção em 3 (três) níveis diferentes, da menos
complexa para a mais complexa, em razão do que se deve ser realizado; b. Recarga
é a substituição de parte ou de todo agente extintor que há ou deveria haver no
aparelho extintor; c. A cada 5 anos deve ser realizado um teste hidrostático em todas
as peças de um extintor que estão sujeitas à pressão. O manuseio dos aparelhos
extintores sempre é descrito nos seus rótulos, e consiste em:

a. Transportá-lo até as proximidades do foco;

b. Retirar o lacre e o pino de segurança;

c. Apontar o esguicho/difusor para a base da chama;

d. Apertar o gatilho (acionador);

e. Descarregar tanta carga extintora quanto for necessário para a completa extinção
do foco. Detalhe: independente da quantidade de agente descarregado, o extintor terá
de passar por manutenção e recarga imediatamente, para que esteja pronto para a
utilização numa próxima ocasião.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Para que o combate a incêndio seja viável e eficiente, é necessária a


utilização de materiais e equipamentos adequados para as diversas operações.

I. Basicamente, os materiais e equipamentos e combate a incêndio


compreendem:

22
II. Mangueiras (via de regra, de 1 ½ e 2 ½ polegadas) e Mangotes;
III. Esguichos para aplicação da água (universal, agulheta, regulável, pistola,
canhão, lançador de espuma e proporcionador de espuma);

IV. Ferramentas (chaves de mangueira, de mangote e tipo “T”);

IV. Acessórios hidráulicos (divisores, coletores, redutores, adaptadores e


tampões); e VI. Escadas (simples, prolongáveis, de gancho, de bombeiro e
de crochê).

Mangueiras

Mangueiras são equipamentos destinados a conduzir a água sob


pressão desde a bomba de incêndio até à cena do incêndio. São constituídas de
dutos flexíveis de borracha, encapados por uma lona, confeccionada de fibras
sintéticas, o que permitirá à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e
condições adversas do cenário. As juntas de união, posicionadas nas
extremidades, são peças metálicas que possibilitam o acoplamento das
mangueiras entre si e com outros equipamentos hidráulicos. Desde os primórdios
das corporações de bombeiros no Brasil as mangueiras são utilizadas. Em 1856,
quando nasceu o Corpo de Bombeiros Provisórios da Corte, além destes materiais
ainda, eram encontradas escadas, bombas manuais, baldes de couro, caixas de
ferramentas e chaves de registro.

Classificação

O diâmetro, o revestimento (composição e fibras – sintéticas ou naturais),


o local de utilização, a pressão de trabalho e as condições de utilização são
critérios para classificação de mangueiras de combate a incêndio. As mangueiras
têm, por exemplo, a vantagem de ter peso reduzido, maior resistência à pressão,
ausência de fungos, manutenção mais fácil e baixa absorção de água:

I. Mangueira Tipo 1 - Destina-se a edifícios de ocupação residencial. Pressão


de trabalho máxima de 980 kPa (10 kgf/cm2 );

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II. Mangueira Tipo 2 - Destina-se a edifícios comerciais e industriais ou Corpo
de Bombeiros Militar. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm
2 );
III. Mangueira Tipo 3 - Destina-se a área naval e industrial ou Corpo de
Bombeiros Militar, onde é indispensável maior resistência à abrasão.
Pressão de trabalho máxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm2 );

IV. Mangueira Tipo 4 - Destina-se a área industrial, onde é desejável maior


resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2 );

IV. Mangueira Tipo 5 - Destina-se a área industrial, onde é desejável uma alta
resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14
kgf/cm2).

Tipo Utilização

1 Condomínios Residenciais Utilização Eventual 980 kPa (10kgf/cm2 ) Um reforço


têxtil

2 Indústrias e Corpo de Bombeiros Militar Utilização Contínua 1370 kPa (14


kgf/cm2 ) Um reforço têxtil

3 Área Naval e Corpo de Bombeiros Militar Resistência à abrasão 1470 kpa (15
kgf/cm2 ) Dois reforços têxteis sobrepostos

4 Área Industrial Maior resistência à abrasão 1370 kPa (14 kgf/cm2 ) Um reforço
têxtil e um revestimento de polímero

5 Área Industrial Alta resistência à abrasão e temperatura 1370 kPa (14 kgf/cm2 )
Um reforço têxtil e um revestimento de polímero mais reforçado Fonte: NBR 11861

CUIDADOS E INSPEÇÃO

Como todo equipamento de grande e importante utilização, as


mangueiras de combate a incêndio demandam alguns cuidados:

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a. Evite contato direto com superfícies aquecidas ou em chamas;

b. Zele pelo bom acondicionamento das mangueiras;

c. Evite o contato com cantos e quinas vivas e objetos pontiagudos;

d. Não submeta as juntas metálicas a pancadas;

e. Evite que veículos passem por cima das mangueiras;

f. Evite o contato com substâncias corrosivas, contaminantes ou derivados de


petróleo.

As mangueiras de combate a incêndio devem ser inspecionadas a cada


06 (seis) meses e devem ser submetidas à manutenção a cada 12 (doze) meses. A
inspeção visual deverá ser feita observando-se:

a. O desgaste por abrasão, principalmente nos vincos das dobras longitudinais da


mangueira;

b. A presença de manchas ou resíduos;

c. O desprendimento do revestimento externo;

d. A boa empatação (fixação) das juntas de união nas extremidades da mangueira;

e. O bom acoplamento e funcionamento das juntas – integridade e facilidade de


acoplar;

f. Bom estado das vedações e marcações da mangueira.

Acondicionamento

O acondicionamento das mangueiras deve ser feito de acordo sua


utilização:

I. Em ziguezague deitada: deve ser apoiada sobre um de seus vincos e pode


ser conectada a outras mangueiras para a formação de linhas de mangueira
prontas para o emprego; Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
2016 43 Fundamentos de Combate a Incêndio
II. Em ziguezague em pé: deve ser posicionada sobre ela própria;

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III. Em espiral: A partir de uma de suas extremidades, a mangueira é enrolada
sobre ela própria, o uso deste tipo de acondicionamento é exclusivo para
estoque ou mangueiras que não requeiram utilização imediata;
IV. Aduchada: A mangueira é dobrada e enrolada na forma de espiral a partir
da dobra e em direção às extremidades. A cada inspeção ou uso das
mangueiras, as mesmas devem ser acondicionadas de maneira a formar
um novo vinco, para evitar o desgaste.

Mangotes

Feitos de borracha reforçada com arame de aço helicoidal, os mangotes


são ainda recobertos por uma camada composta de borracha ou poliuretano (que é
uma espécie de plástico com alta resistência à abrasão). Geralmente são utilizados
para o abastecimento de viaturas, dado que é necessário que se faça sucção de água
através deles e, exatamente por suas paredes reforçadas e resistentes, não há o
colabamento de suas paredes, o que ocorreria com uma mangueira comum, se
submetida, vazia, à pressão negativa.

Mangotinhos

Via de regra, se apresentam em diâmetros de 16, 19 e 25mm, são


acondicionados em carretéis de alimentação axial (o que permite desenrolá-los e
utilizá-los sem necessidade de acoplamento ou outra manobra) nas viaturas. São
tubos flexíveis de borracha com esguichos próprios que trabalham normalmente com
altas pressões e baixas vazões e sua utilização é de grande eficácia na maioria dos
pequenos focos combatidos pelas guarnições de bombeiros. Suas principais
limitações são a distância entre a viatura e o foco de incêndio (dado que ele é
permanentemente conectado na viatura) e focos que exijam um maior volume de água
para o combate. Portanto, os mangotinhos são utilizados para o combate a princípios
de incêndio (ou pequenos focos), e para a proteção ou interrupção da continuidade
dos incêndios.

Esguichos

26
Os esguichos são equipamentos que são conectados às mangueiras e
tem a finalidade de regular e direcionar o fluxo de agente extintor nas ações de
combate a incêndio, além de possuírem características de resistência a choques
mecânicos e, pelo menos, às mesmas pressões estáticas e dinâmicas que suportam
as mangueiras.

Tipos de Esguichos

Existem mais de 15 diferentes tipos de esguicho, feitos de diversos


materiais, sejam metais ou fibras, mais comumente achados com admissão de 38 e
63 mm de diâmetro e conexão storz. Os mais utilizados pelos Corpos de Bombeiros
Militares no Brasil são:

1. Tronco Cônico: Popularmente chamado de agulheta, é um tubo de forma tronco-


cônica constituído de um único corpo e é utilizado quando for necessário jato
compacto de maior Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás 2016 46
Fundamentos de Combate a Incêndio velocidade. Não possui comando de
abertura ou variação de jato.

2. Regulável: De forma cilíndrica, o corpo metálico possui as funções de


fechamento, abertura do jato e controle da angulação, no entanto não possui
controle de vazão e o fechamento é gradual. É um esguicho que proporciona desde
o jato compacto até o jato neblinado a 100°.

3. Pistola: Também conhecido, em alguns lugares como regulável. Possui punho,


para ser segurada, manopla de abertura e fechamento rápido, controle de vazão e
angulação do jato em até 180°. Produz jatos compactos, neblinados e atomizados
(em partículas) substituindo, no último caso, os antigos esguichos aplicadores de
neblina.

4. Lançador de espuma: Tubo metálico com alças e entrada de ar. Não possui
controle de vazão nem tampouco de angulação do jato. Sua função é fazer o
batimento do ar para que o líquido, uma mistura de “Líquido Gerador de Espuma”
e água, feita pelo “princípio de Venturi”, no misturador “entre-linhas” (Figura à
direita), se misture com o ar e produza a espuma a ser lançada. Necessita de, no
mínimo, dois lances de mangueira, um colocado antes do misturador e outro
depois, até o esguicho (figura à esquerda).

