Ebook Nutricao Endometriose Pratiensino

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E-BOOK

Nutrição e
Endometriose
CLARISSA DEMÉZIO
QUEM SOMOS
O PratiEnsino é uma empresa que
foi criada com o objetivo de
difundir os conhecimentos da área
da saúde em todo território
nacional por meio da educação à Clarissa Demézio, nutricionista.
distância. Nossos cursos visam Graduada pela UERJ, pós-
qualificar os profissionais de saúde, graduada em Nutrição Clínica pela
sempre com foco no UFF, especialista em oncologia pelo
aprimoramento da prática clínica e INCA, e residente de Cirurgia Geral
difundir os conteúdos de saúde no HUPE/UERJ. Mestre em Ciência
com a finalidade de promover a Médicas pela UERJ. Trabalho com
qualidade de vida nas pessoas. saúde da mulher desde 2004,
Portanto, para nós é muito quando iniciei no Instituto de
importante promover o Ginecologia da UFRJ.
conhecimento científico mais atual
e sua aplicação, assim mudamos a Em março de 2017 fui a 1ª
vida das pessoas. nutricionista aprovada no
doutorado da pós-graduação em
Idealizadora: Andreia Ciências Cirúrgicas da UFRJ,
Nishiyamamoto. estudando para valer a relação do
Sou nutricionista clínica e estado nutricional, consumo
realizada com a minha escolha. Ao alimentar e polimorfismos
criar o PratiEnsino desejo poder genéticos na endometriose.
impactar a vida de muitas pessoas
ao serem atendidas por
profissionais de saúde de
excelência que formamos.
INTRODUÇÃO

A endometriose é uma condição ginecológica,


dependente de estrogênio e caracterizada pelo
crescimento de tecido endometrial, composto por
elementos glandulares e/ou estromais, em localização
extra-uterina.

Pode acometer principalmente os seguintes locais [1]:

Ovários
Peritônio pélvico
Fundo de saco de Douglas
Ligamentos útero sacros
Cólon sigmoide
Bexiga
Parede abdominal
Cicatriz umbilical

Apêndice
Íleo
Diafragma
Vulva
Vagina
Colo do útero
Rins
Regiões inguinais
INTRODUÇÃO

Possui diferentes manifestações clínicas, dependendo


da área de implementação do tecido endometrial, sendo
que a intensidade dos sintomas nem sempre refletem a
extensão da doença [2].

A endometriose pode
causar dismenorreia, dor
pélvica, dispareunia,
alterações urinárias,
intestinais e infertilidade.
FISIOPATOLOGIA

Ainda que existam diferentes teorias sobre a etiologia e


a patologia, os mecanismos exatos para a ocorrência da
endometriose ainda não foram totalmente
compreendidos.

Mediadores inflamatórios,
aspectos imunológicos, estresse
oxidativo e genética são alguns
fatores que influenciam o seu
surgimento.

A teoria mais aceita para explicar o desenvolvimento da


patologia é a da menstruação retrógada, descrita por
Sampson [3], na qual se postula que existe um refluxo
do sangue menstrual pelas trompas até a cavidade
abdominal, ocorrendo por influência de um ambiente
hormonal favorável e de fatores imunológicos que não
eliminariam as células endometriais deste local
impróprio.
FISIOPATOLOGIA

Principal objetivo do tratamento farmacológico

Alívio dos sintomas

Existem diferentes opções de manejo:

Analgésicos
Terapias hormonais
Métodos cirúrgicos
Mudança de estilo de vida

Além das intervenções médicas, a nutrição recebeu cada


vez mais atenção nos últimos anos, não apenas como
fator de risco modificável, mas também como nova
abordagem terapêutica.
NUTRIÇÃO
E ENDOMETRIOSE

A dieta é um potencial fator de risco


modificável para a endometriose

Padrão de dieta:

Ocidental x Mediterrâneo

O padrão da dieta quanto ao seu potencial inflamatório


pode exercer um papel importante na regulação da
inflamação crônica da endometriose [4].
NUTRIÇÃO
E ENDOMETRIOSE

A dieta do tipo ocidental, caracterizada pelo elevado


consumo de carne, alimentos ricos em gordura e em
grãos refinados, tem sido associada com níveis elevados
de proteína C reativa (PCR), interleucina 6 (IL-6) e
fibrinogênio.
NUTRIÇÃO
E ENDOMETRIOSE

Já a dieta do Mediterrâneo conhecida pelo elevado


consumo de grãos integrais, frutas, vegetais verdes,
peixe e óleo de oliva, moderado consumo de álcool e
baixo consumo de carne vermelha e manteiga, tem sido
associada a menores níveis de inflamação.
MICRONUTRIENTES

Micronutrientes como as vitaminas C, E, e as vitaminas


do complexo B podem influenciar os fatores envolvidos
no surgimento da endometriose, como o estresse
oxidativo e o metabolismo hormonal.

