Apostila - Gramática
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Apostila - Gramática
NÚCLEO DE GRAMÁTICA
HUGO SIRENA
ISABELLE DEMETRIO
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................................3
1. PONTUAÇÃO....................................................................................................................................4
3. CRASE.............................................................................................................................................10
4. CONCORDÂNCIA NOMINAL/VERBAL.........................................................................................12
5. EXERCÍCIOS....................................................................................................................................15
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APRESENTAÇÃO
Posso dizer que, nas duas últimas (e únicas) edições do Cursinho, nas quais atuei
como Coordenadora de Redação, duas certezas insistiram em me nocautear e até hoje se
mantêm fortes: a de que não é preciso muito para transformar situações e histórias e a de
que a comunicação é a maior fonte geradora de respostas que se pode um dia imaginar.
Na verdade, corrijo. Para além da comunicação e linguagem, o que nos dá a certeza da
resposta é a vontade de comunicar. Daí, então, a louca insensatez de se apaixonar pela
língua portuguesa e por tudo que ela constrói, desconstrói, ensina e esconde.
Isabelle Demetrio
Coordenadora Pedagógica, 2018.
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1. PONTUAÇÃO
Assim, quando queremos nos comunicar por meio da escrita, precisamos utilizar
uma série de elementos que busquem facilitar a compreensão do nosso leitor e garantir
que a mensagem chegará exatamente de acordo com a sua pretensão inicial.
Estudaremos, então, os sinais de pontuação que, na escrita dos textos, são responsáveis
por encadear nossas ideias e estabelecer as relações de sentidos adequadas. Acredite,
eles fazem a diferença!
VÍRGULA
Ex.: Fui à feira para comprar feijão, verduras, carne, queijo e castanhas.
b) SEPARAR VOCATIVO
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Ex.: Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?
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f) MARCAR INVERSÕES DE NATUREZA SINTÁTICA
Ex.: Que ele é inteligente, todos sabemos (“Todos sabemos que ele é inteligente”)
Mas quais os casos em que eu não posso usar vírgula de modo algum?
b) Antes das conjunções OU, E, NEM b) Não quero isso, nem aquilo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS1
• Dentre as inúmeras orações, existem aquelas que têm a exata mesma função
dos advérbios: descrever as circunstâncias da ação. É o caso das orações subordinadas
adverbiais. E são exatamente essas que importam para estudarmos as vírgulas! Como a
oração subordinada atua como um advérbio, a pontuação se aplica da mesma forma
a ambos. Vejamos alguns exemplos de tipos de oração subordinada adverbial:
1 Nada mais do que justo salientar que as informações trazidas são fruto de pesquisas, mas também
têm como referência o material elaborado pela Julia Yaegashi, professora de gramática do ano
passado. Grande Júlia!
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Para conseguirmos compreender quais os sentidos estabelecidos entre as
orações, vejamos, rapidamente, os tipos de conjunções utilizadas:
a) Causais: porque, pois, já que, visto que, uma vez que, por isso que
b) Comparativas: como, bem como, assim como, feito, tal qual, que nem
c) Concessivas: embora, ainda que, apesar de que, por mais que, posto que
d) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, a menos que, exceto se
e) Conformativas: conforme, como, segundo, consoante
f) Consecutivas: de modo que, de forma que, tanto que
g) Finais: para que, afim de que
h) Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
i) Temporais: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, desde que, cada
vez que, sempre que
Exemplos:
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2. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Essa é uma das matérias mais importantes para a boa escrita de um texto.
Quando falamos em regência, precisamos imaginar a relação que se estabelece entre
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou
os caracterizam (adjuntos adverbiais). Para analisar as conexões, precisamos primeiro
identificar que os verbos são divididos em quatro categorias: VTD (Verbo Transitivo Direito),
VTI (Verbo Transitivo Indireto), VTDI (Verbo Transitivo Direito e Indireto ou Verbo Bitransitivo) e
VI (Verbo Intransitivo). A (in)transitividade dos verbos é justamente a necessidade, ou não,
de o verbo ser completado.
REGÊNCIA VERBAL
c) VTDI: Verbo Transitivo Direito e Indireto – PEDE “OBJETO DIREITO” E “OBJETO INDIRETO”
Ex.: INFORMAR, AVISAR, PAGAR, etc.