27
5. Lançador e proporcionador de espuma: Tem, num único corpo, as funções do
esguicho lançador de espuma e do misturador “entre-linhas”, por isso, pode ser
utilizado sem o misturador, por isso, com apenas um lance de mangueira. Possui
o inconveniente de ter a necessidade de ser transportado em conjunto com o
recipiente que contém o “líquido gerador de espuma”.

6. Canhão: Também conhecido como esguicho monitor, é um esguicho com


diversas funções. Existe para que se execute ataque com alta vazão e pressão,
impossíveis de serem seguradas pelo homem. Pode ser, fixo ou móvel, desde a
forma de agulheta, como um esguicho múltiplo com as funções de um esguicho
pistola com, inclusive, lançamento de espuma.

Ferramentas

As ferramentas de auxílio são destinadas a possibilitar o combate ao


incêndio e o abastecimento da viatura, são elas:

a. Chave de Mangueira: peça metálica destinada a conectar e desconectar


mangueiras de incêndio entre si ou com a expedição de um hidrante ou bomba de
incêndio;

b. Chave de Hidrante: Em forma de (dos tipos) “J” e “S”, destina-se a abrir e fechar
tampões de hidrantes urbanos;

c. Chave de Mangote: Feita exclusivamente para possibilitar a conexão e a


desconexão de juntas de mangotes;

d. Chave tipo “T”: Permite a abertura das válvulas de hidrante público;

e. Volante de Hidrante: Possui a mesma finalidade da Chave tipo “T”, mas


necessita da aplicação de mais força do operador;

f. Passagem de Nível: Ferramenta utilizada para garantir a passagem de veículos


sobre as linhas de mangueiras sem que cause danos a estas. São peças metálicas
ou de madeiras que possuem um canal central para a passagem das mangueiras.

Acessórios hidráulicos

Estes acessórios possibilitam que haja maneabilidade de conexões e


linhas de mangueira, além de compor o aparato de abastecimento de água da viatura.

28
a. Adaptador de juntas: trata-se de uma peça metálica que serve para realizar
adaptação de roscas macho (fios externos) ou fêmea (fios internos) em uniões
Storz (mangueiras);

b. Luva de redução: serve para unir peças (mangueiras, expedições ou outros


acessórios) de diâmetros diferentes. É formada por duas uniões Storz, uma de
cada lado, com diâmetros diferentes (via de regra, 2 ½” e 1 ½”);

c. Tampão: serve para proteger ou vedar hidrantes, expulsões e admissões de


viaturas ou canalizações que não estão em uso;

d. Divisor (derivante): serve para orientar a água que vem de uma viatura, hidrante
ou outra bomba para as mangueiras estabelecidas para o uso. Possui uma entrada
(admissão) de 2 ½” e duas ou três saídas (expulsões) de 1 ½” com registros de
abertura e fechamento, para o controle de quais expulsões serão utilizadas (se
permitirá o fluxo de água);

e. Coletor: De uso inverso ao do divisor, serve para aglutinar duas entradas de 1


½” em uma única de 2 ½”, no entanto, não possui registro;

f. Misturador (Aparelho Entrelinhas): serve para a montagem de linhas de espuma,


atuando por diferença de pressão (formada pelo princípio de Venturi) ao misturar
o Líquido Gerador de Espuma (LGE, normalmente, de 1 a 6%) à água proveniente
da bomba que seguirá para a ponta da mangueira;

g. Ralo com válvula de retenção: utilizado para operações de sucção, é um


dispositivo metálico acoplado à uma das extremidades do mangote que impede a
entrada de objetos durante a sucção e possui válvula que impedirá o fluxo contrário
da água;

h. Luva de hidrante (capa de pino): adaptador (de ferro fundido) destinado a


permitir o encaixe preciso da Chave tipo “T” ao registro da válvula do hidrante;

i. Edutor: peça metálica com entrada de 1 ½” e saída de 2 ½” que realiza, por


diferença de pressão (Princípio de Venturi), a sucção de água que entra por um
ralo localizado em sua base.

29
EQUIPAMENTOS PARA INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO

Alguns equipamentos são utilizados exclusivamente quando se trata de


incêndios em vegetação, estes estão descritos a seguir:

a. Abafador: dotado de um cabo feito de material leve (alumínio ou madeira) e


lâmina (geralmente de borracha) de abafamento em sua extremidade, mede de
1,5 a 2,5m;

b. Bomba costal: tanque de 20 litros feito em plástico rígido que é transportado na


forma de mochila e possui bomba manual com manopla e mangueira com
esguicho, para aplicação de pequenas quantidades de água;

c. Saco costal: Com o mesmo funcionamento da bomba costal, no entanto o


recipiente de armazenamento de água trata-se de um saco flexível de PVC;

d. Pinga-fogo: tanque (normalmente de aço inoxidável) para armazenamento de


líquido inflamável (via de regra, 6,5 litros), dotado de tubo de descarga com mecha
de amianto protegida para se acender a chama, destinado a realizar queima
controlada.

Escadas

As escadas utilizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar (aquelas não


conjugadas com viaturas) são, basicamente, constituídas de dois elementos: degraus,
onde se apoia os pés durante a utilização e banzos, que são as peças paralelas que
suportam os degraus da escada. Elas podem ser transportadas por um ou mais
bombeiros, dependendo da disponibilidade de pessoal e do peso/tamanho da escada.
É possível transportar uma escada nos ombros, com a mão sobre os ombros, debaixo
do braço e acima da cabeça. Durante seu uso, devem ser posicionadas de forma a
oferecer um bom ângulo de inclinação, para que se aproveite o máximo de sua altura
sem que, no entanto, se comprometa a segurança da operação. Recomenda-se, em
situações ideais, que a escada deve ser posicionada de forma a fazer um ângulo entre
68° e 75° com o solo. Uma boa forma de se verificar isso é, uma vez diante da escada,
o bombeiro deverá se posicionar com a ponta da bota tocando os pés da escada e,
com os braços esticados horizontalmente, tocá-la ao mesmo tempo, tocando os

30
banzos com as pontas dos dedos. Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
2016 54 Fundamentos de Combate a Incêndio Apresentaremos, a seguir, os tipos de
escadas: Escada simples. É a escada mais comumente encontrada. É constituída de
um único lanço de dois banzos rígidos e paralelos, unidos por degraus. Escada de
gancho sua composição é basicamente idêntica à da escada simples, no entanto, em
uma de suas extremidades, em cada banzo, é dotada de ganchos móveis montados
em suportes fixos. Estes ganchos são utilizados para manter a escada estável e bem
encaixada em parapeitos, cumeeiras e assemelhados. Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Goiás 2016 55 Fundamentos de Combate a Incêndio Escada prolongável.
É constituída por dos lanços, sendo que um desliza sobre guias fixadas no outro
(base). Além disso, possui travas para assegurar a posição desejada e mecanismo de
prolongamento (normalmente cabos e roldana). É a escada mais utilizada no Corpo
de Bombeiros Militar. Escada de bombeiro É constituída de um único banzo que traz
no topo um gancho metálico serrilhado de forma laminar para encaixe em diferentes
parapeitos. Os degraus são atravessados no banzo. Esta escada exige que, em todas
as situações, ela seja sustentada pelo gancho.

CLASSIFICAÇÃO DOS EPIS

Os equipamentos de proteção individual são classificados de acordo com


o tipo de proteção que desempenham e a parte do corpo que protegem. A escolha
correta dos EPIs a utilizar é de fundamental importância para o bombeiro militar
aumentar sua segurança durante as operações. A rigor, o próprio fardamento de
operações é normalmente pensado para que se ofereça ao bombeiro militar um
determinado grau de proteção. Existem diferentes certificações dos equipamentos de
proteção individual, mas os mais conhecidos quando se trata de proteção para
combate a incêndio são a NFPA (National Fire Protection Association – EUA), em
âmbito internacional e o CAEPI (Certificado de Aprovação de Equipamento de
Proteção Individual), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho. Os equipamentos de
proteção individual são alvo constante de pesquisa e desenvolvimento, por isso,
sempre surgem novos dispositivos e tecnologias, daí a importância de que seja feita

31
uma correta e eficiente especificação na ocasião em que se for realizar a aquisição
destes equipamentos para a Corporação. Citaremos aqui os principais equipamentos
de proteção individual associados às operações de combate a incêndios:

Proteção para a cabeça

a. Capacete para combate a incêndio: oferece proteção contra o calor, o excesso de


luminosidade e contra impactos de objetos sobre o crânio;

b. Balaclava: trata-se de um capuz que protege a cabeça e o pescoço contra o calor.


Pode ser utilizado por baixo do capacete.

Proteção para os olhos

Quando os bombeiros militares não estão utilizando capacetes que têm


proteção contra os olhos conjugada (viseira com proteção térmica), são utilizados
óculos de proteção contra impacto de partículas e contra intensa luminosidade. Corpo

Proteção para o corpo

a. Capa de aproximação ou capa 7/8 (sete oitavos): vestimenta de peça única que
oferece proteção contra o calor, abrasão, impacto e agentes químicos. Proporciona
barreira contra o calor e umidade. É menos utilizada atualmente por possuir uma
proteção menor que roupa de aproximação;

b. Roupa de aproximação: constitui-se de jaqueta e calça, sobrepostas com as


mesmas propriedades da capa de aproximação e, por isso, proporciona uma proteção
mais eficiente contra maiores temperaturas, principalmente em se tratando de
ambientes fechados. Permite ao bombeiro militar uma maior mobilidade.