O consumo de alimentos ricos em


tiamina, ácido fólico, vitamina C e
vitamina E está inversamente
associado ao risco de
endometriose [5].
MICRONUTRIENTES

Outros nutrientes que merecem destaques são a


vitamina D e o cálcio. Alguns pesquisadores têm
investigado se existe associação entre o consumo de
laticínios e desses nutrientes na modulação dos fatores
imunes e inflamatórios que são alterados em mulheres
com essa patologia [6-8]. Harris e colaboradores [6]
demonstraram que níveis plasmáticos mais elevados de
25(OH) D- vitamina D e que maior consumo de
laticínios e derivados estão associados a um menor risco
de endometriose.
ORIENTAÇÕES GERAIS

O cuidado nutricional deve ser parte do tratamento de


mulheres com endometriose. A literatura científica
demonstra que a dieta deve modular a resposta
inflamatória, o estresse oxidativo e a produção
hormonal, e que o tratamento nutricional deve ter a
seguinte abordagem:

Adequação do estado nutricional da mulher com


endometriose.

Avaliação do padrão inflamatório da dieta.


ORIENTAÇÕES GERAIS

Controle da exposição aos disruptores endócrinos.

Estímulo a uma alimentação baseada em plantas


com uma alta ingestão de frutas, vegetais e outros
alimentos vegetais ricos em nutrientes
antioxidantes.

Redução do consumo de carne vermelha, com o


objetivo de modulação hormonal (redução da
produção de estrogênio) e efeito anti-inflamatório.
ORIENTAÇÕES GERAIS

Avaliação da necessidade de suplementação de:


vitamina A, vitamina D, vitamina B6, vitamina B9,
vitamina B12, zinco, magnésio, trimetilglicina, ômega
3, N-acetilcisteína, cúrcuma, resveratrol, coenzima Q
10, probióticos, fitoestrógenos.

Avaliação da necessidade de redução de FODMAPs


(Fermentable Oligo-, Di-, Mono-saccharides And
Polyols) para controle de sintomas gastrointestinais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em função do diagnóstico invasivo, do tratamento clínico


muitas vezes ineficaz e das repercussões que a
endometriose causa na vida da paciente, o tratamento
nutricional adequado assume grande relevância como
parte do cuidado terapêutico dessa patologia, pois pode
vir a contribuir para o controle da doença, dos sintomas e
para a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres.
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pratiensino.com.br e conheça o
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Endometriose. Conheça também
nossos cursos de pós graduação.
REFERÊNCIAS

[1] VERCELLINI, P. et al. Endometriosis: pathogenesis and


treatment. Nat Rev Endocrinol. v.10, n.5, p. 265-275, 2014.

[2]AHN, S.H.; SINGH, V.; TAYADE,C. Biomarkers in


endometriosis: challenges and opportunities. Fertil Steril.
v.107, n.3, p. 523-532, 2017.

[3]SAMPSON, JA. Metastatic or Embolic Endometriosis, due


to the Menstrual Disseminations of Endometrial Tissue into
the Venous Circulation. Am J Pathol. v.3, n.2, p.93-110, 1927.

[4]SHIVAPPA, N., et al. Association between dietary


inflammatory index, and cause-specific mortality in the
MONICA/KORA Augsburg Cohort Study. Eur J Public
Health. v.28, n.1, p.167-172, 2018.

[5] DARLING, A.M., et al. A prospective cohort study of


vitamins B, C, E and multivitamin intake and endometriosis.
J Endometr. v5, n.1, p.17-26, 2013.

[6] HARRIS, H.R., et al. Dairy-food, calcium, magnesium, and


vitamin D intake and endometriosis: a prospective cohort
study. Am J Epidemiol. v.177, n.5, p.420-430, 2013.

[7] TRABERT, B., et al. Diet and risk of endometriosis in a


population based case-control study. Br J Nutr, v.105, n.3,
p.459-467, 2011.

[8] PARAZZINI, F., et al. Selected food intake and risk of


endometriosis. Hum Reprod, v.19, n.8, p.1755-1759, 2004.

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