REGÊNCIA NOMINAL
Uma vez mais, o raciocínio aqui é o mesmo. Assim como os verbos, em alguns
casos, possuem relações e precisam de complemento, os nomes também. A regência
nominal, portanto, é o campo da gramática que estuda a relação de sentido que se dá
entre os nomes e os respectivos termos regidos por esse nome.
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Substantivos: Admiração a/por – Aversão a/por – Doutor em – Obediência a – Atentado a/
contra – medo de – Respeito a/para com/por – Capacidade de/para – Impaciência com –
Certeza de/em – Ideia de – Ânsia de/por – Dúvida em/sobre
Adjetivos: Necessário a – Acostumado a/com – Nocivo a – Agradável a – Equivalente a –
Entendido em – Escasso de – Alheio a/de – Paralelo a – Preferível a – Propício a – Benéfico a
– Adaptado a – Aflito por – Passível de – Situado em
Advérbios: Longe de – Perto de 2
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3. CRASE
b.5) VERBOS
Ex.: Estou tendente a encarar esse desafio.
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c) ACENTO OPCIONAL: Para algumas ocorrências, o uso do acento marcador da crase é
livre, podendo – ou não – ser lançado:
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4. CONCORDÂNCIA NOMINAL/VERBAL
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e) Quando o SUJEITO É PRONOME DE TRATAMENTO, a concordância é feita pelo GÊNERO
DA PESSOA
Ex.: Sua Excelência, o prefeito, foi preso.
Ex.: Sua Excelência, a prefeita, foi presa.
O mesmo vale para outras expressões, como, por exemplo: “Água é bom
para saúde / Essa água é boa para a saúde”; “Não é permitido animais
nesse recinto / A entrada desse animal não é permitida”, etc.
j) Quando o sujeito é QUE, o verbo com concorda com o PRONOME que vem ANTES
Ex.: Sou eu que faço as atividades em casa.
Por incrível que pareça, nesse caso o sujeito é a partícula “que”. Apesar
disso, o verbo concordará com o pronome pessoal anterior: “eu” faço”.
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k) Quando o sujeito é QUEM, o verbo fica na 3ª PESSOA DO SINGULAR (concorda com o
QUEM)
Ex.: Sou eu quem faz as atividades em casa.
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5. EXERCÍCIOS
É um processo fundamental _______ vida, mas não é nada simples. Tanto que, durante
_______ evolução, animais primitivos – como os vermes que viviam _______ 600 milhões de
anos – foram desenvolvendo uma rede de neurônios no sistema digestivo.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas, na ordem em que
aparecem no texto.
a) à – a – há.
b) a – a – a.
c) a – à – há.
d) à – à – à.
e) a – à – à.
3) Leia, com atenção, o texto a seguir para avaliar o emprego do sinal indicativo de crase
e complete corretamente as lacunas.
a) à / a / a / a / às.
b) a / a / à / à / as.
c) à / à / a / a / as.
d) a / a / a / a / às.
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4) Assinale a alternativa cujo conteúdo apresenta uso indevido do acento grave, indicador
de crase na língua portuguesa.
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“É isso aí, senhor!”
Nessa frase, a vírgula tem a função de destacar o vocativo, assim como se observa em:
a) Satisfeito com as vendas, o gerente da loja de caminhões resolveu dar uma gratificação
maior a seus funcionários.
b) Os moradores, proprietários ou locatários, deverão receber a versão atualizada do
regimento interno do condomínio.
c) As reformas nas dependências do prédio foram autorizadas pelos engenheiros,
contratados exclusivamente para isso.
d) Prezados colaboradores, temos a satisfação de anunciar que a creche da empresa será
inaugurada no próximo mês.
e) Na empresa, há espaços destinados à prática de ginástica laboral e ao descanso dos
funcionários durante o expediente.
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a) Ele não fez as tarefas de que foi incumbido, e sim as que ele quis.
b) Sei que você não gosta de estudar quando é feriado mas, será preciso para fazer um
bom exame.
c) Decidiu fazer um curso de MBA fora do pais. Pesquisou, encontrou o mais adequado
para sua carreira, fez a prova de seleção, foi aprovado.
d) Elas, naquela ocasião, tinham acabado de concluir o curso superior.
e) Com postura e altivez, o palestrante iniciou o seminário.
8) “A pesquisa entrevistou 1506 usuários de internet residentes nos EUA entre fevereiro e
março de 2015, e mostrou que 91% dos entrevistados não acreditam que ser vigiado por
empresas sem aviso, em troca de descontos, seja uma troca justa.”