Proteção para as mãos

As luvas de combate a incêndio devem proteger as mãos contra cortes,


perfurações, calor, abrasão, escoriações, eletricidade e contra agentes químicos e
biológicos. Por se tratar de uma proteção tão ampla, com frequência as luvas de
combate a incêndio reduzem a capacidade de tato do bombeiro militar que, portanto,
deve estar perfeitamente familiarizado com ela previamente.

Proteção para os pés

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Uma das principais preocupações de um bombeiro militar deve ser com
a sua capacidade de locomoção e proteção dos seus pés, pois se feita corretamente,
possibilitará a ele o adentramento e a evasão segura e eficiente de locais sinistrados.
Por isso, as botas específicas para combate a incêndio devem possuir proteção
eficiente contra impactos, eletricidade, calor, cortes, perfurações, escoriações e
produtos químicos.

Proteção respiratória

Um dos maiores riscos no combate a incêndios é a inalação de fumaça


e gases tóxicos, por isso a proteção respiratória merece atenção especial. Respirar
com eficiência dá ao bombeiro militar capacidade de trabalho, discernimento, ação,
calma e decisão. Para a proteção respiratória, pode ser utilizada uma máscara facial
contra gases, que se trata de uma proteção que utiliza filtros químicos, mecânicos ou
combinados para proteger as vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e
radionuclídeos, vapores orgânicos, gases ácidos, partículas e gases emanados de
produtos químicos. No entanto, na busca de anular a agressividade do ambiente sobre
o sistema respiratório, são utilizados mais comumente equipamentos respiradores de
adução de ar, que proporcionam proteção das vias respiratórias em atmosferas com
concentração de gases que poderiam colocar em risco a saúde e a vida. Estes
equipamentos podem ser do tipo linha de ar ou reservatórios herméticos. A não
utilização no equipamento de proteção respiratória adequado pode ocasionar o
fracasso das operações e trazer consequências severas, que vão desde a intoxicação
até a morte dos bombeiros militares. Os riscos mais comuns associados à exposição
respiratória durante incêndios são a falta de oxigênio, consumido pela combustão; a
elevada temperatura dos gases, que inalados podem causar danos ao aparelho
respiratório; a fumaça e os gases tóxicos que, inalados, serão absorvidos pelo
organismo e podem causar danos aos tecidos e perda da função pulmonar. Na medida
em que a concentração de oxigênio vai sendo reduzida, o corpo humano vai sofrendo
reações adversas, caso não esteja com a devida proteção respiratória.

33
% Efeitos no ser humano

21 Normal

17 Perda da coordenação motora

12 Vertigem, fadiga e dores de cabeça

09 Inconsciência

06 Parada cardiorrespiratória e morte

Os equipamentos de proteção respiratória (EPR) são classificados como


dependentes ou independentes.

 Dependentes: Dependem da oferta de oxigênio no ambiente para que o usuário


possa respirar com qualidade.

Vantagem: É mais leve e menor; Desvantagem: Depende da


concentração de oxigênio do ambiente e tem tempo de uso limitado dos filtros;
Exemplo: Máscara facial;

 Independentes: Independem da oferta do ambiente, sendo que o usuário


respirará o ar vindo de um reservatório, transportado ou não com ele.
Vantagem: Possibilidade de utilização em ambientes hostis, sem oferta
suficiente de oxigênio;

Desvantagem: São maiores, mais pesados e tem suprimento limitado de


ar; Exemplos: equipamento autônomo com transporte do cilindro de ar e equipamento
com reservatório de ar externo, com linha de ar conduzindo o suprimento até o usuário.

Há equipamentos autônomos de circuito aberto, ou seja, cujo ar exalado


é liberado para o ambiente, e de circuito fechado, onde o ar exalado é reaproveitado
pelo equipamento. O tempo de autonomia do EPR independente é condicionado à
pressão do ar, ao volume do cilindro (reservatório de ar) e ao consumo de ar do
usuário (tipo de atividade) – em minutos.

A autonomia pode ser calculada, então, utilizando-se da seguinte fórmula:

A = V x P Onde: C A: Autonomia P: Pressão V: Volume C: Consumo

Exemplo: EPR com cilindro de 10 litros carregado à 200 BAR (pressão).

34
Nota: Para efeito de cálculo, considera-se que um bombeiro militar em atividade
consome 50 litros de ar por minuto:

A= 10 x 200 50 Autonomia: 40 minutos

Os equipamentos mais utilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar são os


equipamentos autônomos, independentes, e com cilindro acoplado. Como todo
equipamento, estes EPRs necessitam de inspeção e teste diários. Esta inspeção e o
teste seguem os passos descritos a seguir:

Inspeção diária do EPR: Antes de se valer da utilização do equipamento,


o bombeiro militar deve observar os 10 passos de inspeção do EPR.

1. Conexão do cilindro ao redutor de pressão;

2. Cinta que liga o cilindro ao suporte;

3. Alças de transporte e cinto;

4. Placa de suporte;

5. Conexões das mangueiras;

6. Tirantes e peça facial;

7. Pressão do cilindro;

8. Vedação a alta pressão;

9. Volante do cilindro;

10. Alarme.

O teste que deve ser feito para a utilização do EPR deve ter atenção para
o descrito abaixo:

a. Prova de vedação do sistema a alta pressão: com o sistema fechado e todas as


válvulas e mangueiras conectadas, o registro do cilindro deve ser aberto e a pressão
(lida no manômetro) do sistema deve permanecer inalterada até que o sistema seja
novamente aberto ou ar liberado. Nota: sempre liberar o ar do sistema após este teste;

b. Ensaio do alarme: com o sistema pressurizado, fechar o registro do cilindro e, em


seguida, lentamente, abrir a válvula de demanda da máscara, para que a pressão

35
(juntamente com a quantidade) do ar se reduza e o alarme seja acionado, como
indicação de escassez de ar no sistema;

c. Ajustamento ao corpo: o bombeiro militar que utilizará o equipamento deve colocá-


lo, passando por sobre a cabeça, deixando-o passar com as alças pelos cotovelos,
descendo naturalmente por suas costas, deixando que o cilindro fique corretamente
posicionado em suas costas, possibilitando, assim, o ajustamento das alças e tirantes;

d. Ajustamento da máscara facial: os tirantes da máscara devem ser soltos e o


bombeiro militar deve iniciar sua colocação introduzindo o queixo à máscara. Com as
duas mãos, deve colocar os tirantes em volta da cabeça e, logo em seguida, ajustá-
los, primeiramente os temporais, em seguida os inferiores e, finalmente, os superiores.
Para encerrar, o bombeiro militar deve testar a estanqueidade da máscara, realizando,
com o sistema fechado, sucção, para verificar se a máscara é pressionada contra o
rosto, não permitindo a entrada de gases do ambiente externo.

MANUTENÇÃO DOS EPIS

Todo bombeiro militar deve ter plena ciência de que seus equipamentos
de proteção individual devem ser utilizados de maneira correta, para que minimizem,
eliminem ou neutralizem os riscos impostos pelo seu exercício profissional. Mas, além
da correta utilização, a manutenção e higienização corretas, constantes e adequadas
são de fundamental importância para a durabilidade, eficiência e eficácia dos
equipamentos.

Alguns dos bons conselhos sobre a manutenção e higienização dos EPIs


são:

a. Realizar inspeção visual antes da utilização;

b. EPIs descartáveis não devem ser reutilizados;

c. A limpeza deve seguir as regras impostas pelos fabricantes, caso isto não seja
disponível ou, ainda, irrelevante, deve ser feita com detergente neutro, água e/ou pano

36
limpo (seco ou umedecido) para evitar reações químicas que danifiquem os materiais
constituintes;

d. Não utilizar o mesmo pano ou água para limpeza de equipamentos diferentes

e. Não deixar que os equipamentos sejam guardados com suor ou sujeira de qualquer
natureza;

f. Acondicionar os equipamentos de forma que não fiquem batendo ou tombando


dentro das viaturas, para evitar desgastes ou quebras em virtude de choques sofridos;

g. Verificar constantemente para que, caso necessário, seja solicitado seu reparo
antes que qualquer acidente possa ocorrer por causa de sua deficiência ou mau uso.

UTILIZAÇÃO DE MANGUEIRAS E ESGUICHOS

De nada valeria todo o conhecimento de prevenção e combate a


incêndios se métodos corretos de utilização de água não fossem cada vez mais
aperfeiçoados na busca pela excelência na sua utilização. O grande desafio na
aplicação de água, bem como de qualquer outro agente extintor, é utilizar a menor
quantidade possível que ofereça um resultado cada vez melhor na extinção do
incêndio. Em tempos atuais, onde se discute bastante a preservação da água e seus
mananciais, é cada vez mais importante que o bombeiro militar saiba que uma
utilização correta das mangueiras, esguichos e recursos possibilitará que uma menor
quantidade de água seja utilizada na extinção de determinados incêndios, otimizando
a absorção de calor com a transformação de água em vapor e diminuindo os resíduos
do combate ao incêndio. É claro que não se discute situações que demandam
gigantescas quantidades de água no combate a incêndios ainda maiores, como
aqueles que acontecem de forma generalizada em prédios, fábricas, navios e etc., o
que temos de ter em mente é que sempre que for possível, temos de economizar o
recurso, até mesmo porque ele é limitado. Essencialmente, cabe ao bombeiro militar
raciocinar que a reserva de água de suas viaturas tem um limite, e que o número de
viaturas também, por isso, a aplicação comedida e eficiente de qualquer recurso
preservará sua capacidade para quaisquer imprevistos ou acidentes de cálculo que
possam acontecer.

37
Transporte das mangueiras

Depois da chegada ao local do incêndio, cabe aos bombeiros militares


realizarem o transporte das mangueiras de forma a economizar seu esforço para o
efetivo combate e de forma que as mangueiras possam ser rapidamente utilizadas
quando da tomada desta decisão.

Transporte de mangueira em espiral

A mangueira acondicionada desta forma é melhor transportada se


colocada sobre o ombro ou sob o braço, junto ao corpo.

Transporte de mangueira aduchada

Tal qual a mangueira acondicionada em espiral, pode ser transportada


colocada sobre ombro ou sob o braço, no entanto, seu transporte mais comumente
utilizado é o transporte em garra.

Transporte de mangueira em ziguezague

A mangueira acondicionada em ziguezague deve ser transportada sobre


o ombro, mesmo assim, com todo o cuidado para que ela não perca seu
acondicionamento na medida em que o bombeiro militar corre ou caminha na direção
escolhida.

Tipos de jatos d’água

A forma de aplicação da água influenciará diretamente na quantidade


utilizada e na excelência do combate ao calor, às chamas e ao foco do incêndio. O
bombeiro militar deve estar ciente das suas opções de aplicação da água, objetivando,
seja um maior volume, ou uma maior velocidade, ou uma maior dispersão, ou
concentração, entre outras, que podem ser características isoladas ou associadas,
dependendo do esguicho utilizado e do combate proposto. Jato contínuo (compacto).
Neste jato, a água tem forma contínua e coesa. Normalmente é utilizado quando se
objetiva maior velocidade, alcance e penetração da água.

Jato chuveiro (neblinado)

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A água será aplicada de forma mais esparsa e fragmentada. A distância
será menor e, com a maioria dos esguichos, haverá uma maior vazão de água do que
no jato contínuo. Sua aplicação tem uma maior absorção de calor e uma maior área
de aplicação que o jato contínuo. O ângulo de abertura de sua aplicação dependerá
da capacidade do esguicho utilizado e da escolha do operador, sendo que quão maior
a vazão e menor a angulação, maiores serão a coesão e as gotas dos jatos e, quão
menor a vazão e maior angulação, menores serão a coesão e as gotas dos jatos. Jato
atomizado. Para uma aplicação mais comedida de água e objetivando uma maior
absorção do calor do ambiente, foi desenvolvido o conceito de jato atomizado. O nome
é, exatamente, baseado na palavra “átomo”, dado que o objetivo é ter as menores
partículas de água, coesas, mas distribuídas ao máximo, para que se tenha uma
pulverização tamanha a viabilizar a maior transformação possível de água em vapor,
otimizando a absorção do calor. Ocorre fragmentação da água em partículas
finamente divididas, assim, o ar se saturará com uma fina névoa, ocasião em que as
partículas de água parecerão estar em suspensão. Por isso, a aplicação deste jato
deve ser para curtas distâncias, evitando que esta névoa seja levada pelo vento ou
pelas correntes de convecção antes de cumprir seu papel de absorção de calor.

ABASTECIMENTO E SUPRIMENTO DE ÁGUA

O suprimento de água é fator decisivo nas opções de combate a


incêndios. Afinal de contas, a água é o principal agente extintor utilizado pelas viaturas
do Corpo de Bombeiros Militar e, por isto, merece especial atenção, além de técnicas
e táticas visando seu correto e proveitoso emprego. As viaturas de combate a incêndio
têm um suprimento limitado de água, daí a necessidade de conhecer suas fontes de
abastecimento.

Suprimento de água

O suprimento de água é o processo que vai desde a captação da água


em sua fonte até sua utilização nas operações de combate a incêndio. Entendemos
que a fonte de captação de água é qualquer lugar onde haja abundância de água,
podendo ser natural ou artificial.

39
As fontes naturais de água são aquelas onde a água se apresenta
acumulada na natureza, quer seja pelo seu leito natural, ou pelo seu acúmulo. São
exemplos de fontes naturais, os lagos, lagoas, rios e mares.

As fontes artificiais de água são aquelas que se formaram ou se tornaram


possíveis devido à intervenção humana. São exemplos de fontes artificiais, os açudes,
canais, reservatórios, poços, piscinas, espelhos d’água, reservas técnicas de combate
a incêndios e, principalmente, a rede de hidrantes urbanos e as viaturas capazes de
armazenar e transportar água.

Abastecimento

Quando utilizamos o termo “abastecimento” para viaturas de combate a


incêndios, não estamos tratando, especificamente dos combustíveis que fazem com
que funcionem seus motores, mas principalmente, da reposição ou incremento de
seus agentes extintores, mormente de água. O abastecimento é um importante fator
no suprimento de água a uma operação e, por isso, deve ser objeto de preocupação
dos bombeiros militares envolvidos.

O sistema de abastecimento e suprimento mais comum é aquele formado


pela rede de hidrantes urbanos, que devem ser localizados previamente e testados
sempre que possível para que, durante as operações, o Centro de Operações de
Bombeiros possa orientar as viaturas sobre as melhores alternativas quando se
necessitar de maior suprimento de água. O suprimento de água em operações é
basicamente definido levando-se em consideração a área disponível para que se
monte, no local, o aparato de abastecimento; os obstáculos à montagem deste
aparato no local; a existência de hidrantes urbanos nas proximidades e o recurso
disponível na viatura empregada.

Maneabilidade de incêndio

A montagem de estabelecimento objetiva a sistematização e aplicação


de técnicas de manuseio com os materiais para a formação de linhas de mangueira.
O sucesso nestas técnicas resultará em um ataque mais pronto, breve e célere às

40
chamas, e consequente término da missão, qualquer que seja o agente extintor
empregado.

Linhas de mangueiras

Nas atividades de maneabilidade de incêndio, são utilizadas linhas de


mangueiras que recebem as seguintes denominações:

Linha adutora ou ligação

Trata-se de uma linha de mangueira destinada a ligar fontes de


suprimento de água para abastecimento de viaturas ou combate às chamas. As linhas
podem ser direcionadas à admissão das bombas de incêndio ou diretamente às linhas
de ataque, através de derivantes. Normalmente, são montadas com mangueiras de
63mm de diâmetro, em razão de sua menor perda de carga e maior vazão. Linha
direta Linha constituída por uma única ou mais mangueiras, conectadas uma após a
outra, desde a expedição da bomba até um único esguicho.

Linhas de ataque

Partindo de um derivante, formam um conjunto de mangueiras utilizadas


no combate às chamas. Podem se referir àquelas que combatem o foco do incêndio,
bem como àquelas que são utilizadas para proteção ou ventilação. Portanto, são
linhas que divergem de um mesmo ponto (derivante).

Linhas siamesas

Convergindo para um ponto, normalmente um coletor ou canhão, são


linhas de suprimento de água, que podem ser utilizadas tanto para a admissão das
bombas (abastecimento) quanto para o ataque às chamas.

Linhas de espuma

São assim denominadas por serem elaboradas e preparadas para a


utilização de aparato que torne possível o uso de espuma no combate às chamas. 3.
Comandos utilizados. Durante a execução didática da montagem de estabelecimento,
são padronizados alguns comandos que podem ser utilizados em situações de sinistro.
Estes comandos visam dar organização às ações da montagem de estabelecimento.

41
a. Guarnição de bomba, armar! Dado pelo comandante da guarnição, determina o
início da montagem do estabelecimento, desde a ligação até as linhas de mangueira;

b. Guarnição de bomba, desarmar! Também proferido pelo comandante da guarnição,


visa pontuar o término da operação e o recolhimento de materiais, equipamentos e
pessoal

c. Guarnição de espuma, armar! O comandante da guarnição determina que se


iniciem os procedimentos para a montagem das linhas de espuma;

d. Guarnição de espuma, desarmar! Com este comando, o comandante da guarnição


determina o término da operação com as linhas de espuma e manda que sejam
recolhidos materiais, equipamentos e pessoal;

e. Linha pronta! Os auxiliares ou os chefes das linhas de ataque (dependendo do tipo


de guarnição) informam que as linhas estão em condições de combate; f. Ligação
pronta! É emitido quando a ligação está em condições de ser utilizada;

g. Bomba, funcionar! Voltando-se para o operador da bomba e fazendo um movimento


ascendente com ambos os braços esticados e mãos espalmadas (inicialmente para
frente, como em posição anatômica), o comandante da guarnição determina que as
linhas sejam pressurizadas pelo operador de bomba e a água flua através de
mangueiras e conexões. Didaticamente, serve para demarcar o momento em que o
estabelecimento está pronto para ser utilizado;

h. Bomba, alto! Voltado para o operador da bomba, o comandante fará,


simultaneamente ao comando, um movimento de cruzar os antebraços à frente do
rosto, com os punhos cerrados, indicando que a bomba deverá parar de funcionar e,
consequentemente, de pressurizar o sistema. Indica o final das operações de combate
propriamente ditas;

i. Avançar! Determina o avanço das linhas. Durante a execução, é importante que se


observe as juntas para que não se arrastem;

j. Recuar! Determina que as linhas recuem. Durante a execução, é importante que se


observe as juntas de mangueira, para evitar seu arrasto, e o desenho do recolhimento
das mangueiras, para que não se formem quinas ou nós, preservando o “seio” das
mangueiras;

42
k. Perigo iminente! Determina que a guarnição abandone o local imediatamente

Guarnição ampliada – 08 bombeiros militares

A execução de guarnição ampliada presume a utilização de duas linhas


de ataque e uma ligação. Composição da guarnição ampliada

a. Comandante da guarnição;

b. Condutor/operador;

c. Armador de ligação;

d. Auxiliar de ligação;

e. Chefe da linha da direita;

f. Auxiliar da linha da direita;

g. Chefe da linha da esquerda;

h. Auxiliar da linha da esquerda

“Bomba Armar” com guarnição ampliada

Os materiais a serem dispostos à frente da formação da guarnição para


serem utilizados são: 01 (um) divisor, com, no mínimo, duas saídas, 01 (uma)
mangueira de 2 ½” para a ligação, 02 (duas) mangueiras de 1 ½” para as linhas de
ataque e 02 (dois) esguichos com admissão de 1 ½”. Cada um dos responsáveis por
conexões deverá ter à sua disposição uma chave de mangueira e a guarnição
procederá da seguinte forma: Identificação de funções: O comandante da guarnição
comandará “sentido” e, em seguida comandará: “Para identificação de funções:
Descansar!”. Na sequência disposta para a “composição da guarnição”, os militares,
individual e sequencialmente, tomarão posição de sentido, erguerão o braço esquerdo
esticado para cima, com punho cerrado, dirão sua graduação e nome, em seguida,
retornarão o braço para a posição de sentido e dirão sua função. Por fim, tomarão
posição de “descansar” antes que o próximo inicie sua identificação.