Esse trecho permanecerá correto ao se acrescentar uma vírgula após o seguinte elemento
destacado:
a) entrevistou.
b) usuários.
c) residentes.
d) EUA.
e) acreditam.
9) Observe os seguintes exemplos: “Ouvir Mozart te deixa mais inteligente”, “Mozart deixa
as crianças mais inteligentes” e “Deixe a esquerda livre”. Agora indique a sequência na
qual se encontra classificação correta do verbo deixar:
10) “(...) Com as atuais técnicas de engenharia genética, pode-se, inclusive, modificar o
sistema hormonal da planta. Assim, quando a planta modificada percebe que não possui
água incremental, ela produz um hormônio, chamado de ácido abscísico, que lhe permite
lidar com essa contingência. Podem-se usar plantas de maior sensibilidade a esse
hormônio ou mesmo usar análogos sintéticos de baixo custo desse mesmo hormônio como
insumos agrícolas. Dessa forma, uma pulverização desse composto permite que a planta
se prepare para a aridez e responda melhor à falta de água, o que ajudará a salvar muitas
culturas e a economizar água, aumentando a eficiência da produção de alimentos em
climas adversos.”
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O emprego do acento indicativo de crase em “à falta de água” (linhas 52 e 53) deve-se à
regência da forma verbal “responda” e à presença do artigo definido que determina
o nome “falta”.
a) Certo b) Errado
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
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No último verso do poema, nota-se a presença da preposição “com”. Seu emprego deve-
se à exigência da regência do seguinte termo:
a) “puro”.
b) “adoço”.
c) “açúcar”.
d) “café”.
14) Assinale a opção cuja lacuna não pode ser preenchida pela preposição entre
parênteses:
a) uma companheira desta, ___ cuja figura os mais velhos se comoviam. (com)
b) uma companheira desta, ___ cuja figura já nos referimos anteriormente. (a)
c) uma companheira desta, ___ cuja figura havia um ar de dama decadente. (em)
d) uma companheira desta, ___ cuja figura andara todo o regimento apaixonado.
(por)
e) uma companheira desta, ___ cuja figura as crianças se assustavam. (de)
15) Observe o verbo que se repete: "aspirou o ar" e "aspirou à glória". Tal verbo:
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e) embora tenha o mesmo sentido nas duas orações, ele apresenta regência diferente
em cada uma delas.
a) Creio que os trabalhadores estão muito conscientes de suas obrigações para com a
Pátria.
b) O filme a que me refiro aborda corajosamente a problemática dos direitos humanos.
c) Esta nova adaptação teatral do grande romance não está agradando ao público;
eu, porém, prefiro esta àquela.
d) O trabalho inovador de Gláuber Rocha que lhe falei chama-se Deus e o Diabo na
Terra do Sol.
e) José crê que a classe operária está em condições de desempenhar um papel
importante na condução dos problemas nacionais.
19) Indique onde há erro de regência nominal e reescreva a frase de modo a corrigi-la:
20) Em “Tenho ódio mortal dos mosquitos”, Drazio [sic] Varella usa a preposição de para
ligar a palavra ódio à palavra mosquitos. Poderia, se quisesse, ter usado a e
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escrever: Tenho ódio mortal aos mosquitos. Trata-se da opção por uma determinada
regência nominal.
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GABARITO
1. C
2. A
3. A
4. D
5. D
6. E
7. B
8. D
9. B
10. A
11. B
12. C
13. a, a, a, com, de
14. E
15. D
16. E
17. D
18. A
19. A - Ele é muito apegado a bens materiais;
20. a) Em I, é possível trocar “a” por “de”: Eu, que tinha ódio do menino... A troca em I é
possível porque o contexto não permite interpretação de “do” menino em função
subjetiva (“ódio que o menino tinha”), ou seja, como adjunto adnominal. Fica claro que a
única interpretação possível de do menino é objetiva (“eu odiava o menino”), ou seja, em
função de complemento nominal.
b) O mesmo não ocorre em II, em que “ódio de Bill Gates” poderia ser entendido como
“ódio que Bill Gates sente”; nem em III, em que a substituição de “ódio da mulher” por
“ódio à mulher” alteraria completamente o sentido da expressão, de “ódio que a mulher
sente” (da mulher: função subjetiva, adjunto adnominal) para “ódio que sentem pela
mulher” (à mulher: função objetiva, complemento nominal).
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