Terminada a identificação de funções, os militares passarão à execução


dos procedimentos de montagem de estabelecimento como descrito abaixo:
Montagem de estabelecimento: a. Comandante da guarnição: Comandará “Sentido!”
Em seguida: “Guarnição de bomba, Armar!”. Então, transportará o divisor até o local

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estipulado, colocando-o sobre uma das pernas e aguardará os acoplamentos da
ligação e de, pelo menos, uma das linhas de ataque. Após receber o “pronto” da
ligação e de, pelo menos, uma das linhas de ataque, deixará o divisor no chão com
as válvulas relativas às linhas que deram o “pronto” abertas, comandará “Bomba,
funcionar!” e irá para frente das linhas exercer o comando, ficando a manobra das
válvulas do divisor a cargo do armador e ligação;

Condutor/operador: Caberá a ele operar o corpo de bomba;

Armador de ligação: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, conduzirá uma


das extremidades da mangueira de 2 ½” até o divisor, acoplando-a, em seguida, à
admissão do divisor. Uma vez que verificar que a mangueira da ligação foi
corretamente desenrolada, não apresenta deformações nem posicionamento que
atrapalhe sua operação, e que foi corretamente acoplada na expedição da bomba e
na admissão do divisor, dirá, em voz alta: “Ligação pronta!” A partir daí, se posicionará
nas proximidades do divisor, ficando atento para sua posição e responsabilizando-se
pela sua operação após os procedimentos iniciais do comandante da guarnição;

Auxiliar de ligação: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, lançará a


mangueira da ligação para a direita, entregando uma de suas extremidades ao
armador de ligação e conectando a outra à expedição da bomba. Após corrigir o
posicionamento e o lançamento da mangueira, se posicionará nas proximidades do
divisor, ficando à disposição do armador de ligação;

Chefe da linha da direita: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, apanhará


um esguicho e se deslocará até as proximidades do divisor, onde aguardará que seu
auxiliar lhe entregue uma das extremidades da mangueira de 1 ½”. Deverá conectar
o esguicho à esta extremidade, posicionar-se no local de combate ao incêndio e à
esquerda da linha, segurando o esguicho na direção do sinistro;

Auxiliar da linha da direita: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, deverá


apanhar a mangueira de 1 ½” da linha de ataque da direita, lançando-a para o lado
direito. Em seguida, entregará uma das extremidades ao chefe da linha e conectará a
outra à expulsão da direita do divisor. Corrigirá o posicionamento da mangueira
fazendo um “seio” e, após confirmação do chefe de linha, anunciará “Linha da direita
pronta!” Finalmente, se posicionará ao lado oposto ao chefe da linha,

44
aproximadamente um metro à retaguarda do mesmo, segurando a mangueira para
auxiliar a movimentação da mangueira, quando pressurizada;

Chefe da linha da esquerda: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, apanhará


um esguicho e se deslocará até as proximidades do divisor, onde aguardará que seu
auxiliar lhe entregue uma das extremidades da mangueira de 1 ½”. Deverá conectar
o esguicho à esta extremidade, posicionar-se no local de combate ao incêndio e à
direita da linha, segurando o esguicho na direção do sinistro;

Auxiliar da linha da esquerda: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, deverá


apanhar a mangueira de 1 ½” da linha de ataque da esquerda, lançando-a para o lado
esquerdo. Em seguida, entregará uma das extremidades ao chefe da linha e
conectará a outra à expulsão da esquerda do divisor. Corrigirá o posicionamento da
mangueira fazendo um “seio” e, após confirmação do chefe de linha, anunciará “Linha
da esquerda pronta!” Finalmente, se posicionará ao lado oposto ao chefe da linha,
aproximadamente um metro à retaguarda do mesmo, segurando a mangueira para
auxiliar a movimentação da mangueira, quando pressurizada. Observações de
execução:

Obs¹: Havendo necessidade de mais de uma mangueira, na ligação ou nas linhas de


ataque, o responsável pela linha armará as mangueiras pares (2ª,4ª,6ª,8ª, etc.) e seu
auxiliar armará as ímpares (3ª,5ª,7ª, etc.). Após isto seguirão os mesmos
procedimentos do estabelecimento. Caso haja necessidade de se isolar ou operar
qualquer material além dos dispostos para a montagem de estabelecimento, o
comandante da guarnição fará uso, primeiro, do auxiliar da ligação e depois do
armador da ligação;

Obs²: Ao lançar as mangueiras das linhas de ataque, os auxiliares deverão fazê-lo


ligeiramente para as laterais do divisor, propiciando ao comandante da guarnição
progredir em direção ao sinistro ao lado das linhas formadas;

Obs³: Todas as mangueiras deverão ser transportadas em forma de garra. Avaliação


da montagem de estabelecimento da guarnição ampliada:

a. Início: Deve ser avaliado todo o procedimento, desde a identificação de funções até
o comando de “Bomba, funcionar!” O tempo de execução é cronometrado desde o
comando de “Guarnição de bomba, Armar!” até o comando de “Bomba, funcionar!”

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b. Tempo de execução: O tempo para aproveitamento máximo (100%) será de até 9
(nove) segundos para a execução. Este aproveitamento será diminuído
progressivamente até zero, se caso completarem 19 (dezenove) segundos do início
da cronometragem;

c. Penalização por erros na execução: Cada erro ou falta implicará no acréscimo de


0,5 (meio) segundo ao tempo total de execução. No entanto, caso o erro implique em
inviabilizar o caminho da água, desde a bomba até, pelo menos, um dos esguichos, a
execução será considerada perdida (zero). “Bomba Desarmar” com guarnição
ampliada Após a montagem do estabelecimento e a sua utilização desejada, o
comandante da guarnição comandará “Guarnição de bomba, desarmar!” Os
componentes, então, agirão da seguinte forma:

a. Comandante da guarnição: Ao comando de “Guarnição de bomba, desarmar!”, fará


o desacoplamento de todas as mangueiras que estejam ligadas ao divisor e
transportará o mesmo para as proximidades da boca expulsora da bomba;

b. Condutor/operador: Caberá a ele operar o corpo de bomba;

c. Armador de ligação: Ao comando de “Guarnição de bomba, desarmar!”, aguardará


o desalagamento da mangueira, que será feito sentido bomba/incêndio e, em seguida,
levará a extremidade da mangueira de 2¹/²” em direção à bomba, colocando-a a uma
distância de aproximadamente 1 (um) metro da extremidade que foi desconectada da
boca expulsora. Finalmente, auxiliará o enrolamento da mangueira;

d. Auxiliar de ligação: Ao comando de “Guarnição de bomba, desarmar!”,


desconectará da expedição da bomba a mangueira da ligação. Depois de
desconectada, fará o desalagamento desta mangueira enrolando-a em seguida com
a ajuda do armador de ligação. Finalmente, deverá transportá-la para as proximidades
da bomba;

e. Chefe de linha (direita e esquerda): Após o comando de “Guarnição de bomba,


desarmar!”, desacoplará o esguicho da mangueira colocando-o no chão. Aguardará o
desalagamento da mangueira e, em seguida, transportará a extremidade da
mangueira até as proximidades da outra junta (que estará próximo ao local onde
estava o divisor), dobrando-a. Então, auxiliará no enrolamento da mangueira. Após o

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enrolamento, voltará até onde se encontra o esguicho e o transportará até as
proximidades da boca expulsora da bomba;

f. Auxiliar de linha (direita e esquerda): Ao comando de “Guarnição de bomba,


desarmar!”, fará o desalagamento da mangueira da sua linha no sentido
bomba/incêndio. Em seguida, enrolará a mangueira no sentido incêndio/bomba, e a
transportará até as proximidades da boca expulsora da bomba.

Observação de execução: Todos os materiais e equipamentos devem ser conferidos


de sua integridade e operacionalidade antes de serem guardados e, caso seja
necessário, deverão ser encaminhados para manutenção antes de serem reutilizados.

Guarnição padrão – 06 bombeiros militares

A execução de guarnição padrão presume também a utilização de duas


linhas de ataque e uma ligação. Composição da guarnição padrão

a. Comandante da guarnição;

b. Condutor/operador;

c. Chefe da linha da direita;

d. Auxiliar da linha da direita;

e. Chefe da linha da esquerda;

f. Auxiliar da linha da esquerda.

“Bomba Armar” com guarnição padrão

Os materiais a serem dispostos à frente da formação da guarnição para


serem utilizados são os mesmos utilizados pela guarnição ampliada. Cada um dos
responsáveis por conexões deverá ter à sua disposição uma chave de mangueira. A
identificação das funções acontece da mesma forma preconizada para guarnição
ampliada, levando-se em consideração a supressão das funções de armador e de
auxiliar de ligação, inexistentes neste tipo de guarnição. Montagem de
estabelecimento:

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a. Comandante da guarnição: Comandará “Sentido!” Em seguida: “Guarnição de
bomba, Armar!”. Então, transportará o divisor até o local estipulado, colocando-o sobre
uma das pernas. Depois de receber uma das extremidades da ligação, acoplará a
ligação à boca admissora do divisor, e aguardará o acoplamento de, pelo menos, uma
das linhas de ataque. Após receber o “pronto” de, pelo menos, uma das linhas de
ataque, deixará o divisor no chão com as válvulas relativas às linhas que deram o
“pronto” abertas, comandará “Bomba, funcionar!” e irá para frente das linhas exercer
o comando;

b. Condutor/operador: Caberá a ele operar o corpo de bomba;

c. Chefe de linha (direita e esquerda): Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”,


apanhará um esguicho e uma mangueira de 1½”, se deslocará até as proximidades
do divisor, e fará o lançamento da mangueira para o lado correspondente à sua linha
de ataque. Deverá conectar o esguicho à uma das extremidades e aguardar com que
o auxiliar da linha da esquerda acople a outra à expulsão correspondente no divisor.
Finalmente, se posicionará à frente da linha, do lado da mangueira oposto ao referente
à linha (assim como na guarnição ampliada), segurando o esguicho na direção do
sinistro;

d. Auxiliar da linha da direita: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”, deverá


apanhar e lançar a mangueira de 2 ½” da ligação para o lado direito, conectando, em
seguida, uma de suas extremidades à boca expulsora da bomba e entregando a outra
extremidade ao auxiliar da linha da esquerda. Logo após, se deslocará, conferindo e
corrigindo os “seios” e a conformidade das mangueiras da ligação e da linha da direita,
até o local onde se encontra seu chefe de linha e anunciará (após receber o sinal do
chefe da linha): “Linha da direita pronta!” Finalmente, se posicionará ao lado oposto
ao chefe da linha, aproximadamente um metro à retaguarda do mesmo, segurando a
mangueira para auxiliar a movimentação da mangueira, quando pressurizada;

e. Auxiliar da linha da esquerda: Ao comando de “Guarnição de bomba, Armar!”,


deverá conduzir uma das extremidades da mangueira de 2½” recebida do auxiliar da
linha da direita até as proximidades do divisor, entregando-a ao comandante da
guarnição. Em seguida, fará o acoplamento das duas linhas de ataque, nas expulsões
do divisor correspondentes aos lados das linhas. Finalmente, se deslocará, conferindo
e corrigindo o “seio” e a conformidade da mangueira da linha da esquerda, até o local

48
onde se encontra seu chefe de linha e anunciará (após receber o sinal do chefe da
linha): “Linha da esquerda pronta!” Finalmente, se posicionará ao lado oposto ao chefe
da linha, aproximadamente um metro à retaguarda do mesmo, segurando a
mangueira para auxiliar a movimentação da mangueira, quando pressurizada.

Observação de execução: Todas as mangueiras deverão ser


transportadas em forma de garra. Avaliação da montagem de estabelecimento da
guarnição padrão:

a. Início e penalização: Idêntico ao cobrado para guarnição ampliada;

b. Tempo de execução: O tempo para aproveitamento máximo (100%) será de até 12


(doze) segundos para a execução. Este aproveitamento será diminuído
progressivamente até zero, se caso completarem 22 (vinte e dois) segundos do início
da cronometragem.

Corpo

Montagem de estabelecimento:

a. Comandante da guarnição: Comandará “Sentido!” Em seguida: “Guarnição de


espuma, Armar!”. Então, dependendo da configuração escolhida pela guarnição (com
entrelinhas ou esguicho proporcionador de espuma), tomará os procedimentos a
seguir: Com misturador entrelinhas: apanhará o aparelho entrelinhas e uma das juntas
da mangueira da ligação, estendendo-a até o local por ele determinado, acoplando a
junta à admissão do aparelho. Em seguida, abrirá o galão de LGE e lhe introduzirá o
tubo pescante, além de selecionar a percentagem para o uso. Com esguicho lançador
e proporcionador de espuma: apenas conduzirá o galão de LGE para o local
determinado para o combate. Nas duas configurações: após receber o “pronto” da
linha, comandará “Bomba, funcionar!” e irá para frente da linha exercer o comando;

b. Condutor/operador: Caberá a ele operar o corpo de bomba;

c. Chefe da linha de espuma: Ao comando de “Guarnição de espuma, Armar!”, tomará


os procedimentos a seguir: Com misturador entrelinhas: apanhará o galão de LGE e
o transportará até as proximidades do misturador entrelinhas. Nas duas configurações:
apanhará o esguicho e seguirá para a ponta da linha de espuma, onde, com a ajuda
do auxiliar da linha, fará o acoplamento do esguicho à mangueira. Finalmente, se
posicionará ao lado esquerdo da mangueira, segurando o esguicho na direção do

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sinistro; d. Auxiliar da linha de espuma: Ao comando de “Guarnição de espuma,
Armar!”, deverá apanhar e lançar a mangueira de 2 ½” da ligação para o lado direito,
acoplando uma de suas extremidades à boca expulsora da bomba. Então, tomará os
procedimentos a seguir: Com misturador entrelinhas: entregará a outra extremidade
da mangueira já lançada ao comandante da guarnição. Depois disso, apanhará a
outra mangueira, se dirigirá até as proximidades do aparelho entrelinhas e a lançará.
Acoplará uma de suas extremidades na expulsão do aparelho entrelinhas. Nas duas
configurações: na outra extremidade da mangueira, juntamente com o chefe da linha,
acoplará ao esguicho. Conferindo e corrigindo o “seio” e a conformidade da(s)
mangueira(s) e após receber o sinal do chefe da linha, dirá: “Linha de espuma, pronta!”
Finalmente, se posicionará ao lado oposto ao chefe da linha, aproximadamente um
metro à retaguarda do mesmo, segurando a mangueira para auxiliar a movimentação
da mangueira, quando pressurizada. Com esguicho lançador e proporcionador de
espuma: Introduzirá o tubo pescante do esguicho no tambor de LGE. Observação de
execução: Todas as mangueiras deverão ser transportadas em forma de garra.
Avaliação da montagem de estabelecimento da guarnição de espuma:

a. Início: Deve ser avaliado todo o procedimento, desde a identificação de funções até
o comando de “Bomba, funcionar!” Não há tempo para a execução; b. Penalização
por erros na execução: Cada erro ou falta implicará no decréscimo de 5% (cinco por
cento) da nota máxima para a execução. No entanto, caso o erro implique em
inviabilizar o caminho da água, desde a bomba até o esguicho, a execução será
considerada perdida (zero). “Bomba Desarmar” com guarnição de espuma Após a
montagem do estabelecimento e a sua utilização desejada, o comandante da
guarnição comandará “Guarnição de espuma, desarmar!” Os componentes, então,
agirão da seguinte forma: a. Comandante da guarnição: Ao comando de “Guarnição
de espuma, desarmar!”, nas duas configurações, retirará o tubo pescante do galão de
LGE e o fechará, transportando-o para as proximidades da bomba. Com misturador
entrelinhas: Desacoplará as mangueiras do aparelho entrelinhas e o transportará para
as proximidades da boca expulsora da bomba; b. Condutor/operador: Caberá a ele
operar o corpo de bomba e desacoplar a mangueira da expulsão da bomba;

c. Chefe de linha de espuma: Após o comando de “Guarnição de espuma, desarmar!”,


desacoplará o esguicho da mangueira colocando-o no chão. Aguardará o
desalagamento da(s) mangueira(s) e, em seguida e no mesmo sentido feito para as

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outras guarnições, auxiliará no enrolamento. Após o enrolamento, transportará o
esguicho até as proximidades da boca expulsora da bomba;

d. Auxiliar da linha de espuma: Ao comando de “Guarnição de espuma, desarmar!”,


fará o desacoplamento da mangueira do esguicho juntamente com o chefe da linha,
desalagando e enrolando a(s) mangueira(s) no mesmo sentido definido para as outras
guarnições. Finalmente, transportará a(s) mangueira(s) para as proximidades da boca
expulsora da bomba. Observação de execução: O mesmo prescrito para a
desmontagem de estabelecimento com guarnição ampliada.

Plano Vertical

Existem maneiras de se elevar as linhas que são utilizadas no solo para


locais mais altos. Relataremos aqui dois processos de elevação: Mochila: Um
processo de se envolver uma mangueira que já está conectada a um esguicho em um
bombeiro militar e, o mesmo, pelo seu deslocamento, conduzi-los; Elevação por cabos:
amarração do esguicho e mangueira que já estão conectados, esta elevação é feita
pelo lado de fora da edificação.

Técnicas de extinção de incêndios

As técnicas de extinção de incêndios abrangem aquelas operações


necessárias ao ataque e extinção do foco principal do incêndio. O bombeiro militar
deve conhecer e aplicar a técnica adequada conforme a classe do incêndio. Todos os
fatores de risco oferecidos pela classe e tipo de incêndio devem ser considerados para
serem determinadas os perigos e a técnica a se utilizar.

Aplicação da água para incêndios classe A

Em incêndios da Classe A a água pode ser utilizada em ataques diretos,


indiretos ou combinados, dependendo da necessidade de cada emergência. Ataque
direto. É um método de ataque que utiliza o jato contínuo ou chuveiro com abertura

51
de 30° ou menos, sempre concentrando o ataque na base do fogo até que ele seja
extinto. Este método é muito eficiente para incêndios em que a intensidade torne viável
a aproximação suficiente para combate ao foco. No ataque direto é importante
observar para que não se jogue mais água que o necessário para a extinção. Além
disso, em locais com pouca ou nenhuma ventilação, deve-se usar jatos intermitentes
e curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob
pena de perturbar o balanço térmico, que é o movimento dos gases aquecidos em
direção ao teto e a expansão de vapor d’água em todas as áreas, após a aplicação
dos jatos d’água. Se o jato for aplicado por muito tempo, além do necessário, o vapor
começará a se condensar, causando a precipitação de fumaça ao piso e, por sua
vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases aquecidos
que deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao
nível do chão e vice-versa.

Ataque indireto

É o método utilizado para estabilizar o ambiente por meio da vaporização


da água. Deve-se aplicar jato neblinado, na parte externa do ambiente (porta ou
parede) e no teto da parte interna, porém sem entrar no ambiente. Neste tipo de
ataque, o bombeiro militar ficará distante do foco do incêndio. É indicado em
ambientes fechados e com alta temperatura, com ou sem fogo. É preciso cautela
nesse tipo de ambiente, pois há a possibilidade de ocorrer explosões ambientais
(backdraft ou flashover). Uma das principais medidas de segurança, neste caso, é que
este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas
do local, uma vez que grande quantidade de vapor quente produzido poderia matá-
las.

Ataque combinado

É o método de combate a incêndio utilizado em local fechado, sem risco


de explosão ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a
produção de vapor para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento). Aplica-se,
portanto, a técnica da geração de vapor combinada com ataque direto à base dos
materiais em chamas. O esguicho, com abertura regulada entre 30° e 60°, deve ser
movimentado de forma a descrever um círculo, atingindo o teto, a parede, o piso, a
parede oposta e novamente o teto.

52
Incêndios em líquidos inflamáveis

O método de extinção mais indicado é o abafamento, podendo ser


utilizado também a quebra da reação em cadeia, a retirada do material e o
resfriamento. O controle de incêndios em líquidos inflamáveis pode ser efetuado “com
água”, que atuará por abafamento e resfriamento. Na extinção por abafamento, a água
deverá ser aplicada como neblina, de forma a ocupar o lugar do oxigênio, que está
suprindo a combustão nos líquidos. A utilização de jato contínuo é desaconselhada
pela possibilidade de sua aplicação esparramar o líquido em chamas, aumentando o
incêndio, além de não agregar abafamento ao combate. Boil Over (ebulição
turbilhonar) Com a aplicação de espuma ou mesmo água em líquidos de pequenas
densidades, a água tende a depositar-se no fundo do tanque ou recipiente. Para o
caso de aquecimento deste recipiente, a água pode vaporizar-se (1 litro de água
transforma-se em 1700 litros de vapor d’água), aumentando seu volume. Este
aumento de volume e consequente diminuição de densidade, empurrará o líquido em
chamas para cima e para fora do recipiente, como se o vapor funcionasse como um
êmbolo empurrando o líquido para cima. Em menores escalas, este fenômeno pode
ser observado em frigideiras, no entanto, em proporções maiores, pode representar
um componente catastrófico em incêndios envolvendo grandes tanques de líquidos
inflamáveis. O principal sinal de Boil Over é um chiado semelhante ao de um
vazamento de vapor de uma chaleira fervendo, que ocorre pouco antes da “explosão”
resultante da vaporização da água que ocorre dentro do tanque. Este é o sinal para
que as equipes se afastem rapidamente para evitar ferimentos decorrentes do contato
com líquidos em chamas e em alta temperatura.

Incêndios envolvendo gases inflamáveis

O maior número de ocorrências envolve o Gás Liquefeito de Petróleo


(GLP) em recipientes de 13 kg (P-13), em virtude de este gás ser o mais comum nas
residências. Geralmente o vazamento de GLP ocorre em decorrência de defeitos ou
perfurações na mangueira, mal fechamento ou mal funcionamento da válvula ou do
plug-fusível e corrosão do botijão. O método seguro de se solucionar a ocorrência de
vazamento de gás ou líquido sob pressão, com ou sem fogo, é a retirada do material
do local onde ele possa se acumular. Diante do vazamento, deve-se isolar o local,
solicitar o apoio necessário, manter-se com o vento às costas e, caso o ambiente seja

53
fechado, realizar ventilação forçada ou saturá-lo com agentes extintores, além de
eliminar todas as fontes de ignição próximas.

BLEVE

Quando um recipiente contendo líquido pressurizado se rompe durante


um incêndio, ocorre uma explosão conhecida como BLEVE. Este nome vem de
"Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion" ou explosão do vapor expandido pelo
líquido em ebulição. As chamas ao lado de fora do recipiente que contém o gás
pressurizado aumentam a pressão interna pela ação do calor e, se, em virtude disso,
as paredes do recipiente tiverem sua resistência diminuída ou vencida pela pressão
interna, poderá haver o seu rompimento ou fissura.

O BLEVE pode ocorrer com qualquer substância, inflamável ou não. Se


for inflamável, poderá ocorrer a queima da substância, com a consequente formação
de uma bola de fogo, que ocasionará enorme irradiação de calor. Haverá projeção de
estilhaços e fragmentos de metal que poderão ser arremessados a longas distâncias
oferecendo risco às pessoas envolvidas e àquelas que estiverem a distâncias
inferiores às seguras, além da exposição das estruturas circunvizinhas à energia da
explosão e ao choque dos fragmentos resultantes dela. Por isso, no momento do
combate, há que se ponderar sobre desocupar as áreas próximas até uma distância
segura e, tratando-se de combate, sobre resfriar exaustivamente os recipientes que
estejam sendo aquecidos por exposição direta ao fogo, ou por calor irradiado.

Incêndios das classes C e D

Quando se fala destas duas classes de incêndio, está em pauta muito


mais os cuidados a serem tomados do que os procedimentos a serem adotados.
Classe C Para a extinção de incêndios de classe C, é necessário que o agente extintor
não conduza a corrente elétrica e atue por princípio de abafamento ou interrupção
(quebra) da reação em cadeia. É importante lembrar que os incêndios de classe C
podem ter sua classe alterada (para A, por exemplo) caso as instalações ou
equipamentos não estejam mais energizados. A água poderá ser utilizada nesta
classe de incêndio, no entanto deve-se ponderar a diferença de potencial no
equipamento, a distância entre o esguicho e o equipamento energizado e o isolamento
elétrico oferecido ao bombeiro militar. Recomenda-se o uso da seguinte tabela
(resguardando as condições da cena e do isolamento do bombeiro militar):

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TENSÃO TIPO DE JATO DISTÂNCIA

Menor que 1000 V

Neblinado 1 metro

Contínuo 5 metros

Maior que 1000 V

Neblinado 5 metros

Contínuo 10 metros

Classe D

Como os incêndios classe D são caracterizados por materiais que reagem com a água,
trata-se de um tipo de incêndio difícil de ser combatido. A extinção deve ser feita,
portanto, por abafamento e sem a utilização de água e espuma.

PRINCIPAIS CAUSAS DOS INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO

A maior parte das causas dos incêndios em vegetação podem ser


atribuídas ao homem, pois geralmente são iniciados em virtude de algum tipo de
atividade humana. Em um número menor, existem também os incêndios causados
por fenômenos naturais. Existem casos de incêndios em vegetação cujas causas não
foram ainda esclarecidas, mas, entre as que foram elucidadas, as razões mais
frequentes são:

a) Agropecuária: queima inadequada para limpeza de áreas e controle de pragas, seja


para plantio ou para renovação de pastagens;

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b) Turismo e acampamento: provocados por trabalhadores rurais, turistas, caçadores,
lenhadores que acendem fogueiras em campos e florestas, porém não o apagam
totalmente ou não tomam os devidos cuidados;

c) Vandalismo: incêndios intencionais, para depredação ou vingança, por rebeldia ou


desejos pessoais;

d) Linhas elétricas: muitas redes de alta tensão cruzam áreas florestais e, a falta de
manutenção e/ou o contato do fio com a vegetação seca pode provocar faíscas e,
consequentemente desencadear no incêndio em vegetação;

e) Ferrovias: faíscas dos trilhos, atritos das atividades ferroviárias podem contribuir
para a ocorrência de incêndios, direta ou indiretamente;

f) Descargas atmosféricas: ainda que raros, também podem provocar incêndios;

g) Carvoeiros: causados por queimadores de carvão que negligenciam procedimentos


de segurança ao apagarem as carvoarias;

h) Atividade noturna: trabalhadores ou turistas que utilizam lampiões, fogueiras, velas


e outros materiais inflamáveis, sem os cuidados necessários.

COMPORTAMENTO DO FOGO E FATORES DE PROPAGAÇÃO

O estudo do comportamento do fogo em vegetação objetiva verificar sua


forma de propagação, velocidade de avanço, dinamismo da coluna convectiva e a
quantidade de energia calórica que se transfere no ambiente. O comportamento do
fogo, neste caso, depende da topografia, das condições atmosféricas e dos tipos de
vegetação. Inicialmente, podemos dizer que, para ocorrer o incêndio, alguns fatores
devem estar presentes no chamado triângulo do incêndio em vegetação: Topografia,
Clima e Vegetação.

Clima: As condições climáticas também são determinantes do comportamento do fogo.


Neste quesito, o conhecimento da temperatura, da umidade relativa do ar, da chuva e
do vento é fundamental:

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a) Temperatura: os materiais combustíveis são mais facilmente queimados quando
são submetidos ao aquecimento solar do que aqueles que estão frios. O aumento da
temperatura aumenta a corrente de ar que, aquecida pelo sol, seca o material
combustível, fazendo com que ele se queime mais facilmente. Além de ressecar a
vegetação e tirar a umidade, a alta temperatura prejudica o combate por ocasionar
desconforto e estresse físico nas equipes.

b) Umidade relativa do ar: é a quantidade de vapor de água existente no ar. A baixa


umidade do ar faz com que a vegetação fique ressecada, facilitando o início do
incêndio. Geralmente, o incêndio é mais fácil de ser combatido e controlado no período
noturno, pois, durante o dia, o ar está mais seco que à noite.

c) Chuva: são importantes para umedecer a vegetação. A ausência de chuvas


constitui um fator climático que influencia significativamente na ocorrência de
incêndios, pois contribui para a potencialização da vegetação como material
combustível.

d) Vento: quanto mais forte for o vento, mais o fogo se espalha rapidamente. O vento
fornece mais oxigênio, espalha fagulhas e brasas, podendo causar outros focos de
incêndio.

Combustível – a vegetação Os combustíveis do incêndio em vegetação são todos os


materiais disponíveis no meio ambiente que podem entrar em ignição e queimar
(plantas e restos vegetais acumulados no solo). Alguns fatores devem ser levados em
consideração quanto ao comportamento do fogo e a influência que o tipo de vegetação
pode provocar em incêndios:

I. A quantidade, continuidade, relação superfície–volume, arranjo espacial


das plantas;
II. A condição ou o estado da vegetação, isto é, o teor de umidade presente
nas plantas e nos restos vegetais. Vegetações com umidade elevada
podem funcionar como retardante do incêndio;
III. A quantidade e a compactação dos restos vegetais acumulados no solo.

57
CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO

Os incêndios em vegetação podem ser classificados quanto à proporção


(pequeno, médio e grande porte) e quanto à propagação (subterrâneo, superficial e
aéreo ou de copa). Quanto à proporção. Quanto à proporção, pode ser de pequeno,
médio ou grande porte.

I. Pequeno porte: incêndio de pequenas proporções em que um único homem


consegue extingui-lo;
II. Médio Porte: incêndio de média proporção, que necessita de uma guarnição
de combate a incêndio para extingui-lo;
III. Grande Porte: incêndio de grande proporção, que necessita de grande
efetivo, equipamentos e máquinas para extingui-lo, incluindo, em alguns
casos, o auxílio de aeronaves de combate a incêndio

Quanto à propagação

Quanto à propagação, pode ser classificado em subterrâneo, superficial


e aéreo (de copa). Incêndios subterrâneos são aqueles que atingem a vegetação
que se encontra abaixo do solo. Geralmente não apresentam chamas e se
propagam lentamente, atingindo de forma letal a vegetação. Incêndios superficiais
são aqueles que se desencadeiam sobre a vegetação do solo, queimando pastos
e ervas. Sua propagação é variável, dependendo do combustível, da topografia e
condições climáticas. Incêndios aéreos (de copa) incidem e se propagam por meio
das copas das árvores (parte superior das plantas altas), acima de 1,80 m de altura.
A maioria dos incêndios de copa origina-se dos incêndios superficiais. Esse tipo
de incêndio provoca altas taxas de mortalidade na no ecossistema e propaga-se
rapidamente, liberando grande quantidade de calor e tornando o combate
extremamente difícil, pois o fogo é praticamente incontrolável. A propagação é
intensa, por causa do material incendiado que cai no solo, que provoca outros
incêndios superficiais decorrentes.

Aceiros

Aceiros são áreas (faixas), com largura variável, desprovidas de


vegetação (ou cuja vegetação foi retirada), destinados a evitar ou minimizar a

58
propagação do incêndio, pela ausência do material combustível, causando uma
separação entre vegetações. Os aceiros são preventivos, devendo ser construídos
ou estabelecidos antes do incêndio. Podem ser naturais ou por ação humana. Os
aceiros naturais são aqueles que já existem na paisagem e que naturalmente
bloqueiam a passagem do fogo, como por exemplo, rios, lagos, estradas e
formações rochosas. Já os aceiros feitos por ação humana são construídos
especificamente para a prevenção do incêndio em vegetação, podendo ser, em
casos específicos, emergenciais (abertos durante o combate às chamas).

Prevenção de incêndios em vegetação

Para evitar que surjam incêndios, algumas ações preventivas devem ser
tomadas, tais como: campanhas educativas, aceiros, queimadas controladas,
treinamento das equipes, aquisição e manutenção de equipamentos de combate
a incêndios em vegetação e cortinas de segurança. Meios preventivos Meios
preventivos são aqueles recursos disponíveis para que haja a prevenção
necessária. São eles:

a) Campanhas educativas: conscientização da população urbana e rural a respeito


das formas de evitar o surgimento e propagação de incêndios em vegetação e a
respeito dos riscos e danos decorrentes deles;

b) Aceiros: visam isolar áreas, evitando a propagação do fogo;

c) Queimadas controladas: É uma prática agrícola ou florestal em que o fogo é


utilizado de forma racional, com o controle da sua intensidade e limitado a uma
área predeterminada, atuando como um fator de produção. Há a possibilidade,
inclusive, de ser utilizado no manejo de unidades de conservação para se evitar o
acúmulo de combustível, evitando, assim, a ocorrência de incêndios com
comportamento violento e de difícil controle;

d) Treinamento das equipes: aprimoramento técnico-profissional dos bombeiros


militares e brigadistas mediante cursos e treinamentos constantes;

e) Aquisição e manutenção de equipamentos: grande quantidade e variedade de


equipamentos garantem não somente um combate efetivo, mas a prevenção por
meio do seu uso nos treinamentos e cursos;

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f) Cortina de segurança: Trata-se de uma plantação de espécies vegetais mais
resistentes à ação do fogo, retardando sua propagação, para proteção de outras
espécies que queimam com muita facilidade.

Medidas preventivas

As medidas preventivas são atitudes a serem tomadas que evitam o


surgimento de incêndios em vegetação. Entre elas, podemos citar:

I. Fumar em áreas seguras e apagar as pontas de cigarros;


II. Fazer acampamentos em locais apropriados;
III. Não acumular lixo em lugares impróprios e fazer queima de lixo em área
limpa aceirada;

IV. Quebrar o palito de fósforo antes de jogá-lo;

IV. Tomar cuidado com qualquer fogo;

VI. Ao deixar um acampamento, apagar o fogo totalmente com água ou terra;

VII. Construir aceiros de segurança em área de risco elevado;

VIII. Capinar os terrenos, fazendo o corte preventivo e remoção do mato,


impedindo as queimadas.

Combate aos incêndios em vegetação

O combate aos incêndios em vegetação tem como objetivo extinguir o


incêndio por meio da eliminação de um dos elementos do triangulo do fogo ou
diminuir sua propagação.

Combate direto

O combate direto é aquele que o bombeiro militar consegue se aproximar das


chamas e combatê-las com os equipamentos e meios disponíveis e necessários.
Pode ser utilizado o método de resfriamento, aplicando água, abafamento,
utilizando-se de abafadores, jogando terra, areia ou isolamento, cortando e

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raspando o material vegetal. Este método geralmente é aplicado em incêndios
superficiais, com baixa altura das chamas e com calor suportável ao ser humano.

Combate indireto

O método indireto é aplicado em incêndios de grande proporção quando os


militares não conseguem se aproximar do incêndio para o combate direto. Neste
método, o objetivo é conter a propagação das chamas providenciando a abertura
de aceiros ou o fogo de encontro (contrafogo). Na abertura de aceiros o fogo é
eliminado ao não se propagar em virtude do aceiro aberto. Já no fogo de encontro,
o fogo é colocado de forma controlada a partir de caminhos, aceiros já instalados
ou linhas de controle construídas no momento. Trata-se de uma técnica arriscada,
que deve ser executada por equipes capacitadas.

Combate paralelo

É a combinação dos métodos direto e indireto. É utilizado quando o calor


do fogo permite relativa aproximação, mas não o suficiente para o ataque direto.
O método paralelo consiste em:

a) Estabelecer um aceiro emergencial paralelo à linha do fogo, para que as chamas


altas vindas da linha de fogo, diminuam na sua chegada ao aceiro, podendo ser
atacadas pelo método direto; ou

b) Construir uma linha fria, com o uso de água das viaturas ou bombas costais, de
forma a se criar um obstáculo úmido à frente do fogo para que ele perca força ou
se enfraqueça para ser atacado diretamente. Combate aéreo. Caracteriza-se por
ser empregado em áreas de difícil acesso humano ou em incêndios de copa. Tem
este nome porque se utiliza aviões e helicópteros, adaptados ou construídos
especialmente para debelar esses incêndios. Estas aeronaves também podem ser
utilizadas para monitoramento da evolução do incêndio e avaliações diárias do
comportamento do fogo, principalmente em ações de combate em grandes
extensões territoriais.

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Segurança nas operações

A segurança nas operações é essencial para seu êxito. Para isso, o


preparo técnico-profissional e condicionamento físico dos envolvidos devem estar
alinhados com a função que o bombeiro militar irá desempenhar no combate ao
sinistro. Outro ponto importante é primar pelo trabalho em equipe e sempre utilizar
os equipamentos de proteção individual. Todas essas premissas podem ser
envolvidas de algumas regras básicas:

a) Procure aproveitar as barreiras naturais como aceiros;

b) Conserve e dê a correta manutenção nas ferramentas;

c) Cuidado com árvores com risco de queda, animais peçonhentos e pedras que
possam rolar;

d) Faça o manuseio cuidadoso das ferramentas;

e) Jamais sente, deite ou encoste-se à frente, atrás ou debaixo de trator parado ou


estacionado, bem como tenha cuidado ao deslocar na frente ou atrás de um trator
trabalhando e não se utilize do trator para transporte de pessoas;

f) Em grandes e médias operações, estabeleça o Sistema de Comando de


Incidentes – SCI;

g) Mantenha-se informado sobre: as condições e previsão meteorológica,


comportamento e evolução do incêndio, meios de comunicação com órgãos de
apoio e pessoal empregado.

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REFERÊNCIAS

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